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Baixar para ler offline
INCLUSÃO

o espaço dos auxiliares
Com váriosformatos de trabalho, eles são
fundamentais para muitos alunos com NEE
CAMILA CAMILO camila.camilo@fvc.org.br

P

NO SITE
abr.io/ftexibilizacao
Guia de
Flexibilização.

ara que a inclusão realmente aconteça, é
importante garantir diversos recursos: a
parceria entre o atendimento educacional especializado(AEE)e os docentes,o amparo das famíliase o investimentoem acessibilidade. malguns
E
casos,no entanto, é precisoum elemento a mais:
o auxiliar.Trata-sede um profissionalque acompanha o aluno diariamente, contribuindo na
compreensão de suascaracterísticase eliminando
barreiras que o impedem de se inserir na vida
escolar. Assim, ele complementa o trabalho do
educador responsávelpela turma e o do AEE.

Nem todos que têm necessidades educacionais
especiais (NEE) precisam de um auxiliar. Ele entra em cena quando há algum impedimento à
inclusão. Em certos casos, a criança necessita alguém que a acompanhe em classe, flexibilizando
as aulas. Em outros, requer ajuda em questões
motoras, com exercícios específicos e adaptações
para a escrita. Há ainda alunos que só conseguem
frequentar a escola se têm apoio para locomoção,
higiene e alimentação, e demandam uma pessoa
capacitada para fazer esse atendimento da forma
correta, evitando lesões e constrangimentos.

Saúde e cuidado
Na EMEF Maria Lúcia dos Santos, em São
Paulo, a coordenadora pedagógica, Mariza
Beranger, solicitou o apoio da Secretaria
de Educação para que os estudantes cadeirantes
e com mobilidade reduzida tivessem ajuda para
alimentação, higiene e locomoção. Foi quando
Adriana Nascimento de Jesus chegou à escola.
"Recebi formação da Associação Paulista para o
Desenvolvimento da Medicina, ligada
à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp),
para ocupar o cargo de auxiliar de vida escolar,
profissional que acompanha os alunos", conta.
Adriana fica à disposição de quatro crianças
no perfodo da manhã. Ela transfere para a
cadeira de rodas as que precisam, evitando
lesões, orienta aquelas que têm dificuldades
de mastigação e deglutição, e contribui com a
higiene e os primeiros socorros.
A auxiliar participa das reuniões pedagógicas
e compartilha o que sabe com a equipe. "Notei
que o Guilherme Cândido, aluno do 32 ano com
encefalopatia, quando quer negar algo, primeiro
balança a cabeça de baixo para cima e, depois,
da esquerda para a direita!' Essa descoberta
ajudou a melhorar a comunicação com o garoto.
lamentação ou serviço de apoio. Mesmo nos casos
em que ele existe, só algumas instituições são beneficiadas porque muitos gestores não sabem
como procurar ajuda ou requisitar alguém", afirma Daniela Alonso, psicopedagoga, consultora de
projetos educacionais e especialista em inclusão.
Outro impedimento à contratação de auxiliares é a formação. É dificil encontrar pessoas capacitadas para atuar com várias deficiências, cada
uma delas com manifestações próprias. Mesmo
em cursos de pós-graduação ou extensão, há dúvidas sobre como qualificar para uma função tão
ampla. É comum o auxiliar realizar cursos com
foco em deficiência visual, por exemplo, e ser encaminhado para atender um estudante com deficiência intelectual ou múltipla.

Para cada uma dessas situações, há um profissional que melhor atende às necessidades dos
alunos podendo ser um professor auxiliar, um
especialista em inclusão, um estagiário de Pedagogia ou Psicologia, ou alguém da área de Saúde
(leia os depoimentos ao longo da reportagem).
As especificidades, no entanto, não estão claras
na legislação sobre o tema - que é escassa. Rogério
Diniz Junqueira, pesquisador do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (Inep), explica que "não existem leis que
indiquem a formação mínima ou as responsabi-

-

lidadesdo auxiliar".Cada governo define se e em
que circunstâncias o trabalhador será solicitado.
Em geral, as regras locais têm como orientação
a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB), que afirma no artigo 58 que "haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na
escola regular, para atender às peculiaridades da
clientela de Educação Especial", sem citar como
isso deve ser organizado.
Além da falta de leis nacionais claras, há um
desconhecimento das regras locais por parte das
escolas. "Nem todas as Secretarias possuem regu-

Organizar a escola e atuar em parceria
Para lidar com um quadro tão complexo, é essencial que a escola forme uma rede de apoio. O primeiro passo é conhecer bem os alunos com NEE.
As características deles vão ditar quais e quantos
profissionais devem ser contratados. "Eles precisam ter um perfil de educador e têm de se esfor-

Em busca da autonomia
Carlos Emanoel dos Santos, aluno do 22 ano,
aprendeu a ler e escrever em braile na EM
Professor Antônio Amam, em Cataguases,
a 304 quilômetros de Belo Horizonte. Ele
conta com o auxnio da professora de apoio
permanente Mariana Virginia de Resende, que,
quando soube que atenderia um cego, buscou
cursos de capacitação oferecidos pelo Instituto
Benjamin Constant, no Rio de Janeiro.
Para garantir o aprendizado do estudante,

a docente aposta no trabalho colaborativo.
"Participo de todas as reuniões e mostro aos
professores como planejar é importante. Eles
me passam os textos de aula com antecedência
para eu transcrevê-Ios em braile. Assim, o Carlos

podelertudojuntocoma turma", onta.
c
A atuação de Mariana se estende também
para fora da classe. Ela colocou fitas com altorelevo nas paredes da escola, na altura das mãos
do garoto, e placas em braile mostrando onde
está o banheiro, a biblioteca e outros lugares.
"Além de dar a ele maior independência,
nos preocupamos em fazer com que consiga
se localizar e se sinta à vontade para circular
pelos ambientes, como os demais:'

,

..

7
.,'

--



~

AG0ST02013
97
- -- --

..

INCLUSÃO

çar para entender quais intervenções devem ser
feitas e em que momento", ressalta a educadora
Maria da paz Gunga Castro, especialista em inclusão da Escola da Vila, em São Paulo.
O passo seguinte é identificar o que a Secretaria
de Educação pode oferecer e checar a possibilidade de firmar parcerias com outras instituições,
corno as de Saúde e Assistência Social, que estão
aptas a prestar serviços às escolas.
Contratado o auxiliar, é preciso incluí-Io na
rotina escolar e garantir que ele participe das reuniões pedagógicas. Em contato com o restante da
equipe, ele consegue ter um olhar geral sobre o
trabalho pedagógico, o que ajuda quando está em
sala de aula com o aluno. Ao mesmo tempo, ele
compartilha com a equipe informações sobre o
desenvolvimento da criança que acompanha.
Muitas vezes,é nesse momento que os educadores
conhecem melhor os estudantes com NEE.
A presença do auxiliar nas reuniões contribui
também para evitar o isolamento dele em relação
ao restante do grupo. O ideal é que esse profissional conte com o apoio dos colegas - em especial,
do responsável pelo AEE para formular as ati-

-

vidades e encontrar soluções eficientes para que
cada aluno seja incluído e aprenda.
Por fim, é preciso ter claras as regras que pautam a relação entre auxiliar e aluno. Ele deve garantir condições para que a criança frequente as
aulas e aprenda, mas tem de ajudá-Ia a desenvolver autonomia. "Esse profissional precisa se colocar à disposição do estudante para gerar segurança, mas é preciso distinguir quando ajudá-Io e
quando deixar que tente fazer as atividades por si
mesmo", explica Maria da Paz. A preocupação se
toma ainda mais importante ao notar que, normalmente, as crianças estão habituadas a um cuidado intensivo em casa.
Outro aspecto importante é não ignorar o aluno. Às vezes, o auxiliar responde perguntas pela
criança ou fala sobre ela, como se não estivesse
presente. "O estudante precisa receber ajuda, mas
sem dependência", diz a especialista.
É possível que, no meio do caminho, o profissional se depare com uma situação inesperada ou
tenha de lidar com uma deficiência que desconhece. Nesse casos, ele deve buscar apoio na gestão
escolar e procurar formação adequada.

Escola em sintonia



98

AGOSTO2013 novaescola.org.br

Carla Adriana Rodrigues lecionava para turmas
de lI! ano da EM Professora Adelaide Thomé
Chamma, em Ponta Grossa, a 119 quilômetros
de Curitiba, quando foi convidada a assumir o
cargo de professora de atendimento especffico,
nome dado na rede ao profissional que
acompanha crianças com NEE na sala de aula.
Ela aceitou o desafio e foi trabalhar com Letfcia
Louise, aluna que tem epilepsia não controlável,
doença que compromete as habilidades motoras.
Atualmente, a docente está focada em adaptar
atividades de alfabetização para a menina.
"Letfcia trabalha o mesmo tema que o resto da
turma, mas realiza exercfcios especfficos, criados
de acordo com suas potencialidades", explica.
Nem sempre as duas estão juntas. Na
ausência da docente, a menina conta com
o apoio dos outros estudantes. "Eu e a professora
da turma orientamos o grupo para que soubesse
como ajudar a colega caso ela tenha uma crise
e nenhum adulto esteja por perto!'
Para aprender cada vez mais, Carla recorre à
rede. "A Secretaria realiza reuniões mensais e um
seminário anual para que todos que trabalham
com inclusão na cidade dividam experiências!'
1
H[STÓRlh DA EDUCAÇÃONO BRASIL

Mestres quase nobres

o ensino se torna estatal e os professores são
muito cobrados, mas pouco recompensados
ANA LIGIA SCACHETTI ana.scachetti@fvc.org.br

NO SITE
abr.io/teoria-ne
Série TeoriaPassada
a Limpo com os
grandes teóricos
da Educação.

O

Sjesuítas lideraram as primeiras experiências de ensino no Brasil entre os séculos 16

e 18, mas foram expulsos de Portugal e da colônia
em 1759. Responsável por essa determinação, Sebastião José de Carvalho e Meio (1699-1782), o
marquês de Pombal, iniciou uma reforma da
Educação com o objetivo de modernizar o reino
de dom José I (1714-1777). Para substituir os padres, ele criou as aulas régias, mas os efeitos concretos só foram sentidos alguns anos depois.
Em 1760, foi realizado
o primeiro concurso para professores públicos
(ou régios), em Recife
(leia a linha do tempo na
página seguinte), mas as
nomeações demoraram
e o início oficial das aulas só ocorreu em 1774,
no Rio de Janeiro. Diante disso, quem tinha condições recorria a professores particulares.
Depois que o ensino
engrenou, a etapa inicial,
chamada de "estudos
menores", era formada
pelas aulas de ler, escrever, contar e humanidades (gramática latina,
grego etc.). Era a primeira vez que a Educação

;
~

era responsabilidade

es-

tatal e objetivava ser lai-

~ ca, mas o catolicismo

~ ainda
~

O marquês de Pombal criou as aulas régias, mas
demorou até organizar a seleção de professores

100

AGOSTO2013 novaescoIa.org.br

continuava muito

presente. Para se tomar
professor, não havia uma
formação específica. Por

isso, eram selecionados os que tinham alguma
instrução, muitas vezes padres.
Tereza Fachada Levy Cardoso, doutora em História e docente do Centro de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet), no Rio de
Janeiro, conta que os professores ganhavam um
título de nobreza, que dava direito a alguns beneficios, como a isenção de certos impostos. Mas a
atividade era penosa e nem sempre compensadora. As aulas régias aconteciam na casa dos educadores, previamente liberadas pelos inspetores.
Eram frequentes as solicitações por melhores salários, especialmente porque havia muita diferença entre o que era pago dependendo do nível em
que o educador atuava.
As orientações de Pombal valeram até a morte
de dom José I, em 1777. Quando dona Maria I
(1734-1816) assumiu o trono, demitiu o marquês.
Apesar da mudança política, no início não houve
uma ruptura no sistema de ensino. As aulas deixaram de ser denominadas régias e passaram a ~er
chamadas de públicas, mas só o nome mudou.
Dona Maria I reinou até 1792, quando seu filho dom João VI (1767-1826) assumiu o poder. A
vinda da fanulia real para o Brasil, em 1808, impulsionou o desenvolvimento cultural. Logo surgiram a Imprensa Régia e alguns jornais impressos, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro e o Museu Real. Enquanto isso, as ideias que levariam à
independência já se alastravam pelo país e ela se
tomou real em 1822.

Diverso, mas semelhante
A Constituição de 1824 estabeleceu que a Educação deveria ser gratuita para todos os cidadãos.
Para cumprir essa determinação, deputados e senadores aprovaram uma lei em 15 de outubro de
1827 que marcou o Dia do Professor e indicou
que fossem criadas escolas de primeiras letras em

I
o método
mútuo,
inspirado no
sistema fabril
inglês,não deu
certo no Brasil

todas as cidades e vilas. Na prática, o ensino permaneceu sem mudanças estruturais até 1834.
Nessa data, um ato adicional alterou a Constituição e deu poder para cada província, entre outros
aspectos, definir as regras educacionais em seu
território. "Elas começaram a criar escolas, mas as
diretrizes educacionais eram muito semelhantes",
afirma André Paulo Castanha, professor de História da Educação da Universidade Estadual do
Oeste do Paraná (Unioeste) e pesquisador do período. "Os presidentes das províncias eram 'nomeados pelo imperador. Vários circularam por mais
de uma região. Então, as medidas eram adotadas
em um lugar e, depois, levadas para outros."
Como parte do esforço de criar mais escolas, o
Colégio Pedro 11foi fundado em 1837, no Rio de
Janeiro, para ser um modelo para o ensino secundário. E para quem iniciava os estudos havia as
escolas de primeiras letras. Nelas, as aulas abordavam temas como a leitura, a escrita e as operações
matemáticas e adotavam o método mútuo ou
lancasteriano, criado na Inglaterra e muito usado
por aqui na primeira metade do século 19. Diana
Vidal, professora da Universidade de São Paulo
(USP), lembra que ele foi inspirado no sistema
fabril. Cada docente tinha vários monitores - es-

É realizado
o primeiro
concurso para
professores
públicos,

tudantes mais experientes que instruíam os demais."Uma única instituição poderia alfabetizar
mil alunos ao mesmo tempo?' Castanha enfatiza
que esse método foi aplicado aqui porque era o
que havia de mais moderno na Europa, mas não
deu certo porque muitas famíliasnão viam a necessidadede colocar os filhos na escola."AInglaterra tinha uma população escolar considerável,
mas no Brasil as turmas eram pequenas, e isso
descaracterizavao método?'

Exemplo de moral e bons costumes
Quem desejava ser professor no período imperial
tinha de atender a muitas exigências. Os conteúdos cobrados nos concursos públicos eram tantos
que em alguns momentos foi dificil encontrar
quem passasse nas provas. Diante disso, o Estado
foi obrigado a aceitar docentes sem habilitação,
que recebiam um salário menor.
Apesar do rigor na seleção, as primeiras escolas
normais voltadas à formação dos docentes surgi-

ram a partir de 1835(leiaa questãode concurso na
página seguinte). E apenas em 1860 as leis começaram a prever vantagens para quem passava por
essas instituições. Mesmo assim, a formação em
si não era o principal requisito. "O foco estava no

A vinda da
famflia real
para o Brasil
Incentiva a
cultura no pars,

Dom Pedro I
(1798-1834)
assume o
trono após a
independência.

As provrncias
passam
a definir
as regras
educacionais.

A República
é decretada
e surge um
novo modelo
de escola.
FONTE HiSTóRIA

Q4 EDUCAÇAo

novaescola.org.br

A<toSTO2013 101

I
--

HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
"A civilização é obra da
escola e a escola é obra do
professor. Se quereis elevar
a escola e a civilização,
começai por elevar o
professor à altura da
sua missão e lhe dar nas
vantagens do seu oficio a
coragem, o gosto, a energia e
a força que ele demanda?'
ANTÔNIO DE ALMElDA OLIVEIRA

caráter do professor. Ele tinha de ser um exemplo
dos valores morais e religiosos e de respeito à ordem", avalia Castanha.
Após passar pelo rigoroso processo de contratação, o educador poderia conquistar o direito
vitalício ao cargo. Mas a remuneração era baixíssima e continuava sendo fonte de reclamação. No
artigo Os Professorese Seu Papel na Sociedade Imperial, Castanha e Marisa Bittar, professora da
Universidade Federal de São CarIos (Ufscar), resgatam uma análise de Antônio de AImeida Oliveira (1843-1887), que foi deputado federal e presidente da província de Santa Catarina, sobre a
importância da valorização desse profissional
(leia um trecho do documento acima).
Na segunda metade do século 19, várias reformas tentaram dar um rumo mais proficuo para a
Educação. Outros métodos foram utilizados, como o simultâneo, em que o professor se dirige a
grupos de alunos reunidos pelo tema a ser estudado, e o intuitivo, que propunha o uso dos cinco
sentidos para o aprendizado. A reforma instituída
na corte em 1854 estabeleceu que aos 5 anos as
crianças poderiam ingressar na escola, mas isso
não era seguido. Como resultado, adolescentes de
até 15 anos chegavam para as primeiras aulas e o
docente tinha de lidar com isso. "Era comum que
quando a criança aprendesse a ler e escrever os
pais a tirassem da escola, porque, naquele contexto de um país ainda excessivamente agrário e escravocrata, a Educação não era uma necessidade
de fato", completa o pesquisador.
Mesmo com tantas iniciativas e várias mudanças, o desejo de ampliar o nível de instrução da
população não foi bem-sucedido durante o Im-

102

AGOSTO2013 novaescoIa.org.br

pério. Maria Lúcia de Arruda Aranha apresenta
no livro História da Educação (256 págs., Ed. Moderna, teI. 0800-7707-653, 65,90 reais) alguns indicadores desse fracasso: em 1867, só cerca de 10%
da população em idade escolar estava matriculada
e, em 1890, no início da República, a taxa de analfabetismo chegava a 67,2%.
À época, o político e escritor Rui Barbosa
(1849-1923) se debruçou sobre esses e outros números e produziu pareceres em que concluía que
"somos um povo de analfabetos, e que a massa
deles, se decresce, é numa proporção desesperadoramente lenta", como Najla Mehanna Mormul
e Maria Cristina Gomes Machado apresentam no
artigo Rui Barbosa e a EducaçãoBrasileira - Os Pareceresde 1882. A avaliação negativa ocorreu no
momento em que o país passava por grandes
transformações, como a abolição da escravatura.
O processo para a proclamação da República ganhava força e com ele chegaria a discussão de um
modelo de escola mais parecido com o que existe
atualmente, tema do próximo capítulo.

Questão de concurso
Prefeitura Municipal de São Mateus
do Sul,PR,2012.Prova para professor
A respeito da história da organização da
Educação brasileira é correto afirmar que:
(A) As primeiras escolas de ler e escrever
brasileiras foram criadas pelos missionários
protestantes que chegaram ao Brasil;
(B) O ensino jesuítico visou um ensino
baseado em aulas régias;
(C) No período imperial, são criadas
as primeiras escolas normais para
a formação de professores;
(D) No período da ditadura militar, a
política da Educação brasileira primava
por um ensino libertador e crítico;
(E) A LDB9394/96 é a quinta LDB
promulgada no Brasil.
Resposta correta: C
Comentário
A primeira escola normal foi criada no Rio
de Janeiro em 1835. Nela, um único professor
atendia apenas alunos homens. Na década de
1870, havia instituições masculinas e femininas
e nos anos seguintes elas se tornaram mistas.
Consultoria ANDRÉPAULO
CASTANHA

PRÓXIMO
CAPfTULO

Priri1eira
República
Alfi betização
~

Lere escrever com a ajuda da tecnologia
ESIÉ o BRUNO.ELIÉ UM
PINTORE UMARTISTA.
ELEÉ MUITOLEGAOE
illlllillll!innllllll~)UNTRADO,
SE

___ . O~O?!9~..J ~UITO BEIN.
SALA DE AULA
ARTE A criançada pode produzir batuques até com o corpo
LíNGUA PORTUGUESA Que tal colaborar com a Wikipédia?
MATEMÁTICA Ensine a multiplicação por 10, 100 e 1.000
LíNGUA ESTRANGEIRA A vida dos outros, em espanhol
HISTÓRIA As revoltas populares ao longo dos tempos
EDUCAÇÃO INFANTIL Refletir sobre a localização espacial
GEOGRAFIA Por que o céu fica nublado às vezes
CIÊNCIAS Vá além da experiência clássica do plantio de feijão
EDUCAÇÃO FíSICA Vamos jogar peteca na escola!

~I
~

37

..;.~
I
íNDICE Agosto 2013

46

~
__

I PRÁTICAS DE LINGUAGEM
A alfabetização do nosso tempo
Como usar computadores e
lousas digitais em prol da aprendizagem

43

ARTIGO
Guy Brousseau

114
1091

20

AUTORRETRATO

92

I

SITE

44

12
18

HORIZONTE
ESTANTE
Mianmar

CAIXAPOSTAL
EM DIA

I EDUCAÇÃO EM DEBATE

iescola

Vagas para a pré-escola
27

E AGORA, TELMA?

28

NEURV RESPONDE

41

FALA, MESTRE!
Luis Carlos de Menezes

SALA DE AULA
62

Nas páginas centrais

ARTE 32 ao 52 ano
Explore batuques de todos os tipos

-=_~..:'!.u~_~.~is
_

LíNGUA PORTUGUESA 82 e 92 anos
Quando a Wikipédia é bem-vinda em sala

~=.
:"'..:="'

66

Folclore é isto
-T. - ~

,../

_~

...,
lia

=._~ ~

LíNGUA ESTRANGEIRA 72 ao 92 ano
Falar da vida dos "Outros

74
78
81

84

EDUCAÇÃO INFANTIL Pré-escola
Olhos atentos para o espaço ao redor
GEOGRAFIA 22 ano
Por que o céu está nublado hoje?

~

CI~NCIAS

22

NOVAESCOLA (ISSN 0103-0116), XXVllt é uma publica
264
ano
mensal da FundaçãoVidor Civila (nio cittula em janeiro e ~
sua satisfação

é a sua garantia.

Jc:ê pode interromper

a assim

!lira a qualquer momento sem nenhum ônus. Mediante sua soIidtação, 10
direito à devolução do valor COne5pondente aos exemplares a m:eber. cIeWI
meute

c:onigido

de acordo com o indico oficial apIioivel.

venda exclusiva

PÔSTER
E COMO USAR
12

ao

52

em bancas

sa de

SoIidte ao

Todos os segredos do plantio de feijão
EDUCAÇÃO
FíSICA 62e 72anos
Jogar na escola sem deixar a peteca cair

% I INCLUSÃO
O espaço dos auxiliares
Por que ele é importante para muitos alunos com NEE
100 I HISTÓRIADA EDUCAÇÃO BRASIL
NO
Mestres quase nobres
Uma reforma para modernizar o ensino cria as aulas régias
104 I POLíTICASPÚBLICAS
A escola e a vida nos rios do Amazonas
O dia a dia dos estudantes de comunidades ribeirinhas

pelo P"'I"O da última

IMPRf5SA
NA

SA~

DM5ÀO GRÁfICA DA EIIIIOIIA

Av. O1>viano AI...

ano

Edições_

edição em banca mais despi

jomaIeúo. DisIribuida em IOdoo país pIJ

Disttibuidora
NaàooaI
de Pnblicaçôes
(Dinap
ESCOLA não admite pubIiddade
mIadoaaI.

São

Paulo.

_

AIIIIIL
5.A.

de Uma. 4400. CEP 02909-900.

Freguesia do Ó. Sio Paul.. sp

Av. Olavlano

RJNDAÇÃo VICTOR OVITA
AIves de Uma, 4400. CEP 02909-900.

.

freguesia oÓ.Sio Paul..sp
d
1v<@!vc.orz.br.!vc.o1J.br

ao 42 ano

REPORTAGENS

AG0ST02013~

Diretora de Redação: Maggj Krause
Redatora-dlefe: Denise Fellegrini
Diretora de Arte: Manuela Novais
Coordenadora Pedagógica: Regina Scarpa
Editoras: Ana Ligia Scachetti e Beatriz Vichessi
Editoras-assistentes: Bruna Nicolielo e Elisa Meirell
Repórteres: Anna RacheI Feneira, Camila Camilo e Feman
Estagiárias: Larissa Teixeira e Paula Feres
Editora de Arte: Alice Vasconcellos
Designer: Victor Malta
Colaborou nesta edição: Sidney Cerchiaro (revisão)
NOVAESCOLA
ONUNE
Editor: Rodrigo Ratier
Editoras-assistentes: Elaine 10rio (projetos especiais)~
,
Fabiana Vezzali
Repórteres: Bruno Mazzoco e Wellington Soares
Editor de Arte: Vilmar Oliveira
Webdesigner: André Menezes
Webmaster: Felipe Costa
Gerente de Publicidade: Sandra Moskovich
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Auxiliar Administrativa: Tainara Amaral
Gerente de Assinaturas: Rosana Berbel
Gerente de Circulação Avulsas: Paula Femandes
Consultora Financeira: J(jtia Gimenes
Analistas Financeiras:AdrianaMuzettie HelenMaryPi
Coordenador de Processos: Vital Nogueira

Assinatura:

HISTÓRIA 82 ano
Protestar: um direito de todos os cidadãos

~

89

6

'.,:

MATEMÁTICA 32 e 42 anos
Multiplicar por 10,100 e 1.000

70

GEIIDAU

~..u

VICIOR CIVITA
ROBERIO CIVITA
(1907-1990)
(1936-2013)
Presidente: Viclor Civita Neto
Diretora Executiva: Angela Dannemann
Conselheiros: Victor Civita Neto, Giancarlo Francesco Civi
Roberta Anamaria Civita, Beatriz Gerdau Johannpeter,
Fábio Barbosa, Claudio de Moura Castro, Jorge Gerdau
Johannpeter, Manoel Amorim e Marcos Magalhães

Foto Ricardo Toscan!

10 I CARO EDUCADOR

Cwili~j(I
Fundada em 1985

SEÇÕES

52

~ Abril

I~'

CAPA

~

npp

O que você precisa saber
sobre a revista NOVAESCOLA
e a Fundação Victor Civita
NOVA ESCOLA, a maior revista de Educação do
Brasil, circula em todo o pais desde março de 1986
e é uma publicação da Fundação Victor Civita.
É vendida

a preço

de custo

- você

só paga

o papel,

a impressão e a distribuição porque a Fundação
Victor Civita, entidade sem fins lucrativos criada
em setembro de 1985, tem como objetivo contribuir
para a melhoria da qualidade da Educação Básica,
produzindo publicações, sites, material pedagógico,

pesquisas e projetos que
auxiliem na capacitação
dos professores, gestores
e demais responsáveis
pelo processo educaáonal.
VICTOR CIVITA

(1907-1990)
Fundador do Grupo

--

'..
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7. -- . ..
Abril

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e idealizador da Fundação Victor Civita

.

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Alfabetização

  • 1. INCLUSÃO o espaço dos auxiliares Com váriosformatos de trabalho, eles são fundamentais para muitos alunos com NEE CAMILA CAMILO camila.camilo@fvc.org.br P NO SITE abr.io/ftexibilizacao Guia de Flexibilização. ara que a inclusão realmente aconteça, é importante garantir diversos recursos: a parceria entre o atendimento educacional especializado(AEE)e os docentes,o amparo das famíliase o investimentoem acessibilidade. malguns E casos,no entanto, é precisoum elemento a mais: o auxiliar.Trata-sede um profissionalque acompanha o aluno diariamente, contribuindo na compreensão de suascaracterísticase eliminando barreiras que o impedem de se inserir na vida escolar. Assim, ele complementa o trabalho do educador responsávelpela turma e o do AEE. Nem todos que têm necessidades educacionais especiais (NEE) precisam de um auxiliar. Ele entra em cena quando há algum impedimento à inclusão. Em certos casos, a criança necessita alguém que a acompanhe em classe, flexibilizando as aulas. Em outros, requer ajuda em questões motoras, com exercícios específicos e adaptações para a escrita. Há ainda alunos que só conseguem frequentar a escola se têm apoio para locomoção, higiene e alimentação, e demandam uma pessoa capacitada para fazer esse atendimento da forma correta, evitando lesões e constrangimentos. Saúde e cuidado Na EMEF Maria Lúcia dos Santos, em São Paulo, a coordenadora pedagógica, Mariza Beranger, solicitou o apoio da Secretaria de Educação para que os estudantes cadeirantes e com mobilidade reduzida tivessem ajuda para alimentação, higiene e locomoção. Foi quando Adriana Nascimento de Jesus chegou à escola. "Recebi formação da Associação Paulista para o Desenvolvimento da Medicina, ligada à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), para ocupar o cargo de auxiliar de vida escolar, profissional que acompanha os alunos", conta. Adriana fica à disposição de quatro crianças no perfodo da manhã. Ela transfere para a cadeira de rodas as que precisam, evitando lesões, orienta aquelas que têm dificuldades de mastigação e deglutição, e contribui com a higiene e os primeiros socorros. A auxiliar participa das reuniões pedagógicas e compartilha o que sabe com a equipe. "Notei que o Guilherme Cândido, aluno do 32 ano com encefalopatia, quando quer negar algo, primeiro balança a cabeça de baixo para cima e, depois, da esquerda para a direita!' Essa descoberta ajudou a melhorar a comunicação com o garoto.
  • 2. lamentação ou serviço de apoio. Mesmo nos casos em que ele existe, só algumas instituições são beneficiadas porque muitos gestores não sabem como procurar ajuda ou requisitar alguém", afirma Daniela Alonso, psicopedagoga, consultora de projetos educacionais e especialista em inclusão. Outro impedimento à contratação de auxiliares é a formação. É dificil encontrar pessoas capacitadas para atuar com várias deficiências, cada uma delas com manifestações próprias. Mesmo em cursos de pós-graduação ou extensão, há dúvidas sobre como qualificar para uma função tão ampla. É comum o auxiliar realizar cursos com foco em deficiência visual, por exemplo, e ser encaminhado para atender um estudante com deficiência intelectual ou múltipla. Para cada uma dessas situações, há um profissional que melhor atende às necessidades dos alunos podendo ser um professor auxiliar, um especialista em inclusão, um estagiário de Pedagogia ou Psicologia, ou alguém da área de Saúde (leia os depoimentos ao longo da reportagem). As especificidades, no entanto, não estão claras na legislação sobre o tema - que é escassa. Rogério Diniz Junqueira, pesquisador do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), explica que "não existem leis que indiquem a formação mínima ou as responsabi- - lidadesdo auxiliar".Cada governo define se e em que circunstâncias o trabalhador será solicitado. Em geral, as regras locais têm como orientação a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que afirma no artigo 58 que "haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola regular, para atender às peculiaridades da clientela de Educação Especial", sem citar como isso deve ser organizado. Além da falta de leis nacionais claras, há um desconhecimento das regras locais por parte das escolas. "Nem todas as Secretarias possuem regu- Organizar a escola e atuar em parceria Para lidar com um quadro tão complexo, é essencial que a escola forme uma rede de apoio. O primeiro passo é conhecer bem os alunos com NEE. As características deles vão ditar quais e quantos profissionais devem ser contratados. "Eles precisam ter um perfil de educador e têm de se esfor- Em busca da autonomia Carlos Emanoel dos Santos, aluno do 22 ano, aprendeu a ler e escrever em braile na EM Professor Antônio Amam, em Cataguases, a 304 quilômetros de Belo Horizonte. Ele conta com o auxnio da professora de apoio permanente Mariana Virginia de Resende, que, quando soube que atenderia um cego, buscou cursos de capacitação oferecidos pelo Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro. Para garantir o aprendizado do estudante, a docente aposta no trabalho colaborativo. "Participo de todas as reuniões e mostro aos professores como planejar é importante. Eles me passam os textos de aula com antecedência para eu transcrevê-Ios em braile. Assim, o Carlos podelertudojuntocoma turma", onta. c A atuação de Mariana se estende também para fora da classe. Ela colocou fitas com altorelevo nas paredes da escola, na altura das mãos do garoto, e placas em braile mostrando onde está o banheiro, a biblioteca e outros lugares. "Além de dar a ele maior independência, nos preocupamos em fazer com que consiga se localizar e se sinta à vontade para circular pelos ambientes, como os demais:' , .. 7 .,' -- ~ AG0ST02013 97
  • 3. - -- -- .. INCLUSÃO çar para entender quais intervenções devem ser feitas e em que momento", ressalta a educadora Maria da paz Gunga Castro, especialista em inclusão da Escola da Vila, em São Paulo. O passo seguinte é identificar o que a Secretaria de Educação pode oferecer e checar a possibilidade de firmar parcerias com outras instituições, corno as de Saúde e Assistência Social, que estão aptas a prestar serviços às escolas. Contratado o auxiliar, é preciso incluí-Io na rotina escolar e garantir que ele participe das reuniões pedagógicas. Em contato com o restante da equipe, ele consegue ter um olhar geral sobre o trabalho pedagógico, o que ajuda quando está em sala de aula com o aluno. Ao mesmo tempo, ele compartilha com a equipe informações sobre o desenvolvimento da criança que acompanha. Muitas vezes,é nesse momento que os educadores conhecem melhor os estudantes com NEE. A presença do auxiliar nas reuniões contribui também para evitar o isolamento dele em relação ao restante do grupo. O ideal é que esse profissional conte com o apoio dos colegas - em especial, do responsável pelo AEE para formular as ati- - vidades e encontrar soluções eficientes para que cada aluno seja incluído e aprenda. Por fim, é preciso ter claras as regras que pautam a relação entre auxiliar e aluno. Ele deve garantir condições para que a criança frequente as aulas e aprenda, mas tem de ajudá-Ia a desenvolver autonomia. "Esse profissional precisa se colocar à disposição do estudante para gerar segurança, mas é preciso distinguir quando ajudá-Io e quando deixar que tente fazer as atividades por si mesmo", explica Maria da Paz. A preocupação se toma ainda mais importante ao notar que, normalmente, as crianças estão habituadas a um cuidado intensivo em casa. Outro aspecto importante é não ignorar o aluno. Às vezes, o auxiliar responde perguntas pela criança ou fala sobre ela, como se não estivesse presente. "O estudante precisa receber ajuda, mas sem dependência", diz a especialista. É possível que, no meio do caminho, o profissional se depare com uma situação inesperada ou tenha de lidar com uma deficiência que desconhece. Nesse casos, ele deve buscar apoio na gestão escolar e procurar formação adequada. Escola em sintonia 98 AGOSTO2013 novaescola.org.br Carla Adriana Rodrigues lecionava para turmas de lI! ano da EM Professora Adelaide Thomé Chamma, em Ponta Grossa, a 119 quilômetros de Curitiba, quando foi convidada a assumir o cargo de professora de atendimento especffico, nome dado na rede ao profissional que acompanha crianças com NEE na sala de aula. Ela aceitou o desafio e foi trabalhar com Letfcia Louise, aluna que tem epilepsia não controlável, doença que compromete as habilidades motoras. Atualmente, a docente está focada em adaptar atividades de alfabetização para a menina. "Letfcia trabalha o mesmo tema que o resto da turma, mas realiza exercfcios especfficos, criados de acordo com suas potencialidades", explica. Nem sempre as duas estão juntas. Na ausência da docente, a menina conta com o apoio dos outros estudantes. "Eu e a professora da turma orientamos o grupo para que soubesse como ajudar a colega caso ela tenha uma crise e nenhum adulto esteja por perto!' Para aprender cada vez mais, Carla recorre à rede. "A Secretaria realiza reuniões mensais e um seminário anual para que todos que trabalham com inclusão na cidade dividam experiências!'
  • 4. 1 H[STÓRlh DA EDUCAÇÃONO BRASIL Mestres quase nobres o ensino se torna estatal e os professores são muito cobrados, mas pouco recompensados ANA LIGIA SCACHETTI ana.scachetti@fvc.org.br NO SITE abr.io/teoria-ne Série TeoriaPassada a Limpo com os grandes teóricos da Educação. O Sjesuítas lideraram as primeiras experiências de ensino no Brasil entre os séculos 16 e 18, mas foram expulsos de Portugal e da colônia em 1759. Responsável por essa determinação, Sebastião José de Carvalho e Meio (1699-1782), o marquês de Pombal, iniciou uma reforma da Educação com o objetivo de modernizar o reino de dom José I (1714-1777). Para substituir os padres, ele criou as aulas régias, mas os efeitos concretos só foram sentidos alguns anos depois. Em 1760, foi realizado o primeiro concurso para professores públicos (ou régios), em Recife (leia a linha do tempo na página seguinte), mas as nomeações demoraram e o início oficial das aulas só ocorreu em 1774, no Rio de Janeiro. Diante disso, quem tinha condições recorria a professores particulares. Depois que o ensino engrenou, a etapa inicial, chamada de "estudos menores", era formada pelas aulas de ler, escrever, contar e humanidades (gramática latina, grego etc.). Era a primeira vez que a Educação ; ~ era responsabilidade es- tatal e objetivava ser lai- ~ ca, mas o catolicismo ~ ainda ~ O marquês de Pombal criou as aulas régias, mas demorou até organizar a seleção de professores 100 AGOSTO2013 novaescoIa.org.br continuava muito presente. Para se tomar professor, não havia uma formação específica. Por isso, eram selecionados os que tinham alguma instrução, muitas vezes padres. Tereza Fachada Levy Cardoso, doutora em História e docente do Centro de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet), no Rio de Janeiro, conta que os professores ganhavam um título de nobreza, que dava direito a alguns beneficios, como a isenção de certos impostos. Mas a atividade era penosa e nem sempre compensadora. As aulas régias aconteciam na casa dos educadores, previamente liberadas pelos inspetores. Eram frequentes as solicitações por melhores salários, especialmente porque havia muita diferença entre o que era pago dependendo do nível em que o educador atuava. As orientações de Pombal valeram até a morte de dom José I, em 1777. Quando dona Maria I (1734-1816) assumiu o trono, demitiu o marquês. Apesar da mudança política, no início não houve uma ruptura no sistema de ensino. As aulas deixaram de ser denominadas régias e passaram a ~er chamadas de públicas, mas só o nome mudou. Dona Maria I reinou até 1792, quando seu filho dom João VI (1767-1826) assumiu o poder. A vinda da fanulia real para o Brasil, em 1808, impulsionou o desenvolvimento cultural. Logo surgiram a Imprensa Régia e alguns jornais impressos, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro e o Museu Real. Enquanto isso, as ideias que levariam à independência já se alastravam pelo país e ela se tomou real em 1822. Diverso, mas semelhante A Constituição de 1824 estabeleceu que a Educação deveria ser gratuita para todos os cidadãos. Para cumprir essa determinação, deputados e senadores aprovaram uma lei em 15 de outubro de 1827 que marcou o Dia do Professor e indicou que fossem criadas escolas de primeiras letras em I
  • 5. o método mútuo, inspirado no sistema fabril inglês,não deu certo no Brasil todas as cidades e vilas. Na prática, o ensino permaneceu sem mudanças estruturais até 1834. Nessa data, um ato adicional alterou a Constituição e deu poder para cada província, entre outros aspectos, definir as regras educacionais em seu território. "Elas começaram a criar escolas, mas as diretrizes educacionais eram muito semelhantes", afirma André Paulo Castanha, professor de História da Educação da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) e pesquisador do período. "Os presidentes das províncias eram 'nomeados pelo imperador. Vários circularam por mais de uma região. Então, as medidas eram adotadas em um lugar e, depois, levadas para outros." Como parte do esforço de criar mais escolas, o Colégio Pedro 11foi fundado em 1837, no Rio de Janeiro, para ser um modelo para o ensino secundário. E para quem iniciava os estudos havia as escolas de primeiras letras. Nelas, as aulas abordavam temas como a leitura, a escrita e as operações matemáticas e adotavam o método mútuo ou lancasteriano, criado na Inglaterra e muito usado por aqui na primeira metade do século 19. Diana Vidal, professora da Universidade de São Paulo (USP), lembra que ele foi inspirado no sistema fabril. Cada docente tinha vários monitores - es- É realizado o primeiro concurso para professores públicos, tudantes mais experientes que instruíam os demais."Uma única instituição poderia alfabetizar mil alunos ao mesmo tempo?' Castanha enfatiza que esse método foi aplicado aqui porque era o que havia de mais moderno na Europa, mas não deu certo porque muitas famíliasnão viam a necessidadede colocar os filhos na escola."AInglaterra tinha uma população escolar considerável, mas no Brasil as turmas eram pequenas, e isso descaracterizavao método?' Exemplo de moral e bons costumes Quem desejava ser professor no período imperial tinha de atender a muitas exigências. Os conteúdos cobrados nos concursos públicos eram tantos que em alguns momentos foi dificil encontrar quem passasse nas provas. Diante disso, o Estado foi obrigado a aceitar docentes sem habilitação, que recebiam um salário menor. Apesar do rigor na seleção, as primeiras escolas normais voltadas à formação dos docentes surgi- ram a partir de 1835(leiaa questãode concurso na página seguinte). E apenas em 1860 as leis começaram a prever vantagens para quem passava por essas instituições. Mesmo assim, a formação em si não era o principal requisito. "O foco estava no A vinda da famflia real para o Brasil Incentiva a cultura no pars, Dom Pedro I (1798-1834) assume o trono após a independência. As provrncias passam a definir as regras educacionais. A República é decretada e surge um novo modelo de escola. FONTE HiSTóRIA Q4 EDUCAÇAo novaescola.org.br A<toSTO2013 101 I
  • 6. -- HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL "A civilização é obra da escola e a escola é obra do professor. Se quereis elevar a escola e a civilização, começai por elevar o professor à altura da sua missão e lhe dar nas vantagens do seu oficio a coragem, o gosto, a energia e a força que ele demanda?' ANTÔNIO DE ALMElDA OLIVEIRA caráter do professor. Ele tinha de ser um exemplo dos valores morais e religiosos e de respeito à ordem", avalia Castanha. Após passar pelo rigoroso processo de contratação, o educador poderia conquistar o direito vitalício ao cargo. Mas a remuneração era baixíssima e continuava sendo fonte de reclamação. No artigo Os Professorese Seu Papel na Sociedade Imperial, Castanha e Marisa Bittar, professora da Universidade Federal de São CarIos (Ufscar), resgatam uma análise de Antônio de AImeida Oliveira (1843-1887), que foi deputado federal e presidente da província de Santa Catarina, sobre a importância da valorização desse profissional (leia um trecho do documento acima). Na segunda metade do século 19, várias reformas tentaram dar um rumo mais proficuo para a Educação. Outros métodos foram utilizados, como o simultâneo, em que o professor se dirige a grupos de alunos reunidos pelo tema a ser estudado, e o intuitivo, que propunha o uso dos cinco sentidos para o aprendizado. A reforma instituída na corte em 1854 estabeleceu que aos 5 anos as crianças poderiam ingressar na escola, mas isso não era seguido. Como resultado, adolescentes de até 15 anos chegavam para as primeiras aulas e o docente tinha de lidar com isso. "Era comum que quando a criança aprendesse a ler e escrever os pais a tirassem da escola, porque, naquele contexto de um país ainda excessivamente agrário e escravocrata, a Educação não era uma necessidade de fato", completa o pesquisador. Mesmo com tantas iniciativas e várias mudanças, o desejo de ampliar o nível de instrução da população não foi bem-sucedido durante o Im- 102 AGOSTO2013 novaescoIa.org.br pério. Maria Lúcia de Arruda Aranha apresenta no livro História da Educação (256 págs., Ed. Moderna, teI. 0800-7707-653, 65,90 reais) alguns indicadores desse fracasso: em 1867, só cerca de 10% da população em idade escolar estava matriculada e, em 1890, no início da República, a taxa de analfabetismo chegava a 67,2%. À época, o político e escritor Rui Barbosa (1849-1923) se debruçou sobre esses e outros números e produziu pareceres em que concluía que "somos um povo de analfabetos, e que a massa deles, se decresce, é numa proporção desesperadoramente lenta", como Najla Mehanna Mormul e Maria Cristina Gomes Machado apresentam no artigo Rui Barbosa e a EducaçãoBrasileira - Os Pareceresde 1882. A avaliação negativa ocorreu no momento em que o país passava por grandes transformações, como a abolição da escravatura. O processo para a proclamação da República ganhava força e com ele chegaria a discussão de um modelo de escola mais parecido com o que existe atualmente, tema do próximo capítulo. Questão de concurso Prefeitura Municipal de São Mateus do Sul,PR,2012.Prova para professor A respeito da história da organização da Educação brasileira é correto afirmar que: (A) As primeiras escolas de ler e escrever brasileiras foram criadas pelos missionários protestantes que chegaram ao Brasil; (B) O ensino jesuítico visou um ensino baseado em aulas régias; (C) No período imperial, são criadas as primeiras escolas normais para a formação de professores; (D) No período da ditadura militar, a política da Educação brasileira primava por um ensino libertador e crítico; (E) A LDB9394/96 é a quinta LDB promulgada no Brasil. Resposta correta: C Comentário A primeira escola normal foi criada no Rio de Janeiro em 1835. Nela, um único professor atendia apenas alunos homens. Na década de 1870, havia instituições masculinas e femininas e nos anos seguintes elas se tornaram mistas. Consultoria ANDRÉPAULO CASTANHA PRÓXIMO CAPfTULO Priri1eira República
  • 7. Alfi betização ~ Lere escrever com a ajuda da tecnologia ESIÉ o BRUNO.ELIÉ UM PINTORE UMARTISTA. ELEÉ MUITOLEGAOE illlllillll!innllllll~)UNTRADO, SE ___ . O~O?!9~..J ~UITO BEIN. SALA DE AULA ARTE A criançada pode produzir batuques até com o corpo LíNGUA PORTUGUESA Que tal colaborar com a Wikipédia? MATEMÁTICA Ensine a multiplicação por 10, 100 e 1.000 LíNGUA ESTRANGEIRA A vida dos outros, em espanhol HISTÓRIA As revoltas populares ao longo dos tempos EDUCAÇÃO INFANTIL Refletir sobre a localização espacial GEOGRAFIA Por que o céu fica nublado às vezes CIÊNCIAS Vá além da experiência clássica do plantio de feijão EDUCAÇÃO FíSICA Vamos jogar peteca na escola! ~I ~ 37 ..;.~ I
  • 8. íNDICE Agosto 2013 46 ~ __ I PRÁTICAS DE LINGUAGEM A alfabetização do nosso tempo Como usar computadores e lousas digitais em prol da aprendizagem 43 ARTIGO Guy Brousseau 114 1091 20 AUTORRETRATO 92 I SITE 44 12 18 HORIZONTE ESTANTE Mianmar CAIXAPOSTAL EM DIA I EDUCAÇÃO EM DEBATE iescola Vagas para a pré-escola 27 E AGORA, TELMA? 28 NEURV RESPONDE 41 FALA, MESTRE! Luis Carlos de Menezes SALA DE AULA 62 Nas páginas centrais ARTE 32 ao 52 ano Explore batuques de todos os tipos -=_~..:'!.u~_~.~is _ LíNGUA PORTUGUESA 82 e 92 anos Quando a Wikipédia é bem-vinda em sala ~=. :"'..:="' 66 Folclore é isto -T. - ~ ,../ _~ ..., lia =._~ ~ LíNGUA ESTRANGEIRA 72 ao 92 ano Falar da vida dos "Outros 74 78 81 84 EDUCAÇÃO INFANTIL Pré-escola Olhos atentos para o espaço ao redor GEOGRAFIA 22 ano Por que o céu está nublado hoje? ~ CI~NCIAS 22 NOVAESCOLA (ISSN 0103-0116), XXVllt é uma publica 264 ano mensal da FundaçãoVidor Civila (nio cittula em janeiro e ~ sua satisfação é a sua garantia. Jc:ê pode interromper a assim !lira a qualquer momento sem nenhum ônus. Mediante sua soIidtação, 10 direito à devolução do valor COne5pondente aos exemplares a m:eber. cIeWI meute c:onigido de acordo com o indico oficial apIioivel. venda exclusiva PÔSTER E COMO USAR 12 ao 52 em bancas sa de SoIidte ao Todos os segredos do plantio de feijão EDUCAÇÃO FíSICA 62e 72anos Jogar na escola sem deixar a peteca cair % I INCLUSÃO O espaço dos auxiliares Por que ele é importante para muitos alunos com NEE 100 I HISTÓRIADA EDUCAÇÃO BRASIL NO Mestres quase nobres Uma reforma para modernizar o ensino cria as aulas régias 104 I POLíTICASPÚBLICAS A escola e a vida nos rios do Amazonas O dia a dia dos estudantes de comunidades ribeirinhas pelo P"'I"O da última IMPRf5SA NA SA~ DM5ÀO GRÁfICA DA EIIIIOIIA Av. O1>viano AI... ano Edições_ edição em banca mais despi jomaIeúo. DisIribuida em IOdoo país pIJ Disttibuidora NaàooaI de Pnblicaçôes (Dinap ESCOLA não admite pubIiddade mIadoaaI. São Paulo. _ AIIIIIL 5.A. de Uma. 4400. CEP 02909-900. Freguesia do Ó. Sio Paul.. sp Av. Olavlano RJNDAÇÃo VICTOR OVITA AIves de Uma, 4400. CEP 02909-900. . freguesia oÓ.Sio Paul..sp d 1v<@!vc.orz.br.!vc.o1J.br ao 42 ano REPORTAGENS AG0ST02013~ Diretora de Redação: Maggj Krause Redatora-dlefe: Denise Fellegrini Diretora de Arte: Manuela Novais Coordenadora Pedagógica: Regina Scarpa Editoras: Ana Ligia Scachetti e Beatriz Vichessi Editoras-assistentes: Bruna Nicolielo e Elisa Meirell Repórteres: Anna RacheI Feneira, Camila Camilo e Feman Estagiárias: Larissa Teixeira e Paula Feres Editora de Arte: Alice Vasconcellos Designer: Victor Malta Colaborou nesta edição: Sidney Cerchiaro (revisão) NOVAESCOLA ONUNE Editor: Rodrigo Ratier Editoras-assistentes: Elaine 10rio (projetos especiais)~ , Fabiana Vezzali Repórteres: Bruno Mazzoco e Wellington Soares Editor de Arte: Vilmar Oliveira Webdesigner: André Menezes Webmaster: Felipe Costa Gerente de Publicidade: Sandra Moskovich Gerente de Marketing: Caroline Rêgo Executiva de Assinaturas: Cynthia Vasconcellos Analista de Marketing: Aaron Racanicchi Auxiliar Administrativa: Tainara Amaral Gerente de Assinaturas: Rosana Berbel Gerente de Circulação Avulsas: Paula Femandes Consultora Financeira: J(jtia Gimenes Analistas Financeiras:AdrianaMuzettie HelenMaryPi Coordenador de Processos: Vital Nogueira Assinatura: HISTÓRIA 82 ano Protestar: um direito de todos os cidadãos ~ 89 6 '.,: MATEMÁTICA 32 e 42 anos Multiplicar por 10,100 e 1.000 70 GEIIDAU ~..u VICIOR CIVITA ROBERIO CIVITA (1907-1990) (1936-2013) Presidente: Viclor Civita Neto Diretora Executiva: Angela Dannemann Conselheiros: Victor Civita Neto, Giancarlo Francesco Civi Roberta Anamaria Civita, Beatriz Gerdau Johannpeter, Fábio Barbosa, Claudio de Moura Castro, Jorge Gerdau Johannpeter, Manoel Amorim e Marcos Magalhães Foto Ricardo Toscan! 10 I CARO EDUCADOR Cwili~j(I Fundada em 1985 SEÇÕES 52 ~ Abril I~' CAPA ~ npp O que você precisa saber sobre a revista NOVAESCOLA e a Fundação Victor Civita NOVA ESCOLA, a maior revista de Educação do Brasil, circula em todo o pais desde março de 1986 e é uma publicação da Fundação Victor Civita. É vendida a preço de custo - você só paga o papel, a impressão e a distribuição porque a Fundação Victor Civita, entidade sem fins lucrativos criada em setembro de 1985, tem como objetivo contribuir para a melhoria da qualidade da Educação Básica, produzindo publicações, sites, material pedagógico, pesquisas e projetos que auxiliem na capacitação dos professores, gestores e demais responsáveis pelo processo educaáonal. VICTOR CIVITA (1907-1990) Fundador do Grupo -- '.. .!:'.fL~ "~ ':',,; YiJ'/ I I!iJI!' '_ ~ ~ ~ - 7. -- . .. Abril ~ ~ e idealizador da Fundação Victor Civita . -