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Nascimento, Morte e Ressurreição do
     Theatro Pedro II, palco da Orquestra
       Sinfônica de Ribeirão Preto (SP)
                                                   Gisele Laura Haddad

Resumo: Em 2010 foi comemorado o aniversário de 80 anos do Theatro
Pedro II. O presente artigo retrata sua história abordando os seguintes tópi-
cos: nascimento, batismo, registro, vínculos com a Orquestra Sinfônica de
Ribeirão Preto, palco e plateia, decadência, morte, abandono e protesto,
ressurreição, Fundação Pedro II, 80 anos, CEDOM (Centro de Documen-
tação e Memória do Theatro Pedro II) e atual ficha técnica dos funcionári-
os. A abordagem foi elaborada com fotos e a transcrição de importantes
documentos históricos até então inexplorados, constantes no Arquivo Histó-
rico da Orquestra e no Centro de Documentação do Theatro.

Palavras Chave: Theatro Pedro II, documentação do Theatro Pedro II,
musicologia histórica




             O vocábulo grego Théatron estabelece o lugar físico do
             espectador, "lugar onde se vai para ver" e onde, simultane-
             amente, acontece o drama como seu complemento visto, real
             e imaginário. Assim, o representado no palco é imaginado
             de outras formas pela plateia. Toda reflexão que tenha o
             drama como objeto precisa se apoiar numa tríade teatral:
             quem vê, o que se vê, e o imaginado. O teatro é um fenômeno
             que existe nos espaços do presente e do imaginário, nos tem-
             pos individuais e coletivos que se formam neste espaço.
             (Camargo, 2005)




Ictus 12-1                            17
Nascimento: Surge o Theatro Pedro II
       O vocábulo grego Théatron estabelece o lugar físico do espectador,
"lugar onde se vai para ver" e onde, simultaneamente, acontece o drama
como seu complemento visto, real e imaginário. Assim, o representado no
palco é imaginado de outras formas pela plateia. Toda reflexão que tenha o
drama como objeto precisa se apoiar numa tríade teatral: quem vê, o que se
vê, e o imaginado. O teatro é um fenômeno que existe nos espaços do
presente e do imaginário, nos tempos individuais e coletivos que se formam
neste espaço. (Camargo, 2005)
     Na década de 1920, a cidade de Ribeirão Preto viveu seu apogeu
econômico e político, desencadeado pela Cultura Cafeeira e pela implanta-
ção da Cia Mogiana de Estradas de Ferro que aconteceu em 1876. Para
entender o progresso deste período e as atividades culturais e de entreteni-
mento, devemos considerar que já existiam no final do século XIX em Ri-
beirão Preto a energia elétrica e o cinematógrafo. A cidade acabava por se
beneficiar das novidades e novos locais foram feitos para o convívio social,
principalmente da elite, como cassinos e teatros. Prova disso foi o Teatro
Carlos Gomes, construído e projetado pela Companhia Ramos de Azevedo,
que estava em atividade desde 1897 com bailes, apresentações teatrais,
exposições artísticas, festas e banquetes. Esta importava os espetáculos
das grandes companhias líricas para estreia nacional, entre eles o da Com-
panhia de Operetas Clara Weiss, da Companhia Ermete Zarconi e da Com-
panhia de Operetas Clara Della Guardia.

             Além da função consumista que proporcionavam aos espec-
             tadores, o cassino e o teatro constituíram-se em espaços ínti-
             mos de afeições pessoais e decisões políticas. Este último,
             construído graças à posição política e à riqueza incalculável
             do Coronel Schimdt, foi edificado no final do século XIX e foi
             considerado o segundo maior teatro do país à época
             (PAZZIANI, 2004, p.35).
      As atividades do Teatro Carlos Gomes1 tinham similaridade com as
atividades dos Clubs e Sociedades de Concertos de São Paulo e Rio de
Janeiro, instituições aristocráticas que também mantinham um corpo or-
questral para atuar em seus eventos.


1 Após muitos anos de decadência, este Teatro se transformou em ruínas e foi
demolido em 1944. Localizava-se onde hoje é a Praça Carlos Gomes, no centro da
cidade.
                                      18                              Ictus 12-1
Com a abertura industrial em 1911, instalou-se na cidade a Companhia
Cervejaria Paulista. Nesta época, o aristocrata Adalberto de Oliveira Roxo
adquiriu alguns velhos prédios na esquina das ruas Duque de Caxias e Álva-
res Cabral para a construção de um hotel, o Central Hotel. Este edifício deu
início ao Conjunto Arquitetônico conhecido como "Quarteirão Paulista". Os
outros terrenos localizados em frente à Praça XV de Novembro, até a es-
quina com a rua General Osório, foram adquiridos pela Cia Cervejaria Paulista,
com a finalidade de construir um conjunto arquitetônico composto por um
teatro e um edifício de escritórios. Posteriormente foi adquirido também o
edifício recém-construído do Central Hotel, que passou a ser chamado de
Palace Hotel. Tratava-se de um grande e novo complexo arquitetônico para
Ribeirão Preto que acontecia para representar riqueza e ostentação, oriun-
das da ascendente economia agro-industrial de Ribeirão Preto.
      Para a execução desse projeto, João Meira Júnior, um dos fundadores
da Cia Cervejaria Paulista, contratou, entre 1928 e 1930, o Arquiteto
Hippolyto Gustavo Pujol Júnior, e a parte estrutural da construção coube à
empresa alemã Kemmitz, dirigida por Fritz Hans Urlass.
      Desta iniciativa, inicia-se a construção de um grande teatro de ópera
com projeto inspirado em casas de espetáculos européias. A ideia era criar
um local que simbolizasse o poder da sociedade cafeeira.




Imagem do Theatro Pedro II. Fonte: CEDOM Theatro Pedro II




Ictus 12-1                           19
Ribeirão Preto, que então possuía condições favoráveis para assimila-
ção das novidades que chegavam do exterior, desfrutou de uma política
municipal que desde a década de 1910 organizou a estrutura social, planejou
suas ruas, promoveu o saneamento e a iluminação de ruas e praças públicas
baseada em modelos europeus, propiciando características francesas a to-
dos os outros aspectos.
      Historicamente, a economia cafeeira de Ribeirão Preto alcançou seu
apogeu na década de 1920, mas, com a Recessão de 1929, tal desenvolvi-
mento entrou em declínio. Diante da grave crise econômica mundial e do
crack da Bolsa de Nova Iorque, os fazendeiros se uniram aos membros da
Associação Comercial e Industrial (ACI-RP) para buscar meios de minimizar
os efeitos da crise. Eles se reuniam para a discussão do quadro econômico
e a aplicação de soluções de interesses das classes. A Associação enviou
telegramas ao Presidente da República, Washington Luís, solicitando medi-
das urgentes para a situação aflitiva do comércio local, e ao presidente do
Banco do Brasil, pedindo maior margem para as operações bancárias reali-
zadas em Ribeirão Preto.
        Em 1930, houve a revolução política nacional. Com estes aconteci-
mentos, encerrou-se produção cafeeira em grande escala, e o cenário soci-
al iniciou uma nova fase que herdou a cultura da Belle Époque, mas não
tinha meios para sua manutenção. O memorialista Rubem Cione (1987)
define o período do café na cidade de Ribeirão Preto em três ciclos: o de
pioneirismo (até 1870), o de apogeu ou consolidação (de 1870 a 1929) e o de
decadência (de 1930 em diante). Ao todo foram sessenta anos de produção
de café, entremeada por crises: econômica (1882), do elemento servil (1888),
de superprodução (1906), da geada (1918) e da crise econômica mundial
(1929).
      A crise econômica mundial de 1929 refletiu-se na construção do Theatro
Pedro II, o símbolo dos tempos áureos do café. A construção foi modificada
em sua fase de acabamento; mesmo assim, foi inaugurado a 8 de outubro de
1930 o Theatro Pedro II, com a apresentação do filme "Alvorada do Amor".
Desde então, tornou-se referência cultural e artística para a região de Ri-
beirão Preto e palco de acontecimentos políticos e sociais.




                                    20                          Ictus 12-1
Programa da Inauguração do Theatro Pedro II. Fonte: Arquivo Histórico da
OSRP




Jornal "A Cidade" de 09/10/1930. Fonte Arquivo Histórico da OSRP


Ictus 12-1                           21
Batismo: A escolha do nome do Theatro
     A designação do Theatro homenageia o último imperador do Brasil, D.
Pedro II.

             O adjectivo republicano pode caber-nos, na verdade, desde
             que lhe precisemos o sentido. Nos homens bons era forçoso
             reconhecer uma inegável independência republicana, aliada a
             uma inteira fidelidade monárquica (Antonio Sardinha 1887/
             1925).
     Houve um plebiscito em Ribeirão Preto para a escolha do nome do
Theatro. O memorialista Rubem Cione cita, em seu livro História de Ribei-
rão Preto - vol.1, o seguinte:

              [...] ao ser iniciada a construção do Theatro Pedro II, o jornal
             local "A Cidade" promoveu um concurso por votos, para ser
             dado por esse meio, o nome do teatro. A contenda tomou
             vulto, e além de diversos nomes inspirados pelos votantes,
             sempre figurava em primeiro lugar os nomes do último impera-
             dor e de Cassoulet, e não poucas vezes Cassoulet figurava em
             primeiro plano. (CIONE, 1987, p. 208).
      François Cassoulet, nome que concorreu ao plebiscito, foi o produtor
das diversões de Ribeirão Preto que mais se destacou na cidade no início do
século XX. Viveu e trabalhou por aqui entre os anos de 1894 e 1917. Era
grande empreendedor e inaugurou um dos primeiros cafés cantantes do
Brasil, o Eldorado, e, posteriormente, algumas casas teatrais e de diversões
para os endinheirados. Estes locais atraíam também frequentadores de toda
a região e mesmo de algumas capitais.
      Com enorme atenção à produção dos eventos apresentados nos esta-
belecimentos que eram de sua propriedade, Cassoulet trazia para eles artis-
tas de renome e prostitutas, apresentava performances artísticas e oferecia
mesas de jogos, mas também organizava os festejos de carnaval das ruas e
dos clubes para a população em geral.
      Apesar de seu envolvimento com atividades de meretrício, foi tolerado
na cidade pelo refinamento de suas produções, que incluíam apresentações
das Companhias de Óperas Italianas; muitas delas estreavam primeiramen-
te em Ribeirão Preto, no Teatro Carlos Gomes, para depois seguir em turnê
por todo o país. No Eldorado, oferecia apresentações para o público mascu-
lino em todas as noites e, como gerente do Teatro Carlos Gomes, promovia
reuniões e conferências, entre outras atividades, incluindo curiosamente a


                                       22                               Ictus 12-1
apresentação de filmes em cinematógrafo. Segundo consta em sua massa
falida, Francisco Cassoulet administrou além de um restaurante e Café
Concerto, o Teatro Carlos Gomes entre 1905 e 1917, o Paris Theatre entre
1903 e 1917 e o Cassino Antárctica entre 1909 e 1917. Declarou, em 1917,
quando de sua falência, ser comerciante e empresário teatral e residir há
vários anos à rua Américo Brasiliense de número 27 em frente ao Cassino
Antarctica.




Imagem de François Cassoulet. Fonte: CIONE, 1997.

      Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco
Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga ou D. Pedro II,
também chamado "O Magnânimo", foi o segundo e último Imperador do
Brasil. Foi o sétimo filho de Dom Pedro I e da arquiduquesa Dona Leopoldina
de Áustria.
      Pedro II governou de 1840, quando foi antecipada sua maioridade, até
1889 ano em que foi deposto com a proclamação da república brasileira.
Além dos registros históricos e jornalísticos da época, Pedro II deixou à
posteridade 5.500 páginas de seu diário registradas a lápis em 43 cadernos,
além de correspondências, que nos possibilitam conhecer um pouco mais do
seu perfil e pensamento.
      Ele é, ainda hoje, um dos personagens mais admirados do cenário na-
cional, e é lembrado pela defesa à integridade da nação, ao incentivo à
educação e cultura, pela defesa à abolição da escravidão e pela diplomacia
e relações com personalidades internacionais.
      Durante toda a sua administração como imperador, o Brasil viveu um
período de estabilidade e desenvolvimento econômico e grande valorização
Ictus 12-1                          23
da cultura, além de utilizar o patriotismo como força de defesa à integridade
nacional. Apesar de, muitas vezes, demonstrar certo desgosto pelas inten-
sas atividades políticas, o último imperador do Brasil construiu em torno de
si uma aura de simpatia e confiança entre os brasileiros.
      Nota-se que, apesar da República, os referenciais de Monarquia con-
tinuavam presentes na população, assim como, nos dias de hoje o termo
Theatro, com Th, se referindo ao Theatro Pedro II, é sempre utilizado justi-
ficando-se na tradição.




Imagem de D. Pedro II. Fonte: pelatradição.blogspot.com

Registro
       Desde 1996, o Theatro Pedro II possui em sua sala principal, capaci-
dade para 1588 espectadores e uma área total de 6500 m². Ainda no subsolo
acomoda um público de 200 pessoas no Auditório Meira Júnior (teatro ofici-
na). Por sua excelente acústica, o Teatro Pedro II é considerado um dos
melhores teatros da América Latina, destacando-se para a realização de
concertos sinfônicos e em especial ópera (de acordo com seu projeto inici-
al), incluindo-se fosso com elevador para orquestra abrigando cerca de ses-
senta músicos.




                                     24                          Ictus 12-1
Capacidade do Theatro Pedro II

 Platéia                          430
 Frisas                           134
 Balcão nobre                     271
 Balcão simples                   242
 Galeria central                  275
 Galerias laterais                100
 Camarotes do proscênio*          024
 Camarotes do balcão nobre*       056
 Camarotes do balcão simples* 056
 Total                            1.588
 * os camarotes do proscênio, balcão nobre e balcão simples, são cativos do Theatro
 Pedro II.

 Capacidade da Sala Meira Júnior- 200 lugares

Orquestra, Palco e Plateia
      Desde sua inauguração, o Theatro Pedro II foi a principal referência
cultural da cidade. Tornou-se centro de acontecimentos políticos e sociais e
grandes companhias teatrais e operísticas do exterior e corpos de baile do
país se apresentaram nele. Era de propriedade da Cia Antarctica Paulista
que também administrava suas atividades.
      Em 22 de setembro de 1938, o Theatro Pedro II recebe o concerto
inaugural da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, mantida pela Socieda-
de Musical de Ribeirão Preto. Apesar desta Sociedade ser fundada 8 anos
depois do Theatro, o programa da Inauguração do Theatro Pedro II, de
1930, demonstra que a orquestra de mesmo nome, mas mantida por uma
entidade anterior e mais antiga, participou deste fato, o que evidencia que a
Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto é mais antiga do que se pensava.
      O vínculo Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto e Theatro Pedro II é
tão intenso que é comum o Theatro ser confundido entre a população como
sendo a sede da Orquestra, ou mesmo encontrarmos a errônea afirmação
de que as duas entidades fazem parte da mesma administração: a prefeitu-
ra. Desde a fundação de ambos, a Orquestra tem o Theatro como seu palco
principal. A ligação é tão forte que devemos nos remeter a alguns documen-



Ictus 12-1                                25
tos que pertencem ao Arquivo Histórico da OSRP, para conhecer e admirar
a história destes dois maiores patrimônios culturais de Ribeirão Preto.

Transcrição do Jornal "Folha da Manhã" de 29 de
    setembro de 1938
       "A sociedade de Ribeirão Preto teve o prazer de apreciar novamente
uma noitada verdadeiramente artística com o concerto inaugural da Socie-
dade Musical, ultimamente aqui fundada (...).
      O sumptuoso Theatro Pedro II apresentava-se repleto e às 20:30 ho-
ras, ergueu-se o panno, falando o Dr. Camillo de Mattos, que em ligeiras
palavras se referiu aos sentimentos nobres dos artistas componentes da
sociedade que estava sendo inaugurada, destinando parte dos resultados
daquelle concerto ao socorro a um collega enfermo.
      A seguir deu início a um longo discurso fazendo a apologia da música
e salientando a figura insigne do maestro patrício, Carlos Gomes. Ao termi-
nar, foi o orador muito applaudido e abraçado por D. Joaquina Gomes, irmã
de Carlos Gomes, que não conseguiu occultar sua comoção provocada pe-
las referências feitas a seu irmão. Em seguida teve início o concerto, sendo
executadas, em sua maioria, obras de Carlos Gomes, tendo a execução de
todas ellas dado um bello attestado de competência artística do maestro
Antônio Giammarusti e seus companheiros.
      Durante o intervallo, Raul Laranjeira executou algumas músicas no
seu violino, colhendo calorosos applausos. Está, pois, de parabéns a nossa
população com o apparecimento de mais essa entidade artística e fazemos
votos por que também o nosso povo corresponda à expectativa, cooperando
no progresso da Sociedade Musical de Ribeirão Preto".

Transcrição do Jornal "Diário da Manhã" de 9/6/1957
    constante do Arquivo Pessoal Manoel da Silva.
    Reportagem de Moacir Bernardes
      (...) Uma orquestra sinfônica não se improvisa, daí as grandes dificul-
dades dos idealizadores da Sociedade Musical de Ribeirão Preto, cujo prin-
cipal fim seria a organização de uma orquestra para a difusão da música
clássica. Houve necessidade de moldar elementos, estabelecer disciplina,
programas de estudos e ensaios continuados. Finalmente, no dia 22 de se-
tembro de 1938, no Theatro Pedro II, a Sociedade Musical de Ribeirão
Preto apresentou ao público a Orquestra Sinfônica, executando um progra-

                                    26                           Ictus 12-1
ma, ainda em homenagem a Carlos Gomes, o inspirador do movimento ar-
tístico. Noite de gala a qual compareceram as mais altas autoridades locais
e a senhora Joaquina Gomes, "nhá" Quina, irmão de Carlos Gomes. Regeu
a orquestra o maestro Antonio Giammarusti, com o concurso de Raul La-
ranjeira. O programa daquela noite constou dos seguinte: Abertura do espe-
táculo com o discurso do senhor Joaquim Camilo de Mattos, prefeito muni-
cipal, seguindo-se a execução pela orquestra de: "Fosca", sinfonia de Carlos
Gomes; "Ma Belle qui Danse" de Von Westerhout; "Maria Tudor", sinfonia
de Carlos Gomes; "Minueto em Si Bemol" de Boschini; "Salvador Rosa",
ouverture da Opera de Carlos Gomes; "Preludio" da Opera "Lo Schiavo" de
Carlos Gomes; "Momento Musical para cordas de Schubert, e finalmente
"O Guarani", sinfonia de Carlos Gomes.




Capa do programa do 1º concerto da OSRP realizado em 22 de setembro de
1938, no Theatro Pedro II.
Fonte: OSRP




Ictus 12-1                          27
Imagem do 2º concerto da OSRP realizado no Theatro Pedro II. Fonte: OSRP

Sociedade Musical de Ribeirão Preto, sem sede
    própria... (extraído do capítulo do livro "50 anos
    de Orquestra Sinfônica em Ribeirão Preto 1938-
    1988" de Myriam de Souza Strambi (1989)
      Desde a sua fundação até fins de 1958, a Diretoria e a Orquestra
Sinfônica da Sociedade Musical de Ribeirão Preto vagaram de porta em
porta, conseguindo por gentileza de cidadãos ribeirãopretanos, um lugar para
realizar suas reuniões e ensaios, pois até então não haviam conseguido ad-
quirir uma sede própria.
      As primeiras reuniões foram realizadas na residência de Max Bartsch,
presidente da Sociedade, que era gerente da Cia. Antarctica Paulista, na
rua Luís da cunha n. 2, e posteriormente em seu novo endereço, no n. 80 da
mesma rua.
      Muitas foram realizadas também na residência de Biase e de Edmunso
Russomano, que antes de tudo, eram idealistas e amigos de Max, lutando ao
seu lado, pela sobrevivência da entidade musical, que cuidava com muito
carinho.



                                    28                          Ictus 12-1
A Orquestra Sinfônica já havia conseguido espaço para seus ensaios
no sub-solo do Theatro Pedro II, pois contava com o apoio do Dr. João
Alves Meira Júnior, entusiasta do projeto e presidente da Cia. Cervejaria
Paulista, proprietária do local.
      Com muito esforço por parte dos dirigentes, e já contando um conside-
rável número e sócios, conseguiu a Sociedade Musical inaugurar sua pró-
pria sede social, que era apenas uma modesta sala, n. 252 do 2º andar, do
Edifício Diederichsen, no dia 3 de fevereiro de 1939.

Transcrição da reportagem de Mario C. Délia, em
    reportagem especial para o jornal "Diário da
    Manhã" de 09 de janeiro de 1940
      Em uma destas ultimas tardes mornas de Ribeirão Preto, convidados
especialmente, fomos ouvir, no subterrâneo do Theatro Pedro II, o ensaio
do próximo concerto da Sociedade Musical de Ribeirão Preto.
      Lá estava o maestro Ignácio Stábile, a reger a nossa symphonica e,
embora o adiantado da hora, ainda conseguimos ouvir algumas musicas.
      Terminado o ensaio, aproximamo-nos do maestro para cumprimental-
lo e este foi nos dizendo á queima-bucha como é de seu natural: "O Sr. Que
tanto tem escripto sobre a necessidade de se divulgar a musica brasileira,
vae ter o seu desejo satisfeito. O 9 concerto da Musical, terá a segunda
parte toda dedicada a músicos brasileiros..."
      - "Bravos, maestro, até que enfim, vamos entrando nos eixos..."
      - "Há de me permitir, no entanto, que eu lhe diga o que penso da
musica brasileira e das grandes dificuldades na organização dos programmas
nacionaes."
      -"Terei immenso prazer em ouvi-lo e transmitir assim as suas impres-
sões aos leitores do Diário da Manhã".
      Transcrição do Jornal "A Cidade" de 13 de dezembro de 1939, Jornal
"O Diário da Manhã" de 18 e 26 de julho de 1939 e arquivo da OSRP.
      Na noite de 17 de julho de 1939, com o objetivo de levantar fundos
para a compra de instrumentos para a Sociedade Musical de Ribeirão Preto
(mantenedora da OSRP), Giammarusti conseguiu realizar no Theatro Pedro
II um recital pianístico com suas alunas. Produziu esta apresentação com
12 pianos no palco, emprestados pelas famílias da cidade, um recital com
apresentações de piano solo e de conjuntos com 12 e 21 executantes, todos
tocados por suas alunas. No repertório, constavam a "Fantasia sobre o Hino
Nacional Brasileiro" de Gottschalk, "Moto Perpétuo" de Weber, "Polonaise

Ictus 12-1                          29
em La bemol" de Chopin e na última parte a "2ª Rapsódia" de Liszt e trechos
da Ópera "O Guarany" de Carlos Gomes. Por esta realização foi muito
elogiado pela imprensa da época, sendo citado como idealista e pessoa ad-
mirável por seu feito.




Capa do Programa do Recital Pianístico das alunas do Prof. Antônio
Giammarusti, realizado dia 17 de julho de 1939. Fonte: Arquivo da OSRP. O
recital das alunas do Prof. Giammarusti é então considerado como a primeira
campanha para aquisição de instrumentos da história da OSRP.

Transcrição do Jornal "Diário da Manhã" de 26 de julho
    de 1939

      Agradecimento
      A Sociedade Musical de Ribeirão Preto, sensibilizada, vem por meio
deste, externar a sua mais profunda gratidão ao competente Maestro Sr.
Antonio Giammarusti pela patriótica iniciativa que teve, realizando um
explendido, um formidável concerto com 12 pianos em benefício desta Soci-
edade. Ao mesmo tempo agradece à fina flor da sociedade riberopretana,
às exmas. pianistas e alumnas do maestro Antonio Giammarusti que deram
prova pública do progresso da arte em Ribeirão Preto e ao mesmo tempo
forma infatigáveis no seu auxilio à Sociedade Musical(...)


                                     30                            Ictus 12-1
Em 1950, Ribeirão Preto recebeu a menina italiana Giannella di Marco
para reger a OSRP. Com apenas 5 anos de idade, sua precocidade e
genialidade eram definidos pela imprensa mundial. Assim consta no progra-
ma de concerto da OSRP do dia 14 de julho de 1950: "Giannella é uma
garotinha de 5 anos apenas, que comanda a orquestra e dela obtem efeitos
que, por vezes, pretenciosos diretores, bracejando como epileptoides, não
obtêm. Dirigiu a Orquestra Sinfônica de Roma como gente grande e triun-
fou plenamente. O que ultrapassa os limites comuns do que é humano, é que
uma criaturinha que apenas teve tempo para aprender a falar, dirija uma
orquestra sinfônica importantíssima e com absoluta precisão e em obras
com envergadura como sejam as de Mozart, Rossini, Grieg e Wagner des-
de, nada menos que a Abertura Tannhauser".




Capa do Programa de Concerto da OSRP sob a regência de Giannella di Marco.
Fonte: OSRP.




Ictus 12-1                          31
Capa do Programa da Ópera La Traviata de Verdi. Fonte: OSRP




Giannella di Marco e OSRP em concerto realizado no Theatro Pero II dia 14 de
junho de 1950. Fonte: OSRP




                                    32                            Ictus 12-1
Carta da emissora de rádio PRA-7 para a prefeitura, pleiteando o não pagamento
referente à linha telefônica para a irradiação, direto do Theatro Pedro II, dos
concertos da Sociedade Musical de Ribeirão Preto. Documento do ano de 1948.
Fonte: APHMRP

Decadência
      Até fins dos anos 60, o Theatro Pedro II, constituiu-se em importante
marco cultural e artístico da cidade e da região, seu glamour durou quase 30
anos.
      Entre 1950 e 1970, o subsolo do teatro era utilizado como salão em
baile de carnaval. Fora do período carnavalesco era transformado em sala
de jogos. O local ficou conhecido como "Caverna do Diabo".
      Ainda na década de 1960, o prédio passou por uma reforma que o
descaracterizou e seus sinais de decadência levaram o Pedro II a mudar de
proprietários. Na década de 70, o prédio foi arrendado por uma companhia
exibidora que transformou sua capacidade a um cinema de 800 lugares. Na
sala principal vários elementos decorativos foram destruídos, a plateia foi
reduzida e placas de madeira encobriam camarotes, frisas e galerias late-
rais para transformá-lo em cinema. Em 1978, o teatro já estava em péssimo
estado de conservação.




Ictus 12-1                            33
Morte
     Depois de longos anos de subutilização, o único teatro de ópera
construído no interior e terceiro maior do país, viveu a tragédia: o incêndio
destruiu a cobertura, o forro do palco e grande parte do interior, comprome-
tendo a estrutura do Theatro Pedro II. Aconteceu no dia 15 de julho de
1980. O fogo começou com um suposto curto-circuito ocorrendo o fato
durante exibição do filme "Os Três Mosqueteiros Trapalhões".




Imagem do incêndio de 15/07/1980. Fonte CEDOM

Abandono e Protesto
      O único grande protesto contra o descaso do poder público em relação
ao Theatro foi promovido pela OSRP quando, em 5 de outubro de 1980,
ocorreu a comemoração do cinquentenário do Theatro Pedro II que estava
em ruínas há quase 3 meses. Para este evento, o maestro Isaac
Karabtchevsky veio como convidado reger a OSRP, ao lado do seu maestro
titular, Lutero Rodrigues. O concerto aconteceu na esplanada do Theatro já
                                    34                           Ictus 12-1
que seria impossível ser realizado em seu interior. A população prestigiou o
concerto onde foram apresentadas obras de Schubert, Rossini, Brahms e
Tchaikowsky.
      Karabtchevsky foi homenageado pela então Sociedade Lítero Musi-
cal, mantenedora da OSRP, com inauguração em sua sede, de uma placa
comemorativa de sua apresentação.
      Desde então, era possível notar as ruínas do Theatro, apesar de se
localizar no centro da cidade, como local perigoso e de permanência de
mendigos.

Ressureição
       No dia 7 de maio de 1982 o prédio do Theatro Pedro II foi tombado
pelo CONDEPHAAT, Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Ar-
queológico, Artístico e Turístico, órgão subordinado à Secretaria da Cultura
do Estado de São Paulo. A partir disto, artistas, intelectuais, cidadãos e po-
líticos realizaram em Ribeirão Preto campanhas pela preservação do prédio
e pelo resgate de sua função cultural, o que desencadeou em 1991 o traba-
lho de Restauração e Modernização do edifício.
       O projeto de recuperação do teatro demorou cinco anos. A reforma da
estrutura do prédio, a modernização das instalações e o restauro das carac-
terísticas arquitetônicas originais resgataram e ampliaram suas funções, tor-
nando o Pedro II o segundo maior teatro de ópera do país, em capacidade
de público, atrás apenas do Teatro Municipal de São Paulo.
       Em agosto de 1996, na administração do prefeito Antônio Palocci Fi-
lho, o Teatro Pedro II foi reinaugurado com um concerto da Orquestra Sin-
fônica de Ribeirão Preto e o Coral do Teatro Colón, de Buenos Aires, apre-
sentando a abertura Il Guarany de Antônio Carlos Gomes e a Nona Sinfonia
de Ludwig van Beethoven, respectivamente sob a regência dos maestros
Roberto Minczuk e Isaac Karabtchevsky, contando ainda com a presença
de Fernando Portari (tenor solista). Em sua nova configuração após a refor-
ma, ocorreram várias melhorias e foi ainda criada e instalada uma nova
cúpula da artista plástica Tomie Ohtake, mas todos os demais detalhes do
Teatro Pedro II foram reconstruídos e restaurados de acordo com as plan-
tas e demais dados arquitetônicos originais.

Fundação D. Pedro II
     A Fundação D. Pedro II foi criada no dia 19 de julho de 1995 pelas
Leis Complementares nº 465 e 503 para a administração do Theatro Pedro

Ictus 12-1                           35
II. Sua sede está instalada no prédio do Theatro, na Rua Álvares Cabral,
370, em frente à Praça XV de Novembro. A Fundação tem por finalidade:
orientar, incentivar e patrocinar atividades artísticas e culturais; promover a
defesa do patrimônio histórico-cultural do município e em especial do Theatro
Pedro II; promover cursos, reuniões e congressos visando a realização de
objetivos artísticos, culturais e educacionais da cidade e região, atendendo
também eventos sem cobrança de ingressos para a população carente. No
quadro abaixo constam as informações sobre os Ex-Presidentes da Funda-
ção D. Pedro II, conforme Portarias do Executivo:
 OCUPANTE                  PORTARIA      DOM.               PERÍODO

 Antônio Carlos C.         1989          19/12/95           Nom. 11/12/95
 Nogueira
                           2021          27/12/96           Ex. 01/01/97

                           14            02/01/01           Nom. 01/01/01

                           641           15/04/02           Ex. 11/04/02

 João Gilberto Sampaio     14            02/01/97           Nom. 02/01/97

                           317           06/03/98           Ex. 04/03/98

 Luiz Gaetani              318           06/03/98           Nom. 05/03/98

                           1364          27/12/00           Ex. 31/12/00

 Efrain Ribeiro dos Reis   649           15/04/02           Nom.12/04/02

                           2256          24/11/04           Ratifica Nom. 12/04/04

                           2407          30/12/04           Ex. 31/12/04

 Mariana Aude Jábali       17            03/01/05           Nom. 01/01/05

                           2079          29/09/05           Afastou-se 26/09 a
                                                            10/10/05
                           540           30/03/06
                                                            Ex. 30/03/06
                           1519 e 1540   27/10 e 06/11/06
                                                            Nom. 06/11/2006
                           1533          16/09/08
                                                            Afastou-se 16/09 a
                           1963          12/12/08           15/10/08

                                                            Ex. 31/12/08

 Francisco de A. S.        2079          29/09/05           Nom. 26/09 a 10/10/05
 Pagano
                           541           30/03/06           Nom. 31/03/06

                           1518 e 1540   27/10 e 06/11/06   Ex. 05/11/06

                           1533          16/09/08           Nom. 16/09 a 15/10/08

 Layr Luchesi Júnior       16            05/01/09           Nom. 01/01/09

                           907           30/07/10           Ex. 31/07/10


                                         36                                      Ictus 12-1
80 Anos
      No dia 08 de outubro de 2010, em comemoração aos 80 anos, a dire-
ção do Pedro II realizou a solenidade oficial de aniversário na Sala dos
Espelhos e homenageou os que fizeram a história do Theatro.
      Impossibilitado, o príncipe Dom Bertrand Orleans e Bragança, trineto
de D. Pedro II, enviou para esta solenidade um representante; o conselheiro
oficial da Casa Imperial do Brasil Pró-Monarquia, Ciro Moz Davino.
      Durante a comemoração, Ciro entregou para a prefeita Dárcy Vera
um Brasão Imperial, em nome do príncipe. "É com muita honra e orgulho
que recebo o Brasão Imperial", agradeceu a prefeita.
      "Fui incumbido da difícil missão de falar em nome do príncipe. Quero
me congratular com os gestores da Fundação Pedro II. É um justo tributo a
este chefe de estado que representou o País durante 49 anos e incentivava
as artes liberais e as letras. Manifesto enorme satisfação em conhecer este
patrimônio", afirmou o representante do príncipe, Ciro Moz Davino.
      Em seguida houve a apresentação da Orquestra Sinfônica de Ribeirão
Preto, sob a regência de Cláudio Cruz, com o cantor e compositor Guilher-
me Arantes.
      A cerimônia também contou com o descerramento da placa comemo-
rativa, com a galeria dos ex-presidentes da Fundação Theatro Pedro II.
      Além da programação de eventos, foi produzido um material de divul-
gação da data com camisetas, chaveiros, pratos, marcador de páginas, car-
tão postal, folder trilíngue, entre outros, contendo a logomarca estilizada dos
80 anos do Theatro, além do carimbo, selo postal personalizado e cartão de
recarga de celular.

Centro de Documentação e Memória do Theatro Pedro
    II - CEDOM
      Através da parceria firmada entre a Fundação D. Predro II e a Facul-
dade de Filosofia Ciências e Letras da Universidade de São Paulo - Campus
Ribeirão Preto, particularmente com o Curso de Ciências da Informação e
Documentação, em 16 de abril de 2007 teve início o processo de implanta-
ção do entro de Documentação e Memória do Theatro Predro II (CEDOM).
O CEDOM possui um acervo que documenta a memória do terceiro maior
teatro de ópera do país, o Theatro Pedro II, construído em 1930, quase
totalmente destruído por um incêndio em 1980 e reinaugurado em 1996,
após um longo período de restauração.


Ictus 12-1                            37
Theatro Pedro II em novembro de 2010. Foto: Gisele Haddad

      O CEDOM tem por finalidade localizar, recolher (original ou cópia),
catalogar e conservar adequadamente documentos pertinentes ao Theatro
Pedro II, além de disponibilizar ao público um acervo centralizado de manei-
ra ordenada.
      O CEDOM está centralizado em umas das salas do terceiro andar do
próprio Theatro, visto que até o presente acordo entre as duas instituições
os documentos se encontravam descentralizados e disponibilizados sem ne-
nhum critério no interior do Theatro. O acervo do CEDOM constitui-se em
uma massa documental referente principalmente a realizações artísticas,
abrangendo o período entre a reinauguração em 1996 aos dias atuais. No
atual momento o Centro de Documentação e Memória passa poro um pro-
cesso de catalogação e indexação de seu acervo, com o intuito de caracterizá-
lo museologicamente, visto que sua variedade documental e resultante dos
eventos realizados na sala principal do Theatro PedroII e no Auditório Meira
Júnior, contendo ingressos, programas de espetáculos, cartazes, material
audiovisual, clipping de jornal, folders (propaganda) atuais e alguns docu-
mentos considerados especiais pelo seu tempo de vida (raros e antigos).
      Pode-se dizer que o CEDOM não visa apenas acondicionar e catalo-
gar documentos, mas também aproximar a população à história do Theatro,
proporcionando o compartilhamento de uma memória que, enquanto

                                    38                           Ictus 12-1
institucional, se configura como histórica, garantindo uma memória às gera-
ções futuras.
      Hoje o CEDOM conta com o valioso trabalho do voluntário Objamerson
dos Santos, o Binho, que comparece diariamente ao acervo, cuidando e
valorizando a sua existência: "eu monto parte da história do Theatro e a
organizo de maneira que fique em ordem cronológica". Binho, apesar de ter
apenas 17 anos, manuseia com carinho cada documento e hoje é o detentor
da organização do CEDOM. "Meu objetivo maior é o de fazer com que a
pessoa que olha uma informação tenha recursos para fazer um encadea-
mento a outros materiais de mesmo assunto, pois hoje o CEDOM não rece-
be visitas devido à falta de catalogação que não o deixa apto para isto". Ao
fazer esta afirmação, Binho ressalta que acredita que muitas pessoas na
população podem estar guardando a documentação histórica do Theatro em
casa, sem o conhecimento de que o CEDOM existe.

     Ficha Técnica - 08/10/2010 - 80 anos
     Presidente: Josué de Lima Peixoto
     Diretor Administrativo: José Arthur Damião Jaquinta
     Diretor Financeiro: Josué de Lima Peixoto
     Gerente Artística: Zezé Najem
     Assistentes: Jésus Parreira e Paula Campos
     Bilheterias: Aparecida Tablas e Denise Abrahao
     Técnicos: Francisco, Marcos, Ricardo, Ademilson, Mateus, João
     Monitores (Voluntários):
     Adriana Aparecida Nogueira Silva
     Ana Cristina de Oliveira e Silva
     Ana Paula Riul Nunciatelli
     Aureliano Henrique Elisei
     Beatriz Pereira Cozette
     Camila Santos de Oliveira
     Carina Porteiro Tricori
     Cyntia Gouvêa de Oliveira
     Daniela Beatriz Sembenele da Silva
     Daniela Chesca Pereira
     Debora Regina Feliciano Medeiros Silva
     Dorotea de Souza Nogueira
     Duana Castro Soares
     Dulce Rodrigues da Cunha Teixeira

Ictus 12-1                          39
Edigar Charles Cabral dos Santos
Elisete Amélia Pandolf Guarino
Fernanda Menezes de Souza
Jandira Gomes de Menezes
Juliane Aparecida Ferreira
Luci Rosana Pereira
Márcia Balbão Clemente
Marcos Bernardinelli
Marcos de Almeida Santos
Maria Ângela de Oliveira
Maria Elisa de Freitas Trindade
Maria Helena Maglio
Maria Iraci Almeida
Maria Lucia Rios
Nilza Maria Gondim Mariutti
Paula Fernanda Dourado Barbosa
Paulo Henrique Cândido
Regina Célia Chesca
Renan Falchete Peixoto
Ronaldo Guizzo
Rosa Maria de Campos
Sandra Regina Claro de Souza
Shirlei Maria Daniel
Silvia Helena de Campos
Tales Minin
Terezinha Marlene Lunkes
Valéria Aparecida Mussolini
Vânia Cristina Tonholo
Virlaine Silveira Neves




                           40      Ictus 12-1
Monitores do Theatro Pedro II. Foto Gisele Haddad




Josué de Lima Peixoto, Presidente da Fundação D. Pedro II




Ictus 12-1                           41
Fontes
Arquivo Histórico da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto

Arquivo Público Histórico Municipal de Ribeirão Preto

Camargo, Robson. O Espetáculo do Melodrama. ECA/USP, tese de douto-
     rado, 2005

CEDOM - Centro de Documentação e Memória do Theatro Pedro II

Referências
CIONE, Rubem. História de Ribeirão Preto. Matão: IMAG, 1987

HADDAD, Gisele Laura. Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto:
Representações e Significado Social. Dissertação de Mestrado IA-
UNESP/SP, 2009

PAZIANI, Rodrigo Ribeiro. Construindo a Petit Paris: Joaquim
Macedo Bittencourt e a Belle Époque em Ribeirão Preto (1911-1920).
2004. 348 f. Tese (Doutorado em História) - Faculdade de História,
Direito e Serviço Social, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mes-
quita Filho, Franca, 2004.

Prefeitura da Cidade de Ribeirão Preto. Disponível em: <http://
www.ribeiraopreto.sp.gov.br>. Acesso em: 03 set. 2011.

SANTOS, Jonas Rafael dos. As transformações da riqueza em Ribei-
rão Preto (1920-1950). 2004. 217 f. Dissertação (Mestrado em
História) - Faculdade de História, Direito e Serviço Social, Universida-
de Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Franca, 2004.

STRAMBI, Miriam. 50 anos de Orquestra Sinfônica em Ribeirão
Preto. Ribeirão Preto: Legis Summa, 1989

Theatro Pedro II. Disponível em: <http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/
fundacao/teatro/i36principal.php>. Acesso em: 03 set. 2011.
                                  42                          Ictus 12-1

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A história do Theatro Pedro II: do nascimento à ressurreição

  • 1. Nascimento, Morte e Ressurreição do Theatro Pedro II, palco da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto (SP) Gisele Laura Haddad Resumo: Em 2010 foi comemorado o aniversário de 80 anos do Theatro Pedro II. O presente artigo retrata sua história abordando os seguintes tópi- cos: nascimento, batismo, registro, vínculos com a Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, palco e plateia, decadência, morte, abandono e protesto, ressurreição, Fundação Pedro II, 80 anos, CEDOM (Centro de Documen- tação e Memória do Theatro Pedro II) e atual ficha técnica dos funcionári- os. A abordagem foi elaborada com fotos e a transcrição de importantes documentos históricos até então inexplorados, constantes no Arquivo Histó- rico da Orquestra e no Centro de Documentação do Theatro. Palavras Chave: Theatro Pedro II, documentação do Theatro Pedro II, musicologia histórica O vocábulo grego Théatron estabelece o lugar físico do espectador, "lugar onde se vai para ver" e onde, simultane- amente, acontece o drama como seu complemento visto, real e imaginário. Assim, o representado no palco é imaginado de outras formas pela plateia. Toda reflexão que tenha o drama como objeto precisa se apoiar numa tríade teatral: quem vê, o que se vê, e o imaginado. O teatro é um fenômeno que existe nos espaços do presente e do imaginário, nos tem- pos individuais e coletivos que se formam neste espaço. (Camargo, 2005) Ictus 12-1 17
  • 2. Nascimento: Surge o Theatro Pedro II O vocábulo grego Théatron estabelece o lugar físico do espectador, "lugar onde se vai para ver" e onde, simultaneamente, acontece o drama como seu complemento visto, real e imaginário. Assim, o representado no palco é imaginado de outras formas pela plateia. Toda reflexão que tenha o drama como objeto precisa se apoiar numa tríade teatral: quem vê, o que se vê, e o imaginado. O teatro é um fenômeno que existe nos espaços do presente e do imaginário, nos tempos individuais e coletivos que se formam neste espaço. (Camargo, 2005) Na década de 1920, a cidade de Ribeirão Preto viveu seu apogeu econômico e político, desencadeado pela Cultura Cafeeira e pela implanta- ção da Cia Mogiana de Estradas de Ferro que aconteceu em 1876. Para entender o progresso deste período e as atividades culturais e de entreteni- mento, devemos considerar que já existiam no final do século XIX em Ri- beirão Preto a energia elétrica e o cinematógrafo. A cidade acabava por se beneficiar das novidades e novos locais foram feitos para o convívio social, principalmente da elite, como cassinos e teatros. Prova disso foi o Teatro Carlos Gomes, construído e projetado pela Companhia Ramos de Azevedo, que estava em atividade desde 1897 com bailes, apresentações teatrais, exposições artísticas, festas e banquetes. Esta importava os espetáculos das grandes companhias líricas para estreia nacional, entre eles o da Com- panhia de Operetas Clara Weiss, da Companhia Ermete Zarconi e da Com- panhia de Operetas Clara Della Guardia. Além da função consumista que proporcionavam aos espec- tadores, o cassino e o teatro constituíram-se em espaços ínti- mos de afeições pessoais e decisões políticas. Este último, construído graças à posição política e à riqueza incalculável do Coronel Schimdt, foi edificado no final do século XIX e foi considerado o segundo maior teatro do país à época (PAZZIANI, 2004, p.35). As atividades do Teatro Carlos Gomes1 tinham similaridade com as atividades dos Clubs e Sociedades de Concertos de São Paulo e Rio de Janeiro, instituições aristocráticas que também mantinham um corpo or- questral para atuar em seus eventos. 1 Após muitos anos de decadência, este Teatro se transformou em ruínas e foi demolido em 1944. Localizava-se onde hoje é a Praça Carlos Gomes, no centro da cidade. 18 Ictus 12-1
  • 3. Com a abertura industrial em 1911, instalou-se na cidade a Companhia Cervejaria Paulista. Nesta época, o aristocrata Adalberto de Oliveira Roxo adquiriu alguns velhos prédios na esquina das ruas Duque de Caxias e Álva- res Cabral para a construção de um hotel, o Central Hotel. Este edifício deu início ao Conjunto Arquitetônico conhecido como "Quarteirão Paulista". Os outros terrenos localizados em frente à Praça XV de Novembro, até a es- quina com a rua General Osório, foram adquiridos pela Cia Cervejaria Paulista, com a finalidade de construir um conjunto arquitetônico composto por um teatro e um edifício de escritórios. Posteriormente foi adquirido também o edifício recém-construído do Central Hotel, que passou a ser chamado de Palace Hotel. Tratava-se de um grande e novo complexo arquitetônico para Ribeirão Preto que acontecia para representar riqueza e ostentação, oriun- das da ascendente economia agro-industrial de Ribeirão Preto. Para a execução desse projeto, João Meira Júnior, um dos fundadores da Cia Cervejaria Paulista, contratou, entre 1928 e 1930, o Arquiteto Hippolyto Gustavo Pujol Júnior, e a parte estrutural da construção coube à empresa alemã Kemmitz, dirigida por Fritz Hans Urlass. Desta iniciativa, inicia-se a construção de um grande teatro de ópera com projeto inspirado em casas de espetáculos européias. A ideia era criar um local que simbolizasse o poder da sociedade cafeeira. Imagem do Theatro Pedro II. Fonte: CEDOM Theatro Pedro II Ictus 12-1 19
  • 4. Ribeirão Preto, que então possuía condições favoráveis para assimila- ção das novidades que chegavam do exterior, desfrutou de uma política municipal que desde a década de 1910 organizou a estrutura social, planejou suas ruas, promoveu o saneamento e a iluminação de ruas e praças públicas baseada em modelos europeus, propiciando características francesas a to- dos os outros aspectos. Historicamente, a economia cafeeira de Ribeirão Preto alcançou seu apogeu na década de 1920, mas, com a Recessão de 1929, tal desenvolvi- mento entrou em declínio. Diante da grave crise econômica mundial e do crack da Bolsa de Nova Iorque, os fazendeiros se uniram aos membros da Associação Comercial e Industrial (ACI-RP) para buscar meios de minimizar os efeitos da crise. Eles se reuniam para a discussão do quadro econômico e a aplicação de soluções de interesses das classes. A Associação enviou telegramas ao Presidente da República, Washington Luís, solicitando medi- das urgentes para a situação aflitiva do comércio local, e ao presidente do Banco do Brasil, pedindo maior margem para as operações bancárias reali- zadas em Ribeirão Preto. Em 1930, houve a revolução política nacional. Com estes aconteci- mentos, encerrou-se produção cafeeira em grande escala, e o cenário soci- al iniciou uma nova fase que herdou a cultura da Belle Époque, mas não tinha meios para sua manutenção. O memorialista Rubem Cione (1987) define o período do café na cidade de Ribeirão Preto em três ciclos: o de pioneirismo (até 1870), o de apogeu ou consolidação (de 1870 a 1929) e o de decadência (de 1930 em diante). Ao todo foram sessenta anos de produção de café, entremeada por crises: econômica (1882), do elemento servil (1888), de superprodução (1906), da geada (1918) e da crise econômica mundial (1929). A crise econômica mundial de 1929 refletiu-se na construção do Theatro Pedro II, o símbolo dos tempos áureos do café. A construção foi modificada em sua fase de acabamento; mesmo assim, foi inaugurado a 8 de outubro de 1930 o Theatro Pedro II, com a apresentação do filme "Alvorada do Amor". Desde então, tornou-se referência cultural e artística para a região de Ri- beirão Preto e palco de acontecimentos políticos e sociais. 20 Ictus 12-1
  • 5. Programa da Inauguração do Theatro Pedro II. Fonte: Arquivo Histórico da OSRP Jornal "A Cidade" de 09/10/1930. Fonte Arquivo Histórico da OSRP Ictus 12-1 21
  • 6. Batismo: A escolha do nome do Theatro A designação do Theatro homenageia o último imperador do Brasil, D. Pedro II. O adjectivo republicano pode caber-nos, na verdade, desde que lhe precisemos o sentido. Nos homens bons era forçoso reconhecer uma inegável independência republicana, aliada a uma inteira fidelidade monárquica (Antonio Sardinha 1887/ 1925). Houve um plebiscito em Ribeirão Preto para a escolha do nome do Theatro. O memorialista Rubem Cione cita, em seu livro História de Ribei- rão Preto - vol.1, o seguinte: [...] ao ser iniciada a construção do Theatro Pedro II, o jornal local "A Cidade" promoveu um concurso por votos, para ser dado por esse meio, o nome do teatro. A contenda tomou vulto, e além de diversos nomes inspirados pelos votantes, sempre figurava em primeiro lugar os nomes do último impera- dor e de Cassoulet, e não poucas vezes Cassoulet figurava em primeiro plano. (CIONE, 1987, p. 208). François Cassoulet, nome que concorreu ao plebiscito, foi o produtor das diversões de Ribeirão Preto que mais se destacou na cidade no início do século XX. Viveu e trabalhou por aqui entre os anos de 1894 e 1917. Era grande empreendedor e inaugurou um dos primeiros cafés cantantes do Brasil, o Eldorado, e, posteriormente, algumas casas teatrais e de diversões para os endinheirados. Estes locais atraíam também frequentadores de toda a região e mesmo de algumas capitais. Com enorme atenção à produção dos eventos apresentados nos esta- belecimentos que eram de sua propriedade, Cassoulet trazia para eles artis- tas de renome e prostitutas, apresentava performances artísticas e oferecia mesas de jogos, mas também organizava os festejos de carnaval das ruas e dos clubes para a população em geral. Apesar de seu envolvimento com atividades de meretrício, foi tolerado na cidade pelo refinamento de suas produções, que incluíam apresentações das Companhias de Óperas Italianas; muitas delas estreavam primeiramen- te em Ribeirão Preto, no Teatro Carlos Gomes, para depois seguir em turnê por todo o país. No Eldorado, oferecia apresentações para o público mascu- lino em todas as noites e, como gerente do Teatro Carlos Gomes, promovia reuniões e conferências, entre outras atividades, incluindo curiosamente a 22 Ictus 12-1
  • 7. apresentação de filmes em cinematógrafo. Segundo consta em sua massa falida, Francisco Cassoulet administrou além de um restaurante e Café Concerto, o Teatro Carlos Gomes entre 1905 e 1917, o Paris Theatre entre 1903 e 1917 e o Cassino Antárctica entre 1909 e 1917. Declarou, em 1917, quando de sua falência, ser comerciante e empresário teatral e residir há vários anos à rua Américo Brasiliense de número 27 em frente ao Cassino Antarctica. Imagem de François Cassoulet. Fonte: CIONE, 1997. Pedro de Alcântara João Carlos Leopoldo Salvador Bibiano Francisco Xavier de Paula Leocádio Miguel Gabriel Rafael Gonzaga ou D. Pedro II, também chamado "O Magnânimo", foi o segundo e último Imperador do Brasil. Foi o sétimo filho de Dom Pedro I e da arquiduquesa Dona Leopoldina de Áustria. Pedro II governou de 1840, quando foi antecipada sua maioridade, até 1889 ano em que foi deposto com a proclamação da república brasileira. Além dos registros históricos e jornalísticos da época, Pedro II deixou à posteridade 5.500 páginas de seu diário registradas a lápis em 43 cadernos, além de correspondências, que nos possibilitam conhecer um pouco mais do seu perfil e pensamento. Ele é, ainda hoje, um dos personagens mais admirados do cenário na- cional, e é lembrado pela defesa à integridade da nação, ao incentivo à educação e cultura, pela defesa à abolição da escravidão e pela diplomacia e relações com personalidades internacionais. Durante toda a sua administração como imperador, o Brasil viveu um período de estabilidade e desenvolvimento econômico e grande valorização Ictus 12-1 23
  • 8. da cultura, além de utilizar o patriotismo como força de defesa à integridade nacional. Apesar de, muitas vezes, demonstrar certo desgosto pelas inten- sas atividades políticas, o último imperador do Brasil construiu em torno de si uma aura de simpatia e confiança entre os brasileiros. Nota-se que, apesar da República, os referenciais de Monarquia con- tinuavam presentes na população, assim como, nos dias de hoje o termo Theatro, com Th, se referindo ao Theatro Pedro II, é sempre utilizado justi- ficando-se na tradição. Imagem de D. Pedro II. Fonte: pelatradição.blogspot.com Registro Desde 1996, o Theatro Pedro II possui em sua sala principal, capaci- dade para 1588 espectadores e uma área total de 6500 m². Ainda no subsolo acomoda um público de 200 pessoas no Auditório Meira Júnior (teatro ofici- na). Por sua excelente acústica, o Teatro Pedro II é considerado um dos melhores teatros da América Latina, destacando-se para a realização de concertos sinfônicos e em especial ópera (de acordo com seu projeto inici- al), incluindo-se fosso com elevador para orquestra abrigando cerca de ses- senta músicos. 24 Ictus 12-1
  • 9. Capacidade do Theatro Pedro II Platéia 430 Frisas 134 Balcão nobre 271 Balcão simples 242 Galeria central 275 Galerias laterais 100 Camarotes do proscênio* 024 Camarotes do balcão nobre* 056 Camarotes do balcão simples* 056 Total 1.588 * os camarotes do proscênio, balcão nobre e balcão simples, são cativos do Theatro Pedro II. Capacidade da Sala Meira Júnior- 200 lugares Orquestra, Palco e Plateia Desde sua inauguração, o Theatro Pedro II foi a principal referência cultural da cidade. Tornou-se centro de acontecimentos políticos e sociais e grandes companhias teatrais e operísticas do exterior e corpos de baile do país se apresentaram nele. Era de propriedade da Cia Antarctica Paulista que também administrava suas atividades. Em 22 de setembro de 1938, o Theatro Pedro II recebe o concerto inaugural da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, mantida pela Socieda- de Musical de Ribeirão Preto. Apesar desta Sociedade ser fundada 8 anos depois do Theatro, o programa da Inauguração do Theatro Pedro II, de 1930, demonstra que a orquestra de mesmo nome, mas mantida por uma entidade anterior e mais antiga, participou deste fato, o que evidencia que a Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto é mais antiga do que se pensava. O vínculo Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto e Theatro Pedro II é tão intenso que é comum o Theatro ser confundido entre a população como sendo a sede da Orquestra, ou mesmo encontrarmos a errônea afirmação de que as duas entidades fazem parte da mesma administração: a prefeitu- ra. Desde a fundação de ambos, a Orquestra tem o Theatro como seu palco principal. A ligação é tão forte que devemos nos remeter a alguns documen- Ictus 12-1 25
  • 10. tos que pertencem ao Arquivo Histórico da OSRP, para conhecer e admirar a história destes dois maiores patrimônios culturais de Ribeirão Preto. Transcrição do Jornal "Folha da Manhã" de 29 de setembro de 1938 "A sociedade de Ribeirão Preto teve o prazer de apreciar novamente uma noitada verdadeiramente artística com o concerto inaugural da Socie- dade Musical, ultimamente aqui fundada (...). O sumptuoso Theatro Pedro II apresentava-se repleto e às 20:30 ho- ras, ergueu-se o panno, falando o Dr. Camillo de Mattos, que em ligeiras palavras se referiu aos sentimentos nobres dos artistas componentes da sociedade que estava sendo inaugurada, destinando parte dos resultados daquelle concerto ao socorro a um collega enfermo. A seguir deu início a um longo discurso fazendo a apologia da música e salientando a figura insigne do maestro patrício, Carlos Gomes. Ao termi- nar, foi o orador muito applaudido e abraçado por D. Joaquina Gomes, irmã de Carlos Gomes, que não conseguiu occultar sua comoção provocada pe- las referências feitas a seu irmão. Em seguida teve início o concerto, sendo executadas, em sua maioria, obras de Carlos Gomes, tendo a execução de todas ellas dado um bello attestado de competência artística do maestro Antônio Giammarusti e seus companheiros. Durante o intervallo, Raul Laranjeira executou algumas músicas no seu violino, colhendo calorosos applausos. Está, pois, de parabéns a nossa população com o apparecimento de mais essa entidade artística e fazemos votos por que também o nosso povo corresponda à expectativa, cooperando no progresso da Sociedade Musical de Ribeirão Preto". Transcrição do Jornal "Diário da Manhã" de 9/6/1957 constante do Arquivo Pessoal Manoel da Silva. Reportagem de Moacir Bernardes (...) Uma orquestra sinfônica não se improvisa, daí as grandes dificul- dades dos idealizadores da Sociedade Musical de Ribeirão Preto, cujo prin- cipal fim seria a organização de uma orquestra para a difusão da música clássica. Houve necessidade de moldar elementos, estabelecer disciplina, programas de estudos e ensaios continuados. Finalmente, no dia 22 de se- tembro de 1938, no Theatro Pedro II, a Sociedade Musical de Ribeirão Preto apresentou ao público a Orquestra Sinfônica, executando um progra- 26 Ictus 12-1
  • 11. ma, ainda em homenagem a Carlos Gomes, o inspirador do movimento ar- tístico. Noite de gala a qual compareceram as mais altas autoridades locais e a senhora Joaquina Gomes, "nhá" Quina, irmão de Carlos Gomes. Regeu a orquestra o maestro Antonio Giammarusti, com o concurso de Raul La- ranjeira. O programa daquela noite constou dos seguinte: Abertura do espe- táculo com o discurso do senhor Joaquim Camilo de Mattos, prefeito muni- cipal, seguindo-se a execução pela orquestra de: "Fosca", sinfonia de Carlos Gomes; "Ma Belle qui Danse" de Von Westerhout; "Maria Tudor", sinfonia de Carlos Gomes; "Minueto em Si Bemol" de Boschini; "Salvador Rosa", ouverture da Opera de Carlos Gomes; "Preludio" da Opera "Lo Schiavo" de Carlos Gomes; "Momento Musical para cordas de Schubert, e finalmente "O Guarani", sinfonia de Carlos Gomes. Capa do programa do 1º concerto da OSRP realizado em 22 de setembro de 1938, no Theatro Pedro II. Fonte: OSRP Ictus 12-1 27
  • 12. Imagem do 2º concerto da OSRP realizado no Theatro Pedro II. Fonte: OSRP Sociedade Musical de Ribeirão Preto, sem sede própria... (extraído do capítulo do livro "50 anos de Orquestra Sinfônica em Ribeirão Preto 1938- 1988" de Myriam de Souza Strambi (1989) Desde a sua fundação até fins de 1958, a Diretoria e a Orquestra Sinfônica da Sociedade Musical de Ribeirão Preto vagaram de porta em porta, conseguindo por gentileza de cidadãos ribeirãopretanos, um lugar para realizar suas reuniões e ensaios, pois até então não haviam conseguido ad- quirir uma sede própria. As primeiras reuniões foram realizadas na residência de Max Bartsch, presidente da Sociedade, que era gerente da Cia. Antarctica Paulista, na rua Luís da cunha n. 2, e posteriormente em seu novo endereço, no n. 80 da mesma rua. Muitas foram realizadas também na residência de Biase e de Edmunso Russomano, que antes de tudo, eram idealistas e amigos de Max, lutando ao seu lado, pela sobrevivência da entidade musical, que cuidava com muito carinho. 28 Ictus 12-1
  • 13. A Orquestra Sinfônica já havia conseguido espaço para seus ensaios no sub-solo do Theatro Pedro II, pois contava com o apoio do Dr. João Alves Meira Júnior, entusiasta do projeto e presidente da Cia. Cervejaria Paulista, proprietária do local. Com muito esforço por parte dos dirigentes, e já contando um conside- rável número e sócios, conseguiu a Sociedade Musical inaugurar sua pró- pria sede social, que era apenas uma modesta sala, n. 252 do 2º andar, do Edifício Diederichsen, no dia 3 de fevereiro de 1939. Transcrição da reportagem de Mario C. Délia, em reportagem especial para o jornal "Diário da Manhã" de 09 de janeiro de 1940 Em uma destas ultimas tardes mornas de Ribeirão Preto, convidados especialmente, fomos ouvir, no subterrâneo do Theatro Pedro II, o ensaio do próximo concerto da Sociedade Musical de Ribeirão Preto. Lá estava o maestro Ignácio Stábile, a reger a nossa symphonica e, embora o adiantado da hora, ainda conseguimos ouvir algumas musicas. Terminado o ensaio, aproximamo-nos do maestro para cumprimental- lo e este foi nos dizendo á queima-bucha como é de seu natural: "O Sr. Que tanto tem escripto sobre a necessidade de se divulgar a musica brasileira, vae ter o seu desejo satisfeito. O 9 concerto da Musical, terá a segunda parte toda dedicada a músicos brasileiros..." - "Bravos, maestro, até que enfim, vamos entrando nos eixos..." - "Há de me permitir, no entanto, que eu lhe diga o que penso da musica brasileira e das grandes dificuldades na organização dos programmas nacionaes." -"Terei immenso prazer em ouvi-lo e transmitir assim as suas impres- sões aos leitores do Diário da Manhã". Transcrição do Jornal "A Cidade" de 13 de dezembro de 1939, Jornal "O Diário da Manhã" de 18 e 26 de julho de 1939 e arquivo da OSRP. Na noite de 17 de julho de 1939, com o objetivo de levantar fundos para a compra de instrumentos para a Sociedade Musical de Ribeirão Preto (mantenedora da OSRP), Giammarusti conseguiu realizar no Theatro Pedro II um recital pianístico com suas alunas. Produziu esta apresentação com 12 pianos no palco, emprestados pelas famílias da cidade, um recital com apresentações de piano solo e de conjuntos com 12 e 21 executantes, todos tocados por suas alunas. No repertório, constavam a "Fantasia sobre o Hino Nacional Brasileiro" de Gottschalk, "Moto Perpétuo" de Weber, "Polonaise Ictus 12-1 29
  • 14. em La bemol" de Chopin e na última parte a "2ª Rapsódia" de Liszt e trechos da Ópera "O Guarany" de Carlos Gomes. Por esta realização foi muito elogiado pela imprensa da época, sendo citado como idealista e pessoa ad- mirável por seu feito. Capa do Programa do Recital Pianístico das alunas do Prof. Antônio Giammarusti, realizado dia 17 de julho de 1939. Fonte: Arquivo da OSRP. O recital das alunas do Prof. Giammarusti é então considerado como a primeira campanha para aquisição de instrumentos da história da OSRP. Transcrição do Jornal "Diário da Manhã" de 26 de julho de 1939 Agradecimento A Sociedade Musical de Ribeirão Preto, sensibilizada, vem por meio deste, externar a sua mais profunda gratidão ao competente Maestro Sr. Antonio Giammarusti pela patriótica iniciativa que teve, realizando um explendido, um formidável concerto com 12 pianos em benefício desta Soci- edade. Ao mesmo tempo agradece à fina flor da sociedade riberopretana, às exmas. pianistas e alumnas do maestro Antonio Giammarusti que deram prova pública do progresso da arte em Ribeirão Preto e ao mesmo tempo forma infatigáveis no seu auxilio à Sociedade Musical(...) 30 Ictus 12-1
  • 15. Em 1950, Ribeirão Preto recebeu a menina italiana Giannella di Marco para reger a OSRP. Com apenas 5 anos de idade, sua precocidade e genialidade eram definidos pela imprensa mundial. Assim consta no progra- ma de concerto da OSRP do dia 14 de julho de 1950: "Giannella é uma garotinha de 5 anos apenas, que comanda a orquestra e dela obtem efeitos que, por vezes, pretenciosos diretores, bracejando como epileptoides, não obtêm. Dirigiu a Orquestra Sinfônica de Roma como gente grande e triun- fou plenamente. O que ultrapassa os limites comuns do que é humano, é que uma criaturinha que apenas teve tempo para aprender a falar, dirija uma orquestra sinfônica importantíssima e com absoluta precisão e em obras com envergadura como sejam as de Mozart, Rossini, Grieg e Wagner des- de, nada menos que a Abertura Tannhauser". Capa do Programa de Concerto da OSRP sob a regência de Giannella di Marco. Fonte: OSRP. Ictus 12-1 31
  • 16. Capa do Programa da Ópera La Traviata de Verdi. Fonte: OSRP Giannella di Marco e OSRP em concerto realizado no Theatro Pero II dia 14 de junho de 1950. Fonte: OSRP 32 Ictus 12-1
  • 17. Carta da emissora de rádio PRA-7 para a prefeitura, pleiteando o não pagamento referente à linha telefônica para a irradiação, direto do Theatro Pedro II, dos concertos da Sociedade Musical de Ribeirão Preto. Documento do ano de 1948. Fonte: APHMRP Decadência Até fins dos anos 60, o Theatro Pedro II, constituiu-se em importante marco cultural e artístico da cidade e da região, seu glamour durou quase 30 anos. Entre 1950 e 1970, o subsolo do teatro era utilizado como salão em baile de carnaval. Fora do período carnavalesco era transformado em sala de jogos. O local ficou conhecido como "Caverna do Diabo". Ainda na década de 1960, o prédio passou por uma reforma que o descaracterizou e seus sinais de decadência levaram o Pedro II a mudar de proprietários. Na década de 70, o prédio foi arrendado por uma companhia exibidora que transformou sua capacidade a um cinema de 800 lugares. Na sala principal vários elementos decorativos foram destruídos, a plateia foi reduzida e placas de madeira encobriam camarotes, frisas e galerias late- rais para transformá-lo em cinema. Em 1978, o teatro já estava em péssimo estado de conservação. Ictus 12-1 33
  • 18. Morte Depois de longos anos de subutilização, o único teatro de ópera construído no interior e terceiro maior do país, viveu a tragédia: o incêndio destruiu a cobertura, o forro do palco e grande parte do interior, comprome- tendo a estrutura do Theatro Pedro II. Aconteceu no dia 15 de julho de 1980. O fogo começou com um suposto curto-circuito ocorrendo o fato durante exibição do filme "Os Três Mosqueteiros Trapalhões". Imagem do incêndio de 15/07/1980. Fonte CEDOM Abandono e Protesto O único grande protesto contra o descaso do poder público em relação ao Theatro foi promovido pela OSRP quando, em 5 de outubro de 1980, ocorreu a comemoração do cinquentenário do Theatro Pedro II que estava em ruínas há quase 3 meses. Para este evento, o maestro Isaac Karabtchevsky veio como convidado reger a OSRP, ao lado do seu maestro titular, Lutero Rodrigues. O concerto aconteceu na esplanada do Theatro já 34 Ictus 12-1
  • 19. que seria impossível ser realizado em seu interior. A população prestigiou o concerto onde foram apresentadas obras de Schubert, Rossini, Brahms e Tchaikowsky. Karabtchevsky foi homenageado pela então Sociedade Lítero Musi- cal, mantenedora da OSRP, com inauguração em sua sede, de uma placa comemorativa de sua apresentação. Desde então, era possível notar as ruínas do Theatro, apesar de se localizar no centro da cidade, como local perigoso e de permanência de mendigos. Ressureição No dia 7 de maio de 1982 o prédio do Theatro Pedro II foi tombado pelo CONDEPHAAT, Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Ar- queológico, Artístico e Turístico, órgão subordinado à Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo. A partir disto, artistas, intelectuais, cidadãos e po- líticos realizaram em Ribeirão Preto campanhas pela preservação do prédio e pelo resgate de sua função cultural, o que desencadeou em 1991 o traba- lho de Restauração e Modernização do edifício. O projeto de recuperação do teatro demorou cinco anos. A reforma da estrutura do prédio, a modernização das instalações e o restauro das carac- terísticas arquitetônicas originais resgataram e ampliaram suas funções, tor- nando o Pedro II o segundo maior teatro de ópera do país, em capacidade de público, atrás apenas do Teatro Municipal de São Paulo. Em agosto de 1996, na administração do prefeito Antônio Palocci Fi- lho, o Teatro Pedro II foi reinaugurado com um concerto da Orquestra Sin- fônica de Ribeirão Preto e o Coral do Teatro Colón, de Buenos Aires, apre- sentando a abertura Il Guarany de Antônio Carlos Gomes e a Nona Sinfonia de Ludwig van Beethoven, respectivamente sob a regência dos maestros Roberto Minczuk e Isaac Karabtchevsky, contando ainda com a presença de Fernando Portari (tenor solista). Em sua nova configuração após a refor- ma, ocorreram várias melhorias e foi ainda criada e instalada uma nova cúpula da artista plástica Tomie Ohtake, mas todos os demais detalhes do Teatro Pedro II foram reconstruídos e restaurados de acordo com as plan- tas e demais dados arquitetônicos originais. Fundação D. Pedro II A Fundação D. Pedro II foi criada no dia 19 de julho de 1995 pelas Leis Complementares nº 465 e 503 para a administração do Theatro Pedro Ictus 12-1 35
  • 20. II. Sua sede está instalada no prédio do Theatro, na Rua Álvares Cabral, 370, em frente à Praça XV de Novembro. A Fundação tem por finalidade: orientar, incentivar e patrocinar atividades artísticas e culturais; promover a defesa do patrimônio histórico-cultural do município e em especial do Theatro Pedro II; promover cursos, reuniões e congressos visando a realização de objetivos artísticos, culturais e educacionais da cidade e região, atendendo também eventos sem cobrança de ingressos para a população carente. No quadro abaixo constam as informações sobre os Ex-Presidentes da Funda- ção D. Pedro II, conforme Portarias do Executivo: OCUPANTE PORTARIA DOM. PERÍODO Antônio Carlos C. 1989 19/12/95 Nom. 11/12/95 Nogueira 2021 27/12/96 Ex. 01/01/97 14 02/01/01 Nom. 01/01/01 641 15/04/02 Ex. 11/04/02 João Gilberto Sampaio 14 02/01/97 Nom. 02/01/97 317 06/03/98 Ex. 04/03/98 Luiz Gaetani 318 06/03/98 Nom. 05/03/98 1364 27/12/00 Ex. 31/12/00 Efrain Ribeiro dos Reis 649 15/04/02 Nom.12/04/02 2256 24/11/04 Ratifica Nom. 12/04/04 2407 30/12/04 Ex. 31/12/04 Mariana Aude Jábali 17 03/01/05 Nom. 01/01/05 2079 29/09/05 Afastou-se 26/09 a 10/10/05 540 30/03/06 Ex. 30/03/06 1519 e 1540 27/10 e 06/11/06 Nom. 06/11/2006 1533 16/09/08 Afastou-se 16/09 a 1963 12/12/08 15/10/08 Ex. 31/12/08 Francisco de A. S. 2079 29/09/05 Nom. 26/09 a 10/10/05 Pagano 541 30/03/06 Nom. 31/03/06 1518 e 1540 27/10 e 06/11/06 Ex. 05/11/06 1533 16/09/08 Nom. 16/09 a 15/10/08 Layr Luchesi Júnior 16 05/01/09 Nom. 01/01/09 907 30/07/10 Ex. 31/07/10 36 Ictus 12-1
  • 21. 80 Anos No dia 08 de outubro de 2010, em comemoração aos 80 anos, a dire- ção do Pedro II realizou a solenidade oficial de aniversário na Sala dos Espelhos e homenageou os que fizeram a história do Theatro. Impossibilitado, o príncipe Dom Bertrand Orleans e Bragança, trineto de D. Pedro II, enviou para esta solenidade um representante; o conselheiro oficial da Casa Imperial do Brasil Pró-Monarquia, Ciro Moz Davino. Durante a comemoração, Ciro entregou para a prefeita Dárcy Vera um Brasão Imperial, em nome do príncipe. "É com muita honra e orgulho que recebo o Brasão Imperial", agradeceu a prefeita. "Fui incumbido da difícil missão de falar em nome do príncipe. Quero me congratular com os gestores da Fundação Pedro II. É um justo tributo a este chefe de estado que representou o País durante 49 anos e incentivava as artes liberais e as letras. Manifesto enorme satisfação em conhecer este patrimônio", afirmou o representante do príncipe, Ciro Moz Davino. Em seguida houve a apresentação da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto, sob a regência de Cláudio Cruz, com o cantor e compositor Guilher- me Arantes. A cerimônia também contou com o descerramento da placa comemo- rativa, com a galeria dos ex-presidentes da Fundação Theatro Pedro II. Além da programação de eventos, foi produzido um material de divul- gação da data com camisetas, chaveiros, pratos, marcador de páginas, car- tão postal, folder trilíngue, entre outros, contendo a logomarca estilizada dos 80 anos do Theatro, além do carimbo, selo postal personalizado e cartão de recarga de celular. Centro de Documentação e Memória do Theatro Pedro II - CEDOM Através da parceria firmada entre a Fundação D. Predro II e a Facul- dade de Filosofia Ciências e Letras da Universidade de São Paulo - Campus Ribeirão Preto, particularmente com o Curso de Ciências da Informação e Documentação, em 16 de abril de 2007 teve início o processo de implanta- ção do entro de Documentação e Memória do Theatro Predro II (CEDOM). O CEDOM possui um acervo que documenta a memória do terceiro maior teatro de ópera do país, o Theatro Pedro II, construído em 1930, quase totalmente destruído por um incêndio em 1980 e reinaugurado em 1996, após um longo período de restauração. Ictus 12-1 37
  • 22. Theatro Pedro II em novembro de 2010. Foto: Gisele Haddad O CEDOM tem por finalidade localizar, recolher (original ou cópia), catalogar e conservar adequadamente documentos pertinentes ao Theatro Pedro II, além de disponibilizar ao público um acervo centralizado de manei- ra ordenada. O CEDOM está centralizado em umas das salas do terceiro andar do próprio Theatro, visto que até o presente acordo entre as duas instituições os documentos se encontravam descentralizados e disponibilizados sem ne- nhum critério no interior do Theatro. O acervo do CEDOM constitui-se em uma massa documental referente principalmente a realizações artísticas, abrangendo o período entre a reinauguração em 1996 aos dias atuais. No atual momento o Centro de Documentação e Memória passa poro um pro- cesso de catalogação e indexação de seu acervo, com o intuito de caracterizá- lo museologicamente, visto que sua variedade documental e resultante dos eventos realizados na sala principal do Theatro PedroII e no Auditório Meira Júnior, contendo ingressos, programas de espetáculos, cartazes, material audiovisual, clipping de jornal, folders (propaganda) atuais e alguns docu- mentos considerados especiais pelo seu tempo de vida (raros e antigos). Pode-se dizer que o CEDOM não visa apenas acondicionar e catalo- gar documentos, mas também aproximar a população à história do Theatro, proporcionando o compartilhamento de uma memória que, enquanto 38 Ictus 12-1
  • 23. institucional, se configura como histórica, garantindo uma memória às gera- ções futuras. Hoje o CEDOM conta com o valioso trabalho do voluntário Objamerson dos Santos, o Binho, que comparece diariamente ao acervo, cuidando e valorizando a sua existência: "eu monto parte da história do Theatro e a organizo de maneira que fique em ordem cronológica". Binho, apesar de ter apenas 17 anos, manuseia com carinho cada documento e hoje é o detentor da organização do CEDOM. "Meu objetivo maior é o de fazer com que a pessoa que olha uma informação tenha recursos para fazer um encadea- mento a outros materiais de mesmo assunto, pois hoje o CEDOM não rece- be visitas devido à falta de catalogação que não o deixa apto para isto". Ao fazer esta afirmação, Binho ressalta que acredita que muitas pessoas na população podem estar guardando a documentação histórica do Theatro em casa, sem o conhecimento de que o CEDOM existe. Ficha Técnica - 08/10/2010 - 80 anos Presidente: Josué de Lima Peixoto Diretor Administrativo: José Arthur Damião Jaquinta Diretor Financeiro: Josué de Lima Peixoto Gerente Artística: Zezé Najem Assistentes: Jésus Parreira e Paula Campos Bilheterias: Aparecida Tablas e Denise Abrahao Técnicos: Francisco, Marcos, Ricardo, Ademilson, Mateus, João Monitores (Voluntários): Adriana Aparecida Nogueira Silva Ana Cristina de Oliveira e Silva Ana Paula Riul Nunciatelli Aureliano Henrique Elisei Beatriz Pereira Cozette Camila Santos de Oliveira Carina Porteiro Tricori Cyntia Gouvêa de Oliveira Daniela Beatriz Sembenele da Silva Daniela Chesca Pereira Debora Regina Feliciano Medeiros Silva Dorotea de Souza Nogueira Duana Castro Soares Dulce Rodrigues da Cunha Teixeira Ictus 12-1 39
  • 24. Edigar Charles Cabral dos Santos Elisete Amélia Pandolf Guarino Fernanda Menezes de Souza Jandira Gomes de Menezes Juliane Aparecida Ferreira Luci Rosana Pereira Márcia Balbão Clemente Marcos Bernardinelli Marcos de Almeida Santos Maria Ângela de Oliveira Maria Elisa de Freitas Trindade Maria Helena Maglio Maria Iraci Almeida Maria Lucia Rios Nilza Maria Gondim Mariutti Paula Fernanda Dourado Barbosa Paulo Henrique Cândido Regina Célia Chesca Renan Falchete Peixoto Ronaldo Guizzo Rosa Maria de Campos Sandra Regina Claro de Souza Shirlei Maria Daniel Silvia Helena de Campos Tales Minin Terezinha Marlene Lunkes Valéria Aparecida Mussolini Vânia Cristina Tonholo Virlaine Silveira Neves 40 Ictus 12-1
  • 25. Monitores do Theatro Pedro II. Foto Gisele Haddad Josué de Lima Peixoto, Presidente da Fundação D. Pedro II Ictus 12-1 41
  • 26. Fontes Arquivo Histórico da Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto Arquivo Público Histórico Municipal de Ribeirão Preto Camargo, Robson. O Espetáculo do Melodrama. ECA/USP, tese de douto- rado, 2005 CEDOM - Centro de Documentação e Memória do Theatro Pedro II Referências CIONE, Rubem. História de Ribeirão Preto. Matão: IMAG, 1987 HADDAD, Gisele Laura. Orquestra Sinfônica de Ribeirão Preto: Representações e Significado Social. Dissertação de Mestrado IA- UNESP/SP, 2009 PAZIANI, Rodrigo Ribeiro. Construindo a Petit Paris: Joaquim Macedo Bittencourt e a Belle Époque em Ribeirão Preto (1911-1920). 2004. 348 f. Tese (Doutorado em História) - Faculdade de História, Direito e Serviço Social, Universidade Estadual Paulista Júlio de Mes- quita Filho, Franca, 2004. Prefeitura da Cidade de Ribeirão Preto. Disponível em: <http:// www.ribeiraopreto.sp.gov.br>. Acesso em: 03 set. 2011. SANTOS, Jonas Rafael dos. As transformações da riqueza em Ribei- rão Preto (1920-1950). 2004. 217 f. Dissertação (Mestrado em História) - Faculdade de História, Direito e Serviço Social, Universida- de Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, Franca, 2004. STRAMBI, Miriam. 50 anos de Orquestra Sinfônica em Ribeirão Preto. Ribeirão Preto: Legis Summa, 1989 Theatro Pedro II. Disponível em: <http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/ fundacao/teatro/i36principal.php>. Acesso em: 03 set. 2011. 42 Ictus 12-1