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Dismorfismo Eritrocitário
A presença de sangue na urina, a hematúria, é fato frequente no dia a dia de laboratórios
clínicos, e, sempre um sinal de patologia. Dismorfismo eritrocitário consiste numa alteração
morfológica das hemácias presentes na urina, que permite avaliar a origem da hematúria. O
exame é pedido pelo médico quando o paciente relata escurecimento da urina, e em alguns
casos, dor e/ou ardência ao urinar, entre outros sintomas. A análise é feita pelo sedimento
urinário (corpo de fundo formado após a centrifugação da urina).
As hemácias encontradas na pesquisa de dismorfismo eritrocitário podem ser do tipo
acantócitos, eritrócitos com espículas desproporcionais e heterogêneas, ou codócitos, também
chamadas de célula em alvo, que apresentam o centro mais corado que os arredores.
A presença dessas células é indício de hematúria glomerular, ou seja, lesão da membrana do
glomérulo, unidade filtrante dos rins. Caso contrário, a hematúria é não glomerular, sendo,
portanto, proveniente de outras regiões do trato urinário.
As hematúrias glomerulares podem estar relacionadas, principalmente, a cânceres em diversas
partes do trato urinário (rins, bexiga, ureter, uretra, próstata), infecções do trato
urinário, pielonefrite (infecção dos rins), traumas do trato urinário, prostatite (inflamação da
próstata), cistite, urolitíase (perda do trato urinário), hipertrofia prostática (perda da próstata),
anomalias renais de causas diabética, hipertensiva e imunológica e atividade física intensa. Em
geral, só se considera hematúria glomerular quando mais de 80% das hemácias de uma urina
são dismóficas (acantócitos ou codócitos), número que pode variar de clínico para clínico.
O diagnóstico da hematúria de origem glomerular, bem como o tratamento da patologia deve
ser feito pelo nefrologista. Já nos casos de origem não glomerular, o tratamento varia de
acordo com o local do sangramento, fazendo uso de medicamentos e podendo até ser
necessário algum tipo de cirugia.

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