2. O suicídio é...
"... um acto de heroísmo." (Séneca)
"... um acto próprio da natureza humana e, em
cada época, precisa ser repensado." (Goethe)
"... a destruição arbitrária e premeditada que o
homem faz da sua natureza animal." (Kant)
"... uma violação ao dever de ser útil ao próprio
homem e aos outros." (Rosseau)
"... admitir a morte no tempo certo e com
liberdade." (Nietzsche)
"... uma fuga ou um fracasso." (Sartre)
"... a positivação máxima da vontade humana."
(Schopenhauer)
"... todo o caso de morte que resulta directa ou
indirectamente de um acto positivo ou negativo praticado
pela própria vítima, acto que a vítima sabia dever
produzir este resultado." (Durkheim)
Definição
http://www.avess
o.net/suicidio.htm
3. Definição
Suicídio, do latim sui (próprio) e caedere (matar), é o acto
intencional de matar a si mesmo. Sua causa mais comum
é um transtorno mental que pode incluir depressão,
transtorno bipolar, esquizofrenia, alcoolismo e abuso de
drogas. Dificuldades financeiras e/ou emocionais também
desempenham um factor significativo.
O suicídio não consiste somente no acto voluntário que
produz a morte instantânea, mas em tudo quanto se faça
conscientemente para apressar a extinção das forças
vitais
4. História do suicídio
Na Antiga Grécia, um indivíduo não podia se matar sem
prévio consenso da comunidade porque o suicídio
constituía um atentado contra a estrutura comunitária. O
suicídio era condenado politicamente ou juridicamente. (…)
o Estado tinha poder para vetar ou autorizar um suicídio
bem como induzi-lo. Por exemplo, em 399 a.C., Sócrates
foi obrigado a se envenenar.
No Egipto, desde o tempo de Cleópatra, o suicídio gozava
de tal favor que se fundou a Academia de Sinapotumenos
que, em grego, significa "matar juntos“.
O Concílio de Arles condenou o suicídio em 452 d.C. e no
séc. XIII foram condenadas todas as formas de suicídio
http://www.avess
o.net/suicidio.htm
A sociedade foi reprimindo o suicídio até a Revolução
Francesa, a qual aboliu as medidas repressivas contra a
prática do suicídio (…) o que (…) significou que a conduta
suicida deixou de comprometer a estabilidade do Estado.
5. http://www.publico
.pt/Sociedade/suici
dio-e-a-causa-de-
morte-naonatural-
mais-comum-no-
pais_1427087
Em 2008 registaram-se 1035 suicídios em Portugal,
segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE).
A taxa oficial de suicídio em Portugal está dentro da média
europeia.
Segundo os dados oficiais, há países europeus com taxas
bastante mais elevadas, como é o caso, por exemplo, dos
países de Leste ou a Alemanha. No Sul da Europa,
Portugal surge nos países com mais alta taxa, em grande
parte devido ao elevado número de suicídios de idosos, a
sul do Tejo.
Estatísticas
Os homens suicidam-se mais do que as mulheres e se o
género feminino opta por intoxicação medicamentosa, o
masculino parece preferir métodos mais violentos como o
enforcamento, as armas de fogo ou, sobretudo nas zonas
rurais, o envenenamento com pesticidas. Mas será na
adolescência que se registam mais tentativas de suicídio.
7. Entre as causas mais comuns de sobreexcitação cerebral,
devem contar-se as decepções, os infortúnios, as afeições
contrariadas, que, ao mesmo tempo, são as causas mais
frequentes de suicídio.
Ora, o verdadeiro espírita vê as coisas deste mundo de um
ponto de vista tão elevado; elas lhe parecem tão pequenas,
tão mesquinhas, a par do futuro que o aguarda; a vida se
lhe mostra tão curta, tão fugaz, que, aos seus olhos, as
tribulações não passam de incidentes desagradáveis, no
curso de uma viagem.
O que, em outro, produziria violenta emoção,
mediocremente o afecta. Demais, ele sabe que as
amarguras da vida são provas úteis ao seu adiantamento,
se as sofrer sem murmurar, porque será recompensado na
medida da coragem com que as houver suportado. Suas
convicções lhe dão, assim, uma resignação que o preserva
do desespero e, por conseguinte, de uma causa
permanente de loucura e suicídio
Causas do suicídio
8. 957. Quais, em geral, com relação ao estado do Espírito, as
consequências do suicídio?
“Muito diversas são as consequências do suicídio. Não há penas
determinadas e, em todos os casos, correspondem sempre às
causas que o produziram. Há, porém, uma consequência a que o
suicida não pode escapar; é o desapontamento. Mas, a sorte não
é a mesma para todos; depende das circunstâncias. Alguns
expiam a falta imediatamente, outros em nova existência, que
será pior do que aquela cujo curso interromperam.”
Consequências do suicídio
Com o Espiritismo, tornada impossível a dúvida, muda o aspecto
da vida. O crente sabe que a existência se prolonga
indefinidamente para lá do túmulo, mas em condições muito
diversas; donde a paciência e a resignação que o afastam muito
naturalmente de pensar no suicídio; donde, em suma, a coragem
moral.
O Espiritismo ainda produz, sob esse aspecto, outro resultado
igualmente positivo e talvez mais decisivo. Apresenta-nos os
próprios suicidas a informar-nos da situação desgraçada em que
se encontram e a provar que ninguém viola impunemente a lei
de Deus, que proíbe ao homem encurtar a sua vida.
O Espiritismo como remédio
9. Antero de Quental
1842-1891
25 de Janeiro de 1907: relato
A tentação do suicídio é um pesadelo que nos toma acordados.
Apossa-se de nós, nos domina sem nos deixar pensamento algum
de esperança. Aquele que quiser reagir, acordará deste pesadelo
e reagirá. Não é preciso muita energia; basta um pouco de boa
vontade e confiança em Deus. Deus envia socorro na forma de
pequenas esperanças (…) mas nós, os suicidas, desprezamos
todos os recursos que Deus nos forneceu para sairmos vitoriosos
das amarguras (…) quando tais ajudas divinas acontecem, nós
preferimos ignorá-las, por serem pequenas demais ao nosso “tão
grande sofrimento” (…) O suicida foge da vida. E quem foge é um
covarde! (…) Quem se mata não busca a morte. Busca é uma
libertação para o sofrimento e a fuga da luta que não somos
fortes para sustentar. Eu cedi a esta fraqueza e sofro agora a
consequência. (…) No suicídio não há um átomo sequer de valor
– há o egoísmo mais condenável (…) É a suprema fraqueza, a
suprema falta de coragem! Ah se soubessem os que me lêem, o
preço que se paga por esta fuga covarde, ninguém se suicidaria.
Os maiores martírios da Terra são doces consolações quando
comparados aos mais suaves sofrimentos de um suicida.
10. Cada um de nós, no Vale Sinistro, vibrando violentamente
e retendo com as forças mentais o momento atroz em que
nos suicidamos, criávamos os cenários e respectivas
cenas que vivêramos em nossos derradeiros momentos
de homens terrestres. Assim era que se deparavam, aqui
e ali, forcas erguidas, baloiçando o corpo do próprio
suicida, que evocava a hora em que se precipitara na
morte voluntária.
Veículos variados, assim como comboios fumegantes e
rápidos, colhiam e trituravam, sob suas rodas, míseros
tresloucados que buscaram matar o próprio corpo por esse
meio execrável, os quais, agora, com a mente
"impregnada" do momento sinistro, retratavam sem cessar
o episódio, pondo à visão dos companheiros afins suas
hediondas recordações.
Relato de Camilo
11. "Suicida! Suicida! Criminoso! Infame!" - Gritos assim,
cercavam-me de todos os lados.
Que buscas, infeliz! Aonde vais, suicida? Tais
objurgatórias, incessantemente repetidas, perturbavam-me
o coração. Infeliz, sim; mas, suicida? - Nunca! Essas
increpações, a meu ver, não eram procedentes. Eu havia
deixado o corpo físico a contragosto. Por que a pecha de
suicídio, quando fora compelido a abandonar a casa, a
família e o doce convívio dos meus? A quem recorrer?
Relato de André Luiz
Ah! é preciso haver sofrido muito, para entender todas as
misteriosas belezas da oração; é necessário haver
conhecido o remorso, a humilhação, a extrema desventura,
para tomar com eficácia o sublime elixir de esperança.
Quando as energias me faltaram de todo, quando me senti
absolutamente colado ao lodo da Terra, sem forças para
reerguer-me, pedi ao Supremo Autor da Natureza que me
estendesse mãos paternais, em tão amargurosa
emergência.
12.
13. Bibliografia
KARDEC, Allan – O Livro dos Espíritos. 127 ª ed. São Paulo: IDE, 1999.
KARDEc, Allan – O céu e o inferno. 2ª ed. São Paulo: iDE, 1991.
KARDEC, Allan – O Evangelho Segundo o Espiritismo. 10ª ed. Lisboa :
CEPC, 2003.
LIMA, Cleunice Orlandi de – Depois do suicídio. São Paulo : DPL, 1998.
PEREIRA, Yvonne A. - Memórias de um suicida. 16ª ed. Rio de Janeiro :
FEB, 1991.
WARD, Vincent – Para além do horizonte [DVD]. Lisboa : Prisvideo,
2001. (slide 12)
http://www.ceismael.com.br/artigo/suicidio-e-espiritismo.htm
http://www.bancodesaude.com.br/suicidio/causas-suicidio
http://www.publico.pt/Sociedade/suicidio-e-a-causa-de-morte-
naonatural-mais-comum-no-pais_1427087
http://www.avesso.net/suicidio.htm