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Comunicação e arte a serviço da vida!
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Apostila: Teatro e Dança
Autor: Diversos
Apresentação:
Esta apostila é destinada a grupos e pessoas que
evangelizam através do Teatro e da dança.
Seu conteúdo é condensado, artigos publicados por vários
autores em sites relacionados ao assunto e dicas.
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ARTIGOS
AOUSADIA NO TEATRO!
O Teatro Católico precisa de ousadia! Ousadia no sentido de entender que cores, movimentos,
gestos e atos; são sinônimos de conversão. O dom da sensibilidade voltada à arte é
simplesmente supremo e divino. Portanto algo tão singular e próximo da criação não pode ficar
meramente entre linhas. Em outras palavras é necessário que esse teatro se lance para águas
mais profundas, ou seja, é preciso colocar os dons a serviço da evangelização.
É extremamente necessário entender que a arte dramática é um instrumento poderoso, dinâmico
e concreto de conversão. Por isso cada um de nós que é chamado a viver esse dom deve procurar
sua ousadia. Transformar a inspiração, aquilo que nos inspira em ação! De mudar o sentimento
em gestos, as palavras em atos. Enfim dar vida aos personagens que clamam aos atores, por sua
existência! Simplesmente pelo fato de serem canal de Graça e Salvação para aqueles que
aplaudem. Que o nosso teatro católico possa ousar e entender a voz que clama no deserto:
"Preparai o caminho do Senhor..."
Teatro como Vocação
É isso mesmo, sua vocação é o teatro! Deus nos presenteou com o Dom de interpretar, escrever,
dançar; e junto com eles uma ordem: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda
criatura. Mc 16, 15.” Temos o chamado, o Dom e a ordem de Deus, portanto temos a missão de
evangelizar através da arte.
Assim sendo, não devemos guardar o nosso “talento” e sim multiplicá-lo. Devemos aprimorar
nossas técnicas de interpretação, buscar sempre o melhor para ser realizado em cena: uma boa
iluminação , aquela sonoplastia emocionante, o detalhe que não pode faltar no cenário; mas não
podemos esquecer que para se fazer teatro para Deus, é preciso muito mais... É necessário
estarmos em oração constante, na presença do Senhor, verdadeiramente voltados a comunhão
com o Espírito Santo para que a graça aconteça na hora da apresentação, por que para nós que
somos chamados a sermos ministros da arte, a apresentação passa a ser uma “semeação”, onde
Deus nos dá a semente e nós plantamos nos corações dos nossos irmãos.
Temos que ser fiéis a essa vocação; entregar nosso corpo, nossa voz, aos personagens de cada
história e realizar o que Deus nos pede: “pregar o Evangelho a toda a criatura”.
O teatro é uma manifestação do amor de Deus, e nós o canal desse amor, reflita sobre isso, você
é a expressão que Deus usa para seu irmão, é através de cada ato, cada gesto, cada fala... que
Ele age em cada um de nós.
Agora vamos lá, mãos a obra, se sua vocação é o teatro, então meu irmão esta na hora de
plantar, ide e pregai evangelho... Mas não se esqueça, para que a graça aconteça é preciso estar
na presença do Senhor.
Águas mais profundas
Fazer teatro, um espetáculo cristão é evangelizar em conjunto. É como pregar com vários prega-
dores o mesmo tema. Isto exige além de sintonia, uma profunda comunhão com Deus e unidade
entre os atores. E como pregar com alguém que pouco convivo ou que conheço muito mal.
Assumam a responsabilidade do que Deus confia a cada um de vocês, a cada um de nós, porque
este ano as coisas irão realmente acontecer e o teatro também. O Pai quer que adentremos em
águas mais profundas, que confiemos mais, que nos despojemos de nós, de nossos medos,
anseios para mergulhar de cabeça no mar da evangelização e trazer pessoas de volta para o colo
de Deus.
3
Os grupos de teatro devem se agarrar em Deus e ser profissionais da fé, profissionais da oração,
não se importando somente com o perfeito cenário, perfeito texto e ótima encenação. Temos que
estar abertos para que Deus aconteça na essência de nossas peças, que é a vida de oração, a
espiritualidade... Vivamos o amor de Deus.
Teatro da fé se realiza com muita oração
Devemos nos preparar com técnicas e exercícios, mas de nada adianta se não nos prepararmos
Espiritualmente, pois temos que nos doar inteiramente para que a mensagem do teatro chegue
aos corações das pessoas.
Já houve casos de alguém do ministério chegar e dizer que não queria participar da peça da qual
estava atuando, pois espiritualmente não estava preparado. Realmente irmãos tudo que se faz
para Deus é muito importante, temos que estar prontos e deixar primeiramente a graça
acontecer em nós para poder chegar até nossos irmãos que estarão assistindo à peça de teatro.
Tivemos uma experiência muito linda quando apresentamos uma peça de teatro sobre Maria eu
sempre falava para os atores que precisariam ser Maria naquele momento (Uma observação:
ensaios são para viver já apresentação e não apenas ensaios). Nestes ensaios já dizia a eles para
serem Maria, o resultado foi muito bom para Deus, pois houve muitas curas.
Podemos ser excelentes atores, ter uma voz maravilhosa, falar bem, decorar com facilidade, se
expressar muito bem, ter tudo aquilo que o teatro pede, mas se não tivermos um testemunho de
vida de nada adianta, um exemplo: eu faço a personagem de Maria em uma peça, passo uma
mensagem de humildade, isto pode ter acontecido em um domingo à noite e na segunda-feira no
meu trabalho, chego ao local e inicio meu trabalho com uma cara fechada, não falo um bom dia
aos meus amigos ou chego até a maltratar alguém e esses meus amigos foram assistir a peça,
será que tudo aquilo que tentei passar no domingo a noite vai continuar no coração dos meus
amigos?
Temos que tomar muito cuidado e devemos estar revestidos da armadura de Deus, estarmos
cobertos de oração se realmente estamos decididos a levar a mensagem de Deus às pessoas que
estão necessitadas de conhecer o verdadeiro amor de Jesus por todos. Irmãos vamos levar a arte
de apresentar com fé, nós devemos amar o teatro da fé e lutarmos para que sempre em nossas
Paróquias nossos grupos tenham ministérios de teatro, temos que mostrar as pessoas que tem
como dançar, cantar, fazer tudo com arte, como Deus quer e não como o mundo pede.
A paz de nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos.
-Ivete Oliveira / André Simão -
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ARTIGOS
A NATUREZA DO TEATRO
Começar a examinar o teatro como um meio de "adorar" ajuda a lançá-lo em uma jornada para
descobrir e desenvolver o seu próprio potencial. O teatro associa-se à adoração como um símbolo
em ação. Como participante você se torna um instrumento para adorar, o qual tem o potencial
para transcender palavras e movimentos físicos para uma experiência simbólica. Como
expectador, você também se torna um instrumento para adorar quando você se conecta e se
identifica com a experiência.
O teatro tem sido sempre uma exploração do nosso relacionamento com o nosso mundo. Olhe
para qualquer drama e você poderá enxergar qualquer pessoa ou uma combinação de uma
exploração do relacionamento entre um ser humano e a sociedade, caráter, outras pessoas,
Deus, cultura, crenças, valores e egocentrismo. O teatro como um meio de adoração afirma
nossa própria espiritualidade, e quando isto acontece, nós vislumbramos o potencial positivo
dentro de nós mesmos e ao mesmo tempo construímos uma ponte até Deus; entretanto cada um
de nós faz esta definição. Quando isto não acontece, então o evento teatral não é um ato de
adoração. Ele pode ser um entretenimento, mas isto não leva à adoração.
Apesar de não ser verdade, em algumas sociedades, tais como a Austrália e os Estados Unidos,
consideram as Artes como um segmento insignificante, incluindo o teatro. Ao mesmo tempo,
organizações religiosas do oeste têm tradicionalmente condenado o teatro. Conseqüentemente,
os artistas acham necessário justificar constantemente não somente o trabalho deles, mas
também quem são eles como seres humanos produtivos.
Entretanto, a sociedade dos Estados Unidos está em transição. Como se pronunciou Jane
Alexander, membro do Fundo Nacional para as Artes, em uma entrevista para o jornal Sunday
Morning, a sociedade passa por uma "crise espiritual". A violência está impregnada na nossa
sociedade e a compaixão é tratada com desdém. Mas, como disse Jane Alexander, "se você der
um pincel ou uma caneta para uma criança, ela não pegará uma arma”. A razão para isto nos
traz de volta ao tema potencial. Esta faz parte da necessidade humana de explorar e descobrir o
seu íntimo e então, expressar esta descoberta. Quando nós negamos nossa própria
espiritualidade, a descoberta se torna corrupta e nossas vidas ficam presas à ilusão. A arte contra
ataca esta corrupção. A arte como um meio específico atrai a pessoa a uma descoberta positiva e
a expressão do seu interior, o qual freqüentemente inclui espiritualidade.
Como resposta à violência e à falta de compaixão, as organizações da sociedade e organizações
religiosas, estão começando a se virar para as artes com o objetivo de nos ajudar a redescobrir a
espiritualidade dentro de nós mesmos.
Todo ser humano tem um senso artístico. Como evidência, observem as crianças saudáveis. Elas
dançam, cantam, pintam, desenham, envolvidas em imaginação ativa. Um artista é uma pessoa
que tem um senso artístico altamente desenvolvido, tem estudo, possui disciplina e técnica
artística bem desenvolvidos e é capaz de transformar o seu trabalho em símbolo universal. Um
artista normalmente também tenta fazer da sua arte, sua subsistência, porque um artista tem
uma irresistível necessidade de oferecer seu trabalho à sociedade. Muitas pessoas leigas na
sociedade americana parecem ver estas características como uma procura pela fama, mas
geralmente isto não é verdade.
Estes ensaios são baseados na premissa de que todo ser humano possui um senso artístico.
Muitas vezes, quando você quer que o teatro seja parte do programa de Adoração, você não
consegue encontrar uma peça teatral apropriada. Existem duas razões para isto. Poucos dramas
são escritos para o serviço de adoração cristã, e os que encontramos parecem ser de pouca
qualidade. A 2ª razão é que quase sempre queremos algo que seja bem específico. Você tem
uma idéia do que você quer, você não consegue encontrar exatamente o que quer, e você não
sabe como escrever o que quer.
5
O objetivo é apresentar peças teatrais que irão melhorar o programa de Adoração. Isto significa
que o que quer que seja apresentado deve corresponder ao tema, à atmosfera, e o propósito do
restante do programa de Adoração. Entretanto, para se criar uma experiência cheia de adoração,
a peça teatral deve ser tão universal e tão simbólica quanto possível, porque é o símbolo que leva
à experiência. Por causa da ênfase no símbolo, as apresentações teatrais provavelmente não
iriam ajudar um programa de Adoração que inclua os sacramentos. Os dois símbolos não iriam
ajudar, mas iriam divergir, e a peça teatral iria provavelmente se afastar do símbolo e
conseqüentemente a experiência do sacramento. É ao confronto dos símbolos que muitas pessoas
respondem contrariamente durante a Adoração.
Apresentar o teatro como Adoração requer que você prossiga em direção ao seu potencial. Isto
requer que você corra riscos, torne-se vulnerável, envolva-se no compartilhar e investigue o seu
interior. Divirta-se!
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ARTIGOS
DEFINIÇÕES E ORTOGRAFIA
TEATRO X DRAMA
Às vezes as pessoas confundem drama com teatro, acreditando que drama e teatro são a mesma
coisa. Existe uma diferença. O drama é a literatura, o roteiro real, e inclui o enredo, o
personagem, a reflexão, a cena e o diálogo. Quando os estudantes estudam o Drama, eles lêem e
analisam roteiros. O Teatro por outro lado, tem um contexto maior que inclui o Drama. O Teatro
é a produção real e contém o Drama, todos os elementos da produção incluindo os atores, o
espaço e a audiência. Nós não "fazemos" Drama, nós "fazemos" Teatro. Também, um Drama re-
fere-se a um roteiro específico, enquanto um Teatro refere-se a um prédio.
THEATRE X THEATER (TEATRO com TRE no fim X TEATRO com TER no fim)
No livro "Sam Smiley no Teatro" ele diz que a Arte humana nos ajuda a entender a diferença de
ortografia. A maneira certa de soletrar teatro é com TRE no fim, exceto em jornais e revistas cuja
ortografia é com TER. Em outras palavras, o uso educado requer a ortografia francesa, com TRE e
o uso jornalístico requer a ortografia alemã com TER. Também, as pessoas ás vezes diferem a
ortografia para diferenciar um filme ou uma casa de shows. Ir ao teatro (TER) significa ir assistir
a uma filmagem ou ir ao teatro (TRE) significa ir assistir um show ao vivo. Tudo isto é meio
confuso, mas isto são ensaios sobre o teatro.
PLAYWRIGHT (dramaturgo) e PLAYWRITING (drama)
Um dramaturgo escreve peças. O termo playwright vem dos escritos de Aristóteles por volta de
325 AC. "Wright" significa arte/ofício escrever, escrito, escritura e “Play” em relação a teatro é
obra, comédia, representar, fazer papel de. Então, um playwright é uma pessoa que escreve uma
peça ou um drama. Entretanto, ele se empenha mais em escrever do que em atuar. Em outras
palavras, ele está mais para escritor. Apesar de toda a confusão, lembre-se que um playwright é
a pessoa e playwriting é o ato de escrever o drama.
APRESENTAÇÕES DRAMÁTICAS
A maioria das apresentações como parte do serviço de Evangelização que são chamadas de
Drama são na verdade apresentações dramáticas (mais precisamente apresentações teatrais). As
diferentes categorias de apresentações dramáticas podem ser definidas das seguintes formas:
MONÓLOGO
Este tipo de apresentação dramática não envolve mais do que uma pessoa falando para a
assembléia. O ator memoriza a fala e apresenta um personagem (ou personagens) além dele
mesmo. Este tipo de apresentação, como toda a outra deve ser bem ensaiada, e geralmente a
pessoa veste um traje específico.
DIÁLOGO
O diálogo envolve 2 ou mais pessoas interagindo. Os atores memorizam a cena e os
personagens. É necessário ensaiar para que a peça possa criar uma experiência importante para
a assembléia.
MÍMICA
A mímica é o tipo de apresentação em que não são pronunciadas palavras e geralmente não tem
acompanhamento musical. Uma ou mais pessoas podem apresentar este tipo de expressão. O
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movimento físico é altamente estilizado e é o centro da experiência. Este tipo deve ser cuidadosa-
mente ensaiado. Os atores normalmente usam maquiagem e traje específico para ajudar a focar
a mensagem expressa em movimentos. Nesta categoria pode-se utilizar até mesmo um palhaço.
DANÇA
Como o cinema, a dança pode ser considerada prima do teatro. Ela foi incluída aqui, porque como
no teatro, o principal instrumento de expressão é a pessoa. A dança tem seu foco no movimento
e é acompanhada de música. A experiência vem da interação de música e movimento e pode
envolver uma ou mais pessoas.
LEITURA INTERPRETATIVA
Leitura interpretativa ou dramática pode ser desempenhada por uma ou mais pessoas. O foco é a
expressão vocal. Conseqüentemente, o movimento físico é limitado e o texto não é memorizado.
Cada leitor tem o roteiro na mão e não interpreta um personagem. Os ensaios têm seu foco no
tom da voz, no volume, no ritmo e na inflexão. Uma pessoa pode ler um poema, uma história ou
um texto bíblico. Uma ou mais pessoas podem ler um pequeno diálogo ou uma peça separada em
pequenas partes.
LEITURA TEATRAL
Uma leitura teatral não é um drama. É a compilação de pequenas peças ou "apresentações
dramáticas" girando em torno de um tema comum. A leitura teatral é a combinação de
apresentação física e leitura interpretativa. Este tipo envolve um grupo de pessoas que lêem de
maneira interpretativa com os enredos em mãos, mas este tipo geralmente toma mais tempo do
que a leitura interpretativa. Estas pequenas peças podem incluir diálogo, poesia ou histórias (a
qual é oralmente interpretada e apresentada através da leitura) ou mímica, ou paródias ou uma
combinação dos itens citados, geralmente utilizando música e talvez dança. Pode também incluir
slides ou vídeo. Normalmente, o diálogo não é memorizado, mas é lido. Entretanto, os leitores
teatrais devem ser cuidadosamente ensaiados. As pessoas envolvidas podem ou não interpretar
um personagem.
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ARTIGOS
SELEÇÃO DO ELENCO
Nenhum diretor estará apto para selecionar o elenco de uma peça se não conhecer muito bem o
texto que tenciona montar. Antes de fazer o reparto, deverá concentrar seus estudos na obra e
seu conjunto.
Uma vez que as peças são escritas para serem representadas, o ator pode ser considerado como
figura indispensável e de maior importância no teatro. É ele o responsável pela comunicação das
idéias do espetáculo ao público consumidor. A função do ator é representar o que foi escrito, e
por isso a sua escolha é um momento decisivo da encenação. O ator em pouco tempo passará a
ser o personagem que um autor idealizou e esboçou suas paixões, reações e personalidade.
A escolha dos atores é um processo vagaroso e difícil, porque é necessário um tipo especial de
percepção para relacionar a personalidade e habilitação do candidato ao papel que lhe é
destinado na peça. O diretor terá que ter muito cuidado para não se envolver em um processo de
simpatia pessoal, de amizade ou outro qualquer processo a fim de que não cometa um erro de
seleção.
Muitos diretores fazem a escolha de seus atores através de certas características que parecem
enquadrar-se bem no papel, ou porque o personagem exige certo aspecto físico, tais como altura,
cor da pele ou dos cabelos, peso, idade, qualidade de voz etc.
Certos papéis praticamente exigem um tipo especial de ator. Um D. Quixote exigiria um ator alto
e magro. Jamais deveria ser interpretado por um ator gordo e baixo. A qualidade de voz e timbre
também é importante. Em certas obras, o diretor poderia escolher o elenco pelos registros vocais.
Em certas tragédias de Shakespeare, os papéis foram escritos para um certo registro vocal, como
numa página de música. O diretor poderia pegar uma batuta e reger. Os versos exigem uma
certa melodia que as vozes deveriam acompanhar.
A capacidade emocional de cada ator também deve ser levada em conta. Alguns atores
desenvolvem bem em cenas violentas e dão pouco rendimento aos momentos românticos ou
psicológicos. Certos atores têm uma natural veia cômica, como se costumam dizer, a estes seria
mais acertado dar uma participação num personagem cômico do que num personagem trágico.
Devemos esclarecer, porém, que nenhuma regra é fixada. Um ator que até o momento só tenha
feito papéis leves e cômicos poderá vir a se revelar como excelente ator dramático.
Uma boa maneira de se fazer um reparto, seria o de responder a um questionário simples:
Estaria o nosso candidato:
1) Apto fisicamente para o papel?
2) Sua complexão física corresponde à complexão física exigida pelo personagem em questão?
3) Estará seu físico harmoniosamente proporcional aos demais do elenco?
4) No caso do papel ser o do amante, por exemplo, estaria sua altura proporcional a altura da
heroína? — muitas vezes uma desproporção física pode destruir totalmente uma situação
dramática —
5) Tem o candidato à voz adequada ao papel?
6) O metal de sua voz corresponde ao metal da voz que o personagem deveria ter?
7) Sua voz é forte? Agradável?
8) Sua voz terá volume e capacidade para chegar as últimas filas e envolver a todos os
espectadores?
9) O ator terá que despender enorme esforço para conseguir que sua voz ocupe inteiramente o
teatro?
10) Já tem voz impostada e trabalhada?
11) Sua voz entra em harmonia com as vozes dos demais no elenco? (Já escolhidos).
12) Sua voz harmoniza particularmente com o seu principal antagonista?
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13) Pode o ator andar, locomover-se e gesticular conforme o personagem exige?
14) Terá o ator o ritmo exigido pelo personagem? E pelo andamento que se pretende dar a peça?
15) Terá o candidato capacidade de (se não souber pelo menos aprender) a dançar ou cantar (se
esse for o caso)?
16) Poderá o candidato falar com um sotaque ou em um idioma estrangeiro?
17) Terá o candidato capacidade para entender e desenvolver o seu papel?
18) Nosso candidato terá capacidade para criar e desenvolver seu papel sozinho ou espera que
todas as idéias e sugestões para a valorização do seu personagem?
19) É disciplinado? Pontual? Qual a informação que tem do candidato em relação ao trabalho de
grupo? (Um ator indisciplinado, que não cumpre horários e que não se relaciona bem com o
grupo, mesmo que seja um bom ator, poderá causar muitos aborrecimentos à direção e só
servirá para retardar e dificultar o trabalho).
20) Que outro trabalho fez antes do nosso? Quais as peças, quais os personagens?
Muitos diretores contratam atores pelos seus desempenhos em outras peças. Conhecer as
atuações anteriores de cada ator é um bom elemento para a seleção de elenco, contudo não
deverá ser o elemento decisivo ou elemento único para a escolha, porque o ator poderá ser
melhor ou pior do que parece em determinado papel. Além disso, um mesmo tipo não significa
que ele seja o mesmo personagem.
Nem sempre é bom confiar papéis de grande fôlego a atores principiantes, principalmente quando
temos um elenco amadurecido e bem treinado. Ao distribuirmos um papel para um ator
principiante, teremos antes que verificar se o nosso tempo de ensaios será suficiente bom para
darmos ao jovem ator maior dedicação e maior treinamento particular. Por maiores que sejam os
dotes do nosso ator principiante, devemos contar com um maior período de ensaios.
A não ser que o diretor já esteja absolutamente convicto da capacidade do candidato, é quase
essencial uma ou várias leituras do papel para formar um juízo do candidato.
Pode também o diretor pedir um teste, uma prova, uma improvisação. Barrault não acredita
muito em provas: Uma prova jamais dá elementos suficientes para formar-se um juízo exato,
senão uma impressão. Se a impressão é boa, e freqüentemente é demasiadamente boa. Pelo
contrário, se é má, corre-se o risco de que seja ainda pior. Porém a respeito da prova em si, o
que importa são as possibilidades de conhecimento. Certo fator de simpatia indefinível, mas que
vem do mais profundo ser, faz mais do que a prova em si. Podemos julgar o timbre, a respiração,
a proporção da cabeça em relação ao corpo, a linha, a silhueta, o tipo de instrumento que se
apresenta. Os menores defeitos se tornam visíveis: dentes salientes que não se notavam antes
na vida corrente, uma deformação da boca, mãos grandes, etc. Algumas pessoas crescem no
cenário, outras diminuem. Algumas já são personagens, outras permanecem encerradas em si
mesmo e não podem transformar-se em material teatral. Enfim, a presença aparece ou não. Em
duas palavras, simplesmente subir à cena aparece uma nova pessoa. O cenário parece revelar o
que se esconde no interior. No cenário as pessoas se mostram despidas. A cena revela o homem
e seu duplo.
Resumindo, ao escolher o elenco de uma peça, o diretor deve fazer mais que selecionar o ator
adequado para cada papel. Ele deve considerar os personagens da peça em relação umas com as
outras, e reunir um grupo de pessoas que possa interpretar dentro da mesma linha, e parecer
que pertencem ao mesmo meio. A interpretação em estilos diferentes dentro da mesma peça,
causa ao público um certo mal-estar. Escolher um elenco é a parte mais difícil de um diretor, e o
próprio Barrault concorda quando diz: O mais difícil de uma “mise-en-scéne” é o reparto. É o
mais importante. Um ator ganha 100% de seu valor quando interpreta um papel adequado.
Uma boa companhia e um mal reparto fazem uma má companhia. Com um bom reparto, a
companhia é excelente. Já na primeira leitura, ao redor da mesa, enquanto os atores decifram
seus papéis, vemos se o texto harmoniza com suas vozes, quer dizer, se o personagem poderá
‘penetrar’ nos seus corpos. E da mesma maneira que a obra harmoniza com os personagens,
paralelamente é preciso que na companhia os atores estejam harmonizados. Às vezes, dois
atores concordam respectivamente com seus papéis, porém não concordam entre eles, para fazer
estes papéis. Então é necessário sacrificar a um dos dois. Começa então a tarefa profundamente
árdua do homem de teatro. Um homem de teatro jamais deveria fazer uma injustiça. Podemos
dizer que este é o primeiro mandamento que deverá obedecer.
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Então temos que agir com uma certa dose de intuição “a eleição de um intérprete é, pois, antes
de tudo, uma questão de intuição. Os melhores diretores têm por instinto o sentido de
correspondência entre um personagem e um artista”.
ARTIGOS
CRIAÇÃO DE UM PAPEL
A miúdo, nem mesmo o ator pode explicar como cria um papel. Por que o processo é
demasiadamente complicado para que possa dar-se conta dele.
O talento não é suficiente para que o ator apareça em cena e faça um papel. Os atores novos
pensam que basta ter talento e vocação para galgarem uma carreira teatral. Não bastam os
impulsos, à vontade e a audácia de aparecer em público para que deles sejam transformados em
atores.
Antes de tudo é necessário que o intérprete possa dominar-se, dominar os seus meios
expressivos como se seu próprio corpo fosse um instrumento. Antes de um concerto um artista
afina seu instrumento. Da mesma forma o corpo e a voz de um ator, necessitam desta afinação
para que possam responder plenamente e prontamente aos impulsos de sua emoção.
A par de uma capacidade congênita, o ator necessita de uma técnica disciplinada, de um treina-
mento prolongado.
Possua ou não possua esta capacidade congênita, que chamaremos talento, continuam sendo seu
instrumento de expressão o seu corpo e a sua voz. Cada ator possui uma personalidade um tipo
físico, uma forma de rosto, um porte distinto. Estes são seus meios naturais que dificilmente
poderão ser alterados.
“O ator, como todo artista, deve explorar suas próprias limitações e saber onde deve deter-se”.
Cada ator deve dominar com seus meios naturais, ampliar os seus recursos e desenvolvê-los. A
voz e os movimentos corporais exigem treinamento.
A interpretação é uma linguagem teatral que precisa ser aprendida. Sem técnica o ator
desconhecerá os recursos do ritmo, a significação do andamento, a significação da voz para
obtenção de seus objetivos; não poderá reconhecer determinados efeitos quando chega a
alcançá-los, nem preservar os mesmos o que é mais expressivo para repeti-lo quando necessário
- É pelo caminho da técnica que o ator alcança todo o espírito, variedade e profundidade de
estilo. Por intermédio da técnica é que ele estabelece o delineamento firme que separa sua
criação da realidade e a eleva até a arte. Sem técnica, por mais excepcionais que sejam suas
qualidades individuais, o ator não tem uma linguagem com a qual ele possa falar. Por intermédio
da técnica ele aprende a usar seu instrumento de expressão; por intermédio do trabalho técnico
ele desenvolve uma disciplina intelectual que o ajuda a esclarecer suas idéias que, por sua vez,
são desenvolvidas por esta pesquisa no sentido da forma técnica correta. Se o cultivo da técnica
auxilia o ator a usar seu instrumento de expressão, um cultivo geral, uma cultura de
pensamento, arte, e vivência, auxiliará sua idéia criadora. O conhecimento de outras artes
alimenta e propicia as concepções que terá em sua própria arte; e as qualidades técnicas de uma
arte podem ser transferidas para outra.
Concordamos então com Hebert Read quando diz: “Para se compreender inteiramente uma arte
deve-se compreender todas as artes”.
Então Bujvalde conclui: “É difícil determinar em última análise onde termina a técnica e onde
começa o talento criador”.
O entrelaçamento de ambos é total. Não existe solução de continuidade, um vazio, ou um limite
entre a técnica e o talento. Porém, “se tem confiança em sua técnica, o ator pode entregar-se
inteiro a sua sensibilidade”.
O talento e a fantasia caminham lado a lado. A intuição é uma condição real do artista. Ninguém
pode imaginar uma criação artística verdadeira sem a fantasia, sem esta capacidade de captar o
inexistente misterioso e complexo que chamamos por vezes de inspiração — É esta técnica que
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permitirá que a inspiração passe a realização sem perda de tempo, sem solução de continuidade,
sem quebra de harmonia. É esta que Grotovski pretende “o ator como se não tivesse corpo”.
Neste processo de criação, o ator quase que se coloca fora de si mesmo, por assim dizer, e passa
a se considerar como que um instrumento e “simultaneamente fazer o oposto, o que vale dizer:
viver o papel”. O ator cria, harmoniza sua própria personalidade, inclinações e hábitos com as
condições do personagem que vai interpretar.
ARTIGOS
COMO LER UMA PEÇA DE TEATRO
Uma obra teatral “narra um argumento que está constituído por uma seqüência de incidentes em
que as pessoas (agentes) fazem e dizem coisas, ao mesmo tempo em que acontecem outras”.
O primeiro objetivo de uma leitura seria o de tomar conhecimento do argumento, ou melhor, da
história da peça desde o princípio até o final. O diretor deverá ler a peça com uma imaginação
dinâmica, vendo a ação se desenvolver, sentindo as mutações, ouvindo os diálogos, vendo os
cenários e a iluminação, completando as rubricas com a força de sua criatividade. Existem peças
cujas rubricas são insuficientes e o diretor terá que usar de toda a sua fantasia para desvendar o
que não foi dito. Algumas vezes o diretor terá que descobrir dentro das próprias falas o que falta
na rubrica. Voltamos a lembrar a passagem de Gordon Craig. Em princípio as impressões retidas
nesta primeira leitura, seriam as impressões de um público normal. Entre a composição de uma
obra e sua representação, há uma série de fases, de apropriações e desapropriações causadas
pelos atores e espectadores: a sua imaginação motiva e mantém esses mal-entendidos.
Desde a sua criação, uma obra leva em si três tendências, três princípios deformadores, três
peças distintas: a que o autor crê haver escrito, a que os atores interpretam e a que a maioria
dos espectadores crê entender. O autor pretende, o ator pretende à sua maneira, e o público,
que tomou a sua atitude de julgar, recebe de outro modo.
Desta forma, ao acabarmos de ler a obra estaremos mais ou menos próximos da opinião de um
público desprevenido, de um público que vai para assistir e reagir a um espetáculo e não
pretende dar opiniões brilhantemente inteligentes no final de cada ato. Assim, a finalidade do
teatro não é talvez uma busca de ordem intelectual, senão uma revelação de ordem sentimental.
Podemos então perguntar ao texto: Por que esta obra desperta interesse? Por que satisfaz o
interesse? Por causa da história que conta? Pelos pensamentos que emite? Pelos personagens?
Pelas emoções evocadas? Que é que faz com que os personagens de determinada obra sejam
interessantes em si mesmo e obrigue ao público se interessar pelo que ocorre em cena? Jean
Villar emprega o termo “Personagem aberto” para designar a figura imaginada pelo poeta, que
transborda as interpretações possíveis e pode, independentemente aos marcos sociais, impor-se
a grupos diferentes, suscitar uma participação coletiva universal. Existe uma fonte de interesse
nesta obra? Que classe de efeitos produz? Serão efeitos cômicos? Dramáticos? Poéticos? — Um
autor tenta despertar o interesse do público e conduzi-lo a um determinado fim. “Se põe uma
obra em cena por uma necessidade de satisfação que no fundo é a finalidade do teatro, a
necessidade que tem o autor de libertar-se de algo que o persegue, e que leva dentro de si”, e o
que poderíamos chamar de mensagem da peça. Uma peça pode ter mais de uma mensagem ou
pode durante o seu desenvolvimento trazer mais de um efeito. Em Romeu e Julieta, por exemplo,
as cenas de grande dramaticidade são precedidas de aparições cômicas. Nesta peça temos, cenas
românticas e poéticas como a cena do balcão, dramática, como a cena em que Julieta toma o
narcótico, cômicas, como as cenas da ama e as cenas de Mercuccio.
Continuando o nosso roteiro, o que conduz a uma grande cena? Uma obra é composta de cenas,
todas elas são interrelacionadas, compondo a cadeia dramática. Em toda cena existe um
momento alto, mas existe um momento em que podemos situar a grande cena, passando a ser o
momento culminante. Para esta cena é que todas as outras cenas deverão ser conduzidas.
Voltando ao Romeu e Julieta, o ponto alto do primeiro ato é o encontro dos amantes durante o
baile. Pois bem, todas as cenas deste ato deverão estar sendo dirigidas para este encontro
romântico e proibido. Este é no 1° ato o ponto alto, a grande cena.
Se não descobrirmos as partes importantes à direção da peça perderá a unidade e
conseqüentemente mudaremos o sentido geral da obra. Suponhamos por acaso que
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enfatizássemos por demais as cenas cômicas de Romeu e Julieta, ao chegarmos nos momentos
dramáticos, estes não estariam preparados para receber a densidade trágica e as cenas não
teriam sustentação.
É necessários que cada cena seja condutora para a cena seguinte, e todas elas distribuídas para o
efeito total quando um caráter reage frente a outro, ou toma uma deliberada decisão angustiosa,
os elementos do conflito estão presentes. Em um drama bem organizado, as tensões e os
conflitos internos conduzem a combates externos.
Depois de determinarmos a natureza dos conflitos, como nascem, como se desenvolvem, para
onde nos conduzem estes mesmos conflitos e suas respectivas conseqüências, passamos a
estabelecer os matizes desses conflitos, as implicações secundárias, aquelas implicações que
correm paralelas ao drama principal. Com isto, vemos que além dos protagonistas, existem um
mundo de pequenos outros personagens possuidores de vidas próprias, com seus respectivos
conflitos e problemas, que nos passam despercebidos numa simples leitura. A eles devemos dar o
devido cuidado. Eles fazem como que um fundo a figura principal. Numa pintura, por exemplo,
além da figura principal, temos no fundo uma série de outras figuras que além de auxiliarem ao
artista na determinação da forma e composição, muitas vezes, servem para determinar o
ambiente e o clima da obra. Como nós já vimos, em toda a obra de arte nós temos a forma e o
conteúdo, ou melhor, dizendo, forma é o modo pelo qual o artista utiliza os elementos específicos
de expressão, e o conteúdo é aquilo que o artista representa ou narra, isto é, o assunto.
Desta forma um personagem que apenas aparece em uma pequena cena, serve muitas vezes
para situar o verdadeiro clima da peça, dar uma opinião do mundo exterior. Um exemplo seria o
diálogo entre os dois criados no início de Romeu e Julieta. Este diálogo simples, é suficiente para
mostrar o clima de ódio e disputa em que viviam as duas famílias. Ou então do diálogo de Hamlet
do início, já transcrito em outro capítulo.
Muitas vezes o autor coloca um personagem de pequena importância unicamente para fazer um
comentário de como a sociedade vê o fato exposto, de maneira a mostrar melhor o contraste ou
a diversidade de opiniões. A esses pequenos personagens que muitas vezes são vestidos de
vizinhos, criados, camponeses, devemos dar muita atenção, em suas falas podem ocultar toda a
estrutura da peça.
Uma outra pergunta a se fazer no texto seria: Qual a natureza da trama e do argumento?
Qualquer problema esboçado nas primeiras cenas levará ao problema principal pela progressão
da trama. Muitas vezes os primeiros problemas esboçados não são na verdade o verdadeiro
conflito da peça, mas serão fatalmente os elos condutores a este problema principal. A discussão
entre os criados da casa dos Capuletos com os criados da casa dos Montecchio, provocará a
entrada de Teobaldo da Casa dos Capuletos e desta forma provocará a ira do Príncipe de Verona
que baixará um edital que no 3° ato exilará Romeu. Como vimos, esta pequena seqüência mostra
como uma progressão é como uma cadeia de elos.
Numa peça os elos não devem ficar soltos ou abandonados. O que não for importante não é
necessário. Um fotógrafo, que sai para passear num domingo, toma um instantâneo de uma
paisagem. De certo modo ele é fiel à paisagem. Porém o artista que chega ao mesmo lugar pode
compor com a palheta uma interpretação, que, se bem que se afaste de alguns aspectos das
formas observadas, conserva o essencial, que é mais fiel à paisagem que o registro preciso da
máquina fotográfica. Desta forma, da mesma maneira que um pintor, o diretor pode usar em sua
arte a mesma liberdade de interpretação, valendo-se da seleção, o exagero, a deformação o
reordenamento.
Para que a atenção do público não se disperse, deve o diretor conduzi-la para o efeito desejado,
enfatizar o que deve ser realmente percebido, selecionar aquilo que é mais importante para que o
espetáculo chegue a seu termo como uma obra única. A isso chamaremos “organização formal da
trama”. Qual a principal questão da obra? Como respondida? Com isto já estaremos fazendo um
processo seletivo.
Toda obra, ainda que medíocre tem algo a dizer. Ela foi escrita porque o autor pretendia dizer
alguma coisa para o mundo. Ela propõe alguma coisa, protesta contra uma instituição social ou
pretende revelar uma angústia secreta, uma paixão desenfreada ou mesmo um acontecimento
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pitoresco. Esta resposta tem que ser dada antes de qualquer coisa. Sem isso, o diretor vai tatear
às cegas diante de um espetáculo sem objetivo.
ARTIGOS
ENSAIOS
Depois que a obra tenha sido ensaiada e dominada em suas partes separadamente, em seus
elementos, cenas e atos, devemos então pensar no conjunto num todo uniforme. Não devemos
deixar esses ensaios para os últimos dias, devemos ao contrário fazê-los com freqüência. Este é o
único elemento de que dispõe o diretor para uma verificação geral do andamento do trabalho. Se
deixarmos para os últimos dias, estaremos tropeçando com os ensaios técnicos, com os ensaios
de roupas e de luzes. Isto dificultaria qualquer mudança que porventura quiséssemos fazer. O
primeiro objetivo destes ensaios de ajuste é a regulagem do tempo. Temos que anotar o tempo
de espetáculo para que este não se alongue demasiadamente e tenhamos que depois da peça
estreada fazer um corte. Isso acontece freqüentemente com as peças e depois sofrem cortes
moderadores de tempo. Muitas vezes o público sente-se prejudicado com os cortes, embora
achasse o espetáculo demasiado longo.
Se desde o início fazemos correr a peça, teremos sempre sobre o nosso controle a duração do
espetáculo. Claro está que esse tempo não pode ser preciso antes dos ensaios técnicos terem
sido terminados, as mudanças de cena, consomem um importante tempo na duração do
espetáculo. Se durante os ensaios já houver algum acessório pronto ou algum cenário já em
andamento, pode o diretor fazer uso deles, mas não é absolutamente indispensável, contudo
devemos fazer uma previsão aproximada para cada mudança e contar este tempo na composição
do espetáculo. Muitas vezes o ritmo está baixo devido à falta de rapidez no texto e nos
movimentos. Estes ensaios darão a oportunidade de regular os tempos de entrada, de
cruzamentos, de servir uma bebida ou de servir um jantar. Muitas vezes bastaria apressar um
pouco o diálogo para que a peça adquira mais ritmo. Imaginemos por exemplo cinco pessoas que
terão que se servir de uma bebida para então retornarmos o diálogo. Se cada uma gastar a
metade do tempo que gastava anteriormente já teremos uma pausa menor. E assim no decorrer
da montagem percebemos uma infinidade de pequenas pausas que somadas marcam um tempo
demasiada-mente longo e desnecessário. Enquanto que algumas cenas devam ser aceleradas,
outras deverão ser ralentadas para que possam passar melhor o seu efeito.
Na música temos três partes importantes: harmonia, melodia e ritmo. No espetáculo da mesma
forma, temos o enredo que seria a harmonia, o diálogo que seria a melodia e o ritmo.
Cada música traz em si o seu próprio andamento, o seu ritmo marcado, numa peça teríamos
quase que o mesmo problema. Existem cenas que pedem um andamento próprio, que se
alongados ou retardados matariam todo o efeito dramático. Uma boa produção tem uma pauta
rítmica própria. Alguns diretores vão tão longe neste sentido que chegam a olhar suas produções
como uma pauta musical. O ritmo da comédia é mais rápido do que o ritmo do drama. Uma farsa
deve ser tão rápida a ponto de impedir o público de pensar e refletir no absurdo das situações.
Assim pode, desde os primeiros ensaios, estabelecer a questão do ritmo. O ritmo se consegue
pela alteração dos tempos e de andamento das cenas. Podemos alcançar um ritmo alternando o
andamento das cenas. Ora mais rápidas, ora mais lentas. Também conseguimos ritmo acelerando
o andamento ao nos aproximarmos de um ponto crítico da ação. Uma cena relativamente lenta
que se vai acelerando até terminar num momento crítico e então termos uma pausa relativa ao
acontecimento.
Isso, contudo são alguns dos recursos, não podemos ditar regras nem fórmulas. Cada peça e
cada montagem tem seu próprio andamento e seu próprio ritmo. Ao diretor cabe desenvolver o
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seu sentido de percepção. Para sentir onde e quando deverá acelerar ou retardar o andamento da
cena. Muitas vezes já no próprio texto, na leitura de gabinete, já podemos anotar alguns dos
andamentos, outros só quando a peça já está de pé, e em seu conjunto, é que podemos marcar o
ritmo. Freqüentemente o diretor pretende um efeito de contraponto, um duplo ritmo e então
nestes ensaios de apuro é que se tornam realmente visíveis às falhas do andamento.
ENSAIOS TÉCNICOS
São os ensaios dedicados ao ajuste e funcionamento das mudanças de cenário, dos efeitos de luz,
dos efeitos sonoros e musicais, a manipulação de acessórios. Antes de iniciar o ensaio de luz, já
deverão ter sido ajustadas as instalações e fixação dos refletores. Já deverá ter sido previamente
elaborado um plano de iluminação e preparada a instalação das luzes. Estes ensaios em geral são
monótonos e tediosos. Devemos contar como pouco rendimento. Podemos pedir aos atores que
marquem a peça e fixem os lugares das marcas.
Muitas vezes existe um efeito especial de luz então caberá ao ator marcar corretamente a sua
posição em função do refletor. Nem um pouco mais à frente nem um pouco mais ao lado.
Estes efeitos deverão estar anotados num texto que será entregue ao iluminador. Três ou quatro
falas antes deverão ter uma nota de atenção, e na fala correspondente a mudança então a
combinação deverá ser executada. Os refletores já deverão estar numerados e em caso de ser
usada a resistência os refletores já deverão estar agrupados em combinação de efeitos.
Da mesma forma os efeitos sonoros e musicais deverão estar marcados em outro texto para ser
entregue ao sonoplasta que da mesma forma será advertido quatro falas antes para se preparar
para o efeito. Existem teatros tão bem equipados que os iluminadores e sonoplastas são avisados
por controle eletrônico pelo diretor de cena. Uma luz verde para se preparar e uma luz vermelha
para executar, ou então uma comunicação por interfones. Estas combinações e efeitos devem ser
repassadas até o completo automatismo e entendimento a fim de não tumultuar o espetáculo.
Efeitos especiais como um anoitecer ou amanhecer devem ser fixados ou no tempo de efeito ou
então na fala que se inicia o efeito ou a fala em que ele chega ao máximo. O iluminador deve
registrar todo o esquema de mudanças de luz assim como a posição dos refletores a fim de poder
reproduzir os efeitos sem interromper aos ensaios subseqüentes. Toda correção deverá ser
anotada e comunicada ao fim do ensaio.
ENSAIOS COMPLETOS — ENSAIO GERAL
O ensaio geral é a pré-estréia da peça. É aquilo a que o público deverá assistir no abrir do pano.
Se todos os detalhes foram cuidadosamente tratados, o ensaio geral será apenas um ajuste de
todos os elementos. Se ao contrário os detalhes foram descuidados, o ensaio geral se torna um
pesadelo, um verdadeiro desastre. Todas as funções se juntam, ninguém sabe o que fazer,
nenhum efeito será posto na hora certa. Um diretor experimentado deve se preparar para esta
eventualidade. Muitos espetáculos são postos ao público sem o ensaio geral. Muitas vezes, o ator
pisa no cenário pela primeira vez na hora do espetáculo e veste a túnica romana no momento de
entrar em cena. Muitos atores descobrem que aquele rompimento por onde saía com toda a
facilidade agora tem uma porta, e aquele gesto largo e pleno não pode mais ser feito porque as
mangas da sua casaca não mais permitem tal movimento.
Não devemos, portanto deixar para o ensaio geral uma sobrecarga de trabalho. Se a produção foi
cuidadosamente planejada, teríamos que prever ensaios para a roupa e para o cenário. Se uma
vestimenta não estiver ajustada, não será no ensaio geral que iremos consertar. Não haverá
tempo para isso. Os tipos e caracterizações já devem ter sido feitos. Se o ator não é capaz de
sozinho criar a sua maquiagem, neste ensaio geral não será o momento de aprender. O diretor já
deverá conhecer a dificuldade do seu elenco e ter providenciado com antecedência um
maquiador. Tão pouco neste ensaio geral será a hora de fazer modificações e correções. Existem
diretores que se gabam de até no momento de abrir o pano estar inventando uma nova
marcação. Este virtuosismo do diretor gera uma insegurança no elenco que porá em jogo o
andamento do espetáculo.
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Se as roupas são complicadas de serem vestidas, e as perucas difíceis de ajustar, teremos um
ensaio de caracterização tido a oportunidade de verificar as dificuldades e prever o tempo gasto
para que não caia sobre o andamento da peça ou que tal mudança possa retardar uma entrada.
Os ensaios gerais devem correr como uma apresentação. Muitos diretores gostam de convidar um
certo número de pessoas para este ensaio. Se eles correrem exatamente como numa estréia,
sem interrupção, pode ser útil a presença de um público como teste de reação. Se, no entanto
estes ensaios ocorrem com interrupções, à presença do público pode ser constrangedora e
constituir numa distração.
O lugar do exagero
Durante os ensaios o exagero pode ser útil para o ator e diretores e às vezes deve ser
incentivado, principalmente pelo diretor. O objetivo do exagero nos ensaios é o de servir como
um processo de clarificação da verdade. O diretor, às vezes, pode ter uma perspectiva mais clara
dos limites dos atores em relação aos seus papéis. Para o ator, é útil quando unido a processos
imaginativos de improvisação.
É muito importante saber que freqüentemente em papéis difíceis, uma expressão verdadeira pode
ser atingida através do exagero exarcebado. É o diretor que decide: ele poderá sugerir que falem
mais alto, façam movimentos floreados e exagerem externamente todas as expressões
emocionais. Quando o exagero é levado a este ponto, é natural que várias realidades e
relacionamentos do personagem interpretado desapareçam, mas outros resultados úteis poderão
ser acrescentados ao produto acabado. Você saberá quanta energia deve usar durante a
representação, a dimensão de seus sentimentos, temperamento e imaginação. A força da cena e
possível-mente da peça dependerá disto.
É verdade que qualquer coisa é legítima durante os ensaios; no entanto, o diretor não deve
cometer o erro de deixar que estes ensaios de representação exagerada passem a fazer parte do
ensaio normal. O contraste entre o ensaio normal e o outro, usando o exagero, ajuda a resolver
os problemas já existentes. Interessante é que atores experientes têm mais tendências a
exagerar seus papéis do que principiantes. Eles percebem que a atenção da platéia está
freqüente-mente centrada nos aspectos mais emocionais de um papel e tentarão obter esta
atenção exagerando, se não conseguirem criar as verdades interiores do seu papel que, por sua
vez, produzi-riam emoções verdadeiras.
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ARTIGOS
PANTOMIMA
Afinal, o que é Pantomima? Podemos dizer pantomima é uma espécie de teatro gestual,
diferenciando-se da expressão corporal e da dança. “É a arte objetiva da mímica, de narrar
histórias através do movimento corporal”.
A pantomima é usada como acessório dos comediantes, cômicos, clowns, atores, bailarinos,
enfim, os intérpretes.
Na pantomima os artistas devem buscar a forma perfeita, a estética da linha do corpo, pois
através do gesto se dirá tudo o que a pantomima está na habilidade adquirida pelo artista mímico
em se transfigurar no ato da interpretação, passando à platéia emoções, sentimentos,
sensações...
È uma das artes que exige 100% do artista para que ele receba 100% de retorno, ou seja de
atenção do público.
Devemos procurar fazer o melhor para Deus, buscando sempre a perfeição.Jesus chamou e
capacitou seus discípulos para um ministério, Jesus chamava a atenção das pessoas. A mímica
tem sido utilizada como meio de evangelismo e até sendo mais usada que o teatro.
A mímica exige do artista estar com sua mente ligada, atenta, concentrada a fim de transformar
aquele objetivo invisível através do processo de imaginação.
HISTÓRIA DA PANTOMIMA
A pantomima atual é resultado de mais de 5.000 anos de especialização. Suas origens são
religiosas como também as do próprio teatro dramático. Nas diversas civilizações antigas e
primitivas onde os sacerdotes usavam expressões corporais para transmitir sensações do divino,
narrando epopéias, revelando assim características pantomímicas. Esta semente pantomímica e
´encontrada nos rituais egípcios, hindus, sumérios e gregos.
O QUE UTILIZAR QUANDO TIVER FAZENDO MÍMICA
1. VESTUÀRIO: roupa leve que facilite os movimentos, que chame a atenção do público:
2. CORPO: postura adequada para iniciar os movimentos e expressões, ter um bom condiciona-
mento físico a fim de terminar a mímica como começou;
3. FTGURINO:é importante caracterizar o personagem conforme roupa e cor. Atentando somente
para o comprimento e decotes nas roupas, o figurino ainda irá dizer o que é o personagem antes
mesmo que esse faça algum movimento;
4. ADEREÇOS: eles são importantes para o aperfeiçoamento da representação em cena, mas não
são obrigados, uma vez que o mímico pode representar tais objetivos e ainda mesmo que esse
faça algum movimento;
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5. SONOPLASTIA: um bom cd é indispensável durante a apresentação, tanto para o mímico que
irá aproveitar todos os recursos que a música oferece como para o público que entenderá tudo o
que diz a música. As músicas mais indicadas para pantomima são aquelas que tenham uma letra
edificadora e muitos recursos para as expressões mímicas.
IMPORTANTE: o ator mímico precisa conhecer e estudar o corpo, treinar constantemente
expressões de alegria, choro, dor, desespero, felicidade...O ator tem que expor seu lado ridículo a
fim de liberar tais emoções e sentimentos. Deve-se usar a sensibilidade e conhecer a importância
daquele personagem.
ARTIGOS
oTEATRO COMO PARTE DO SERVIÇO DE LOUVOR
Quando as pessoas pensam no teatro, elas quase sempre pensam em um drama completo no
palco. Entretanto, o teatro em uma forma menor, pode completar o Serviço de Louvor de
maneiras valiosas. Uma maneira pela qual estas apresentações podem significantemente
contribuir para o Serviço de Louvor é ajudar a aproximar a mensagem da vida das pessoas. Algo
falado no estilo de diálogo está mais próximo da maneira que nós normalmente falamos e
pensamos do que algo escrito e lido em estilo de "ensaio". Conseqüentemente, o diálogo falado
tem o potencial de tocar diretamente uma pessoa de maneira profunda. Também, a apresentação
do diálogo é percebida como um tipo de testemunho. Se o desempenho se dissolve no ser, então
a pessoa falando está realmente se comunicando com a congregação. Outra maneira envolve a
expressão. Formas menores de teatro têm o potencial de serem altamente emocionantes e
espiritualmente expressivas e profundas para tocar o interior das pessoas. A extensão de tempo
não é necessariamente um fator para criar uma experiência de sucesso. E finalmente, usar uma
forma menor de teatro para ajudar no Serviço de Louvor oferece um ponto de vista único na
mensagem. A ilustração é alcançada através de vários e diferentes métodos tais como a
expressão vocal, movimento físico com diálogo, mímica ou dança. Apresentar uma mensagem de
maneiras diferentes ajuda na comunicação com as pessoas. Todos estes fatores ajudam a
enriquecer a experiência do Louvor.
A chave para aproximar qualquer peça teatral menor do público, baseia-se em usar as mesmas
técnicas gerais usadas para aproximar um drama completo, porque os elementos do drama
devem ser similares. A pessoa que apresentará a peça deve estudar e analisar o roteiro, seja
longo ou curto, para obter entendimento acerca do personagem. O tema deve estar claro para o
ator, assim como também a estrutura da peça. Se um diálogo ou um monólogo for apresentado,
então o ator ou atores deve dispor de mais tempo para memorizar e ensaiar a peça. Os princípios
de direção também se aplicam, não importa quão pequena seja a apresentação. Aspectos
técnicos tais como: vestuário, iluminação e cenários devem ser adaptados para que possam ser
bem utilizados. O objetivo é apresentar algo significativo em que se possa acreditar, não algo
"dramático".
As possibilidades de usar o teatro para dar suporte ao Serviço de Louvor, são infinitas. O
potencial de uma peça de 5 minutos dentro do louvor pode tocar as pessoas de maneira
inspiradora.
A qualidade é sempre um fator. Para que possamos criar uma experiência para os outros, é
preciso conectar as pessoas ao significado, à emoção e ao espírito, pois uma qualidade pobre
inibe a experiência. Isto requer disciplina e tempo. Nós aprendemos a fazer teatro, fazendo, e
para fazer precisamos entender bastante sobre como e porquê esta forma artística se conecta ao
nosso profundo interior. Três fatores chave estão envolvidos no esforço da busca da qualidade:
1) Entender o objetivo e o foco.
2) Ter tempo para ensaiar e explorar as diferentes maneiras de expressar durante o processo de
ensaio.
3) Ter concentração e comprometimento.
Arrisque-se em utilizar diferentes tipos de teatro como complementação do serviço de louvor e
descubra o que toca as pessoas da congregação. Primeiro cresça em expressão vocal, e depois
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em expressão física. A qualidade aumenta com o tempo. Além disto, arrisque-se a usar caminhos
que você ache desafiadores e que as pessoas acharão inspiradoras.
A qualidade do teatro como louvor não significa necessariamente que a apresentação expresse
sentimento ou poesia. Também não significa que os personagens irão se assentar e falar sobre
Cristo. Entretanto, os elementos do evangelho são forças não vistas permeando a peça, não
importa se ela seja grande ou pequena. Esforçar-se para falar ao povo de hoje sobre Cristo, tem
um grande valor, mas muitas vezes nós escolhemos peças que falham neste sentido. Uma
apresentação dramática de qualidade é aquela que tem seu foco na compaixão e no
entendimento dentro da difícil situação da vida diária de cada um de nós.
A propriedade do momento é importante quando se usa o teatro suplementar como parte do
Serviço de Louvor. A equipe deve sempre estar sensível com relação ao louvor. Por exemplo,
usar o teatro durante o serviço cujo foco é o sacramento não deve ser apropriado. Porquê? Por
que a natureza do teatro deve coincidir com o objetivo de um serviço de louvor e vice-versa. O
teatro é principalmente uma ferramenta de testemunho que dá ênfase ao nosso relacionamento
com o nosso mundo. Um serviço de comunhão dá ênfase ao nosso comprometimento pessoal e
espiritual com Jesus Cristo. O foco deve ser mantido não somente no comprometimento, mas
também no próprio sacramento.
O principal meio de expressão, nas peças de teatro complementar assim como no próprio teatro,
é a própria pessoa. A pessoa é o principal instrumento de expressão. Por causa deste foco a
expressão ajuda a melhorar a personalidade. Por causa da sua própria natureza, a expressão
conecta uma pessoa à outra pessoa. Ambos, o ator e a congregação participam da experiência
com o objetivo singular de adorar a Deus. Com todos estes fatores em mente, você pode
começar a escrever uma pequena apresentação dramática para complementar o serviço de
louvor.
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ARTIGOS
...E O MINISTÉRIO DE DANÇA?
O ministério de dança tem crescido no que diz respeito ao surgimento de novos grupos de danças
em grupos de oração. É considerável a quantidade de jovens que estão evangelizando através da
dança. Em muitos grupos da RCC, por exemplo, há jovens que se reúnem freqüentemente para
ensaiar coreografias de músicas para apresentações em diversos ambientes e ocasiões. Muita
vezes não são um ministério organizado com uma estrutura já edificadas até por que não se tem
dado a formação e assistência profissional por diversos motivos, resultando muitas vezes no tão
conhecido improviso.
Sabemos que nossos ministérios de dança têm procurado fazer o melhor possível e Deus tem
correspondido com misericórdia e muitas bênçãos. Temos visto o público se emocionando e
aplaudindo quando uma equipe de dança se apresenta nas Missas, encontros, etc. vemos no povo
expressões felizes que mostram claramente aprovação e aceitação desta maneira de passar a
mensagem. Por outro lado a dança tem atraído jovens para Jesus através do engajamento no
ministério (é dando que se recebe).
A dança tem o grande potencial de evangelização por que é algo que chama a atenção das
pessoas principalmente dos que estão dispersos na assembléia. Quando é anunciado uma
apresentação de dança, as pessoas param e silenciam, criando assim um ambiente de
expectativa, propício para um anuncio eficaz da mensagem. Percebemos o olhar atento das
pessoas e uma abertura de coração que escuta e mergulham na letra da música que está tocando
ao fundo, é como se pudesse “ver” a canção.
Muitos ministérios têm crescido na missão e muitas vezes são chamados a dançar em outras
paróquias, grupos, cidades etc. isto serve como impulso para equipe e motivação para o
surgimento de novos ministérios de dança.
POR ONDE COMEÇAR UM MINISTÉRIO DE DANÇA
Talvez não exista fórmula certa com passos ou um caminho já pronto, pois as coisas do Senhor
são sempre renovadas e por mais experiência que alguém possa ter jamais poderemos saber o
“muito” ou o “tudo”, sempre estaremos aprendendo na própria caminhada. É caminhando que se
aprende a caminhar é dançando que se aprende a dançar. No entanto pode-se ajudar através de
algumas dicas, exercícios, oficinas, formação, etc.
Quando sentimos um chamado para uma missão primeiro é preciso que haja alguns
questionamentos para que se tenha um discernimento, e então sabermos se realmente é
chamado de Deus.
Por exemplo:
- Estamos tendo vida de oração e sacramental?
- Estamos unidos e firmes na caminhada no grupo de oração?
- As pessoas que pensamos para formar o ministério de dança, como estão?
- Queremos dançar por que gostamos e achamos bonito?
- Queremos dançar e pregar com a nossa dança?
- Há tempo suficiente para nos reunirmos semanalmente para oração formação e ensaios?
- Qual é a opinião da coordenação do grupo de oração?
- Quem vai nos ajudar a ensaiar?
Estas e outras perguntas devem ser feitas e depois orar constantemente em busca de resposta,
se for realmente um chamado de Deus, Ele irá confirmar através dos sentimentos, Leitura da
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Bíblia e através dos irmãos. Lembramos que o ministério de dança é uma célula do grupo de
oração e precisa está em plena unidade com a coordenação do grupo.
Daí em diante é se reunir, cultivar a vida de oração, adquirir algum material de apoio para saber
mais sobre o assunto (formação), fazer exercícios, ensaiar bastante e deixar Deus guiar a missão.
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ARTIGOS
SINCRONIA NA DANÇA CATÓLICA
Vamos tratar de algo muito importante para quem evangeliza com a dança: sincronia. Não quero
falar disso como alguém que é “expert” no assunto, mas como alguém que tem uma visão crítica
e um profundo desejo de ajudar os ministérios de arte na RCC.
Se você está lendo este artigo é por que faz parte do ministério de dança ou no mínimo se
interessa pelo assunto. Pra começo de conversa quero lhe fazer algumas perguntas
interessantes:
Você alguma vez assistiu um filme ou um documentário no qual você viu centenas ou milhares de
soldados todos enfileirados numa aparente perfeição de ordem?
Você já teve a oportunidade de ver um espetáculo de dança na televisão ou num teatro que todos
os dançarinos pareciam acertar em tudo?
Você já assistiu musicais de street dance (dança de rua) na televisão que os dançarinos pareciam
cópias uns dos outros?
Pois é, que bonito!
Você também já viu um ministério de dança se apresentando e começando com alguns
componentes atrasando os movimentos?
Você já viu um ministério de dança se apresentando e os componentes olhando um para o outro
com medo de errar?
Você já viu que um desce antes dos outros? Mão fechada quando deveria está aberta? Um vira
primeiro? Um braço mais alto que os outros? Alguns sorrindo outros sérios? Um espera pelo outro
e se atrapalha? E outras coisas?
Se você já viu isto acontecer com algum ministério de dança, se você dança pode ter acontecido
com o seu ministério e talvez tenha sido com você e ninguém falou nem você percebeu. Existe
uma certa afirmação que diz: “Quem está fora ver mais do que quem está dentro”, no ministério
de dança é bem verdade.
Este erros são muito comuns nos ministérios de dança, que embora se esforcem, ensaiem, orem,
continuam acontecendo.
Ao refletirmos sobre isso surge logo em nosso interior uma pergunta: O que fazer para melhorar?
Lembramos que estes erros embora muitas vezes graves não são muito comentados por que o
público não é muito exigente e por não criticar de maneira construtiva em alguns casos
contribuem para que o ministério não corrija seus erros.
Pelo lado espiritual a evangelização acontece por ser obra do Espírito Santo e por Deus ser
perfeito agindo nas nossas imperfeições, mesmo que o ministério erre bruscamente o povo terá
no mínimo um sentimento de pena (... o que vale é a intenção de acertar, dirão). Por mais que
alguém erre procurando acertar estará em crescimento, a ação de Deus não dependerá de uma
apresentação “perfeita” mais de corações abertos a ação de sua graça.
Pelo lado técnico nós sabemos que não podemos ficar dando desculpas aos nossos “errinhos” e
continuar dançando de qualquer Jeito, não para que o ministério de dança seja o melhor e sim
por que estamos servindo ao Rei e Senhor Criador das coisas mais lindas e perfeitas, é para Ele,
Nele e por Ele. Isso é suficiente para que haja mais interesse e esforço por parte de toda equipe.
Um esforço em buscar saber mais, orar mais, doar-se mais, treinar, ensaiar, ensaiar, ensaiar...
Cada membro do ministério de dança precisa entender que ele não é apenas alguém que apenas
dança na igreja, no grupo etc. ele é um pouco mais: a dança cristã o transforma em mensageiro
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do evangelho de Jesus Cristo, seu corpo, seu sorriso, seu olhar suas mãos, seus gestos todo o
seu ser passará a ser instrumento de Deus, tão eficaz quanto a palavra que sai da boca de um
pregador ungido. Se a dança for apresentada de maneira correta e ungida, não serão apenas um
grupo de dança e sim ministros do Senhor. Pois estarão mais que dançando estarão pregando
através da dança. O ministro de dança ungido em cada movimento transmite o poder do Espírito
Santo é como se saísse flechas que rasgam os corações abrindo espaço para Deus agir.
Bem, vamos voltar ao nosso tema. Acredito que já deu pra perceber o quanto seu ministério é
importante para Deus e para a Igreja, por isso mesmo será preciso cuidar melhor dele.
O QUE É SINCRONIZAR?
(No dicionário) Sincronizar = 1. Narrar sincronicamente. 2. Agir com sincronismo. 3. Combinar
ações ou exercícios para o mesmo tempo.
Não será preciso explicar muita coisa depois de ter refletido sobre aquelas perguntas no início e
relaciona-las ao que diz o dicionário. Estamos falando de melhorar os gestos, passos, e
expressões e movimentos.
ALGUMAS DICAS SOBRE A CRIAÇÃO DOS MOVIMENTOS E APRESENTAÇÃO DA DANÇA:
- Ore, apascente seu coração e sua mente;
- Faça alguns exercícios de alongamento;
- Faça exercício de respiração;
- Ao criar os movimentos observe os detalhes (mãos, dedos posições dos pés, pescoço,
inclinação da cabeça etc.);
- Para a memorização de alguns movimento dê número a seqüência;
- Repita cada seqüência lentamente sem a música (câmera lenta) explicando a posição das
mãos, pés, etc.
- Divida a apresentação em várias partes dando-lhe número (Parte 1, parte 2, parte 3...);
- Não tenha pressa para criar os movimentos, principalmente quanto for difícil;
- O coordenador não deveria participar da dança a não ser que tenha alguém na equipe
responsável para conduzir os ensaios. Se ninguém coordenar os ensaios de fora será
impossível ver e corrigir os pequenos erros;
- Aceite as sugestões da equipe, mas só ponha em prática o que ficar bom;
- Evite movimentações no chão, pois em alguns dos lugares onde possivelmente irão
apresentar a dança não terá palco, impossibilitando a visão de quem está longe;
- O coordenador da equipe deve escolher alguns dos membros para ajudar na criação dos
movimentos;
- Se perceber que um determinado movimento pode fazer a equipe se atrapalhar na
apresentação deve substituí-lo por outro;
- Observar o posicionamento e a distância entre cada um;
- Observar o posicionamento e movimentação da cabeça e expressão facial;
- Insistir em sincronizar os movimentos, repetindo várias vezes até todos igualarem os
detalhes;
- Observar a altura de cada pessoa distribuindo da melhor maneira possível;
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- Observar cuidadosamente a postura do corpo;
- Ao fazer o ensaio completo faça exercício de congelamento (Ao perceber erros o coordenador
bate palmas e todos param na posição em que estão). Volta tudo de novo e pare quantas
vezes for necessário;
- Treine a escuta: observe na música: as batidas, mudança harmonia, letra da música, etc. e
encontre ponto que marcam a mudança do movimento, Por exemplo: ao dançar ouvindo e
cantando, ao iniciar determinada palavra da letra da música corresponde a 3 > 2 (parte 3
movimento 2);
- Conheça bem a música para não cometer equívocos;
- Evite muitas repetições de movimentos, se repetir o refrão crie outros movimentos;
- Faça variações na velocidade dos movimentos (lento, médio, rápido, parado etc.);
- Após os movimentos corporais treine os faciais (olhar, semblante, sorriso etc.);
- Antes da apresentação fazer exercício de relaxamento e aquecimento de voz (se for cantar
durante a dança);
- Evite maquiagens exageradas ou roupas com cores muito chamativas para não tirar a atenção
do conteúdo principal da dança;
- As roupas e calçados devem ser relacionadas ao tipo de dança, época, e a mensagem da
dança;
- Se for convidado a apresentar em um local desconhecido deve-se procurar saber o espaço
disponível. Não apresentar se não houver espaço suficiente;
Outras dicas poderão ser acrescentadas a estas dependendo da realidade de cada ministério,
(local, tamanho, missão etc.). O importante é que o responsável e toda equipe se preocupem em
apresentar uma dança sincronizada e bem apresentada.
Cabe aqui um ligeiro comentário sobre:
Pés – Os pés precisam ser além de suave, firmes ao tocar o chão, buscando cada vez mais
equilíbrio e sutileza, em movimentos rápidos ou lento procure distribuir bem o peso sobre os pés
na medida que for se movimentar. Pelos pés do ministro de dança os passos de Jesus e de seu
povo. Cuide bem, santifique seus pés.
Mãos - Ao mover as mãos lembre de Maria, lembre de Jesus (suavidade e expressão: de dar, de
sentir, de receber, de sofrer, de sorrir, de viver, de dormir, de acordar...) Pelas mãos de Jesus há
cura, há libertação. Pelas mãos do ministro de dança os sinais da presença ungida e misteriosa de
Deus. Cuide bem, santifique suas mãos.
Olhar – Bastava um olhar de Jesus e as pessoas se sentiam amadas e queridas, através do olhar
podemos expressar diversos sentimentos, bons e ruins. A dança atrai a atenção de toda
assembléia e nisso é criado um ambiente propício ao amor. Como Jesus olharia se estivesse no
lugar do ministro de dança? Viva e se apresente de tal modo que o seu olhar tenha o poder de
amar. Ao se apresentar estando de frente para o povo evite olhar para as pessoas individual-
mente olhando nos olhos das que estão mais próximas, olhe mais além, no meio do povo como
se o público fosse uma só pessoa. Não esconda seu olhar nem faça expressões bruscas ou triste a
não ser que seja parte da apresentação. Pelo olhar do ministro de dança Jesus quer contemplar e
amar seu povo. Cuide bem, santifique seus olhos.
Sorriso – Por traz de um sorriso há mais do que podemos ver, embora não demos o devido valor
ao ato de sorrir. No sorriso verdadeiro há cura, paz e muito mais. Ao apresentar um dança
mostre que você é feliz mesmo que esteja passando por alguma dificuldade, mostre que Jesus é
o Senhor da sua vida. Esteja em Deus e Ele sempre porá um sorriso verdadeiro em seus lábios,
principalmente durante a evangelização, pois é sua missão. Não exagere com risadas ou
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gargalhadas, apenas esteja demonstrando felicidade. Pelo sorriso do ministro de dança Jesus
transmite sua alegria. Cuide bem, santifique seu sorriso.
Ao cantar durante a dança se prepare e se cuide. Vá em frente!
ARTIGOS
A DANÇA NA ADORAÇÃO
"Davi dançava com todas as suas forças diante do Senhor, e estava Davi cingido de uma estola
sacerdotal”, II Samuel 6:14.
No Israel de Deus – passado e presente – é comum que o povo expresse seus sentimentos
através das artes, sendo a dança um grande instrumento de comunicação. Portanto, a dança
nunca foi algo “escandaloso” para o povo de Israel, nem tampouco para os outros povos do
médio e extremo-oriente. Esse movimento não é nenhuma novidade e sempre fez parte das
comemorações cristãs.
O preconceito em relação à dança é um problema cultural. Ao longo dos anos, alguns valores
foram deturpados. Como, por exemplo, a questão do homem dançar estar associada à sua
sexualidade. Há organizações tribais, como os índios e os aborígenes, em que só eles podem
dançar. Já na Bíblia, observamos que os hebreus dançavam, sem distinção de sexo. A idéia do
corpo ligada ao pecado e os gêneros que trouxeram vulgaridade também contribuíram para esta
aversão aos movimentos.
Os grupos de coreografia têm invadido as igrejas e daí surge um questionamento. Qual o
propósito desse trabalho? Qual o seu significado na adoração? Isabel explica que a música, a
dança e o canto fazem parte de uma totalidade que ela denomina como Tabernáculo da
Adoração. Cada uma dessas linguagens tem um significado: na música é a sonoridade, a
harmonia dos instrumentos; no cântico, são as palavras; e, na dança, é a imagem, o movimento.
“Toda arte tem a mesma importância, mas só tem valor se salvar, curar, restaurar e edificar”,
ensinar. E no caso da dança, a unção vem pelo movimento. Não se trata de um adorno para
enfeitar o púlpito da igreja.
A verdadeira adoração é contagiante. “Quando uma pessoa está adorando verdadeiramente com
danças pode influenciar as pessoas que estão assistindo de modo que estas comecem a adorar
também. Já presenciei situações como estas”, conta Ramon. O grupo de Isabel é um exemplo
dessas experiências. Em sua última ministração, na Vigília de Bento Ribeiro (RJ), ela conta que
pessoas foram curadas, libertas e restauradas. As ministrações têm sido feitas com traje
vermelho porque representa o sangue de Jesus. Dentro dessa visão, eles têm visto grandes
coisas acontecerem. No momento em que o grupo estava dançando, pontos de luz na mesma cor
brilhavam na parede do local. "Um irmão me mostrou uma foto que foi tirada no momento, onde
ficou registrado aquele fenômeno sobrenatural.
A ministração pode ser feita de duas maneiras. Através da dança pré-estabelecida e a
espontânea, que pode ser comparada à música. Nós cantamos uma canção ensaiada ou
ministramos com cânticos espirituais. O mundo chama de improvisação, mas cremos na
inspiração do Espírito Santo. Para Isabel, há momento para os dois, assim como no louvor. “É Ele
quem nos conduz a uma dança profética”, conclui. Outra diferença é dança do altar e a do banco.
No altar, você tem o compromisso de ministrar ao povo, de levar a igreja à adoração. Já no
banco, é um relaciona-mento exclusivo entre você e Deus. Por isso, a vida e o caráter do ministro
deve ser tratado antes de estar à frente da igreja.
A adoração é uma atitude interior e não exterior. Esse ato pode ser completo sem a dança, sem a
música e sem o canto. Essas expressões são veículos de louvor a Deus. Não podemos usar esses
meios como fórmulas para se chegar ao altar do Senhor. Mas também não podemos restringir a
dança a apresentações, a não ser que seja uma peça ou ensinamento para a igreja. Se
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entendermos a dança como parte do louvor, poderemos usá-la com mais sabedoria para
atravessar o Santo dos Santos. Ninguém é mais espiritual por usar uma ou outra linguagem.
Utilize tudo o que você tem para ser um daqueles adoradores que o Pai está procurando. Temos
que viver em novidades de cântico, movimento e palavras, mas sempre conduzidos pelo Espírito
Santo.
- Juliana Dias –
ARTIGOS
DANÇA, UMA CELEBRAÇÃO!
Tanto nas culturas como nas civilizações antigas, a dança era uma maneira importante de
expressar sentimentos profundos da alma humana. Como todas as forma de arte, as danças têm
o poder não apenas de expressar emoção, como também provocá-la, tanto na pessoa que dança
quanto na que observa.
Como mostra a história da filha de Herodias (Mc 6: 17-28), a dança pode facilmente ser mal
usada quando se torna um instrumento de poder sensual, em que a principal finalidade é a auto-
satisfação ou o despertamento da luxúria no outro. Jô adverte sobre as pessoas que ficam tão
ocupadas dançando e se divertindo que não querem servir ao Senhor. (Jô 21: 11-14).
Na Bíblia, a dança foi usada para expressar alegria e louvor ao Senhor (II Sm 6: 14; Sl 149: 3;
150: 4; Jr 31: 4-13). Dançar foi parte da comemoração pela volta do filho pródigo à casa do pai
na parábola que Jesus contou sobre o filho perdido (Lc 15: 25). O povo hebreu usava a dança
para celebrar a glória de Deus e suas maravilhosas obras. Davi dançou diante de Deus em uma
alegre comemoração na volta da arca à Jerusalém.
Os tipos de danças exuberantes, quando descritas na Escritura, estavam sempre ligados às
mulheres (Ex 15: 20-21; Jz 21: 9-21). Elas o fazem sozinhas ou em grupo, mas em uma aparece
homem e mulher juntos, sendo sempre espontânea e sem coreografia predeterminada (I Sm 18:
6). Uma expressão genuína de prazer espiritual (Sl 30: 11-12).
De qualquer forma, todos os cristãos são responsáveis diante de Deus em ter uma vida Santa,
sem comprometimentos morais (Rm 14: 21; I Co 6: 19-20; Gl 5: 16; I Ts: 3-8) e com diligência
para glorificar a Deus em todos os momentos da vida.
Há também outros tópicos que podem ser descritos neste assunto, pois também são essenciais
para a excelência na dança:
> Celebrações e festas: (Ex 12);
> Criatividade: (Cl 1);
> Fruto do Espírito: Alegria: (Rm 15);
> Pureza sexual: Santidade: (I Co 7).
Para finalizar, creio que este versículo é fundamental:
“Então a virgem se alegrará na DANÇA, e também os jovens e os velhos; e tornarei o seu pranto
em alegria e os consolarei, e transformarei em regozijo a sua tristeza”.(Jr 31:13)
- Cátia Espíndola –
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DICAS
PARA MONTAR UM TRABALHO DE TEATRO
Temos recebido muitos pedidos de dicas para se formar um grupo de teatro para evangelização.
Abaixo, vamos contar pra você o que aprendemos durante este ano e meio de existência, mas,
lembre-se, que o grupo tem suas próprias características locais. Portanto, tenha sempre em
mente que tipo de trabalho pretende fazer e com quem você pode contar. Partimos do princípio
que sua comunidade não possui profissionais de teatro e, como nós, pretende-se partir do zero.
Estamos torcendo para que nossa experiência colabore com seu projeto!
O texto
Para a primeira montagem, escolha um texto conhecido (nós utilizamos a Paixão de Cristo)
porque isso facilita na visualização das cenas e na memorização das falas. É importante lembrar
aos "mais nervosos" que, quem está assistindo não tem o texto na mão e nem o decorou
também. Quero dizer que, o mais importante não é gravar literalmente o texto, mas passar a
idéia da cena, deixando o "gancho" para quem você contracena. Claro, no caso da Paixão,
existem palavras-chaves que não podem ser esquecidas, por exemplo, caso resolvam incluir a
cena da Última Ceia, quem faz o papel de Jesus não deve substituir "Tomai e comei todos vós...
este é o meu Corpo, que é dado por vós para o perdão dos pecados (...)" Mas isto não é
problema para quem assiste às missas devidamente !
Se o grupo é muito pequeno, uma sugestão é montar um Auto (este é o nome dado às
encenações que se objetivam evangelizar) mais curto, onde o próprio texto não tem peso na
mensagem final, podendo as falas serem substituídas pela narração (o narrador é um grande
aliado nestas peças).
Quando escrever uma história sobre drogas, violência, família, vocação etc. procure colocar
algum humor, isso prende a atenção e desperta simpatia pelo seu trabalho. E, na medida do
possível, use finais felizes. Procure não "chocar" quem está assistindo, o mundo já anda muito
"chocante". Quem vai a Igreja procura consolo e esperança.
A inspiração para o texto pode vir de diversas formas, tipo uma adaptação do texto bíblico, uma
música, o texto base da Campanha da Fraternidade, um Documento da Igreja, a história de um
santo, uma enquete.
Existe ainda o chamado "Teatro Invisível", quando os personagens encenam a peça em meio ao
público, simulando um fato cotidiano (uma discussão, uma conversa, um encontro inesperado
etc). Os personagens podem ainda interagir com a platéia. Fica por sua conta!
As roupas
O cuidado com as roupas também é fundamental: evite roupas amassadas ou manchadas (a não
ser quando o personagem pede), cuidado para que em peças de época, como a Paixão de Cristo
ou o Nascimento de Jesus, os atores não entrem de relógio de pulso, óculos, tênis etc.
Apresente o texto sempre ao Pároco. Ele deve dar a aprovação final e estar ciente do que vai
acontecer. Ele pode contribuir de forma valiosa com o grupo.
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Uma das facilidades de se montar uma peça bíblica é o vestuário. Nada que dois lençóis lisos e
uma corda não resolvam. É claro que é provisório, uma montagem maior deve ter uma produção
melhor... Mesmo assim, uma costureira ou alguém com habilidade pode confeccionar um
"roupão" (duas mangas compridas com uma veste até os tornozelos) rapidamente. O manto fica
por conta de um pedaço retangular transpassado sobre o roupão. As meninas usam o véu sobre
a cabeça, presas por grampos ou um elástico costurado. Para complemento: sandálias ou
descalço, bolsas de pano, cajados, bilhas etc. Na dúvida, observe as imagens dos santos ou de
Jesus e Maria. Uma dúvida comum é em relação as cores... Jesus sempre de manto vermelho e
veste branca, Nossa Senhora segue o enredo da história... Por exemplo, no Auto da Paixão,
utilize as cores da imagem de Nossa Senhora das Dores...
Ah, se a história que você vai montar se passa na atualidade, não tenha dúvidas em usar as
roupas de nosso cotidiano, com atenção para que estas roupas não chamem mais a atenção do
que a história, claro.
Lembramos que as roupas usadas no início do cristianismo, eram túnicas compridas e mantos,
que devem ser arrumados de forma criativa. Tenha o cuidado de não repetir muito as cores e não
usar tecidos novos e brilhantes.
O Local
Em nossa comunidade, o Padre costuma autorizar a utilização da parte baixa do altar (frente)
para as encenações, que na maioria acontecem na missa após o canto de Ação de Graças, antes
da benção final. Pode-se utilizar o espaço da homilia também, depende do celebrante. Mas já
encenamos também nas ruas (as estações da Via Sacra), nas escadarias (frente do Templo) e em
praças. Use a imaginação, muito poucas paróquias possuem um espaço próprio para peças (um
teatro, com palco, cortinas etc). Quando preparar o texto, isso também deve ser considerado. O
tamanho do espaço vai ditar a quantidade máxima de pessoas (personagens) em cena.
Postura nos Ensaios e em Cena
Isso também é muito importante. Ao selecionar as pessoas para os papéis de seu Auto, observe,
além da aparência, o interesse e a disciplina. Existem algumas regras básicas que não podem ser
esquecidas, para que a peça atinja seus objetivos. Por isso, o grupo que está envolvido deve ser
homogêneo (todos com o mesmo objetivo: evangelizar) e com diversidade de dons. Os ensaios
devem iniciar pontualmente, mesmo que não estejam todos presentes, isso mostra a seriedade
do trabalho. Os encontros não devem ser chatos, maçantes, pode-se utilizar uma dinâmica inicial,
para se integrar o grupo e colocar todos à vontade (antes da dinâmica e no encerramento do
ensaio, SEMPRE faça oração, de preferência com todos de mãos dadas, pedindo a intervenção de
Deus em cada decisão tomada. - Uma curiosidade: a Padroeira do Teatro e da Música é Santa
Cecília).
Na hora de atuar (mesmo nos ensaios):
O personagem deve se posicionar sempre de frente para quem assiste, mesmo em um diálogo,
não se fica um de frente para o outro, mas um meio termo, lateralmente, ficando o mais frontal
possível para a platéia. Evite o máximo ficar de costas, este é um erro muito comum.
Trabalhe a impostação da voz, ela deve ser alta e clara, com emoção. Não leia o texto, mas o
transmita. Pessoas tímidas geralmente tem muita dificuldade nisto. Use dinâmicas para trabalhar
este problema.
Decore os textos o mais depressa possível, assim, pode-se corrigir as suas falhas e adaptá-lo
melhor ainda ao que se pretende fazer. Não deixe para cima da hora. Quem dirige a peça deve
aceitar sempre sugestões, mas não deixar que o trabalho fique descaracterizado. Mantenha o
controle sobre o texto e sobre o que está acontecendo em cena. Lembre-se de que cada um tem
uma concepção diferente, um ponto de vista diferente... isso pode dispersar o grupo e prejudicá-
lo. Repita tudo até ficar da melhor forma.
Se usar músicas, coloque uma pessoa exclusivamente para fazer isso, inclusive fazendo as
marcações de cena com elas. Com luzes, a mesma coisa.
Mantenha um certo "mistério" sobre a peça, não divulgue o texto e peça aos envolvidos para
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fazer o mesmo. Use um local reservado para os ensaios, isso é para despertar o interesse e a
curiosidade da comunidade, para prestigiar o dia da "estréia".
Sempre, ao fim da peça, agradeça a todos que colaboraram, não esquecendo de ninguém, princi-
palmente de DEUS.
DICAS
PARA APRESENTAR UM TEATRO DA FÉ
Oração constante e sempre pedir a direção a Deus: o que apresentar, Qual o lugar e para quem.
Ter um ministério organizado, que tenha testemunho de vida, pois sem ele as pessoas não serão
convertidas.
Ensaiar, ter tempo disponível para decorar texto, obedecer ao diretor, ser paciente nos ensaios.
Não apresentar com roupas inadequadas (curtas, transparentes, etc), não usar palavrões nas
peças.
Falar alto em encenações, porque não convém usar microfones, a não ser que o lugar seja muito
amplo.
Sempre procurar fazer oficinas, laboratórios e encontros de formação.
Ter o dom, pois não somente pessoas extrovertidas que podem fazer teatro, mas aquelas que
fazem com amor e dedicação.
Ter dedicação, o ministério não compete somente ao coordenador conseguir materiais para o
ministério, mas a todos.
Ser servo de Deus e não confundir com ator que faz novelas, filmes e teatros do mundo, pois as
técnicas são parecidas, mas fazemos para Deus e o nosso salário é almas para Deus e os atores
do mundo fazem por dinheiro.
Ir além com seu ministério, porque não devemos trabalhar somente em nossa Paróquia, mas nos
hospitais, creches, escolas, orfanatos, asilos, favelas, ect.
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DICAS
PARA ENSAIAR DANÇA
1. Sempre prenda o cabelo para seus ensaios. O cabelo solto ou em rabo-de-cavalo atrapalha o
desempenho (pois pode cair nos olhos, na boca). É aconselhável fazer um coque.
2. No ensaio você deve se esquecer de tudo e prestar bastante atenção à coreografia. Deixe o
relógio em casa. Ficar olhando para o relógio toda hora é tão desconfortável! É preferível também
que não use cordão ou brincos, pois eles em certos momentos atrapalham a concentração.
3. O vestuário básico para o ensaio é uma calça e uma camisa (de preferência regata) de tecido
maleável para facilitar os movimentos. A Sapatilha é insubstituível, pois facilita o movimento dos
pés alem de evitar que você os machuque.
4. Procure não se atrasar para chegar ao ensaio. Além de ser meio sem graça, você pode perder
alguns exercícios de alongamento, o que não é bom.
5. Se na hora que você chegar estiverem dançando alguma música espere até o final dela para
começar a ensaiar. Assim você se alonga um pouco e não atrapalha quem está dançando.
6. Converse o mínimo necessário enquanto estiver sendo passada uma coreografia. Mas também
não é para ficar feito múmia, sem nada falar. É legal comentar algumas coisas, que tornam o
ensaio mais descontraído e mais divertido.
7. Fique bem atenta às correções das suas colegas, mesmo que não seja com você. Além de ser
interessante ficar por dentro de tudo, você pode acabar percebendo que está cometendo o
mesmo erro da pessoa.
8. Sempre, sempre procure ir além do que você foi no ensaio passado. Não se conforme com o
que já conseguiu, queira sempre, sempre mais. Se não consegue, Deus te capacita. Em algum
tempo você verá que progrediu naquilo que você se empenhou.
9. E uma a coisa muito importante... Ao dançar, mesmo no ensaio ministre adoração à Deus.
OBS: Não se esqueça da expressão, pois as vezes por estar no ensaio você acha que não precisa
estar expressiva, mais lembre-se mesmo no ensaio você está adorando a Deus e o que você faz
no ensaio você acaba fazendo na hora da ministração.
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DICAS
PARA APRESENTAR A DANÇA
1. Chegue com antecedência antes de qualquer ministração, pois assim você terá tempo de orar,
se vesti, maquiar e alongar. Sempre, em qualquer dança, se alongue antes de ministrar. Faça
exercícios de alongamento para tudo, panturrilhas, coxas, braços, costas, abdômen, enfim, tudo
essencial ao seu bom desenvolvimento e para evitar lesões . Se você for dançar na ponta dê uma
atenção especial ao alongamento do pé. Faça tudo isso para não acabar a ministração cheia de
dores.
2. Se alongue com uma com própria para exercício (a que você usa para ensaiar), não com a
roupa de ministrar. Há o perigo de ela sujar ou rasgar, o que é extremamente inconveniente.
Além disso, a roupa de ministração te limita a fazer certos exercícios de alongamentos. Chegue
cedo ao local da ministração para se alongar bem.
3. Ensaie no local preparado alguns passos que você considera mais difíceis para se acostumar
com a delimitação e a superfície onde dançará.
4. Impreterivelmente ore e busque antes de ministrar. Peça a unção do Espírito Santo e a
cobertura do sangue de Jesus Cristo. Obs: Não esqueça de orar pelas pessoas que ali estarão
sendo ministradas!
5. Se você está nervosa (o), com friozinho na barriga ore para que Deus te dê paz e confiança.
Pense em todos os ensaios que você passou para que tudo saísse perfeito para Deus, pense que é
aquela a hora, e depois de tanto esforço Deus honrará o grupo de vocês. Se não saiu tudo certo
não desanime pois com a experiência e com os ensaios tudo melhorará.
OBS: não se esqueça da expressão facial, pois é muito importante passar essa adoração à Deus
através de você. Não adianta uma coreografia bonita, vestes bonitas se sua expressão facial é
morta e sem vida, se você não à tem peça Deus.
Evite dançar com maquiagem fortes e esmaltes muito escuros!
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DICAS
PARA PREVENIR PROBLEMAS DE VOZ
1 - Evite fumar ou usar drogas - causam irritação nas pregas vocais.
2 – Não exagere na ingestão de bebidas quentes em excesso, (chá, café, chocolate, etc..).
3 - Ingira bastante água em temperatura ambiente - propicia maior hidratação das pregas vocais.
4 - Chocolates, amendoim e pipoca aumentam a secreção de muco, provocando pigarros, evite
comê-los antes de exposições orais.
5 - A maçã tem ação adstringente e auxilia na limpeza da boca e faringe - favorece uma boa
emissão vocal.
6 - Ao falar em público, evite roupas apertadas que prejudiquem a respiração.
7 - Evite gritar ou competir com ruídos externos (música alta, barulho de britadeiras, alto
falantes, etc.). Evite falar demais ao telefone.
8 - Evite pigarros - o atrito das pregas vocais provoca irritação e descamação do tecido.
9 - Evite cantar no período menstrual - a alteração hormonal pode provocar edema nas pregas
vocais.
10 - Sussurros e cochichos desencadeiam um esforço maior que o necessário para emissão de
voz normal.
11 - Descanse sua voz, mais ou menos 10 minutos, após fala ininterrupta de 45 minutos.
12 - Bebidas alcoólicas anestesiam as pregas vocais, provocando sensação de poder ir além do
seu limite.
13 - Mantenha seu pescoço protegido, se estiver em ambiente fechado com ar refrigerado.
14 - Evite falar enquanto faz exercícios físicos - a tensão causa esforço na fala.
15 - Relaxe a musculatura do corpo, principalmente a do tronco. • Através de exercícios técnicos,
um aquecimento vocal é sempre fundamental antes de cada apresentação.
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16 - Aprenda a reconhecer sua voz, novos timbres, tessituras ( tons graves, médios e agudos),
partes ressonantes da máscara facial. É importante você monitorar sua voz, constantemente.
17 - Atenção às comidas super-condimentadas e gordurosas. Não fazem bem para a mucosa e
prejudicam o sistema respiratório.
18 - Não é bem vista a auto-medicação via nasal. Procure antes um especialista.
19 - Cuidado com mudanças bruscas de temperatura, seja por ingestão de líquidos ou fatores
climáticos. Fuja do contato próximo a ares-condicionados e ventiladores.
20 - Ao falar, não force sua tessitura vocal (tons agudos ou graves). Fale no seu tom normal.
21 - Procure, pelo menos uma vez ao ano, visitar um otorrino para uma avaliação médica.
22 - Alimentos pesados antes de dormir irritam as pregas vocais. Dormir bem é importante.
Atenção: Rouquidão, dor, queimação, ardência e cansaço vocal não podem persistir por mais de
15 dias. Caso aconteça procure um médico otorrinolaringologista e um fonoaudiólogo.
DICAS
FIGURINO
O Figurino é uma arte dentro das artes cênicas.O figurinista desempenha um papel fundamental
dentro da dramaturgia, pois ele irá dar vida ao figurino e o figurino a apresentação. O figurinista
deve criar os figurinos do grupo juntamente para a personalidade de cada personagem, tipo físico
e a época em que será feita a obra. Além de criar o figurinista também é responsável pela
supervisão e conservação das roupas.
É importante lembrar que o figurino de teatro cristão é limitado, a cautela na criação é estrita-
mente necessária evitando a sensualidade no palco.
A criatividade é o principal instrumento de trabalho do figurinista e saiba que toda a criatividade
vem de Deus.
FIGURINO
Observar sempre os seguintes critérios:
 Tipo físico de cada ator
 Personalidade do personagem
 Repertório da peça
 Época ( roupa, objetos, maquiagem)
INFLUÊNCIAS
Observar as cores, que sentimentos elas trazem.
 PRETA : cor enriquecida porém, pesada. Boa para representar pecado, tristeza,solidão...Reduz
a silhueta.
 BRANCA: anima o ambiente mas, deve-se ter cuidado ao usa-la pois engorda, alonga a
silhueta.
 CINZA: entristece.
 AZUL: serenidade paz porque lembra o céu mas ao mesmo tempo pode representar a tristeza,
aquela que Jesus sentiu ao morrer por nós.
 VERMELHA: cor quente, ideal para impactar mas, CUIDADE ao usa-la pois, ela tende o lado
sensual.
 AMARELA: cor que representa alegria, luz, vivacidade... também pode representar uma certa
apatia quando essa cor é usada em um tom mais claro.
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IMPORTANTE:
 Observar o tipo físico de cada ator/ dançarino ( baixo,alto,gorda,magro....), para ver que cor e
modelo de figurino lhe vestem melhor.
 Branco AUMENTA, preto diminui;
 Não coloque cores demais no palco, tira a concentração de quem está assistindo e também
interfere na performance (há exceções);
 Ter bastante CUIDADO com decotes, transparências, comprimento afim de não mostrar partes
do corpo, evitando a sensualidade.
"Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convém..." Ao criarmos um figurino para uma
determinada peça ou coreografia devemos pedir a orientação de Deus para criarmos algo criativo
e descente aos olhos do Senhor.
EXERCÍCIOS
ENTROSAMENTO
01 – PRIMEIROS PASSOS
Todos sentados, de preferência no chão. Cada participante diz seu nome, conta experiências
anteriores com teatro, outras experiências artísticas, experiências com público, por que veio, o
que espera do grupo e o que pode oferecer ao mesmo.
Esta apresentação serve para o grupo começar a se conhecer. Já se pode perceber quem é
tímido, quem é descontraído, quem quer aparecer... O oficineiro já tem o desafio de fazer que
todos valorizem e respeitem a participação dos colegas. E surge o desafio de produzir uma
unidade de pessoas tão diferentes, formando um grupo. É bom que o oficineiro anote o nome de
cada participante e outros detalhes importantes da apresentação.
02 - NOME X MOVIMENTO
Todos formam um círculo, em pé. Um participante de cada vez faz um movimento que comece
com a primeira letra do seu nome (ex.: Débora começa a dançar). O grupo tem que:
# Descobrir o que ela está fazendo;
# Descobrir o nome dela;
# Dançar como ela;
# Dizer o nome dela, olhando pra ela. O jogo segue até que todos tenham participado com seu
nome e movimento (ex.: Paulo pula, Carlos corre...)
03 - NOMES COM ALCUNHAS
Sentados em roda, um começa apresentando-se, dizendo seu nome e uma palavra que comece
com a mesma letra de seu nome. Ex.: "Eu sou a Débora danada". Quem está ao seu lado
continua: "Ela é a Débora danada; eu sou o Antônio amado". A terceira participante continua:
"Ela é a Débora danada; ele é o Antônio amado; eu sou a Maria morena". O jogo prossegue até
que todos os nomes sejam incluídos na frase.
04 - BOLINHA X NOME
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Todos em pé, em círculo. O oficineiro entrega uma bola (de tênis ou de meia) para um ator. Este
deve olhar no olho de um colega, dizer o próprio nome e jogar a bolinha para que este a pegue.
Estando com a bolinha, este olha no olho de outro colega, diz o próprio nome e arremessa a
bolinha para este e assim segue o jogo.
Neste jogo, trabalha-se o foco do olhar. É importante olhar no olho antes de dizer o nome do
colega e de arremessar a bola. É um jogo simples que exige que o grupo todo fique atento.
Permite a memorização dos nomes.
05 - NOME X MÚSICA
Cada um cria uma musicalidade para seu nome (pode ser imitando som de animais, pode ser
cantando...). O grupo caminha aleatoriamente pela sala, cada ator 'cantando' seu nome. Forma-
se o círculo, e cada ator 'canta' seu nome primeiro sozinho depois acompanhado por todo o
grupo, um por um até que todos tenham 'cantado' seu nome.
06 - ENCONTRO MUSICAL
Música tocando todos andando pela sala, direções aleatórias. Quando a música pára, cada
jogador dá o braço à pessoa que estiver mais perto de si – os pares cumprimentam-se um ao
outro. A música recomeça, e o par continua a andar pela sala a conversar. Quando a música
pára, cada par liga-se a outro par e apresentam-se todos uns aos outros. O Jogo continua até
todos os participantes estarem num único grupo.
EXERCÍCIOS
EXERCÍCIOS
01 - JOGO DAS PROFISSÕES
Os atores escrevem num papelzinho uma profissão, ofício ou ocupação: operário metalúrgico,
dentista, padre, sargento, motorista, pugilista etc... Misturam-se os papéis e cada ator tira um.
Começam a improvisar a profissão que lhes calhou sem falar dela, apenas mostrando a versão
que têm dela. Após uns 15 minutos de improvisação (a cena passa-se na prisão depois de
operação policial de rua ou numa fila de ônibus, ou em qualquer outra parte) cada ator procura
descobrir a profissão dos demais: se acertar, sai do jogo aquele que foi descoberto e ganham
pontos os dois; se não, sai do jogo o que não acertou e perde pontos o que não foi descoberto.
Divirtam-se.
02 - TRÊS TAREFAS
Faça uma lista de atividades simples de executar, como: subir numa cadeira, deitar-se no chão,
bater com o livro no chão etc... Após fazer uma lista, você, ou seu parceiro, deve posicionar-se
no centro da área de trabalho. Em seguida, o observador escolhe três atividades para que o ator
represente como tarefa inicial, central e final.
Podemos dizer que o enfoque complementa a Etapa da Atenção, na qual o locutor atrai o público
com seu material; a Determinação complementa a Etapa da necessidade, na qual o locutor
explica porque as pessoas com que fala devem participar da ação; a Preparação complementa a
Etapa dos Critérios, na qual o locutor define possíveis soluções para o problema; o Ataque
complementa a Etapa da Solução, onde o locutor demonstra ao público que uma certa resposta
conhecida por ele é adequada às exigências de todos os critérios e resolverá o problema com o
mínimo de repercussão; e a liberação complementa o Impulso à atividade, no qual o locutor
instiga o público o máximo que pode e observa-o a fim de comprovar a eficácia de suas
incitações. Este sistema pode ser uma ferramenta útil para o entendimento de uma cena
complexa ou de uma atividade mais problemática. Se alguém tentar aplicar este sistema
cientificamente, pode acabar destruindo a espontaneidade da ilusão criada pela primeira
34
Apostila de formaçao de teatro
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Apostila de formaçao de teatro

  • 1. Comunicação e arte a serviço da vida! www.atos2.net 1
  • 2. Apostila: Teatro e Dança Autor: Diversos Apresentação: Esta apostila é destinada a grupos e pessoas que evangelizam através do Teatro e da dança. Seu conteúdo é condensado, artigos publicados por vários autores em sites relacionados ao assunto e dicas. 2
  • 3. ARTIGOS AOUSADIA NO TEATRO! O Teatro Católico precisa de ousadia! Ousadia no sentido de entender que cores, movimentos, gestos e atos; são sinônimos de conversão. O dom da sensibilidade voltada à arte é simplesmente supremo e divino. Portanto algo tão singular e próximo da criação não pode ficar meramente entre linhas. Em outras palavras é necessário que esse teatro se lance para águas mais profundas, ou seja, é preciso colocar os dons a serviço da evangelização. É extremamente necessário entender que a arte dramática é um instrumento poderoso, dinâmico e concreto de conversão. Por isso cada um de nós que é chamado a viver esse dom deve procurar sua ousadia. Transformar a inspiração, aquilo que nos inspira em ação! De mudar o sentimento em gestos, as palavras em atos. Enfim dar vida aos personagens que clamam aos atores, por sua existência! Simplesmente pelo fato de serem canal de Graça e Salvação para aqueles que aplaudem. Que o nosso teatro católico possa ousar e entender a voz que clama no deserto: "Preparai o caminho do Senhor..." Teatro como Vocação É isso mesmo, sua vocação é o teatro! Deus nos presenteou com o Dom de interpretar, escrever, dançar; e junto com eles uma ordem: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura. Mc 16, 15.” Temos o chamado, o Dom e a ordem de Deus, portanto temos a missão de evangelizar através da arte. Assim sendo, não devemos guardar o nosso “talento” e sim multiplicá-lo. Devemos aprimorar nossas técnicas de interpretação, buscar sempre o melhor para ser realizado em cena: uma boa iluminação , aquela sonoplastia emocionante, o detalhe que não pode faltar no cenário; mas não podemos esquecer que para se fazer teatro para Deus, é preciso muito mais... É necessário estarmos em oração constante, na presença do Senhor, verdadeiramente voltados a comunhão com o Espírito Santo para que a graça aconteça na hora da apresentação, por que para nós que somos chamados a sermos ministros da arte, a apresentação passa a ser uma “semeação”, onde Deus nos dá a semente e nós plantamos nos corações dos nossos irmãos. Temos que ser fiéis a essa vocação; entregar nosso corpo, nossa voz, aos personagens de cada história e realizar o que Deus nos pede: “pregar o Evangelho a toda a criatura”. O teatro é uma manifestação do amor de Deus, e nós o canal desse amor, reflita sobre isso, você é a expressão que Deus usa para seu irmão, é através de cada ato, cada gesto, cada fala... que Ele age em cada um de nós. Agora vamos lá, mãos a obra, se sua vocação é o teatro, então meu irmão esta na hora de plantar, ide e pregai evangelho... Mas não se esqueça, para que a graça aconteça é preciso estar na presença do Senhor. Águas mais profundas Fazer teatro, um espetáculo cristão é evangelizar em conjunto. É como pregar com vários prega- dores o mesmo tema. Isto exige além de sintonia, uma profunda comunhão com Deus e unidade entre os atores. E como pregar com alguém que pouco convivo ou que conheço muito mal. Assumam a responsabilidade do que Deus confia a cada um de vocês, a cada um de nós, porque este ano as coisas irão realmente acontecer e o teatro também. O Pai quer que adentremos em águas mais profundas, que confiemos mais, que nos despojemos de nós, de nossos medos, anseios para mergulhar de cabeça no mar da evangelização e trazer pessoas de volta para o colo de Deus. 3
  • 4. Os grupos de teatro devem se agarrar em Deus e ser profissionais da fé, profissionais da oração, não se importando somente com o perfeito cenário, perfeito texto e ótima encenação. Temos que estar abertos para que Deus aconteça na essência de nossas peças, que é a vida de oração, a espiritualidade... Vivamos o amor de Deus. Teatro da fé se realiza com muita oração Devemos nos preparar com técnicas e exercícios, mas de nada adianta se não nos prepararmos Espiritualmente, pois temos que nos doar inteiramente para que a mensagem do teatro chegue aos corações das pessoas. Já houve casos de alguém do ministério chegar e dizer que não queria participar da peça da qual estava atuando, pois espiritualmente não estava preparado. Realmente irmãos tudo que se faz para Deus é muito importante, temos que estar prontos e deixar primeiramente a graça acontecer em nós para poder chegar até nossos irmãos que estarão assistindo à peça de teatro. Tivemos uma experiência muito linda quando apresentamos uma peça de teatro sobre Maria eu sempre falava para os atores que precisariam ser Maria naquele momento (Uma observação: ensaios são para viver já apresentação e não apenas ensaios). Nestes ensaios já dizia a eles para serem Maria, o resultado foi muito bom para Deus, pois houve muitas curas. Podemos ser excelentes atores, ter uma voz maravilhosa, falar bem, decorar com facilidade, se expressar muito bem, ter tudo aquilo que o teatro pede, mas se não tivermos um testemunho de vida de nada adianta, um exemplo: eu faço a personagem de Maria em uma peça, passo uma mensagem de humildade, isto pode ter acontecido em um domingo à noite e na segunda-feira no meu trabalho, chego ao local e inicio meu trabalho com uma cara fechada, não falo um bom dia aos meus amigos ou chego até a maltratar alguém e esses meus amigos foram assistir a peça, será que tudo aquilo que tentei passar no domingo a noite vai continuar no coração dos meus amigos? Temos que tomar muito cuidado e devemos estar revestidos da armadura de Deus, estarmos cobertos de oração se realmente estamos decididos a levar a mensagem de Deus às pessoas que estão necessitadas de conhecer o verdadeiro amor de Jesus por todos. Irmãos vamos levar a arte de apresentar com fé, nós devemos amar o teatro da fé e lutarmos para que sempre em nossas Paróquias nossos grupos tenham ministérios de teatro, temos que mostrar as pessoas que tem como dançar, cantar, fazer tudo com arte, como Deus quer e não como o mundo pede. A paz de nosso Senhor Jesus Cristo esteja com todos. -Ivete Oliveira / André Simão - 4
  • 5. ARTIGOS A NATUREZA DO TEATRO Começar a examinar o teatro como um meio de "adorar" ajuda a lançá-lo em uma jornada para descobrir e desenvolver o seu próprio potencial. O teatro associa-se à adoração como um símbolo em ação. Como participante você se torna um instrumento para adorar, o qual tem o potencial para transcender palavras e movimentos físicos para uma experiência simbólica. Como expectador, você também se torna um instrumento para adorar quando você se conecta e se identifica com a experiência. O teatro tem sido sempre uma exploração do nosso relacionamento com o nosso mundo. Olhe para qualquer drama e você poderá enxergar qualquer pessoa ou uma combinação de uma exploração do relacionamento entre um ser humano e a sociedade, caráter, outras pessoas, Deus, cultura, crenças, valores e egocentrismo. O teatro como um meio de adoração afirma nossa própria espiritualidade, e quando isto acontece, nós vislumbramos o potencial positivo dentro de nós mesmos e ao mesmo tempo construímos uma ponte até Deus; entretanto cada um de nós faz esta definição. Quando isto não acontece, então o evento teatral não é um ato de adoração. Ele pode ser um entretenimento, mas isto não leva à adoração. Apesar de não ser verdade, em algumas sociedades, tais como a Austrália e os Estados Unidos, consideram as Artes como um segmento insignificante, incluindo o teatro. Ao mesmo tempo, organizações religiosas do oeste têm tradicionalmente condenado o teatro. Conseqüentemente, os artistas acham necessário justificar constantemente não somente o trabalho deles, mas também quem são eles como seres humanos produtivos. Entretanto, a sociedade dos Estados Unidos está em transição. Como se pronunciou Jane Alexander, membro do Fundo Nacional para as Artes, em uma entrevista para o jornal Sunday Morning, a sociedade passa por uma "crise espiritual". A violência está impregnada na nossa sociedade e a compaixão é tratada com desdém. Mas, como disse Jane Alexander, "se você der um pincel ou uma caneta para uma criança, ela não pegará uma arma”. A razão para isto nos traz de volta ao tema potencial. Esta faz parte da necessidade humana de explorar e descobrir o seu íntimo e então, expressar esta descoberta. Quando nós negamos nossa própria espiritualidade, a descoberta se torna corrupta e nossas vidas ficam presas à ilusão. A arte contra ataca esta corrupção. A arte como um meio específico atrai a pessoa a uma descoberta positiva e a expressão do seu interior, o qual freqüentemente inclui espiritualidade. Como resposta à violência e à falta de compaixão, as organizações da sociedade e organizações religiosas, estão começando a se virar para as artes com o objetivo de nos ajudar a redescobrir a espiritualidade dentro de nós mesmos. Todo ser humano tem um senso artístico. Como evidência, observem as crianças saudáveis. Elas dançam, cantam, pintam, desenham, envolvidas em imaginação ativa. Um artista é uma pessoa que tem um senso artístico altamente desenvolvido, tem estudo, possui disciplina e técnica artística bem desenvolvidos e é capaz de transformar o seu trabalho em símbolo universal. Um artista normalmente também tenta fazer da sua arte, sua subsistência, porque um artista tem uma irresistível necessidade de oferecer seu trabalho à sociedade. Muitas pessoas leigas na sociedade americana parecem ver estas características como uma procura pela fama, mas geralmente isto não é verdade. Estes ensaios são baseados na premissa de que todo ser humano possui um senso artístico. Muitas vezes, quando você quer que o teatro seja parte do programa de Adoração, você não consegue encontrar uma peça teatral apropriada. Existem duas razões para isto. Poucos dramas são escritos para o serviço de adoração cristã, e os que encontramos parecem ser de pouca qualidade. A 2ª razão é que quase sempre queremos algo que seja bem específico. Você tem uma idéia do que você quer, você não consegue encontrar exatamente o que quer, e você não sabe como escrever o que quer. 5
  • 6. O objetivo é apresentar peças teatrais que irão melhorar o programa de Adoração. Isto significa que o que quer que seja apresentado deve corresponder ao tema, à atmosfera, e o propósito do restante do programa de Adoração. Entretanto, para se criar uma experiência cheia de adoração, a peça teatral deve ser tão universal e tão simbólica quanto possível, porque é o símbolo que leva à experiência. Por causa da ênfase no símbolo, as apresentações teatrais provavelmente não iriam ajudar um programa de Adoração que inclua os sacramentos. Os dois símbolos não iriam ajudar, mas iriam divergir, e a peça teatral iria provavelmente se afastar do símbolo e conseqüentemente a experiência do sacramento. É ao confronto dos símbolos que muitas pessoas respondem contrariamente durante a Adoração. Apresentar o teatro como Adoração requer que você prossiga em direção ao seu potencial. Isto requer que você corra riscos, torne-se vulnerável, envolva-se no compartilhar e investigue o seu interior. Divirta-se! 6
  • 7. ARTIGOS DEFINIÇÕES E ORTOGRAFIA TEATRO X DRAMA Às vezes as pessoas confundem drama com teatro, acreditando que drama e teatro são a mesma coisa. Existe uma diferença. O drama é a literatura, o roteiro real, e inclui o enredo, o personagem, a reflexão, a cena e o diálogo. Quando os estudantes estudam o Drama, eles lêem e analisam roteiros. O Teatro por outro lado, tem um contexto maior que inclui o Drama. O Teatro é a produção real e contém o Drama, todos os elementos da produção incluindo os atores, o espaço e a audiência. Nós não "fazemos" Drama, nós "fazemos" Teatro. Também, um Drama re- fere-se a um roteiro específico, enquanto um Teatro refere-se a um prédio. THEATRE X THEATER (TEATRO com TRE no fim X TEATRO com TER no fim) No livro "Sam Smiley no Teatro" ele diz que a Arte humana nos ajuda a entender a diferença de ortografia. A maneira certa de soletrar teatro é com TRE no fim, exceto em jornais e revistas cuja ortografia é com TER. Em outras palavras, o uso educado requer a ortografia francesa, com TRE e o uso jornalístico requer a ortografia alemã com TER. Também, as pessoas ás vezes diferem a ortografia para diferenciar um filme ou uma casa de shows. Ir ao teatro (TER) significa ir assistir a uma filmagem ou ir ao teatro (TRE) significa ir assistir um show ao vivo. Tudo isto é meio confuso, mas isto são ensaios sobre o teatro. PLAYWRIGHT (dramaturgo) e PLAYWRITING (drama) Um dramaturgo escreve peças. O termo playwright vem dos escritos de Aristóteles por volta de 325 AC. "Wright" significa arte/ofício escrever, escrito, escritura e “Play” em relação a teatro é obra, comédia, representar, fazer papel de. Então, um playwright é uma pessoa que escreve uma peça ou um drama. Entretanto, ele se empenha mais em escrever do que em atuar. Em outras palavras, ele está mais para escritor. Apesar de toda a confusão, lembre-se que um playwright é a pessoa e playwriting é o ato de escrever o drama. APRESENTAÇÕES DRAMÁTICAS A maioria das apresentações como parte do serviço de Evangelização que são chamadas de Drama são na verdade apresentações dramáticas (mais precisamente apresentações teatrais). As diferentes categorias de apresentações dramáticas podem ser definidas das seguintes formas: MONÓLOGO Este tipo de apresentação dramática não envolve mais do que uma pessoa falando para a assembléia. O ator memoriza a fala e apresenta um personagem (ou personagens) além dele mesmo. Este tipo de apresentação, como toda a outra deve ser bem ensaiada, e geralmente a pessoa veste um traje específico. DIÁLOGO O diálogo envolve 2 ou mais pessoas interagindo. Os atores memorizam a cena e os personagens. É necessário ensaiar para que a peça possa criar uma experiência importante para a assembléia. MÍMICA A mímica é o tipo de apresentação em que não são pronunciadas palavras e geralmente não tem acompanhamento musical. Uma ou mais pessoas podem apresentar este tipo de expressão. O 7
  • 8. movimento físico é altamente estilizado e é o centro da experiência. Este tipo deve ser cuidadosa- mente ensaiado. Os atores normalmente usam maquiagem e traje específico para ajudar a focar a mensagem expressa em movimentos. Nesta categoria pode-se utilizar até mesmo um palhaço. DANÇA Como o cinema, a dança pode ser considerada prima do teatro. Ela foi incluída aqui, porque como no teatro, o principal instrumento de expressão é a pessoa. A dança tem seu foco no movimento e é acompanhada de música. A experiência vem da interação de música e movimento e pode envolver uma ou mais pessoas. LEITURA INTERPRETATIVA Leitura interpretativa ou dramática pode ser desempenhada por uma ou mais pessoas. O foco é a expressão vocal. Conseqüentemente, o movimento físico é limitado e o texto não é memorizado. Cada leitor tem o roteiro na mão e não interpreta um personagem. Os ensaios têm seu foco no tom da voz, no volume, no ritmo e na inflexão. Uma pessoa pode ler um poema, uma história ou um texto bíblico. Uma ou mais pessoas podem ler um pequeno diálogo ou uma peça separada em pequenas partes. LEITURA TEATRAL Uma leitura teatral não é um drama. É a compilação de pequenas peças ou "apresentações dramáticas" girando em torno de um tema comum. A leitura teatral é a combinação de apresentação física e leitura interpretativa. Este tipo envolve um grupo de pessoas que lêem de maneira interpretativa com os enredos em mãos, mas este tipo geralmente toma mais tempo do que a leitura interpretativa. Estas pequenas peças podem incluir diálogo, poesia ou histórias (a qual é oralmente interpretada e apresentada através da leitura) ou mímica, ou paródias ou uma combinação dos itens citados, geralmente utilizando música e talvez dança. Pode também incluir slides ou vídeo. Normalmente, o diálogo não é memorizado, mas é lido. Entretanto, os leitores teatrais devem ser cuidadosamente ensaiados. As pessoas envolvidas podem ou não interpretar um personagem. 8
  • 9. ARTIGOS SELEÇÃO DO ELENCO Nenhum diretor estará apto para selecionar o elenco de uma peça se não conhecer muito bem o texto que tenciona montar. Antes de fazer o reparto, deverá concentrar seus estudos na obra e seu conjunto. Uma vez que as peças são escritas para serem representadas, o ator pode ser considerado como figura indispensável e de maior importância no teatro. É ele o responsável pela comunicação das idéias do espetáculo ao público consumidor. A função do ator é representar o que foi escrito, e por isso a sua escolha é um momento decisivo da encenação. O ator em pouco tempo passará a ser o personagem que um autor idealizou e esboçou suas paixões, reações e personalidade. A escolha dos atores é um processo vagaroso e difícil, porque é necessário um tipo especial de percepção para relacionar a personalidade e habilitação do candidato ao papel que lhe é destinado na peça. O diretor terá que ter muito cuidado para não se envolver em um processo de simpatia pessoal, de amizade ou outro qualquer processo a fim de que não cometa um erro de seleção. Muitos diretores fazem a escolha de seus atores através de certas características que parecem enquadrar-se bem no papel, ou porque o personagem exige certo aspecto físico, tais como altura, cor da pele ou dos cabelos, peso, idade, qualidade de voz etc. Certos papéis praticamente exigem um tipo especial de ator. Um D. Quixote exigiria um ator alto e magro. Jamais deveria ser interpretado por um ator gordo e baixo. A qualidade de voz e timbre também é importante. Em certas obras, o diretor poderia escolher o elenco pelos registros vocais. Em certas tragédias de Shakespeare, os papéis foram escritos para um certo registro vocal, como numa página de música. O diretor poderia pegar uma batuta e reger. Os versos exigem uma certa melodia que as vozes deveriam acompanhar. A capacidade emocional de cada ator também deve ser levada em conta. Alguns atores desenvolvem bem em cenas violentas e dão pouco rendimento aos momentos românticos ou psicológicos. Certos atores têm uma natural veia cômica, como se costumam dizer, a estes seria mais acertado dar uma participação num personagem cômico do que num personagem trágico. Devemos esclarecer, porém, que nenhuma regra é fixada. Um ator que até o momento só tenha feito papéis leves e cômicos poderá vir a se revelar como excelente ator dramático. Uma boa maneira de se fazer um reparto, seria o de responder a um questionário simples: Estaria o nosso candidato: 1) Apto fisicamente para o papel? 2) Sua complexão física corresponde à complexão física exigida pelo personagem em questão? 3) Estará seu físico harmoniosamente proporcional aos demais do elenco? 4) No caso do papel ser o do amante, por exemplo, estaria sua altura proporcional a altura da heroína? — muitas vezes uma desproporção física pode destruir totalmente uma situação dramática — 5) Tem o candidato à voz adequada ao papel? 6) O metal de sua voz corresponde ao metal da voz que o personagem deveria ter? 7) Sua voz é forte? Agradável? 8) Sua voz terá volume e capacidade para chegar as últimas filas e envolver a todos os espectadores? 9) O ator terá que despender enorme esforço para conseguir que sua voz ocupe inteiramente o teatro? 10) Já tem voz impostada e trabalhada? 11) Sua voz entra em harmonia com as vozes dos demais no elenco? (Já escolhidos). 12) Sua voz harmoniza particularmente com o seu principal antagonista? 9
  • 10. 13) Pode o ator andar, locomover-se e gesticular conforme o personagem exige? 14) Terá o ator o ritmo exigido pelo personagem? E pelo andamento que se pretende dar a peça? 15) Terá o candidato capacidade de (se não souber pelo menos aprender) a dançar ou cantar (se esse for o caso)? 16) Poderá o candidato falar com um sotaque ou em um idioma estrangeiro? 17) Terá o candidato capacidade para entender e desenvolver o seu papel? 18) Nosso candidato terá capacidade para criar e desenvolver seu papel sozinho ou espera que todas as idéias e sugestões para a valorização do seu personagem? 19) É disciplinado? Pontual? Qual a informação que tem do candidato em relação ao trabalho de grupo? (Um ator indisciplinado, que não cumpre horários e que não se relaciona bem com o grupo, mesmo que seja um bom ator, poderá causar muitos aborrecimentos à direção e só servirá para retardar e dificultar o trabalho). 20) Que outro trabalho fez antes do nosso? Quais as peças, quais os personagens? Muitos diretores contratam atores pelos seus desempenhos em outras peças. Conhecer as atuações anteriores de cada ator é um bom elemento para a seleção de elenco, contudo não deverá ser o elemento decisivo ou elemento único para a escolha, porque o ator poderá ser melhor ou pior do que parece em determinado papel. Além disso, um mesmo tipo não significa que ele seja o mesmo personagem. Nem sempre é bom confiar papéis de grande fôlego a atores principiantes, principalmente quando temos um elenco amadurecido e bem treinado. Ao distribuirmos um papel para um ator principiante, teremos antes que verificar se o nosso tempo de ensaios será suficiente bom para darmos ao jovem ator maior dedicação e maior treinamento particular. Por maiores que sejam os dotes do nosso ator principiante, devemos contar com um maior período de ensaios. A não ser que o diretor já esteja absolutamente convicto da capacidade do candidato, é quase essencial uma ou várias leituras do papel para formar um juízo do candidato. Pode também o diretor pedir um teste, uma prova, uma improvisação. Barrault não acredita muito em provas: Uma prova jamais dá elementos suficientes para formar-se um juízo exato, senão uma impressão. Se a impressão é boa, e freqüentemente é demasiadamente boa. Pelo contrário, se é má, corre-se o risco de que seja ainda pior. Porém a respeito da prova em si, o que importa são as possibilidades de conhecimento. Certo fator de simpatia indefinível, mas que vem do mais profundo ser, faz mais do que a prova em si. Podemos julgar o timbre, a respiração, a proporção da cabeça em relação ao corpo, a linha, a silhueta, o tipo de instrumento que se apresenta. Os menores defeitos se tornam visíveis: dentes salientes que não se notavam antes na vida corrente, uma deformação da boca, mãos grandes, etc. Algumas pessoas crescem no cenário, outras diminuem. Algumas já são personagens, outras permanecem encerradas em si mesmo e não podem transformar-se em material teatral. Enfim, a presença aparece ou não. Em duas palavras, simplesmente subir à cena aparece uma nova pessoa. O cenário parece revelar o que se esconde no interior. No cenário as pessoas se mostram despidas. A cena revela o homem e seu duplo. Resumindo, ao escolher o elenco de uma peça, o diretor deve fazer mais que selecionar o ator adequado para cada papel. Ele deve considerar os personagens da peça em relação umas com as outras, e reunir um grupo de pessoas que possa interpretar dentro da mesma linha, e parecer que pertencem ao mesmo meio. A interpretação em estilos diferentes dentro da mesma peça, causa ao público um certo mal-estar. Escolher um elenco é a parte mais difícil de um diretor, e o próprio Barrault concorda quando diz: O mais difícil de uma “mise-en-scéne” é o reparto. É o mais importante. Um ator ganha 100% de seu valor quando interpreta um papel adequado. Uma boa companhia e um mal reparto fazem uma má companhia. Com um bom reparto, a companhia é excelente. Já na primeira leitura, ao redor da mesa, enquanto os atores decifram seus papéis, vemos se o texto harmoniza com suas vozes, quer dizer, se o personagem poderá ‘penetrar’ nos seus corpos. E da mesma maneira que a obra harmoniza com os personagens, paralelamente é preciso que na companhia os atores estejam harmonizados. Às vezes, dois atores concordam respectivamente com seus papéis, porém não concordam entre eles, para fazer estes papéis. Então é necessário sacrificar a um dos dois. Começa então a tarefa profundamente árdua do homem de teatro. Um homem de teatro jamais deveria fazer uma injustiça. Podemos dizer que este é o primeiro mandamento que deverá obedecer. 10
  • 11. Então temos que agir com uma certa dose de intuição “a eleição de um intérprete é, pois, antes de tudo, uma questão de intuição. Os melhores diretores têm por instinto o sentido de correspondência entre um personagem e um artista”. ARTIGOS CRIAÇÃO DE UM PAPEL A miúdo, nem mesmo o ator pode explicar como cria um papel. Por que o processo é demasiadamente complicado para que possa dar-se conta dele. O talento não é suficiente para que o ator apareça em cena e faça um papel. Os atores novos pensam que basta ter talento e vocação para galgarem uma carreira teatral. Não bastam os impulsos, à vontade e a audácia de aparecer em público para que deles sejam transformados em atores. Antes de tudo é necessário que o intérprete possa dominar-se, dominar os seus meios expressivos como se seu próprio corpo fosse um instrumento. Antes de um concerto um artista afina seu instrumento. Da mesma forma o corpo e a voz de um ator, necessitam desta afinação para que possam responder plenamente e prontamente aos impulsos de sua emoção. A par de uma capacidade congênita, o ator necessita de uma técnica disciplinada, de um treina- mento prolongado. Possua ou não possua esta capacidade congênita, que chamaremos talento, continuam sendo seu instrumento de expressão o seu corpo e a sua voz. Cada ator possui uma personalidade um tipo físico, uma forma de rosto, um porte distinto. Estes são seus meios naturais que dificilmente poderão ser alterados. “O ator, como todo artista, deve explorar suas próprias limitações e saber onde deve deter-se”. Cada ator deve dominar com seus meios naturais, ampliar os seus recursos e desenvolvê-los. A voz e os movimentos corporais exigem treinamento. A interpretação é uma linguagem teatral que precisa ser aprendida. Sem técnica o ator desconhecerá os recursos do ritmo, a significação do andamento, a significação da voz para obtenção de seus objetivos; não poderá reconhecer determinados efeitos quando chega a alcançá-los, nem preservar os mesmos o que é mais expressivo para repeti-lo quando necessário - É pelo caminho da técnica que o ator alcança todo o espírito, variedade e profundidade de estilo. Por intermédio da técnica é que ele estabelece o delineamento firme que separa sua criação da realidade e a eleva até a arte. Sem técnica, por mais excepcionais que sejam suas qualidades individuais, o ator não tem uma linguagem com a qual ele possa falar. Por intermédio da técnica ele aprende a usar seu instrumento de expressão; por intermédio do trabalho técnico ele desenvolve uma disciplina intelectual que o ajuda a esclarecer suas idéias que, por sua vez, são desenvolvidas por esta pesquisa no sentido da forma técnica correta. Se o cultivo da técnica auxilia o ator a usar seu instrumento de expressão, um cultivo geral, uma cultura de pensamento, arte, e vivência, auxiliará sua idéia criadora. O conhecimento de outras artes alimenta e propicia as concepções que terá em sua própria arte; e as qualidades técnicas de uma arte podem ser transferidas para outra. Concordamos então com Hebert Read quando diz: “Para se compreender inteiramente uma arte deve-se compreender todas as artes”. Então Bujvalde conclui: “É difícil determinar em última análise onde termina a técnica e onde começa o talento criador”. O entrelaçamento de ambos é total. Não existe solução de continuidade, um vazio, ou um limite entre a técnica e o talento. Porém, “se tem confiança em sua técnica, o ator pode entregar-se inteiro a sua sensibilidade”. O talento e a fantasia caminham lado a lado. A intuição é uma condição real do artista. Ninguém pode imaginar uma criação artística verdadeira sem a fantasia, sem esta capacidade de captar o inexistente misterioso e complexo que chamamos por vezes de inspiração — É esta técnica que 11
  • 12. permitirá que a inspiração passe a realização sem perda de tempo, sem solução de continuidade, sem quebra de harmonia. É esta que Grotovski pretende “o ator como se não tivesse corpo”. Neste processo de criação, o ator quase que se coloca fora de si mesmo, por assim dizer, e passa a se considerar como que um instrumento e “simultaneamente fazer o oposto, o que vale dizer: viver o papel”. O ator cria, harmoniza sua própria personalidade, inclinações e hábitos com as condições do personagem que vai interpretar. ARTIGOS COMO LER UMA PEÇA DE TEATRO Uma obra teatral “narra um argumento que está constituído por uma seqüência de incidentes em que as pessoas (agentes) fazem e dizem coisas, ao mesmo tempo em que acontecem outras”. O primeiro objetivo de uma leitura seria o de tomar conhecimento do argumento, ou melhor, da história da peça desde o princípio até o final. O diretor deverá ler a peça com uma imaginação dinâmica, vendo a ação se desenvolver, sentindo as mutações, ouvindo os diálogos, vendo os cenários e a iluminação, completando as rubricas com a força de sua criatividade. Existem peças cujas rubricas são insuficientes e o diretor terá que usar de toda a sua fantasia para desvendar o que não foi dito. Algumas vezes o diretor terá que descobrir dentro das próprias falas o que falta na rubrica. Voltamos a lembrar a passagem de Gordon Craig. Em princípio as impressões retidas nesta primeira leitura, seriam as impressões de um público normal. Entre a composição de uma obra e sua representação, há uma série de fases, de apropriações e desapropriações causadas pelos atores e espectadores: a sua imaginação motiva e mantém esses mal-entendidos. Desde a sua criação, uma obra leva em si três tendências, três princípios deformadores, três peças distintas: a que o autor crê haver escrito, a que os atores interpretam e a que a maioria dos espectadores crê entender. O autor pretende, o ator pretende à sua maneira, e o público, que tomou a sua atitude de julgar, recebe de outro modo. Desta forma, ao acabarmos de ler a obra estaremos mais ou menos próximos da opinião de um público desprevenido, de um público que vai para assistir e reagir a um espetáculo e não pretende dar opiniões brilhantemente inteligentes no final de cada ato. Assim, a finalidade do teatro não é talvez uma busca de ordem intelectual, senão uma revelação de ordem sentimental. Podemos então perguntar ao texto: Por que esta obra desperta interesse? Por que satisfaz o interesse? Por causa da história que conta? Pelos pensamentos que emite? Pelos personagens? Pelas emoções evocadas? Que é que faz com que os personagens de determinada obra sejam interessantes em si mesmo e obrigue ao público se interessar pelo que ocorre em cena? Jean Villar emprega o termo “Personagem aberto” para designar a figura imaginada pelo poeta, que transborda as interpretações possíveis e pode, independentemente aos marcos sociais, impor-se a grupos diferentes, suscitar uma participação coletiva universal. Existe uma fonte de interesse nesta obra? Que classe de efeitos produz? Serão efeitos cômicos? Dramáticos? Poéticos? — Um autor tenta despertar o interesse do público e conduzi-lo a um determinado fim. “Se põe uma obra em cena por uma necessidade de satisfação que no fundo é a finalidade do teatro, a necessidade que tem o autor de libertar-se de algo que o persegue, e que leva dentro de si”, e o que poderíamos chamar de mensagem da peça. Uma peça pode ter mais de uma mensagem ou pode durante o seu desenvolvimento trazer mais de um efeito. Em Romeu e Julieta, por exemplo, as cenas de grande dramaticidade são precedidas de aparições cômicas. Nesta peça temos, cenas românticas e poéticas como a cena do balcão, dramática, como a cena em que Julieta toma o narcótico, cômicas, como as cenas da ama e as cenas de Mercuccio. Continuando o nosso roteiro, o que conduz a uma grande cena? Uma obra é composta de cenas, todas elas são interrelacionadas, compondo a cadeia dramática. Em toda cena existe um momento alto, mas existe um momento em que podemos situar a grande cena, passando a ser o momento culminante. Para esta cena é que todas as outras cenas deverão ser conduzidas. Voltando ao Romeu e Julieta, o ponto alto do primeiro ato é o encontro dos amantes durante o baile. Pois bem, todas as cenas deste ato deverão estar sendo dirigidas para este encontro romântico e proibido. Este é no 1° ato o ponto alto, a grande cena. Se não descobrirmos as partes importantes à direção da peça perderá a unidade e conseqüentemente mudaremos o sentido geral da obra. Suponhamos por acaso que 12
  • 13. enfatizássemos por demais as cenas cômicas de Romeu e Julieta, ao chegarmos nos momentos dramáticos, estes não estariam preparados para receber a densidade trágica e as cenas não teriam sustentação. É necessários que cada cena seja condutora para a cena seguinte, e todas elas distribuídas para o efeito total quando um caráter reage frente a outro, ou toma uma deliberada decisão angustiosa, os elementos do conflito estão presentes. Em um drama bem organizado, as tensões e os conflitos internos conduzem a combates externos. Depois de determinarmos a natureza dos conflitos, como nascem, como se desenvolvem, para onde nos conduzem estes mesmos conflitos e suas respectivas conseqüências, passamos a estabelecer os matizes desses conflitos, as implicações secundárias, aquelas implicações que correm paralelas ao drama principal. Com isto, vemos que além dos protagonistas, existem um mundo de pequenos outros personagens possuidores de vidas próprias, com seus respectivos conflitos e problemas, que nos passam despercebidos numa simples leitura. A eles devemos dar o devido cuidado. Eles fazem como que um fundo a figura principal. Numa pintura, por exemplo, além da figura principal, temos no fundo uma série de outras figuras que além de auxiliarem ao artista na determinação da forma e composição, muitas vezes, servem para determinar o ambiente e o clima da obra. Como nós já vimos, em toda a obra de arte nós temos a forma e o conteúdo, ou melhor, dizendo, forma é o modo pelo qual o artista utiliza os elementos específicos de expressão, e o conteúdo é aquilo que o artista representa ou narra, isto é, o assunto. Desta forma um personagem que apenas aparece em uma pequena cena, serve muitas vezes para situar o verdadeiro clima da peça, dar uma opinião do mundo exterior. Um exemplo seria o diálogo entre os dois criados no início de Romeu e Julieta. Este diálogo simples, é suficiente para mostrar o clima de ódio e disputa em que viviam as duas famílias. Ou então do diálogo de Hamlet do início, já transcrito em outro capítulo. Muitas vezes o autor coloca um personagem de pequena importância unicamente para fazer um comentário de como a sociedade vê o fato exposto, de maneira a mostrar melhor o contraste ou a diversidade de opiniões. A esses pequenos personagens que muitas vezes são vestidos de vizinhos, criados, camponeses, devemos dar muita atenção, em suas falas podem ocultar toda a estrutura da peça. Uma outra pergunta a se fazer no texto seria: Qual a natureza da trama e do argumento? Qualquer problema esboçado nas primeiras cenas levará ao problema principal pela progressão da trama. Muitas vezes os primeiros problemas esboçados não são na verdade o verdadeiro conflito da peça, mas serão fatalmente os elos condutores a este problema principal. A discussão entre os criados da casa dos Capuletos com os criados da casa dos Montecchio, provocará a entrada de Teobaldo da Casa dos Capuletos e desta forma provocará a ira do Príncipe de Verona que baixará um edital que no 3° ato exilará Romeu. Como vimos, esta pequena seqüência mostra como uma progressão é como uma cadeia de elos. Numa peça os elos não devem ficar soltos ou abandonados. O que não for importante não é necessário. Um fotógrafo, que sai para passear num domingo, toma um instantâneo de uma paisagem. De certo modo ele é fiel à paisagem. Porém o artista que chega ao mesmo lugar pode compor com a palheta uma interpretação, que, se bem que se afaste de alguns aspectos das formas observadas, conserva o essencial, que é mais fiel à paisagem que o registro preciso da máquina fotográfica. Desta forma, da mesma maneira que um pintor, o diretor pode usar em sua arte a mesma liberdade de interpretação, valendo-se da seleção, o exagero, a deformação o reordenamento. Para que a atenção do público não se disperse, deve o diretor conduzi-la para o efeito desejado, enfatizar o que deve ser realmente percebido, selecionar aquilo que é mais importante para que o espetáculo chegue a seu termo como uma obra única. A isso chamaremos “organização formal da trama”. Qual a principal questão da obra? Como respondida? Com isto já estaremos fazendo um processo seletivo. Toda obra, ainda que medíocre tem algo a dizer. Ela foi escrita porque o autor pretendia dizer alguma coisa para o mundo. Ela propõe alguma coisa, protesta contra uma instituição social ou pretende revelar uma angústia secreta, uma paixão desenfreada ou mesmo um acontecimento 13
  • 14. pitoresco. Esta resposta tem que ser dada antes de qualquer coisa. Sem isso, o diretor vai tatear às cegas diante de um espetáculo sem objetivo. ARTIGOS ENSAIOS Depois que a obra tenha sido ensaiada e dominada em suas partes separadamente, em seus elementos, cenas e atos, devemos então pensar no conjunto num todo uniforme. Não devemos deixar esses ensaios para os últimos dias, devemos ao contrário fazê-los com freqüência. Este é o único elemento de que dispõe o diretor para uma verificação geral do andamento do trabalho. Se deixarmos para os últimos dias, estaremos tropeçando com os ensaios técnicos, com os ensaios de roupas e de luzes. Isto dificultaria qualquer mudança que porventura quiséssemos fazer. O primeiro objetivo destes ensaios de ajuste é a regulagem do tempo. Temos que anotar o tempo de espetáculo para que este não se alongue demasiadamente e tenhamos que depois da peça estreada fazer um corte. Isso acontece freqüentemente com as peças e depois sofrem cortes moderadores de tempo. Muitas vezes o público sente-se prejudicado com os cortes, embora achasse o espetáculo demasiado longo. Se desde o início fazemos correr a peça, teremos sempre sobre o nosso controle a duração do espetáculo. Claro está que esse tempo não pode ser preciso antes dos ensaios técnicos terem sido terminados, as mudanças de cena, consomem um importante tempo na duração do espetáculo. Se durante os ensaios já houver algum acessório pronto ou algum cenário já em andamento, pode o diretor fazer uso deles, mas não é absolutamente indispensável, contudo devemos fazer uma previsão aproximada para cada mudança e contar este tempo na composição do espetáculo. Muitas vezes o ritmo está baixo devido à falta de rapidez no texto e nos movimentos. Estes ensaios darão a oportunidade de regular os tempos de entrada, de cruzamentos, de servir uma bebida ou de servir um jantar. Muitas vezes bastaria apressar um pouco o diálogo para que a peça adquira mais ritmo. Imaginemos por exemplo cinco pessoas que terão que se servir de uma bebida para então retornarmos o diálogo. Se cada uma gastar a metade do tempo que gastava anteriormente já teremos uma pausa menor. E assim no decorrer da montagem percebemos uma infinidade de pequenas pausas que somadas marcam um tempo demasiada-mente longo e desnecessário. Enquanto que algumas cenas devam ser aceleradas, outras deverão ser ralentadas para que possam passar melhor o seu efeito. Na música temos três partes importantes: harmonia, melodia e ritmo. No espetáculo da mesma forma, temos o enredo que seria a harmonia, o diálogo que seria a melodia e o ritmo. Cada música traz em si o seu próprio andamento, o seu ritmo marcado, numa peça teríamos quase que o mesmo problema. Existem cenas que pedem um andamento próprio, que se alongados ou retardados matariam todo o efeito dramático. Uma boa produção tem uma pauta rítmica própria. Alguns diretores vão tão longe neste sentido que chegam a olhar suas produções como uma pauta musical. O ritmo da comédia é mais rápido do que o ritmo do drama. Uma farsa deve ser tão rápida a ponto de impedir o público de pensar e refletir no absurdo das situações. Assim pode, desde os primeiros ensaios, estabelecer a questão do ritmo. O ritmo se consegue pela alteração dos tempos e de andamento das cenas. Podemos alcançar um ritmo alternando o andamento das cenas. Ora mais rápidas, ora mais lentas. Também conseguimos ritmo acelerando o andamento ao nos aproximarmos de um ponto crítico da ação. Uma cena relativamente lenta que se vai acelerando até terminar num momento crítico e então termos uma pausa relativa ao acontecimento. Isso, contudo são alguns dos recursos, não podemos ditar regras nem fórmulas. Cada peça e cada montagem tem seu próprio andamento e seu próprio ritmo. Ao diretor cabe desenvolver o 14
  • 15. seu sentido de percepção. Para sentir onde e quando deverá acelerar ou retardar o andamento da cena. Muitas vezes já no próprio texto, na leitura de gabinete, já podemos anotar alguns dos andamentos, outros só quando a peça já está de pé, e em seu conjunto, é que podemos marcar o ritmo. Freqüentemente o diretor pretende um efeito de contraponto, um duplo ritmo e então nestes ensaios de apuro é que se tornam realmente visíveis às falhas do andamento. ENSAIOS TÉCNICOS São os ensaios dedicados ao ajuste e funcionamento das mudanças de cenário, dos efeitos de luz, dos efeitos sonoros e musicais, a manipulação de acessórios. Antes de iniciar o ensaio de luz, já deverão ter sido ajustadas as instalações e fixação dos refletores. Já deverá ter sido previamente elaborado um plano de iluminação e preparada a instalação das luzes. Estes ensaios em geral são monótonos e tediosos. Devemos contar como pouco rendimento. Podemos pedir aos atores que marquem a peça e fixem os lugares das marcas. Muitas vezes existe um efeito especial de luz então caberá ao ator marcar corretamente a sua posição em função do refletor. Nem um pouco mais à frente nem um pouco mais ao lado. Estes efeitos deverão estar anotados num texto que será entregue ao iluminador. Três ou quatro falas antes deverão ter uma nota de atenção, e na fala correspondente a mudança então a combinação deverá ser executada. Os refletores já deverão estar numerados e em caso de ser usada a resistência os refletores já deverão estar agrupados em combinação de efeitos. Da mesma forma os efeitos sonoros e musicais deverão estar marcados em outro texto para ser entregue ao sonoplasta que da mesma forma será advertido quatro falas antes para se preparar para o efeito. Existem teatros tão bem equipados que os iluminadores e sonoplastas são avisados por controle eletrônico pelo diretor de cena. Uma luz verde para se preparar e uma luz vermelha para executar, ou então uma comunicação por interfones. Estas combinações e efeitos devem ser repassadas até o completo automatismo e entendimento a fim de não tumultuar o espetáculo. Efeitos especiais como um anoitecer ou amanhecer devem ser fixados ou no tempo de efeito ou então na fala que se inicia o efeito ou a fala em que ele chega ao máximo. O iluminador deve registrar todo o esquema de mudanças de luz assim como a posição dos refletores a fim de poder reproduzir os efeitos sem interromper aos ensaios subseqüentes. Toda correção deverá ser anotada e comunicada ao fim do ensaio. ENSAIOS COMPLETOS — ENSAIO GERAL O ensaio geral é a pré-estréia da peça. É aquilo a que o público deverá assistir no abrir do pano. Se todos os detalhes foram cuidadosamente tratados, o ensaio geral será apenas um ajuste de todos os elementos. Se ao contrário os detalhes foram descuidados, o ensaio geral se torna um pesadelo, um verdadeiro desastre. Todas as funções se juntam, ninguém sabe o que fazer, nenhum efeito será posto na hora certa. Um diretor experimentado deve se preparar para esta eventualidade. Muitos espetáculos são postos ao público sem o ensaio geral. Muitas vezes, o ator pisa no cenário pela primeira vez na hora do espetáculo e veste a túnica romana no momento de entrar em cena. Muitos atores descobrem que aquele rompimento por onde saía com toda a facilidade agora tem uma porta, e aquele gesto largo e pleno não pode mais ser feito porque as mangas da sua casaca não mais permitem tal movimento. Não devemos, portanto deixar para o ensaio geral uma sobrecarga de trabalho. Se a produção foi cuidadosamente planejada, teríamos que prever ensaios para a roupa e para o cenário. Se uma vestimenta não estiver ajustada, não será no ensaio geral que iremos consertar. Não haverá tempo para isso. Os tipos e caracterizações já devem ter sido feitos. Se o ator não é capaz de sozinho criar a sua maquiagem, neste ensaio geral não será o momento de aprender. O diretor já deverá conhecer a dificuldade do seu elenco e ter providenciado com antecedência um maquiador. Tão pouco neste ensaio geral será a hora de fazer modificações e correções. Existem diretores que se gabam de até no momento de abrir o pano estar inventando uma nova marcação. Este virtuosismo do diretor gera uma insegurança no elenco que porá em jogo o andamento do espetáculo. 15
  • 16. Se as roupas são complicadas de serem vestidas, e as perucas difíceis de ajustar, teremos um ensaio de caracterização tido a oportunidade de verificar as dificuldades e prever o tempo gasto para que não caia sobre o andamento da peça ou que tal mudança possa retardar uma entrada. Os ensaios gerais devem correr como uma apresentação. Muitos diretores gostam de convidar um certo número de pessoas para este ensaio. Se eles correrem exatamente como numa estréia, sem interrupção, pode ser útil a presença de um público como teste de reação. Se, no entanto estes ensaios ocorrem com interrupções, à presença do público pode ser constrangedora e constituir numa distração. O lugar do exagero Durante os ensaios o exagero pode ser útil para o ator e diretores e às vezes deve ser incentivado, principalmente pelo diretor. O objetivo do exagero nos ensaios é o de servir como um processo de clarificação da verdade. O diretor, às vezes, pode ter uma perspectiva mais clara dos limites dos atores em relação aos seus papéis. Para o ator, é útil quando unido a processos imaginativos de improvisação. É muito importante saber que freqüentemente em papéis difíceis, uma expressão verdadeira pode ser atingida através do exagero exarcebado. É o diretor que decide: ele poderá sugerir que falem mais alto, façam movimentos floreados e exagerem externamente todas as expressões emocionais. Quando o exagero é levado a este ponto, é natural que várias realidades e relacionamentos do personagem interpretado desapareçam, mas outros resultados úteis poderão ser acrescentados ao produto acabado. Você saberá quanta energia deve usar durante a representação, a dimensão de seus sentimentos, temperamento e imaginação. A força da cena e possível-mente da peça dependerá disto. É verdade que qualquer coisa é legítima durante os ensaios; no entanto, o diretor não deve cometer o erro de deixar que estes ensaios de representação exagerada passem a fazer parte do ensaio normal. O contraste entre o ensaio normal e o outro, usando o exagero, ajuda a resolver os problemas já existentes. Interessante é que atores experientes têm mais tendências a exagerar seus papéis do que principiantes. Eles percebem que a atenção da platéia está freqüente-mente centrada nos aspectos mais emocionais de um papel e tentarão obter esta atenção exagerando, se não conseguirem criar as verdades interiores do seu papel que, por sua vez, produzi-riam emoções verdadeiras. 16
  • 17. ARTIGOS PANTOMIMA Afinal, o que é Pantomima? Podemos dizer pantomima é uma espécie de teatro gestual, diferenciando-se da expressão corporal e da dança. “É a arte objetiva da mímica, de narrar histórias através do movimento corporal”. A pantomima é usada como acessório dos comediantes, cômicos, clowns, atores, bailarinos, enfim, os intérpretes. Na pantomima os artistas devem buscar a forma perfeita, a estética da linha do corpo, pois através do gesto se dirá tudo o que a pantomima está na habilidade adquirida pelo artista mímico em se transfigurar no ato da interpretação, passando à platéia emoções, sentimentos, sensações... È uma das artes que exige 100% do artista para que ele receba 100% de retorno, ou seja de atenção do público. Devemos procurar fazer o melhor para Deus, buscando sempre a perfeição.Jesus chamou e capacitou seus discípulos para um ministério, Jesus chamava a atenção das pessoas. A mímica tem sido utilizada como meio de evangelismo e até sendo mais usada que o teatro. A mímica exige do artista estar com sua mente ligada, atenta, concentrada a fim de transformar aquele objetivo invisível através do processo de imaginação. HISTÓRIA DA PANTOMIMA A pantomima atual é resultado de mais de 5.000 anos de especialização. Suas origens são religiosas como também as do próprio teatro dramático. Nas diversas civilizações antigas e primitivas onde os sacerdotes usavam expressões corporais para transmitir sensações do divino, narrando epopéias, revelando assim características pantomímicas. Esta semente pantomímica e ´encontrada nos rituais egípcios, hindus, sumérios e gregos. O QUE UTILIZAR QUANDO TIVER FAZENDO MÍMICA 1. VESTUÀRIO: roupa leve que facilite os movimentos, que chame a atenção do público: 2. CORPO: postura adequada para iniciar os movimentos e expressões, ter um bom condiciona- mento físico a fim de terminar a mímica como começou; 3. FTGURINO:é importante caracterizar o personagem conforme roupa e cor. Atentando somente para o comprimento e decotes nas roupas, o figurino ainda irá dizer o que é o personagem antes mesmo que esse faça algum movimento; 4. ADEREÇOS: eles são importantes para o aperfeiçoamento da representação em cena, mas não são obrigados, uma vez que o mímico pode representar tais objetivos e ainda mesmo que esse faça algum movimento; 17
  • 18. 5. SONOPLASTIA: um bom cd é indispensável durante a apresentação, tanto para o mímico que irá aproveitar todos os recursos que a música oferece como para o público que entenderá tudo o que diz a música. As músicas mais indicadas para pantomima são aquelas que tenham uma letra edificadora e muitos recursos para as expressões mímicas. IMPORTANTE: o ator mímico precisa conhecer e estudar o corpo, treinar constantemente expressões de alegria, choro, dor, desespero, felicidade...O ator tem que expor seu lado ridículo a fim de liberar tais emoções e sentimentos. Deve-se usar a sensibilidade e conhecer a importância daquele personagem. ARTIGOS oTEATRO COMO PARTE DO SERVIÇO DE LOUVOR Quando as pessoas pensam no teatro, elas quase sempre pensam em um drama completo no palco. Entretanto, o teatro em uma forma menor, pode completar o Serviço de Louvor de maneiras valiosas. Uma maneira pela qual estas apresentações podem significantemente contribuir para o Serviço de Louvor é ajudar a aproximar a mensagem da vida das pessoas. Algo falado no estilo de diálogo está mais próximo da maneira que nós normalmente falamos e pensamos do que algo escrito e lido em estilo de "ensaio". Conseqüentemente, o diálogo falado tem o potencial de tocar diretamente uma pessoa de maneira profunda. Também, a apresentação do diálogo é percebida como um tipo de testemunho. Se o desempenho se dissolve no ser, então a pessoa falando está realmente se comunicando com a congregação. Outra maneira envolve a expressão. Formas menores de teatro têm o potencial de serem altamente emocionantes e espiritualmente expressivas e profundas para tocar o interior das pessoas. A extensão de tempo não é necessariamente um fator para criar uma experiência de sucesso. E finalmente, usar uma forma menor de teatro para ajudar no Serviço de Louvor oferece um ponto de vista único na mensagem. A ilustração é alcançada através de vários e diferentes métodos tais como a expressão vocal, movimento físico com diálogo, mímica ou dança. Apresentar uma mensagem de maneiras diferentes ajuda na comunicação com as pessoas. Todos estes fatores ajudam a enriquecer a experiência do Louvor. A chave para aproximar qualquer peça teatral menor do público, baseia-se em usar as mesmas técnicas gerais usadas para aproximar um drama completo, porque os elementos do drama devem ser similares. A pessoa que apresentará a peça deve estudar e analisar o roteiro, seja longo ou curto, para obter entendimento acerca do personagem. O tema deve estar claro para o ator, assim como também a estrutura da peça. Se um diálogo ou um monólogo for apresentado, então o ator ou atores deve dispor de mais tempo para memorizar e ensaiar a peça. Os princípios de direção também se aplicam, não importa quão pequena seja a apresentação. Aspectos técnicos tais como: vestuário, iluminação e cenários devem ser adaptados para que possam ser bem utilizados. O objetivo é apresentar algo significativo em que se possa acreditar, não algo "dramático". As possibilidades de usar o teatro para dar suporte ao Serviço de Louvor, são infinitas. O potencial de uma peça de 5 minutos dentro do louvor pode tocar as pessoas de maneira inspiradora. A qualidade é sempre um fator. Para que possamos criar uma experiência para os outros, é preciso conectar as pessoas ao significado, à emoção e ao espírito, pois uma qualidade pobre inibe a experiência. Isto requer disciplina e tempo. Nós aprendemos a fazer teatro, fazendo, e para fazer precisamos entender bastante sobre como e porquê esta forma artística se conecta ao nosso profundo interior. Três fatores chave estão envolvidos no esforço da busca da qualidade: 1) Entender o objetivo e o foco. 2) Ter tempo para ensaiar e explorar as diferentes maneiras de expressar durante o processo de ensaio. 3) Ter concentração e comprometimento. Arrisque-se em utilizar diferentes tipos de teatro como complementação do serviço de louvor e descubra o que toca as pessoas da congregação. Primeiro cresça em expressão vocal, e depois 18
  • 19. em expressão física. A qualidade aumenta com o tempo. Além disto, arrisque-se a usar caminhos que você ache desafiadores e que as pessoas acharão inspiradoras. A qualidade do teatro como louvor não significa necessariamente que a apresentação expresse sentimento ou poesia. Também não significa que os personagens irão se assentar e falar sobre Cristo. Entretanto, os elementos do evangelho são forças não vistas permeando a peça, não importa se ela seja grande ou pequena. Esforçar-se para falar ao povo de hoje sobre Cristo, tem um grande valor, mas muitas vezes nós escolhemos peças que falham neste sentido. Uma apresentação dramática de qualidade é aquela que tem seu foco na compaixão e no entendimento dentro da difícil situação da vida diária de cada um de nós. A propriedade do momento é importante quando se usa o teatro suplementar como parte do Serviço de Louvor. A equipe deve sempre estar sensível com relação ao louvor. Por exemplo, usar o teatro durante o serviço cujo foco é o sacramento não deve ser apropriado. Porquê? Por que a natureza do teatro deve coincidir com o objetivo de um serviço de louvor e vice-versa. O teatro é principalmente uma ferramenta de testemunho que dá ênfase ao nosso relacionamento com o nosso mundo. Um serviço de comunhão dá ênfase ao nosso comprometimento pessoal e espiritual com Jesus Cristo. O foco deve ser mantido não somente no comprometimento, mas também no próprio sacramento. O principal meio de expressão, nas peças de teatro complementar assim como no próprio teatro, é a própria pessoa. A pessoa é o principal instrumento de expressão. Por causa deste foco a expressão ajuda a melhorar a personalidade. Por causa da sua própria natureza, a expressão conecta uma pessoa à outra pessoa. Ambos, o ator e a congregação participam da experiência com o objetivo singular de adorar a Deus. Com todos estes fatores em mente, você pode começar a escrever uma pequena apresentação dramática para complementar o serviço de louvor. 19
  • 20. ARTIGOS ...E O MINISTÉRIO DE DANÇA? O ministério de dança tem crescido no que diz respeito ao surgimento de novos grupos de danças em grupos de oração. É considerável a quantidade de jovens que estão evangelizando através da dança. Em muitos grupos da RCC, por exemplo, há jovens que se reúnem freqüentemente para ensaiar coreografias de músicas para apresentações em diversos ambientes e ocasiões. Muita vezes não são um ministério organizado com uma estrutura já edificadas até por que não se tem dado a formação e assistência profissional por diversos motivos, resultando muitas vezes no tão conhecido improviso. Sabemos que nossos ministérios de dança têm procurado fazer o melhor possível e Deus tem correspondido com misericórdia e muitas bênçãos. Temos visto o público se emocionando e aplaudindo quando uma equipe de dança se apresenta nas Missas, encontros, etc. vemos no povo expressões felizes que mostram claramente aprovação e aceitação desta maneira de passar a mensagem. Por outro lado a dança tem atraído jovens para Jesus através do engajamento no ministério (é dando que se recebe). A dança tem o grande potencial de evangelização por que é algo que chama a atenção das pessoas principalmente dos que estão dispersos na assembléia. Quando é anunciado uma apresentação de dança, as pessoas param e silenciam, criando assim um ambiente de expectativa, propício para um anuncio eficaz da mensagem. Percebemos o olhar atento das pessoas e uma abertura de coração que escuta e mergulham na letra da música que está tocando ao fundo, é como se pudesse “ver” a canção. Muitos ministérios têm crescido na missão e muitas vezes são chamados a dançar em outras paróquias, grupos, cidades etc. isto serve como impulso para equipe e motivação para o surgimento de novos ministérios de dança. POR ONDE COMEÇAR UM MINISTÉRIO DE DANÇA Talvez não exista fórmula certa com passos ou um caminho já pronto, pois as coisas do Senhor são sempre renovadas e por mais experiência que alguém possa ter jamais poderemos saber o “muito” ou o “tudo”, sempre estaremos aprendendo na própria caminhada. É caminhando que se aprende a caminhar é dançando que se aprende a dançar. No entanto pode-se ajudar através de algumas dicas, exercícios, oficinas, formação, etc. Quando sentimos um chamado para uma missão primeiro é preciso que haja alguns questionamentos para que se tenha um discernimento, e então sabermos se realmente é chamado de Deus. Por exemplo: - Estamos tendo vida de oração e sacramental? - Estamos unidos e firmes na caminhada no grupo de oração? - As pessoas que pensamos para formar o ministério de dança, como estão? - Queremos dançar por que gostamos e achamos bonito? - Queremos dançar e pregar com a nossa dança? - Há tempo suficiente para nos reunirmos semanalmente para oração formação e ensaios? - Qual é a opinião da coordenação do grupo de oração? - Quem vai nos ajudar a ensaiar? Estas e outras perguntas devem ser feitas e depois orar constantemente em busca de resposta, se for realmente um chamado de Deus, Ele irá confirmar através dos sentimentos, Leitura da 20
  • 21. Bíblia e através dos irmãos. Lembramos que o ministério de dança é uma célula do grupo de oração e precisa está em plena unidade com a coordenação do grupo. Daí em diante é se reunir, cultivar a vida de oração, adquirir algum material de apoio para saber mais sobre o assunto (formação), fazer exercícios, ensaiar bastante e deixar Deus guiar a missão. - ARTIGOS SINCRONIA NA DANÇA CATÓLICA Vamos tratar de algo muito importante para quem evangeliza com a dança: sincronia. Não quero falar disso como alguém que é “expert” no assunto, mas como alguém que tem uma visão crítica e um profundo desejo de ajudar os ministérios de arte na RCC. Se você está lendo este artigo é por que faz parte do ministério de dança ou no mínimo se interessa pelo assunto. Pra começo de conversa quero lhe fazer algumas perguntas interessantes: Você alguma vez assistiu um filme ou um documentário no qual você viu centenas ou milhares de soldados todos enfileirados numa aparente perfeição de ordem? Você já teve a oportunidade de ver um espetáculo de dança na televisão ou num teatro que todos os dançarinos pareciam acertar em tudo? Você já assistiu musicais de street dance (dança de rua) na televisão que os dançarinos pareciam cópias uns dos outros? Pois é, que bonito! Você também já viu um ministério de dança se apresentando e começando com alguns componentes atrasando os movimentos? Você já viu um ministério de dança se apresentando e os componentes olhando um para o outro com medo de errar? Você já viu que um desce antes dos outros? Mão fechada quando deveria está aberta? Um vira primeiro? Um braço mais alto que os outros? Alguns sorrindo outros sérios? Um espera pelo outro e se atrapalha? E outras coisas? Se você já viu isto acontecer com algum ministério de dança, se você dança pode ter acontecido com o seu ministério e talvez tenha sido com você e ninguém falou nem você percebeu. Existe uma certa afirmação que diz: “Quem está fora ver mais do que quem está dentro”, no ministério de dança é bem verdade. Este erros são muito comuns nos ministérios de dança, que embora se esforcem, ensaiem, orem, continuam acontecendo. Ao refletirmos sobre isso surge logo em nosso interior uma pergunta: O que fazer para melhorar? Lembramos que estes erros embora muitas vezes graves não são muito comentados por que o público não é muito exigente e por não criticar de maneira construtiva em alguns casos contribuem para que o ministério não corrija seus erros. Pelo lado espiritual a evangelização acontece por ser obra do Espírito Santo e por Deus ser perfeito agindo nas nossas imperfeições, mesmo que o ministério erre bruscamente o povo terá no mínimo um sentimento de pena (... o que vale é a intenção de acertar, dirão). Por mais que alguém erre procurando acertar estará em crescimento, a ação de Deus não dependerá de uma apresentação “perfeita” mais de corações abertos a ação de sua graça. Pelo lado técnico nós sabemos que não podemos ficar dando desculpas aos nossos “errinhos” e continuar dançando de qualquer Jeito, não para que o ministério de dança seja o melhor e sim por que estamos servindo ao Rei e Senhor Criador das coisas mais lindas e perfeitas, é para Ele, Nele e por Ele. Isso é suficiente para que haja mais interesse e esforço por parte de toda equipe. Um esforço em buscar saber mais, orar mais, doar-se mais, treinar, ensaiar, ensaiar, ensaiar... Cada membro do ministério de dança precisa entender que ele não é apenas alguém que apenas dança na igreja, no grupo etc. ele é um pouco mais: a dança cristã o transforma em mensageiro 21
  • 22. do evangelho de Jesus Cristo, seu corpo, seu sorriso, seu olhar suas mãos, seus gestos todo o seu ser passará a ser instrumento de Deus, tão eficaz quanto a palavra que sai da boca de um pregador ungido. Se a dança for apresentada de maneira correta e ungida, não serão apenas um grupo de dança e sim ministros do Senhor. Pois estarão mais que dançando estarão pregando através da dança. O ministro de dança ungido em cada movimento transmite o poder do Espírito Santo é como se saísse flechas que rasgam os corações abrindo espaço para Deus agir. Bem, vamos voltar ao nosso tema. Acredito que já deu pra perceber o quanto seu ministério é importante para Deus e para a Igreja, por isso mesmo será preciso cuidar melhor dele. O QUE É SINCRONIZAR? (No dicionário) Sincronizar = 1. Narrar sincronicamente. 2. Agir com sincronismo. 3. Combinar ações ou exercícios para o mesmo tempo. Não será preciso explicar muita coisa depois de ter refletido sobre aquelas perguntas no início e relaciona-las ao que diz o dicionário. Estamos falando de melhorar os gestos, passos, e expressões e movimentos. ALGUMAS DICAS SOBRE A CRIAÇÃO DOS MOVIMENTOS E APRESENTAÇÃO DA DANÇA: - Ore, apascente seu coração e sua mente; - Faça alguns exercícios de alongamento; - Faça exercício de respiração; - Ao criar os movimentos observe os detalhes (mãos, dedos posições dos pés, pescoço, inclinação da cabeça etc.); - Para a memorização de alguns movimento dê número a seqüência; - Repita cada seqüência lentamente sem a música (câmera lenta) explicando a posição das mãos, pés, etc. - Divida a apresentação em várias partes dando-lhe número (Parte 1, parte 2, parte 3...); - Não tenha pressa para criar os movimentos, principalmente quanto for difícil; - O coordenador não deveria participar da dança a não ser que tenha alguém na equipe responsável para conduzir os ensaios. Se ninguém coordenar os ensaios de fora será impossível ver e corrigir os pequenos erros; - Aceite as sugestões da equipe, mas só ponha em prática o que ficar bom; - Evite movimentações no chão, pois em alguns dos lugares onde possivelmente irão apresentar a dança não terá palco, impossibilitando a visão de quem está longe; - O coordenador da equipe deve escolher alguns dos membros para ajudar na criação dos movimentos; - Se perceber que um determinado movimento pode fazer a equipe se atrapalhar na apresentação deve substituí-lo por outro; - Observar o posicionamento e a distância entre cada um; - Observar o posicionamento e movimentação da cabeça e expressão facial; - Insistir em sincronizar os movimentos, repetindo várias vezes até todos igualarem os detalhes; - Observar a altura de cada pessoa distribuindo da melhor maneira possível; 22
  • 23. - Observar cuidadosamente a postura do corpo; - Ao fazer o ensaio completo faça exercício de congelamento (Ao perceber erros o coordenador bate palmas e todos param na posição em que estão). Volta tudo de novo e pare quantas vezes for necessário; - Treine a escuta: observe na música: as batidas, mudança harmonia, letra da música, etc. e encontre ponto que marcam a mudança do movimento, Por exemplo: ao dançar ouvindo e cantando, ao iniciar determinada palavra da letra da música corresponde a 3 > 2 (parte 3 movimento 2); - Conheça bem a música para não cometer equívocos; - Evite muitas repetições de movimentos, se repetir o refrão crie outros movimentos; - Faça variações na velocidade dos movimentos (lento, médio, rápido, parado etc.); - Após os movimentos corporais treine os faciais (olhar, semblante, sorriso etc.); - Antes da apresentação fazer exercício de relaxamento e aquecimento de voz (se for cantar durante a dança); - Evite maquiagens exageradas ou roupas com cores muito chamativas para não tirar a atenção do conteúdo principal da dança; - As roupas e calçados devem ser relacionadas ao tipo de dança, época, e a mensagem da dança; - Se for convidado a apresentar em um local desconhecido deve-se procurar saber o espaço disponível. Não apresentar se não houver espaço suficiente; Outras dicas poderão ser acrescentadas a estas dependendo da realidade de cada ministério, (local, tamanho, missão etc.). O importante é que o responsável e toda equipe se preocupem em apresentar uma dança sincronizada e bem apresentada. Cabe aqui um ligeiro comentário sobre: Pés – Os pés precisam ser além de suave, firmes ao tocar o chão, buscando cada vez mais equilíbrio e sutileza, em movimentos rápidos ou lento procure distribuir bem o peso sobre os pés na medida que for se movimentar. Pelos pés do ministro de dança os passos de Jesus e de seu povo. Cuide bem, santifique seus pés. Mãos - Ao mover as mãos lembre de Maria, lembre de Jesus (suavidade e expressão: de dar, de sentir, de receber, de sofrer, de sorrir, de viver, de dormir, de acordar...) Pelas mãos de Jesus há cura, há libertação. Pelas mãos do ministro de dança os sinais da presença ungida e misteriosa de Deus. Cuide bem, santifique suas mãos. Olhar – Bastava um olhar de Jesus e as pessoas se sentiam amadas e queridas, através do olhar podemos expressar diversos sentimentos, bons e ruins. A dança atrai a atenção de toda assembléia e nisso é criado um ambiente propício ao amor. Como Jesus olharia se estivesse no lugar do ministro de dança? Viva e se apresente de tal modo que o seu olhar tenha o poder de amar. Ao se apresentar estando de frente para o povo evite olhar para as pessoas individual- mente olhando nos olhos das que estão mais próximas, olhe mais além, no meio do povo como se o público fosse uma só pessoa. Não esconda seu olhar nem faça expressões bruscas ou triste a não ser que seja parte da apresentação. Pelo olhar do ministro de dança Jesus quer contemplar e amar seu povo. Cuide bem, santifique seus olhos. Sorriso – Por traz de um sorriso há mais do que podemos ver, embora não demos o devido valor ao ato de sorrir. No sorriso verdadeiro há cura, paz e muito mais. Ao apresentar um dança mostre que você é feliz mesmo que esteja passando por alguma dificuldade, mostre que Jesus é o Senhor da sua vida. Esteja em Deus e Ele sempre porá um sorriso verdadeiro em seus lábios, principalmente durante a evangelização, pois é sua missão. Não exagere com risadas ou 23
  • 24. gargalhadas, apenas esteja demonstrando felicidade. Pelo sorriso do ministro de dança Jesus transmite sua alegria. Cuide bem, santifique seu sorriso. Ao cantar durante a dança se prepare e se cuide. Vá em frente! ARTIGOS A DANÇA NA ADORAÇÃO "Davi dançava com todas as suas forças diante do Senhor, e estava Davi cingido de uma estola sacerdotal”, II Samuel 6:14. No Israel de Deus – passado e presente – é comum que o povo expresse seus sentimentos através das artes, sendo a dança um grande instrumento de comunicação. Portanto, a dança nunca foi algo “escandaloso” para o povo de Israel, nem tampouco para os outros povos do médio e extremo-oriente. Esse movimento não é nenhuma novidade e sempre fez parte das comemorações cristãs. O preconceito em relação à dança é um problema cultural. Ao longo dos anos, alguns valores foram deturpados. Como, por exemplo, a questão do homem dançar estar associada à sua sexualidade. Há organizações tribais, como os índios e os aborígenes, em que só eles podem dançar. Já na Bíblia, observamos que os hebreus dançavam, sem distinção de sexo. A idéia do corpo ligada ao pecado e os gêneros que trouxeram vulgaridade também contribuíram para esta aversão aos movimentos. Os grupos de coreografia têm invadido as igrejas e daí surge um questionamento. Qual o propósito desse trabalho? Qual o seu significado na adoração? Isabel explica que a música, a dança e o canto fazem parte de uma totalidade que ela denomina como Tabernáculo da Adoração. Cada uma dessas linguagens tem um significado: na música é a sonoridade, a harmonia dos instrumentos; no cântico, são as palavras; e, na dança, é a imagem, o movimento. “Toda arte tem a mesma importância, mas só tem valor se salvar, curar, restaurar e edificar”, ensinar. E no caso da dança, a unção vem pelo movimento. Não se trata de um adorno para enfeitar o púlpito da igreja. A verdadeira adoração é contagiante. “Quando uma pessoa está adorando verdadeiramente com danças pode influenciar as pessoas que estão assistindo de modo que estas comecem a adorar também. Já presenciei situações como estas”, conta Ramon. O grupo de Isabel é um exemplo dessas experiências. Em sua última ministração, na Vigília de Bento Ribeiro (RJ), ela conta que pessoas foram curadas, libertas e restauradas. As ministrações têm sido feitas com traje vermelho porque representa o sangue de Jesus. Dentro dessa visão, eles têm visto grandes coisas acontecerem. No momento em que o grupo estava dançando, pontos de luz na mesma cor brilhavam na parede do local. "Um irmão me mostrou uma foto que foi tirada no momento, onde ficou registrado aquele fenômeno sobrenatural. A ministração pode ser feita de duas maneiras. Através da dança pré-estabelecida e a espontânea, que pode ser comparada à música. Nós cantamos uma canção ensaiada ou ministramos com cânticos espirituais. O mundo chama de improvisação, mas cremos na inspiração do Espírito Santo. Para Isabel, há momento para os dois, assim como no louvor. “É Ele quem nos conduz a uma dança profética”, conclui. Outra diferença é dança do altar e a do banco. No altar, você tem o compromisso de ministrar ao povo, de levar a igreja à adoração. Já no banco, é um relaciona-mento exclusivo entre você e Deus. Por isso, a vida e o caráter do ministro deve ser tratado antes de estar à frente da igreja. A adoração é uma atitude interior e não exterior. Esse ato pode ser completo sem a dança, sem a música e sem o canto. Essas expressões são veículos de louvor a Deus. Não podemos usar esses meios como fórmulas para se chegar ao altar do Senhor. Mas também não podemos restringir a dança a apresentações, a não ser que seja uma peça ou ensinamento para a igreja. Se 24
  • 25. entendermos a dança como parte do louvor, poderemos usá-la com mais sabedoria para atravessar o Santo dos Santos. Ninguém é mais espiritual por usar uma ou outra linguagem. Utilize tudo o que você tem para ser um daqueles adoradores que o Pai está procurando. Temos que viver em novidades de cântico, movimento e palavras, mas sempre conduzidos pelo Espírito Santo. - Juliana Dias – ARTIGOS DANÇA, UMA CELEBRAÇÃO! Tanto nas culturas como nas civilizações antigas, a dança era uma maneira importante de expressar sentimentos profundos da alma humana. Como todas as forma de arte, as danças têm o poder não apenas de expressar emoção, como também provocá-la, tanto na pessoa que dança quanto na que observa. Como mostra a história da filha de Herodias (Mc 6: 17-28), a dança pode facilmente ser mal usada quando se torna um instrumento de poder sensual, em que a principal finalidade é a auto- satisfação ou o despertamento da luxúria no outro. Jô adverte sobre as pessoas que ficam tão ocupadas dançando e se divertindo que não querem servir ao Senhor. (Jô 21: 11-14). Na Bíblia, a dança foi usada para expressar alegria e louvor ao Senhor (II Sm 6: 14; Sl 149: 3; 150: 4; Jr 31: 4-13). Dançar foi parte da comemoração pela volta do filho pródigo à casa do pai na parábola que Jesus contou sobre o filho perdido (Lc 15: 25). O povo hebreu usava a dança para celebrar a glória de Deus e suas maravilhosas obras. Davi dançou diante de Deus em uma alegre comemoração na volta da arca à Jerusalém. Os tipos de danças exuberantes, quando descritas na Escritura, estavam sempre ligados às mulheres (Ex 15: 20-21; Jz 21: 9-21). Elas o fazem sozinhas ou em grupo, mas em uma aparece homem e mulher juntos, sendo sempre espontânea e sem coreografia predeterminada (I Sm 18: 6). Uma expressão genuína de prazer espiritual (Sl 30: 11-12). De qualquer forma, todos os cristãos são responsáveis diante de Deus em ter uma vida Santa, sem comprometimentos morais (Rm 14: 21; I Co 6: 19-20; Gl 5: 16; I Ts: 3-8) e com diligência para glorificar a Deus em todos os momentos da vida. Há também outros tópicos que podem ser descritos neste assunto, pois também são essenciais para a excelência na dança: > Celebrações e festas: (Ex 12); > Criatividade: (Cl 1); > Fruto do Espírito: Alegria: (Rm 15); > Pureza sexual: Santidade: (I Co 7). Para finalizar, creio que este versículo é fundamental: “Então a virgem se alegrará na DANÇA, e também os jovens e os velhos; e tornarei o seu pranto em alegria e os consolarei, e transformarei em regozijo a sua tristeza”.(Jr 31:13) - Cátia Espíndola – 25
  • 26. DICAS PARA MONTAR UM TRABALHO DE TEATRO Temos recebido muitos pedidos de dicas para se formar um grupo de teatro para evangelização. Abaixo, vamos contar pra você o que aprendemos durante este ano e meio de existência, mas, lembre-se, que o grupo tem suas próprias características locais. Portanto, tenha sempre em mente que tipo de trabalho pretende fazer e com quem você pode contar. Partimos do princípio que sua comunidade não possui profissionais de teatro e, como nós, pretende-se partir do zero. Estamos torcendo para que nossa experiência colabore com seu projeto! O texto Para a primeira montagem, escolha um texto conhecido (nós utilizamos a Paixão de Cristo) porque isso facilita na visualização das cenas e na memorização das falas. É importante lembrar aos "mais nervosos" que, quem está assistindo não tem o texto na mão e nem o decorou também. Quero dizer que, o mais importante não é gravar literalmente o texto, mas passar a idéia da cena, deixando o "gancho" para quem você contracena. Claro, no caso da Paixão, existem palavras-chaves que não podem ser esquecidas, por exemplo, caso resolvam incluir a cena da Última Ceia, quem faz o papel de Jesus não deve substituir "Tomai e comei todos vós... este é o meu Corpo, que é dado por vós para o perdão dos pecados (...)" Mas isto não é problema para quem assiste às missas devidamente ! Se o grupo é muito pequeno, uma sugestão é montar um Auto (este é o nome dado às encenações que se objetivam evangelizar) mais curto, onde o próprio texto não tem peso na mensagem final, podendo as falas serem substituídas pela narração (o narrador é um grande aliado nestas peças). Quando escrever uma história sobre drogas, violência, família, vocação etc. procure colocar algum humor, isso prende a atenção e desperta simpatia pelo seu trabalho. E, na medida do possível, use finais felizes. Procure não "chocar" quem está assistindo, o mundo já anda muito "chocante". Quem vai a Igreja procura consolo e esperança. A inspiração para o texto pode vir de diversas formas, tipo uma adaptação do texto bíblico, uma música, o texto base da Campanha da Fraternidade, um Documento da Igreja, a história de um santo, uma enquete. Existe ainda o chamado "Teatro Invisível", quando os personagens encenam a peça em meio ao público, simulando um fato cotidiano (uma discussão, uma conversa, um encontro inesperado etc). Os personagens podem ainda interagir com a platéia. Fica por sua conta! As roupas O cuidado com as roupas também é fundamental: evite roupas amassadas ou manchadas (a não ser quando o personagem pede), cuidado para que em peças de época, como a Paixão de Cristo ou o Nascimento de Jesus, os atores não entrem de relógio de pulso, óculos, tênis etc. Apresente o texto sempre ao Pároco. Ele deve dar a aprovação final e estar ciente do que vai acontecer. Ele pode contribuir de forma valiosa com o grupo. 26
  • 27. Uma das facilidades de se montar uma peça bíblica é o vestuário. Nada que dois lençóis lisos e uma corda não resolvam. É claro que é provisório, uma montagem maior deve ter uma produção melhor... Mesmo assim, uma costureira ou alguém com habilidade pode confeccionar um "roupão" (duas mangas compridas com uma veste até os tornozelos) rapidamente. O manto fica por conta de um pedaço retangular transpassado sobre o roupão. As meninas usam o véu sobre a cabeça, presas por grampos ou um elástico costurado. Para complemento: sandálias ou descalço, bolsas de pano, cajados, bilhas etc. Na dúvida, observe as imagens dos santos ou de Jesus e Maria. Uma dúvida comum é em relação as cores... Jesus sempre de manto vermelho e veste branca, Nossa Senhora segue o enredo da história... Por exemplo, no Auto da Paixão, utilize as cores da imagem de Nossa Senhora das Dores... Ah, se a história que você vai montar se passa na atualidade, não tenha dúvidas em usar as roupas de nosso cotidiano, com atenção para que estas roupas não chamem mais a atenção do que a história, claro. Lembramos que as roupas usadas no início do cristianismo, eram túnicas compridas e mantos, que devem ser arrumados de forma criativa. Tenha o cuidado de não repetir muito as cores e não usar tecidos novos e brilhantes. O Local Em nossa comunidade, o Padre costuma autorizar a utilização da parte baixa do altar (frente) para as encenações, que na maioria acontecem na missa após o canto de Ação de Graças, antes da benção final. Pode-se utilizar o espaço da homilia também, depende do celebrante. Mas já encenamos também nas ruas (as estações da Via Sacra), nas escadarias (frente do Templo) e em praças. Use a imaginação, muito poucas paróquias possuem um espaço próprio para peças (um teatro, com palco, cortinas etc). Quando preparar o texto, isso também deve ser considerado. O tamanho do espaço vai ditar a quantidade máxima de pessoas (personagens) em cena. Postura nos Ensaios e em Cena Isso também é muito importante. Ao selecionar as pessoas para os papéis de seu Auto, observe, além da aparência, o interesse e a disciplina. Existem algumas regras básicas que não podem ser esquecidas, para que a peça atinja seus objetivos. Por isso, o grupo que está envolvido deve ser homogêneo (todos com o mesmo objetivo: evangelizar) e com diversidade de dons. Os ensaios devem iniciar pontualmente, mesmo que não estejam todos presentes, isso mostra a seriedade do trabalho. Os encontros não devem ser chatos, maçantes, pode-se utilizar uma dinâmica inicial, para se integrar o grupo e colocar todos à vontade (antes da dinâmica e no encerramento do ensaio, SEMPRE faça oração, de preferência com todos de mãos dadas, pedindo a intervenção de Deus em cada decisão tomada. - Uma curiosidade: a Padroeira do Teatro e da Música é Santa Cecília). Na hora de atuar (mesmo nos ensaios): O personagem deve se posicionar sempre de frente para quem assiste, mesmo em um diálogo, não se fica um de frente para o outro, mas um meio termo, lateralmente, ficando o mais frontal possível para a platéia. Evite o máximo ficar de costas, este é um erro muito comum. Trabalhe a impostação da voz, ela deve ser alta e clara, com emoção. Não leia o texto, mas o transmita. Pessoas tímidas geralmente tem muita dificuldade nisto. Use dinâmicas para trabalhar este problema. Decore os textos o mais depressa possível, assim, pode-se corrigir as suas falhas e adaptá-lo melhor ainda ao que se pretende fazer. Não deixe para cima da hora. Quem dirige a peça deve aceitar sempre sugestões, mas não deixar que o trabalho fique descaracterizado. Mantenha o controle sobre o texto e sobre o que está acontecendo em cena. Lembre-se de que cada um tem uma concepção diferente, um ponto de vista diferente... isso pode dispersar o grupo e prejudicá- lo. Repita tudo até ficar da melhor forma. Se usar músicas, coloque uma pessoa exclusivamente para fazer isso, inclusive fazendo as marcações de cena com elas. Com luzes, a mesma coisa. Mantenha um certo "mistério" sobre a peça, não divulgue o texto e peça aos envolvidos para 27
  • 28. fazer o mesmo. Use um local reservado para os ensaios, isso é para despertar o interesse e a curiosidade da comunidade, para prestigiar o dia da "estréia". Sempre, ao fim da peça, agradeça a todos que colaboraram, não esquecendo de ninguém, princi- palmente de DEUS. DICAS PARA APRESENTAR UM TEATRO DA FÉ Oração constante e sempre pedir a direção a Deus: o que apresentar, Qual o lugar e para quem. Ter um ministério organizado, que tenha testemunho de vida, pois sem ele as pessoas não serão convertidas. Ensaiar, ter tempo disponível para decorar texto, obedecer ao diretor, ser paciente nos ensaios. Não apresentar com roupas inadequadas (curtas, transparentes, etc), não usar palavrões nas peças. Falar alto em encenações, porque não convém usar microfones, a não ser que o lugar seja muito amplo. Sempre procurar fazer oficinas, laboratórios e encontros de formação. Ter o dom, pois não somente pessoas extrovertidas que podem fazer teatro, mas aquelas que fazem com amor e dedicação. Ter dedicação, o ministério não compete somente ao coordenador conseguir materiais para o ministério, mas a todos. Ser servo de Deus e não confundir com ator que faz novelas, filmes e teatros do mundo, pois as técnicas são parecidas, mas fazemos para Deus e o nosso salário é almas para Deus e os atores do mundo fazem por dinheiro. Ir além com seu ministério, porque não devemos trabalhar somente em nossa Paróquia, mas nos hospitais, creches, escolas, orfanatos, asilos, favelas, ect. 28
  • 29. DICAS PARA ENSAIAR DANÇA 1. Sempre prenda o cabelo para seus ensaios. O cabelo solto ou em rabo-de-cavalo atrapalha o desempenho (pois pode cair nos olhos, na boca). É aconselhável fazer um coque. 2. No ensaio você deve se esquecer de tudo e prestar bastante atenção à coreografia. Deixe o relógio em casa. Ficar olhando para o relógio toda hora é tão desconfortável! É preferível também que não use cordão ou brincos, pois eles em certos momentos atrapalham a concentração. 3. O vestuário básico para o ensaio é uma calça e uma camisa (de preferência regata) de tecido maleável para facilitar os movimentos. A Sapatilha é insubstituível, pois facilita o movimento dos pés alem de evitar que você os machuque. 4. Procure não se atrasar para chegar ao ensaio. Além de ser meio sem graça, você pode perder alguns exercícios de alongamento, o que não é bom. 5. Se na hora que você chegar estiverem dançando alguma música espere até o final dela para começar a ensaiar. Assim você se alonga um pouco e não atrapalha quem está dançando. 6. Converse o mínimo necessário enquanto estiver sendo passada uma coreografia. Mas também não é para ficar feito múmia, sem nada falar. É legal comentar algumas coisas, que tornam o ensaio mais descontraído e mais divertido. 7. Fique bem atenta às correções das suas colegas, mesmo que não seja com você. Além de ser interessante ficar por dentro de tudo, você pode acabar percebendo que está cometendo o mesmo erro da pessoa. 8. Sempre, sempre procure ir além do que você foi no ensaio passado. Não se conforme com o que já conseguiu, queira sempre, sempre mais. Se não consegue, Deus te capacita. Em algum tempo você verá que progrediu naquilo que você se empenhou. 9. E uma a coisa muito importante... Ao dançar, mesmo no ensaio ministre adoração à Deus. OBS: Não se esqueça da expressão, pois as vezes por estar no ensaio você acha que não precisa estar expressiva, mais lembre-se mesmo no ensaio você está adorando a Deus e o que você faz no ensaio você acaba fazendo na hora da ministração. 29
  • 30. DICAS PARA APRESENTAR A DANÇA 1. Chegue com antecedência antes de qualquer ministração, pois assim você terá tempo de orar, se vesti, maquiar e alongar. Sempre, em qualquer dança, se alongue antes de ministrar. Faça exercícios de alongamento para tudo, panturrilhas, coxas, braços, costas, abdômen, enfim, tudo essencial ao seu bom desenvolvimento e para evitar lesões . Se você for dançar na ponta dê uma atenção especial ao alongamento do pé. Faça tudo isso para não acabar a ministração cheia de dores. 2. Se alongue com uma com própria para exercício (a que você usa para ensaiar), não com a roupa de ministrar. Há o perigo de ela sujar ou rasgar, o que é extremamente inconveniente. Além disso, a roupa de ministração te limita a fazer certos exercícios de alongamentos. Chegue cedo ao local da ministração para se alongar bem. 3. Ensaie no local preparado alguns passos que você considera mais difíceis para se acostumar com a delimitação e a superfície onde dançará. 4. Impreterivelmente ore e busque antes de ministrar. Peça a unção do Espírito Santo e a cobertura do sangue de Jesus Cristo. Obs: Não esqueça de orar pelas pessoas que ali estarão sendo ministradas! 5. Se você está nervosa (o), com friozinho na barriga ore para que Deus te dê paz e confiança. Pense em todos os ensaios que você passou para que tudo saísse perfeito para Deus, pense que é aquela a hora, e depois de tanto esforço Deus honrará o grupo de vocês. Se não saiu tudo certo não desanime pois com a experiência e com os ensaios tudo melhorará. OBS: não se esqueça da expressão facial, pois é muito importante passar essa adoração à Deus através de você. Não adianta uma coreografia bonita, vestes bonitas se sua expressão facial é morta e sem vida, se você não à tem peça Deus. Evite dançar com maquiagem fortes e esmaltes muito escuros! 30
  • 31. DICAS PARA PREVENIR PROBLEMAS DE VOZ 1 - Evite fumar ou usar drogas - causam irritação nas pregas vocais. 2 – Não exagere na ingestão de bebidas quentes em excesso, (chá, café, chocolate, etc..). 3 - Ingira bastante água em temperatura ambiente - propicia maior hidratação das pregas vocais. 4 - Chocolates, amendoim e pipoca aumentam a secreção de muco, provocando pigarros, evite comê-los antes de exposições orais. 5 - A maçã tem ação adstringente e auxilia na limpeza da boca e faringe - favorece uma boa emissão vocal. 6 - Ao falar em público, evite roupas apertadas que prejudiquem a respiração. 7 - Evite gritar ou competir com ruídos externos (música alta, barulho de britadeiras, alto falantes, etc.). Evite falar demais ao telefone. 8 - Evite pigarros - o atrito das pregas vocais provoca irritação e descamação do tecido. 9 - Evite cantar no período menstrual - a alteração hormonal pode provocar edema nas pregas vocais. 10 - Sussurros e cochichos desencadeiam um esforço maior que o necessário para emissão de voz normal. 11 - Descanse sua voz, mais ou menos 10 minutos, após fala ininterrupta de 45 minutos. 12 - Bebidas alcoólicas anestesiam as pregas vocais, provocando sensação de poder ir além do seu limite. 13 - Mantenha seu pescoço protegido, se estiver em ambiente fechado com ar refrigerado. 14 - Evite falar enquanto faz exercícios físicos - a tensão causa esforço na fala. 15 - Relaxe a musculatura do corpo, principalmente a do tronco. • Através de exercícios técnicos, um aquecimento vocal é sempre fundamental antes de cada apresentação. 31
  • 32. 16 - Aprenda a reconhecer sua voz, novos timbres, tessituras ( tons graves, médios e agudos), partes ressonantes da máscara facial. É importante você monitorar sua voz, constantemente. 17 - Atenção às comidas super-condimentadas e gordurosas. Não fazem bem para a mucosa e prejudicam o sistema respiratório. 18 - Não é bem vista a auto-medicação via nasal. Procure antes um especialista. 19 - Cuidado com mudanças bruscas de temperatura, seja por ingestão de líquidos ou fatores climáticos. Fuja do contato próximo a ares-condicionados e ventiladores. 20 - Ao falar, não force sua tessitura vocal (tons agudos ou graves). Fale no seu tom normal. 21 - Procure, pelo menos uma vez ao ano, visitar um otorrino para uma avaliação médica. 22 - Alimentos pesados antes de dormir irritam as pregas vocais. Dormir bem é importante. Atenção: Rouquidão, dor, queimação, ardência e cansaço vocal não podem persistir por mais de 15 dias. Caso aconteça procure um médico otorrinolaringologista e um fonoaudiólogo. DICAS FIGURINO O Figurino é uma arte dentro das artes cênicas.O figurinista desempenha um papel fundamental dentro da dramaturgia, pois ele irá dar vida ao figurino e o figurino a apresentação. O figurinista deve criar os figurinos do grupo juntamente para a personalidade de cada personagem, tipo físico e a época em que será feita a obra. Além de criar o figurinista também é responsável pela supervisão e conservação das roupas. É importante lembrar que o figurino de teatro cristão é limitado, a cautela na criação é estrita- mente necessária evitando a sensualidade no palco. A criatividade é o principal instrumento de trabalho do figurinista e saiba que toda a criatividade vem de Deus. FIGURINO Observar sempre os seguintes critérios:  Tipo físico de cada ator  Personalidade do personagem  Repertório da peça  Época ( roupa, objetos, maquiagem) INFLUÊNCIAS Observar as cores, que sentimentos elas trazem.  PRETA : cor enriquecida porém, pesada. Boa para representar pecado, tristeza,solidão...Reduz a silhueta.  BRANCA: anima o ambiente mas, deve-se ter cuidado ao usa-la pois engorda, alonga a silhueta.  CINZA: entristece.  AZUL: serenidade paz porque lembra o céu mas ao mesmo tempo pode representar a tristeza, aquela que Jesus sentiu ao morrer por nós.  VERMELHA: cor quente, ideal para impactar mas, CUIDADE ao usa-la pois, ela tende o lado sensual.  AMARELA: cor que representa alegria, luz, vivacidade... também pode representar uma certa apatia quando essa cor é usada em um tom mais claro. 32
  • 33. IMPORTANTE:  Observar o tipo físico de cada ator/ dançarino ( baixo,alto,gorda,magro....), para ver que cor e modelo de figurino lhe vestem melhor.  Branco AUMENTA, preto diminui;  Não coloque cores demais no palco, tira a concentração de quem está assistindo e também interfere na performance (há exceções);  Ter bastante CUIDADO com decotes, transparências, comprimento afim de não mostrar partes do corpo, evitando a sensualidade. "Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convém..." Ao criarmos um figurino para uma determinada peça ou coreografia devemos pedir a orientação de Deus para criarmos algo criativo e descente aos olhos do Senhor. EXERCÍCIOS ENTROSAMENTO 01 – PRIMEIROS PASSOS Todos sentados, de preferência no chão. Cada participante diz seu nome, conta experiências anteriores com teatro, outras experiências artísticas, experiências com público, por que veio, o que espera do grupo e o que pode oferecer ao mesmo. Esta apresentação serve para o grupo começar a se conhecer. Já se pode perceber quem é tímido, quem é descontraído, quem quer aparecer... O oficineiro já tem o desafio de fazer que todos valorizem e respeitem a participação dos colegas. E surge o desafio de produzir uma unidade de pessoas tão diferentes, formando um grupo. É bom que o oficineiro anote o nome de cada participante e outros detalhes importantes da apresentação. 02 - NOME X MOVIMENTO Todos formam um círculo, em pé. Um participante de cada vez faz um movimento que comece com a primeira letra do seu nome (ex.: Débora começa a dançar). O grupo tem que: # Descobrir o que ela está fazendo; # Descobrir o nome dela; # Dançar como ela; # Dizer o nome dela, olhando pra ela. O jogo segue até que todos tenham participado com seu nome e movimento (ex.: Paulo pula, Carlos corre...) 03 - NOMES COM ALCUNHAS Sentados em roda, um começa apresentando-se, dizendo seu nome e uma palavra que comece com a mesma letra de seu nome. Ex.: "Eu sou a Débora danada". Quem está ao seu lado continua: "Ela é a Débora danada; eu sou o Antônio amado". A terceira participante continua: "Ela é a Débora danada; ele é o Antônio amado; eu sou a Maria morena". O jogo prossegue até que todos os nomes sejam incluídos na frase. 04 - BOLINHA X NOME 33
  • 34. Todos em pé, em círculo. O oficineiro entrega uma bola (de tênis ou de meia) para um ator. Este deve olhar no olho de um colega, dizer o próprio nome e jogar a bolinha para que este a pegue. Estando com a bolinha, este olha no olho de outro colega, diz o próprio nome e arremessa a bolinha para este e assim segue o jogo. Neste jogo, trabalha-se o foco do olhar. É importante olhar no olho antes de dizer o nome do colega e de arremessar a bola. É um jogo simples que exige que o grupo todo fique atento. Permite a memorização dos nomes. 05 - NOME X MÚSICA Cada um cria uma musicalidade para seu nome (pode ser imitando som de animais, pode ser cantando...). O grupo caminha aleatoriamente pela sala, cada ator 'cantando' seu nome. Forma- se o círculo, e cada ator 'canta' seu nome primeiro sozinho depois acompanhado por todo o grupo, um por um até que todos tenham 'cantado' seu nome. 06 - ENCONTRO MUSICAL Música tocando todos andando pela sala, direções aleatórias. Quando a música pára, cada jogador dá o braço à pessoa que estiver mais perto de si – os pares cumprimentam-se um ao outro. A música recomeça, e o par continua a andar pela sala a conversar. Quando a música pára, cada par liga-se a outro par e apresentam-se todos uns aos outros. O Jogo continua até todos os participantes estarem num único grupo. EXERCÍCIOS EXERCÍCIOS 01 - JOGO DAS PROFISSÕES Os atores escrevem num papelzinho uma profissão, ofício ou ocupação: operário metalúrgico, dentista, padre, sargento, motorista, pugilista etc... Misturam-se os papéis e cada ator tira um. Começam a improvisar a profissão que lhes calhou sem falar dela, apenas mostrando a versão que têm dela. Após uns 15 minutos de improvisação (a cena passa-se na prisão depois de operação policial de rua ou numa fila de ônibus, ou em qualquer outra parte) cada ator procura descobrir a profissão dos demais: se acertar, sai do jogo aquele que foi descoberto e ganham pontos os dois; se não, sai do jogo o que não acertou e perde pontos o que não foi descoberto. Divirtam-se. 02 - TRÊS TAREFAS Faça uma lista de atividades simples de executar, como: subir numa cadeira, deitar-se no chão, bater com o livro no chão etc... Após fazer uma lista, você, ou seu parceiro, deve posicionar-se no centro da área de trabalho. Em seguida, o observador escolhe três atividades para que o ator represente como tarefa inicial, central e final. Podemos dizer que o enfoque complementa a Etapa da Atenção, na qual o locutor atrai o público com seu material; a Determinação complementa a Etapa da necessidade, na qual o locutor explica porque as pessoas com que fala devem participar da ação; a Preparação complementa a Etapa dos Critérios, na qual o locutor define possíveis soluções para o problema; o Ataque complementa a Etapa da Solução, onde o locutor demonstra ao público que uma certa resposta conhecida por ele é adequada às exigências de todos os critérios e resolverá o problema com o mínimo de repercussão; e a liberação complementa o Impulso à atividade, no qual o locutor instiga o público o máximo que pode e observa-o a fim de comprovar a eficácia de suas incitações. Este sistema pode ser uma ferramenta útil para o entendimento de uma cena complexa ou de uma atividade mais problemática. Se alguém tentar aplicar este sistema cientificamente, pode acabar destruindo a espontaneidade da ilusão criada pela primeira 34