O documento descreve uma pesquisa sobre o desenvolvimento de habilidades linguísticas em inglês de professores em formação à distância. A pesquisa analisou alunos de cursos presenciais e semipresenciais em Fortaleza e Beberibe ao longo de quatro semestres, usando questionários, testes de proficiência e tarefas orais e escritas. Os resultados mostraram desenvolvimento das habilidades orais e escritas em ambos os grupos, com melhorias na fluência, acurácia e complexidade. Contudo, hou
Desenvolvimento oral e escrito em língua inglesa por
1. Desenvolvimento oral e escrito em
língua inglesa por professores de
inglês em formação à distância
Professor João Tobias Lima Sales
(UECE/UFC)
2. “For us, students in distance
education, technology has opened a window
of opportunity. In this context it is providing a
revolution, forming students, teachers
upgrading, while the interaction among all
expands out of the classroom and covers the
country and the world.(…)”
(M.L. Aluna do curso de Letras/Inglês do Instituto UFC Virtual)
3. •
•
•
•
O que motiva a pesquisa
O contexto social de Beberibe
O contexto social dos alunos à distância
O curso de Letras/Inglês à distância da
UFC/UAB
4. Pesquisas, habilidades linguísticas e
Tecnologia
• Habilidade auditiva
• Jones (2003), Hoven (1999): utilidade de
recursos computacionais na compreensão de
palavras-chave e manutenção do fluxo da
informação;
• Verdugo e Belmonte (2007): utilidade de
ferramentas da Internet para aperfeiçoar a
habilidade auditiva
5. Pesquisas, habilidades linguísticas e
Tecnologia
• Habilidade auditiva:
• Grgurovic e Hegelheimer (2007), Winke, Gass
e Sydorenko (2010): uso de legendas e
transcrições colaborando para o
desenvolvimento da habilidade auditiva.
6. Pesquisas, habilidades linguísticas e
Tecnologia
• Habilidade Oral
• Ehsani e Knodt (1998): potencialidades e
limitações da tecnologia no reconhecimento
de voz no ensino de idiomas mediado por
computador.
• Kötter et al (1999): aplicabilidade de
ferramentas síncronas de áudio e e-mail na
promoção da fluência de aprendizes de
idiomas pela Internet.
7. Pesquisas, habilidades linguísticas e
Tecnologia
• Habilidade Oral:
• Payne e Whitney (2002): O desenvolvimento
da proficiência oral em L2 considerando
aspectos como output, memória ativa, e
interlíngua.
• Wang (2004): O Netmeeting como promotor
da interação oral e visual;
• Volle (2005): Aquisição da habilidade oral
considerando articulação, acurácia e fluência.
8. Pesquisas, habilidades linguísticas e
Tecnologia
• Habilidade Oral:
• Yanguas (2010): estudo comparativo entre as
conversas face-a-face e mediadas por
computador.
9. Pesquisas, habilidades linguísticas e
Tecnologia
• Habilidade leitora:
• Lomicka (1998): efeito do uso de softwares
para a compreensão da leitura.
• Murphy (2007): aperfeiçoamento da
compreensão leitora atrelado ao uso de
materiais online.
• Nie et al (2011): influência dos e-books na
aprendizagem de alunos à distância.
10. Pesquisas, habilidades linguísticas e
Tecnologia
• Habilidade escrita:
• Sotillo (2010): estudo das funções discursivas e a
complexidade sintática em comunicações
síncronas e assíncronas na produção de
aprendizes de inglês como L2.
• Weasenforth (2001): influência do e-mail no
aperfeiçoamento da habilidade escrita.
• Wolf e Manalo (2004): comparação de textos
escritos a mão e textos escritos no processador
de textos (provas do TOEFL).
11. Pesquisas, habilidades linguísticas e
Tecnologia
• Kol e Schcolnik (2008): avaliação da escrita de
alunos em fóruns de discussão.
• Elola e Oskoz (2010): a escrita colaborativa
como promotora de desenvolvimento de LE.
• Riodan e Murray (2010): interação entre
alunos, professores e mediadores destacando
assuntos como interatividade e reflexão.
12. Metodologia
a) Natureza e objetivos da pesquisa:
Pesquisa em Linguística Aplicada, com vieses descritivos e aplicativos e
procedimentos metodológicos de natureza quali-quantitativa.
b) Participantes da pesquisa:
Professores de inglês em formação – alunos dos cursos de Letras da
UFC, noturno (Fortaleza) e semipresencial (Beberibe)
c) Procedimento de coleta, instrumentos e análise de dados:
Geração (coleta) de dados:
Atividade
Período
Questionário socioeconômico e educacional
1º, 2º, 3º e 4º semestres do curso de Letras
Teste TOEFL
1º semestre do curso de Letras
Tarefas orais e escrita
2º e 3º semestres do curso de Letras
Teste TOEFL
4º semestre do curso de Letras
13. Metodologia
Análise dos dados:
Atividade
Questionário socioeconômico e educacional
Identificação do participante;
Finalidade
Percepção da influência da tecnologia e do uso da
LE no cotidiano do participante;
Conhecimento sobre o nível e procedência do
aluno pesquisado.
Tabulados e quantificados em cada semestre;
Análise
Utilizados como evidência dos fatores externos
que influenciam a aprendizagem de LE (Stern,
1991);
Comparados quando houver alteração nas
práticas de uso da língua e convivência com a
tecnologia pelos participantes.
14. Metodologia
Análise dos dados
Atividade
Teste TOEFL
Finalidade
Identificar o nível de proficiência em que o aluno ingressa nos
cursos de Letras pesquisados;
Identificar o nível de proficiência em que se encontrarão os
participantes após 4 semestres.
Escore máximo do TOEFL iBT é 120 pontos (30 pontos para
cada habilidade)
Análise
Compreensão Leitora e Auditiva (pontuação máxima equivale
à quantidade máxima de acertos);
Produção Escrita e Oral (0 a 5 escores convertidos para
escala de 0 a 30 pontos) / 3 corretores
ANOVA (significância das diferenças entre as modalidades e
das diferenças entre os testes iniciais e finais dos dois grupos
estudados)
15. Metodologia
Análise dos dados
Atividade
Tarefas orais e escrita
Finalidade
Descrever o nível de desenvolvimento na língua alvo em
termos de acurácia, fluência e complexidade no decorrer
dos quatro semestres pesquisados.
Acurácia: a) porcentagem das orações produzidas livres
de erros; b) número de erros lexicais dividido pelo
número total de palavras usadas na produção.
Análise
Complexidade: a) quantidade de orações separadas
dividida por quantidade de unidades de análise (ASunits); b) número de palavras diferentes dividido pelo
número de palavras totais da produção.
Fluência: a) duração das pausas feitas em um tempo de
produção; b) quantidade de palavras ditas por tempo de
produção.
16. Análises
1) Questionário Socioeconômico e Educacional
Perfil Socioeconômico e Educacional do Grupo de Fortaleza
Perfil Socioeconômico e Educacional do Grupo Presencial (Fortaleza)
1º semestre
2º semestre
Acesso domiciliar à Internet
7
7
Acesso domiciliar à TV paga
4
5
Nível de Instrução
Ensino Médio
5
Graduado
2
3º semestre
7
5
Pós-Graduado
Perfil Socioeconômico e Educacional do Grupo de Beberibe
Perfil Socioeconômico e Educacional do Grupo Semipresencial (Beberibe)
1º semestre
2º semestre
Acesso domiciliar à Internet
5
6
Acesso domiciliar à TV paga
-
Nível de Instrução
Ensino Médio
5
Graduado
1
3º semestre
6
Pós-Graduado
17. Análises
1) Questionário Socioeconômico e Educacional
Aprendizagem e Hábitos de Língua Inglesa do Grupo de Fortaleza
Aprendizagem e Hábitos de Língua Inglesa do Grupo de Presencial
(Fortaleza)
Semestre
1
Comunica-se com
falante nativo de LI
Ouve música em
inglês
Lê em inglês
Semestre 2
Semestre 3
1
1
1
7
7
7
4
6
6
Nenhum
Estudo de inglês antes
do Curso de Letras
Ensino
Ensino
Fundamental e
Médio
Médio
3
4
Curso de
idiomas <3
semestres
2
Curso de
Curso de
idiomas de 3 a idiomas
6 semestres
completo
3
2
18. Análises
1) Questionário Socioeconômico e Educacional
Aprendizagem e Hábitos de Língua Inglesa do Grupo de Beberibe
Aprendizagem e Hábitos de Língua Inglesa do Grupo de Semipresencial
(Beberibe)
Semestre
1
Comunica-se com
falante nativo de LI
Ouve música em
inglês
Lê em inglês
Semestre 2
Semestre 3
1
0
0
3
6
5
4
4
4
Ensino
Nenhum Fundamental
e Médio
Estudo de inglês antes
do Curso de Letras
5
Ensino
Médio
5
Curso de
idiomas <3
semestres
3
Curso de
Curso de
idiomas de 3 a idiomas
6 semestres
completo
0
1
19. Análises
2) Teste de Proficiência TOEFL iBT (Primeira Aplicação)
Médias dos alunos de Beberibe na primeira prova do TOEFL iBT
Turma de Beberibe
Participante
(Beb1)
(Beb2)
(Beb3)
(Beb4)
(Beb5)
(Beb6)
Média do Grupo
Listening
4,4
5,3
8,8
3,5
8,8
5,3
6,02
Reading
2,3
8,4
6,1
3,8
9,2
5,4
5,87
Writing
4,0
0,0
8,0
0,0
4,0
0,0
2,67
Speaking
1,0
1,0
3,0
2,0
2,0
2,0
1,84
Total
11,7
14,7
25,9
9,3
24,0
12,7
16,39
Médias dos alunos de Fortaleza na primeira prova do TOEFL iBT
Turma de Fortaleza
Participante
(Fort1)
(Fort2)
(Fort3)
(Fort4)
(Fort5)
(Fort6)
(Fort7)
Média do Grupo
Listening
6,2
8,0
15,9
13,3
0,0
1,8
3,5
6,96
Reading
7,7
7,0
13,9
7,7
3,1
3,1
10,8
7,62
Writing
7,0
17,0
8,0
0,0
0,0
0,0
0,0
4,58
Speaking
6,0
5,0
14,0
4,0
2,0
1,0
4,0
4,86
Total
26,9
37,0
51,8
25,0
5,1
5,9
18,3
24,29
20. Análises
3) Desenvolvimento da escrita (Acurácia e Complexidade)
Gráficos dos resultados escritos gerais dos participantes de Beberibe
21. Análises
3) Desenvolvimento da escrita (Acurácia e Complexidade)
Gráficos dos resultados escritos gerais dos participantes de Beberibe
22. Análises
3) Desenvolvimento da escrita (Acurácia e Complexidade)
Gráficos dos resultados escritos gerais dos participantes de Fortaleza
23. Análises
3) Desenvolvimento da escrita (Acurácia e Complexidade)
Gráficos dos resultados escritos gerais dos participantes de Fortaleza
24. Análises
2) Desenvolvimento da oralidade (Fluência, Acurácia e Complexidade)
Médias de fluência por tarefa dos participantes de Beberibe
25. Análises
2) Desenvolvimento da oralidade (Fluência, Acurácia e Complexidade)
Médias de acurácia oracional e lexical por tarefa oral dos participantes de Beberibe
26. Análises
2) Desenvolvimento da oralidade (Fluência, Acurácia e Complexidade)
Médias de complexidade oracional e lexical por tarefa oral dos participantes de Beberibe
27. Análises
3) Desenvolvimento da oralidade (Fluência, Acurácia e Complexidade)
Médias de fluência por tarefa dos participantes de Fortaleza
28. Análises
3) Desenvolvimento da oralidade (Fluência, Acurácia e Complexidade)
Médias de acurácia oracional e lexical por tarefa oral dos participantes de Fortaleza
29. Análises
3) Desenvolvimento da oralidade (Fluência, Acurácia e Complexidade)
Médias de complexidade oracional e lexical por tarefa oral dos participantes de Fortaleza
33. Conclusões
Hipótese 1:
Houve desenvolvimento oral para os participantes de ambos os
grupos, confirmando nossa hipótese. Os participantes do grupo
presencial e do grupo semipresencial desenvolveram seus índices
de fluência (passaram a falar mais palavras em um intervalo
menor de tempo), de acurácia lexical e oracional (passaram a
produzir mais palavras e orações livres de erros), e de
complexidade oracional (passaram a produzir um discurso oral
sintaticamente mais complexo). Apenas no quesito complexidade
lexical observamos que os houve uma involução dos índices
apresentados da segunda para a terceira coleta, mas se
compararmos os índices da primeira e da terceira coleta, podemos
afirmar que houve desenvolvimento nesse quesito.
34. Conclusões
Hipótese 2:
A habilidade de produção escrita também apresentou
desenvolvimento, o que confirma nossa hipótese. Os alunos
passaram a produzir mais orações corretas, com mais palavras
corretas, e passaram a escrever textos sintaticamente mais
complexos. Contudo, seguindo a mesma tendência das
produções orais, os participantes de ambos os grupos
demonstraram diminuição nos índices de complexidade lexical
se considerarmos a diferença entre a terceira e a segunda
coletas. Ainda coerente com o resultado dos testes orais, houve
desenvolvimento em complexidade lexical se a primeira e a
terceira coleta de dados forem comparadas.
35. Conclusões
Hipótese 3:
Essa hipótese tem sido parcialmente confirmada. Em relação às produções
escritas, considerando a diferença entre a terceira e a segunda etapa de tarefas,
o grupo de Beberibe tem apresentado índices de desenvolvimento superior ao
de Fortaleza apenas em complexidade lexical escrita, quesito em que esse grupo
decresceu menos que o da capital. Mas se levarmos em conta a diferença entre a
terceira e a primeira etapa de tarefas, o grupo de Beberibe passa a demonstrar
uma maior tendência de desenvolvimento que o grupo de Fortaleza. Assim,
podemos afirmar temporariamente, que o grupo de alunos semipresenciais
desenvolve sua escrita, mas não a ponto de ser considerada superior ao grupo
presencial.
36. Conclusões
Hipótese 3:
Em relação à oralidade o grupo presencial tem superado todos
os resultados se compararmos os índices obtidos na diferença
entre a terceira e a primeira etapa de tarefas. Contudo, ao
comparar os índices obtidos entre a terceira e a primeira tarefa
o grupo de semipresencial apresenta índices de
desenvolvimento maior que o presencial em fluência, acurácia
lexical e complexidade oracional. Assim, não podemos afirmar
completamente que o os índices de desenvolvimento oral dos
futuros professores graduandos em Letras na modalidade à
distância são inferiores que os índices dos futuros professores
graduandos em Letras na modalidade presencial.
37. Conclusões
Hipótese 4:
Até o momento, os resultados obtidos apontam para uma tendência de
desenvolvimento maior no grupo presencial, mas os resultados do grupo
semipresencial têm evidenciado que eles se desenvolvem em um ritmo similar. Uma
das questões que podem ser levantadas a partir desse estudo e, a partir da resposta
a esse quarto questionamento, é sobre o ponto de partida de cada grupo. O grupo
presencial partiu de resultados mais expressivos que o grupo semipresencial
(principalmente na oralidade, pois na escrita quatro de seus participantes se negaram
a fazer as primeiras tarefas).
Os índices iniciais, ao serem comparados com os finais, podem sugerir que os
participantes já estejam iniciando, mesmo que precocemente, um processo de
fossilização do idioma. A idade dos participantes está bastante desnivelada em relação
à idade ideal do aluno ingressante no Ensino Superior. Essa característica já pode ser
percebida nos índices de complexidade lexical escrita, em que os alunos de ambos os
grupos apresentaram involução nos resultados da segunda para a terceira etapa de
tarefas, evidenciando que eles estão utilizando menos palavras diferentes para
cumprir uma tarefa cuja resposta está ficando mais complexa sintaticamente.
Portanto, devido ao caráter mais iniciante dos alunos do grupo do Ensino à
Distância, pode ser que haja mais espaço para desenvolvimento entre eles, mas esse
fenômeno ainda pode ser alterado com a próxima etapa de coleta de dados.