A autora conta como a arte transformou sua vida após a morte de seu pai na adolescência e dificuldades financeiras. Ela descobriu o prazer de se expressar artisticamente através de uma peça teatral na escola, o que a ajudou a lidar com a raiva e entender que a morte do pai não foi culpa de ninguém. Hoje, a autora é uma atriz e professora de teatro feliz, que acredita no poder transformador da arte.
5. Todas essas sou eu. Eu vim contar como a arte transformou a minha vida. Quando eu tinha 12 anos, meu pai morreu. E eu fiquei com um muito ódio, achei muito injusto. A nossa situação financeira ficou complicada e fui estudar numa escola publica, chegando lá uma professora disse para os outros alunos que eu não devia estar ali, que estava tirando a vaga de alguém que realmente precisava. Fiquei com muita raiva, só tive um amigo que falava comigo e também eu devo confessar que eu não estava uma pessoa muito legal naquela época.
6. Um dia nessa escola teve um trabalho e tivemos que montar uma peça e o nosso grupo resolveu e fazer “O roubo do cotonete”, eu fazia uma doméstica que era acusada de roubar uma caixa de cotonetes. (ri) Como se fosse uma caixa de jóias… eu tinha duas luvas de cozinha de bichinhos (um sapo e um gato) e enquanto cozinhava elas tomavam vida e brigavam. E ali nessa apresentação eu descobri com era bom rir e pude esquecer de todos os problemas. A arte modificou a minha vida, eu pude entender um pouco melhor a vida, eu percebi que meu pai morreu porque tinha que morrer, não era culpa de ninguém, fiz catarse através da arte e eu sou uma pessoa melhor hoje graças à arte, sou uma atriz profissional, sou professora de teatro, com uma vida linda, sou feliz cheia de sonhos e isso porque eu digo sim arte e não a violência .