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Pedro Leopoldo 16 de setembro 1937
Breve resumo do livro no slide 18
Os guias invisíveis do homem não poderão, de forma alguma, afastar as dificuldades
materiais dos seus caminhos evolutivos sobre a face da Terra.
O Espaço está cheio de incógnitas para todos os Espíritos.
Se os encarnados sentem a existência de fluidos imponderáveis que ainda não podem
compreender, os desencarnados estão marchando igualmente para a descoberta de outros
segredos divinos que lhes preocupam a mente.
É necessário encarar-se a situação dos desencarnados com a precisa naturalidade.
Não há forças miraculosas para os seres humanos, como não existem igualmente
para nós.
O livre-arbítrio relativo nunca é ab-rogado em todos nós; em conjunto, somos
obrigados, em qualquer plano da vida, a trabalhar pelo nosso próprio adiantamento.
III - ROMA E A HUMANIDADE
Meus caros amigos, alguns de vós, que aqui vos achais, possuís dedicação e amor à causa da Luz e da
Verdade; é lícito, portanto, procuremos corresponder aos vossos esforços e aspirações de conhecimento,
ofertando-vos todas as coisas do espírito, dentro das nossas possibilidades, para que vos sirvam de auxílio na
escalada difícil da verdade.
Por constituir tema de interesse geral para quantos mourejam nas fainas benditas do conhecimento da
verdade, subordinei estas palavras à epígrafe "Roma e a Humanidade", a fim de levar-vos a minha pequena
parcela de instrução sobre o Catolicismo que, deturpando nos seus objetivos as lições do Evangelho, se
tornou uma organização política em que preponderam as características essencialmente mundanas.
Basílio de Cesareia, também chamado
São Basílio Magno ou Basílio, o Grande,
foi o bispo de Cesareia, na Capadócia, e
um dos mais influentes teólogos a
apoiar o Credo de Niceia.
Gregório de Nazianzo, ou Gregório
Nazianzeno, foi um Patriarca de
Constantinopla, teólogo e escritor cristão.
Conhecido também por Gregório Teólogo
ou Gregório, o Teólogo, é amplamente
considerado como o mais talentoso
retórico da era patrística. Wikipédia
Desde o primeiro concílio ecumênico de Nicéia, convocado para condenação
do cisma de Ário, (O sucesso de Ário em dividir os líderes da igreja tornou a
possibilidade de um cisma formal uma realidade. Em 321, Alexandre convocou
um concílio geral de toda a igreja do país (Concílio de Alexandria). O concílio
reuniu menos de cem participantes. )continuaram as reuniões desses
parlamentos eclesiásticos, onde eram debatidos todos os problemas
que interessavam ao movimento cristão. ) Datam dessas famosas reuniões
as inovações desfiguradoras da beleza simples do Evangelho; ainda aí, contudo,
nesses primeiros séculos que sucederam à implantação da doutrina de Jesus,
destinada a exercer tão acentuada influência na legislação de todos os povos,
não se conhecia, em absoluto, a hegemonia da Igreja de Roma entre
as outras congêneres.
Somente no princípio do século VII a presunção dos prelados
romanos encontrou guarida no famigerado imperador Focas, que
outorgou a Bonifácio a primazia injustificável de bispo universal.
Consumada essa medida, que facilitava ao orgulho e ao egoísmo toda
sua nociva expansibilidade, tem-se levado a efeito, até hoje, os maiores
atentados, que culminaram, em 1870, na declaração da infalibilidade papal.
INOVAÇÕES E DOGMAS ROMANOS
A doutrina de Jesus, concentrando-se à força na cidade de
Césares, aí permaneceu como encarcerada pelo poder
humano e, passando por consecutivas reformas, perdeu
a simplicidade encantadora das suas origens,
transformando-se num edifício de pomposas
exterioridades.
Após a instituição do culto dos santos, surgiram
imediatamente os primeiros ensaios de altares e
paramentos para as cerimônias eclesiásticas, medidas
aventadas pelos pagãos convertidos, os quais,
constantemente, foram adaptando a Igreja a todos os
sistemas religiosos do passado.
O dogma da trindade é uma adaptação da Trimúrti da
antiguidade oriental, que reunia nas doutrinas do
bramanismo os três deuses - Brama, Vishu e Siva.
É verdade que as coisas inacessíveis ainda à
vossa compreensão e que constituem os
mistérios celestes, só vos podem ser
transmitidas em suas expressões simbólicas;
mas, o Catolicismo não pode aproveitar-se
desse argumento para impor-se como única
doutrina infalível e soberana.
A história do papado é a do desvirtuamento dos princípios
do Cristianismo, porque, pouco a pouco, o Evangelho quase
desapareceu sob as suas despóticas inovações,
Criaram os pontífices :
,
E, atualmente, noventa por cento das instituições são de origem
humaníssima, fora de quaisquer características divinas
O celibato
sacerdotal
A ADORAÇÃO DA HÓSTIA
A CANONIZAÇÃO
A CONFISSÃO AURICULAR
O CULTO DAS IMAGENS
O LATIM NOS RITUAIS
A FALHA DA IGREJA ROMANA
A Igreja Católica, amigos, que tomou a si o papel de zeladora das idéias e
das realizações cristãs, pouco após o regresso do Divino Mestre
às regiões da Luz, falhou lamentavelmente aos seus compromissos
sagrados. Desde o concílio ecumênico de Nicéia, o Cristianismo vem
sendo deturpado pela influenciação dos sacerdotes dessa Igreja,
deslumbrados com a visão dos poderes temporais sobre o mundo.
Não valeu a missão sacrossanta do iluminado da úmbria, tentando
restabelecer a verdade e a doutrina de piedade e de amor do Crucificado
para que se solucionasse o problema milenar da felicidade humana.
As castas, as seitas, as classes religiosas, a intolerância do clericalismo constituíram enormes barreiras a
abafarem a voz das realidades cristãs. A moral católica falhou aos seus deveres e às suas finalidades.
O Vaticano, porém, não soube senão produzir obras de caráter exclusivamente material, tornando-se potência de
poder e autoridade temporais. Afogou-se na vaidade, obtendo o que procurava, porquanto tem o seu império na
Terra, que ainda não é o reino de Jesus.
O seu fastígio, as suas suntuosas basílicas, as suas pomposas solenidades recordam o politeísmo e as dissipações
da sociedade romana e, quando o sumo-pontífice aparece em vossos dias na sédia gestatória, é o retrato dos
cônsules do antigo senado quando saiam a público, precedidos de litores. O símile é perfeito.
Meu objetivo foi mostrar-vos a inexistência do selo divino nas instituições
católicas. Toda a força da Igreja, na atualidade, vem da sua
organização política, que busca contemporizar com a ignorância. O milagre que se
operou nalguns espíritos de eleição, como o divino inspirado da Úmbria, gerou-se da
beleza do Evangelho e dos tempos apostólicos, unicamente, porque, entre Jesus e o papa,
entre os apóstolos e os clérigos, há uma distância imensurável.
O Vaticano conservará seu poderio, enquanto puder adaptar-se a todos os costumes
políticos das nacionalidades; mas, quando o Evangelho for integralmente restabelecido,
quando a onda de uma reforma visceral purificar o ambiente das democracias com a
luminosa mensagem da fraternidade humana, desaparecerá, não podendo ser absolvido na
balança da História, porque ao lado dos poucos bens que espalhou está o peso
esmagador das suas muitas iniqüidades
VIII - A CONFISSÃO AURICULAR:
Interpelado, há dias, a respeito da confissão auricular, nada mais pude fazer que dar uma
resposta resumida, de momento, adiando o instante de expender outras considerações
atinentes ao assunto.
Padre católico que fui, na minha última romagem terrena, sinto-me à vontade para falar
com imparcialidade sincera.
Não será a minha palavra que vá condenar qualquer religião, todas elas nascidas de uma
inspiração superior que os homens viciaram, acomodando as determinações de ordem
divina aos seus próprios interesses e conveniências, desvirtuando-lhes os sagrados
princípios.
Todas as doutrinas religiosas têm a sua razão de ser no seio das coletividades, onde
foram chamadas a desempenhar a missão de paz e de concórdia humana. Todos os seus
males provém justamente dos abusos do homem, em amoldá-las ao abismo de suas
materialidades habituais; e, de fato, constitui um desses abusos a instituição da confissão
auricular, pela Igreja Católica.
A CONFISSÃO AURICULAR E SUA GRANDE VÍTIMA
A confissão auricular constitui uma aberração, dentro do amontoado das doutrinas desvirtuadas
do romanismo. E é justamente a mulher, pelo espírito sensível de religiosidade que
caracteriza, a maior vítima do confessionário.
Infelizmente, toda a série de absurdos do inqualificável sacramento da penitência é
oriunda dos superiores eclesiásticos, dos teólogos e falsos moralistas da Igreja que,
perversamente, criaram os longos e indiscretos interrogatórios, aos quais terá a mulher de
submeter-se passivamente, diante de um homem solteiro, estranho, que ela, inúmeras
vezes, nem conhece.
Os padres, geralmente, em virtude do seu desconhecimento dos sagrados deveres da paternidade, não a vão interpelar no
tocante ás obrigações austeras do governo da casa; ferem exatamente os problemas mais íntimos e mais delicados da vida do
casal, violando o sagrado respeito das questões do lar, dando pasto aos pensamentos mais injustificáveis e, às vezes,
repugnantes.
E o véu de modéstia e de beleza que Deus concedeu à mulher, para que ela pudesse mergulhar qual lírio de espiritualidade nos
pântanos deste mundo, é arrancado justamente por esse homem que se inculca ministro das luzes celestes.
Muitas vezes, é no confessionário que começa o calvário social da mulher.
Dolorosos e pesados tributos são cobrados das católicas-romanas, que, confiadas em Deus, se lançam
aos pés de um homem cheio das mesmas fraquezas dos outros mortais, na enganosa suposição de
que o sacerdote é a imagem da Divindade do Senhor.
A CONFISSÃO NOS TEMPOS APOSTÓLICOS
Se é verdade que, na época do Precursor, os novos crentes adotavam o sistema de
confessar publicamente as suas faltas e os seus erros, tal costume diferia essencialmente
de tudo quanto criou a Igreja Católica, nesse particular, depois da partida, para o Além,
dos elevados Espíritos que lançaram, com o sangue dos seus sacrifícios e com a mais
sublime renúncia dos bens terrenos, as bases da fé, as quais têm resistido ao bolor dos
séculos. A confissão pública dos próprios defeitos, nos tempos apostólicos, constituía
para o homem forte barreira, evitando sua reincidência na falta. Um sentimento profundo
de verdadeira humildade movia o coração nesses momentos, oferecendo-lhe as melhores
possibilidades de resistência ao assédio das tentações, e semelhante princípio
representava como que uma vacina contra as úlceras do remorso e das chagas morais.
CONFESSAI-VOS UNS AOS OUTROS
. Confessai-vos uns aos outros, buscando de preferência aqueles a quem ofendestes e, quando a vossa imperfeição não vo-
lo permita, procurai ouvir a voz de Deus, na voz da vossa própria consciência
Em pleno século XX, fala-se na necessidade de se delatarem os crimes dos pais, dos esposos, dos irmãos; preconiza-se
a devassa das instituições, dos lares e das consciências.
Não será surpresa para ninguém, se os padres católicos exumarem amanhã, das cinzas da Idade Média para os dias
que correm, o célebre Livro das Taxas, do tempo de Leão X, em que todos os preços do perdão para os crimes humanos estão
estipulados.
REFORMA NECESSÁRIA
Não podeis calcular as imensidade de crimes perpetrados à sombra dos
confessionários penumbrosos, onde almas aflitas e fervorosas buscam
consolação e conforto espiritual.
O que se faz necessário em vossos dias é a reforma de semelhantes costumes.
Quando essa renovação não parta das autoridades eclesiásticas, que ela
possa nascer dos esforços conjugados de todos os esposos e de todos
os pais, substituindo eles os confessores junto de suas esposas e de suas filhas.
Muitas vezes, quando procurado por consciência polutas, que me vinham fazer o triste relato de
suas existências repletas de deslizes, eu nunca me senti com autoridade bastante para ouvi-las.
Todo espírito do Evangelho, legado pelo Mestre à Humanidade sofredora, foi deturpado pelo homem,
dentro dos seus interesses mesquinhos e das suas idéias de antropomorfismo.
Por isso, nós, que já trazemos o coração trabalhado nas mais penosas experiências, podemos
declarar, diante da nossa consciência e diante de Deus que nos ouve, que nenhum bem pode
prodigalizar a confissão auricular ao espírito, sendo um costume eminentemente nocivo, com seus
O que eu quero, somente, é demonstrar que a mulher educada, a mulher social, a mulher
mãe, em suma, é o anjo da Humanidade destinado a realizar todos os sonhos de felicidade
que o homem possa conceber. Tampouco, acrediteis que, por mulher-mãe, pretenda definir
exclusivamente a mulher que tem filhos.
Não. Mulher-mãe é toda mulher que sabe amar. Desgraçadamente o sei, por experiência
própria.
É que a mim também uma mulher me carregou no ventre, recebeu o meu primeiro sorriso,
ouviu-me balbuciar as primeiras frases, e, apesar disso, enjeitou-me com apenas cinco
anos.
Essas mães desnaturadas são Espíritos inferiores, de uma rebeldia tão radicada ao seu
modo de ser, que a maternidade para elas não significa mais que um ato natural, fazendo o
que fazem os animais, isto é, alimentando os filhos enquanto tenros, para logo depois
repudiá-los. Algumas há que nem isso fazem, em absoluto dominadas pela perversidade:
são estas as mães talhadas aos seres que vêm à Terra em cruéis expiações, pois tudo na
vida se encadeia.
O Espírito não tem sexo: tomando o invólucro feminino, tem por missão educar o
sentimento, aprender a sofrer o que bem se pode definir por um castigo, tanto assim que a
vida da mulher, mesmo nos meios mais civilizados, tem o seu fundo de humilhações.
OS VOTOS RELIGIOSOS
O título completo deste livro é Fragmentos das Memórias do Padre
Germano. Foi publicado, por primeira vez, pela Federação Espírita
Brasileira – FEB, no ano de 1909, traduzido por Manuel Quintão.
Trata-se de vários ditados do Espírito Padre Germano ao médium
sonâmbulo Eudaldo Pagés, do Centro Espírita A Boa Nova, da ex-vila
de Grácia, atual bairro em Barcelona, registrados por Amália Domingo
Soler que, em abril de 1880, começou a publicá-los, no Jornal Espírita
A Luz do Porvir, sob a forma de novela.
Padre Germano foi um sacerdote da Igreja Católica que viveu,
provavelmente, entre os séculos XVIII e XIX, na região norte da
Espanha e/ou sudoeste da França, próximo ao litoral do Mediterrâneo.
Consagrou- se à consolação dos humildes e oprimidos, ao mesmo
tempo que desmascarava os hipócritas e falsos religiosos da Igreja
Romana.
Tal procedimento lhe causou muitos dissabores e perseguições sem
trégua, cruéis insultos, perseguições e até ameaças de morte. Vítima
dos superiores hierárquicos, assim viveu desterrado em obscura
aldeia, ele que, pelo talento, bondade e predicados especiais, poderia
ter conduzido a seguro porto, sem perigo de soçobro, a arca de São
Pedro.
O livro compreende trinta e três capítulos, nos quais o Espírito relata
situações vividas em seu apostolado sacerdotal, suas observações e
os ensinamentos que retirou de cada uma delas.
E sobre a CONFISSÃO......
- Já de outras vezes vos disse que nenhum homem
- há com direito de perdoar ou condenar.
- Deus não tem, na Terra, nenhum delegado
visível; o último, a ela vindo, há muitos séculos
que se foi.
- Os sacerdotes têm as mesmas atribuições dos outros homens - a
obrigação de cumprir os seus deveres. É o que farei sempre que aqui
vierdes. Dar-vos-ei minha opinião e, de seguida, usando do vosso
livre-arbítrio, seguireis a trilha que melhor vos prouver. Outra coisa,
aliás, não tendes feito desde que vos conheço, há muitos anos, seja
dito.
Eis alguns pontos de vista que o Padre Germano , disse a respeito
do sacerdócio católico.......
- Sois feliz aqui?
- Como sacerdote, sim.
- E como homem?
- Como homem, não; porque, para cumprir seu dever, o sacerdote católico
- apostólico romano tem de viver sacrificado, falseando as leis da Natureza,
- rompendo os divinos elos que prendem o homem a uma esposa querida,
- a uns amados filhinhos.
Eu não optei pela mancebia de uma barregã, deixando-lhe filhos espúrios, e, assim, sacrifiquei-me
nas aras de uma religião que mortifica e escraviza o homem, sem lhe engrandecer o espírito.
Aplaudi intimamente os reformistas, mas não tive coragem para seguir a Reforma.
Para outrem tenho vivido, não para mim; como homem, jamais desfrutei os afetos humanos;
como padre, sim; tenho estancado muitas lágrimas e tenho a íntima satisfação de haver conjurado
algumas catástrofes.
Finalmente, dois caminhos se vos deparam, na igreja reformista e na nossa igreja;
por ambos podereis progredir, desde que saibais amar e sofrer
Os votos religiosos
Por muito que a estudeis, por muito que tenhais lido a seu respeito, e ainda que a vossa imaginação se
revista de toda a potência inventiva, jamais pintareis com exata forma e colorido a vida do claustro –
esse quadro horrível de miséria e degradação humana.
Para isso, é necessário ter vivido num convento e num convento de religiosas. Já vos disse que minha infância e
mocidade foram passadas entre monges.
Triste e solitário, na verdade, ainda assim, poderia viver tranqüilo, se mais dócil fora o meu Espírito e menos cioso
de progresso. Sim, porque foi o meu caráter revolucionário, reformador incorrigível, que me inimizou com os meus
superiores.
769. Concebe-se que, como principio geral, a vida social esteja nas
leis da Natureza. Mas como todos os gostos são também naturais,
por que o do isolamento absoluto seria condenável, se o homem
encontra nele satisfação?
— Satisfação egoísta. Há também homens que encontram
satisfação na embriaguez; aprovas isso? Deus não pode considerar
agradável uma vida em que o homem se condena a não ser útil a
ninguém.
770. E que pensar dos homens que vivem em reclusão absoluta
para fugirem ao contato pernicioso do mundo?
— Duplo egoísmo.
770 – a) Mas se esse retraimento tem por fim uma expiação,
com a imposição de penosa renúncia, não é meritório?
— Fazer maior bem do que o mal que se tenha feito, essa é a
melhor expiação. Com esse retraimento, evitando o mal o homem
cai em outro, pois esquece a lei de amor e caridade.
“Tal como está constituído, o instituto sacerdotal não faz a sua própria felicidade, nem a
felicidade dos que tudo esperam dos
conselhos do padre, porque este vive fora da lei natural, e a lei da vida supera todas as leis
humanas. Contemplai todos os seres da Criação!
Que faz,no entanto, o sacerdote? com seus concílios e aberrações, trunca a lei de si mesma
inviolável, quando não suscita escândalos, cedendo aos impulsos da mais desenfreada
concupiscência. De que serve pronunciar votos que só podem cumprir à custa dos mais duros
sacrifícios?
Por que não pode o sacerdote constituir família, dentro das leis da moral? Ah! Igreja, Igreja...
“Tu queres ser senhora do mundo e, por isso, te cercas de escravos.
“Mas, tu não podes ser a esposa do Cristo, porque Jesus-Cristo amava a
liberdade e tu queres a escravidão!
Os que a ti se entregam vivem oprimidos - uns, porque violaram
escandalosamente os votos; outros, por se entregarem ao sectarismo
estreito, ou, ainda, por serem dóceis instrumentos de bastardas ambições!
Dentro do teu seio ninguém é livre, ninguém goza dessa doce liberdade, dessa
aprazível calma oriunda de uma vida simples, limitada ao estreito cumprimento do
dever.
“Penetrando sub-repticiamente no lar doméstico, para arrancar de surpresa a
confissão da menina crédula, da jovem desprevenida, da velha enfraquecida!
“Ah! outro, bem outro é o sacerdócio com que sonho! Serei sacerdote, sim, mas
não para arrancar segredos de quem quer que
seja.
Amo a Igreja que me estendeu mãos protetoras, e, grato por me haver educado,
serei fiel ao seu credo, por mais absurdo que seja, em muitos dos seus conceitos,
graças às adições e emendas dos homens. Procurarei demonstrar que a Religião é
necessária à vida, como o próprio ar que respiramos; mas a religião lógica, sem
mistérios nem hórridos sacrifícios. Serei antes um dos enviados da nova religião,
porque - não o duvideis - a nossa Igreja sucumbirá, cairá... ao peso enorme dos
seus vícios!”
AMARGOS CONTRASTES
Enquanto há fome e desolação no mundo, Sua Santidade
distribui bênçãos e títulos nobiliárquicos, compensados com
os mais pingues tributos de ouro. As canonizações custam
verdadeiras fortunas aos países católicos. Para que a França
conseguisse o altar para a sua heroína de Domremy,
muitos milhares de francos foram arrancados à economia
popular.
A América do Sul ainda não conseguiu alguns santos
do Vaticano, em virtude da sua carência de recursos
financeiros à consecução de tal projeto.
Enquanto o vaticano se entende com o Quirinal sobre as mais pesadas somas de ouro,
destinadas às atividades guerreiras, os padres se reúnem a e falam de paz; enquanto
Pio XI se debruça nos seus ricos apartamentos, passeando pelas suas galerias de arte
de todos os séculos e pelas vastas bibliotecas, exibindo a imagem do Crucificado
nas suas sandálias, ou entregando-se ao repouso no Castel Gandolfo, há
criaturas morrendo a mingua de trabalho, entregues a toda sorte de misérias e de
vicissitudes.
Confesso-o com profunda satisfação: a última vez que estive na Terra, evitei mais de
quarenta suicídios, quero dizer votos religiosos.
Sim, com meus conselhos, salvei muitas vítimas, e, ainda hoje,
na medida das minhas forças, prossigo nessa tarefa, inspirando
a uns, comunicando-me com outros, por despertar em todos o
verdadeiro sentimento religioso.
Quero que a mulher ame a Deus, engrandecendo-se, instruindo-se,
moralizando-se, humanizando-se, e não com essas virtude tétricas
e frias, que excluem o altruísmo e o perdão;
“Espíritos encarnados, na Terra, e que, grupados, formais os povos,
se até o presente outra coisa não fizestes senão amontoar escombros,
ficai sabendo que já soou a hora de os remover - esses escombros -,
elevando sobre os destroços de todas as religiões o ensino racional
do Cristianismo.”
Isso vo-lo dizem os seres de além-túmulo, as almas dos mortos,
demonstrando que, purgatórios e infernos, limbos e céus, são lugares
inventados pela casta sacerdotal, não havendo nos limites da
eternidade incalculável senão duas coisas futuro e progresso.
Há de vir o tempo no qual os Espíritos se comunicarão facilmente
convosco, e, então, ficai certos de que as mulheres não mais farão votos religiosos
QUEM SÃO OS MÉDIUNS NA SUA GENERALIDADE
Os médiuns, em sua generalidade, não são missionários na acepção
comum do termo; são almas que fracassaram desastradamente, que
contrariaram, sobremaneira, o curso das leis divinas, e que resgatam,
sob o peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades,
o passado obscuro e delituoso. O seu pretérito, muitas vezes,
se encontra enodoado de graves deslizes e de erros clamorosos.
Quase sempre, são Espíritos que tombaram dos cumes sociais, pelos
abusos do poder, da autoridade, da fortuna e da inteligência, e que
regressam ao orbe terráqueo para se sacrificarem em favor do grande
número de almas que desviaram das sendas luminosas da fé, da caridade e
da virtude. São almas arrependidas que procuram arrebanhar todas as
felicidades que perderam, reorganizando, com sacrifícios, tudo quanto
esfacelaram nos seus instantes de criminosas arbitrariedades e de condenável
insânia.

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  • 1. Pedro Leopoldo 16 de setembro 1937 Breve resumo do livro no slide 18
  • 2. Os guias invisíveis do homem não poderão, de forma alguma, afastar as dificuldades materiais dos seus caminhos evolutivos sobre a face da Terra. O Espaço está cheio de incógnitas para todos os Espíritos. Se os encarnados sentem a existência de fluidos imponderáveis que ainda não podem compreender, os desencarnados estão marchando igualmente para a descoberta de outros segredos divinos que lhes preocupam a mente. É necessário encarar-se a situação dos desencarnados com a precisa naturalidade. Não há forças miraculosas para os seres humanos, como não existem igualmente para nós. O livre-arbítrio relativo nunca é ab-rogado em todos nós; em conjunto, somos obrigados, em qualquer plano da vida, a trabalhar pelo nosso próprio adiantamento.
  • 3. III - ROMA E A HUMANIDADE Meus caros amigos, alguns de vós, que aqui vos achais, possuís dedicação e amor à causa da Luz e da Verdade; é lícito, portanto, procuremos corresponder aos vossos esforços e aspirações de conhecimento, ofertando-vos todas as coisas do espírito, dentro das nossas possibilidades, para que vos sirvam de auxílio na escalada difícil da verdade. Por constituir tema de interesse geral para quantos mourejam nas fainas benditas do conhecimento da verdade, subordinei estas palavras à epígrafe "Roma e a Humanidade", a fim de levar-vos a minha pequena parcela de instrução sobre o Catolicismo que, deturpando nos seus objetivos as lições do Evangelho, se tornou uma organização política em que preponderam as características essencialmente mundanas.
  • 4. Basílio de Cesareia, também chamado São Basílio Magno ou Basílio, o Grande, foi o bispo de Cesareia, na Capadócia, e um dos mais influentes teólogos a apoiar o Credo de Niceia. Gregório de Nazianzo, ou Gregório Nazianzeno, foi um Patriarca de Constantinopla, teólogo e escritor cristão. Conhecido também por Gregório Teólogo ou Gregório, o Teólogo, é amplamente considerado como o mais talentoso retórico da era patrística. Wikipédia
  • 5. Desde o primeiro concílio ecumênico de Nicéia, convocado para condenação do cisma de Ário, (O sucesso de Ário em dividir os líderes da igreja tornou a possibilidade de um cisma formal uma realidade. Em 321, Alexandre convocou um concílio geral de toda a igreja do país (Concílio de Alexandria). O concílio reuniu menos de cem participantes. )continuaram as reuniões desses parlamentos eclesiásticos, onde eram debatidos todos os problemas que interessavam ao movimento cristão. ) Datam dessas famosas reuniões as inovações desfiguradoras da beleza simples do Evangelho; ainda aí, contudo, nesses primeiros séculos que sucederam à implantação da doutrina de Jesus, destinada a exercer tão acentuada influência na legislação de todos os povos, não se conhecia, em absoluto, a hegemonia da Igreja de Roma entre as outras congêneres.
  • 6. Somente no princípio do século VII a presunção dos prelados romanos encontrou guarida no famigerado imperador Focas, que outorgou a Bonifácio a primazia injustificável de bispo universal. Consumada essa medida, que facilitava ao orgulho e ao egoísmo toda sua nociva expansibilidade, tem-se levado a efeito, até hoje, os maiores atentados, que culminaram, em 1870, na declaração da infalibilidade papal.
  • 7. INOVAÇÕES E DOGMAS ROMANOS A doutrina de Jesus, concentrando-se à força na cidade de Césares, aí permaneceu como encarcerada pelo poder humano e, passando por consecutivas reformas, perdeu a simplicidade encantadora das suas origens, transformando-se num edifício de pomposas exterioridades. Após a instituição do culto dos santos, surgiram imediatamente os primeiros ensaios de altares e paramentos para as cerimônias eclesiásticas, medidas aventadas pelos pagãos convertidos, os quais, constantemente, foram adaptando a Igreja a todos os sistemas religiosos do passado. O dogma da trindade é uma adaptação da Trimúrti da antiguidade oriental, que reunia nas doutrinas do bramanismo os três deuses - Brama, Vishu e Siva.
  • 8. É verdade que as coisas inacessíveis ainda à vossa compreensão e que constituem os mistérios celestes, só vos podem ser transmitidas em suas expressões simbólicas; mas, o Catolicismo não pode aproveitar-se desse argumento para impor-se como única doutrina infalível e soberana.
  • 9. A história do papado é a do desvirtuamento dos princípios do Cristianismo, porque, pouco a pouco, o Evangelho quase desapareceu sob as suas despóticas inovações, Criaram os pontífices : , E, atualmente, noventa por cento das instituições são de origem humaníssima, fora de quaisquer características divinas O celibato sacerdotal A ADORAÇÃO DA HÓSTIA A CANONIZAÇÃO A CONFISSÃO AURICULAR O CULTO DAS IMAGENS O LATIM NOS RITUAIS
  • 10.
  • 11. A FALHA DA IGREJA ROMANA A Igreja Católica, amigos, que tomou a si o papel de zeladora das idéias e das realizações cristãs, pouco após o regresso do Divino Mestre às regiões da Luz, falhou lamentavelmente aos seus compromissos sagrados. Desde o concílio ecumênico de Nicéia, o Cristianismo vem sendo deturpado pela influenciação dos sacerdotes dessa Igreja, deslumbrados com a visão dos poderes temporais sobre o mundo. Não valeu a missão sacrossanta do iluminado da úmbria, tentando restabelecer a verdade e a doutrina de piedade e de amor do Crucificado para que se solucionasse o problema milenar da felicidade humana. As castas, as seitas, as classes religiosas, a intolerância do clericalismo constituíram enormes barreiras a abafarem a voz das realidades cristãs. A moral católica falhou aos seus deveres e às suas finalidades. O Vaticano, porém, não soube senão produzir obras de caráter exclusivamente material, tornando-se potência de poder e autoridade temporais. Afogou-se na vaidade, obtendo o que procurava, porquanto tem o seu império na Terra, que ainda não é o reino de Jesus. O seu fastígio, as suas suntuosas basílicas, as suas pomposas solenidades recordam o politeísmo e as dissipações da sociedade romana e, quando o sumo-pontífice aparece em vossos dias na sédia gestatória, é o retrato dos cônsules do antigo senado quando saiam a público, precedidos de litores. O símile é perfeito.
  • 12. Meu objetivo foi mostrar-vos a inexistência do selo divino nas instituições católicas. Toda a força da Igreja, na atualidade, vem da sua organização política, que busca contemporizar com a ignorância. O milagre que se operou nalguns espíritos de eleição, como o divino inspirado da Úmbria, gerou-se da beleza do Evangelho e dos tempos apostólicos, unicamente, porque, entre Jesus e o papa, entre os apóstolos e os clérigos, há uma distância imensurável. O Vaticano conservará seu poderio, enquanto puder adaptar-se a todos os costumes políticos das nacionalidades; mas, quando o Evangelho for integralmente restabelecido, quando a onda de uma reforma visceral purificar o ambiente das democracias com a luminosa mensagem da fraternidade humana, desaparecerá, não podendo ser absolvido na balança da História, porque ao lado dos poucos bens que espalhou está o peso esmagador das suas muitas iniqüidades
  • 13. VIII - A CONFISSÃO AURICULAR: Interpelado, há dias, a respeito da confissão auricular, nada mais pude fazer que dar uma resposta resumida, de momento, adiando o instante de expender outras considerações atinentes ao assunto. Padre católico que fui, na minha última romagem terrena, sinto-me à vontade para falar com imparcialidade sincera. Não será a minha palavra que vá condenar qualquer religião, todas elas nascidas de uma inspiração superior que os homens viciaram, acomodando as determinações de ordem divina aos seus próprios interesses e conveniências, desvirtuando-lhes os sagrados princípios. Todas as doutrinas religiosas têm a sua razão de ser no seio das coletividades, onde foram chamadas a desempenhar a missão de paz e de concórdia humana. Todos os seus males provém justamente dos abusos do homem, em amoldá-las ao abismo de suas materialidades habituais; e, de fato, constitui um desses abusos a instituição da confissão auricular, pela Igreja Católica.
  • 14. A CONFISSÃO AURICULAR E SUA GRANDE VÍTIMA A confissão auricular constitui uma aberração, dentro do amontoado das doutrinas desvirtuadas do romanismo. E é justamente a mulher, pelo espírito sensível de religiosidade que caracteriza, a maior vítima do confessionário. Infelizmente, toda a série de absurdos do inqualificável sacramento da penitência é oriunda dos superiores eclesiásticos, dos teólogos e falsos moralistas da Igreja que, perversamente, criaram os longos e indiscretos interrogatórios, aos quais terá a mulher de submeter-se passivamente, diante de um homem solteiro, estranho, que ela, inúmeras vezes, nem conhece. Os padres, geralmente, em virtude do seu desconhecimento dos sagrados deveres da paternidade, não a vão interpelar no tocante ás obrigações austeras do governo da casa; ferem exatamente os problemas mais íntimos e mais delicados da vida do casal, violando o sagrado respeito das questões do lar, dando pasto aos pensamentos mais injustificáveis e, às vezes, repugnantes. E o véu de modéstia e de beleza que Deus concedeu à mulher, para que ela pudesse mergulhar qual lírio de espiritualidade nos pântanos deste mundo, é arrancado justamente por esse homem que se inculca ministro das luzes celestes. Muitas vezes, é no confessionário que começa o calvário social da mulher. Dolorosos e pesados tributos são cobrados das católicas-romanas, que, confiadas em Deus, se lançam aos pés de um homem cheio das mesmas fraquezas dos outros mortais, na enganosa suposição de que o sacerdote é a imagem da Divindade do Senhor.
  • 15. A CONFISSÃO NOS TEMPOS APOSTÓLICOS Se é verdade que, na época do Precursor, os novos crentes adotavam o sistema de confessar publicamente as suas faltas e os seus erros, tal costume diferia essencialmente de tudo quanto criou a Igreja Católica, nesse particular, depois da partida, para o Além, dos elevados Espíritos que lançaram, com o sangue dos seus sacrifícios e com a mais sublime renúncia dos bens terrenos, as bases da fé, as quais têm resistido ao bolor dos séculos. A confissão pública dos próprios defeitos, nos tempos apostólicos, constituía para o homem forte barreira, evitando sua reincidência na falta. Um sentimento profundo de verdadeira humildade movia o coração nesses momentos, oferecendo-lhe as melhores possibilidades de resistência ao assédio das tentações, e semelhante princípio representava como que uma vacina contra as úlceras do remorso e das chagas morais. CONFESSAI-VOS UNS AOS OUTROS . Confessai-vos uns aos outros, buscando de preferência aqueles a quem ofendestes e, quando a vossa imperfeição não vo- lo permita, procurai ouvir a voz de Deus, na voz da vossa própria consciência Em pleno século XX, fala-se na necessidade de se delatarem os crimes dos pais, dos esposos, dos irmãos; preconiza-se a devassa das instituições, dos lares e das consciências. Não será surpresa para ninguém, se os padres católicos exumarem amanhã, das cinzas da Idade Média para os dias que correm, o célebre Livro das Taxas, do tempo de Leão X, em que todos os preços do perdão para os crimes humanos estão estipulados.
  • 16. REFORMA NECESSÁRIA Não podeis calcular as imensidade de crimes perpetrados à sombra dos confessionários penumbrosos, onde almas aflitas e fervorosas buscam consolação e conforto espiritual. O que se faz necessário em vossos dias é a reforma de semelhantes costumes. Quando essa renovação não parta das autoridades eclesiásticas, que ela possa nascer dos esforços conjugados de todos os esposos e de todos os pais, substituindo eles os confessores junto de suas esposas e de suas filhas. Muitas vezes, quando procurado por consciência polutas, que me vinham fazer o triste relato de suas existências repletas de deslizes, eu nunca me senti com autoridade bastante para ouvi-las. Todo espírito do Evangelho, legado pelo Mestre à Humanidade sofredora, foi deturpado pelo homem, dentro dos seus interesses mesquinhos e das suas idéias de antropomorfismo. Por isso, nós, que já trazemos o coração trabalhado nas mais penosas experiências, podemos declarar, diante da nossa consciência e diante de Deus que nos ouve, que nenhum bem pode prodigalizar a confissão auricular ao espírito, sendo um costume eminentemente nocivo, com seus
  • 17. O que eu quero, somente, é demonstrar que a mulher educada, a mulher social, a mulher mãe, em suma, é o anjo da Humanidade destinado a realizar todos os sonhos de felicidade que o homem possa conceber. Tampouco, acrediteis que, por mulher-mãe, pretenda definir exclusivamente a mulher que tem filhos. Não. Mulher-mãe é toda mulher que sabe amar. Desgraçadamente o sei, por experiência própria. É que a mim também uma mulher me carregou no ventre, recebeu o meu primeiro sorriso, ouviu-me balbuciar as primeiras frases, e, apesar disso, enjeitou-me com apenas cinco anos. Essas mães desnaturadas são Espíritos inferiores, de uma rebeldia tão radicada ao seu modo de ser, que a maternidade para elas não significa mais que um ato natural, fazendo o que fazem os animais, isto é, alimentando os filhos enquanto tenros, para logo depois repudiá-los. Algumas há que nem isso fazem, em absoluto dominadas pela perversidade: são estas as mães talhadas aos seres que vêm à Terra em cruéis expiações, pois tudo na vida se encadeia. O Espírito não tem sexo: tomando o invólucro feminino, tem por missão educar o sentimento, aprender a sofrer o que bem se pode definir por um castigo, tanto assim que a vida da mulher, mesmo nos meios mais civilizados, tem o seu fundo de humilhações. OS VOTOS RELIGIOSOS
  • 18. O título completo deste livro é Fragmentos das Memórias do Padre Germano. Foi publicado, por primeira vez, pela Federação Espírita Brasileira – FEB, no ano de 1909, traduzido por Manuel Quintão. Trata-se de vários ditados do Espírito Padre Germano ao médium sonâmbulo Eudaldo Pagés, do Centro Espírita A Boa Nova, da ex-vila de Grácia, atual bairro em Barcelona, registrados por Amália Domingo Soler que, em abril de 1880, começou a publicá-los, no Jornal Espírita A Luz do Porvir, sob a forma de novela. Padre Germano foi um sacerdote da Igreja Católica que viveu, provavelmente, entre os séculos XVIII e XIX, na região norte da Espanha e/ou sudoeste da França, próximo ao litoral do Mediterrâneo. Consagrou- se à consolação dos humildes e oprimidos, ao mesmo tempo que desmascarava os hipócritas e falsos religiosos da Igreja Romana. Tal procedimento lhe causou muitos dissabores e perseguições sem trégua, cruéis insultos, perseguições e até ameaças de morte. Vítima dos superiores hierárquicos, assim viveu desterrado em obscura aldeia, ele que, pelo talento, bondade e predicados especiais, poderia ter conduzido a seguro porto, sem perigo de soçobro, a arca de São Pedro. O livro compreende trinta e três capítulos, nos quais o Espírito relata situações vividas em seu apostolado sacerdotal, suas observações e os ensinamentos que retirou de cada uma delas.
  • 19. E sobre a CONFISSÃO...... - Já de outras vezes vos disse que nenhum homem - há com direito de perdoar ou condenar. - Deus não tem, na Terra, nenhum delegado visível; o último, a ela vindo, há muitos séculos que se foi. - Os sacerdotes têm as mesmas atribuições dos outros homens - a obrigação de cumprir os seus deveres. É o que farei sempre que aqui vierdes. Dar-vos-ei minha opinião e, de seguida, usando do vosso livre-arbítrio, seguireis a trilha que melhor vos prouver. Outra coisa, aliás, não tendes feito desde que vos conheço, há muitos anos, seja dito.
  • 20. Eis alguns pontos de vista que o Padre Germano , disse a respeito do sacerdócio católico....... - Sois feliz aqui? - Como sacerdote, sim. - E como homem? - Como homem, não; porque, para cumprir seu dever, o sacerdote católico - apostólico romano tem de viver sacrificado, falseando as leis da Natureza, - rompendo os divinos elos que prendem o homem a uma esposa querida, - a uns amados filhinhos. Eu não optei pela mancebia de uma barregã, deixando-lhe filhos espúrios, e, assim, sacrifiquei-me nas aras de uma religião que mortifica e escraviza o homem, sem lhe engrandecer o espírito. Aplaudi intimamente os reformistas, mas não tive coragem para seguir a Reforma. Para outrem tenho vivido, não para mim; como homem, jamais desfrutei os afetos humanos; como padre, sim; tenho estancado muitas lágrimas e tenho a íntima satisfação de haver conjurado algumas catástrofes. Finalmente, dois caminhos se vos deparam, na igreja reformista e na nossa igreja; por ambos podereis progredir, desde que saibais amar e sofrer
  • 21. Os votos religiosos Por muito que a estudeis, por muito que tenhais lido a seu respeito, e ainda que a vossa imaginação se revista de toda a potência inventiva, jamais pintareis com exata forma e colorido a vida do claustro – esse quadro horrível de miséria e degradação humana. Para isso, é necessário ter vivido num convento e num convento de religiosas. Já vos disse que minha infância e mocidade foram passadas entre monges. Triste e solitário, na verdade, ainda assim, poderia viver tranqüilo, se mais dócil fora o meu Espírito e menos cioso de progresso. Sim, porque foi o meu caráter revolucionário, reformador incorrigível, que me inimizou com os meus superiores.
  • 22. 769. Concebe-se que, como principio geral, a vida social esteja nas leis da Natureza. Mas como todos os gostos são também naturais, por que o do isolamento absoluto seria condenável, se o homem encontra nele satisfação? — Satisfação egoísta. Há também homens que encontram satisfação na embriaguez; aprovas isso? Deus não pode considerar agradável uma vida em que o homem se condena a não ser útil a ninguém. 770. E que pensar dos homens que vivem em reclusão absoluta para fugirem ao contato pernicioso do mundo? — Duplo egoísmo. 770 – a) Mas se esse retraimento tem por fim uma expiação, com a imposição de penosa renúncia, não é meritório? — Fazer maior bem do que o mal que se tenha feito, essa é a melhor expiação. Com esse retraimento, evitando o mal o homem cai em outro, pois esquece a lei de amor e caridade.
  • 23. “Tal como está constituído, o instituto sacerdotal não faz a sua própria felicidade, nem a felicidade dos que tudo esperam dos conselhos do padre, porque este vive fora da lei natural, e a lei da vida supera todas as leis humanas. Contemplai todos os seres da Criação! Que faz,no entanto, o sacerdote? com seus concílios e aberrações, trunca a lei de si mesma inviolável, quando não suscita escândalos, cedendo aos impulsos da mais desenfreada concupiscência. De que serve pronunciar votos que só podem cumprir à custa dos mais duros sacrifícios? Por que não pode o sacerdote constituir família, dentro das leis da moral? Ah! Igreja, Igreja... “Tu queres ser senhora do mundo e, por isso, te cercas de escravos. “Mas, tu não podes ser a esposa do Cristo, porque Jesus-Cristo amava a liberdade e tu queres a escravidão! Os que a ti se entregam vivem oprimidos - uns, porque violaram escandalosamente os votos; outros, por se entregarem ao sectarismo estreito, ou, ainda, por serem dóceis instrumentos de bastardas ambições!
  • 24. Dentro do teu seio ninguém é livre, ninguém goza dessa doce liberdade, dessa aprazível calma oriunda de uma vida simples, limitada ao estreito cumprimento do dever. “Penetrando sub-repticiamente no lar doméstico, para arrancar de surpresa a confissão da menina crédula, da jovem desprevenida, da velha enfraquecida! “Ah! outro, bem outro é o sacerdócio com que sonho! Serei sacerdote, sim, mas não para arrancar segredos de quem quer que seja. Amo a Igreja que me estendeu mãos protetoras, e, grato por me haver educado, serei fiel ao seu credo, por mais absurdo que seja, em muitos dos seus conceitos, graças às adições e emendas dos homens. Procurarei demonstrar que a Religião é necessária à vida, como o próprio ar que respiramos; mas a religião lógica, sem mistérios nem hórridos sacrifícios. Serei antes um dos enviados da nova religião, porque - não o duvideis - a nossa Igreja sucumbirá, cairá... ao peso enorme dos seus vícios!”
  • 25. AMARGOS CONTRASTES Enquanto há fome e desolação no mundo, Sua Santidade distribui bênçãos e títulos nobiliárquicos, compensados com os mais pingues tributos de ouro. As canonizações custam verdadeiras fortunas aos países católicos. Para que a França conseguisse o altar para a sua heroína de Domremy, muitos milhares de francos foram arrancados à economia popular. A América do Sul ainda não conseguiu alguns santos do Vaticano, em virtude da sua carência de recursos financeiros à consecução de tal projeto. Enquanto o vaticano se entende com o Quirinal sobre as mais pesadas somas de ouro, destinadas às atividades guerreiras, os padres se reúnem a e falam de paz; enquanto Pio XI se debruça nos seus ricos apartamentos, passeando pelas suas galerias de arte de todos os séculos e pelas vastas bibliotecas, exibindo a imagem do Crucificado nas suas sandálias, ou entregando-se ao repouso no Castel Gandolfo, há criaturas morrendo a mingua de trabalho, entregues a toda sorte de misérias e de vicissitudes.
  • 26. Confesso-o com profunda satisfação: a última vez que estive na Terra, evitei mais de quarenta suicídios, quero dizer votos religiosos. Sim, com meus conselhos, salvei muitas vítimas, e, ainda hoje, na medida das minhas forças, prossigo nessa tarefa, inspirando a uns, comunicando-me com outros, por despertar em todos o verdadeiro sentimento religioso. Quero que a mulher ame a Deus, engrandecendo-se, instruindo-se, moralizando-se, humanizando-se, e não com essas virtude tétricas e frias, que excluem o altruísmo e o perdão;
  • 27. “Espíritos encarnados, na Terra, e que, grupados, formais os povos, se até o presente outra coisa não fizestes senão amontoar escombros, ficai sabendo que já soou a hora de os remover - esses escombros -, elevando sobre os destroços de todas as religiões o ensino racional do Cristianismo.” Isso vo-lo dizem os seres de além-túmulo, as almas dos mortos, demonstrando que, purgatórios e infernos, limbos e céus, são lugares inventados pela casta sacerdotal, não havendo nos limites da eternidade incalculável senão duas coisas futuro e progresso. Há de vir o tempo no qual os Espíritos se comunicarão facilmente convosco, e, então, ficai certos de que as mulheres não mais farão votos religiosos
  • 28. QUEM SÃO OS MÉDIUNS NA SUA GENERALIDADE Os médiuns, em sua generalidade, não são missionários na acepção comum do termo; são almas que fracassaram desastradamente, que contrariaram, sobremaneira, o curso das leis divinas, e que resgatam, sob o peso de severos compromissos e ilimitadas responsabilidades, o passado obscuro e delituoso. O seu pretérito, muitas vezes, se encontra enodoado de graves deslizes e de erros clamorosos. Quase sempre, são Espíritos que tombaram dos cumes sociais, pelos abusos do poder, da autoridade, da fortuna e da inteligência, e que regressam ao orbe terráqueo para se sacrificarem em favor do grande número de almas que desviaram das sendas luminosas da fé, da caridade e da virtude. São almas arrependidas que procuram arrebanhar todas as felicidades que perderam, reorganizando, com sacrifícios, tudo quanto esfacelaram nos seus instantes de criminosas arbitrariedades e de condenável insânia.