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Custos de Produção na
Pecuária de Corte
Introdução
Quando se fala em avaliação econômica, uma das
primeiras coisas que vem à tona é o cálculo do custo
de produção. Afinal, custos são elementos que afligem
toda e qualquer pessoa, esteja ela à frente de um
negócio ou não. Se empresário, o indivíduo visa
minimizá-lo para aumentar seus lucros. Se cidadão
comum, as preocupações são com o custo de vida, e a
adequação deste ao orçamento familiar.
Assim, preocupar-se com custo faz parte do cotidiano,
tendo todo mundo uma noção intuitiva sobre ele. Na
hora de calcular o custo de produção, porém, a coisa
não é tão simples. Embora exista um amplo referencial
teórico a embasá-lo, sua aplicação a casos específicos
exige a compreensão, com muita clareza, dos concei-
tos envolvidos e da natureza econômica da atividade
em foco.
O texto que segue apresenta alguns pontos que
fundamentam o cálculo do custo de produção, bem
como as principais condicionantes de sua aplicação ao
caso da bovinocultura de corte.
Fernando Paim Costa1
104ISSN 1983-9731
Campo Grande, MS
Maio, 2007Técnico
1
Engenheiro Agrônomo, Ph.D. em Administração Rural, pesquisador da Embrapa Gado de Corte, Campo Grande, MS, paim@cnpgc.embrapa.br
Comunicado
Para que calcular custo de
produção?
Conforme comentado, é consenso a necessidade de
se conhecer o custo de produção em qualquer negócio.
Mas afinal, para que serve ter em mãos esse número?
De fato, várias aferições podem ser feitas colocando
frente à frente o custo e diversas outras variáveis, a
saber:
• Comparando-o com o preço de mercado do produto,
tem-se uma noção da eficiência com que se está
produzindo; obviamente, se o custo unitário é
superior ao preço, e esta é uma situação a persistir
em médio ou longo prazo, o sistema de produção
não é viável economicamente.
• Comparando-o com o custo dos concorrentes,
obtém-se uma aferição de competitividade; tal
comparação pode ser feita entre empresas ou mesmo
entre regiões e países.
• Associando o custo de produção (total ou parcial) à
receita gerada pelo negócio, é possível calcular uma
série de margens econômicas, cada uma delas com
um significado próprio.
2 Custos de produção na pecuária de corte
Calculando custos na agropecuária
Os primeiros estudos de economia realizados pelo
Departamento de Agricultura dos Estados Unidos
(USDA) no início do século XX, tendo Spillman e Long
(1924) como pioneiros, focavam custos de produtos
agrícolas. Esses estudos visavam estimar oferta,
indicar atividades e sistemas mais lucrativos, estabe-
lecer padrões de paridade e definir preços mínimos,
entre outros fins.
Também na Europa registram-se atividades voltadas
para o cálculo e divulgação sistemática de custos de
produção agrícolas. Um exemplo contemporâneo é o
trabalho de Nix (1995) para uma série de culturas e
criações da Inglaterra, com cálculos anuais de mar-
gens brutas e de custos de mão-de-obra, maquinário e
outros itens.
No Brasil, diversas instituições destacam-se pelo
cálculo de custos de produção. O Instituto de Econo-
mia Agrícola (IEA) da Secretaria de Agricultura do
Estado de São Paulo divulga periodicamente o custo
dos produtos mais relevantes da agricultura paulista
(MATSUNAGA; MARTIN, 1976). Os princípios gerais
adotados no Sistema Integrado de Custos
Agropecuários desenvolvido pelo IEA podem ser vistos
em Martin et al. (1998). A extinta Comissão de
Financiamento da Produção (CFP), hoje Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab), calcula custos de
produção como referência para a política agrícola do
Governo. O Centro de Estudos Avançados em Econo-
mia Aplicada-Escola Superior de Agricultura “Luiz de
Queiroz” da Universidade de São Paulo (Cepea-Esalq/
USP) também apresenta informativo sobre custos de
produção, divulgado no site da Confederação da
Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Na Empresa
Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o
Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Leite calculou
durante vários anos, de forma sistemática, o custo de
produção do leite (GEMENTE et al., 1980). Desde
2001, acha-se em curso o projeto “Sistemas e Custos
de Produção da Agropecuária Brasileira”, em que são
estudados os sistemas de produção e os custos dos
produtos mais importantes da agropecuária nacional.
Neste âmbito, a Embrapa Gado de Corte está levan-
tando o custo de produção da pecuária de corte em
várias regiões do País. Para Mato Grosso do Sul,
Costa et al. (2005) apresentaram custos para as
regiões de Campo Grande e Dourados.
O cálculo de custos nas fazendas
Enquanto no meio acadêmico os custos de produção
têm recebido bastante atenção, isto não acontece
quando o foco é sua aplicação nas fazendas. Em geral,
é baixa a capacidade administrativa dos estabeleci-
mentos rurais, como mostra o resultado de pesquisa
realizada por José (2004) com 2.000 pecuaristas de
corte em 11 estados brasileiros: apenas 12% deles
utilizavam algum software para gerenciar o seu
negócio.
A necessidade de melhorar o nível gerencial é reco-
nhecida pela própria classe produtora. Recentemente,
o site BeefPoint conduziu uma pesquisa com seus
usuários, visando identificar os pontos críticos da
cadeia da carne brasileira. Ao invés da necessidade de
inovações tecnológicas nas áreas de nutrição, sanida-
de, genética e outras, a principal questão levantada
estava ligada à capacidade gerencial das propriedades
(CAVALCANTI, 2004).
Dado esse interesse em aprimorar a gestão, fica o
questionamento sobre o porquê de tão poucos produ-
tores calcularem seus custos sistematicamente.
Diversos fatores podem ser arrolados na busca dessa
resposta:
• Dificuldades quanto aos métodos propostos para
apuração de custos.
• Registro de dados (gastos, investimentos, produtos
vendidos e receitas) inexistente ou falho.
• Escassez ou dificuldades de acesso à ferramentas
(equipamentos e aplicativos) para processar dados e
calcular custos.
• Despreparo e/ou falta de conscientização do produ-
tor para a importância dessa informação.
• Despreparo da mão-de-obra da fazenda, no campo e
no escritório.
• Falta de capital para financiar a implantação de um
sistema de custos.
Definição de custo de produção
Para calcular o custo de produção é essencial, antes
de tudo, definir com clareza este conceito:
“Custo é a compensação que os donos dos fatores de
produção utilizados por uma firma devem receber para
que continuem fornecendo esses fatores à mesma”
(HOFFMANN et al., 1976).
3Custos de produção na pecuária de corte
“Custo é a avaliação dos esforços despendidos na
realização de um ato econômico, nomeadamente no
ato de produção” (COTTA, 1978).
O termo compensação é utilizado por Hoffmann et al.
(1976) em substituição ao termo pagamento, pois
análises econômicas envolvem certos tipos de custo
que, não necessariamente, implicam desembolsos.
Aliás, é nesse aspecto que o custo de produção se
diferencia da contabilidade. Esta se atém, principal-
mente, ao fluxo de caixa da empresa, registrando as
receitas (entradas) e os desembolsos (saídas).
Os vários tipos de custos
Apesar das definições sintéticas apresentadas para
custo, este não é um conceito simples ou mesmo uno,
como atestam as inúmeras adjetivações encontradas
nos textos que o abordam, como, entre outros,
Soldateli et al. (1993) e Vale e Gomes (1997). Em
vista disso, alguns tipos de custos, mais utilizados,
são definidos a seguir.
• Custos totais: Somatório de todos os custos, de
qualquer natureza, incorridos na produção de
determinado bem.
• Custo médio: Custo total por unidade produzida;
também designado custo unitário.
• Custos fixos: Parcela dos custos totais que não varia
com o volume de produção da atividade (exemplo:
Imposto Territorial Rural, depreciações de instala-
ções).
• Custos variáveis: Parte dos custos totais que varia
proporcionalmente ao volume de produção (exemplo:
gastos com produtos veterinários).
• Custos explícitos: São as despesas ou desembolsos
efetivos de dinheiro (exemplo: pagamento de
salários).
• Custos implícitos: São aqueles custos que não
implicam desembolso de dinheiro (exemplo: depreci-
ação de curral).
São também relevantes os conceitos de custo
operacional e custo de oportunidade:
• Custo operacional, como o próprio termo revela, diz
respeito àqueles custos diretamente ligados à
operação do sistema, como os gastos com insumos
e o custo de uso de instalações, máquinas e equipa-
mentos. Assim, inclui tanto custos explícitos como
implícitos (depreciações), mas não considera juros
sobre o capital empatado. O pró-labore do produtor
também é parte do custo operacional.
• Custo de oportunidade: Sempre se refere a um
recurso próprio, correspondendo ao benefício
renunciado por não empregá-lo em seu melhor uso
alternativo. Esses custos fazem parte dos custos
implícitos definidos anteriormente, pois não implicam
desembolso de dinheiro.
Calculando o custo de produção
Para que o cálculo dos custos seja realizado e interpre-
tado de forma consistente, é preciso visualizar com
clareza a hierarquia existente entre seus diversos
componentes. O custo total pode então ser
desmembrado conforme a estrutura simplificada que
segue:
1. Custo total (CT)
1.1. Custo operacional (COP)
1.1.1. Desembolsos (DES)
1.1.2. Depreciações (DEP)
1.1.3. Custo da administração ou pró-labore
(CADM)
1.2. Custo de oportunidade do capital (CK)
Tem-se então:
CT = COP + CK
COP = DES + DEP + CADM
O custo da administração ou pró-labore corresponde
ao pagamento do trabalho realizado pelo produtor na
função de administrador da fazenda. Se ele não
estivesse à frente do negócio, precisaria contratar um
empregado para realizar essa tarefa.
Depreciações, juros e rateios de custos são os itens
que suscitam maiores dúvidas, quando do cálculo de
custos. Por isso, eles são abordados a seguir.
Depreciações
Depreciação é um procedimento contábil que visa
acumular recursos para repor bens de capital ao final
de sua vida útil.
Do ponto de vista econômico, a depreciação se aplica
àqueles bens que participam do processo produtivo em
mais de um ciclo de produção. Esta condição diferen-
cia o bem de capital, depreciável, do insumo, que em
geral é integralmente utilizado em apenas um ciclo de
produção. A depreciação é portanto um custo não-
monetário decorrente da perda de valor por idade, uso
ou obsolescência.
O método linear de calcular a depreciação é o mais
utilizado, pela sua simplicidade. Possíveis diferenças
4 Custos de produção na pecuária de corte
numéricas em relação ao uso de outros métodos são
geralmente irrelevantes para o cálculo do custo. O
método linear ou de cotas fixas é assim chamado
porque o valor da depreciação anual é constante. Em
outras palavras, o fator de produção é depreciado, ano
a ano, em um mesmo montante. Sua fórmula é a
seguinte:
T
Vr-Vi
D ,
onde:
D = depreciação anual;
Vi = valor inicial;
Vr = valor residual;
T = vida útil.
Para calcular a depreciação é então necessário
conhecer o valor de compra, a vida útil e o valor
residual do bem a depreciar. O valor de compra pode
ser obtido na contabilidade da fazenda ou em bases de
dados sobre preços de mercado. Já as especificações
técnicas quanto à vida útil e ao valor residual podem
ser conseguidas com os fabricantes ou, de forma mais
geral, em livros sobre administração rural.
Juros
Ao investir o capital no processo produtivo, o produtor
está deixando de aplicá-lo em outra alternativa (o
exemplo mais comum é a aplicação financeira em um
banco), gerando um custo de oportunidade que deve
ser considerado no cômputo do custo de produção.
Para a aquisição de insumos e o pagamento de mão-
de-obra, entre outras despesas, os juros podem ser
aplicados à metade do valor gasto, supondo-se que o
uso deste capital se distribui de maneira uniforme ao
longo de todo o ciclo de produção. Desta forma, as
despesas feitas no final do ciclo são compensadas por
aquelas realizadas em seu início, não onerando
indevidamente o capital. No caso de instalações e
equipamentos, sujeitos à depreciação, pode-se consi-
derar a média entre o valor inicial e o valor final do
bem. Em outras palavras, considera-se que o capital
comprometido na atividade se encontra na metade de
sua vida útil. Este tipo de procedimento é sugerido,
entre outros, por González e Pagliettini (2004).
A taxa de juros a considerar deve ser a taxa real
(isenta da inflação) que corresponde ao melhor uso
alternativo disponível para o capital utilizado na
fazenda. Na ausência de um número específico para o
caso em consideração, pode-se usar um valor em
torno de 6% ao ano, taxa equivalente ao rendimento
real da caderneta de poupança no Brasil. No entanto,
este número pode sofrer certa variação, dependendo
da liquidez e do risco associados a seu uso alternativo.
O rateio de custos
Em empreendimentos que desenvolvem muitas ativida-
des, como várias lavouras simultâneas, despesas
específicas com sementes, defensivos e adubos,
entre outras, são facilmente alocadas a cada uma
delas. No entanto, despesas gerais como impostos,
conservação de instalações e energia elétrica preci-
sam ser distribuídas (rateadas) entre as diversas
atividades.
No caso da pecuária de corte, a questão do rateio tem
outra natureza: a atividade é única mas gera vários
produtos (boi gordo, vacas e novilhas descartadas,
tourunos gordos e outros), sendo então necessário,
para conhecer o custo de cada um deles, proceder o
rateio dos custos.
Existem várias maneiras de se estabelecer o rateio
dos custos. Para a pecuária de corte, têm-se dois
critérios principais:
• Distribuir os custos na mesma proporção da receita
gerada por cada categoria animal vendida, conforme
apresentado, entre outras alternativas, por Hoffmann
et al. (1976).
• Descontar do custo total o valor de todas as catego-
rias vendidas, exceto do boi gordo, e considerar o
valor resultante como seu custo de produção; o uso
desse critério pode ser visto em Frank (1978).
O primeiro critério apresenta a vantagem de gerar
valores de custo para todos os produtos vendidos.
Além disso, é impossível gerar um custo negativo, o
que pode acontecer com o segundo critério se o valor
total das demais categorias superar o valor do boi
gordo.
Menciona-se, ainda, uma terceira alternativa, pouco
utilizada dadas as dificuldades de mensuração na
prática. É o caso de ratear os custos de acordo com o
tamanho do rebanho (em unidades animais) associado
a cada fase de produção - cria, recria e engorda.
5Custos de produção na pecuária de corte
Em função das vantagens do rateio proporcional à
receita, este critério tem sido usado em trabalhos
recentes realizados na Embrapa Gado de Corte. No
entanto, essa escolha é arbitrária, dependendo dos
pressupostos estabelecidos para cada situação.
Um exemplo de cálculo de custos na
pecuária de corte
Para calcular o custo, é necessário definir em detalhes
o sistema de produção considerado. O exemplo que
segue trata da fazenda modal (mais freqüente) da
região de Porto Velho, Rondônia (MELO FILHO et al.,
2005).
Descrição do sistema
A fazenda modal em Rondônia tem 1.000 ha, sendo
800 ha de pastagens cultivadas e 200 ha de reserva
legal. O processo produtivo é composto das fases de
cria, recria e engorda.
A suplementação de minerais é praticada o ano
inteiro, e todas as categorias do rebanho recebem, em
cochos cobertos, mistura mineral comercial com 80 g
de fósforo. Entretanto, o produtor costuma diluir essa
mistura na proporção de um saco de sal comum para
cada saco de sal mineral. O consumo é de 40 g da
mistura por unidade animal/dia.
A taxa de natalidade é de 60% e as novilhas entram
em reprodução com 24 meses de idade. Os machos,
recriados e terminados exclusivamente em pasto, são
abatidos entre 36 e 38 meses de idade.
Nas pastagens, predomina a Brachiaria brizantha cv.
Marandu (braquiarão), que ocorre em 90% da área. A
lotação média anual é de 1,4 UA/ha. Existem 20
invernadas, manejadas de forma contínua ou alterna-
da. As cercas são do tipo tradicional, com estacas a
cada 3 metros e cinco fios de arame liso. Em geral,
cada piquete apresenta uma aguada (natural ou açude)
e um cocho de madeira coberto para suplementação
mineral. É feita uma roçada manual por ano, em 50%
da área total de pastagens.
A fazenda possui energia elétrica e infra-estrutura
compatível com o sistema de produção em uso. O
rebanho é constituído de vacas e touros da raça
Nelore em sistema de monta natural.
São adotadas as seguintes vacinações e medidas
profiláticas:
• Cura do umbigo: animais recém-nascidos são
tratados com anti-séptico de uso local e recebem 1
ml de doramectin.
• Febre aftosa: aplicação de vacina oleosa aplicada nos
períodos de 15/4 a 15/5 e 15/10 a 15/11, em todo
o rebanho;
• Brucelose: vacinação (vacina B-19) das fêmeas com
idade de 3 a 8 meses, em dose única.
• Carbúnculo sintomático e gangrena gasosa: adminis-
tração de vacina polivalente na desmama (oito meses
de idade) e aos doze meses de idade.
• Desverminação: aplicações dos vermífugos
ivermectin nos animais jovens e abamectin nos
adultos, por ocasião das vacinações contra febre
aftosa.
• Controle de ectoparasitos: controle da mosca-dos-
chifres nos animais acima de um ano de idade, com
produto pour-on, de 30 em 30 dias nos meses de
janeiro a maio e de 60 em 60 dias nos meses de
junho a dezembro.
A mão-de-obra permanente está restrita a um capataz
e dois peões. A mão-de-obra temporária é composta
de diaristas que auxiliam nas vacinações e empreitei-
ros que fazem o aceiro de cercas e as roçadas de
pastagens.
O produtor geralmente reside na sede do município,
onde tem outra atividade econômica. A administração
é por ele centralizada, fazendo visitas semanais à
fazenda. Ao capataz são delegadas somente as
decisões de rotina relativas ao manejo do rebanho e
das pastagens.
Estrutura de custos, receitas e custos de
produção
A Tabela 1 apresenta a estrutura de custos da
fazenda modal de Rondônia. Os custos fixos
correspondem a mais de 65% do custo total, ressal-
tando o caráter “extensivo” do sistema. O aluguel da
pastagem pesa em torno de 40% do custo total,
seguindo-se os juros relativos ao rebanho de reprodu-
ção e animais de trabalho (8% do custo total). A vaca
de cria não é depreciada, já que sua venda no descarte
permite comprar uma vaca “nova”. No entanto, as
vacas, os touros e os animais de trabalho são onera-
dos pelos juros sobre o capital neles imobilizado.
6 Custos de produção na pecuária de corte
Nos custos variáveis, a maior parcela cabe à mão-de-
obra e serviços (15% do custo total), seguindo-se os
gastos com insumos (ao redor de 9%). Destes, a
suplementação mineral é o item que mais onera a
produção, correspondendo a quase 5% do custo total.
Nota-se que os produtos veterinários (vacinas,
vermífugos e medicamentes) têm pequeno peso,
participando com pouco mais de 3% do custo total.
A Tabela 2 apresenta a composição da receita anual
da fazenda, que é insuficiente para cobrir os custos
totais. A venda de 183 bois gordos foi responsável
por 71% do total, vindo a seguir a venda de 66 vacas
gordas (16%) e 112 bezerras excedentes (13%).
Por fim, a Tabela 3 expõe o custo de produção unitá-
rio, rateado de forma proporcional à receita gerada por
produto. Consideraram-se três dimensões para o
custo: custo total (aluguel da pastagem + deprecia-
ções + juros + desembolsos + pró-labore), custo
operacional (custo total menos os juros) e desembol-
sos (equivalente ao custo variável).
Tabela 1. Custo anual - fazenda modal de pecuária de corte - Rondônia - julho/2005.
A produção de uma arroba (15 kg) de carcaça de boi
gordo teve um custo total de R$ 60,17, muito superior
ao preço de mercado em Rondônia em junho de 2005,
de R$ 43,00. Portanto, esse sistema não remunera na
íntegra os fatores de produção usados, ocorrendo, no
mínimo, um processo de descapitalização do produtor,
pelo não “pagamento” (compensação) dos juros sobre
o capital empregado.
Essa situação melhora quando se considera apenas o
custo operacional, de R$ 45,22, valor pouco superior
ao preço obtido pela arroba. Como conseqüência, há
certo comprometimento da estabilidade do negócio em
médio prazo, já que se esse resultado se repetir nos
anos seguintes, a reposição total de instalações,
equipamentos e touros estará prejudicada.
A única situação de “conforto financeiro” surge
quando a análise do custo se restringe aos desembol-
sos. Nesse caso, uma arroba de boi requer gastos de
R$ 23,39, que são cobertos com folga pela receita,
não havendo, assim, ameaça aos pagamentos do dia-
a-dia.
Componentes
Valor Participação no
custo total (%)R$ US$
CUSTO FIXO 162.065,94 67.527,47 61,12
Remuneração da terra (aluguel da pastagem na região) 105.269,16 43.862,15 39,70
Rebanho bovino e animais de trabalho 25.857,86 10.774,11 9,75
Depreciações 3.765,00 1.568,75 1,42
Juros 22.092,86 9.205,36 8,33
Instalações e benfeitorias 5.837,55 2.432,31 2,20
Depreciações 2.560,00 1.066,67 0,97
Juros 3.277,55 1.365,65 1,24
Máquinas e equipamentos 14.301,38 5.958,91 5,39
Depreciações 9.552,33 3.980,14 3,60
Juros 4.749,04 1.978,77 1,79
Pró-labore do produtor 10.800,00 4.500,00 4,07
CUSTO VARIÁVEL 103.088,33 42.953,47 38,88
Manutenção da pastagem (limpeza) 22.800,00 9.500,00 8,60
Manutenção de instalações e benfeitorias 6.770,00 2.820,83 2,55
Manutenção de máquinas e equipamentos 4.524,00 1.885,00 1,71
Insumos 24.893,43 10.372,26 9,39
Suplemento mineral 11.723,45 4.884,77 4,42
Vacinas 4.131,58 1.721,49 1,56
Vermífugos 2.403,00 1.001,25 0,91
Outros medicamentos 2.311,08 962,95 0,87
Combustível e lubrificantes 4.324,32 1.801,80 1,63
Serviços e mão-de-obra 39.378,40 16.407,67 14,85
Salários + encargos empregados 32.796,40 13.665,17 12,37
Serviços gerais e contador 6.582,00 2.742,50 2,48
Outros custos 4.722,50 1.967,71 1,78
Impostos e taxas 312,50 130,21 0,12
Energia elétrica e telefone 4.410,00 1.837,50 1,66
CUSTO TOTAL 265.154,27 110.480,95 100,00
7Custos de produção na pecuária de corte
Tabela 2. Receita anual - fazenda modal de pecuária de corte - Rondônia - julho/2005.
(1)
Preço em R$/cabeça
Fonte: Embrapa Gado deCorte
Tabela 3. Custo total, custo operacional e desembolsos - fazenda modal de pecuária de corte - Rondônia - julho/2005.
(1)
Rateio dos custos é proporcional à receita gerada por produto
(2)
Custo operacional = Custo total subtraído dosjuros
Referências
CAVALCANTI, M. da R. Pontos críticos para a competitividade
da pecuária de corte. Disponível em:<http://
www.beefpoint.com.br/
?noticiaID=18476&actA=7&areaID=15&secaoID=123>
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Corte, 2005. 8 p. (Embrapa Gado de Corte. Comunicado
Técnico, 93).
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produção utilizada pelo I.E.A. Agricultura em São Paulo, São
Paulo, v. 23, t.1, 1976.
MELO FILHO, G. A. de; COSTA, F. P. ; CORRÊA, E. S. ;
PEREIRA, M. de A. ; CEZAR, I. M. ; NETTO, F. G. da S.
Sistema e custo de produção de gado de corte no Estado de
Rondônia. Campo Grande, MS: Embrapa Gado de Corte, 2005.
7 p. (Embrapa Gado de Corte. Comunicado Técnico, 92).
Produto
Produção
(cab.)
Peso carcaça
(@/cab.)
Produção
total (@)
Preço
(R$/@)
Valor total
(R$)
Participação
(%)
Boi gordo 183 17 3.109 43,00 133.708,27 71
Vaca gorda 66 13 820 36,00 29.536,65 16
Touruno gordo 2 20 38 36,00 1.350,25 1
Bezerra desmamada(1)
112 - - 221,65 24.883,49 13
Receita total - - - - 189.478,66 100
Produtos(1)
Custo total Custo operacional(2)
Desembolsos
(R$) (US$) (R$) (US$) (R$) (US$)
Boi gordo (arroba) 60,17 25,07 45,22 18,84 23,39 9,75
Vaca gorda (arroba) 50,38 20,99 37,86 15,77 19,59 8,16
Touruno gordo (arroba) 50,38 20,99 37,86 15,77 19,59 8,16
Bezerra desmamada (cabeça) 310,17 129,24 233,07 97,11 120,59 50,25
8 Custos de produção na pecuária de corte
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Press, 1995. 220 p.
SOLDATELI, D.; HOLZ, E.; TREVISAN, I.; ECHEVERRIA, L. C.
R..; SANTOS, O. V. dos; NADAL, R. de; PINHEIRO, S. L. G.
Glossário de termos de administração rural. In: SEMINÁRIO
DE ADMINISTRAÇÃO RURAL, 2., 1992, Concórdia. Anais...
Florianópolis: Epagri, 1993. p.75-105.
SPILLMAN, W. J.; LONG, E. The law of dimimishing returns.
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VALE, S. M. L. R.; GOMES, M. F. M. Análise econômica da
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Custo producao

  • 1. Custos de Produção na Pecuária de Corte Introdução Quando se fala em avaliação econômica, uma das primeiras coisas que vem à tona é o cálculo do custo de produção. Afinal, custos são elementos que afligem toda e qualquer pessoa, esteja ela à frente de um negócio ou não. Se empresário, o indivíduo visa minimizá-lo para aumentar seus lucros. Se cidadão comum, as preocupações são com o custo de vida, e a adequação deste ao orçamento familiar. Assim, preocupar-se com custo faz parte do cotidiano, tendo todo mundo uma noção intuitiva sobre ele. Na hora de calcular o custo de produção, porém, a coisa não é tão simples. Embora exista um amplo referencial teórico a embasá-lo, sua aplicação a casos específicos exige a compreensão, com muita clareza, dos concei- tos envolvidos e da natureza econômica da atividade em foco. O texto que segue apresenta alguns pontos que fundamentam o cálculo do custo de produção, bem como as principais condicionantes de sua aplicação ao caso da bovinocultura de corte. Fernando Paim Costa1 104ISSN 1983-9731 Campo Grande, MS Maio, 2007Técnico 1 Engenheiro Agrônomo, Ph.D. em Administração Rural, pesquisador da Embrapa Gado de Corte, Campo Grande, MS, paim@cnpgc.embrapa.br Comunicado Para que calcular custo de produção? Conforme comentado, é consenso a necessidade de se conhecer o custo de produção em qualquer negócio. Mas afinal, para que serve ter em mãos esse número? De fato, várias aferições podem ser feitas colocando frente à frente o custo e diversas outras variáveis, a saber: • Comparando-o com o preço de mercado do produto, tem-se uma noção da eficiência com que se está produzindo; obviamente, se o custo unitário é superior ao preço, e esta é uma situação a persistir em médio ou longo prazo, o sistema de produção não é viável economicamente. • Comparando-o com o custo dos concorrentes, obtém-se uma aferição de competitividade; tal comparação pode ser feita entre empresas ou mesmo entre regiões e países. • Associando o custo de produção (total ou parcial) à receita gerada pelo negócio, é possível calcular uma série de margens econômicas, cada uma delas com um significado próprio.
  • 2. 2 Custos de produção na pecuária de corte Calculando custos na agropecuária Os primeiros estudos de economia realizados pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) no início do século XX, tendo Spillman e Long (1924) como pioneiros, focavam custos de produtos agrícolas. Esses estudos visavam estimar oferta, indicar atividades e sistemas mais lucrativos, estabe- lecer padrões de paridade e definir preços mínimos, entre outros fins. Também na Europa registram-se atividades voltadas para o cálculo e divulgação sistemática de custos de produção agrícolas. Um exemplo contemporâneo é o trabalho de Nix (1995) para uma série de culturas e criações da Inglaterra, com cálculos anuais de mar- gens brutas e de custos de mão-de-obra, maquinário e outros itens. No Brasil, diversas instituições destacam-se pelo cálculo de custos de produção. O Instituto de Econo- mia Agrícola (IEA) da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo divulga periodicamente o custo dos produtos mais relevantes da agricultura paulista (MATSUNAGA; MARTIN, 1976). Os princípios gerais adotados no Sistema Integrado de Custos Agropecuários desenvolvido pelo IEA podem ser vistos em Martin et al. (1998). A extinta Comissão de Financiamento da Produção (CFP), hoje Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), calcula custos de produção como referência para a política agrícola do Governo. O Centro de Estudos Avançados em Econo- mia Aplicada-Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (Cepea-Esalq/ USP) também apresenta informativo sobre custos de produção, divulgado no site da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Leite calculou durante vários anos, de forma sistemática, o custo de produção do leite (GEMENTE et al., 1980). Desde 2001, acha-se em curso o projeto “Sistemas e Custos de Produção da Agropecuária Brasileira”, em que são estudados os sistemas de produção e os custos dos produtos mais importantes da agropecuária nacional. Neste âmbito, a Embrapa Gado de Corte está levan- tando o custo de produção da pecuária de corte em várias regiões do País. Para Mato Grosso do Sul, Costa et al. (2005) apresentaram custos para as regiões de Campo Grande e Dourados. O cálculo de custos nas fazendas Enquanto no meio acadêmico os custos de produção têm recebido bastante atenção, isto não acontece quando o foco é sua aplicação nas fazendas. Em geral, é baixa a capacidade administrativa dos estabeleci- mentos rurais, como mostra o resultado de pesquisa realizada por José (2004) com 2.000 pecuaristas de corte em 11 estados brasileiros: apenas 12% deles utilizavam algum software para gerenciar o seu negócio. A necessidade de melhorar o nível gerencial é reco- nhecida pela própria classe produtora. Recentemente, o site BeefPoint conduziu uma pesquisa com seus usuários, visando identificar os pontos críticos da cadeia da carne brasileira. Ao invés da necessidade de inovações tecnológicas nas áreas de nutrição, sanida- de, genética e outras, a principal questão levantada estava ligada à capacidade gerencial das propriedades (CAVALCANTI, 2004). Dado esse interesse em aprimorar a gestão, fica o questionamento sobre o porquê de tão poucos produ- tores calcularem seus custos sistematicamente. Diversos fatores podem ser arrolados na busca dessa resposta: • Dificuldades quanto aos métodos propostos para apuração de custos. • Registro de dados (gastos, investimentos, produtos vendidos e receitas) inexistente ou falho. • Escassez ou dificuldades de acesso à ferramentas (equipamentos e aplicativos) para processar dados e calcular custos. • Despreparo e/ou falta de conscientização do produ- tor para a importância dessa informação. • Despreparo da mão-de-obra da fazenda, no campo e no escritório. • Falta de capital para financiar a implantação de um sistema de custos. Definição de custo de produção Para calcular o custo de produção é essencial, antes de tudo, definir com clareza este conceito: “Custo é a compensação que os donos dos fatores de produção utilizados por uma firma devem receber para que continuem fornecendo esses fatores à mesma” (HOFFMANN et al., 1976).
  • 3. 3Custos de produção na pecuária de corte “Custo é a avaliação dos esforços despendidos na realização de um ato econômico, nomeadamente no ato de produção” (COTTA, 1978). O termo compensação é utilizado por Hoffmann et al. (1976) em substituição ao termo pagamento, pois análises econômicas envolvem certos tipos de custo que, não necessariamente, implicam desembolsos. Aliás, é nesse aspecto que o custo de produção se diferencia da contabilidade. Esta se atém, principal- mente, ao fluxo de caixa da empresa, registrando as receitas (entradas) e os desembolsos (saídas). Os vários tipos de custos Apesar das definições sintéticas apresentadas para custo, este não é um conceito simples ou mesmo uno, como atestam as inúmeras adjetivações encontradas nos textos que o abordam, como, entre outros, Soldateli et al. (1993) e Vale e Gomes (1997). Em vista disso, alguns tipos de custos, mais utilizados, são definidos a seguir. • Custos totais: Somatório de todos os custos, de qualquer natureza, incorridos na produção de determinado bem. • Custo médio: Custo total por unidade produzida; também designado custo unitário. • Custos fixos: Parcela dos custos totais que não varia com o volume de produção da atividade (exemplo: Imposto Territorial Rural, depreciações de instala- ções). • Custos variáveis: Parte dos custos totais que varia proporcionalmente ao volume de produção (exemplo: gastos com produtos veterinários). • Custos explícitos: São as despesas ou desembolsos efetivos de dinheiro (exemplo: pagamento de salários). • Custos implícitos: São aqueles custos que não implicam desembolso de dinheiro (exemplo: depreci- ação de curral). São também relevantes os conceitos de custo operacional e custo de oportunidade: • Custo operacional, como o próprio termo revela, diz respeito àqueles custos diretamente ligados à operação do sistema, como os gastos com insumos e o custo de uso de instalações, máquinas e equipa- mentos. Assim, inclui tanto custos explícitos como implícitos (depreciações), mas não considera juros sobre o capital empatado. O pró-labore do produtor também é parte do custo operacional. • Custo de oportunidade: Sempre se refere a um recurso próprio, correspondendo ao benefício renunciado por não empregá-lo em seu melhor uso alternativo. Esses custos fazem parte dos custos implícitos definidos anteriormente, pois não implicam desembolso de dinheiro. Calculando o custo de produção Para que o cálculo dos custos seja realizado e interpre- tado de forma consistente, é preciso visualizar com clareza a hierarquia existente entre seus diversos componentes. O custo total pode então ser desmembrado conforme a estrutura simplificada que segue: 1. Custo total (CT) 1.1. Custo operacional (COP) 1.1.1. Desembolsos (DES) 1.1.2. Depreciações (DEP) 1.1.3. Custo da administração ou pró-labore (CADM) 1.2. Custo de oportunidade do capital (CK) Tem-se então: CT = COP + CK COP = DES + DEP + CADM O custo da administração ou pró-labore corresponde ao pagamento do trabalho realizado pelo produtor na função de administrador da fazenda. Se ele não estivesse à frente do negócio, precisaria contratar um empregado para realizar essa tarefa. Depreciações, juros e rateios de custos são os itens que suscitam maiores dúvidas, quando do cálculo de custos. Por isso, eles são abordados a seguir. Depreciações Depreciação é um procedimento contábil que visa acumular recursos para repor bens de capital ao final de sua vida útil. Do ponto de vista econômico, a depreciação se aplica àqueles bens que participam do processo produtivo em mais de um ciclo de produção. Esta condição diferen- cia o bem de capital, depreciável, do insumo, que em geral é integralmente utilizado em apenas um ciclo de produção. A depreciação é portanto um custo não- monetário decorrente da perda de valor por idade, uso ou obsolescência. O método linear de calcular a depreciação é o mais utilizado, pela sua simplicidade. Possíveis diferenças
  • 4. 4 Custos de produção na pecuária de corte numéricas em relação ao uso de outros métodos são geralmente irrelevantes para o cálculo do custo. O método linear ou de cotas fixas é assim chamado porque o valor da depreciação anual é constante. Em outras palavras, o fator de produção é depreciado, ano a ano, em um mesmo montante. Sua fórmula é a seguinte: T Vr-Vi D , onde: D = depreciação anual; Vi = valor inicial; Vr = valor residual; T = vida útil. Para calcular a depreciação é então necessário conhecer o valor de compra, a vida útil e o valor residual do bem a depreciar. O valor de compra pode ser obtido na contabilidade da fazenda ou em bases de dados sobre preços de mercado. Já as especificações técnicas quanto à vida útil e ao valor residual podem ser conseguidas com os fabricantes ou, de forma mais geral, em livros sobre administração rural. Juros Ao investir o capital no processo produtivo, o produtor está deixando de aplicá-lo em outra alternativa (o exemplo mais comum é a aplicação financeira em um banco), gerando um custo de oportunidade que deve ser considerado no cômputo do custo de produção. Para a aquisição de insumos e o pagamento de mão- de-obra, entre outras despesas, os juros podem ser aplicados à metade do valor gasto, supondo-se que o uso deste capital se distribui de maneira uniforme ao longo de todo o ciclo de produção. Desta forma, as despesas feitas no final do ciclo são compensadas por aquelas realizadas em seu início, não onerando indevidamente o capital. No caso de instalações e equipamentos, sujeitos à depreciação, pode-se consi- derar a média entre o valor inicial e o valor final do bem. Em outras palavras, considera-se que o capital comprometido na atividade se encontra na metade de sua vida útil. Este tipo de procedimento é sugerido, entre outros, por González e Pagliettini (2004). A taxa de juros a considerar deve ser a taxa real (isenta da inflação) que corresponde ao melhor uso alternativo disponível para o capital utilizado na fazenda. Na ausência de um número específico para o caso em consideração, pode-se usar um valor em torno de 6% ao ano, taxa equivalente ao rendimento real da caderneta de poupança no Brasil. No entanto, este número pode sofrer certa variação, dependendo da liquidez e do risco associados a seu uso alternativo. O rateio de custos Em empreendimentos que desenvolvem muitas ativida- des, como várias lavouras simultâneas, despesas específicas com sementes, defensivos e adubos, entre outras, são facilmente alocadas a cada uma delas. No entanto, despesas gerais como impostos, conservação de instalações e energia elétrica preci- sam ser distribuídas (rateadas) entre as diversas atividades. No caso da pecuária de corte, a questão do rateio tem outra natureza: a atividade é única mas gera vários produtos (boi gordo, vacas e novilhas descartadas, tourunos gordos e outros), sendo então necessário, para conhecer o custo de cada um deles, proceder o rateio dos custos. Existem várias maneiras de se estabelecer o rateio dos custos. Para a pecuária de corte, têm-se dois critérios principais: • Distribuir os custos na mesma proporção da receita gerada por cada categoria animal vendida, conforme apresentado, entre outras alternativas, por Hoffmann et al. (1976). • Descontar do custo total o valor de todas as catego- rias vendidas, exceto do boi gordo, e considerar o valor resultante como seu custo de produção; o uso desse critério pode ser visto em Frank (1978). O primeiro critério apresenta a vantagem de gerar valores de custo para todos os produtos vendidos. Além disso, é impossível gerar um custo negativo, o que pode acontecer com o segundo critério se o valor total das demais categorias superar o valor do boi gordo. Menciona-se, ainda, uma terceira alternativa, pouco utilizada dadas as dificuldades de mensuração na prática. É o caso de ratear os custos de acordo com o tamanho do rebanho (em unidades animais) associado a cada fase de produção - cria, recria e engorda.
  • 5. 5Custos de produção na pecuária de corte Em função das vantagens do rateio proporcional à receita, este critério tem sido usado em trabalhos recentes realizados na Embrapa Gado de Corte. No entanto, essa escolha é arbitrária, dependendo dos pressupostos estabelecidos para cada situação. Um exemplo de cálculo de custos na pecuária de corte Para calcular o custo, é necessário definir em detalhes o sistema de produção considerado. O exemplo que segue trata da fazenda modal (mais freqüente) da região de Porto Velho, Rondônia (MELO FILHO et al., 2005). Descrição do sistema A fazenda modal em Rondônia tem 1.000 ha, sendo 800 ha de pastagens cultivadas e 200 ha de reserva legal. O processo produtivo é composto das fases de cria, recria e engorda. A suplementação de minerais é praticada o ano inteiro, e todas as categorias do rebanho recebem, em cochos cobertos, mistura mineral comercial com 80 g de fósforo. Entretanto, o produtor costuma diluir essa mistura na proporção de um saco de sal comum para cada saco de sal mineral. O consumo é de 40 g da mistura por unidade animal/dia. A taxa de natalidade é de 60% e as novilhas entram em reprodução com 24 meses de idade. Os machos, recriados e terminados exclusivamente em pasto, são abatidos entre 36 e 38 meses de idade. Nas pastagens, predomina a Brachiaria brizantha cv. Marandu (braquiarão), que ocorre em 90% da área. A lotação média anual é de 1,4 UA/ha. Existem 20 invernadas, manejadas de forma contínua ou alterna- da. As cercas são do tipo tradicional, com estacas a cada 3 metros e cinco fios de arame liso. Em geral, cada piquete apresenta uma aguada (natural ou açude) e um cocho de madeira coberto para suplementação mineral. É feita uma roçada manual por ano, em 50% da área total de pastagens. A fazenda possui energia elétrica e infra-estrutura compatível com o sistema de produção em uso. O rebanho é constituído de vacas e touros da raça Nelore em sistema de monta natural. São adotadas as seguintes vacinações e medidas profiláticas: • Cura do umbigo: animais recém-nascidos são tratados com anti-séptico de uso local e recebem 1 ml de doramectin. • Febre aftosa: aplicação de vacina oleosa aplicada nos períodos de 15/4 a 15/5 e 15/10 a 15/11, em todo o rebanho; • Brucelose: vacinação (vacina B-19) das fêmeas com idade de 3 a 8 meses, em dose única. • Carbúnculo sintomático e gangrena gasosa: adminis- tração de vacina polivalente na desmama (oito meses de idade) e aos doze meses de idade. • Desverminação: aplicações dos vermífugos ivermectin nos animais jovens e abamectin nos adultos, por ocasião das vacinações contra febre aftosa. • Controle de ectoparasitos: controle da mosca-dos- chifres nos animais acima de um ano de idade, com produto pour-on, de 30 em 30 dias nos meses de janeiro a maio e de 60 em 60 dias nos meses de junho a dezembro. A mão-de-obra permanente está restrita a um capataz e dois peões. A mão-de-obra temporária é composta de diaristas que auxiliam nas vacinações e empreitei- ros que fazem o aceiro de cercas e as roçadas de pastagens. O produtor geralmente reside na sede do município, onde tem outra atividade econômica. A administração é por ele centralizada, fazendo visitas semanais à fazenda. Ao capataz são delegadas somente as decisões de rotina relativas ao manejo do rebanho e das pastagens. Estrutura de custos, receitas e custos de produção A Tabela 1 apresenta a estrutura de custos da fazenda modal de Rondônia. Os custos fixos correspondem a mais de 65% do custo total, ressal- tando o caráter “extensivo” do sistema. O aluguel da pastagem pesa em torno de 40% do custo total, seguindo-se os juros relativos ao rebanho de reprodu- ção e animais de trabalho (8% do custo total). A vaca de cria não é depreciada, já que sua venda no descarte permite comprar uma vaca “nova”. No entanto, as vacas, os touros e os animais de trabalho são onera- dos pelos juros sobre o capital neles imobilizado.
  • 6. 6 Custos de produção na pecuária de corte Nos custos variáveis, a maior parcela cabe à mão-de- obra e serviços (15% do custo total), seguindo-se os gastos com insumos (ao redor de 9%). Destes, a suplementação mineral é o item que mais onera a produção, correspondendo a quase 5% do custo total. Nota-se que os produtos veterinários (vacinas, vermífugos e medicamentes) têm pequeno peso, participando com pouco mais de 3% do custo total. A Tabela 2 apresenta a composição da receita anual da fazenda, que é insuficiente para cobrir os custos totais. A venda de 183 bois gordos foi responsável por 71% do total, vindo a seguir a venda de 66 vacas gordas (16%) e 112 bezerras excedentes (13%). Por fim, a Tabela 3 expõe o custo de produção unitá- rio, rateado de forma proporcional à receita gerada por produto. Consideraram-se três dimensões para o custo: custo total (aluguel da pastagem + deprecia- ções + juros + desembolsos + pró-labore), custo operacional (custo total menos os juros) e desembol- sos (equivalente ao custo variável). Tabela 1. Custo anual - fazenda modal de pecuária de corte - Rondônia - julho/2005. A produção de uma arroba (15 kg) de carcaça de boi gordo teve um custo total de R$ 60,17, muito superior ao preço de mercado em Rondônia em junho de 2005, de R$ 43,00. Portanto, esse sistema não remunera na íntegra os fatores de produção usados, ocorrendo, no mínimo, um processo de descapitalização do produtor, pelo não “pagamento” (compensação) dos juros sobre o capital empregado. Essa situação melhora quando se considera apenas o custo operacional, de R$ 45,22, valor pouco superior ao preço obtido pela arroba. Como conseqüência, há certo comprometimento da estabilidade do negócio em médio prazo, já que se esse resultado se repetir nos anos seguintes, a reposição total de instalações, equipamentos e touros estará prejudicada. A única situação de “conforto financeiro” surge quando a análise do custo se restringe aos desembol- sos. Nesse caso, uma arroba de boi requer gastos de R$ 23,39, que são cobertos com folga pela receita, não havendo, assim, ameaça aos pagamentos do dia- a-dia. Componentes Valor Participação no custo total (%)R$ US$ CUSTO FIXO 162.065,94 67.527,47 61,12 Remuneração da terra (aluguel da pastagem na região) 105.269,16 43.862,15 39,70 Rebanho bovino e animais de trabalho 25.857,86 10.774,11 9,75 Depreciações 3.765,00 1.568,75 1,42 Juros 22.092,86 9.205,36 8,33 Instalações e benfeitorias 5.837,55 2.432,31 2,20 Depreciações 2.560,00 1.066,67 0,97 Juros 3.277,55 1.365,65 1,24 Máquinas e equipamentos 14.301,38 5.958,91 5,39 Depreciações 9.552,33 3.980,14 3,60 Juros 4.749,04 1.978,77 1,79 Pró-labore do produtor 10.800,00 4.500,00 4,07 CUSTO VARIÁVEL 103.088,33 42.953,47 38,88 Manutenção da pastagem (limpeza) 22.800,00 9.500,00 8,60 Manutenção de instalações e benfeitorias 6.770,00 2.820,83 2,55 Manutenção de máquinas e equipamentos 4.524,00 1.885,00 1,71 Insumos 24.893,43 10.372,26 9,39 Suplemento mineral 11.723,45 4.884,77 4,42 Vacinas 4.131,58 1.721,49 1,56 Vermífugos 2.403,00 1.001,25 0,91 Outros medicamentos 2.311,08 962,95 0,87 Combustível e lubrificantes 4.324,32 1.801,80 1,63 Serviços e mão-de-obra 39.378,40 16.407,67 14,85 Salários + encargos empregados 32.796,40 13.665,17 12,37 Serviços gerais e contador 6.582,00 2.742,50 2,48 Outros custos 4.722,50 1.967,71 1,78 Impostos e taxas 312,50 130,21 0,12 Energia elétrica e telefone 4.410,00 1.837,50 1,66 CUSTO TOTAL 265.154,27 110.480,95 100,00
  • 7. 7Custos de produção na pecuária de corte Tabela 2. Receita anual - fazenda modal de pecuária de corte - Rondônia - julho/2005. (1) Preço em R$/cabeça Fonte: Embrapa Gado deCorte Tabela 3. Custo total, custo operacional e desembolsos - fazenda modal de pecuária de corte - Rondônia - julho/2005. (1) Rateio dos custos é proporcional à receita gerada por produto (2) Custo operacional = Custo total subtraído dosjuros Referências CAVALCANTI, M. da R. Pontos críticos para a competitividade da pecuária de corte. Disponível em:<http:// www.beefpoint.com.br/ ?noticiaID=18476&actA=7&areaID=15&secaoID=123> Acesso em: 16 mar. 2004. COSTA, F. P. ; CORRÊA, E. S. ; MELO FILHO, G. A. ; CEZAR, I. M. ; PEREIRA, M. de A. Sistemas e custos de produção de gado de corte em Mato Grosso do Sul - regiões de Campo Grande e Dourados. Campo Grande, MS: Embrapa Gado de Corte, 2005. 8 p. (Embrapa Gado de Corte. Comunicado Técnico, 93). COTTA, A. Dicionário de economia. 4 ed. Lisboa: Dom Quixote, 1978. 412 p. FRANK, R. G. Introducción al cálculo de costos agropecuarios. Buenos Aires: El Ateneo, 1978. 34 p. GEMENTE, A. C.; YAMAGUCHI, L. C. T.; RIBEIRO, P .J. Acompanhamento a fazendas produtoras de leite na Zona da Mata de Minas Gerais. Coronel Pacheco: EMBRAPA-CNPGL, 1980. 26 p. (EMBRAPA-CNPGL. Circular Técnica, 6). GONZÁLEZ, M. del C.; PAGLIETTINI, L. L. Los costos agrarios y sus aplicaciones. Buenos Aires: Editorial Facultad de Agronomia, Universidad de Buenos Aires, 2004. 78 p. HOFFMANN, R.; ENGLER, J. J.de C.; SERRANO, O.; THAME, A. C. de M.; NEVES, E. M. Administração da Empresa Agrícola. São Paulo: Pioneira, 1976. 323 p. JOSÉ, M. Brasil ainda usa pouco a tecnologia: pesquisa com pecuaristas de corte revela potencial. DBO Rural, ano 23, n. 281, p.12, mar. 2004. MARTIN, N. B.; SERRA, R.; OLIVEIRA, M. D. M.; ÂNGELO, J. A.; OKAWA, H. Sistema integrado de custos agropecuários - Custagri. Informações Econômicas, São Paulo, v.28, n.1, p.7- 28, jan. 1998. MATSUNAGA, M.; MARTIN, N. Metodologia de custos de produção utilizada pelo I.E.A. Agricultura em São Paulo, São Paulo, v. 23, t.1, 1976. MELO FILHO, G. A. de; COSTA, F. P. ; CORRÊA, E. S. ; PEREIRA, M. de A. ; CEZAR, I. M. ; NETTO, F. G. da S. Sistema e custo de produção de gado de corte no Estado de Rondônia. Campo Grande, MS: Embrapa Gado de Corte, 2005. 7 p. (Embrapa Gado de Corte. Comunicado Técnico, 92). Produto Produção (cab.) Peso carcaça (@/cab.) Produção total (@) Preço (R$/@) Valor total (R$) Participação (%) Boi gordo 183 17 3.109 43,00 133.708,27 71 Vaca gorda 66 13 820 36,00 29.536,65 16 Touruno gordo 2 20 38 36,00 1.350,25 1 Bezerra desmamada(1) 112 - - 221,65 24.883,49 13 Receita total - - - - 189.478,66 100 Produtos(1) Custo total Custo operacional(2) Desembolsos (R$) (US$) (R$) (US$) (R$) (US$) Boi gordo (arroba) 60,17 25,07 45,22 18,84 23,39 9,75 Vaca gorda (arroba) 50,38 20,99 37,86 15,77 19,59 8,16 Touruno gordo (arroba) 50,38 20,99 37,86 15,77 19,59 8,16 Bezerra desmamada (cabeça) 310,17 129,24 233,07 97,11 120,59 50,25
  • 8. 8 Custos de produção na pecuária de corte Exemplares desta edição podem ser adquiridos na: Embrapa Gado deCorte Endereço: Rodovia BR 262, Km 4, Caixa Postal 154, 79002-970 Campo Grande, MS Fone: (67) 3368-2083 Fax: (67) 3368-2083 E-mail: publicacoes@cnpgc.embrapa.br 1a edição 1a impressão (2007): 500 exemplares Presidente: Cleber Oliveira Soares Secretário-Executivo: Gracia Maria S. Rosinha Membros:Antonio do N.Rosa, Ecila CarolinaN. Z. Lima, Geraldo Augusto de Melo Filho, Gracia Maria S. Rosinha, Lúcia Gatto,Manuel Antônio C. Jacinto, MariaAntonia M. de U. Cintra, Tênisson Waldow de Souza, Wilson Werner Koller Supervisão editorial: EcilaCarolina N. Zampieri Lima Revisão de texto: Lúcia HelenaPaula do Canto Tratamento das ilustrações: Ecila Carolina N. Z. Lima Editoração eletrônica:Ecila CarolinaN. Zampieri Lima Comitê de publicações Expediente Comunicado Técnico, 104 NIX, J. Farm management pocketbook. Ashford: Wye College Press, 1995. 220 p. SOLDATELI, D.; HOLZ, E.; TREVISAN, I.; ECHEVERRIA, L. C. R..; SANTOS, O. V. dos; NADAL, R. de; PINHEIRO, S. L. G. Glossário de termos de administração rural. In: SEMINÁRIO DE ADMINISTRAÇÃO RURAL, 2., 1992, Concórdia. Anais... Florianópolis: Epagri, 1993. p.75-105. SPILLMAN, W. J.; LONG, E. The law of dimimishing returns. New York: World Book Co., 1924. VALE, S. M. L. R.; GOMES, M. F. M. Análise econômica da empresa rural. Brasília, DF: ABEAS, 1997. 67 p. (Curso de Especialização por Tutoria à Distância. Módulo 2: Curso de Administração Rural).