2. Algumas fontes mediúnicas fazem menção de ter sido Francisco, em
pretérita reencarnação, o apóstolo João Evangelista, que realmente, já
naquela época, possuía o poder de amar. Giovanni di Pietro di Bernardone,
mais conhecido como São Francisco de Assis, nasceu na cidade de Assis,
Itália, em 26 de setembro de 1181, e desencarnou em 1226. Seu nome foi
mudado pouco tempo depois para Francisco, pois seu pai era comerciante e
viajava muito à França. Mudou o nome do filho em homenagem ao local em
que fazia bons negócios. Em 1198 acontece um conflito em Assis, entre a
nobreza e os comerciantes. Os nobres se refugiam em Perusa, uma pequena
cidade próxima de Assis, onde Francisco ficou preso por um ano, até o ano
de 1204.
3. Ao voltar para Assis, e depois de uma juventude irrequieta e mundana,
Francisco começa sua conversão gradual; se dedica a dar esmolas e oferece
até suas roupas aos pobres; tem visões, e começa a desprezar o dinheiro e as
coisas profanas. Seu pai, envergonhado do novo gênero de vida adotado por
Francisco, queixou-se ao bispo de Assis da prodigalidade do filho e, diante
do prelado, pediu a Francisco que lhe devolvesse o dinheiro gasto com os
pobres. A resposta foi a renúncia à vultosa herança: despindo, ali, suas
vestes, Francisco exclamou: "doravante não direi mais pai Bernardone, mas
Pai nosso que estás no céu" . Nas ruínas da igreja São Damião recebeu do
crucificado o mandato de restaurar a Igreja. Obediente ao mandato,
Francisco pôs-se logo a trabalhar.
4. Reconstruiu três pequenas igrejas abandonadas: a de São Damião, a de Santa
Maria dos Anjos e a de São Pedro. Seu objetivo não era fundar uma ordem
religiosa. Ele desejava simplesmente servir ao próximo. Necessitando ter
liberação do Vaticano para que pudesse pregar nas igrejas e nas estradas do
mundo, Francisco se submete à exigência e funda uma ordem. A ordem
mendicante dos Frades Menores, mais conhecidos como Franciscanos, que
renovaram o Catolicismo de seu tempo. A partir desse momento passa a
viver na pobreza. Francisco de Assis, ao se fazer o portador da mensagem do
Cristo, em plena Idade Média, estabeleceu para si mesmo regras
extremamente rígidas, onde, entre outras coisas, não era permitido usufruir
senão do estritamente necessário.
5. E, se ele criou as regras, era o primeiro a segui-las. Seu quarto parecia uma
cela, sem conforto algum. Para as refeições, Francisco era extremamente
frugal, alimentando-se um pouco menos que o necessário. Até mesmo
porque pensava sempre nos outros, antes que em si mesmo e nas suas
necessidades e satisfações pessoais. Para cobrir o corpo, ele usava um tecido
áspero, em forma de túnica. O tecido era o desprezado pelos mercadores da
cidade de Assis, pois era aquele usado como embalagem das fazendas, sedas
e veludos que adquiriam para o comércio, com uma corda na cintura, à guisa
de cinto. Cresce o número de companheiros, em 1209 já são 12. Cria uma
regra muito breve e singela, que o papa Inocêncio III aprova em 1210, e
cujas diretrizes principais eram pobreza e humildade, surge assim a
Fraternidade dos Irmãos Menores, a Primeira Ordem.
6. Com o hábito da pregação itinerante, quando os religiosos de seu tempo
costumavam fixar-se em mosteiros, e com sua crença de que o Evangelho
devia ser seguido à risca, imitando-se a vida de Cristo, desenvolveu uma
profunda identificação com os problemas de seus semelhantes e com a
humanidade do próprio Cristo. Sua atitude foi original também quando
afirmou a bondade e a maravilha da Criação num tempo em que o mundo era
visto como essencialmente mau, quando se dedicou aos mais pobres dos
pobres, e quando amou e respeitou todas as criaturas chamando-as de
irmãos. Protegia animais e plantas aos quais chamava, carinhosamente,
também de irmãos. Para ele, também a chuva, o vento e o fogo deveriam ser
reverenciados e respeitados como irmãos.
7. Foi um verdadeiro cristão, preocupado com o seu semelhante, totalmente
dissociado do poder, da vaidade e do orgulho. Recusava posses e, mesmo
obrando no catolicismo, exonerou as ordens eclesiásticas e promoções
sacras, nunca se tornando sacerdote. Certo dia, estando a meditar,
compareceu frei Leão, um de seus mais próximos companheiros. Ele dizia
que tinha um problema e desejava o auxílio de Francisco para a solução. Pai
Francisco, começou, eu conheço uma pessoa que tem um jumentinho. Ele é
muito frágil, magro, doente. Apesar disso, seu dono não o alimenta bem e
exige muito dele. Ele monta no animal e exige ser carregado? Perguntou
Francisco. Sim, pai Francisco.
8. O pobre animal mal se aguenta em pé e o dono lhe exige isso e muito mais.
Não tem piedade para com ele. Diga-me, que devo dizer a esse homem?
Francisco era conhecido por amar os animais. Mais de uma vez, em
descobrindo que alguém apanhara uma lebre em armadilha, ele a comprava
para a libertar. Em festividades religiosas, jamais esquecia que os animais
deveriam ser brindados com rações extras. Fossem animais domésticos ou os
pássaros livres, que enchiam os ares. Então, respondeu a frei Leão: Que
maldade! Pois traga-me esse homem e eu falarei com ele. Dir-lhe-ei como se
deve tratar os animais. Frei Leão docemente, esclareceu: Pai Francisco, é
você o dono do jumentinho. Seu corpo é o jumentinho que o leva a todo
lugar e não está sendo bem tratado.
9. Embora hierarquicamente ele fosse o superior, o líder de todo o grupo,
humildemente, respondeu Francisco: Verdade, frei Leão? Eu faço isso com
meu corpo? Trato-o tão mal assim? E, ante a afirmação do companheiro,
Francisco ali mesmo se ajoelhou e orou: Meu doce jumentinho, me perdoe.
Nem percebi que estava a tratar tão mal a você, de quem dependo para
realizar minha obra. Perdoe-me. Terei mais cuidado, daqui em diante.
Francisco, praticou em todos os momentos o Evangelho do Mestre, dando de
comer aos famintos, saciando os que tinham sede, hospedando os forasteiros,
vestindo os nus, visitando os doentes e os presos (Mateus 25: Vivenciou o
amor em plenitude, obedecendo ao maior mandamento: “Amar a Deus sobre
todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”.
10. Francisco, dentre as três virtudes: a fé, a esperança e a caridade, ressaltou a
caridade como a mais excelente, ratificando o ensino de Paulo (1ª Carta aos
Coríntios, 13: 13). Ninguém como ele, realmente testificou que “fora da
caridade não há salvação”. Na Parábola do Bom Samaritano, o Mestre,
colocou de lado, na salvação, até o sacerdócio, citando um homem sem
religiosidade, como afortunado, porque, humilde e caridoso, auxiliou o
homem largado no caminho. Mesmo sem ser religioso, foi outorgado por
Jesus como salvo, merecendo a denominação de verdadeiro cristão, porque
pela ação da vontade fez o bem. O “Santo de Assis”, de acordo com o
Sermão do Monte, como pobre em espírito, tornou-se possuidor do Reino
dos Céus; consolou os aflitos de todos os matizes; manso por excelência,
com capacidade ampla de herdar a Terra; ...
11. ... satisfeito por ter fome e sede de justiça; feliz por ser misericordioso, puro
de coração e promovedor da paz. Todos os insultos recebidos, as calúnias
arremessadas e as perseguições sofridas, por causa do trabalho com o
Mestre, faziam dele um autêntico cristão, merecendo a devida recompensa
na dimensão espiritual. A Oração da Paz, conhecida internacionalmente, foi
atribuída a Francisco de Assis. Contudo, sua origem é desconhecida, tendo
sido escrita, primeiramente, em 1912, em um boletim espiritual publicado
em Paris. Depois, em 1916, em Roma, surgiu uma folha, trazendo
estampadas a oração e uma imagem do santo. Embora a obra capte o espírito
do santo e o seu texto pareça ser dele, não foi encontrada nos seus pertences,
por isso, não deve ser de sua autoria. Sendo, portanto, anônima.
12. Acreditamos que sua fonte seja espiritual, tendo sido composta, por via
mediúnica, por ele próprio ou por um de seus seguidores. Os últimos escritos
de Francisco são entre 1225 e 1226, dentre eles o Cântico das Criaturas e o
Testamento. Nestes mesmos dois anos, Francisco vai a vários lugares da
Itália para tratar de suas vistas. Passa por diversas cirurgias. Morre aos 03 de
outubro de 1226. Morreu nu aquele que começou a vida de conversão nu na
praça de Assis, diante do bispo, do pai e amigos. Morreu ouvindo o
Evangelho de João, onde se narra a Páscoa do Senhor, aquele que recebeu os
primeiros companheiros após ouvir o Evangelho do envio dos apóstolos. Foi
sepultado no dia 04 de outubro de 1226, Domingo, na Igreja de São Jorge, na
cidade de Assis.
13. A vida de Francisco de Assis é repleta de inúmeras virtudes, o calor de seu
iluminado espírito, desejando sempre imprimi-lo aos seus queridos filhos, o
ardor na busca devotada à Paixão de Jesus Cristo, são gestos que
impressionam e são admirados por toda a humanidade. Francisco de Assis
tudo transformava, através do amor universal, humildade e compaixão. O
homem santo não teme perder sua pureza, no meio dos impuros. Do mesmo
modo que Cristo mostrou a vida vivendo entre os sofredores e entre os
humildes, Francisco se mistura aos doentes, aos desesperados e aos pobres.
E é pelo esforço constante em direção à partilha do que lhe é dado com
aqueles que não têm nada, que se fortificam suas aspirações e seus méritos,
ao mesmo tempo que suas faculdades espirituais.
14. Amava intensamente a Deus e ao próximo, vivia à luz de uma fé profunda,
que compartilhava com os pobres e abandonados. Sua vida era de orações e
sacrifícios, para fundir-se com Aquele que tanto amava. Doava-se com
franca generosidade, como se estivesse doando-se ao próprio Jesus.
Francisco era um místico em toda a essência da palavra, pois tinha a total
percepção das personalidades divinas, o contato com o plano espiritual era
constante e lançava-se sem medo em direção do Pai que lhe dava a vida, em
direção ao Filho que lhe dava o processo intelectual através do Verbo e
através do Amor. São Francisco é um exemplo para a humanidade, seja
durante a reflexão, na meditação, na angustia, na dor ou no sofrimento. Nele
se encontra o perdão, tal como Jesus o ensinou e a generosidade para atuar
na vida.
15. Não há quem não se emocione ao ler ou cantar a oração de Francisco de
Assis, verdadeiro poema que reflete o amor daquela alma seráfica, daquele
Espírito que veio ao mundo, em um dos momentos mais negros da nossa
história e mostrou a todos o poder do Amor Purificado diante das trevas do
mundo.
Senhor, Fazei de mim um instrumento de vossa paz!
Onde houver ódio, que eu leve o amor,
Onde houver ofensa que eu leve o perdão.
Onde houver discórdia, que eu leve a união.
Onde houver dúvida, que eu leve a fé.
16. Onde houver erro, que eu leve a verdade.
Onde houver desespero, que eu leve a esperança.
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria.
Onde houver trevas, que eu leve a luz!
Ó Mestre, fazei que eu procure mais.
Consolar que ser consolado.
Compreender que ser compreendido.
Amar que ser amado.
Pois é dando que se recebe.
Perdoando que se é perdoado
e é morrendo que se vive para a vida eterna!
17. Muita Paz!
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A serviço da Doutrina Espírita; com estudos comentados de O Livro dos
Espíritos, de O Livro dos Médiuns, e de O Evangelho Segundo o
Espiritismo.