Este documento descreve uma atividade de natação para crianças em uma piscina municipal. A atividade foi desenvolvida em parceria entre a escola e a associação de pais para promover o desenvolvimento integral das crianças através da adaptação ao meio aquático. Após o primeiro semestre, os educadores notaram melhorias notáveis nas competências e crescimento das crianças. A atividade na água proporciona aprendizagens sobre o corpo, flutuação, equilíbrio e outras áreas do conhecimento
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Atividade na piscina municipal da Azueira
1. À terça-feira, vamos à piscina municipal da Azueira
Esta atividade, dinamizada no âmbito da parceria entre as salas do Jardim de Infância e a
Associação de Pais e Encarregados de Educação da EB1/JI de S. Miguel, nasceu da evidência de
que o espaço de adequação ao meio aquático é uma estratégia fundamental para o
desenvolvimento integrado e holístico da criança e, com o apoio da Câmara Municipal de Mafra,
tornou-se possível após um espaço de preparação e análise detalhada das condições necessárias e
existentes.
Findo o primeiro semestre de atividade, tornou-se evidente, quer no espaço de avaliação individual,
quer no espaço de avaliação global, os efeitos notórios no crescimento e no desenvolvimento de
competências das crianças que frequentam a atividade.
“Por sermos curiosos,
descobrimos que nem só os
materiais que
“Através da orientação
experimentámos são leves
no espaço, onde nos
ou pesados. Quando
“Descobrimos que afinal encontramos,
estamos dentro da água
existem brinquedos que aprendemos a orientar-
também nós ficamos leves e
nos no nosso corpo”
podemos utilizar na flutuamos”
piscina para brincar,
jogar e criar, assim como
fazer experiências na “Brincar com a água, encher e esvaziar recipientes
pode ser, por exemplo, um meio de compreender que o “Há, por exemplo, conteúdos relativos à biologia,
sala” ar ocupa espaço, experimentar o princípio dos vasos conhecimento dos órgãos do corpo, dos animais,
comunicantes, questionar porque há objetos que flutuam do seu habitat e costumes, plantas, etc., e ainda a
e outros que vão ao fundo…” (OCEPE, p.81) experiências da física e da química (luz, ar, água,
etc.) que podem ser realizadas por crianças em
“Saber nomear e utilizar diferentes idade pré-escolar…” (OCEPE, p.81)
equipamentos e utensílios, utilizar objetos
para construir novas formas, reconhecer e
nomear diferentes cores, sensações e
sentimentos…” (OCEPE, p.81)
“Ao ouvirmos contar “A jogar com as palavras, os gestos, os
traços, as tintas e os borrões para
uma história, a nossa recriar as nossas experiências na
“Ao entrarmos no autocarro água, interessamo-nos pelo mundo que
estamos a partir à imaginação voa… nos cerca, criando, explorando
descoberta. Pomos o cinto Mas é tão giro ver que transformando e respeitando-o.”
de segurança e aí vamos há histórias que falam
nós!
da nossa vida.”
Mas caminhar também nos
leva a explorar outros sítios “O Conhecimento do Mundo deverá mobilizar e
enriquecer os diferentes domínios de Expressão e
e outros meios.” Comunicação (…), a linguagem e a matemática;
“Assim, a partir de uma situação ou problema, as
implica também o desenvolvimento de atitudes de
crianças terão oportunidade de propor explicações e
relação com os outros, de cuidado consigo próprio,
confrontar as suas perspetivas da realidade…”
de respeito pelo ambiente e pela cultura que
“Estão também neste caso a geografia que pode (OCEPE, p.82)
também se relacionam com a área de Formação
alargar-se para além do meio imediato, ou aprofundar- Pessoal e Social…” (OCEPE, p.83)
se e diversificar-se a partir dele…” (OCEPE, p.82)
“E nós a pensar que os berlindes
serviam só para jogar…
“Aprendemos a despir-nos e a …afinal também pintamos com eles
vestir-nos e que existem regras e fazemos experiências que nos
que devem ser cumpridas, mostram que os líquidos e os
como passar o corpo na água sólidos são diferentes.”
antes e depois de irmos para a
piscina, ou não correr…”
“O tratamento da área do Conhecimento do Mundo não visa
promover um saber enciclopédico, mas proporcionar
aprendizagens pertinentes com significado para as crianças que
“Assim, a educação para a saúde e higiene fazem parte do podem não estar obrigatoriamente relacionadas com a experiência
Os educadores de Infância: Irene Carreto, Henrique Santos e Filomena Andrade
dia a dia do jardim de infância, onde a criança terá imediata…” (OCEPE, p.85)
oportunidade de cuidar da sua higiene e saúde…” (OCEPE,
p.84)
IMPORTÂNCIA DE UMA BOA ADAPTAÇÃO AO MEIO AQUÁTICO
Entende-se por adaptação ao meio aquático, “o processo que envolve a iniciação à natação, recorrendo ao domínio do corpo na água, com base nos
objetivos de cinco domínios: equilíbrio, respiração, imersão, propulsão e salto” (Campaniço, 1988).
A natação favorece a tomada de consciência do aluno em relação a si, ao meio, ao grupo e à sociedade, contribuindo no seu desenvolvimento e
favorecendo o desenvolvimento de todas as suas aptidões.
A natação dá-nos a possibilidade de, utilizando a água, desencadearmos na criança uma nova vivência que irá provocar novas capacidades de adaptação.
O meio aquático cria novas sensações, modifica o equilíbrio abrindo um largo campo de experiências à capacidade motora sob o efeito de uma certa
ausência de gravidade.
O equilíbrio, a respiração e a propulsão são as componentes básicas inerentes ao ato de nadar e cujo domínio é necessário para garantir um
comportamento ajustado na água.
ME (1997) Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar. Editorial do Ministério da Educação, Lisboa.
Silva, A. & Campaniço, J. (1988) Prontidão aquática. I Seminário da Natação. UTAD, Vila Real, pp 11-130.