1) No passado, quadrados mágicos eram usados como amuletos devido aos poderes místicos atribuídos a eles.
2) Para quadrados mágicos de tamanhos diferentes, há números planetários específicos que representam a soma de cada linha, coluna e diagonal.
3) Existem fórmulas matemáticas para calcular os números planetários e encontrar disposições válidas para quadrados mágicos de diferentes tamanhos.
1. A Lógica do Quadrado Mágico
Professora: Kênia Bomtempo
2. Na antiguidade havia pessoas que atribuíam
poderes místicos aos quadrados mágicos e, por
essa razão, esses quadrados eram usados como
amuletos.
Temos que, para o quadrado
(3 por 3), a constante é 15.
Essa constante era chamada
número planetário.
3. Para se construir um quadrado mágico (4 por 4), com
16 casas, deve-se antes descobrir o número planetário
para o quadrado dessa forma.
Nesse quadrado os números
de 1 a 16 estão dispostos de
tal forma que, em cada linha,
coluna e diagonais, a soma é
34.
4. Existem mais de 20 bilhões de
agrupamentos possíveis de 1 a 16 num
quadrado (4 por 4), mas somente cerca de
800 serão quadrados mágicos (soma das
linhas, colunas e diagonais iguais a 34).
Para o quadrado mágico (5 por 5), ou seja,
com 25 casas, usando os números de 1 a
25, o número planetário é 65.
5. Preencha os 9 quadrado da figura abaixo com os algarismos de 1 a 9 de
uma forma que a soma nas horizontais, verticais e diagonais seja 15.
6. Vamos à solução, analisando
cada situação:
1º) São nove algarismos a serem
dispostos no quadro:
1 - 2 - 3 - 4 - 5 - 6 - 7 - 8 - 9
2º) Entre os números de, 1 a 9,
temos:
Ímpares: 5
Pares: 4
7. 3º) As possíveis combinações de três parcelas
são:
a) par+par+par = par
b) par+par+ímpar = ímpar
c) par+ímpar+ímpar = par
d) ímpar+ímpar+ímpar=ímpar
8. Analisando as combinações acima, vemos que as únicas
possíveis são "b" e "d", pois o número 15 é ímpar.
O número que deve ocupar o centro do quadrado
merece atenção especial, pois irá ser parcela de quatro
das oito somas. Suponha que o número do centro seja
par. Pelo item 3b, os outros dois números de cada
diagonal devem ser, um deles, par e outro, ímpar:
10. Esta forma exige um número
ímpar na primeira linha, para
que a soma seja ímpar, pelo
item 3d. Mas isso força que
seja colocado um número par
para completar a coluna do
meio, pelo item 3b, o que vai
deixar a terceira linha com três
números pares
12. Resta-nos tentar pôr um
número ímpar no centro do
quadrado mágico. Pelo item
3º, há duas possíveis
formas de preencher as
diagonais do quadrado de
modo que as somas sejam
ímpares, o que nos leva a
quatro combinações
possíveis. Analisaremos
cada uma:
Primeira:
Esta não é a solução, pois, pelo item 3c,
completando as demais casas com
números pares, as somas das linhas e
colunas seriam todas pares.
13. Segunda:
Esta não é a solução, pois
todas as casas restantes
devem ser preenchidas com
números pares. Mas só temos
4 pares de 1 a 9. Aqui são
necessários 6.
14. Terceira:
Também não é a solução,
pois não passa de uma
rotação anti-horária do
caso anterior.
15. Quarta:
Esta pode ser a solução,
pois basta completar as
casas vazias com ímpares.
Logo, o número do centro é
ímpar.
16. Analisemos, agora, as combi-nações
que resultam 15, contendo dois
números pares para preenchermos as
duas diagonais. 1+8+6
2+8+5
2+6+7
2+9+4
3+4+8
4+5+6
O único número ímpar que se
apresenta em duas das adições
anteriores é o 5. Logo, este deve ser
o número do centro, ficando a
seguinte disposição:
17.
18. A disposição dos números 4 e 6, na
outra diagonal, não altera o
resultado, pois trata-se de uma
rotação da solução. Depois, é só
dispor os números restantes.
19. Estas são todas as possíveis soluções para o quadrado mágico
3x3:
20. Existe uma fórmula para obtermos o número planetário de um dado
quadrado mágico:
n + n3
S =
_____
2
S é o número planetário;
n é o “lado” do quadrado e tem que ser maior que dois.
Assim, para o quadrado (3 por 3), o número planetário é obtido da
seguinte forma:
3 + 33
S =
______
= 15
2
21. Por que essa denominação de número planetário?
A origem desse nome remontaria à antiguidade, em
razão do estabelecimento de uma relação entre os
quadrados mágicos e os planetas e teria sido feita
pelos sabeístas (adoradores do fogo, do sol e dos
astros).
22. A disposição:
é encontrada desde o século X e
era usada como amuleto ou
simpatia. Conta-se que, no
Oriente, essa configuração era
desenhada em pedaços de
algodão não utilizado
anteriormente para, se colocados
sob os pés de uma parturiente,
facilitar o parto.
Em 1533, Agrippa Van
Nettesheim (um “doidão” da
época) estabeleceu uma
conjugação dos quadrados
mágicos com os planetas e os
metais.
23. Pela influência de Agrippa, utilizava-se um grande amuleto com sete
carreiras de quadrados mágicos, com a seguinte simbologia:
quadrado mágico de 9 elementos, em chumbo, simbolizando Saturno;
de 16 elementos, em estanho, simbolizando Júpiter;
de 25 elementos, em ferro, simbolizando Marte;
de 36 elementos, em ouro, simbolizando o Sol;
de 49 elementos, em cobre, simbolizando Vênus;
de 64 elementos, em liga de prata, simbolizando Mercúrio;
de 81 elementos, em prata, simbolizando a Lua (a Lua era considerada
planeta).