O documento discute a importância dos auxiliares para a inclusão de alunos com necessidades educacionais especiais nas escolas. Auxiliares podem ajudar com acompanhamento em sala de aula, flexibilização das atividades, apoio para locomoção, higiene e alimentação. No entanto, há desafios como a falta de legislação clara sobre suas funções e formação, além da dificuldade em encontrar profissionais qualificados. É essencial que as escolas formem redes de apoio e garantam a participação dos auxiliares nas
1. INCLUSÃO
o espaço dos auxiliares
Com váriosformatos de trabalho, eles são
fundamentais para muitos alunos com NEE
CAMILA CAMILO camila.camilo@fvc.org.br
P
NO SITE
abr.io/ftexibilizacao
Guia de
Flexibilização.
ara que a inclusão realmente aconteça, é
importante garantir diversos recursos: a
parceria entre o atendimento educacional especializado(AEE)e os docentes,o amparo das famíliase o investimentoem acessibilidade. malguns
E
casos,no entanto, é precisoum elemento a mais:
o auxiliar.Trata-sede um profissionalque acompanha o aluno diariamente, contribuindo na
compreensão de suascaracterísticase eliminando
barreiras que o impedem de se inserir na vida
escolar. Assim, ele complementa o trabalho do
educador responsávelpela turma e o do AEE.
Nem todos que têm necessidades educacionais
especiais (NEE) precisam de um auxiliar. Ele entra em cena quando há algum impedimento à
inclusão. Em certos casos, a criança necessita alguém que a acompanhe em classe, flexibilizando
as aulas. Em outros, requer ajuda em questões
motoras, com exercícios específicos e adaptações
para a escrita. Há ainda alunos que só conseguem
frequentar a escola se têm apoio para locomoção,
higiene e alimentação, e demandam uma pessoa
capacitada para fazer esse atendimento da forma
correta, evitando lesões e constrangimentos.
Saúde e cuidado
Na EMEF Maria Lúcia dos Santos, em São
Paulo, a coordenadora pedagógica, Mariza
Beranger, solicitou o apoio da Secretaria
de Educação para que os estudantes cadeirantes
e com mobilidade reduzida tivessem ajuda para
alimentação, higiene e locomoção. Foi quando
Adriana Nascimento de Jesus chegou à escola.
"Recebi formação da Associação Paulista para o
Desenvolvimento da Medicina, ligada
à Universidade Federal de São Paulo (Unifesp),
para ocupar o cargo de auxiliar de vida escolar,
profissional que acompanha os alunos", conta.
Adriana fica à disposição de quatro crianças
no perfodo da manhã. Ela transfere para a
cadeira de rodas as que precisam, evitando
lesões, orienta aquelas que têm dificuldades
de mastigação e deglutição, e contribui com a
higiene e os primeiros socorros.
A auxiliar participa das reuniões pedagógicas
e compartilha o que sabe com a equipe. "Notei
que o Guilherme Cândido, aluno do 32 ano com
encefalopatia, quando quer negar algo, primeiro
balança a cabeça de baixo para cima e, depois,
da esquerda para a direita!' Essa descoberta
ajudou a melhorar a comunicação com o garoto.
2. lamentação ou serviço de apoio. Mesmo nos casos
em que ele existe, só algumas instituições são beneficiadas porque muitos gestores não sabem
como procurar ajuda ou requisitar alguém", afirma Daniela Alonso, psicopedagoga, consultora de
projetos educacionais e especialista em inclusão.
Outro impedimento à contratação de auxiliares é a formação. É dificil encontrar pessoas capacitadas para atuar com várias deficiências, cada
uma delas com manifestações próprias. Mesmo
em cursos de pós-graduação ou extensão, há dúvidas sobre como qualificar para uma função tão
ampla. É comum o auxiliar realizar cursos com
foco em deficiência visual, por exemplo, e ser encaminhado para atender um estudante com deficiência intelectual ou múltipla.
Para cada uma dessas situações, há um profissional que melhor atende às necessidades dos
alunos podendo ser um professor auxiliar, um
especialista em inclusão, um estagiário de Pedagogia ou Psicologia, ou alguém da área de Saúde
(leia os depoimentos ao longo da reportagem).
As especificidades, no entanto, não estão claras
na legislação sobre o tema - que é escassa. Rogério
Diniz Junqueira, pesquisador do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio
Teixeira (Inep), explica que "não existem leis que
indiquem a formação mínima ou as responsabi-
-
lidadesdo auxiliar".Cada governo define se e em
que circunstâncias o trabalhador será solicitado.
Em geral, as regras locais têm como orientação
a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB), que afirma no artigo 58 que "haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na
escola regular, para atender às peculiaridades da
clientela de Educação Especial", sem citar como
isso deve ser organizado.
Além da falta de leis nacionais claras, há um
desconhecimento das regras locais por parte das
escolas. "Nem todas as Secretarias possuem regu-
Organizar a escola e atuar em parceria
Para lidar com um quadro tão complexo, é essencial que a escola forme uma rede de apoio. O primeiro passo é conhecer bem os alunos com NEE.
As características deles vão ditar quais e quantos
profissionais devem ser contratados. "Eles precisam ter um perfil de educador e têm de se esfor-
Em busca da autonomia
Carlos Emanoel dos Santos, aluno do 22 ano,
aprendeu a ler e escrever em braile na EM
Professor Antônio Amam, em Cataguases,
a 304 quilômetros de Belo Horizonte. Ele
conta com o auxnio da professora de apoio
permanente Mariana Virginia de Resende, que,
quando soube que atenderia um cego, buscou
cursos de capacitação oferecidos pelo Instituto
Benjamin Constant, no Rio de Janeiro.
Para garantir o aprendizado do estudante,
a docente aposta no trabalho colaborativo.
"Participo de todas as reuniões e mostro aos
professores como planejar é importante. Eles
me passam os textos de aula com antecedência
para eu transcrevê-Ios em braile. Assim, o Carlos
podelertudojuntocoma turma", onta.
c
A atuação de Mariana se estende também
para fora da classe. Ela colocou fitas com altorelevo nas paredes da escola, na altura das mãos
do garoto, e placas em braile mostrando onde
está o banheiro, a biblioteca e outros lugares.
"Além de dar a ele maior independência,
nos preocupamos em fazer com que consiga
se localizar e se sinta à vontade para circular
pelos ambientes, como os demais:'
,
..
7
.,'
--
~
AG0ST02013
97
3. - -- --
..
INCLUSÃO
çar para entender quais intervenções devem ser
feitas e em que momento", ressalta a educadora
Maria da paz Gunga Castro, especialista em inclusão da Escola da Vila, em São Paulo.
O passo seguinte é identificar o que a Secretaria
de Educação pode oferecer e checar a possibilidade de firmar parcerias com outras instituições,
corno as de Saúde e Assistência Social, que estão
aptas a prestar serviços às escolas.
Contratado o auxiliar, é preciso incluí-Io na
rotina escolar e garantir que ele participe das reuniões pedagógicas. Em contato com o restante da
equipe, ele consegue ter um olhar geral sobre o
trabalho pedagógico, o que ajuda quando está em
sala de aula com o aluno. Ao mesmo tempo, ele
compartilha com a equipe informações sobre o
desenvolvimento da criança que acompanha.
Muitas vezes,é nesse momento que os educadores
conhecem melhor os estudantes com NEE.
A presença do auxiliar nas reuniões contribui
também para evitar o isolamento dele em relação
ao restante do grupo. O ideal é que esse profissional conte com o apoio dos colegas - em especial,
do responsável pelo AEE para formular as ati-
-
vidades e encontrar soluções eficientes para que
cada aluno seja incluído e aprenda.
Por fim, é preciso ter claras as regras que pautam a relação entre auxiliar e aluno. Ele deve garantir condições para que a criança frequente as
aulas e aprenda, mas tem de ajudá-Ia a desenvolver autonomia. "Esse profissional precisa se colocar à disposição do estudante para gerar segurança, mas é preciso distinguir quando ajudá-Io e
quando deixar que tente fazer as atividades por si
mesmo", explica Maria da Paz. A preocupação se
toma ainda mais importante ao notar que, normalmente, as crianças estão habituadas a um cuidado intensivo em casa.
Outro aspecto importante é não ignorar o aluno. Às vezes, o auxiliar responde perguntas pela
criança ou fala sobre ela, como se não estivesse
presente. "O estudante precisa receber ajuda, mas
sem dependência", diz a especialista.
É possível que, no meio do caminho, o profissional se depare com uma situação inesperada ou
tenha de lidar com uma deficiência que desconhece. Nesse casos, ele deve buscar apoio na gestão
escolar e procurar formação adequada.
Escola em sintonia
98
AGOSTO2013 novaescola.org.br
Carla Adriana Rodrigues lecionava para turmas
de lI! ano da EM Professora Adelaide Thomé
Chamma, em Ponta Grossa, a 119 quilômetros
de Curitiba, quando foi convidada a assumir o
cargo de professora de atendimento especffico,
nome dado na rede ao profissional que
acompanha crianças com NEE na sala de aula.
Ela aceitou o desafio e foi trabalhar com Letfcia
Louise, aluna que tem epilepsia não controlável,
doença que compromete as habilidades motoras.
Atualmente, a docente está focada em adaptar
atividades de alfabetização para a menina.
"Letfcia trabalha o mesmo tema que o resto da
turma, mas realiza exercfcios especfficos, criados
de acordo com suas potencialidades", explica.
Nem sempre as duas estão juntas. Na
ausência da docente, a menina conta com
o apoio dos outros estudantes. "Eu e a professora
da turma orientamos o grupo para que soubesse
como ajudar a colega caso ela tenha uma crise
e nenhum adulto esteja por perto!'
Para aprender cada vez mais, Carla recorre à
rede. "A Secretaria realiza reuniões mensais e um
seminário anual para que todos que trabalham
com inclusão na cidade dividam experiências!'
4. 1
H[STÓRlh DA EDUCAÇÃONO BRASIL
Mestres quase nobres
o ensino se torna estatal e os professores são
muito cobrados, mas pouco recompensados
ANA LIGIA SCACHETTI ana.scachetti@fvc.org.br
NO SITE
abr.io/teoria-ne
Série TeoriaPassada
a Limpo com os
grandes teóricos
da Educação.
O
Sjesuítas lideraram as primeiras experiências de ensino no Brasil entre os séculos 16
e 18, mas foram expulsos de Portugal e da colônia
em 1759. Responsável por essa determinação, Sebastião José de Carvalho e Meio (1699-1782), o
marquês de Pombal, iniciou uma reforma da
Educação com o objetivo de modernizar o reino
de dom José I (1714-1777). Para substituir os padres, ele criou as aulas régias, mas os efeitos concretos só foram sentidos alguns anos depois.
Em 1760, foi realizado
o primeiro concurso para professores públicos
(ou régios), em Recife
(leia a linha do tempo na
página seguinte), mas as
nomeações demoraram
e o início oficial das aulas só ocorreu em 1774,
no Rio de Janeiro. Diante disso, quem tinha condições recorria a professores particulares.
Depois que o ensino
engrenou, a etapa inicial,
chamada de "estudos
menores", era formada
pelas aulas de ler, escrever, contar e humanidades (gramática latina,
grego etc.). Era a primeira vez que a Educação
;
~
era responsabilidade
es-
tatal e objetivava ser lai-
~ ca, mas o catolicismo
~ ainda
~
O marquês de Pombal criou as aulas régias, mas
demorou até organizar a seleção de professores
100
AGOSTO2013 novaescoIa.org.br
continuava muito
presente. Para se tomar
professor, não havia uma
formação específica. Por
isso, eram selecionados os que tinham alguma
instrução, muitas vezes padres.
Tereza Fachada Levy Cardoso, doutora em História e docente do Centro de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet), no Rio de
Janeiro, conta que os professores ganhavam um
título de nobreza, que dava direito a alguns beneficios, como a isenção de certos impostos. Mas a
atividade era penosa e nem sempre compensadora. As aulas régias aconteciam na casa dos educadores, previamente liberadas pelos inspetores.
Eram frequentes as solicitações por melhores salários, especialmente porque havia muita diferença entre o que era pago dependendo do nível em
que o educador atuava.
As orientações de Pombal valeram até a morte
de dom José I, em 1777. Quando dona Maria I
(1734-1816) assumiu o trono, demitiu o marquês.
Apesar da mudança política, no início não houve
uma ruptura no sistema de ensino. As aulas deixaram de ser denominadas régias e passaram a ~er
chamadas de públicas, mas só o nome mudou.
Dona Maria I reinou até 1792, quando seu filho dom João VI (1767-1826) assumiu o poder. A
vinda da fanulia real para o Brasil, em 1808, impulsionou o desenvolvimento cultural. Logo surgiram a Imprensa Régia e alguns jornais impressos, o Jardim Botânico do Rio de Janeiro e o Museu Real. Enquanto isso, as ideias que levariam à
independência já se alastravam pelo país e ela se
tomou real em 1822.
Diverso, mas semelhante
A Constituição de 1824 estabeleceu que a Educação deveria ser gratuita para todos os cidadãos.
Para cumprir essa determinação, deputados e senadores aprovaram uma lei em 15 de outubro de
1827 que marcou o Dia do Professor e indicou
que fossem criadas escolas de primeiras letras em
I
5. o método
mútuo,
inspirado no
sistema fabril
inglês,não deu
certo no Brasil
todas as cidades e vilas. Na prática, o ensino permaneceu sem mudanças estruturais até 1834.
Nessa data, um ato adicional alterou a Constituição e deu poder para cada província, entre outros
aspectos, definir as regras educacionais em seu
território. "Elas começaram a criar escolas, mas as
diretrizes educacionais eram muito semelhantes",
afirma André Paulo Castanha, professor de História da Educação da Universidade Estadual do
Oeste do Paraná (Unioeste) e pesquisador do período. "Os presidentes das províncias eram 'nomeados pelo imperador. Vários circularam por mais
de uma região. Então, as medidas eram adotadas
em um lugar e, depois, levadas para outros."
Como parte do esforço de criar mais escolas, o
Colégio Pedro 11foi fundado em 1837, no Rio de
Janeiro, para ser um modelo para o ensino secundário. E para quem iniciava os estudos havia as
escolas de primeiras letras. Nelas, as aulas abordavam temas como a leitura, a escrita e as operações
matemáticas e adotavam o método mútuo ou
lancasteriano, criado na Inglaterra e muito usado
por aqui na primeira metade do século 19. Diana
Vidal, professora da Universidade de São Paulo
(USP), lembra que ele foi inspirado no sistema
fabril. Cada docente tinha vários monitores - es-
É realizado
o primeiro
concurso para
professores
públicos,
tudantes mais experientes que instruíam os demais."Uma única instituição poderia alfabetizar
mil alunos ao mesmo tempo?' Castanha enfatiza
que esse método foi aplicado aqui porque era o
que havia de mais moderno na Europa, mas não
deu certo porque muitas famíliasnão viam a necessidadede colocar os filhos na escola."AInglaterra tinha uma população escolar considerável,
mas no Brasil as turmas eram pequenas, e isso
descaracterizavao método?'
Exemplo de moral e bons costumes
Quem desejava ser professor no período imperial
tinha de atender a muitas exigências. Os conteúdos cobrados nos concursos públicos eram tantos
que em alguns momentos foi dificil encontrar
quem passasse nas provas. Diante disso, o Estado
foi obrigado a aceitar docentes sem habilitação,
que recebiam um salário menor.
Apesar do rigor na seleção, as primeiras escolas
normais voltadas à formação dos docentes surgi-
ram a partir de 1835(leiaa questãode concurso na
página seguinte). E apenas em 1860 as leis começaram a prever vantagens para quem passava por
essas instituições. Mesmo assim, a formação em
si não era o principal requisito. "O foco estava no
A vinda da
famflia real
para o Brasil
Incentiva a
cultura no pars,
Dom Pedro I
(1798-1834)
assume o
trono após a
independência.
As provrncias
passam
a definir
as regras
educacionais.
A República
é decretada
e surge um
novo modelo
de escola.
FONTE HiSTóRIA
Q4 EDUCAÇAo
novaescola.org.br
A<toSTO2013 101
I
6. --
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL
"A civilização é obra da
escola e a escola é obra do
professor. Se quereis elevar
a escola e a civilização,
começai por elevar o
professor à altura da
sua missão e lhe dar nas
vantagens do seu oficio a
coragem, o gosto, a energia e
a força que ele demanda?'
ANTÔNIO DE ALMElDA OLIVEIRA
caráter do professor. Ele tinha de ser um exemplo
dos valores morais e religiosos e de respeito à ordem", avalia Castanha.
Após passar pelo rigoroso processo de contratação, o educador poderia conquistar o direito
vitalício ao cargo. Mas a remuneração era baixíssima e continuava sendo fonte de reclamação. No
artigo Os Professorese Seu Papel na Sociedade Imperial, Castanha e Marisa Bittar, professora da
Universidade Federal de São CarIos (Ufscar), resgatam uma análise de Antônio de AImeida Oliveira (1843-1887), que foi deputado federal e presidente da província de Santa Catarina, sobre a
importância da valorização desse profissional
(leia um trecho do documento acima).
Na segunda metade do século 19, várias reformas tentaram dar um rumo mais proficuo para a
Educação. Outros métodos foram utilizados, como o simultâneo, em que o professor se dirige a
grupos de alunos reunidos pelo tema a ser estudado, e o intuitivo, que propunha o uso dos cinco
sentidos para o aprendizado. A reforma instituída
na corte em 1854 estabeleceu que aos 5 anos as
crianças poderiam ingressar na escola, mas isso
não era seguido. Como resultado, adolescentes de
até 15 anos chegavam para as primeiras aulas e o
docente tinha de lidar com isso. "Era comum que
quando a criança aprendesse a ler e escrever os
pais a tirassem da escola, porque, naquele contexto de um país ainda excessivamente agrário e escravocrata, a Educação não era uma necessidade
de fato", completa o pesquisador.
Mesmo com tantas iniciativas e várias mudanças, o desejo de ampliar o nível de instrução da
população não foi bem-sucedido durante o Im-
102
AGOSTO2013 novaescoIa.org.br
pério. Maria Lúcia de Arruda Aranha apresenta
no livro História da Educação (256 págs., Ed. Moderna, teI. 0800-7707-653, 65,90 reais) alguns indicadores desse fracasso: em 1867, só cerca de 10%
da população em idade escolar estava matriculada
e, em 1890, no início da República, a taxa de analfabetismo chegava a 67,2%.
À época, o político e escritor Rui Barbosa
(1849-1923) se debruçou sobre esses e outros números e produziu pareceres em que concluía que
"somos um povo de analfabetos, e que a massa
deles, se decresce, é numa proporção desesperadoramente lenta", como Najla Mehanna Mormul
e Maria Cristina Gomes Machado apresentam no
artigo Rui Barbosa e a EducaçãoBrasileira - Os Pareceresde 1882. A avaliação negativa ocorreu no
momento em que o país passava por grandes
transformações, como a abolição da escravatura.
O processo para a proclamação da República ganhava força e com ele chegaria a discussão de um
modelo de escola mais parecido com o que existe
atualmente, tema do próximo capítulo.
Questão de concurso
Prefeitura Municipal de São Mateus
do Sul,PR,2012.Prova para professor
A respeito da história da organização da
Educação brasileira é correto afirmar que:
(A) As primeiras escolas de ler e escrever
brasileiras foram criadas pelos missionários
protestantes que chegaram ao Brasil;
(B) O ensino jesuítico visou um ensino
baseado em aulas régias;
(C) No período imperial, são criadas
as primeiras escolas normais para
a formação de professores;
(D) No período da ditadura militar, a
política da Educação brasileira primava
por um ensino libertador e crítico;
(E) A LDB9394/96 é a quinta LDB
promulgada no Brasil.
Resposta correta: C
Comentário
A primeira escola normal foi criada no Rio
de Janeiro em 1835. Nela, um único professor
atendia apenas alunos homens. Na década de
1870, havia instituições masculinas e femininas
e nos anos seguintes elas se tornaram mistas.
Consultoria ANDRÉPAULO
CASTANHA
PRÓXIMO
CAPfTULO
Priri1eira
República
7. Alfi betização
~
Lere escrever com a ajuda da tecnologia
ESIÉ o BRUNO.ELIÉ UM
PINTORE UMARTISTA.
ELEÉ MUITOLEGAOE
illlllillll!innllllll~)UNTRADO,
SE
___ . O~O?!9~..J ~UITO BEIN.
SALA DE AULA
ARTE A criançada pode produzir batuques até com o corpo
LíNGUA PORTUGUESA Que tal colaborar com a Wikipédia?
MATEMÁTICA Ensine a multiplicação por 10, 100 e 1.000
LíNGUA ESTRANGEIRA A vida dos outros, em espanhol
HISTÓRIA As revoltas populares ao longo dos tempos
EDUCAÇÃO INFANTIL Refletir sobre a localização espacial
GEOGRAFIA Por que o céu fica nublado às vezes
CIÊNCIAS Vá além da experiência clássica do plantio de feijão
EDUCAÇÃO FíSICA Vamos jogar peteca na escola!
~I
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37
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I
8. íNDICE Agosto 2013
46
~
__
I PRÁTICAS DE LINGUAGEM
A alfabetização do nosso tempo
Como usar computadores e
lousas digitais em prol da aprendizagem
43
ARTIGO
Guy Brousseau
114
1091
20
AUTORRETRATO
92
I
SITE
44
12
18
HORIZONTE
ESTANTE
Mianmar
CAIXAPOSTAL
EM DIA
I EDUCAÇÃO EM DEBATE
iescola
Vagas para a pré-escola
27
E AGORA, TELMA?
28
NEURV RESPONDE
41
FALA, MESTRE!
Luis Carlos de Menezes
SALA DE AULA
62
Nas páginas centrais
ARTE 32 ao 52 ano
Explore batuques de todos os tipos
-=_~..:'!.u~_~.~is
_
LíNGUA PORTUGUESA 82 e 92 anos
Quando a Wikipédia é bem-vinda em sala
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66
Folclore é isto
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LíNGUA ESTRANGEIRA 72 ao 92 ano
Falar da vida dos "Outros
74
78
81
84
EDUCAÇÃO INFANTIL Pré-escola
Olhos atentos para o espaço ao redor
GEOGRAFIA 22 ano
Por que o céu está nublado hoje?
~
CI~NCIAS
22
NOVAESCOLA (ISSN 0103-0116), XXVllt é uma publica
264
ano
mensal da FundaçãoVidor Civila (nio cittula em janeiro e ~
sua satisfação
é a sua garantia.
Jc:ê pode interromper
a assim
!lira a qualquer momento sem nenhum ônus. Mediante sua soIidtação, 10
direito à devolução do valor COne5pondente aos exemplares a m:eber. cIeWI
meute
c:onigido
de acordo com o indico oficial apIioivel.
venda exclusiva
PÔSTER
E COMO USAR
12
ao
52
em bancas
sa de
SoIidte ao
Todos os segredos do plantio de feijão
EDUCAÇÃO
FíSICA 62e 72anos
Jogar na escola sem deixar a peteca cair
% I INCLUSÃO
O espaço dos auxiliares
Por que ele é importante para muitos alunos com NEE
100 I HISTÓRIADA EDUCAÇÃO BRASIL
NO
Mestres quase nobres
Uma reforma para modernizar o ensino cria as aulas régias
104 I POLíTICASPÚBLICAS
A escola e a vida nos rios do Amazonas
O dia a dia dos estudantes de comunidades ribeirinhas
pelo P"'I"O da última
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DM5ÀO GRÁfICA DA EIIIIOIIA
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edição em banca mais despi
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Disttibuidora
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ESCOLA não admite pubIiddade
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São
Paulo.
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AIIIIIL
5.A.
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Freguesia do Ó. Sio Paul.. sp
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freguesia oÓ.Sio Paul..sp
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ao 42 ano
REPORTAGENS
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Redatora-dlefe: Denise Fellegrini
Diretora de Arte: Manuela Novais
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Colaborou nesta edição: Sidney Cerchiaro (revisão)
NOVAESCOLA
ONUNE
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Editoras-assistentes: Elaine 10rio (projetos especiais)~
,
Fabiana Vezzali
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89
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MATEMÁTICA 32 e 42 anos
Multiplicar por 10,100 e 1.000
70
GEIIDAU
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VICIOR CIVITA
ROBERIO CIVITA
(1907-1990)
(1936-2013)
Presidente: Viclor Civita Neto
Diretora Executiva: Angela Dannemann
Conselheiros: Victor Civita Neto, Giancarlo Francesco Civi
Roberta Anamaria Civita, Beatriz Gerdau Johannpeter,
Fábio Barbosa, Claudio de Moura Castro, Jorge Gerdau
Johannpeter, Manoel Amorim e Marcos Magalhães
Foto Ricardo Toscan!
10 I CARO EDUCADOR
Cwili~j(I
Fundada em 1985
SEÇÕES
52
~ Abril
I~'
CAPA
~
npp
O que você precisa saber
sobre a revista NOVAESCOLA
e a Fundação Victor Civita
NOVA ESCOLA, a maior revista de Educação do
Brasil, circula em todo o pais desde março de 1986
e é uma publicação da Fundação Victor Civita.
É vendida
a preço
de custo
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só paga
o papel,
a impressão e a distribuição porque a Fundação
Victor Civita, entidade sem fins lucrativos criada
em setembro de 1985, tem como objetivo contribuir
para a melhoria da qualidade da Educação Básica,
produzindo publicações, sites, material pedagógico,
pesquisas e projetos que
auxiliem na capacitação
dos professores, gestores
e demais responsáveis
pelo processo educaáonal.
VICTOR CIVITA
(1907-1990)
Fundador do Grupo
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Abril
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e idealizador da Fundação Victor Civita
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