2. Nascido em 10 de setembro de 1950 no município
de Aparecida do Taboado-MS.
Filho de Oswaldo Bernardes, político de prestígio
regional e de Francisca Queiroz, esta de família
tradicional e de grande expressão na vida do
esposo.
Começa a escrever na adolescência, no Colégio
Americano de Lins.
Estuda arquitetura no Rio de Janeiro, mas parte
para a Europa antes de concluir o curso, se aloja
em Paris no final dos anos 70.
Vai a Nova York pela primeira vez em 1981 e
visita Los Angeles.
Mora por dez anos em Aparecida do Taboado, na
Fazenda Santa Maria.
Colabora com o jornal “Bolsão em Notícias”, em
uma coluna de assuntos variados com o
pseudônimo OSQueiroz.
Mora em São Paulo, São José do Rio Preto e
Campo Grande. Visita Londres, Espanha,
Marrocos, Portugal, Irlanda e Cuba. No final de
1998 decide morar em Nova York, de onde
retorna em 2000.
Mora em Ilhabela, próximo ao mar, para realizar
o sonho de escrever e publicar seus poemas.
3.
4. Fotografia: Ben Goossens
Verdad
eiro
Há em cada canto
um sonho
em cada um deles
uma doce utopia
de fantasia desnuda
no desejo
de lembrança oposta
Há em cada sujeito
uma revelia
um passo falso
falsa fantasia
em bailado intenso
sem algum intuito
Há uma loucura acesa
em cada sentinela
aquela atenção interna
no tardar da noite
um tornar constante
pra fitar o nada
Há em cada qual de nós
um interior obscuro
um desejar maduro
um querer latente
uma fantasia
que nos represente
e desnude pra sempre
nossa revelia
5. Pintura: Winslow Homer
Santiago
de CubaYo vivi caminando por la vida
como se esta fuesse una calle sola
? el camino que va donde?
- por la calle donde la vida se esconde
La gente que passa por este camino
van y viene no se donde
mas se que toda esa gente
sabe mas que yo sobre la muerte
Los niños caminan a saltos
las mujeres com sus modales e com furores
los hombres como yo no solo caminan
como mueren por entre los montes
La calle de piedras oscuras
a la noche brillam como brillantes
por el dia son negras como negros eran
los ancestros que llegaran aqui antes
7. NewYork
NewYork
Desci
pela escada do shopping
day
encontrei um rato
no prato
do moço louco
doido para sair de casa
se mandar pros bares
debruçar nas bordas
dos copos vazios
e soprar as ondas
dos mares d onde estou
Fotografia: Arnold Pouteau
8. Transpa
rênciaNa lira dos vinte anos
os enganos
suspiros de doce agonia
Ânsia de viver tanto
no entanto prevalecia
Formado por todos enganos
o tempo em sintonia
Acordes e tempestades
de loucas manias
A loucura acesa
acessa toda revelia
Sublime labirinto
do gosto de viver
recordando belos dias
Na lira da eternidade
vão tolas vaidades
de frustradas fantasias
Fotografia: Ben Goossens
9. Desil
usão
Pensando que era dia
a negra noite sobrepôs
a névoa lenta denuncia
a vinda de outro horror
Ao mesmo tempo que sorrio
as pálpebras fecham pro depois
não há mais nada que anime
o meu – o teu – nós dois
Um caminhar por entre pedras
sentencia a dor
de solidão envolta em trevas
como se houvesse métodos
para desobscurecer
o ato desse amor
Não há mais tempo de espera
para o que não há depois
você caminha pela relva
me olha como quem dissera
adeus – louco provedor
E eu no coito dessa esfera
estarreço no tempo minha espera
olhando para outra flor
Fotografia: Ben Goossens
10. Flores
Flores, flores, flores
sois os únicos amores
que nunca deixei de amar
Faça chuva faça sol
com vosso esplendor
lá vêm vós trazer amor
Lancem pétalas contra a guerra
pois nem mesmo quem erra
deixa de te amar
Seja vermelha ou amarela
sois vós todas aquelas
que um dia me fizeram sonhar
Fotografia: Marl
11. Dorme pequenino mundo meu
dorme que outro dia irá chegar
amanhã – quem sabe
a gente seja feliz um pouco mais
Somos pequenos animais
sonhando entre a multidão
a cada dia que passa
vemos mais mutilações
assim vivemos de medo
com medo da própria ilusão
Fotografia: Ben Goossens
12. Ante a LuaAnte a lua
o tempo
Antes de ti
meu viver
Longe do vento
o segredo acalanta o medo
A alma anuncia
a renúncia
A luta que é ser
Tudo parece mentira
toda verdade
que a mentira tem
Por hora,
a mesma mentira
Nada reflete em si
ou em alguém
Aquém de mim
o senso como sendo
meu único vento
Meu Norte
Meu bem
Fotografia: Ben Goossens
13. Fotografia: Jason Friesen
Coragem
A chama invade
o clamor
do amor que no peito
bateu
ressoa nos vales
nas noites
nos bares
são tempos ateus
O medo reluta
em minh alma
e afaga esse imenso
querer
O tempo o vento
anuncia
por mais que incomode
me toma de volta
eu digo – bom dia!
14. Fotografia: Ben Goossens
Fotografia
Revi por esta janela
aquela vontade de existir
conceitos – mimos e seqüelas
nada que seja ruim
Assim nessa singeleza
naquela imagem refletida
revendo cartas e fotografias
refiz o tempo que vivi
Vivendo os mesmos deleites
na calçada diante de mim
caminhantes – caminhando
quem sabe só – a se iludir
Lutei uma vida toda
por causas distantes daqui
voltei para rever os conceitos
da janela de onde te vi
15. Fotografia: Ben Goossens
Happy Birthday
to me
Mirando o fogo
me aqueço todo
morro de medo
no mês de agosto
como se fosse
cachorro louco
latindo solto
querendo osso
Ainda moço ...
pensava ser tão poderoso!
Quando me lembro
chega setembro
fico mais velho
– nunca por dentro
conservador –
penso que sou
de astral eterno
querendo sempre
alguém por perto
virginiando meu inferno.