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Paróquia São Dimas – Catequese Bíblica – Levítico, Números, Deuteronômio
Caríssimos Irmãos,
Finalizaremos hoje o estudo do Pentateuco, com a análise dos livros do
Levítico, Números e Deuteronômio. Renovamos o convite para que todos
tragam suas Bíblias, a fim de acompanhar as remissões.
O Levítico (Lv), terceiro livro do Pentateuco, apresenta as leis para o
culto (Lv 1,1-10,20), a serem seguidas pelos sacerdotes, e também
procura ensinar ao povo o caminho da santidade de vida, como meio de
levá-lo a uma comunhão com o Deus vivo. Sendo Deus santo, Israel,
que Ele escolheu como o seu povo, deve também ser santo (Lv 19,2).
Ao lermos este livro, devemos levar em conta que o conceito de
santidade dos israelitas é, neste ponto, ainda imperfeito, baseado em
atitudes exteriores, mediante a observação de diversas prescrições. O
contexto histórico é importante para que possamos compreender
algumas das leis estabelecidas, como por exemplo, a “lei de talião –
dente por dente, olho por olho” (Lv 24,17-20) que era, na realidade, um
progresso em relação ao costume da época, que era de vingar um mal
sofrido causando-se um mal sete vezes maior.
No Novo Testamento, em passagens da apresentação do Menino Jesus
no Templo e da cura do leproso, em que Jesus ordena que se apresente
ao sacerdote (Lv 14, 2-32), é possível observar que as prescrições do
Levítico ainda estavam em pleno vigor. Entretanto, os sacerdotes e os
“doutores da lei” haviam transformado o relacionamento com Deus em
um ritualismo vazio, o que foi, de fato, alvo das críticas de Nosso
Senhor.
O sacrifício único de Cristo tornou desnecessário o cerimonial do antigo
templo (Hb 10, 1-10), mas é importante ver no Levítico, antes de tudo, a
proposta de um povo que se sente eleito por Deus, e impressiona-se
com Sua grandeza e perfeição, procurando, então, honrá-Lo com o culto
mais perfeito possível (pureza ritual) e servi-lo com a máxima fidelidade
(pureza moral).
Números (Nm) tem este nome pois narra dois recenseamentos do povo
de Israel realizados no deserto. Está intimamente ligado ao livro do
Êxodo.
Ao longo do percurso pelo deserto, Israel deixa de ser um bando
desorganizado de nômades libertado do Egito e vai ganhando uma
consciência nacional e religiosa, e, ao mesmo tempo, vai fazendo
também uma caminhada espiritual. O livro mostra que a essência de
Israel é ser um Povo reunido à volta de Deus e da Aliança. O deserto é o
lugar em que Deus habita e caminha com seu povo, mas é também o
Maria Thereza Tosta Camillo
Paróquia São Dimas – Catequese Bíblica – Levítico, Números, Deuteronômio
lugar do pecado, da ingratidão, da revolta contra Deus, quando o povo
não consegue perceber Sua presença e duvida de Seu amor.
Deus demonstra sempre a sua misericórdia para com o povo, mesmo
quando lhe é infiel, como se verifica do episódio da “serpente de bronze”
(Nm 21), no qual o quarto evangelho enxergou uma prefiguração do
sacrifício de Cristo (Jo 3,14).
O Deuteronômio (Dt) (deuteron=segundo; nomos=lei) consta de cinco
sermões atribuídos a Moisés que recapitulam a lei (1,1-4,43; 4,44-
11,32; 12,1-28,68; 28,69-30, 20; 31,1-29) e da narração do fim da vida
de Moisés (31, 30-34,12). Tais sermões consistem, basicamente, em
exortações dirigidas ao povo a fim de reconhecer a ação divina na
história humana, celebrá-la na liturgia e a corresponder ao amor de
Deus, acatando suas exigências de ordem moral e social.
O Deuteronômio continua a desenvolver a teologia da eleição, já
presente nos livros anteriores: Deus fez, gratuitamente, a sua aliança
com o povo de Israel (Dt 4, 37; 7,7s; 10,14s), entregando-lhe, como
dom, o Decálogo (CIC §2077), cuja perenidade é atestada por Jesus (Mt
19, 16-17). Contudo, enquanto o Êxodo evidencia a distância existente
entre Deus e o homem (Ex 33,20), o Deuteronômio mostra um Deus
próximo de seu povo (Dt 12,5 – Ez 48,35). O Deuteronômio traz a
oração do shemá (“Escuta, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único
Senhor! Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda
a tua alma e com todas as tuas forças” (Dt 6, 4-5)
O amor a Deus sobre todas as coisas é apresentado como o “maior e
primeiro mandamento” (Mt 22, 35-39). “Jesus uniu — fazendo deles um
único preceito — o mandamento do amor a Deus com o do amor ao
próximo, contido no Livro do Levítico: « Amarás o teu próximo como a ti
mesmo » (Lv 19, 18; cf. Mc 12, 29-31). Dado que Deus foi o primeiro a
amar-nos (cf. 1 Jo 4, 10), agora o amor já não é apenas um
«mandamento», mas é a resposta ao dom do amor com que Deus vem ao
nosso encontro.”[1]
No próximo Domingo iniciaremos o estudo dos livros históricos pelo
exame do livro de Josué. Lembramos que os textos destas catequeses
estão sendo disponibilizados na internet, na Página da paróquia no
Facebook.
Fontes: Bíblia Sagrada Ed. Vozes; Bíblia de Jerusalém; Curso Bíblico –
Escola Mater Ecclesiae – Pe. Estêvão Bettencourt OSB; Dehonianos.org
(Roteiro Homilético para a Festa da Exaltação da Santa Cruz - Ano A).
Notas: [1] Carta Encíclica Deus Caritas Est, nº1
Maria Thereza Tosta Camillo

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  • 2. Paróquia São Dimas – Catequese Bíblica – Levítico, Números, Deuteronômio lugar do pecado, da ingratidão, da revolta contra Deus, quando o povo não consegue perceber Sua presença e duvida de Seu amor. Deus demonstra sempre a sua misericórdia para com o povo, mesmo quando lhe é infiel, como se verifica do episódio da “serpente de bronze” (Nm 21), no qual o quarto evangelho enxergou uma prefiguração do sacrifício de Cristo (Jo 3,14). O Deuteronômio (Dt) (deuteron=segundo; nomos=lei) consta de cinco sermões atribuídos a Moisés que recapitulam a lei (1,1-4,43; 4,44- 11,32; 12,1-28,68; 28,69-30, 20; 31,1-29) e da narração do fim da vida de Moisés (31, 30-34,12). Tais sermões consistem, basicamente, em exortações dirigidas ao povo a fim de reconhecer a ação divina na história humana, celebrá-la na liturgia e a corresponder ao amor de Deus, acatando suas exigências de ordem moral e social. O Deuteronômio continua a desenvolver a teologia da eleição, já presente nos livros anteriores: Deus fez, gratuitamente, a sua aliança com o povo de Israel (Dt 4, 37; 7,7s; 10,14s), entregando-lhe, como dom, o Decálogo (CIC §2077), cuja perenidade é atestada por Jesus (Mt 19, 16-17). Contudo, enquanto o Êxodo evidencia a distância existente entre Deus e o homem (Ex 33,20), o Deuteronômio mostra um Deus próximo de seu povo (Dt 12,5 – Ez 48,35). O Deuteronômio traz a oração do shemá (“Escuta, ó Israel! O Senhor, nosso Deus, é o único Senhor! Amarás ao Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todas as tuas forças” (Dt 6, 4-5) O amor a Deus sobre todas as coisas é apresentado como o “maior e primeiro mandamento” (Mt 22, 35-39). “Jesus uniu — fazendo deles um único preceito — o mandamento do amor a Deus com o do amor ao próximo, contido no Livro do Levítico: « Amarás o teu próximo como a ti mesmo » (Lv 19, 18; cf. Mc 12, 29-31). Dado que Deus foi o primeiro a amar-nos (cf. 1 Jo 4, 10), agora o amor já não é apenas um «mandamento», mas é a resposta ao dom do amor com que Deus vem ao nosso encontro.”[1] No próximo Domingo iniciaremos o estudo dos livros históricos pelo exame do livro de Josué. Lembramos que os textos destas catequeses estão sendo disponibilizados na internet, na Página da paróquia no Facebook. Fontes: Bíblia Sagrada Ed. Vozes; Bíblia de Jerusalém; Curso Bíblico – Escola Mater Ecclesiae – Pe. Estêvão Bettencourt OSB; Dehonianos.org (Roteiro Homilético para a Festa da Exaltação da Santa Cruz - Ano A). Notas: [1] Carta Encíclica Deus Caritas Est, nº1 Maria Thereza Tosta Camillo