1. O GRANDE DITADOR
Durante a 1ª Guerra Mundial, um barbeiro judeu perde a memória em
um acidente, no qual salva a vida do piloto militar Schultz. Anos depois, ao
retornar à barbearia, ele encontra a Tomânia sob o domínio do ditador Adenoid
Hynkel e os judeus restritos ao gueto.
Hynkel, cuja imponência arranca saudações de multidões, planeja
dominar o mundo e o primeiro passo é invadir o país vizinho, Osterlich. A
estratégia também inclui o extermínio dos judeus, capturados e mandados aos
campos de concentração.
O barbeiro judeu e o agora comandante Schultz, acusados de
defenderem os interesses do povo perseguido, vão presos. A dupla consegue
fugir e, devido às semelhanças físicas, o barbeiro é confundido com o ditador e
acaba discursando em seu lugar.
TEMA
Regimes autoritários; Nazismo; Antissemitismo; Macarthismo.
ATIVIDADES SUGERIDAS
Antes de apresentar o filme o professor deve orientar os alunos para e
durante o filme o professor deve estar atento
Após apresentar o filme e discutir passagens de algumas cenas com os
alunos, o professor deve procurar sanar dúvidas que venham a surgir. Após
distribuir
1 – Qual o tema do filme? O que os realizadores do filme tentaram nos
contar? Eles conseguiram passar sua mensagem? Justifique sua resposta.
2 – Você assimilou/aprendeu alguma coisa com este filme? O quê?
3- Algum elemento do filme não foi compreendido?
4 – Do que você mais gostou neste filme? Por quê?
5- Qual o seu personagem favorito no filme? Por quê?
6- Qual é o personagem de que você menos gostou? Por quê?
7- A imagem abaixo mostra o ditador Adenoyd Hinkel observando um
globo terrestre. Essa cena é uma das cenas mais marcantes do cinema e pode
suscitar debates interessantes em sala de aula:
2. – Peça para que os alunos comentem a cena anotando suas principais
impressões.
– Relacionando com a mentalidade expansionista Nazista, a ideia da
utilização do globo chama a atenção. Porquê? O que Chaplin quis mostrar com
essa cena?
– Ao final da cena, o globo explode e o ditador fica frustrado… peça para
os alunos analisarem qual a intenção de Chaplin com esse “desfecho”.
8- Faça uma breve pesquisa sobre os principais acontecimentos da
época em que o filme foi lançado.
9 – Se possível, recomendamos ao professor que vá trabalhar com o
filme O Grande Ditador que assista também o documentário “The tramp and
the Ditactor” (O vagabundo e o ditador) encontrado no disco dois (dvd de
extras) do filme.
Esse documentário estabelece
uma interessante comparação entre CHAPLIN e HITLER, a começar pela
primeira frase, proferida pelo narrador (o ator e diretor Kenneth Bragnnah):
Charles Chaplin e Adolf Hitler “tinham muito mais em comum do que o bigode:
Nasceram na mesma semana, no mesmo mês, no mesmo ano. […] Destes
3. dois parias que deixaram a pátria para conquistar o mundo, um tornou-se o
mais amado e o outro, o mais odiado da sua época”.
10 – Divida a sala em 2 grupos e peça para que pesquisem sobre a
biografia de Adolf Hitler, “símbolo de destruição” e Charles Chaplin, “símbolo de
riso”.
11 – Qual a atitude de Hollywood durante a ascensão Nazista e a
Segunda Guerra Mundial? Nessa época, quais tipos de filmes em geral foram
produzidos? Nesse contexto, qual a importância de O Grande Ditador para a
época?
Após apresentar essas informações para os alunos, peça para que
analisem o discurso final do filme*.
12– Em 1952 Chaplin tem a entrada impedida nos EUA por conta do
clima político do Macarthismo. Peça para os alunos pesquisarem o que foi o
Marcathismo relacionando o último discurso de O Grande ditador com tal
acontecimento.
* O último discurso de “O Grande Ditador” na íntegra:
Sinto muito, mas não pretendo ser um imperador. Não é esse o meu
ofício. Não pretendo governar ou conquistar quem quer que seja. Gostaria de
ajudar – se possível – judeus, o gentio… negros… brancos.
Todos nós desejamos ajudar uns aos outros. Os seres humanos são
assim. Desejamos viver para a felicidade do próximo – não para o seu
infortúnio. Por que havemos de odiar e desprezar uns aos outros? Neste
mundo há espaço para todos. A terra, que é boa e rica, pode prover a todas as
nossas necessidades.
O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza, porém nos
extraviamos. A cobiça envenenou a alma dos homens… levantou no mundo
as muralhas do ódio… e tem-nos feito marchar a passo de ganso para a
miséria e os morticínios. Criamos a época da velocidade, mas nos sentimos
enclausurados dentro dela. A máquina, que produz abundância, tem-nos
deixado em penúria. Nossos conhecimentos fizeram-nos céticos; nossa
inteligência, empedernidos e cruéis. Pensamos em demasia e sentimos bem
4. pouco. Mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Mais do que de
inteligência, precisamos de afeição e doçura. Sem essas virtudes, a vida será
de violência e tudo será perdido.
A aviação e o rádio aproximaram-nos muito mais. A própria natureza
dessas coisas é um apelo eloqüente à bondade do homem… um apelo à
fraternidade universal… à união de todos nós. Neste mesmo instante a minha
voz chega a milhares de pessoas pelo mundo afora… milhões de
desesperados, homens, mulheres, criancinhas… vítimas de um sistema que
tortura seres humanos e encarcera inocentes. Aos que me podem ouvir eu
digo: “Não desespereis! A desgraça que tem caído sobre nós não é mais do
que o produto da cobiça em agonia… da amargura de homens que temem o
avanço do progresso humano. Os homens que odeiam desaparecerão, os
ditadores sucumbem e o poder que do povo arrebataram há de retornar ao
povo. E assim, enquanto morrem homens, a liberdade nunca perecerá.
Soldados! Não vos entregueis a esses brutais… que vos desprezam…
que vos escravizam… que arregimentam as vossas vidas… que ditam os
vossos atos, as vossas idéias e os vossos sentimentos! Que vos fazem
marchar no mesmo passo, que vos submetem a uma alimentação regrada, que
vos tratam como gado humano e que vos utilizam como bucha de canhão! Não
sois máquina! Homens é que sois! E com o amor da humanidade em vossas
almas! Não odieis! Só odeiam os que não se fazem amar… os que não se
fazem amar e os inumanos!
Soldados! Não batalheis pela escravidão! Lutai pela liberdade! No
décimo sétimo capítulo de São Lucas está escrito que o Reino de Deus está
dentro do homem – não de um só homem ou grupo de homens, ms dos
homens todos! Está em vós! Vós, o povo, tendes o poder – o poder de criar
máquinas. O poder de criar felicidade! Vós, o povo, tendes o poder de tornar
esta vida livre e bela… de faze-la uma aventura maravilhosa. Portanto – em
nome da democracia – usemos desse poder, unamo-nos todos nós. Lutemos
por um mundo novo… um mundo bom que a todos assegure o ensejo de
trabalho, que dê futuro à mocidade e segurança à velhice.
É pela promessa de tais coisas que desalmados têm subido ao poder.
Mas, só mistificam! Não cumprem o que prometem. Jamais o cumprirão! Os
ditadores liberam-se, porém escravizam o povo. Lutemos agora para libertar o
5. mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à
prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o
progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da
democracia, unamo-nos!
Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontrares, levanta os olhos! Vês,
Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da
treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo – um mundo melhor, em
que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os
olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa
para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os
olhos!
6. mundo, abater as fronteiras nacionais, dar fim à ganância, ao ódio e à
prepotência. Lutemos por um mundo de razão, um mundo em que a ciência e o
progresso conduzam à ventura de todos nós. Soldados, em nome da
democracia, unamo-nos!
Hannah, estás me ouvindo? Onde te encontrares, levanta os olhos! Vês,
Hannah? O sol vai rompendo as nuvens que se dispersam! Estamos saindo da
treva para a luz! Vamos entrando num mundo novo – um mundo melhor, em
que os homens estarão acima da cobiça, do ódio e da brutalidade. Ergue os
olhos, Hannah! A alma do homem ganhou asas e afinal começa a voar. Voa
para o arco-íris, para a luz da esperança. Ergue os olhos, Hannah! Ergue os
olhos!