A história conta sobre uma jovem que se materializa em uma casa antiga todo último domingo do mês. Quando uma nova família se muda para a casa, o chefe da família, um ex-marinheiro, conversa respeitosamente com a jovem e descobre que ela viveu no local no século 16. No entanto, quando ele explica que ela já não está viva, a jovem fica horrorizada com a ideia de estar perto de seres humanos, que ela vê como fantasmas.
A Obsessão por Justa Causa - – A Paixão, o Ciúme, a Traição e a obsessão - TEXTO
Caminho para a evolução
1.
2. Com base no conto “Nunca mais voltou”, do livro “Almas em Desfile”,
pelo Espírito Hilário Silva.
Conta-nos assim o autor:
No campo, em velha casa inglesa, periodicamente começou a aparecer uma
jovem materializada. No último domingo de cada mês, era vista por todos,
com indisfarçável assombro. E porque na região escasseasse o
conhecimento espírita, os inquilinos lá não paravam. O pequeno solar vivia
constantemente fechado. Acontece, no entanto, que uma família de Londres
se transferiu para o pequeno burgo e passou a ocupá-la. “O lugar é
assombrado”, diziam todos os vizinhos. O velho chefe da casa, porém,
marinheiro recentemente aposentado, possuía cabedal de conhecimentos
mediúnicos e não se deu por achado.
3. Com efeito, no dia indicado, a entidade surgia em determinado aposento,
demorando-se largo tempo diante de antiga penteadeira. Os dois rapazelhos,
filhos do casal, assustaram-se, a princípio, mas o progenitor, após preparar-
se por um mês de oração e leitura edificante, deliberou falar com o
fantasma. Quando a jovem se corporificou, plena de beleza, o ex-marujo
entrou reverente no quarto e saudou-a, em nome do Cristo. A moça
retribuiu, confortada, e ele perguntou por que motivo se dispunha, assim tão
bela, a visitar sítio tão solitário e sem qualquer atração. A menina-mulher
explicou, em linguagem fidalga, que ali vivera no século XVI e que lhe
aprazia recordar, quando possível, a existência feliz que desfrutara junto dos
pais, ...
4. Acrescentando que a aristocrática penteadeira fora presente do noivo que
perecera no mar. Sentia imenso consolo ao contemplá-la, porque ainda não
lhe fora permitido reunir-se, para sempre, ao escolhido do coração.
Respeitoso, o dono da casa procurou esclarecê-la, comunicando-lhe, sem
rebuços, que ela não mais pertencia ao mundo dos chamados vivos,
travando-se entre os dois curioso entendimento.
- Como vê, minha irmã, você não mais se encontra encarnada na Terra.
- Sei perfeitamente tudo isso, falou a jovem, sorrindo. Tenho minhas
atividades e sonhos no Plano Espiritual e estou consciente de minha
responsabilidade.
- Deve então afastar-se daqui.
5. Oh! Oh! Por quê?
E batendo na cana do braço esquerdo, disse o interlocutor, mais franco:
- Porque nós aqui somos homens.
A moça exibiu imensa agonia moral no semblante, e indagou:
- Quer dizer, então, que o senhor é alguém que se veste de carne, carregando
vísceras cheias de sangue, com cheiro de animais abatidos e de vegetais
mortos? O senhor expele gases que fazem lembrar o sepulcro? Quando tosse
derrama líquidos grossos a que chamam saliva e catarro? Quando trabalha
expele através dos poros uma água salgada de nome suor que recorda o
ambiente dos peixes apodrecidos no mar?
6. O ex-marujo, surpreendido, pôde apenas confirmar:
-Sim, sim...
A bela entidade materializada fitou-o com evidente horror e gritou:
- Que medo! Socorro, ó Deus dos Céus! Livrai-me do fantasma terrestre!
E dizem que nunca mais voltou.
REFLEXÃO:
Fica uma pergunta no ar, depois desta estória; quem é o verdadeiro
fantasma? Se aquela entidade materializada naquela casa ou os humanos
que estavam a assombrá-la? Interessante a diferença de percepção.
O Espiritismo nos esclarece que o mundo espiritual é a nossa verdadeira
pátria, sendo preexistente a tudo.
7. Que o mundo material, com seres vivos, na forma de vegetais e animais e,
portanto, o mundo dos homens encarnados, poderia não ter existido. A
experiência na carne é o recurso utilizado pelo princípio espiritual, para
desenvolver e conquistar valores essenciais à sua evolução moral; isto
porque, quando na matéria, espírito fica submetido à limitações drásticas em
sua liberdade, em sua capacidade de perceber o Universo à sua volta. Senão,
vejamos: os homens encarnados movimentam-se lentamente sobre a Terra.
Para andarem mais depressa, utilizam-se de máquinas que tiveram que
desenvolver. A busca dessa capacidade adicional agregou valor à
criatividade do espírito. Os homens não podem voar ou viver na água. Para
tornar isto possível, utilizam-se de engenhos desenvolvidos pela
necessidade.
8. A busca deste recurso agregou progresso e valor à criatividade do espírito.
Os homens percebem o Universo à sua volta através de cinco sentidos que
limitam aquilo que pode ser percebido. A visão fica restrita às frequências
luminosas entre o vermelho e o violeta; abaixo do vermelho, o
infravermelho; acima do violeta, o ultravioleta, já não são mais visíveis pelo
olho humano. A audição fica restrita aos sons emitidos entre 16 ciclos por
segundo a 16.000 ciclos por segundo. Os sons fora dessa faixa, não são
percebidos, e para o homem, parecem não existir. Os humanos precisam
tirar a energia grosseira que utilizam dos alimentos materiais orgânicos ou
inorgânicos, e sem eles não conseguem manter sua estrutura física, em
condições de viver as suas próprias experiências.
9. A forma humana não vive sem água ou sem o ar, e tem sua vida física presa
ao espírito, por laços tênues e sutis, que podem ser quebrados com
facilidade, causando-lhe a morte. Para absorver e utilizar as energias que
sustentam sua estrutura corporal, ele processa e transforma a matéria
grosseira, devolvendo à Natureza todos os excessos desnecessários, através
de dejetos orgânicos poluentes. Descrevendo assim os homens, apesar da
inteligência que trazem e que lhes permite aprender e evoluir, eles mais
parecem criaturas limitadas, horripilantes e asquerosas, a consumir e a se
consumir no mundo material. Entretanto, esta vida material grosseira, que
tanto preservamos e buscamos preservar, pelo instinto de conservação, que
nos foi dado pelo Criador, é necessária, é fundamental, para a evolução do
espírito.
10. Quando desencarnados, gozamos de liberdade e de rapidez de
movimentação. Nosso pensamento é livre, expande; nossa percepção se
amplia, nossa capacidade espiritual no uso da vontade se manifesta em toda
a sua potencialidade, sem a influência limitante do corpo material. Então,
não seria melhor que Deus nos tivesse criado e nos mantido em apenas em
estado espiritual permanente? Não poderia o espírito aprender e adquirir os
valores morais apenas no plano espiritual, sem necessitar encarnar num
corpo tão grosseiro para evoluir? Essas são algumas das perguntas feitas por
aqueles que começam a estudar a Doutrina Espírita, a doutrina do
Consolador.
11. Os Espíritos nos esclarecem que, a partir de certo grau evolutivo, o ser
precisa cada vez menos desse ciclo material, para evoluir. Mas, enquanto
não atingirem esse grau de desenvolvimento, devem aprender e exercitar
suas virtudes na relação com o mundo material, onde as limitações geram
necessidades e impõem o equilíbrio com conhecimento de si mesmos, para
o aumento da capacidade de amar, conforme a lei de Deus. Torna-se
interessante refletir em como nosso mundo material é percebido pelos
Espíritos desencarnados que se aproximam da Terra. Será que eles se sentem
como os homens, e gostam da forma material do homem, ou consideram o
nascimento na carne como se fosse morte para o plano espiritual?
12. O conhecimento que o Espiritismo nos dá, e que, está codificado nas obras
básicas de Allan Kardec, nos ajuda a entender melhor a nossa natureza, a
nossa destinação, e as nossas relações entre o mundo material e o mundo
espiritual. Por isso é que o Espiritismo é considerado o Consolador
Prometido; desvenda os mistérios da fé, explica os fenômenos mediúnicos,
desmistifica as penas e os castigos eternos, esclarecendo que tudo evolui,
tudo se modifica, e que o espírito conquista sempre novos valores, em suas
experiências na carne. E trilha por impulso e atração irresistível à vontade
de Deus, o caminho da virtude. O espírita, ao tomar conhecimento, ao
entender, e a aceitar sua destinação, não mais se compraz com os seus erros,
com o mal; e luta consigo mesmo para superar-se e elevar-se em virtudes,...
13. Buscando cumprir seus deveres morais. Cai, mas eleva-se e torna a
caminhar.
Muita Paz!
Mau Blog: http://espiritual-espiritual.blogspot.com.br
Com estudos comentados de O Livro dos Espíritos e de O Evangelho
Segundo o Espiritismo.