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Power by J.Rodrigues
Introdução
• Para os portugueses, o «ambiente», apesar de preocupante, pode não ser um conceito muito claro,
mas o desemprego é-o. O problema que se põe é avaliar até que ponto o desemprego poderá vir a
constituir, ou não, um grave bloqueio ao crescimento da sensibilidade ecológica. Mas vamos agora
falar sobre o ambiente porque mais de cinquenta por cento da população de Portugal se preocupa
com isso.
• Ao contrário do que sucedeu noutros países europeus, em Portugal a questão ambiental eclodiu tarde,
não tendo ainda gerado, nem um grande empenho cívico, nem uma forte visibilidade social. Com
efeito, só em finais dos anos 80 — quase vinte anos depois do Tratado de Roma e década e meia a
seguir à Conferência de Estocolmo — se pode situar entre nós a preocupação político-institucional na
articulação sociedade e ambiente. Uma «preocupação», aliás, inicialmente, mais induzida pelas
pressões resultantes do processo de adesão à União Europeia do que por dinâmicas internas à própria
sociedade portuguesa.
• Índice
• 1. Historia de tragédias e ataques ao nosso meio
Ambiente de 1929 até 1995
• 2. PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DA
ATUALIDADE
• 3. GESTÃO DE RESÍDUOS
⎯⎯ Entidades gestoras de fluxos específicos de
resíduos;
⎯⎯ Estratégias de atuação;
⎯⎯ Boas práticas para o meio ambiente;
• Na origem remota destes factos está uma história marcada durante muito tempo por um
movimento de industrialização tardio e incipiente e pela predominância de uma sociedade
centrada sobre valores rurais tradicionais ligados ao Estado Novo. Prevaleceram, deste modo,
manchas de preservação da Natureza mais por inércia do que por qualquer política ativa de
proteção dos recursos naturais. Do antigo regime o país não saiu, contudo, incólume. Se, por
um lado, não se detetam entre nós muitos dos problemas ambientais ligados à industrialização
característicos dos outros países europeus, por outro lado, reconhecem-se no território
português marcas resultantes do modelo imposto pelo Estado Novo que constituem fonte de
problemas ambientais. Veja-se, por exemplo, a campanha do trigo no Alentejo (1929), com os
consequentes problemas da erosão e da evasão dos campos; a florestação intensiva (primeiro
de pinheiros e depois de eucaliptos) e respetivos efeitos na desertificação do interior e no
alastrar dos incêndios; veja-se também, mais tarde, o take-off industrial, com os grandes
empreendimentos poluidores (pasta de papel, indústrias químicas, etc), bem como os processos
de urbanização acelerada e caótica. Por diversas ordens de razão, que não importa agora
analisar, o regime democrático depois da revolução de 74, apesar de não ter evitado a
degradação paisagística e natural — antes a agravou —, permitiu, no entanto, o emergir de
uma certa «consciência ambiental» e o crescimento dos movimentos ambientalistas.
• De facto, ao mesmo tempo que a democracia se consolidava, os problemas ambientais
foram-se acentuando, passando a constituir matéria de preocupação social. Se a adesão à
União Europeia, a partir de 1986, forçou o exercício das políticas ambientais, através da
criação de um quadro legislativo e institucional comum, em contrapartida, a aplicação dos
fundos europeus e o desenvolvimento rápido que gerou acabaram por degradar as condições
ambientais nacionais. . A década de 80 constituiu, assim, um momento assinalável no
processo de reconhecimento das dimensões sociais e políticas dos problemas ambientais.
Uma dessas dimensões, que passa pelo adensar dos problemas ambientais na vida dos
cidadãos — sobretudo nos últimos cinco anos —, traduz o início da construção lenta e
atribulada de uma opinião pública sobre ambiente. A história dos problemas ambientais e
dos movimentos ecologistas está ainda por fazer, mas tudo indica que, em Portugal, as
questões ambientais adquiriram visibilidade, o associativismo ambientalista cresceu e
ganhou presença social e a problemática ambientalista instalou-se nas preocupações dos
políticos, dos meios de comunicação social e dos cientistas.
• Existem já sinais de que a opinião pública sobre ambiente tem hoje cada vez mais peso na
orientação e efetivação das políticas ambientais. A participação social será uma condição
essencial ao sucesso dessas políticas e, neste sentido, as questões ambientais colocam
desafios directos e novos ao próprio exercício da democracia. Contudo, em Portugal, a
ausência de formação, de informação e de tradição cívica participativa tem dificultado a
intervenção dos cidadãos no debate público e nas decisões políticas. Acresce um Estado cuja
tendência «autista» e «esmagadora» o torna pouco capaz para lidar com esses novos
desafios e formas de participação social. Torna-se, assim, essencial conhecer o estado da
opinião pública portuguesa sobre o ambiente, tanto mais quanto esta questão não foi ainda
tratada entre nós 2.
• Alguns inquéritos internacionais extensivos a Portugal têm abordado, embora de forma
secundária, as preocupações nacionais em matéria ambiental — especificamente, um inquérito
europeu aplicado em 1990 cujos dados foram tratados pelo IED 3. Também a União Europeia,
além dos genéricos eurobarómetros realizados periodicamente desde 1986, aplicou dois
inquéritos comparativos sobre as atitudes face ao ambiente 4. Entre outras coisas, estes
inquéritos indicam uma atitude positiva face à ecologia por parte dos Portugueses, ainda que
pouco estruturada. Mas é ao inquérito Gallup — The Health of the Planet Survey5 —, realizado
em 1992 e aplicado em 24 países diferentes, que se deve a abordagem mais completa e
sistematizada nesta matéria. Em termos comparativos, pode dizer-se que os portugueses
manifestam genericamente níveis de preocupação mais elevados do que as populações
inquiridas nos restantes países ocidentais. Os resultados deste inquérito vêm, assim, abalar a
convicção de que a preocupação ambiental é quase exclusiva dos países ricos — assumida como
um valor «pós-materialista» 6 —, mostrando, afinal, que, quanto menor o grau de
desenvolvimento, maior a preocupação com o meio ambiente 7. A população portuguesa ocupa,
pois — no conjunto dos países inquiridos —, uma posição intermédia entre as populações dos
países ricos e as dos países em vias de desenvolvimento.
• Estes manifestos níveis de preocupação ambiental chamam, contudo, a atenção para o
desconhecimento que prevalece quanto aos conteúdos, dimensão e história dessa
preocupação. É, pois, fundamental avaliar a percepção que a população portuguesa tem
sobre as questões ambientais, analisando, tanto quanto possível, a diversidade dos seus
contornos. O inquérito The Health of the Planet Survey é, por enquanto, a base de dados que
melhor permite tirar algumas conclusões e levantar novas questões, que constituem outros
tantos desafios ao futuro aprofundamento da questão «opinião pública e ambiente».
• 2 Nenhum dos grandes inquéritos realizados aos valores e atitudes dos Portugueses incluiu especificamente as questões
ambientais (v. João Ferreira de Almeida, Portugal — Os Próximos 20 Anos, vol. viii, Valores e Representações Sociais, Lisboa,
Fundação Calouste Gulbenkian, 1990, Teresa P. Gouveia (coord.), Sociedade, Valores Culturais e Desenvolvimento, Lisboa, D.
Quixote, 1993, e Manuel Villaverde Cabral, Atitudes da População Portuguesa perante o esenvolvimento, Lisboa, IED, 1995).
3 Luís de França (org.), Portugal, Valores Europeus, Identidade Cultural, Lisboa, IED, 1993.4 CCE, Comissão das
Comunidades Europeias, Os Europeus e o Seu Ambiente, Bruxelas, CCE, 1986, e CCE, Commission des Communautés
Européennes, Les Européens et Venvironnement en 1992 — Sondage effectué dans le cadre de VEurobaromètre 37.0,
Bruxelas, 1992. Alguns resultados destes inquéritos foram tratados por Francisco Nunes Correia, «Ambiente e
ambientalismos», in AAVV, Portugal Hoje, Lisboa, IN A, 1994. 5 Health of the Planet Survey — A George H. Gallup Memorial
Survey, Gallup International Institute, Princeton, Nova Jérsia, 1992. 6 Ronald Inglehart, Culture Shift in Advanced Industrial
Society, Nova Jérsia, Princeton University Press, 1990. 7 Riley E. Dunlap e Angela G. Mertig, «Global environmental concern;
a challenge to the post-materialism thesis», in P. Ester e W. Schluchter, Social Dimensions of Contemporary Environmental
Issues: International Perspectives, Tilburg University Press, 1995.
O ano de 1995 é marcado pela possibilidade de conversão dos atentados contra a
natureza em crime, que passa a ser prevista no Código Penal (com o Decreto-Lei n.º
48/95, de 15 de Março, o bem jurídico ‘ambiente’ passa a ser diretamente tutelado do
ponto de vista jurídico-legal, prevendo-se os chamados crimes ecológicos – crimes de
dano contra a natureza e crimes de poluição), e pela visita do Presidente da República às
gravuras descobertas (no ano anterior) em Foz Côa, na sequência da prospeção destinada
à construção de um aproveitamento hidroelétrico. A reeleição de António Guterres
(Baptista, 2008) trouxe consigo a integração, num mesmo ministério, dos setores do
ambiente e do ordenamento do território, e, com ela, uma política forte de
requalificação do ambiente urbano nas cidades médias portuguesas. Entra-se num
período de indefinição, provocado pelos cortes nos apoios financeiros a projetos de
associações e a não abertura de concursos para as candidaturas de projetos escolares na
área da educação ambiental (Ramos Pinto, 2004), e, na sequência da extinção dos dois
organismos que apoiavam projetos de Educação Ambiental fica pendente a Estratégia
Nacional de Educação Ambiental.
• É neste contexto institucional, e com as energias renováveis a tardar em assumirem um lugar
cimeiro na estratégia governamental, que arrancam os estudos preparatórios do Programa
Nacional para as Alterações Climáticas, que demonstraram que as emissões de gases com
efeito de estufa cresceram muito acima dos 27% permitidos pelo Protocolo de Quioto
(assinado por Portugal em 29 de Abril de 1998 e ratificado em 31 de Maio de 2002),
atingindo 40% em 2005 (IA, 2004; IA, 2006; Seixas, 2002). É ainda em 2005 que surgem os
Projetos de Interesse Nacional (PIN), criados pela Resolução do Conselho de Ministros n.º
95/2005, de 24 de Maio, mecanismo de acompanhamento e desenvolvimento processual de
projetos de investimentos, numa lógica de favorecer alguns projetos de investimento e
promover a superação dos bloqueios administrativos, nomeadamente em termos de
proteção do território, assegurando a sua instalação em zonas classificadas ou de elevada
sensibilidade ambiental.
• De 2007 e até à atualidade, o país vive uma crise que coloca as questões ambientais à margem
das principais políticas governamentais, e aguarda pela regulamentação completa da Lei de
Bases do Ordenamento do Território e Urbanismo, por uma nova Lei de Solos (prometida para
Maio de 2011, mas, em virtude de eleições antecipadas, não apresentada), um cadastro do
território e uma Lei de Bases do Ambiente que reflita uma ponderação mais vasta sobre as
políticas públicas, capaz de preparar a sua evolução futura de uma forma tão ambiciosa e
inovadora como o foi a atual Lei de Bases no momento da sua aprovação, há mais de vinte
anos, nomeadamente ao nível da influência crescente do Direito da União Europeia e do
Direito Internacional na área do ambiente, até porque esta é uma das matérias em que a União
e a comunidade internacional mais se têm revelado ativas.
A Gestão de Resíduos compreende a recolha, o transporte, a valorização e eliminação de
resíduos, incluindo a supervisão dessas operações, a manutenção dos locais de eliminação no
pós-encerramento, bem como as medidas adotadas na qualidade de comerciante ou corretor
(alínea p) do artigo 3.º do RGGR). A gestão de resíduos é realizada de acordo com os
princípios gerais estabelecidos no RGGR e em respeito dos critérios qualitativos e
quantitativos fixados nos instrumentos regulamentares e de planeamento (Princípio da
regulação e gestão de resíduos – artigo 9.º do RGGR)
O Princípio da responsabilidade pela gestão atribui ao produtor inicial dos resíduos a
responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respetivos custos, com exceção dos
produtores de resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 litros, na qual a
gestão é assegurada pelos municípios. A responsabilidade pela gestão pode ser imputada, na
totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada
pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável. Nos
casos em que não é possível determinar o produtor, o responsável é o detentor. Quando os
resíduos têm proveniência externa, são da responsabilidade de quem os introduziu no
território nacional.
• A responsabilidade das entidades referidas extingue-se quando os resíduos são transferidos
para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos
ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de
resíduos..
• Bibliografia.
Questões ambientais — conhecimentos, preocupações e sensibilidades de Aida Valadas de Lima e Luísa Schmid
GUIA DE BOAS PRÁTICAS AMBIENTAIS — APED
Plano Nacional de Gestão de Resíduos 2014-2020 — http://www.apambiente.pt/
• Devem ser adoptadas medidas que visem controlar e racionalizar os consumos de água,
incluindo a instalação de equipamentos mais eficientes.
• Devem ser definidas medidas com vista a promover uma utilização racional de energia,
através da identificação e monitorização de consumos e da instalação de equipamentos
mais eficientes.
• Devem ser adoptadas algumas medidas no sentido de identificar fontes de ruído, prevenir
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• Devem ser adoptadas medidas de separação de residous urbanos

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  • 2. Introdução • Para os portugueses, o «ambiente», apesar de preocupante, pode não ser um conceito muito claro, mas o desemprego é-o. O problema que se põe é avaliar até que ponto o desemprego poderá vir a constituir, ou não, um grave bloqueio ao crescimento da sensibilidade ecológica. Mas vamos agora falar sobre o ambiente porque mais de cinquenta por cento da população de Portugal se preocupa com isso. • Ao contrário do que sucedeu noutros países europeus, em Portugal a questão ambiental eclodiu tarde, não tendo ainda gerado, nem um grande empenho cívico, nem uma forte visibilidade social. Com efeito, só em finais dos anos 80 — quase vinte anos depois do Tratado de Roma e década e meia a seguir à Conferência de Estocolmo — se pode situar entre nós a preocupação político-institucional na articulação sociedade e ambiente. Uma «preocupação», aliás, inicialmente, mais induzida pelas pressões resultantes do processo de adesão à União Europeia do que por dinâmicas internas à própria sociedade portuguesa.
  • 3. • Índice • 1. Historia de tragédias e ataques ao nosso meio Ambiente de 1929 até 1995 • 2. PRINCIPAIS PROBLEMAS AMBIENTAIS DA ATUALIDADE • 3. GESTÃO DE RESÍDUOS ⎯⎯ Entidades gestoras de fluxos específicos de resíduos; ⎯⎯ Estratégias de atuação; ⎯⎯ Boas práticas para o meio ambiente;
  • 4. • Na origem remota destes factos está uma história marcada durante muito tempo por um movimento de industrialização tardio e incipiente e pela predominância de uma sociedade centrada sobre valores rurais tradicionais ligados ao Estado Novo. Prevaleceram, deste modo, manchas de preservação da Natureza mais por inércia do que por qualquer política ativa de proteção dos recursos naturais. Do antigo regime o país não saiu, contudo, incólume. Se, por um lado, não se detetam entre nós muitos dos problemas ambientais ligados à industrialização característicos dos outros países europeus, por outro lado, reconhecem-se no território português marcas resultantes do modelo imposto pelo Estado Novo que constituem fonte de problemas ambientais. Veja-se, por exemplo, a campanha do trigo no Alentejo (1929), com os consequentes problemas da erosão e da evasão dos campos; a florestação intensiva (primeiro de pinheiros e depois de eucaliptos) e respetivos efeitos na desertificação do interior e no alastrar dos incêndios; veja-se também, mais tarde, o take-off industrial, com os grandes empreendimentos poluidores (pasta de papel, indústrias químicas, etc), bem como os processos de urbanização acelerada e caótica. Por diversas ordens de razão, que não importa agora analisar, o regime democrático depois da revolução de 74, apesar de não ter evitado a degradação paisagística e natural — antes a agravou —, permitiu, no entanto, o emergir de uma certa «consciência ambiental» e o crescimento dos movimentos ambientalistas.
  • 5. • De facto, ao mesmo tempo que a democracia se consolidava, os problemas ambientais foram-se acentuando, passando a constituir matéria de preocupação social. Se a adesão à União Europeia, a partir de 1986, forçou o exercício das políticas ambientais, através da criação de um quadro legislativo e institucional comum, em contrapartida, a aplicação dos fundos europeus e o desenvolvimento rápido que gerou acabaram por degradar as condições ambientais nacionais. . A década de 80 constituiu, assim, um momento assinalável no processo de reconhecimento das dimensões sociais e políticas dos problemas ambientais. Uma dessas dimensões, que passa pelo adensar dos problemas ambientais na vida dos cidadãos — sobretudo nos últimos cinco anos —, traduz o início da construção lenta e atribulada de uma opinião pública sobre ambiente. A história dos problemas ambientais e dos movimentos ecologistas está ainda por fazer, mas tudo indica que, em Portugal, as questões ambientais adquiriram visibilidade, o associativismo ambientalista cresceu e ganhou presença social e a problemática ambientalista instalou-se nas preocupações dos políticos, dos meios de comunicação social e dos cientistas.
  • 6. • Existem já sinais de que a opinião pública sobre ambiente tem hoje cada vez mais peso na orientação e efetivação das políticas ambientais. A participação social será uma condição essencial ao sucesso dessas políticas e, neste sentido, as questões ambientais colocam desafios directos e novos ao próprio exercício da democracia. Contudo, em Portugal, a ausência de formação, de informação e de tradição cívica participativa tem dificultado a intervenção dos cidadãos no debate público e nas decisões políticas. Acresce um Estado cuja tendência «autista» e «esmagadora» o torna pouco capaz para lidar com esses novos desafios e formas de participação social. Torna-se, assim, essencial conhecer o estado da opinião pública portuguesa sobre o ambiente, tanto mais quanto esta questão não foi ainda tratada entre nós 2.
  • 7. • Alguns inquéritos internacionais extensivos a Portugal têm abordado, embora de forma secundária, as preocupações nacionais em matéria ambiental — especificamente, um inquérito europeu aplicado em 1990 cujos dados foram tratados pelo IED 3. Também a União Europeia, além dos genéricos eurobarómetros realizados periodicamente desde 1986, aplicou dois inquéritos comparativos sobre as atitudes face ao ambiente 4. Entre outras coisas, estes inquéritos indicam uma atitude positiva face à ecologia por parte dos Portugueses, ainda que pouco estruturada. Mas é ao inquérito Gallup — The Health of the Planet Survey5 —, realizado em 1992 e aplicado em 24 países diferentes, que se deve a abordagem mais completa e sistematizada nesta matéria. Em termos comparativos, pode dizer-se que os portugueses manifestam genericamente níveis de preocupação mais elevados do que as populações inquiridas nos restantes países ocidentais. Os resultados deste inquérito vêm, assim, abalar a convicção de que a preocupação ambiental é quase exclusiva dos países ricos — assumida como um valor «pós-materialista» 6 —, mostrando, afinal, que, quanto menor o grau de desenvolvimento, maior a preocupação com o meio ambiente 7. A população portuguesa ocupa, pois — no conjunto dos países inquiridos —, uma posição intermédia entre as populações dos países ricos e as dos países em vias de desenvolvimento.
  • 8. • Estes manifestos níveis de preocupação ambiental chamam, contudo, a atenção para o desconhecimento que prevalece quanto aos conteúdos, dimensão e história dessa preocupação. É, pois, fundamental avaliar a percepção que a população portuguesa tem sobre as questões ambientais, analisando, tanto quanto possível, a diversidade dos seus contornos. O inquérito The Health of the Planet Survey é, por enquanto, a base de dados que melhor permite tirar algumas conclusões e levantar novas questões, que constituem outros tantos desafios ao futuro aprofundamento da questão «opinião pública e ambiente». • 2 Nenhum dos grandes inquéritos realizados aos valores e atitudes dos Portugueses incluiu especificamente as questões ambientais (v. João Ferreira de Almeida, Portugal — Os Próximos 20 Anos, vol. viii, Valores e Representações Sociais, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1990, Teresa P. Gouveia (coord.), Sociedade, Valores Culturais e Desenvolvimento, Lisboa, D. Quixote, 1993, e Manuel Villaverde Cabral, Atitudes da População Portuguesa perante o esenvolvimento, Lisboa, IED, 1995). 3 Luís de França (org.), Portugal, Valores Europeus, Identidade Cultural, Lisboa, IED, 1993.4 CCE, Comissão das Comunidades Europeias, Os Europeus e o Seu Ambiente, Bruxelas, CCE, 1986, e CCE, Commission des Communautés Européennes, Les Européens et Venvironnement en 1992 — Sondage effectué dans le cadre de VEurobaromètre 37.0, Bruxelas, 1992. Alguns resultados destes inquéritos foram tratados por Francisco Nunes Correia, «Ambiente e ambientalismos», in AAVV, Portugal Hoje, Lisboa, IN A, 1994. 5 Health of the Planet Survey — A George H. Gallup Memorial Survey, Gallup International Institute, Princeton, Nova Jérsia, 1992. 6 Ronald Inglehart, Culture Shift in Advanced Industrial Society, Nova Jérsia, Princeton University Press, 1990. 7 Riley E. Dunlap e Angela G. Mertig, «Global environmental concern; a challenge to the post-materialism thesis», in P. Ester e W. Schluchter, Social Dimensions of Contemporary Environmental Issues: International Perspectives, Tilburg University Press, 1995.
  • 9. O ano de 1995 é marcado pela possibilidade de conversão dos atentados contra a natureza em crime, que passa a ser prevista no Código Penal (com o Decreto-Lei n.º 48/95, de 15 de Março, o bem jurídico ‘ambiente’ passa a ser diretamente tutelado do ponto de vista jurídico-legal, prevendo-se os chamados crimes ecológicos – crimes de dano contra a natureza e crimes de poluição), e pela visita do Presidente da República às gravuras descobertas (no ano anterior) em Foz Côa, na sequência da prospeção destinada à construção de um aproveitamento hidroelétrico. A reeleição de António Guterres (Baptista, 2008) trouxe consigo a integração, num mesmo ministério, dos setores do ambiente e do ordenamento do território, e, com ela, uma política forte de requalificação do ambiente urbano nas cidades médias portuguesas. Entra-se num período de indefinição, provocado pelos cortes nos apoios financeiros a projetos de associações e a não abertura de concursos para as candidaturas de projetos escolares na área da educação ambiental (Ramos Pinto, 2004), e, na sequência da extinção dos dois organismos que apoiavam projetos de Educação Ambiental fica pendente a Estratégia Nacional de Educação Ambiental.
  • 10. • É neste contexto institucional, e com as energias renováveis a tardar em assumirem um lugar cimeiro na estratégia governamental, que arrancam os estudos preparatórios do Programa Nacional para as Alterações Climáticas, que demonstraram que as emissões de gases com efeito de estufa cresceram muito acima dos 27% permitidos pelo Protocolo de Quioto (assinado por Portugal em 29 de Abril de 1998 e ratificado em 31 de Maio de 2002), atingindo 40% em 2005 (IA, 2004; IA, 2006; Seixas, 2002). É ainda em 2005 que surgem os Projetos de Interesse Nacional (PIN), criados pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 95/2005, de 24 de Maio, mecanismo de acompanhamento e desenvolvimento processual de projetos de investimentos, numa lógica de favorecer alguns projetos de investimento e promover a superação dos bloqueios administrativos, nomeadamente em termos de proteção do território, assegurando a sua instalação em zonas classificadas ou de elevada sensibilidade ambiental.
  • 11. • De 2007 e até à atualidade, o país vive uma crise que coloca as questões ambientais à margem das principais políticas governamentais, e aguarda pela regulamentação completa da Lei de Bases do Ordenamento do Território e Urbanismo, por uma nova Lei de Solos (prometida para Maio de 2011, mas, em virtude de eleições antecipadas, não apresentada), um cadastro do território e uma Lei de Bases do Ambiente que reflita uma ponderação mais vasta sobre as políticas públicas, capaz de preparar a sua evolução futura de uma forma tão ambiciosa e inovadora como o foi a atual Lei de Bases no momento da sua aprovação, há mais de vinte anos, nomeadamente ao nível da influência crescente do Direito da União Europeia e do Direito Internacional na área do ambiente, até porque esta é uma das matérias em que a União e a comunidade internacional mais se têm revelado ativas.
  • 12. A Gestão de Resíduos compreende a recolha, o transporte, a valorização e eliminação de resíduos, incluindo a supervisão dessas operações, a manutenção dos locais de eliminação no pós-encerramento, bem como as medidas adotadas na qualidade de comerciante ou corretor (alínea p) do artigo 3.º do RGGR). A gestão de resíduos é realizada de acordo com os princípios gerais estabelecidos no RGGR e em respeito dos critérios qualitativos e quantitativos fixados nos instrumentos regulamentares e de planeamento (Princípio da regulação e gestão de resíduos – artigo 9.º do RGGR) O Princípio da responsabilidade pela gestão atribui ao produtor inicial dos resíduos a responsabilidade pela gestão dos resíduos, incluindo os respetivos custos, com exceção dos produtores de resíduos urbanos cuja produção diária não exceda 1100 litros, na qual a gestão é assegurada pelos municípios. A responsabilidade pela gestão pode ser imputada, na totalidade ou em parte, ao produtor do produto que deu origem aos resíduos e partilhada pelos distribuidores desse produto se tal decorrer de legislação específica aplicável. Nos casos em que não é possível determinar o produtor, o responsável é o detentor. Quando os resíduos têm proveniência externa, são da responsabilidade de quem os introduziu no território nacional.
  • 13. • A responsabilidade das entidades referidas extingue-se quando os resíduos são transferidos para uma entidade licenciada que execute operações de recolha ou tratamento de resíduos ou para uma entidade licenciada responsável por sistemas de gestão de fluxos específicos de resíduos..
  • 14. • Bibliografia. Questões ambientais — conhecimentos, preocupações e sensibilidades de Aida Valadas de Lima e Luísa Schmid GUIA DE BOAS PRÁTICAS AMBIENTAIS — APED Plano Nacional de Gestão de Resíduos 2014-2020 — http://www.apambiente.pt/ • Devem ser adoptadas medidas que visem controlar e racionalizar os consumos de água, incluindo a instalação de equipamentos mais eficientes. • Devem ser definidas medidas com vista a promover uma utilização racional de energia, através da identificação e monitorização de consumos e da instalação de equipamentos mais eficientes. • Devem ser adoptadas algumas medidas no sentido de identificar fontes de ruído, prevenir e corrigir eventuais alterações que se possam verificar nos níveis de incomodidade. • Devem ser adoptadas medidas de separação de residous urbanos