Ha muitas moradas na Casa de meu Pai - Palestra Espirita
educador 3 t13
1.
2. 1
2013 - Valorizando a
Nova Geração
Como já falamos, a CBB elegeu este
ano como: “Ano da Nova Geração”
Esta nova geração é conhecida como Geração Z por ser composta
de pessoas nativas digitais, estando muito familiarizadas com a World
Wide Web (www – Rede Mundial de Internet).
Em sua maioria, nunca concebeu o planeta sem computador, face,
chats, telefone celular, tablet. Sua maneira de pensar foi influenciada
desde o berço pelo mundo complexo e veloz que a tecnologia engen-
drou. Para eles, a globalização não foi um valor adquirido no meio
da vida a um custo elevado. Aprenderam a conviver com ela desde a
infância. Como informação não lhes falta, está um passo à frente dos
mais velhos, concentrados em adaptar-se aos novos tempos, aos novos
desafios. Ela precisa aprender a selecionar e separar o joio do trigo.
Esta é a Nova Geração. Este é o nosso desafio. Nosso objetivo. Nesta
edição, teremos um artigo sobre esta geração.
A nossa entrevistada é a Profª Liliane Pessanha dos Santos Ravani,
redatora da revista Vivendo (aluno e professor) da EBD editada pelo
Departamento de Educação Religiosa da Convenção Batista Brasileira,
que nos dá uma visão do trabalho que vem realizando à frente desta
importante faixa etária, os juniores, dentro da Geração Z.
A Profª Débora Bastos Carnon Dantas fará a conclusão do estudo
sobre Inteligência emocional do professor, destacando “A vivência da
inteligência emocional na escola”.
A Profª Eliene Pereira da Silva Dias, em seu artigo “As competências
do cristão do século XXI”, aborda que estamos vivendo dias complica-
dos. São muitas informações, muitas mudanças, muita pressa, muitas
atividades. Nesse ritmo, imposto pela globalização, as famílias já in-
corporam novos conceitos, o certo e o errado se confundem e os valo-
res se tornaram, para muitos, relativos e não absolutos.
O Pr. Roberto Ramos da Silva fala sobre a imagem que os cientistas
evolucionistas fazem questão de vender para a sociedade, para os nos-
sos filhos no artigo “Teoria da evolução – É ciência ou religião o que se
ensina em nossas escolas e faculdades?
Em Para Pensar, dando ênfase ao mês de setembro, a Profª Ruth
Pessanha Vianna relembra as experiências marcantes em seu viver e
faz uma pergunta: “Será que é exatamente lá, em algum lugar do passa-
do, que adormeceu o sentimento de patriotismo de muita gente, filhos
desse Brasil imenso, exuberante, celeiro que vem alimentando outras
nações desde a sua descoberta?”
Nos demais artigos refletiremos sobre a Bíblia, a Palavra de Deus,
além de muitas novidades e informações que, por certo, serão bênçãos
para todos nós, leitores.
Que sejamos desafiados a ser: “luz, sal, fermento, carta e testemu-
nhas de Cristo”.
EDUCADOR
ISSN 1984-8668
Ano XVII – No
82 – 3T13
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da Convenção Batista Brasileira, dirigida a
educadores religiosos, professores de EBD,
estudantes e líderes em geral
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Colaboradores desta edição
Alcione Alves Ribeiro Duarte Lima, PE
Berenice Toledo Gomes, MG
Débora Bastos Carnon Dantas, MA
Eliene Pereira da Silva Dias, DF
Israel Belo de Azevedo, RJ
Jane Esther de Paula Rosa, RJ
Liliane Pessanha dos Santos Ravani, RJ
Sirlene da Costa Albuquerque, RS
Roberto Ramos da Silva, SC
Ruth Pessanha Vianna, RJ
Silvino Carlos Figueira Netto, RJ
Nossa missão:
“Viabilizar a cooperação entre as igrejas
batistas no cumprimento de sua missão
como comunidade local”
EDITORIAL
3. 2
ÍNDICE
1
2
3
Entrevista
Educação Teológica
ParaPensar
7
8
14
18
22
26
27
31
32
28
29
Educação Geral
Educação Cristã
Expediente e Editorial
Valorizando a Geração Z
Jane Esther Monteiro de Souza de Paula Rosa
Índice
Entrevista
2013 – Ano da Nova Geração
Liliane Pessanha dos Santos Ravani
Resenha
Gente cansada de igreja
Berenice Toledo Gomes
Educação Geral
Inteligência Emocional do Professor (última parte)
Débora Bastos Carnon Dantas
Educação Teológica
Teoria da evolução – É ciência ou religião o que se ensina em nossas escolas e
faculdades?
Isaltino Gomes Coelho Filho
Educação Cristã
As competências do cristão do século 21
Eliene Pereira da Silva Dias
Educação Cristã
O que é a Geração Z? Desafio para a igreja nos tempos pós-modernos
Jane Esther Monteiro de Souza de Paula Rosa
Educador em Destaque
Alcione Alves Ribeiro Duarte Lima
Para Pensar
Em algum lugar do passado
Ruth Pessanha Vianna
Da Mesa da Redação
Espaço do Leitor
Vale a pena LER de novo
Como despertar na criança o interesse pela leitura
Silvino Carlos Figueira Netto
Sugestão de Livros
Em verdade vos digo – Autor: Salovi Bernardo
Irmãos, nós não somos profissionais – Autor: John Piper
A religião de Darwin – Autor: Roberto Ramos
Última Palavra
Quem mexeu no meu queijo
Sirlene da Costa Albuquerque
4. Liliane Pessanha dos Santos Ravani
3
C
omo já temos conhecimento,
a Convenção Batista Brasileira
elegeu este ano como “Ano
da Nova Geração”, tendo como
divisa o texto de Provérbios 22.6:
“Eduque a criança no caminho em
que deve andar e até o fim da vida
não se desviará dele”.
A convidada deste trimestre para
nos dar esta entrevista, apresentan-
do-nos uma visão do trabalho que
vem realizando, é a irmã Liliane Pes-
sanha dos Santos Ravani, redatora
da revista Vivendo (aluno e profes-
sor) para a faixa etária de 9 a 12 anos
– nossos juniores (Escolar II) da EBD
editada pelo Departamento de Edu-
cação Religiosa da Convenção Batis-
ta Brasileira.
Revista Educador – Gostaríamos
de saber um pouco a respeito de
Liliane Pessanha dos Santos Ravani:
família (pai, mãe, esposo, filhos etc.),
igreja, trabalho etc.
Profa
Liliane – Nasci no Rio de Ja-
neiro, aceitei Jesus aos 16 anos. Sou
casada desde 1995, com a bênção
chamada Júlio Ravani, educador e
pastor segundo o coração de Deus;
temos um filho: Júlio Jr. (16 anos).
2013 – Ano da Nova Geração
Tenho formação em Teologia, Marke-
ting e Pedagogia, área em que tam-
bém curso Pós-Graduação em Educa-
ção Tecnológica (CEFET) e Educação
à Distância – EAD (UFF). Servi na
igreja como professora, diretora da
EBD e Educadora Religiosa. Fui pre-
sidente do Conselho Administrativo
do CIEM, Gerente de Comunicação
e Marketing da JMM, Coordenado-
ra de Estratégias da JMN e Redatora
da revista Diálogo e Ação (JUERP).
Sou servidora pública, trabalhando
como educadora, capelã escolar e
jornalista. Desde 1998 sou redatora
da revista Vivendo.
Revista Educador – Como a irmã
já sabe, a ênfase da CBB para este ano
é: “VALORIZANDO A NOVA GERA-
ÇÃO.” Qual a palavra da irmã com
relação a esta ênfase?
Profª Liliane – Vivemos em um
admirável mundo novo, onde es-
tamos imersos em um oceano de
dados e conhecimentos. Ao mesmo
tempo em que ficamos entusiasma-
dos com tantas novas possibilidades,
ainda não sabemos direito o que
fazer com tantas coisas. Neste con-
texto estão inseridas nossas crian-
ças e adolescentes. Ser exemplo no
cuidado e na valorização da criança
e do adolescente requer amadure-
cimento espiritual na vida cristã, o
que não acontece apenas em uma
sala de EBD, lendo livros evangéli-
cos, ouvindo música gospel ou até
sermões e, sim, no estudo profundo
e na prática constante da Palavra de
Deus. Percebo que a Bíblia é muito
pouco lida e muitos a leem de ma-
neira mística ou apenas para afirmar
suas próprias convicções religiosas
ou pessoais.
Revista Educador – O desafio
do ensino religioso, na educação
juvenil, em nossas igrejas, é muito
grande. A formação, a experiência,
a prática do professor é de vital
importância. Como podemos fazer
esta avaliação?
Profª Liliane – Muita gente ain-
da pensa que um bom professor é
aquele que passa a aula toda falan-
do. A educação mudou. O professor
da EBD precisa oferecer aos alunos
novas oportunidades de aprendiza-
gem como passeios, projetos sobre
temas, conteúdos de mídia (pro-
gramas de TV, notícias de jornais,
sites). A forma de ensinar também
mudou. A sala da EBD deve ser
considerada como um ambiente
de aprendizagem e comunicação,
onde os nossos juniores aprendem
uns com os outros sobre a Palavra
de Deus. O professor nada mais é
do que um mediador, estimulando
a aprendizagem e mobilizando a
inteligência do grupo.
SER EXEMPLO NO CUIDADO
E NA VALORIZAÇÃO DA
CRIANÇA E DO ADOLESCENTE
REQUER AMADURECIMENTO
ESPIRITUAL NA VIDA CRISTÃ, O
QUE NÃO ACONTECE APENAS
EM UMA SALA DE EBD,
LENDO LIVROS EVANGÉLICOS,
OUVINDO MÚSICA GOSPEL
OU ATÉ SERMÕES E, SIM, NO
ESTUDO PROFUNDO E NA
PRÁTICA CONSTANTE DA
PALAVRA DE DEUS
ENTREVISTA
5. 4
MUITA GENTE AINDA PENSA
QUE UM BOM PROFESSOR É
AQUELE QUE PASSA A AULA
TODA FALANDO
Revista Educador – Múltiplas, di-
ferentes e conflituosas são as lingua-
gens na educação juvenil. Fale um
pouco sobre isto.
Profª Liliane – Nossos alunos es-
tudam por motivação e estão co-
nectados uns com os outros. Na-
vegam por conteúdos diferentes
e pesquisam mais sobre o assunto
que lhes interessa. O júnior obser-
va o mundo de maneira diferen-
te dos adultos e tem como buscar
o conhecimento. Ele tem acesso a
todo tipo de informação, inclusive
de cunho religioso. O que, de cer-
ta forma, exige do professor um
preparo cada vez maior. Tudo isso
pode e deve ser bem conduzido. O
professor precisa conversar com o
aluno, acompanhar suas atividades
na igreja, incentivá-lo na leitura da
Palavra de Deus, estimulá-lo a cum-
prir os compromissos eclesiásticos e
acompanhar o seu desenvolvimento
espiritual. Informar-se sobre educa-
ção e, principalmente, ser exemplo
de conduta e de atitude cristã são
itens essenciais a qualquer líder da
EBD.
Revista Educador – Sabemos que
o conteúdo didático das revistas de
cada faixa etária deve adequar a lin-
guagem à realidade dos alunos das
diversas regiões e níveis culturais do
nosso país. Destaca-se, também, a
logicidade das divisões em relação
ao tema central do comentário das
lições. Como tem sido para a irmã
trabalhar esta pluralidade cultural?
Profª Liliane – Precisamos verifi-
car o mundo cultural do aluno, pois
nos ajuda a lançar mão de recursos
didáticos para irmos ao encontro
de suas diferenças, respeitando-
as, convivendo e aprendendo com
elas à medida que possibilitem uma
formação pautada na Palavra de
Deus. Mesmo sabendo que os ob-
jetos e situações educacionais são
hipercomplexos, o currículo deve
apresentar uma seleção de saberes,
conhecimentos, atividades, com-
petências e valores voltados para a
Palavra de Deus. Apesar da homo-
geneização curricular, na revista do
professor há espaço para situações
curriculares específicas e suas sin-
gularidades.
Revista Educador – Não é novi-
dade para os pais e professores que
a pré-adolescência é um período
difícil. Como interagir e ensinar os
preceitos da Palavra de Deus a me-
ninos e meninas que já questionam
e já contestam tudo?
Profª Liliane – A Educação Cristã
começa no lar. Muitos pais ainda
não sabem se é melhor educar com
rigidez ou com liberdade. Conheço
pais exagerados, exigentes e outros
totalmente permissivos. Alguns pais
não dão o exemplo cristão e costu-
mam reclamar da igreja. É inadmis-
sível transferir para qualquer outra
instituição aquilo que compete à
família. Em educação, o equilíbrio
é sempre a melhor opção, desde
que pautado na Palavra de Deus.
Revista Educador – Em suas ca-
racterísticas físicas, os juniores têm
um período mais longo de atenção,
desejam atividade intensa, gostam
de competição, são extremamente
barulhentos e gosta muito de lutar.
Como têm sido as estratégias da
irmã para elaborar a parte pedagó-
gica para os professores?
Profª Liliane – Os pilares da edu-
cação da UNESCO para o século 21
são: aprender a conhecer, aprender
a fazer, aprender a ser e aprender a
conviver. O professor de hoje é um
orientador da aprendizagem e pes-
quisa. Ele estimula os alunos a par-
ticiparem na troca de experiências.
Nosso objetivo é levar o professor
da EBD a traçar estratégias para o
aluno conhecer, de forma autôno-
ma e integrada, os caminhos de sua
aprendizagem espiritual. O profes-
sor deve ser um arquiteto cognitivo
que utiliza mídias e novas tecno-
logias e abre espaços de aprendi-
zagem para além da sala de aula.
Na Educação Cristã, o ensino deve
estar ligado com a vida do aluno e
o método mais eficaz é aquele em
que o júnior ou adolescente é o
O JÚNIOR OBSERVA O
MUNDO DE MANEIRA
DIFERENTE DOS ADULTOS
E TEM COMO BUSCAR O
CONHECIMENTO. ELE TEM
ACESSO A TODO TIPO DE
INFORMAÇÃO, INCLUSIVE DE
CUNHO RELIGIOSO. O QUE,
DE CERTA FORMA, EXIGE DO
PROFESSOR UM PREPARO
CADA VEZ MAIOR
6. 5
principal ator do processo educa-
tivo, podendo expressar e conviver
ativamente com a Palavra de Deus.
Revista Educador – Uma das ca-
racterísticas mentais dos juniores é
que eles retêm praticamente tudo
o que aprendem, pois têm boa me-
mória. Além disso, são muito vivos,
indagadores, estão formando hábi-
tos. Como a irmã elabora o suporte
pedagógico para os professores res-
saltando estas características?
Profª Liliane – Para alcançarmos
uma educação cristã de qualidade,
ler é fundamental. A leitura é mui-
to importante porque, entre outras
competências, ajuda a desenvolver
a imaginação, a criatividade, a ca-
pacidade de interpretar, de comu-
nicar e de expressar. É essencial o
estudo da Palavra para ensinar a
Palavra. Não há alternativa. Hoje,
temos acesso às ferramentas que
permitem um estudo muito provei-
toso. Dicionários bíblicos, comen-
tários, Bíblias de estudo etc. são
fundamentais, contudo, é preciso
humildade espiritual e vida santifi-
cada para deixar Deus nos ensinar
por meio da sua Palavra.
Revista Educador – Falando um
pouco mais das características de
nossos juniores, sabemos que so-
cialmente eles gostam de grupos (do
mesmo sexo), gostam de ter respon-
sabilidades, gostam de heróis, muitas
vezes rebelam-se contra autoridades.
Como tem sido para irmã preparar
e redigir as lições para eles, dando
ênfase a estas características?
Profª Liliane – O júnior do mun-
do contemporâneo é hiperestimu-
lado. A questão é o que vamos
fazer com estas crianças de hoje.
O que a igreja pode e o que quer
fazer por elas? Entendo que é en-
sinar a praticar a Palavra de Deus.
O conteúdo de nossas revistas é
essencialmente bíblico. Na Bíblia,
encontramos orientações para o vi-
ver diário, independentemente da
idade.
fotos/vídeos; usar a agenda; baixar
arquivos; assistir TV; bater papo;
navegar na internet. Diante desta
realidade, a igreja de Cristo pre-
cisa ousar. A Escola Bíblica e seus
professores precisam falar a língua
da Geração Z. Não podemos con-
tinuar ensinando como fazíamos há
15 anos. Os meios de comunicação
e as tecnologias digitais trouxeram
muitos questionamentos. O ado-
lescente está habituado à interati-
vidade, às tecnologias divertidas,
à navegação sem barreiras na in-
ternet. Com tanta atração não dá
para a EBD manter o modelo tra-
dicional, onde apenas o professor
fala e os demais apenas ouvem. As
aulas precisam motivar os alunos,
despertar o interesse. O professor
é um facilitador, um parceiro na
aventura de conhecer a Palavra de
Deus.
Revista Educador – Durante sua
trajetória como redatora, tem algu-
ma experiência marcante que pode-
ria compartilhar?
Profª Liliane – Várias. Uma bem
agradável foi na PIB da Penha, RJ,
onde uma aluna estava elogiando
a revista de maneira entusiasmada,
sem saber que eu estava lá e que
Revista Educador – Como lidar
com esta faixa etária na época da
tecnologia, da Geração Z?
Profª Liliane – As crianças e jo-
vens brasileiros estão cada vez mais
conectadas às telas e tecnologias
digitais: 75% dos adolescentes entre
10 e 18 anos afirmam navegar na
internet, enquanto entre as crianças
de 6 a 9 anos esse índice é de 47%.
Os dados fazem parte da pesquisa
Gerações Interativas Brasil – Crian-
ças e jovens diante das telas. Pela
ordem, a geração interativa utiliza o
aparelho celular para: falar (90%);
mandar mensagens (40%); ouvir
música ou rádio; jogar; como reló-
gio/despertador; como calculado-
ra; fazer fotos; gravar vídeos; ver
CONHEÇO PAIS EXAGERADOS,
EXIGENTES E OUTROS
TOTALMENTE PERMISSIVOS.
ALGUNS PAIS NÃO DÃO
O EXEMPLO CRISTÃO E
COSTUMAM RECLAMAR DA
IGREJA. É INADMISSÍVEL
TRANSFERIR PARA QUALQUER
OUTRA INSTITUIÇÃO AQUILO
QUE COMPETE À FAMÍLIA
Liliane com seu filho Júlio Jr e seu esposo, Pr. Júlio Ravani
7. Liliane dando uma palestra
6
era a redatora. Foi emocionante!
Sem falar em e-mail de agradeci-
mento pela edificação espiritual e
até conversões. A Deus toda honra
e glória!
Revista Educador – A Educação
Religiosa está ligada ao ensino da
Palavra para que possamos alcançar
maturidade cristã. Quais são os re-
cursos que a igreja pode disponibili-
zar para alcançar esse resultado na
educação dos juniores?
Profª Liliane – Precisamos aban-
donar a caixinha da mesmice. É
preciso transformar e trocar ideias.
A essência não muda, isto é, a Bí-
blia é a nossa regra de fé e prática.
Porém, a forma, os métodos podem
e devem mudar. Hoje, a tecnolo-
gia está impulsionando as pessoas
a encontros de massa no mundo
real e pode e deve ser usada como
ferramenta de relacionamentos. Por
que não criar um grupo de estudo
nas redes sociais? Por que não uti-
lizar vídeos no youtube, músicas
no mp3, fotos do celular, mensa-
gens de textos, multimídia, blog,
na educação cristã? Estudiosos afir-
mam que estamos na era da cria-
tividade e generosidade coletiva.
Precisamos direcionar o potencial
dos nossos alunos para o comparti-
lhamento bíblico, numa sociedade
que vive uma revolução de valores
morais e sociais. Aprender não é
diversão, mas pode ser algo muito
interessante na vida cristã. A sala
de aula deve enfatizar um apren-
dizado essencialmente bíblico, in-
corporando experiências cristãs. A
grande tarefa do educador cristão é
ensinar a pensar e a fazer a media-
ção pedagógica.
Revista Educador – Qual a par-
ticipação da família no processo de
ensino-aprendizagem dos juniores?
Profª Liliane – Sabemos que edu-
car hoje é algo complexo. Grandes
são os desafios: a internet, as dro-
gas, a violência. O que deve dimi-
nuir é a distância entre a família e
a igreja. A igreja não pode assumir
o papel da família e vice-versa. É
urgente que os pais sejam amigos
dos seus filhos e os orientem. Eles
precisam ser tratados com amor e
receber repreensão quando neces-
sário. Pais que amam seus filhos
estabelecem limites. Infelizmente,
hoje quem educa não é a família,
é a mídia, por isso, percebemos
tantas aberrações dentro de nossas
igrejas. Muitos pais estão desinte-
ressados na forma de educação dos
seus filhos. Deixam de lado suas
responsabilidades e acham que a
responsabilidade é da igreja, do
professor da EBD. Muitos juniores
são criados num mar de subjetivis-
mo bíblico, testemunhos relativos e
vidas de aparência cristã, o que os
deixam muito confusos e vulnerá-
veis às ciladas do inimigo. Os pais
devem inquirir persistentemente: o
que estamos ensinando aos nossos
filhos?
Revista Educador – Quais são as
sugestões que a irmã pode dar para
as igrejas, associações e convenções
que não estão usando a nossa lite-
ratura?
Profª Liliane – A produção edi-
torial tem aumentado muito e a li-
berdade de escolha é fundamental.
O grande problema é a fragilidade
das igrejas que acabam utilizando
revistas de má qualidade doutriná-
ria. A igreja precisa analisar criterio-
samente o que tem ensinado às suas
crianças e adolescentes. Vejo muito
material com hermenêutica equivo-
cada, erros gravíssimos sobre temas
bíblicos, desvios doutrinários etc. A
revista Vivendo preza e zela pelo
conteúdo bíblico de qualidade.
A IGREJA PRECISA ANALISAR
CRITERIOSAMENTE O QUE
TEM ENSINADO ÀS SUAS
CRIANÇAS E ADOLESCENTES.
VEJO MUITO MATERIAL
COM HERMENÊUTICA
EQUIVOCADA, ERROS
GRAVÍSSIMOS SOBRE
TEMAS BÍBLICOS, DESVIOS
DOUTRINÁRIOS ETC. A
REVISTA VIVENDO PREZA
E ZELA PELO CONTEÚDO
BÍBLICO DE QUALIDADE
Revista Educador – A Revista
Educador é relevante neste novo
contexto da CBB?
Profª Liliane – Sim. Precisamos
informar e formar professores críti-
cos, éticos e bem preparados para
este tempo.
8. 7
SINOPSE
“Não vou mais à igreja!”; “Estou
dando um tempo porque cansei
de falsidade!”; “Por que preciso ir
aos cultos se posso orar e adorar a
Deus aqui mesmo, em minha casa?”
Decisões e questionamentos como
estes são cada vez mais comuns no
segmento evangélico brasileiro. Nos
últimos tempos, mais e mais crentes
têm abandonado suas igrejas, in-
satisfeitas com o rumo de sua vida
espiritual, com a liderança eclesiás-
tica, com os irmãos na fé, com a fal-
ta de estacionamento no templo e
até mesmo com a precariedade do
departamento infantil. Motivos não
faltam, sejam razoáveis ou não; mas
o fato é que a quantidade de “desi-
grejados” não para de crescer. Eles
não são, exatamente, crentes des-
viados, que abandonaram a fé e caí-
ram no mundo. Mas o caminho que
escolheram, longe da comunhão, é
arriscado, e mesmo que não os leve
a deixar o evangelho, certamente
vai privá-los de muitas bênçãos que
ainda acontecem na boa e velha
igreja. E o pior é que correm o risco
de ficar exatamente como mostra a
imagem da capa: fósforos apagados.
RESUMO
Em Gente cansada de igreja, o pas-
tor Israel Belo de Azevedo escreve
para esse tipo de gente. É gente can-
sada de fazer coisas na igreja e re-
ceber em troca críticas e ingratidão.
Gente cansada por não ter espaço
para fazer nada. Gente cansada de
GENTE CANSADA
DE IGREJA
Autor: Israel Belo de Azevedo
esperar coerência entre discurso e
prática. Gente cansada de pastores
que dizem: faça o que eu digo, mas,
não faça o que faço. Simplesmente,
gente cansada de tudo. Contudo,
longe de ser uma obra pessimista,
o livro é, ao contrário, um estímu-
lo para a fé do leitor, ajudando-o a
lembrar os valores básicos do evan-
gelho e a ênfase bíblica no valor
da comunhão. O autor não se fur-
ta de admitir os problemas básicos
que afetam toda igreja: “desunião,
inação, autoritarismo da liderança,
religiosidade e, sobretudo, o pe-
cado que destrói. O inimigo veio
para matar, roubar e destruir – mas
lembra que a igreja, como corpo de
Cristo, ainda é o melhor lugar para
o crente.
POR QUE LER ESTE LIVRO
Estima-se que, no Brasil, haja
cerca de 35 milhões de cristãos
evangélicos“ e que outros tantos
já passaram por alguma igreja,
mas, pelos motivos mais variados,
não permaneceram ali. No mo-
mento em que o questionamento
à igreja aumenta dentro e fora dos
templos, Gente cansada de igreja
oferece respostas pertinentes.
Com vasta experiência no pasto-
reio, aconselhamento e adminis-
tração eclesiástica, Israel Belo de
Azevedo mostra que é possível
superar o desânimo espiritual e
colaborar para que a congregação
dos santos seja uma bênção na
vida individual de seus membros
e para o mundo.
QUEM DEVE LER ESTE LIVRO
Cristãos que buscam novas mo-
tivações para sua vida espiritual e
também aqueles que desistiram de
pertencer a uma comunidade re-
ligiosa. É leitura indicada também
a pastores, missionários, evangelis-
tas e outros obreiros que exercem
liderança no corpo de Cristo, bem
como professores e alunos de Es-
cola Bíblica Dominical e grupos de
comunhão e crescimento.
Berenice Toledo Gomes
Membro da Igreja Batista Me-
morial em Belo Horizonte, MG.
Bacharel em Teologia e Psicolo-
gia. Pós-graduada em Relações
Humanas. Professora de EBD
dos Adolescentes e Professora da
Rede Pública de Ensino no
Ensino Médio.
RESENHA