2. A Esclerose em Placas também conhecida por Esclerose Múltipla (EM) afecta mais de 2
milhões de pessoas em todo o mundo.
Trata-se uma doença inflamatória crónica desmielinizante e degenerativa do sistema
nervoso central que interfere com a capacidade do mesmo em controlar funções como a
visão, a locomoção, e o equilíbrio, entre outras.
ESCLEROSE EM PLACAS
3. Denomina-se Esclerose pelo facto de, em
resultado da doença, se formar um tecido parecido
com uma cicatriz, que endurece, formando uma
placa em algumas áreas do cérebro e na medula
espinal.
Denomina-se Múltipla, porque várias áreas
dispersas do cérebro e medula espinal são
afectadas.
É desmielinizante porque há caracteristicamente
lesão das bainhas de mielina que envolvem as fibras
nervosas. É degenerativa porque surge também
lesão da própria fibra nervosa, por vezes
irreversível.
ESCLEROSE EM PLACAS
4. ESCLEROSE EM PLACAS
A. Surto-Remissão: caracteriza-se por surtos, seguidos por períodos de remissão com
recuperação total ou parcial dos efeitos sentidos.
B. Secundária Progressiva: este tipo de EM inicia-se com a forma clínica de surtos, e à
medida que o tempo passa instala-se uma perda gradual das funções, sendo as
recuperações frequentemente incompletas.
C. Primária Progressiva: este tipo de EM não apresenta surtos, mas num período de anos
vai-se instalando uma perda gradual e insidiosa das funções do corpo.
D. Benigna: este tipo inicialmente caracteriza-se por EM por Surto-Remissão, mas depois
de muitos anos a incapacidade continua praticamente inexistente ou muito reduzida.
5. Lesões no cérebro podem provocar:
Visão dupla;
Visão turva;
Perda da Percepção das cores.
Falta de força e de sensibilidade nos membros;
Falta de controlo dos movimentos finos das
mãos;
Desequilíbrio;
Alterações na memória;
Fadiga;
De lesões da espinal-medula
pode resultar:
Entorpecimento e fraqueza
dos membros;
Perturbações da bexiga;
Rigidez e sensação de
membros pesados;
Dormência, dores, comichão;
Dificuldades de locomoção;
ESCLEROSE EM PLACAS
6. A Esclerose Múltipla continua a ser um dos
mistérios da medicina, não é uma doença evitável
ou curável, embora neste momento já existam
medicamentos que, apesar de não curarem,
modificam de forma benéfica a sua evolução.
O nosso organismo tem um sistema de defesa -
sistema imunitário - que destrói os vírus e as
bactérias, e se este sistema se "engana” e começa a
atacar as células do próprio corpo. Neste caso, a
lesão da mielina surge por haver produção de auto
anticorpos que a atacam.
Há um padrão de pessoas susceptíveis de
contrair a Esclerose Múltipla, nomeadamente os
adultos jovens, uma vez que os sintomas são
habitualmente mais evidentes entre os 20 e os 40
anos de idade.
A Esclerose Múltipla ocorre poucas vezes em
pessoas com menos de 15 e com mais de 50 anos
de idade, sendo mais frequente nas mulheres do
que nos homens.
ESCLEROSE MÚLTIPLA
7. ESCLEROSE EM PLACAS
• Corticosteróides: são substâncias relacionadas com as hormonas produzidas pelas
glândulas supra-renais, são usadas há muito tempo como tratamento importante para
encurtar a duração dos surtos de EM; (recorre-se a este método quando há
progressão gradual da doença);
• Interferões: são proteínas libertadas pelo corpo quando ocorre uma inflamação e que
podem reduzir ou estimular a inflamação;
8. A maioria das fibras nervosas está envolvida por
uma bainha isolante constituída por gorduras,
denominada mielina, a qual atua de forma a
acelerar a condução dos impulsos.
A bainha de mielina contém interrupções
chamadas "nós" de "Ranvier". Ao saltar de "nó"
em "nó", a condução do impulso torna-se muito
mais rápida do que se tivesse de ser efectuada
ao longo de todo o comprimento da fibra
nervosa.
A perda de bainha de mielina que envolve o
nervo origina o atraso (ou mesmo bloqueio) da
transmissão dos impulsos nervosos.
Uma área onde a mielina foi destruída é
denominada lesão ou placa.
Este atraso de condução nervosa e o "curto-
circuito" dos impulsos nervosos provocados
pelas lesões, originam vários sintomas
relacionados com a actividade do sistema
nervoso.
ESCLEROSE EM PLACAS
9. Não sabemos com exactidão qual a causa de EM. Pode ser diagnosticada através da
história clínica, combinada com os resultados de exames auxiliares. Não é uma tarefa fácil.
Existem alguns exames médicos que podem ser muito úteis. São eles:
Ressonância nuclear magnética (RNM)
Punção lombar
Estudo de Potenciais Evocados
ESCLEROSE EM PLACAS