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BIBLIOLOGIA
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O assunto Bibliologia, compreende o estudo introdutório e auxiliar das Sagradas
Escrituras. Com ele entende...
palavra de Deus, na hora que precisarmos o Espírito de Deus nos instrui
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  1. 1. BIBLIOLOGIA
  2. 2. A.Bibliologia: O assunto Bibliologia, compreende o estudo introdutório e auxiliar das Sagradas Escrituras. Com ele entendemos de que maneira chegou a Bíblia até nós e como estudá- la. A necessidade desse estudo, se dá pelo fato de que sendo a Bíblia um livro divino, veio até nós por canais humanos, tornando-se divino-humana, assim como o é a Palavra Viva, Cristo, que sendo Deus, tornou-se também divino-humano (Jo1:1; Ap 19:13). Através da Bíblia, Deus fala aos homens em linguagem humana, por esse motivo encontramos nela, referências a montanhas, rios, mares, clima, dinheiro, comércio, política, etc. Isto é, Deus, para se fazer entender, vestiu a sua Palavra Escrita com a nossa linguagem, pois se usasse a sua linguagem, nem o mais sábio dos homens, ou o mais brilhante cientista poderia entendê-lo. B. O campo deste assunto: A Bibliologia estuda a Bíblia sob os seguintes pontos de vista: a) Observações gerais sobre sua leitura e estudo. b) Sua estrutura, considerando sua divisão, classificação dos livros, capítulos, versículos particularidades e tema central. c) A Bíblia considerada como livro divino (sua inspiração, infalibilidade, credibilidade) d) A formação do Cânon Sagrado e) A preservação e tradução do texto Bíblico f) Formas erradas de se estudar e considerar a Bíblia, como: a) Bibliolatria, b) Bibliomancia. C. A Razão da necessidade das Escrituras Isto está implícito em salmo 119:130; Isaías 34:16; 2 Timóteo 2:15; I Pedro 3:15 e nos conduz a dois pontos de suma importância: a) Porque devemos estudar a Bíblia e b) Como devemos estudar a Bíblia. g) PORQUE DEVEMOS ESTUDAR A BÍBLIA: 1.Ela é o único manual do crente na vida cristã e no serviço do Senhor. O crente foi salvo para servir ao Senhor (Ef 2:10; I Pe 2:9). Desta forma, sendo a Bíblia o manual de Deus para as nossas vidas é indispensável que aquele que o serve a conheça muito bem (2 Tm 2:15). 2.Ela alimenta nossa alma (Jr 15:16; Mt 4:4; I Pe 2.2). Não há dúvida que a Palavra de Deus traz nutrição e crescimento espiritual. 3.Ela é o instrumento que o Espírito Santo usa (Ef 6:17). Se conhecermos bem a 2
  3. 3. palavra de Deus, na hora que precisarmos o Espírito de Deus nos instrui segundo a palavra de Deus que habita em nosso coração e mente. Inclusive, um requisito essencial para que Deus responda as nossas orações é estarmos saturados da sua palavra. Por quê ? Pois dessa forma oraremos segundo a Sua soberana vontade e não segundo as nossas. 4.Ela enriquece espiritualmente a vida cristã (Salmo 119:72). Essas riquezas vêem por revelação pelo Espírito de Deus primeiramente (Ef 1:17). O crente que quiser entender a Bíblia com o seu intelecto, logo desistirá, pois somente o Espírito Santo de Deus conhece as coisas de Deus (I Co 2:10). A Bíblia é a revelação de Deus à humanidade. Tudo que o homem precisa saber a respeito de Deus, de sua conduta espiritual, fidelidade e felicidade eterna está na Bíblia, sendo ela a única fonte de revelação escrita de Deus. Não há mais nenhum outro manual senão a Palavra de Deus. O homem deve ler a Bíblia para ser sábio, crer na Bíblia para ser salvo e praticar a Bíblia para ser santo. h) COMO DEVEMOS ESTUDAR A BÍBLIA: 1.Leia a Bíblia conhecendo seu autor: Isto é de suma importância, é a melhor maneira de se estudar a Bíblia. Ela é o único livro cujo autor está sempre presente quando é lida. Quem melhor para nos explicar aquilo que não entendemos em seu conteúdo que seu autor ? Façamos como Maria, irmã de Marta, que aprendia aos pés do mestre (Lc 10:39). Este ainda é o melhor lugar para o aluno ! 2.Leia a Bíblia Diariamente: (Dt 17:19). Esta regra é excelente. Presume-se que 90 % dos crentes não lêem a Bíblia diariamente. Não é de admirar que haja tantos irmãos frios nas igrejas ! Não apenas frios mas raquíticos, anãos, carnais, indiferentes. Sem crescimento espiritual, Deus não pode revelar-nos suas verdades mais profundas (Mc 4:33; Jo 16:12; Hb 5:12). Há pessoas que acham tempo para ler, ouvir e assistir a tudo, menos para ler a Bíblia. É justo lermos outras coisas, como jornais ou revistas, mas é primordial tomar mais tempo para as Escrituras. 3.Ler a Bíblia com a melhor atitude mental e espiritual. Isto é fundamental para que possamos estudá-la corretamente. A melhor atitude é: a) Ler a Bíblia como a Palavra de Deus e não como uma obra literária qualquer (II Tm 3:16; I Pe 1.21). Estudar a Bíblia com oração e não apenas com o intelecto. As riquezas da Palavra de Deus são para os simples de coração que temem ao Senhor (Tg 1:21). Quanto maior for a nossa comunhão com Deus, mais humildes seremos. Os galhos mais carregados de frutos são os que mais se abaixam ! É preciso ler a Bíblia crendo em tudo que ela ensina, inclusive no 3
  4. 4. campo sobrenatural. A dúvida cega o leitor (Lc 24:25). 4.Leia a Bíblia com oração, devagar e meditando. Assim fizeram os servos de Deus no passado: Davi (Sl 119:12,18); Daniel (Dn 9:21-23). Na presença do Senhor, em oração, as coisas incompreensíveis são esclarecidas (Sl 73:16,17). A meditação na Palavra aprofunda a sua compreensão (Js 1.8). Muitos lêem a Bíblia para estabelecerem recordes de leitura. Ao ler a Bíblia, aplique-a a si próprio, caso contrário não haverá virtude alguma nisto ! 5. Leia a Bíblia toda: É a única maneira de conhecermos toda a verdade de Deus revelada a nós. – Como o leitor pensa compreender um livro que ainda não leu do princípio ao fim ? Mesmo lendo a Bíblia toda, não a compreendemos totalmente. Ela, sendo a Palavra de Deus, é infinita ! Nem mesmo a mente de um gênio poderia interpretá-la sem erros. Não há no mundo ninguém que possa esgotar a Bíblia. Todos somos sempre alunos (Dt 29:29; Rm 11:33,34; I Co 13:12). Portanto na Bíblia há dificuldades, mas o erro está sempre do lado humano. O Espírito Santo, que conhece as profundezas de Deus, pode ir revelando o conhecimento da verdade, à medida que buscamos a face de Deus e andamos mais pertos Dele. Amém. D.O tema Central da Bìblia: Jesus é o Tema Central da Bíblia (Lc24:44; Jo 5:39; At 3:18;10:43; Ap: 22:16). Em tipos e figuras Ele aparece em todo o Antigo Testamento e sua manifestção em carne ocorre no Novo Testamento (Evangelhos). Veja o seguinte esquema abaixo: - Em Gênesis, Jesus é o descendente da mulher (Gn 3.15). - Em Êxodo, Ele é o Cordeiro Pascoal. - Em Levítico, é o Sacrifício Expiatório. - Em Números é a Rocha Ferida. - Em Deuteronômio, é o Profeta. - Em Josué, é o Capitão dos Exércitos do Senhor. - Em Juízes, é o Libertados. - Em Rute, é o Parente Divino. - Em Reis e Crônicas, é o Rei Prometido. - Em Ester, é o Advogado. - Em Jó, é o nosso Redentor. - Nos Salmos, é o nosso Socorro e Alegria. - Em Provérbios, é a Sabedoria de Deus. - Em Cantares de Salomão, é o nosso amado. - Em Eclesiastes, é o Alvo Verdadeiro. - Nos Profetas, é o Messias Prometido. 4
  5. 5. - Nos Evangelhos, é o Salvados do Mundo. - Nos Atos dos Apóstolos, é o Cristo Ressurgido. - Nas Epístolas, é a cabeça da Igreja. - No Apocalipse, é o Alfa e o Ômega; é o Cristo que volta para buscar sua igreja e reinar para sempre !!! Tomando o Senhor Jesus Cristo com tema central da Bíblia, podemos resumir os 66 livros em cinco palavras referentes a Ele, assim: - PREPARAÇÃO: o Todo o Antigo Testamento, pois trata da preparação para o advento de Cristo. - MANIFESTAÇÃO: o Os Evangelhos, pois tratam da manifestação de Cristo e sua obra na Terra. - PROPAGAÇÃO: o O Livro de Atos dos Apóstolos, que trata da propagação do evangelho Cristo. - EXPLANAÇÃO OU EXPLICAÇÃO: o As Epístolas, que são a explicação da doutrina (ensinamento) de Cristo, que Ele ensinou aos discípulos (tudo aquilo que Jesus falava aos seus discípulos, o fazia em particular, nunca nas mesmas pregações feitas à multidão, vê-se que os ensinamentos dos apóstolos nas cartas, são mais profundos em certos aspectos, do que o que Jesus falava à multidão, ela ainda não estava preparada, estava no estágio do vinde a mim Mt 11:28. Porém aos discípulos – do grego  matetai, que significa aluno - ensinava as coisas profundas em particular, à noite nas vigílias nos montes, para que pudessem depois, explicar à igreja, trabalho esse incumbido a eles por Jesus, que contou também com a ajuda do Espírito Santo. (Jo 16:13) - CONSUMAÇÃO: o O livro de Apocalipse, que trata da consumação de todas as coisas preditas, através de Cristo. (Dr. C.I. Scofield). Desta maneira, a Bíblia sem Jesus, seria como a física sem a matéria, ou a matemática sem os números. E. Sistema de referências bíblicas e Siglas A. Aprendendo a ler e escrever referências bíblicas: IV.E.A.1. O sistema mais rápido e fácil é o adotado pela Sociedade Bíblia do Brasil: duas letras, sem ponto abreviativo, para cada livro da Bíblia. Ex: Gn – Genesis, At – Atos. Ente capítulo e versículo poe-se apenas um ponto. Ex: Gn 1.1. (Obs. Nesta apostila, adotamos dois pontos). B. Diferenças entre texto, contexto e referências: IV.E.B.1. Texto, são as partes contidas numa determinada passagem bíblica. 5
  6. 6. IV.E.B.2. Contexto, são as partes que ficam antes e depois do texto, podendo ser imediato, por exemplo: um versículo ou parte de versículo anterior ou posterior, ou também, remoto, como o capítulo anterior ou posterior ou até mesmo um livro anterior ou posterior e ainda a Bíblia toda. Por exemplo o contexto da história de Jesus é a Bíblia toda, como já vimos. IV.E.B.3. Referência é a conexão direta sobre determinado assunto. Além de indicar o livro, capítulo e versículo, a referência pode levar outras indicações, como: - “a”, indicando a parte inicial do versículo: (Rm 11.7a). - “b”, indicando a parte final de um versículo: (Rm 11.7b). - “ss”, indicando os versículos que se seguem até o fim ou não do capítulo (Rm11.7ss) - “qv”, significando que veja. Recomendando para não deixar de ler o texto recomendado. Vem do latim quod vide = que veja. Quando lemos um livro sobre algum assunto bíblico, o qual contenha referências, essas, se não dominadas, faz com que não compreendamos o que o autor quer que façamos, desta forma deixamos de aproveitar o que o livro nos oferece a nível de conhecimento. Simplesmente passamos pelas referências, como se elas estivessem ali por engano, achamos que são pontinhos perdidos no texto. - “cf”, significando compare, confirme, confronte. Vem do latim confere. - “i.e”, significando isto é, vem do latim = id est. C. Siglas das diferentes versões em vernáculo, ou seja, na nossa língua. IV.E.C.1. ARC, Almeida Revista e Corrigida. Bíblia traduzida dos originais por João Ferreira de Almeida. Versão Antiga. IV.E.C.2. ARA, Almeida Revista e atualizada. É a edição atualizada de Almeida em 1958. IV.E.C.3. FIG, Padre, Antônio Pereira de Figueiredo. Atualmente impressa pela Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira. (SBBE). IV.E.C.4. SOARES, Padre Matos Soares, versão popular dos católicos brasileiros. IV.E.C.5. RHODEN ex-padre brasileiro, versão particular, somente o NT. IV.E.C.6. CBSP, Centro Bíblico de São Paulo, Edição católica popular da Bíblia, SP IV.E.C.7. TRAD. BRAS. Tradução Brasileira, 1917 IV.E.C.8. NVI – Nova Versão Internacional. A BÍBLIA COMO UM LIVRO I 6
  7. 7. A.1.1.1.1.1.1. Os livros Antigos 1. A Bíblia é um livro antigo. Os livros antigos tinham a forma de rolo (Jr. 36.2). Eram feitos de papiro ou pergaminho. O papiro é uma planta aquática que cresce junto a rios e banhados, no Oriente Próximo, cuja entrecasca (parecida com a palha seca do milho) servia para escrever. Essa planta existe ainda hoje no Sudão, na Galiléia Superior e no vale de Sarom. As tiras extraídas do papiro eram coladas uma a outra até formarem um rolo com uma determinada extensão. Esse material gráfico é mencionado muitas vezes na Bíblia, exemplos: Êxodo 2.3; Jó 8.11; Isaías 18.2. Em certas versões da Bíblia, o papiro é mencionado como junco. De fato, é um tipo de junco de grandes proporções. De papiro, deriva-se a nossa palavra papel e seu uso na escrita vem de 3000 a.C. 2. Pergaminho é pele de animais, cortida e polida, utilizada na escrita. É material gráfico melhor que o papiro. Seu uso é mais recente que o do papiro. Vem dos primórdios da era cristã, apesar de já ser conhecido antes. È também mencionado na Bíblia, como em II Tm 4.13. 3. A Bíblia foi escrita originalmente em forma de rolo, sendo cada livro um rolo. Assim, vemos que a princípio, os livros sagrados não estavam unidos uns aos outros como os temos hoje em nossas Bíblias. O que tornou isso possível, foi a invenção do papel no século II, pelos chineses, bem como a do prelo, de tipos móveis, inventado em 1945, pelo alemão Gutemberg. Até então era tudo manuscrito pelos escribas de modo laborioso, lento e oneroso. Quanto a este aspecto da difusão de sua Palavra, Deus tem abençoado maravilhosamente, de modo que hoje, milhões de exemplares das Escrituras são impressos com rapidez e facilidade em muitos pontos do globo. Também, graças aos progressos alcançados no campo das investigações e da tecnologia, podemos hoje transportar com toda comodidade um exemplar da Bíblia com todos os seus livros, inclusive dentro de um simples disquete de computador, coisa impossível nos tempos primitivos. Ainda hoje, devido aos ritos tradicionais, os rolos sagrados das Escrituras hebraicas continuam em uso nas sinagogas judaicas. 4. A Bíblia foi o primeiro livro a ser impresso ! B. Terminologia 1. (O nome Bíblia). Esse vocábulo não consta dos escritos sagrados, somente na capa. Por quê e de onde vem então? A palavra Bíblia em português vem do grego  (biblos) que era o nome que os gregos davam à folha de papiro, usada para escrever. Ex: "Livro (biblos) da genealogia de Jesus Cristo..." (Mt 1:1); também derivado-se de  (biblion), "rolo" ou "pequeno livro, ou “livro”: "Então lhe deram o livro (biblion)... e, abrindo o livro (biblion)..." (Lc 4:17). O termo biblos vem então do nome dado à polpa interna da planta do papiro em que se escreviam os livros antigos. Uma coletânea de folhas era um biblion – livro. E uma coletânea de “biblions” (livros), formavam uma Biblia – palavra derivada de biblios. Portanto Bíblia é literalmente, uma coleção de livros. A Bíblia Sagrada é então uma coleção de livros divinamente inspirados por Deus, ou seja, os 66 livros 7
  8. 8. que conhecemos como o Cânon Sagrado. Com a invenção do papel, desapareceram os rolos, a palavra biblos (folha de papiro), deu origem a “livro”, como se vê em biblioteca, bibliófilo, bibliografia, etc. É consenso geral entre os doutos no assunto que o nome Bíblia foi primeiramente aplicado às Escrituras Sagradas por João Crisóstomo, patriarca de Constantinopla, no Século IV. E porque as Escrituras formam uma unidade perfeita, a palavra Bíblia, sendo um plural, como acabamos de ver, passou a ser singular, significando O LIVRO, isto é, o LIVRO dos livros; O livro por excelência. Como livro divino, a definição canônica da Bíblia é “A revelação de Deus à humanidade”. 2. Escritura(s). Termo usado no N.T. para os livros sagrados do A.T., que eram considerados inspirados por Deus (2 Tm 3:16; Mc 12:10; 15:28; Lc 4:21; Jo 2:22; 7:38; 10:35; Rm 4:3; Gl 4:30; 2 Pe 1:20; Mt 22:29; Mc 12:24; Lc 24:27; Jo 5:39; At 17:11; I Co 15:3,4; 2 Tm 3:15). Também é usado no N.T. (2 Pe 3:16). Esses termos significam "escritos sagrados". Paulo usa o termo "Sagradas Escrituras" uma vez em (Rm 1:2); "Sagradas Letras" em (2 Tm 3:15) uma vez e "Oráculos de Deus" em (Rm 3:2) uma vez. 3. Palavra de Deus. É usada em relação a ambos os testamentos, em sua forma escrita (Mt 15:6; Jo 10:35; Hb 4:12; 1 Ts 2:13; 2 Co 2:17; Rm 10:17; Mc 7:13). 4. Sagradas Escrituras (Rm 1.2), 5. Livro do Senhor (Is 34.16) 6. A palavra de Deus (Mc 7.13; Hb 4.12) A BÍBLIA COMO UM LIVRO II - As divisões das Escrituras A. Os dois testamentos A Bíblia está dividida em duas seções conhecidas como Antigo e o Novo Testamento. A palavra "testamento" foi originalmente traduzida como "aliança" ou "pacto" que Deus fez com seu povo. O Antigo Testamento contém 39 livros e o Novo, 27. O AT tem esse nome por ser a antiga aliança que Deus havia feito com Abrão e renovado com os patriarcas e com Davi. Tem sentido único de concerto, pacto, pois era o pacto que Deus havia feito. Já o NT, é a nova aliança que Cristo fez conosco por meio de seu sangue, além de ter também o sentido de “testamento”, que uma pessoa faz para outra herdar na ocasião de sua morte. O testamento que Cristo nos deixou na ocasião de sua morte de cruz, ou seja, a vida nova por intermédio de seu sangue e a certeza da vida eterna ! B. Divisões do Antigo Testamento 8
  9. 9. O Antigo Testamento tem 39 livros que foram escritos originalmente em hebraico, língua oficial da nação Israelita, com exceção de pequenos trechos que o foram em aramaico (livro de Esdras, Jeremias e Daniel), sendo a mais extensa em Daniel, que vai de 2.4 a 7.28. O aramaico era a língua que Israel havia trazido do seu exílio da Babilônia. Há também algumas palavras persas, sendo a Pérsia uma das nações que dominou sobre o império babilônico. Daniel viveu na Babilônia desde o imperador Nabucodonosor, imperador mais proeminente desta nação, até o império medo-persa. Os 39 livros do A.T, estão classificados em 4 grupos, conforme os assuntos a que pertencem: LEI, HISTÓRIA, POESIA, PROFECIA. Vejamos os livros por cada grupo: a) LEI. São 05 livros: Gênesis, Êxodo, Levíticos, Números, Deuteronômio. São comumente chamados de “O Pentatêuco”. Esses livros tratam da origem de todas as coisas, da Lei e do estabelecimento da nação de Israel. b) HISTÓRIA. São 12 livros: de Josué a Ester. Ocupam-se da história de Israel nos seus vários períodos: a) Teocracia, sob os juízes. b) Monarquia, sob Saul, Davi e Salomão. c) Divisão do reino e cativeiro, contendo os relatos dos reinos de Israel - (reino do norte, constituído de dez tribos) e Judá (reino do Sul, constituído das tribos de Judá e Benjamim) este levado em cativeiro pela Babilônia e aquele pelos Assírios. O reino do norte, Israel, desapareceu devido a sua constante desobediência a Deus, tendo eles se misturado com os assírios, surgindo daí, inclusive, os samaritanos. Judá retorna a Jerusalém com Zorobabel, Esdras e Neemias, em conjunto com os profetas contemporâneos a essa época. Daí surge o termo Judéia, relacionado à região que compreendia os limites da nação Israelita, sendo esta depois subjugada pelo império romano. c) POESIA. São 05 livros: de Jó a Cantares de Salomão. São chamados poéticos, não porque sejam cheios de imaginação e fantasia, mas devido ao gênero do seu conteúdo. São também chamados devocionais. d) PROFECIA. São 17 livros: de Isaías a Malaquias. Estão subdivididos em: a. Profetas Maiores: de Isaías a Daniel. (05 livros) b. Profetas Menores: de Oséias a Malaquias. (12 livros) Os nomes maiores e menores não se referem ao mérito ou notoriedade do profeta, mas ao tamanho dos livros e à extensão do ministério profético, ou seja, sua duração. Nas Bíblias de edição católico-romana, os livros de 1 e 2 Samuel e 1 e 2 Reis, são chamados de 1,2,3 e 4 Reis, respectivamente, 1 e 2 Crônicas são chamados de 1 e 2 Paralipômenos. Esdras e Neemias são chamados de 1 e 2 Esdras. Também nas edições católicas de Matos Soares e de Figueiredo, o Salmo 9 corresponde nas versões de Almeida, aos Salmos 9 e 10. O numero 10 é o nosso 11. Isso vai assim até os Salmos 146 a 147 que nas nossas compreendem o salmo 147. Deste modo, os três últimos Salmos são idênticos em qualquer uma das versões acima citadas. Essa diferença de numeração, em nada afeta o texto em si, e não poderia ser doutra forma, sendo a Bíblia o Livro do Senhor ! Nas nossas Bíblias, os livros do A.T estão classificados por ordem de assunto. Essa classificação vem da Septuaginta – de setenta - (versão grega do A.T em hebraico, que leva 9
  10. 10. esse nome, por ter sido escrita, segundo uma tradição judáica, por uma comissão de setenta e dois jedeus, dirigida aos judeus de língua grega. Há outras versões de como a Septuaginta foi escrita, sendo por volta de 250 a 150 a.C). Ela teve como base o AT hebraico. É a Bíblia mais antiga que temos, mesmo não havendo hoje, nenhuma parte dos originais. Somente as cópias, das quais a mais antiga data de 325 d.C. Na confecção da septuaginta vê-se a provisão de Deus para que a sua palavra fosse difundida, já que a língua comercial da época era justamente o Grago. Foi com a septuaginta que surgiu a divisão do AT, como temos hoje em nossas Bíblias, ou seja, LEI, HISTÓRICOS, POESIA, PROFÉTICOS. No caso da classificação por assunto, não é levada em canta a ordem cronológica dos livros, ou seja, a ordem por datas em que foram escritos. Ex. Gêneses (1521-1500 a.C) antes de Jó (1521 a.C – provavelmente o primeiro livro do AT a ser escrito), Mt (60 d.C) antes de I Ts (51. d.C – primeiro livro do NT a ser escrito). Isso é diferente no AT Hebraico, que é disposto cronologicamente. Neste caso, o leitor inexperiente, poderá fazer grande confusão se quiser agrupar os assuntos de nossas Bíblias cronologicamente. Ex. Genesis é o livro dos começos, mais muitos fatos que ele relata, por exemplo a história de José no egito, aconteceram muitos anos depois de Jó existir, apesar do livro de Jó estar situado após o livro de Gênesis, justamente pelo agrupamento em ordem de assunto. No caso de Gênesis e Jó, isso se dá por causa da criação (início de tudo) que é relatada em Gênesis. O Antigo Testamento hebraico é dividido em três seções: - A Lei (Torah), cinco livros: Gênesis, Êxodo, Levíticos, Números e Deuteronômio. - Os Profetas (Nebhiim), oito livros: Primeiros Profetas - Josué, Juízes, Samuel e Reis; Últimos Profetas: Isaías, Jeremias, Ezequiel e os últimos doze: (de Oséias a Malaquias, esses doze para os judeus são considerados um só livro, apesar de ter tido cada um um escritor diferente). - Os Escritos (Kethbhim) - às vezes chamados de Salmos, inclusive por Jesus Lc 24.44, onze livros, sendo: Livros Poéticos - Salmos, Provérbios e Jó; Os Cinco Pergaminhos: (Megilloth) - Cantares de Salomão, Rute, Lamentações, Ester e Eclesiastes; Livros Históricos - Daniel, Esdras, Neemias e Crônicas. O LIVRO DE DANIEL apesar de ser um livro que contenha profecias e em nossas Bíblias ser classificado como profético é considerado histórico para os judeus, por relatar a História do povo de Israel na Babilônia. Em vez de 39 livros, como temos nas nossas Bíblias referentes ao Antigo Testamento, os Judeus têm 24, devido à divisão vista assima, desta forma temos: - Os dois livros de Samuel....................................... 01 Livro - Os dosi de Reis...................................................... 01 Livro - Os dois de Crônicas............................................... 01 Livro - Os dois, Esdras e Neemias..................................... 01 Livro - Os doze Profetas Menores...................................... 01 Livro - Os demais livros do AT......................................... 19 Livros - Total............... 24 Livros Estas divisões estão de acordo com as palavras de Jesus, veja Lc 24:44. O Antigo Testamento é algumas vezes mencionado abreviadamente como a "lei e os profetas" 10
  11. 11. (Mt 5:17; 11:13; At 3:15). Ainda mais brevemente, o termo "Lei" parece incluir as outras divisões (Jo 10:34; 12:34; 15:25; I Co 14:21). C. Divisões do Novo Testamento O N.T, tem 27 livros. Foi escrito originalmente em grego; não o grego clássico dos grandes pensadores e eruditos, mas o grego conhecido como (Koiné), ou seja, popular, língua grega falada pelo povo (comerciantes, pescadores, etc). Seus 27 livros estão classificados em 4 grupos conforme os assuntos a que pertencem. - BIOGRÁFICOS. São 04 livros: Mateus, Marcos, Lucas, João. (vida de Cristo) - HISTÓRICOS. um livro: Atos. - PEDAGÓGICOS, conecidos como EPÍSTOLAS) - do grego - que significa CARTAS. (Por isso os chamamos de Epistolas ou Cartas) São 21 livros: Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, Tito, Filemom, Hebreus, Tiago, 1 e 2 Pedro, 1, 2 e 3 João e Judas. - PROFÉTICO. um livro: Apocalipse. D. Capítulos e versículos A Bíblia antes, não era dividida em capítulos e versículos, o que se deu da seguinte forma: Divisão em capítulos: Por volta de 1250, pelo cardeal Hugo de Saint Cher, abade dominicano e estudioso das Escrituras. Divisão em versículos: Em duas etapas: A.T em 1445 pelo Rabi Nathan; N.T. em 1551, por Robert Stephans, um impressor de Paris. Steves publicou a primeira Bíblia (Vulgata Latina) dividida em capítulos e versículos em 1555. A Bíblia contém: 1.189 capítulos e 31.173 versículos. A.T. : 929 capítulos e 23.214 versículos N.T. : 260 capítulos e 7.959 versículos O número de palavras e letras depende do idioma e da versão. O maior capítulo é o Salmo 119 e o menor o Salmo 117. O maior versículo está em Ester 8.9; o menor em Êxodo 20.30. (isso, nas versões portuguesas e com exceção das chamadas “Traduções Brasileiras”, onde o menor é Lucas 20.30). Em certas línguas, o menor é João 11.35. Os livros de Ester e Cantares não contém a palavra Deus, porém a presença de Deus é evidente nos fatos neles desenrolados, mormente em Ester. Há na Bíblia 8.000 menções de Deus sob vários nomes divinos e 177 do Diabo sob seus vários nomes. A vinda do Senhor é referida direta e indiretamente 1.845 vezes, sendo 1.527 no AT e 318 no NT. Não é esse um assunto para séria meditação ? O Salmo 119 tem em hebraico 22 seções de 8 versículos cada uma. O número 22 11
  12. 12. corresponde ao número de letras do alfabeto hebraico. Cada uma das 22 seções inicia com uma letra desse alfabeto, e, dentro de cada seção, todos os versículos começam com a letra da respectiva seção. Caso semelhante há no livro de Lamentações de Jeremias. Ali, em hebraico, os capítulos 1,2,4 têm 22 versículos cada um, correspondendo as 22 letras do alfabeto, de álafe a tau. Porém o capítulo 3 tem 66 versículos, levando cada três deles, a mesma letra do alfabeto.Há outros casos assim na estrutura da Bíblia. Isso jamais poderia ser obra do acaso, levando-se em consideração que os escritores dos Salmos foram vários e de épocas distantes. A frase “não temas” ocorre 365 vezes em toda a Bíblia, o que dá uma para cada dia do ano! O capítulo 19 de 2 Reis é idêntico ao 37 de Isaías. O AT encerra citando a palavra Maldição. O NT encerra citanda a expressão “A graça do nosso Senhor Jesus Cristo”. Exemplos de falhas nas divisões: Atos 21 e 22 e João 7:53 e 8:1. Isso não afeta o texto bíblico, o que não poderia ser diferente. Sendo afetado somente a distribuição dos assuntos. Lembrando que os originais não têm divisão de capítulo e versículo. OS ESCRITORES DAS SAGRADAS ESCRITURAS A Bíblia é um só livro, sendo também muitos livros escritos por não menos que quarenta escritores diferentes, muitos dos quais nunca se conheceram, através de um período de ± 1.600 anos. Todavia sua unidade e continuidade são tão evidentes que é fácil pensar que teve um só autor - que não seria outro senão o próprio Deus. Dos sessenta e seis livros da Bíblia, os autores de cinqüenta e cinco livros são facilmente identificados pela tradição e história. Os onze livros cujos autores não são conhecidos: Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Ester, Jó e Hebreus. Alguns livros, tais como Gênesis, Juízes, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, cobrem períodos tão longos da história que talvez se tratem de coleções de registros antigos reunidos e editados por algum indivíduo escolhido por Deus, perto do final do período descrito do livro. Por exemplo, Moisés poderia ter compilado o livro de Gênesis, ou seja, agrupado os assuntos, colhendo-os de materiais já existentes ou de tradições orais, por exemplo sobre a criação e os primeiros acontecimentos de Gênesis. Como? Abrãao foi contemporâneo de Sem, filho de Noé que conheceu a Matusalem, esse contemporâneo do próprio Adão. Desta forma Abraão, passou com certeza seus conhecimentos para Isaque seu filho, o qual passou para Jacó, até José, que os levou consigo para o Egito, onde nasceu Moisés. Pode ponderar que alguns desses fatos foram revelados pelo próprio Deus a Moisés. Se assim for, o número real de escritores que contribuíram para a Bíblia pode ser consideravelmente maior que quarenta. Salmos e Provérbios têm vários autores. As inscrições que aparecem como cabeçalho de muitos salmos sugerem pelo menos sete escritores diferentes. Além de Salomão, como autor de Provérbios, Agur é mencionado no capítulo 30:1 e o Rei Lemuel no capítulo 31:1. Todos os autores, com a possível exceção de Lucas, eram judeus e escreveram no contexto da religião judaica. Todavia, as palavras por eles escritas contêm maior apelo e interesse para as pessoas de todas as nações do que quaisquer outras palavras já escritas. 12
  13. 13. Livro Autor Ocupação Livro Autor Ocupação Gênesis- Deuterônomio Moisés Estadista Egípsio/Pastor de Ovelhas/Legislador de Israel Mateus Mateus Cobrador de impostos Josué Josué Sucessor de Moisés Marcos Marcos I e II Samuel Samuel / Natã / Gade Profeta/Profeta Lucas Lucas Médico Esdras Esdras Governante de Israel João João Pescador Neemias Neemias Sacerdote Atos Lucas Salmos Davi / Salomão / Filhos de Coré / Asafe / Hemã / Etã / Moisés Pastor de Ovelhas e Rei de Israel/ Rei de Israel / Levitas Romanos- Filemom Paulo Fariseu - Doutor da Lei, membro do supremo tribunal israelita Provérbios Salomão / Agur / Lemuel Rei/ Rei Tiago Tiago Pescador Eclesiastes / Cantares Salomão Salomão Rei I e II Pedro Pedro Pescador Jeremias Jeremias Profeta I, II e III João João Pescador Ezequiel Ezequiel Profeta Judas Judas Pescador Daniel Daniel Profeta e 1º minist Apocalipse João Pescador Amós Amós Profeta A INSPIRAÇÃO DAS ESCRITURAS IV.E.C.8.1.1.1.1. Definição de Inspiração A Bíblia revela a fonte de sua magnificência: "Toda Escritura é inspirada por Deus." Isto não significa que Deus "inspirou" os escritores (no sentido de dar-lhes uma “inspiração” apenas), ou seja, que eles apenas interpretaram uma imaginação que lhes foi concedida, mas que a Palavra foi produzida pelo sopro criativo de Deus. Assim como Deus soprou em Adão o "fôlego da vida", Ele soprou também nas Escrituras o hálito de sua vida. Lemos igualmente em 2 Pedro 1:21: "...os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo". Este versículo diz literalmente: "Porque nunca jamais qualquer profecia foi dada (ou trazida) por vontade humana, entretanto homens falaram da parte de Deus movidos (ou trazidos) pelo Espírito Santo." IV.E.C.8.1.1.1.1.1. Significado de Inspiração A inspiração é então, o processo pelo qual, homens movidos pelo Espírito (2 Pe 1:21) produziram escrituras inspiradas pelo Espírito (2 Tm 3:16). Esse poder inexplicável foi colocado pelo 13
  14. 14. Espírito Santo sobre os autores das Sagradas Escrituras, a fim de orientá-los até mesmo no emprego das palavras usadas, e para preservá-los de todo erro e de todas as omissões. O engano está em tentar explicar o inexplicável e sondar o insondável. Os meios ou o processo de inspiração são um mistério da providência de Deus, mas os resultados deste processo são um registro verbal (as palavras), pleno (estendendo-se igualmente a todas as partes), infalível (sem erros) e com autoridade. NOTA: A palavra, inspiração vem do latim e no seu sentido fisiológico, significa respirar para dentro. Ela é usada pela ARC. (Almeida Revista e Corrigida) somente duas vezes no N.T. (IITm.3:16; IIPe.1:21). Este vocábulo, embora consagrado pelo uso, e, portanto, pela teologia, não é um termo adequado, pois pode parecer que Deus tenha soprado alguma espécie de vida divina em palavras humanas. Em II Tm 3:16 encontramos o vocábulo grego ( - theopneustos), que significa soprado por Deus (e que foi tradizido na ARC como “inspiradas”). Portanto, podemos afirmar que toda a Escritura é soprada ou expirada (expiração do ar para fora) por Deus, e não inspirada como expressa a ARC. As Escrituras são o próprio sopro de Deus, é o próprio Deus falando (II Sm 23:2). Apesar disso, como é usado o termo inspiração e não expiração em nossas versões portuguesas, pelo menos nas mais antigas, devemos sempre ter em mente que na verdade, as palavras foram expiradas por Deus, dentro dos escritores. IV.E.C.8.1.1.1.2. Teorias falsas sobre a inspiração da Bíblia Aqui falamos das falsas teorias da inspiração da Bíblia, apresentando provas para refutá-las: a) A teoria da inspiração natural-humana ensina que a Bíblia foi escrita por homens dotados de gênio e capacidade intelectual especial, como Milton, Sócrates, Shekespeare e outros. Os escritores da Bíblia afirmavam que era Deus quem falava e não eles. (2 Sm 23.2; At 1.16;). Além disso, homem algum, por mais sábio que fosse seria capaz de escrever com precisão, coisas que iriam acontecer no futuro, como o nascimento de Cristo, a formação de nações inteiras, bem como a destruição de outras, dados geográficos impossíveis de serem conhecidos na época e hoje reconhecidamene verdadeiros. b) A teoria da inspiração divina comum, ensina que a inspiração dos escritores foi a mesma que recebemos hoje, quando oramos, jejuamos e vivemos em comunhão com Deus, o que não pode ser pois, a) A inspiração comum que temos hoje pode ser gradual, a medida que oramos e vivemos com Deus, b) pode ser permanente (I Jo 2.27), enquanto que a inspiração dos escritores da Bíblia era temporária. Em centenas de vezes encontramos na Bíblia a expressão dos profetas: “Então veio a mim a palavra do Senhor...”, indicando o momento exato em que Deus os tomava para transmitir sua palavra. c) A teoria da inspiração parcial ensina que algumas partes da Bíblia são inspiradas, outras não; que a Bíblia não é a Palavra de Deus, mas que contém a Palavra de Deus. Se essa teoria fosse correta, estaríamos em grandes apuros, pois quem poderia afirmar quais as partes inspiradas e quais as não inspiradas? A própria Palavra de Deus refuta isso em (II timóteo 3.16) e em Marcos 7.13, Jesus aplicou o termo “A Palavra de Deus", a todo o AT. Quanto ao NT ver Jo 16.12 e Ap 22:18,19. 14
  15. 15. d) A teoria do Ditado verbal, ensina a inspiração da Bíblia, somente quanto às palavras, não deixando lugar para o estilo e atividade do escritor , coisa que é visível em cada livro das escrituras. Lucas, por exemplo, fez cuidadosa investigação de fatos conhecidos (Lc 1.4), ou seja escreveu o livro a partir de fatos conhecidos, o mesmo pode- se dizer de Moisés, que não viveu no tempo de adão, ou Abraão. Esta falsa teoria faz dos escritores verdadeiras máquinas, que escreveram sem qualquer noção de mente e raciocínio. Deus não falou aos escritores como quem fala através de um alto-falante, Ele usou suas faculdades mentais. e) A teoria da inspiração das idéias, ensina que Deus inspirou as idéias da Bíblia, mas não as suas palavras. Estas ficaram a cargo dos escritores. Sendo que eles puderam escolher as palavras que quisessem para expressar as idéias que Deus havia lhes inspirado. Ora, o que é a palavra na definição mais simples, senão a “expressão do pensamento”? Tente você agora, formar uma idéia, sem palavras... Impossível ! uma idéia ou pensamento inspirado só pode ser expresso por palavras inspiradas ! Ninguém pode separar a palavra da idéia. Ver a palavra “falar” em I Co 2.13; Hb 1.1; 2 Pe 1.21. As palavras foram também inspiradas (Ap 22.19). As palavras foram inspiradas, não só quanto à exatidão, mas também quanto à ordem em que foram usadas. (Jó 37.9 e 38.19 – a palavra exata); (I Co 6.11 – a ordem das palavras no seu emprego). IV.E.C.8.1.1.1.3. Teoria correta sobre a inspiração da Bíblia Como vimos, existem várias teorias sobre inspiração aplicada à Bíblia, porém a teoria correta é: A teoria da Inspiração Plenária ou verbal. Esta sustenta que todas as palavras escritas são inspiradas por Deus (2 Tm 3:16). O termo "Verbal" significa: as palavras e "pleno" significa: completo, contrário de parcial. Ensina portanto, que as palavras em si, e todas elas, são inspiradas. Significa que homens santos escreveram a Bíblia com palavras de seu vocabulário, porém sob a poderosa influência do Espírito Santo de Deus. Deus deu completa expressão aos seus pensamentos nas palavras do registro bíblico, sem torná-los meras máquinas. Ele guiou a própria escolha das palavras usadas de acordo com a personalidade, capacidade intelectual e o contexto cultural dos escritores; de maneira que; de algum modo inescrutável e misterioso, o que eles escreveram, ou seja, a Bíblia Sagrada é a própria Palavra de Deus. Após o último livro ser escrito cessou a Inspiração Plenária, de modo que nem mesmo os escritores, nem qualquer servo de Deus pode ser chamado inspirado no mesmo sentido. IV.E.C.8.1.1.1.3.1. Diferenças entre Revelação, Inspiração e Iluminação É importante distinguir revelação, inspiração e iluminação. A revelação é o ato de Deus mediante o qual Ele comunica diretamente a verdade antes desconhecida para a mente humana - verdade que não poderia ser conhecida de qualquer outra maneira. Nem todo conteúdo da Bíblia foi diretamente revelado aos homens. Estamos 15
  16. 16. seguros porém, de que este registro é verídico. Ela contém muitas observações pessoais, registros históricos, geográficos (por exemplo: Isaías já afirmava ser a Terra redonda, Is 40.22 – observe as expressões “sobre” e “redondeza” – isso quer dizer que Deus está sobre a Terra observando-a como uma esfera, sendo que cerca 2200 anos depois, os cientistas da época ainda achavam ser ela quadrada, até 1500 d.C, essa crença era aceita, sendo provado o contrário por Colombo em suas viagens marítimas o que foi também provado cientificamente por Galeleu Galilei com a invenção do telescópio). O Espírito Santo dirigiu e influenciou os escritores a fim de que por inspiração, não cometessem qualquer erro de verdade ou doutrina. A Bíblia, registra as palavras e os atos de Deus, dos homens e do diabo. É de suma importância, verificar cuidadosamente quem está falando (Ex: No livro de Jó, ora Deus está falando, ora o próprio Jó, ora o diabo, ora seus amigos, porém todo o registro é verídico). Alguns confundem inspiração com iluminação. A iluminação se refere à influência do Espírito Santo, comum a todos os cristãos, que os ajuda a entender as coisas de Deus (I Co 2:14). Esta iluminação das coisas espirituais é prometida a todos os crentes e pode ser experimentada por eles. (Lc 10:21). Pedro cita um exemplo interessante em que os profetas receberam inspiração para registrar grandes verdades, mas não lhes foi outorgada iluminação para compreender o sentido exato do que profetizavam. (1 Pe 1:10- 12). O ESPÍRITO SANTO E AS ESCRITURAS A inspiração justifica a infalibilidade e esta prova a inspiração. Este milagre de inspiração infalível aparece como sendo ministério do Espírito Santo, o qual poderia ser perfeitamente o maior de todos os ministérios em que o Espírito está envolvido. Todos os crentes cheios do Espírito conheceram, até certo ponto, o milagre da inspiração divina pelo Espírito Santo, mas jamais até o extremo experimentado pelos escritores bíblicos. O movimento pentecostal tem sido acusado de ser um movimento centrado na experiência, como de fato o é ! Mas é também um movimento centrado na Bíblia. É maravilhoso ver como o Espírito Santo e a Palavra escrita estão sempre de perfeito acordo. Deve ser assim, porque a Palavra é o resultado da inspiração do Espírito. Se há pessoas comprometidas com a Palavra de Deus, com certeza são aquelas que crêem no batismo pentecostal com o Espírito Santo. Elas têm um ministério de inspiração. Crêem na profecia, no falar em outras línguas com interpretação, nas revelações inspiradas. Como se pode saber se estas vêm ou não de Deus? O fato de alguém afirmar que tem uma revelação do Senhor não significa que esta deva ser aceita como se fora de Deus. É necessário que haja uma norma, um tribunal supremo de apelação, pelo qual todas as manifestações dos dons do Espírito possam ser julgadas. De fato, a Escritura recomenda que se julgue toda a profecia, a qual Paulo reconhece como sendo talvez o maior entre os dons. (1 Co 14:29; Is 8:20). Existe esse "tribunal de apelação" do qual podemos aproximar-nos: é a Palavra escrita, inspirada pelo Espírito Santo. Pedro a chama de "palavra profética" (2 Pe 1:19). Os que ministram, não importa com que capacidade, nunca estão tão completamente "no Espírito" como quando o fazem de pleno acordo com os ensinamentos claramente revelados na Bíblia, a Palavra de Deus. "Quem tem ouvidos, 16
  17. 17. ouça o que o Espírito diz às igrejas" é uma exortação feita sete vezes no livro de Apocalipse (2:7,11,17,29; 3:6,13,22), após cada uma das cartas escritas pelo próprio Senhor Jesus Cristo. A seguinte lista de referências, onde o Espírito Santo e a Palavra são mencionados juntos, ilustra a importância de reconhecer o ministério tanto do Espírito como da Palavra e demonstra a harmonia entre a Palavra e o Espírito, que agiu: F. No Velho Testamento 2 Samuel 23:2; Provérbios 1:23; Isaías 40:7-8; Isaías 59:21; Zacarias 4:6; G. Nos Evangelhos Mateus 22:29; Marcos 16:20; Lucas12:12; João 3:34; João 6:63; João 14:26; H. Em Atos do s Apóstolos Atos 1:16; Atos 4:31; Atos 6:10; Atos 10:44; Atos 10:37,38; Atos 11:15,16; Atos 13:4,5; Atos 15:7,8; Atos 16:6; Atos 18:25; Atos 28:25; I. Nas Epístolas Romanos 15:18,19; 1 Coríntios 2:13; 1 Coríntios 12:8; 2 Coríntios 6:7; Efésios 1:13; Efésios 6:17; 1 Tessalonicenses 1:5,6; 1 Timóteo 4:12; Hebreus 2:3,4; Hebreus 6:4,5; 1 Pedro 1:12; 2 Pedro 1:21; 1 João 5:7. V. OS SÍMBOLOS DAS ESCRITURAS A Bíblia emprega muitas vezes linguagem simbólica em seus ensinos. A verdade espiritual pode ser frequentemente transmitida com mais realidade por meio de símbolos que produzem uma imagem na mente humana. Existem, pois, vários símbolos utilizados através das Escrituras com esta finalidade. Eis uma lista dos mais comuns: A. Espelho Tg 1:23-25 ilustra o poder revelador da Palavra. B. Crítico No grego, Hebreus 4:12 diz: "A Palavra de Deus é... crítico dos pensamentos e propósitos do coração." C. Semente 1 Pe 1:23; Lc 8:5-15; Is 55:10,11; Tg 1:18. Este símbolo sugere o poder regenerativo da Palavra. É uma Palavra que dá vida. D. Lavadouro e Água Ef 5:26; Ap: 1:5b; Sl 119:9; Jo 15:3. A pia ficava entre o adorador e o tabernáculo, possibilitando a purificação. A mesma Palavra que revela nossa contaminação também fornece um meio de limpeza. E. Lâmpada e Luz 17
  18. 18. Sl 119:105,130; Pv 6:23. Esses símbolos falam da influência da Palavra, iluminando e guiando num mundo de trevas. Ela existe para que seja "tanto mais confirmada a Palavra profética, e fazeis bem em atendê-la, como a uma candeia que brilha em lugar tenebroso” (2 Pe 1:19). F. Fogo Jr 23:29; Jr 20:9. A palavra "fogo" usada nestes versículos parece sugerir impulso e energia consumidores. (Sl 39:3). G. Martelo Jr 23:29. Esta figura sugere o poder da Palavra, aplicada constantemente, que eventualmente quebrará o coração duro como pedra. H. Espada Ef 6:17; Hb 4:12. Esta é a única arma ofensiva do crente em sua luta contra os "principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes". (Ef 6:12). I. Alimento Da mesma forma que o corpo de carne precisa de alimento material, o espírito do homem precisa do alimento espiritual, que é a palavra de Deus, sem a qual não tem vida. Jó 23:12b. Exemplos: - Leite - 1 Pe 2:2; 1 Co 3:1,2 - Pão - Mt 4:4 - Carne - Hb 5:12-14 - Mel - Sl 119:103 O CÂNON DAS ESCRITURAS A palavra "cânon" vem do grego , (Kanon) significando uma "cana de junco" que era usada com uma "vara de medir", e indicava também uma regra, uma norma. O cânon da Bíblia consiste naqueles livros considerados com mérito para serem incluídos nas Sagradas Escrituras. Em outras palavras, os vários livros que possuíam e exerciam autoridade divina, eram úteis para fé e adoração e ofereciam inspiração ou edificação foram "canonizados", isto é, universalmente aceitos pelos Judeus (Antigo Testamento) e pela Igreja (Antigo e Novo Testamento) como "PALAVRA DE DEUS". A. O Cânon do Antigo Testamento Qualquer consideração sobre as épocas exatas em que o cânon do A.T. se encerrou, leva a uma variedade de opiniões entre os eruditos bíblicos. O Antigo Testamento não se 18
  19. 19. refere ao assunto. No entanto, oferece muitas sugestões quanto ao início das leis de Deus por escrito, a fim de que pudessem ser preservadas para o povo. Êxodo 17 narra a vitória dos filhos de Israel sobre os Amalequitas, e o versículo 14 diz: "Escreve isto para memória num livro e repete-o a Josué...". Outros exemplos: Êxodo 24:3-4 registra as palavras e juízos de Deus sendo escritos, Deuteronômio 31:9-11 dá uma descrição de Moisés escrevendo a Lei, que deveria ser guardada e lida para o povo de Israel a cada 7 anos. Josué, sucessor de Moisés também escreveu no "livro da lei de Deus" (Js 24:26). Além dos registros de Samuel (1 Sm 10:25); Jeremias (Jr 36:2). Todos estes registros formaram o livro da Lei do Senhor que foi lido e honrado pelo povo nas seguintes situações: Ne 8:1-8; 2 Rs 22:8; 2 Rs 23:2. Vemos deste modo os começos do que veio posteriormente a tornar-se a Escritura do Antigo Testamento. É consenso que o cânon do A.T, foi escrito num período aproximado de 1046 anos. Moisés começou a escrever o Pentateuco por volta de 1491 a.C e encerrou-o em 1451 a.C. É claro que partes do Pentateuco como Ex 11:3; 16:35; Dt 34:1-12, foram escritas e acrescentadas posteriormente, provavelmente por Jusué, sucessor de Moisés. Opiniões referentes sobre quando estes 39 livros escritos foram considerados canônicos divergem entre 444 a.C. a 100 a.C., não se pode dizer com exatidão. O importante é que o cânon do Antigo Testamento se achava indubitavelmente completo nos dias de Cristo. Jesus se referiu a ele como: "As Escrituras" em Jo 5:39; Lc 24:27. É também bastante aceita a idéai de que Esdras quando presidiu a grande  (sinagoga – congregação de pessoas), formada por 120 membros representando as 12 tribos de israel, para definir a nova vida religiosa, política e social pós exílio - Ed 7:10-14, dirigiu também o fechamento do cânon sagrado do Antigo Testamento, ou seja, a seleção dos livros considerados divinamente inspirados. Isso se deu na volta de Judá do cativeiro Babilônico, agora sobre o domínio da Pérsia, novamente a Jerusálem. Essa grande sinagoga deu origem, posteriormente, ao Sìnédrio – Supremo Tribunal Judeu - do qual o Apóstolo Paulo, antes Saulo de Tarso, fez parte. Este supremo tribunal Judeu, possou depois da destruição de Jerusalém em 70 d.C, a ter sua sede em Jaminia, perto da moderna Jope, em Israel. Esse fato é importante, pois foi em Jaminia, que em 90 d.C, os rabinos judeus num concílio sob a direção de Johanan Bem Zakai, reconheceram e fixaram o cânon do A.T definitivamente. Houve muitos debates acerca da aprovação de certos livros, principalmente dos “Escritos”. Note-se porém que o trabalho desse concílio foi apenas ratificar o que já era eceito por todos os Judeus através dos séculos. Apesar de que para os Judeus isso não tinha importância, devemos salientar, como igreja, que o próprio Jesus Cristo ratificou todo o A.T, como o temos hoje. E isso para nós basta ! Há livros sitados no A.T, até hoje não encontrados (veja Nm 11.41; I Cr 27:24; 29:29; II Cr 9:29; 12:15; 13:22; 26:22; 33:19). São casos, cujos segredos, só Deus sabe. Talvéz um dia venha à luz, como os MSS de Qunram, Mar Morto, 1947 ! B. O Cânon do Novo Testamento Fica mais fácil traçar a canonização dos 27 livros do N.T. do que as do A.T., pois a evidência disponível é muito maior. Os livros do N.T. foram escritos durante a última metade do século I A.D (ano domini - ano do nacimento do Senhor). A recém-formada igreja cristã usava as Escrituras do A.T. como base para a sua fé, mas, além disso, era 19
  20. 20. dada grande importância às palavras de Jesus e aos ensinos dos apóstolos. Dessa forma, não decorreu muito tempo antes que os evangelhos passassem a ser usados juntamente com o A.T. A autoridade dos apóstolos é plenamente confirmada. Veja os seguintes exemplos: I Jo 1:3; 2Pe 1:16; At 2:42; Ap 1:11. Em vista de as epístolas de Paulo terem sido escritas para satisfazer a uma necessidade específica de uma igreja local ou de um indivíduo, elas eram preservadas pelo seu valor espiritual e lidas nas igrejas. Em várias ocasiões Paulo deu ordens para que suas cartas fossem lidas e circuladas: 1 Ts 5:27; Cl 4:16. A demora de quase 400 anos (o último livro, apocalipse, foi escrito por volta de 96 a.C) para a canonização dos livros do N.T, se deu pelo zelo da igreja e também pela responsabilidade que envolvia a canonização. Muitos livros foram duramente debatidos. Houve bastante relutância quanto às epístolas de Pedro, João e Judas, bem como ao livro de apocalipse. Não é difícil compreender que, na ocasião em que o cânon do N.T estava sendo considerado, havia muitos livros que reclamariam também uma posição no memso, porém em sua maioria, eram ensinos adulterados e heréticos e assim foram considerados como livros apócrifos do N.T. resultando no terceiro concílio de Cartago em 397 d.C. que estabeleceu a forma final do cânon do NT, contendo os 27 livros canônicos e não houve nenhum movimento no cristianismo para acrescentar, nem para anular qualquer coisa nele. Antes disso, em 367 d.C, ou seja, 30 anos antes, Atanásio, Patriaca de Alexandria e autor do célebre “Credo” que leva o seu nome, em defesa da divindade de Cristo, publicou uma lista dos 27 livros canônicos como os temos hoje, esta lista foi aceita pelo concílio de Hipona, (Africa) cidade da qual Agostinho era bispo, em 393 a.C. O próprio Jesus Profetizou que os apóstolos iriam, através do ensinamento do Espírito Santo, escrever o Novo Testamento veja (Jo 14:26). Existem assim como no A.T, livros desaparecidos, citados no Novo Testamento: (veja I Co 5:9; Cl 4:16). O mistério e o porque, somente Deus o sabe. Testes usados para determinar a canonicidade dos livros do NT. Os seguintes princípios foram usados para determinar a posição de um livro no cânon: 1. Apostolicidade. O livro foi escrito por um apóstolo, ou por alguém associado de perto com os apóstolos? Esta questão tinha especial importância com respeito a Marcos, Lucas, Atos e Hebreus, já que Marcos e Lucas não se encontravam entre os doze e a autoria de Hebreus era desconhecida. 2. Conteúdo espiritual. O livro estava sendo lido nas igrejas e seu conteúdo era um meio de edificação espiritual? Este era um teste muito prático. 3. Exatidão doutrinária. O conteúdo do livro era doutrinariamente correto? Qualquer livro contendo heresia, ou contrário aos livros canônicos já aceitos, eram rejeitados. 4. Uso. O livro fora universalmente reconhecido nas igrejas, sendo amplamente citado pelos Pais da Igreja (líderes da igreja primitiva)? 5. Inspiração divina. Ele dava verdadeira evidência de inspiração divina? "Este era 20
  21. 21. o teste básico, e tudo teria que convergir para este ponto”. C. Os Apócrifos A expressão "livros apócrifos" referente aos 14 livros acrescentados ao A.T. tem o sentido de "oculto" ou "escondido", literalmente Apócrifo significa “obscuro” No sentido religioso significa não genuíno. Os 14 apócrifos compreendem 10 livros e 4 acréscimos a livros canônicos. Para os católicos, eles são considerados parte do cânon sagrado e são por eles denominados deuterocanônicos. Porém para os protestantes são desconsiderados pelas seguintes razões: 2) Estes livros e acréscimos a livros, não fazem parte da Bíblia hebraica; 3) Existem neles elementos inconsistentes com a doutrina protestante (ex: oração pelos mortos); 4) No N.T. não existe nenhuma referência a estes livros, ao contrário dos outros cujas partes de quase todos os livros do A.T. possuem referências no NT e principalmente, não há evidências de inspiração divina em seus escritos; 5) Os apócrifos contidos no AT, foram todos escritos no período intertestamentário ou interbíblico, ou seja, no período de 400 anos entre Malaquias e Mateus, período este, no qual não houve comunicação entre Deus e o povo de Israel, ou seja, reconheci-damente pela própria nação israelita não havia profeta. Neste período o cânom já havia sido encerrado por Esdras há 45 anos, ou seja, os 39 livros da Bíblia Hebraica. 6) Jesus nunca citou qualquer desses 14 livros Apócrifos ou de qualquer outro em seus ensinamentos, como fez com todos os 39 livros do AT hebraico. 7) Foram aceitos até mesmo, nas Bíblias de edição católico-romana, no Concílio de Trento em 1546 d.C., ou seja, séculos depois de Cristo e aproximadamente 1100 anos depois do último concílio de bispos judeus, em Cartago 397 d.C, para definir o cânon do A.T. Antes do concílio de trento a Igreja Católica aceitava os 14, depois passou a aceitar apenas 11, sendo 7 livros e 4 acréscimos, rejeitando 3 livros, devido a sua enorme quantidade de fantasias e heresias. A igreja grega ortodoxa aceita os 14 ainda hoje. 8) Em 18 de Abril de 1546 a igreja romana aprovou os apócrifos, para combater o movimento protestante ou reformista sob a liderança principalmente de Lutéro, o qual crescia grandemente. Nesta época os protestantes combatiam veementemente as novas doutrinas romanistas: do purgatório, da oração pelos mortos, da salvação mediante obras. A igreja católica-romana achava nos apócrifos, base para essas doutrinas e apelou para eles aprovando-os como canônicos. Houve grande disputa até entre os romanistas. Dominicanos combatiam os franciscanos (maioria no clero, o qual era grandemente influenciado pelos jesuítas) na questão da aprovação dos apócrifos. O cardeal Pallavaciani em sua “História Eclesiástica”, declara que “em pleno concílio de Trento, 40 bispos dos 49 presentes, travaram luta 21
  22. 22. corporal, agarrados às barbas e batinas uns dos outros...” Foi neste ambiente “espiritual”, que os apócrifos foram aprovados ! 9) Além do mais a igreja católica ou qualquer outro povo, não têm direito histórico para dizer quais são os livros pertencentes ao cânon do AT, direito este que pertence ÚNICA E EXCLUSIVAMENTE aos Judeus, visto que na época em que foi escrito, o mesmo o foi mediante inspiração de Deus, pelos judeus ! Há que se resaltar que a Igreja católica-romana tem lado a lado com a Bíblia, como fonte de autoridade, as tradições criadas por ela e aprovadas pelos seus papas, os quais segundo ela, são sucessores de Pedro: “Primeiro Papa”. Sendo que o próprio Pedro nunca se declarou ser líder da igreja em sua época, sendo até mesmo sido repreendido certa oicasião pelo apóstolo Paulo, quanto a uma questão doutrinária (...Mas, quando vi que não andavam retamente conforme a verdade do evangelho, disse a Cefas (Pedro) perante todos: Se tu, sendo judeu, vives como os gentios, e não como os judeus, como é que obrigas os gentios a viverem como judeus?) Gl 2.14. Além do mais, o fato de a igreja romana dizer que Pedro foi o primeiro papa é por ela justificado pela passagem de Mt 16: 17-19 (... Pois também eu te digo que tu és Pedro -- “(do grego - petros) que significa pedregulho ou pedra pequena,” -- e sobre esta pedra – “(do grego  - petra), que significa Rochedo” -- edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela...). -- Ou seja, as portas do inferno não prevalecem sobre a igreja que está edificada sobre “O Rochedo”, que é Jesus Cristo e não sobre o pedregulho que era Pedro e que certamente serão todos aqueles que se julgarem seus sucessores, como os papas. A igreja romana está edificada sobre eles, pois os mesmos têm o poder de estabelecerem novas normas, mesmo não constando das Sagradas Escrituras. Foi assim, que aprovaram os livros apócrifos. Porém, o próprio apóstolo Pedro diz ser Jesus a Rocha sobre a qual está edificada a igreja (...Por isso, na Escritura se diz: Eis que ponho em Sião uma principal pedra angular, eleita e preciosa; e quem nela crer não será confundido. E assim para vós, os que credes, é a preciosidade; mas para os descrentes, a pedra que os edificadores rejeitaram, esta foi posta como a principal da esquina...) 10)Flávio Joséfo, o maior historiador judeu, nunca citou estes livros como parte do cânom do A.T. em seus escritos, pelo contrário, rejeitava-os veementemente. D. CURIOSIDADES Os 7 Livros Apócrifos das edições cotólico-romanas: • Tobias (após o livro canônico de Esdras) • Judite (após o livro apócrifo de Tobias) • Sabedoria de Salomão (após o livro canônico de Cantares) • Eclesiástico (após o livro apócrifo de Sabedoria) • Baruque (após o livro canônico de Jeremias) • 1 Macabeus (após o livro canônico de Malaquias) • 2 Macabeus (após o livro apócrifo de 1 Macabeus) 22
  23. 23. Os 4 Acrescimos a livros das edições cotólico-romanas: • Adições feitas no livro de Ester (a Ester 10:4 – 16-24) • Canção dos três santos filhos ( a Dn 3.24-90) • História de Suzana (a Dn cap 13) • Bel e o Dragão (a Dn cap 14) Estes são os 11 apócrifos aceitos atualmente pela igreja romana, os outros 03 livros rejeitados a partir de 1546 d.C, são: • 3 Esdras • 4 Esdras • A Oração de Manassés NOTA.: Os livros apócrifos de 3 e 4 Esdras, são assim chamados, pois nas edições católicas os livros canônicos de Esdras e Neemias são respectivamente I e II Esdras. Livros Apócrifos do Novo Testamento: •Epístola de Barnabé •Terceira Epístola aos Coríntios •O Pastor de Hermas •Ensino ou (Didaskê - dos Doze - do qual deriva didática •Epístola aos Laodicenses •Epístola de Policarpo aos Filipenses •Sete Epístolas de Inácio INFALIBILIDADE DAS ESCRITURAS V.I.A.1.1.1.1.1. Definição de Infalibilidade A infalibilidade das Escrituras significa que os escritos originais da Bíblia não continham erros. Nos idiomas originais em que foi escrita, ou seja, escritos pela pena dos “escritores inspirados”, ela é absolutamente infalível - sem erro de qualquer tipo. Esta tem sido a posição de todas as igrejas evangélicas através dos anos. E. O Testemunho da Infalibilidade 1. De onde vem esta doutrina de infalibilidade? Da própria Escritura. Ela afirma ser inspirada por Deus. (2 Tm 3:16 e 2 Pe 1:21) a) Os escritores do Antigo Testamento são muito claros ao afirmar que estavam transmitindo a Palavra de Deus. (Dt 4:2; Sl 19:7; 2 Sm 23:2; Is 1:2; Jr 1:7-9; Ez 2:7) b) Os escritores do Novo Testamento também dão testemunho do fato de que Deus era quem falava no Antigo Testamento. Exemplos: Nos Evangelhos - Mt 23
  24. 24. 1:22; Lc 1:70; Mc 12:36; Nas Epístolas - Rm 7:12; Hb 4:12; Tg 1:22-25; 4:5; Ap 22:18-19. Desta maneira, no início (Dt 4:2; 12:32), no meio (Pv 30:6) e no fim das Escrituras (Ap 22:18,19), Deus adverte contra a alteração da sua Palavra, acrescentando ou retirando qualquer coisa de sua mensagem. c) O próprio Jesus deu testemunho da Escritura. Cristo confirmou especificamente todo o Antigo Testamento, no qual não encontrou um único erro ou inconsistência. Baseou continuamente seus argumentos e exortações sobre ele. (Mt 5:18; Jo 10:35). Em Lc 24:44 Jesus se refere às três seções que abrangiam o A.T. inteiro. 2. A Bíblia é uma revelação original da verdade. A Bíblia é uma revelação de verdades as quais o homem só pode conhecer pelo que ela diz. O homem pergunta: Quem sou? De onde vim? Para onde estou indo? O que dizer sobre imortalidade, céu, inferno, juízo e eternidade? O que o homem sabe, o que pode saber fora da Bíblia? Muitos estão virtualmente fazendo o seu próprio deus. De que serve um deus feito por mãos humanas? Se o ser humano pode fazê-lo, ele é então maior do que seu deus e portanto não precisa dele. Ninguém jamais pôde revelar um deus como o Deus das Sagradas Escrituras. O cristão não se envergonha absolutamente por não poder explicar tudo sobre Deus. Deus não seria Deus se isto fosse possível. Ninguém adora o que compreende. Só quando alguém ultrapassa as fronteiras da sua própria compreensão é que inclina a cabeça e levanta as mãos em adoração. 3. A Bíblia é uma revelação imutável. Muito da incerteza e da incredulidade a respeito da Bíblia partiu dos chamados cientistas. Em vista de a infalibilidade da Bíblia encontrar-se no nível dos fatos observáveis, os céticos e letrados incrédulos são os mais propensos a atacá-la. Muitos fizeram da ciência praticamente um deus. O termo "ciência" significa apenas "conhecimento", e ela não deve ser adorada e nem temida. Os textos científicos ficam rapidamente obsoletos, enquanto a Bíblia não teve de ser alterada em nada, no decorrer de milhares de anos que foi escrita. Por que duvidar de um livro que resistiu aos séculos e a todos os ataques feitos contra ele, aceitando ciências que necessitam ser revistas a cada passo? A Bíblia não é um manual científico, mas jamais foi provado que contenha qualquer fato científico falso. O relato da criação de Gênesis continua de pé. 4. A Bíblia é exata moral e espiritualmente. Não é no domínio científico que a Bíblia demonstra sua maior exatidão, mas no campo moral e espiritual. A Bíblia tem produzido resultados práticos, tem influenciado as civilizações, transformado vidas, trazido luz, inspiração e conforto a milhões (Veja 1 Ts 2:13). Alguém já ouviu dizer que a ciência transformou a vida de um ladrão ou mudou o caráter de alguém, ou que trouxe paz ao desesperado, ou fez com que o filho que odiava o pai passese a amá-lo derrepente ? Claro que não ! A ciência até tenta em nossos dias dar uma resposta aos sentimentos, como o amor, porém são respostas vagas e frias, como quando dizem que o amor é gerado em certa 24
  25. 25. região do cérebro. Ora, o que é o cérebro, senão o orgão físico de nosso corpo, encarregado de interpretar em linguagem física, ou seja, química, os sentimentos da alma, para que o corpo físico possa expressá-los ? Mas como explicar os sentimentos da alma e do espírito propriamente, senão pela palavra de Deus ? (Hb 4:12). A psicologia, ao tratar um homosexual não pode transformá-lo, por isso diz que seu sentimento deve ser liberado e aceito. “São erradas as pessoas que não compreendem” essas pessoas que liberam seus sentimentos ou “índole”. COMO AS ESCRITURAS CHEGARAM ATÉ NÓS A história de como a Bíblia chegou até nós, na forma em que a conhecemos, começa com os manuscritos originais, ou “autógrafos”, como são chamados. Esses textos originais foram escritos por homens da antiguidade movidos pelo Espírito Santo (2 Tm 3:16; 2 Pe 1:20,21). Durante anos, os céticos declararam que Moisés não poderia ter escrito a primeira parte da Bíblia porque a escrita era desconhecida na época (1500 a.C.). A ciência da arqueologia provou desde então que a escrita já era conhecida milhares de anos antes dos dias de Moisés. Os sumérios, egípcios e babilônicos já escreviam em 4000 a.C. Em 1887, o erudito Petri descobriu os tabletes de Tel-El-Armarna, no norte do Egito. Entre esses tabletes, havia cartas escritas por pessoas que viveram muito antes de Moisés, o que prova que alguém que viveu em sua época, poderia perfeitamente dominar a arte da escrita, principalmente ele, que possuia nível universitário e que fora criado como príncipe do Egito. F. Materiais antigos de escrita A. Pedra – Ex. Deus deu a Moisés os Dez Mandamentos escritos em tábuas de pedra. B. Argila – Preparada em pequenos tabletes, era usada pelos assírios e babilônicos. C. Madeira – Bastante usada pelos gregos. Ex. Isaías 30:8 e Habacuque 2:2. D. Couro – O Talmude judeu (conjunto das leis judaicas – escritas e orais - inclusive o pentatêuco), exigia especificamente que as Escrituras fossem copiadas sobre peles de animais, sobre couro. É praticamente certo, que o A.T. foi escrito em couro. Eram feitos rolos, costurando juntas as peles que mediam de alguns metros a 30 metros ou mais de comprimento. O texto era escrito em colunas perpendiculares ao rolo. Os rolos, entre 26 a 70 cm de altura eram enrolados em um ou dois pedaços de pau. E. Papiro – É quase certo que o N.T. foi escrito sobre papiro, por ser este o material de escrita mais importante na época. O papiro é feito cortando-se em tiras seções delgadas de cana de papiro, empapando-as em vários banhos de água, e depois sobrepondo-as umas às outras para formar folhas. Uma 25
  26. 26. camada de tiras era colocada por sobre a primeira, e depois as punham numa prensa, a fim de aderirem umas às outras. As folhas tinham de 15 a 38 cm de altura e 8 a 23 cm de largura. Rolos de qualquer comprimento eram preparados colocando juntas as folhas. Geralmente mediam cerca de 10m de comprimento, embora tenha sido encontrado um rolo com 47m de comprimento. F. Velino ou pergaminho – Começou a predominar mediante os esforços do rei Eumenes II , de Pérgamo (197-158 a.C.), sendo também utilizadas peles de animais (ovelhas e cabras) que eram passadas por um tratamento obtendo-se daí, um couro de excelente qualidade. Este tipo de material foi utilizado centenas de anos antes de Cristo e, por volta do século IV d.C., ele suplantou o papiro. Quase todos os manuscritos conhecidos hoje são em pergaminhos. G. O códice O códice é um manuscrito em forma de livro, em vez de rolo. Em torno do século I ou II d.C., as folhas de material escrita foram juntadas em forma de livro ao invés de reuni-las lado a lado para fazer um rolo. O códice era de mais fácil transporte e tornou possível manter uma quantidade muito maior de escrita num só lugar. H. Instrumentos antigos de escrita A tinta negra para escrever era preparada com fuligem ou negro de fumo e cola, diluídos em água. Os essênios, que escreveram os Rolos do Mar Morto, usavam ossos queimados de cordeiro e azeite. É notável como a escrita permanece tão bem conservada até hoje. Os instrumentos de escrita eram um conzel para usar sobre pedra e um estilete feito de metal ou de madeira dura para uso nas tábuas de argila. Penas foram inventadas para escrever sobre o papiro ou pergaminho. Estas eram feitas de talos ocos de grama de pasto (capim) ou bambu. O bambu seco era cortado diagonalmente com uma faca, sendo bem afiado na extremidade, a qual era então fendida. A fim de manter os materiais em boas condições, os escribas portavam uma faca. É preciso ressaltar que, tanto quanto sabemos, nenhum dos autógrafos. Alguns podem vir a ser ainda descobertos, mas isso é duvidoso. Não se encontrou até agora nenhum material dos tempos bíblicos. É possível que se existissem, as pessoas iriam adorá-los fisicamente, tal como fizeram os judeus no deserto com a serpente de metal (Nm 21:5-9; II Reis 18:3-4). I. Idiomas usados A Bíblia foi escrita originalmente em três idiomas: hebraico, aramaico e grego, inclui-se algumas palavras persas. Essas línguas continuam sendo faladas em algumas partes do mundo contemporâneo. O hebraico é a língua oficial do Estado de Israel. O aramaico é falado por alguns cristãos nas vizinhanças da Síria. O grego, embora muito diferente daquele do Novo Testamento, é falado por milhares de pessoas hoje. 26
  27. 27. A. Hebraico – Quase todo o A.T. foi escrito em hebraico. As letras tipo bloco eram escritas em maiúsculas, sem vogais, sem espaços entre palavras, frases ou parágrafos, e sem pontuação. Os pontos das vogais foram acrescentados mais tarde (entre 500 a 600 d.C.) pelos eruditos massoretas. O hebraico é conhecido como um dos idiomas semíticos, que inclui o aramaico. B. Aramaico – Um idioma aparentado com o hebraico, o aramaico tornou-se a língua comum na Palestina depois do cativeiro babilônico (500 a.C.). Algumas partes do A.T. foram escritas neste idioma: uma palavra designando nome de lugar em Gênesis 31:47; um versículo em Jeremias 10:11; cerca de seis capítulos no livro de Daniel (2:4b-7:28); e vários capítulos em Esdras (4:8-6:18; 7:12-26). O aramaico continuou sendo o vernáculo da Palestina durante vários séculos. Temos assim algumas palavras aramaicas preservadas para nós no N.T.: Talitha cumi (“Menina, levanta-te”), em Marcos 5:41; (Efatá) –Ephphatha: (“Abre-te”), em Marcos 7:34; Eli, Eli lama sabachthani (“Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?”), em Mateus 27:46. Jesus se dirigia habitualmente a Deus como Abba (aramaico “Pai”). Note a influência disto em Romanos 8:15 e Gálatas 4:6. Outra frase comum dos primeiros cristãos era Maranatha (“Vem, nosso Senhor”), em 1 Coríntios 16:22. C. Grego – Apesar de Jesus falar aramaico, o Novo Testamento foi escrito em grego. A mão de Deus pode ser vista nisto, porque o grego era o idioma internacional, ou seja, comercial do século I, assim como é o inglês hoje, tornando assim, possível a divulgação do evangelho através de todo o mundo então conhecido. J. Manuscritos A. Definição – A palavra “manuscrito” como usada hoje é restrita àquelas cópias da Bíblia feitas no mesmo idioma em que foram originalmente escritas e não aos originais, aos quais chamamos “aoutógrafos”. Na ocasião em que a Bíblia veio a ser impressa (1455 d.C.), havia mais de 2000 manuscritos nas mãos de certos letrados. Nenhum era, de forma alguma, completo. Alguns contêm apenas porções do texto original, mas reunidos podem assegurar um texto completo. Existem cerca de 4.500 manuscritos do Novo Testamento. Este número é significativo quando se considera que os eruditos tendem a aceitar dez ou vinte manuscritos dos escritos clássicos, a fim de reputar genuína uma obra antiga. B. Classificação – Os manuscritos estão divididos em duas classes: a) Unciais (do latim uncia, polegada). São assim chamados por serem escritos em grandes letras maiúsculas. Trata-se dos manuscritos mais antigos. b) Cursivos. Vieram mais tarde os manuscritos cursivos, que receberam este nome por serem escritos com letras “cursivas” ou à mão. 27
  28. 28. C. Manuscritos Mais Famosos: - Antigo Testamento em Hebraico. - Códice dos primeiros e últimos profetas (895 d.C), - Códice do Pentateuco (900 d.C), - Códice Aleppo – Com o Antigo Testamento completo, base da nova Bíblia hebraica elaborada pela Universidade Hebraica de Jerusalém (930 d.C) – Códice 19 A – Biblioteca de Leningrado (Rússia - , chegando lá quando não havia ainda o comunismo). É o mais antigo manuscrito completo do AT hebraico, isto é, o mais antigo datado. O original foi escrito por Moses Ben Asher em 1000 d.C, foi copiado por Samuel Ben Jacob em 1008 d.C – O rolo de Isaias (achado nas proximidades do Mar Morto em 1947), Este Manuscrito foi encontrado juntamente com os famosos rolos do Mar Marto em 1947 e data de 100 a.C, isto é, 1000 anos mais antigo do que qualquer outro manuscrito conhecido. Levando-se em consideração que esse manuscrito concorda com o das nossas Bíblias atuais, temos nisso uma prova singular da autenticidade das Escrituras, considerando que esse rolo de Isaias tem agora mais de 2000 mil anos de existência ! - Manuscritos do Antigo e Novo Testamento em Grego - Manuscrito Sinaítico: - Código Alef (340 d.C) – único com o Novo Testamento completo, Manuscrito Vaticano: – Códice B (325 d.C), Manuscrito Alexandrino: – Códice A (425 d.C), Manuscrito Efráemi: – Códice C (345 d.C), Manuscrito Beza: – Códice D (Século VI). K. As Versões Depois dos manuscritos, a próxima forma mais importante das Escrituras, que dá testemunho da sua antiguidade, são as versões. A versão é uma tradução do idioma original de um manuscrito em outro idioma. Existe um número muito grande de versões, mas apenas algumas serão consideradas como exemplos dispersos através dos anos até hoje. A. A Septuaginta – Esta é, talvez a mais importante das versões, por sua data antiga e influência sobre outras traduções. A Versão Septuaginta é uma tradução do Antigo Testamento hebraico para o grego. Foi iniciada a cerca de 250 a.C. e terminada cerca de 150 a.C. – (esta é a versão mais aceita por alguns eruditos), sendo provavelmente a mais antiga tentativa de reproduzir um livro de um idioma para outro. É o documento bíblico mais antigo que 28
  29. 29. possuímos, sendo a cópia mais antiga, datada de 325 d.C. B. O Pentateuco Samaritano – A raça samaritana surgiu depois dos assírios terem conquistado o reino do Norte de Israel, em 721 a.C., e levado a maior parte das dez tribos para o cativeiro. Sargão, rei dos assírios, mandou muitos povos idólatras das suas províncias orientais para Israel (2 Reis 17:5,6,24). Esses povos fizeram casamentos mistos com os israelitas que tinham ficado na terra, formando assim a raça samaritana, uma mistura de israelitas e pagãos. Eles estabeleceram um culto rival ao dos judeus, construindo um templo no monte Gerizim. Eles aceitavam apenas o Pentateuco. Em 2 Reis 17:26-28, lemos a respeito de um sacerdote, dentre os judeus cativos na Assíria, sendo mandado de volta a Samaria para ensinar o povo. Acredita-se que ele levou consigo uma cópia do Pentateuco hebraico. C. As versões siríacas – O idioma sírio era a principal língua falada nas regiões da Síria e da Mesopotâmia. É quase idêntico ao aramaico. D. As versões latinas – Latim antigo e a Vulgata Latina. E. Além dessas, as versões modernas são de suma importância às diversas nacionalidades existente no mundo, uma vez, que são poucos os que podem ler a Bíblia na línguagem em que foi escrita originalmente. Essas versões estão sempre sendo revisadas, devido a achados mais antigos e descobertas da crítica textual. Além da própria linguagem humana, exigir isto devido a sua evolução natural. Desta forma as revisões permitem ao leitor de agora compreender melhor um texto escrito na sua forma atual de linguagem, do que se ele tivesse que ler o texto de uma Bíblia escrita em 1600. É evidente que mesmo os textos mais modernos devem sempre seguir o mais próximo possível o original, nunca perdendo o sentido literal. Entre elas temos as Versões Européias – francês (1487); italiano (1432); alemão (1534); o sueco (1541); o dinamarquês (1550); o holandês (1560); o espanhol (1602); o finlandês (1602); o português (1681); etc. Hoje em dia a Bíblia está traduzida não somente nas principais línguas da Europa, mas também em todas as principais do mundo. Das versões europeias, se destacam três, devido sua importância, são elas: 1) As Versões de língua Inglesa (A inglaterra foi a primeira nação a traduzir a Bíblia para sua língua), As versões na língua inglesa são 13, incluindo Inglaterra e USA, as quatro mais recentes e importantes versões são: a. A versão Autorizada ou Versão do Rei Tiago (The King James version). Publicada em 1611 d.C, até hoje a preferida dos povos de língua inglesa. 29
  30. 30. b. A versão Revisada (English Revised Version – NT em 1881, AT em 1885), revisão da versão autorizada sendo usados MSS mais antigos que os utilizados na The King James Version. c. A versão Revisada Americana (American Standard Version), preferida dos membros do comitê que elaborou a versão revisada de 1881-1885 (ítem B). Foi publicada em 1900 NT e 1901 AT. d. A versão Padrão Revisada (Revised Standard Version) é mais uma nova verão do que uma revisão. Apesar de ser elaborada por grandes doutores da língua hebraica e grega, não teve a aceitação que se esperava. Terminada em 1946 NT e 1952 AT. e. As mais recentes versões em Ingês são: Jerusalém Bible (1966); New English Bible (1970); Good News Bible (1976); New International (1978), esta última é considerada a verão mais fiel publicada até hoje em língua inglesa. Fiel aí, no sentido de que as palavras usadas, são o mais literal possível, sem interpre-tações para os textos ou palavras sinônimas, ou seja, palavras na mesma ordem do original e com significado fielmente igual. 2) Versão Alemã, Elaborada por Lutéro, (Martinho) apartir das línguas originais, Hebraico e Grego. Ele concluiu esta Bíblia em 1534. A Bíblia na alemãnha, faz parte inclusive, da historia da literatura nacional deste país. 3) Versões em Portugues. No início, como nas versões em outras línguas foram traduzidas partes dos Textos Sagrados. D. Diniz rei de portugual (1279-1375), traduziu da Vulgata uma parte do livro de Gênesis. O rei D. João I (1385-1433), ordenou a tradução dos Evangelhos. Esse mesmo rei traduziu os Salmos. Frei Bernardo traduziu o Evangelho de São Mateus no século XV. Em 1495 a Rainha Leonor casada com D. Joaõ II, mandou publica o livro “A vida de Cristo”, uma espécie de Harmonia dos Evangelhos. Em 1505, a mesma rainha mandou imprimir os Atos dos Apóstolos e as Epístolas Universais. - Vejamos agora as traduções completas: a. A Versão de Almeida. João Ferreira d’Almeida foi ministro do Evangelho da Igreja Reformada Holandesa, em Batávia, então capital da ilha de Java, na Oceania. (Batávia é agora a moderna Djakarta, capital da indonésia), Java era então domínio holandês, conquistada aos portugueses. Almeida traduziu primeiro o Novo Testamento, terminou-o em 1670; em 1681 foi ele impresso em Amsterdam, Holanda, isto é, 100 anos antes da primeira edição católica da Bíblia, a do Padre Figueiredo (1781) ! Almeida traduziu o Antigo Testamento até Ezequiel 48.21, qundo então faleceu em 1691. Missionários seus amigos completaram a tradução, especialmente Jacob Opden Akker. Almeida fez sua tradução utilizando-se dos Originais Grego e 30
  31. 31. Hebraico, linguas que estudou depois de abraçar o Evangelho. Utilizou também as versões, holandesa de (1637) e a espanhola (de valera, 1602). Seu Antigo Testamento foi publicado em 1753 em Amsterdam. A Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira (SBBE) começou a publicar o texto de Almeida em 1809, publicando a Bíblia completa pela primeira vez, em 1819. Pelo fato de o texto de Almeida não ser muito bom, pois ele havia saído de Portugual ainda quando criança, não se aprofundando na cultura de seu paíz, houve a necessidade de se revisar o texto. O que ocorreu em 1894 e 1925. Em 1951, a Imprensa Bíblica Brasileira (Organização Batista Independente) publicou a “Edição Revista e Corrigida”, abreviadamente ARC. Depois, uma comissão de especilaistas brasileiros trabalhou de 1945 a 1955 para apresentar a “Edição Revista e Atualizada” de Almeida (ARA). Esta é uma tradução magnífica e de linguagem qualificada. O NT foi publicado em 1951 e o AT em 1958. A publicação é da Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), sendo a comissão composta de 30 elementos abalizados de várias denominações, como Sinésio Lira, A.C Gonçalves, Crabtree, R.G. Bratcher, W. C. Taylor. Foi usado o texto grego de Nestle (versão grega mais fomosa) para o NT e o hebraico de Letteris, para o AT, sendo feito o melhor possível na tradução. Há ainda uma comissão revisora, acompanhando constantemente os progressos da crítica textual. b. A versão Figueiredo. O padre Antônio Pereira de Fegueiredo, português, levou 17 anos no preparo de sua versão. Publicou o NT em 1781 e o AT em 1790. Esta versão foi traduzida da Vulgata Latina. A SBBE, publica o texto de figueiredo desde 1821, sendo o texto atual, melhor do que o primitivo. c. A tradução Brasileira. Começou em 1904, por uma comissão de vultos do evangelismo brasileiro, nomeada pela SBA (sociedade Bíblica Americana) e SBBE (Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira). Entre outros, foram nomeados membros da comissão: Antônio Trajano, Eduardo Carlos Pereira e Hipólito de Oliveira Campos. O NT foi publicado em 1910 e o AT em 1917. A tradução é mui fiel ao original. Há muita rigidez na tradução. Falta-lhe a beleza de estilo e a segurança vernacular, por ser literal, e não à base da equivalência dinâmica como se diz em linguística, ou seja, com as mesmas palavras e na mesma ordem do original, não levando em conta justamente a dinâmica da língua para a qual esta sendo traduzida. d. A versão de Rhoden. Consta só do NT. Era padre brasileiro de Santa Catarina, quando da tradução. Começo o trabalho como estudante, na Alemanha, em 1924-1927, concluindo-o no Brasil. Foi publicada em 1935. Este padre deixou a igreja Romana. É versão muito usada para se 31
  32. 32. fazer estudo comparativo pela crítica textual. O texto grego utilizado foi o de Nestle. e. A versão de Matos Soares. Também padre Brasileiro. Traduziu a Vulgata Latina. Concluiu a Tradução em 1932, mas só em 1946 foi publicada. É a Bíblia popular dos católicos romanos brasileiros. Aversão carece de fidelidade. Como todo tradutor católico, nota-se em Matos Soares preconceitos e tendências, especialmente nos itálicos*, que às vezes tem texto maior que o próprio original. O Papa é conivente nisto, conforme sua carta do Vaticano de 1932. i. *As palavras em itálico não contam do texto original, somente foram introduzidas para facilitar o sentido do texto, ou seja seu entendimento. SEMPRE têm que estar em itálico para que o leitor saiba que não fazem parte do Texto Sagrado.O fato é que quando um leitor desavisado lê uma palavra em itálico nestas Bíblias: a) terá a certeza de que é a “Palabvra de Deus” e, não o é. b) pelo fato de algumas terem tamnho maior – (isso na versão católica de Matos Soares), achará que são mais importantes do que o restante do trexto, que é de fato a Palavra de Deus ! Em portugues, a única tradução protestante com itálicos é a ARC. f. Existem ainda as versões protestantes na linguagem de hoje. Algumas, inclusive, que fogem totalmente da tradução literal (ordem das palavras), para que o leitor possa compreender melhor o texto Bíblico. Estas versões, são muito interassantes para se estudar e comparar o texto Bíblico tradicional. NOTA: Para um conteúdo informativo maior é altamente recomendado a leitura de um livro de Bibliologia, como por exemplo: “Fundamentos da Teologia Pentecosta – Vol I” dos autores: Guy P. Duffiel e Nathaniel M. Van Cleave – Editora Quadrangular e “A Bíblia Através dos Séculos” de Antônio Gilberto, Editora CPAD, já que esta apostila e apenas um breve resumo sobre o assunto. L. Crítica Bíblica A. Alta Crítica – Examina os vários livros da Bíblia do ponto de vista da sua história. Por exemplo, trata da idade, autoria, autenticidade canônica. Traça a sua origem, preservação e integridade, mostrando seu conteúdo, caráter geral e valor. É segundo a teologia tradicional, inimiga do texto bíblico por assim dizer, já que todo ele é inspirado e ela ocupa-se em mutilar o mesmo, baseando-se em fontes externas de conhecimento humano para provar ou não sua autenticidade histórica (datas, citação de lugares, que eles acham que nem existiram, etc). Por exemplo, Eruditos da alta crítica riam do fato de se atribuir a “autoria” do pentateuco a Moisés dizendo que ele não poderia tê-lo escrito, pois a escrita ainda era desconhecida nesta época, o que já há muito foi refutado como vimos. Outro fato é o de acharem que o povo hetita, ou os heteus, nem sequer existiu, sendo 32
  33. 33. sua citação na Bíblia uma história fictícia segundo eles. Riam desse fato e diziam que não havia nenhuma evidência da existência desse povo, que é citado na Bíblia em passagens como Gn 25:9; 26:34 e Ex: 23:28. Porém no início do século XX, arqueólogos descobriram os impresionantes hieroglifos hititas na cidade de Bogatz-Keui, no Oriente Médio. Mais tarde foi escavada uma cidade hitita inteira. B. Crítica Menor (Baixa Crítica ou Crítica Textual) – O segundo tipo de crítica tem por objetivo, verificar as palavras exatas dos textos originais da Bíblia. Seu método é o de reunir e comparar os manuscritos, versões e citações antigas da Escritura; e determinar com isso, a leitura correta de cada passagem duvidosa, sabendo que para isso contam com cerca de 4000 manuscritos da Bíblia. Diferente da alta crítica, a crítica textual ao lado da arqueologia vem provando que o texto bíblico é autêntico, o que não poderia ser diferente, visto que o seu autor é o próprio Deus. Deve-se levar em consideração, que os MSS, ou seja, as cópias dos autógrafos, são de datas das mais varias e foram achados em lugares e épocas distantes uns dos outros. Tendo sido escritos por pessoas, de várias épocas diferentes e em lugares diferentes. Tendo-se notado fidelidade em todos eles, exceto quando de erros, os quais são explicsados adiante, o que não interfere nesta fidelidade, devido ao trabalho da crítica textul. Portando, com isso temos a certeza de sua autenticidade. M. Evidências para Textos Bíblicos O crítico bíblico sincero utiliza-se de três fontes principais de evidência para determinação das palavras exatas – as mais próximas dos manuscritos originais. Duas delas já foram mencionadas: os manuscritos e as versões. A terceira, são escritos dos Primeiros Pais da Igreja. A. Os Pais da Igreja – esses homens foram chamados “pais”, que é um sinônimo de mestres. Foram grandes líderes, teólogos, professores e eruditos dos primeiros séculos depois de Cristo. Eram cristãos dedicados que escreveram sermões, comentários e harmonias. Eles defendiam ardentemente a fé contra as incursões pagãs. B. Os Rolos do Mar Morto – Os Rolos do Mar Morto, cerca de 350, foram considerados como sendo uma das maiores descobertas arqueológicas do século XX. Escritos pelos essênios entre o primeiro século antes de Cristo e o primeiro século depois de Cristo, as partes bíblicas deste rolo (quase o A.T inteiro), nos fornecem manuscritos mais antigos que quaisquer outros. C. Os Papiros – De grande interesse para os eruditos bíblicos é uma certa quantidade de papiros descobertos recentemente (1931) nas tumbas do Egito. Estes têm sido considerados os de benefício mais importante para a crítica textual do Novo Testamento. 33
  34. 34. D. Declarações Estimulantes a) As doutrinas das Escrituras: Qualquer que seja a variante das leituras descobertas pelos críticos textuais, é um fato reconhecido que nenhuma delas de maneira alguma altera a doutrina da fé cristã. b) Pureza do texto: Estudiosos avaliaram cuidadosamente a evidência e concluíram que o texto do Novo Testamento é bem mais de 99% puro. E. Que saibam todos os estudiosos sinceros da Palavra de Deus, que ela é um verdadeiro milagre. Imagine se fosse dada a missão de escrever um livro a quarenta escritores diferentes, com cultura, nível social e econômico diferentes. E que vivessem em lugares grandiosamente distantes. E que os mesmos escritores, fossem selecionados num período de 1600 anos. Cada escritor, ao terminar a sua obra, deveria gardá-la bem segura, a fim de que não desaparessesse, por outro lado, deveria também incentivar a leitura do seu livro em sua época e proceder para que a posteridade também o tivesse como obra prima e principalmente que seu assunto fosse atual, sempre. Sabendo que poderia haver perseguição com intuito de sua destruição, devido ás culturas diferentes, interesses políticos, etc. Ao final de 1600 anos, todos os escritos deveriam ser agrupados em um só volume e considerados um só livro, tendo um conteúdo e uma idéia central ÚNICA. CERTAMENTE ISSO SERIA A MAIOR CATASTROFE DA LITERATURA MUNDIAL ! Pois bem, isso foi o que aconteceu na confecção, preservação e agraupapamento dos livros da Bíblia Sagrada. E o fato de ter ela, um conteúdo indiscutivelmente único e sempre atual em seus sessenta e seis livros, nos leva a ter a certeza de que ela possui somente um autor, que não é outro senão o DEUS TODO PODEROSO, que a trouxe até nós é que a preserva até hoje ! INERRÂNCIA OU INFALIBILIDADE Inerrância significa que a verdade é transmitida em palavras que, entendidas no sentido em que foram empregadas e no sentido que realmente se destinavam a ter, não expressam erro algum. A inspiração garante a inerrância da Bíblia. Inerrância não significa que os escritores não tinham faltas na vida, mas que os seus ensinos foram preservados de erros. Eles podem ter tido concepções errôneas acerca de muitas coisas, mas não as ensinaram; por exemplo, quanto a terra, às estrelas, às leis naturais, à geografia, à vida política e social etc. Quando por exemplo, Josué escreve que o Sol parou, na verdade sabemos que quem parou foi a Terra (deixou de fazer o movimento de rotação em volta do seu próprio eixo) por um milagre, tendo em vista que todos os habitantes seriam arremeçados para o espaço se assim não fosse. Porém Josué não posuia conhecimento científico e não foi interesse de Deus revelar a ele tal conhecimento, até porque ninguém da época entenderia tal explicação científica, exceto Josué por revelação. Por isso foi mais conveniente para Deus “inspirá-lo” a escrever o que ele viu, ou seja, o Sol parado no meio 34
  35. 35. do céu por quase um dia interiro ! Js 10:13. Também não significa que não se possa interpretar erroneamente o texto ou que ele não possa ser mal compreendido. A inerrância não nega a flexibilidade da linguagem como veículo de comunicação. É muitas vezes difícil transmitir com exatidão um pensamento por causa desta flexibilidade de linguagem ou por causa de possível variação no sentido das palavras. A Bíblia vem de Deus. Será que Deus nos deu um livro de instrução religiosa repleto de erros? Se ele possui erros sob a forma de uma pretensa revelação, perpetua os erros e as trevas que professa remover. Pode-se admitir que um Deus Santo adicione a sanção do seu nome a algo que não seja a expressão exata da verdade ? Diz-se que a Bíblia é parcialmente verdadeira e parcialmente falsa. Se ela é parcialmente falsa, como se explica que Deus tenha posto o seu selo sobre toda ela ? (II Tm 3:16) Se ela é parcialmente verdadeira e parcialmente falsa, então a vida e a morte, a benção e a maldição estão a depender de um processo de separação entre o certo e o errado, o qual o homem não pode realizar. Cristo declara que a incredulidade é ofensa digna de castigo. Isto implica na veracidade daquilo que tem de ser crido, porque Deus não pode castigar o homem por descrer no que não é verdadeiro (Sl.119:140,142; Mt.5:18; Jo.10:35; Jo.17:17). Aqueles que negam a infalibilidade da Bíblia, geralmente estão prontos a confiar na falibilidade de suas próprias opiniões. Como exemplo de opinião falível encontramos aqueles que atribuem erro à passagem de IRs.7:23 onde lemos que o mar de fundição tinha dez côvados de diâmetro de uma borda até a outra, ao passo que um cordão de trinta côvados o cingia em redor. Sendo assim, tem-se dito que a Bíblia faz o valor do Pi ser 3 em vez de 3,1416. Mas uma vez que não sabemos se a linha em redor era na extremidade da borda ou debaixo da mesma, como parece sugerir o versículo seguinte (v.24) não podemos chegar a uma conclusão definitiva, e devemos ser cautelosos ao atribuir erro ao escritor. Outro exemplo utilizado para contrariar a inerrância da Bíblia, encontra-se em I Co.10:8 onde lemos que 23.000 homens morreram no deserto, enquanto que Nm 25:9 diz que o número dos que morreram foi de 24.000. Acontece que em Números nós temos o número total dos mortos, ao passo que em I aos Coríntios nós temos o número parcial que somado ao restante dos homens relacionados nos versículos 9 e 10, deverá contabilizar o total de 24.000. A inerrância, ou seja, a inexistência de erros, não abrange as cópias dos manuscritos, mas atinge somente os autógrafos, isto é, os originais, ou seja, podemos encontrar erros de escrita nos MANUSCRITOS. Desse modo podemos listar os seguintes tipos de erros, sempre com relação aos manuscritos: a) Erros Involuntários: Cometidos pelos escribas do N.T. devido a sua falta ou defeito de visão, defeitos de audição ou falhas mentais. 1. Falhas de Visão: Em Rm.6:5 muitos manuscritos (MSS) tem  ama (juntos), mas há alguns que trazem  alla (porém). Os dois lambdas ( LL ) juntos deram ao copista a idéia de um  mi , ou seja, em vez de ( alla), ( ama). Em At.15:40 onde há  35
  36. 36. -EPLEXAMENOC (tendo escolhido) aparece no Códice Beza  -EPDEXAMENOC (tendo recebido) onde o lambda ( maiúsculo é confundido com um delta (maiúsculo. Há também confusão de sílabas, como é o caso de I Tm.3:16 onde o manuscrito D traz - homologoumen ôs (nós confessamos que) em vez de - homologoumenôs – de homologar em portugues (sem dúvida). O erro visual chamado parablopse (um olhar ao lado) é facilitado pelo homoioteleuton, que é o final igual de duas linhas, levando o escriba a saltar uma delas, ou pelo homoioarchon, que são duas linhas com o mesmo início. O Códice Vaticano ou “B”, em Jo.17:15, não contém as palavras entre parênteses: “Não rogo que os tires do (mundo, mas que os guardes do) maligno”. Consultando o N.T. grego veremos que as duas linhas terminavam de maneira idêntica: em autos ek tou no manuscrito que o escriba de B copiava. Lc.18:39 não aparece nos manuscritos 33, 57, 103 e b, devido a um final de frase igual na sentença anterior no manuscrito do qual eles se derivam. O Códice Laudiano tem um exemplo no versículo 4 do Capítulo 2 do livro de Atos: “Et repleti sunt et repleti sunt omnes spiritu sancto”, sendo este em caso de adição, chamado ditografia, que é a repetição de uma letra, sílaba ou palavras. 2. Falhas de Audição: Era costume, muitos escribas se reunirem numa sala enquanto um leitor lhes ditava o texto sagrado. Desse modo o ouvido traía o escriba até mesmo quando o copista solitário ditava a si próprio. Em Rm.5:1 encontramos um destes casos, onde as variantes echômen e echomen foram confundidas. IPe.2:3 também apresenta um caso semelhante com as variantes cristos (Cristo) e crestos (gentil), esta última encontrada nos manuscritos K e L. No grego coinê as vogais e ditongos pronunciavam-se de modo igual dentro das respectivas classes. É o caso de ICo.15:54 onde o termo nikos (vitória), foi confundido por neikos (conflito), sendo que aparece em P46 e B como “tragada foi a morte no conflito”. Em Ap.15:6 onde se lê “vestidos de linho puro” a palavra grega linon é substituída por lithon nos manuscritos A e C “vestidos de pedra pura”. Desse modo uma só letra que o ouvido menos apurado não entendeu direito e que produziu completa mudança de sentido, torna-se erro grosseiro e hilariante. 3. Falhas da Mente: Quando a mente do escriba o traía, chegava a cometer erros que variavam desde a substituição de sinônimos, como o caso da preposição ek por apo, até a transposição de letras dentro de uma palavra, como o caso de Jo.5:39, onde Jesus disse “porque elas dão testemunho de mim” (ai marturousai) e o escriba do manuscrito D escreveu “porque elas pecam a respeito de mim” (hamartanousai). b) Erros Intencionais: Erros que não se originaram de negligência ou distração dos escribas, mas antes de suspeita de alteração, principalmente doutrinária. 36
  37. 37. 1. Harmonização: Ao copiar os sinópticos, o escriba era levado a harmonizar passagens paralelas. E’ o caso de Mt.12:13 onde se lê “...estende a tua mão. E ele estendeu; e ela foi restaurada como a outra”. Em alguns manuscritos de Marcos o texto pára em “restaurada”, sendo que em outros o escriba acrescentou as palavras “como a outra” para harmonizá-lo com Mateus. Outro tipo de harmonização ocorre quando os escribas faziam o texto do N.T. conformar-se com o A.T. Por exemplo, em Mc.1:1 os escribas do W e Bizantinos mudaram “no profeta Isaias” para “nos profetas” porque verificaram que a citação não é só de Isaias. 2. Correções Doutrinárias: Certo escriba, copiando Mt.24:36 omitiu as palavras “nem o Filho”, pois o escriba sabia que Jesus era onisciente, e deduziu que alguém havia cometido erro (Alefe, W, Bizantino). Os manuscritos da Velha Latina e da Versão Gótica apresentam como acréscimo, em Lc.1:3, a frase “e ao Espírito Santo” como “empréstimo” de At.15:28. 3. Correções Exegéticas: Passagens de difícil interpretação eram alvo dos escribas que tentavam completar o seu sentido através de interpolação e supressões.Um caso de interpolação encontra-se em Mt.26:15 onde as palavras “trinta moedas de prata” foram alteradas para “trinta estateres” nos MSS D, A e B, a fim de definir o tipo de moeda mencionada. Mais tarde outros escribas (dos manuscritos 1, 209 e H) que conheciam os dois textos, juntaram-no produzindo a frase “trinta estateres de prata”. 4. Acréscimos Naturais ou de Notas Marginais: Determinado leitor do Códice 1518, anotou nas margens de Tg.1:5 a expressão êgeumatikês kai ouk anthrôpines (espiritual e não humana). Quando este Códice foi copiado, o escriba do manuscrito 603 incluiu esta expressão no texto: “Se alguém de vós tem falta de sabedoria espiritual e não humana, peça-a a Deus...”. (conferir) NOTA.: Esses “erros” dos manuscritos (cópias), não aparecem nas versões. Isso, justamente porque o trabalho da Crítica Textual, consiste em confrontar o maior número possível desses manuscritos, para extrair o texto correto, sendo que cantam para isso, com mais de 4000 deles ! Existem em algumas de nossas Bíblias textos entre chaves “[ ]”, o que significa que esses textos existem em alguns manuscritos e em outros não. Seja como for jamais temos casos em que esses textos contradizem o contexto todo. AUTENTICIDADE OU GENUINIDADE Dizemos que um livro é genuíno ou autêntico quando ele é escrito pela pessoa ou pessoas cujo nome ele leva, ou se anônimo, pela pessoa ou pessoas a quem a tradição antiga o atribui, ou se não for atribuído a algum autor ou autores específicos, à época que a tradição lhe atribui. O Credo Apostólico não é genuíno, porque apesar de ter este nome, não foi composto pelos apóstolos. As Viagens de Gulliver (conto popular norte americano) é genuíno, tendo sido escrito por Dean Swift, embora seus relatos sejam fictícios. Atos de Paulo (Livro Apócrifo) não é genuíno, pois foi escrito por 37

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