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1. DESPERTAR DA PERCEPÇÃO ATRAVÉS DAS IMAGENS
14
   1. INTRODUÇÃO: O DESPERTAR DA PERCEPÇÃO ATRAVÉS

       DAS IMAGENS



      As imagens “geofotográficas”, ou seja, fotografias utilizadas numa pesquisa

geográfica, caem como luva ao tentar-se fazer uma leitura das diversas figuras

presentes na mesma; para iniciar pode-se ler facilmente a mensagem não-verbal

transmitida diretamente à sua capacidade perceptiva a partir da imagem exposta na

(Figura 1):




                      (Figura 1) - Que legenda você sugestiona?


      Ao indagar-se, de que se trata tal imagem, inicia-se então uma leitura da

mesma, a qual, como um livro, vai gradativamente transmitindo a sua mensagem.

Não é necessário que se tenha vivido no tempo nem na localidade de tal gravura

para que se perceba nitidamente a sua razão de ser o que aparenta. O prédio

antigo, com o nome da cidade escrito em sua fachada e principalmente localizado a
15
beira de uma estrada de ferro, denuncia-se como a Estação da Rede Ferroviária do

município de Guarabira/PB.

      Deste ponto em diante faz-se entender que o ritmo cotidiano da sociedade

torna despercebidos detalhes importantes da cultura urbana de cada lugar, detalhes

estes que possibilitam uma leitura aprofundada das ações humanas sobre as

superfícies terrestres, que voluntária ou involuntariamente findam por interferirem de

forma relevante no núcleo vital de toda uma comunidade.

      O estudo em pauta está inserido diretamente na Geografia Urbana devido

pontuar circunstâncias e conseqüências das atividades sócio-econômicas, culturais

e políticas sobre a área urbana do município de Guarabira/PB, tomando como

gancho teórico a Geografia Cultural e da Percepção, tendo em vista a análise de

imagens fotográficas antigas e atuais, fazendo uso do método de análise

comparativa (fotografia de fotografia mais fotografia do ambiente real) e

principalmente relacionando-as com as transformações urbanas produzidas pela

sociedade guarabirense.

      Objetiva-se primordialmente analisar por meio da leitura de imagens

fotográficas as mudanças significativas que interferiram e interferem na dinâmica

cultural e urbana do município de Guarabira/PB; para atingir-se o objetivo subscrito,

algumas atividades foram elaboradas, muito bem definidas e precisamente

aplicadas.   Foram   identificados   no   acervo   fotográfico   antigo   (Centro   de

Documentação Cel. João Pimentel) localizado na cidade de Guarabira/PB.

      As imagens representam fragmentos de momentos históricos, culturais,

políticos, sociais que se refletem a todo instante de fotografia a fotografia, nas

imagens de igreja, estação ferroviária, praças, cinema, estabelecimentos comerciais,

construções de ruas e avenidas, automóveis, pedestres, solenidades e muitos

outros, proporcionando ao leitor uma rica e infindável retrospectiva de um tempo
16
maquiado pelas transformações, porém vivenciado por gerações e gerações e

inevitavelmente perenizado na memória cultural de cada um.

      Para analisar mais precisamente as mudanças urbanas na referida cidade, foi

essencial observar registros fotográficos atuais, para contrastar com as fotografias

antigas visando uma nítida leitura das imagens que expressam as principais

mudanças ocorridas no urbano de Guarabira; dando a devida importância ao

elemento humano como principal agente de tais transformações refletidas nas

fotografias analisadas.

      Elaborou-se questionários e entrevistas aplicados junto a antigos moradores

com o intuito de coletar experiências através de suas narrativas e avaliar a

percepção geográfica dos mesmos em relação às transformações culturais e

urbanas; tomou-se como base uma sólida fundamentação teórica como: (CLAVAL

2001, CORRÊA, R. L. ROSENDAHL 2001, CHAUÍ 2002, MARIANO NETO 2001,

MERLEAU-PONTY 1999, MAIA 2001, MÉLO 2005, SANTOS 1996, etc.) que veio

enriquecer cientificamente toda esta pesquisa; com o auxílio de câmera fotográfica,

entrevistas e documentos adquiridos junto ao Centro de Documentação da cidade

de Guarabira/PB (Figuras 2, 3 e 4):




     (Figura 2)- Antiga casa da família do Coronel João Pimentel – Atualmente sede do Centro de
                                  Documentação de Guarabira/PB.
17




   (Figura 3) – Sr. Martinho Alves – Sec. de Cultura do Município ao lado da pesquisadora




 (Figura 4) - Centro de Documentação fundado nos 100 anos de Guarabira – Fonte principal deste estudo.




       Na busca por relatos sobre as imagens fotográficas e seu real significado,

algumas pessoas foram peça chave nessa pesquisa e destaca-se aqui a figura do

professor Martinho Alves de Andrade e seu relato sobre o acervo do Centro de

documentação Cel. João Pimentel (Box 1 e Anexo C):
18
  Box 1 – Entrevista com Martinho Alves de Andrade


           “O Centro de Documentação Cel. João Pimentel* existe desde 18 de julho de 1988, gestão do
  Prefeito de então, Zenóbio Toscano de Oliveira. Como vereador guarabirense e chefe do gabinete desse
  prefeito me foram atribuídas responsabilidades em saudar aos visitantes a aos familiares do Coronel João
  Pimentel. O Fundador do Centro de Documentação foi o então prefeito guarabirense Zenóbio Toscano de
  Oliveira quem foi muito importante na obtenção de fotografias e documentos, além de móveis para
  constituição do acervo de nosso Centro de Documentação; infelizmente os caminhos que levam à
  verdadeira cultura são difíceis de serem percorridos uma vez que os obstáculos são muitos e
  diversificados, porém cada um diretor do Centro e o secretário de então, ao longo de todos esses anos de
  existência do Centro, têm desenvolvido labutas que culminaram com melhorias para o Centro e tal
  trabalho é feito da forma mais eficaz no instante da sua elaboração; não há uma identificação exata de
  quem fez as fotos, porém, podemos citar alguns nomes que se responsabilizaram por algumas cópias de
  antigos originais, como o Sr. Araújo (falecido), Danda do Foto Fhash, Gera do Foto Fest (Anexo F), etc;
  não poderíamos deixar de mencionar o trabalho de Alexandre Henriques, funcionário atual da junta de
  trabalho, Homero Bezerra, servidor também desse órgão; esses dois senhores muito auxiliaram o prefeito
  Zenóbio Toscano, em levantamentos fotográficos de Guarabira, marcando o” antes “e o” depois “; as fotos
  mais recentes parecem-nos serem da gestão do prefeito Zenóbio Toscano de Oliveira, através de
  Alexandre Henriques e Homero Bezerra; existem outras fotos que estão arquivadas sob os cuidados da
  atual diretora do Centro de Documentação a senhora Vera Lúcia Ferreira Xavier; é graças a dedicação
  dessa senhora que temos o que mostrar a Guarabira e seus filhos, a mesma é sempre solicitada em
  atender aos que a procuram como estudantes e universitários; no decorrer dos anos da cidade de
  Guarabira eu apontaria como mudanças negativas o encerramento das atividades educacionais
  desenvolvidas pelas “feiras de ciências” do Colégio da Luz; o descaso com a Rede Ferroviária do
  Município que culminou com a extinção (se tivesse havido preservação de alguns trechos da estrada
  férrea, poderíamos utilizá-los para o desenvolvimento do nosso turismo); a extinção da realização de
  hemodiálise no Hospital Regional Antônio Paulino Filho, pelo Governo atual da Paraíba na sua primeira
  gestão (2003-06); a desestruturação de algumas empresas de ônibus como Expresso Paraibano
  inicialmente, e Expresso Guarabirense recentemente, extinguindo centenas de empregos importantes
  para cidadãos guarabirenses e de vários municípios da região e finalmente a demora na implantação do
  curso de Pedagogia no Campus III da Universidade Estadual da Paraíba; e como mudanças positivas
  ocorridas no município em questão, mencionaria como sendo o Memorial Frei Damião para
  desenvolvimento do turismo religioso; a instalação do Corpo de Bombeiros para a cidade e a própria
  região; a revitalização da Banda de Música “Raimundo Soares” acordando a nossa cultura musical; o
  surgimento de industrias como a Guaraves e do Grupo João Rafael; a expansão da Festa da Luz como
  veículo cultural e desenvolvimento econômico para o empresariado guarabirense”.




  *(1861-1948) - Foi prefeito da cidade de Guarabira no ano de 1912 e proprietário de terras, filho de José Diogo
  dos Santos e Antônia dos Santos.




Fonte: Entrevista realizada no centro de documental Cel. João Pimentel, em 24/04/2007. (Anexo C)
19
      A pesquisa em questão se justifica pelo resgate dos valores culturais

impregnados nas imagens fotográficas antigas que retratam e revelam os

significados das transformações urbanas para cada geração, quando (re)vistas por

aqueles que compuseram tal tempo e espaço, desta maneira convence-se que as

fotografias fornecem inúmeras possibilidades para compreensão dos fatores que

circundam o urbano de um determinado lugar, já então modificado, transformado,

irreconhecível aos olhos de seus pioneiros. Entretanto a leitura das imagens ao

despertar e aguçar a capacidade perceptiva de cada ser humano, pode trazer de

volta a reconstituição de muitos fatos ou então transportar o leitor daquela imagem

àquele tempo oculto por entre a realidade urbana na qual se encontra a mesma

cidade retratada pelas imagens antigas.

       A modificação parcial do ambiente físico/histórico/cultural é algo que se torna

cada vez mais corriqueiro dentro da dinâmica urbana e mais preocupante para a

Geografia Cultural, pois tende a ocultar e banalizar as características e identidades

significativas de um povo com princípios, valores, costumes, crenças, hábitos, artes

e símbolos que dão formas particulares e singulares a uma estrutura urbana, de

acordo com esse vasto conjunto característico chamado Cultura.

      Segundo Santos (1996), cada pessoa expressa uma maneira individual de

perceber o seu lugar e todo espaço que circunda os mesmos.

                     Não se trata apenas de definir, para cada indivíduo, um tipo de
                     espaço social na cidade e fora dela; Este espaço social seria
                     definido pelos lugares que lhe são familiares e as parcelas de
                     território que ele deve percorrer entre estes diferentes lugares
                     (SANTOS, 1996, p.67).

      Santos (1996), afirma ainda que, levando em consideração as diferentes

maneiras com as quais os indivíduos interpretam o seu lugar, logo se conclui que a

imposição de uma visão em comum, por exemplo, desestabilizaria completamente

uma sociedade.
20
                    Isto tem implicações no que se refere à interpretação do
                    funcionamento do espaço e, conseqüentemente, da própria
                    organização do espaço. Se o espaço não significa a mesma coisa
                    para todos, tratá-lo como se ele fosse dotado de uma mesma
                    representação comum, significaria uma espécie de violência contra o
                    indivíduo e conseqüentemente, as soluções fundamentadas nessa
                    ótica seguramente não seriam aplicáveis (SANTOS, 1996, p.67).


      Desta forma pode-se afirmar que, embora muitas regras devam ser

estabelecidas numa comunidade, não se deve tomá-las como intransponíveis ou

imutáveis, pois os seres humanos, assim como os lugares em que vivem, se

encontram em constante processo de adaptação e adequação a tais regras, logo,

correndo o risco de inadaptação e conseqüentemente inviabilidade das mesmas,

cujas regras devem ser repensadas e reformuladas de acordo com aquelas

estabelecidas a priori evitando a extinção das mesmas, visto que a maioria da

população as vivenciam de forma harmônica e adequada.

      Quando se fala de espaço e cultura torna-se indispensável à compreensão

das diferenciadas visões e variações específicas de concepções apresentadas por

cada indivíduo entrevistado na pesquisa. Assim, toda esta reflexão é necessária

para que se compreenda as conseqüências das transformações urbanas, sociais e

culturais que, em geral acarretam o sepultamento de identidades essenciais a boa

convivência, valorização e respeito entre os grupos étnicos e os princípios perenes

das comunidades.

      Mariano Neto (2005), em seu artigo sobre o Indivíduo Liberal mostra que, a

Geografia Cultural abre um imenso leque de possibilidades para o entendimento

acerca do indivíduo e seu papel junto à sociedade, e que, no entanto, o conceito de

“liberdade” sofre mutações juntamente com a história das sociedades, que de uma

maneira geral tende a submetê-la a uma ideologia dominante e subserviente, no

intuito de que o elemento homem imperceptivelmente se adapte, ou melhor, adeque-

se a uma tirania travestida de democracia, assim sendo, o indivíduo necessita fazer
21
uso da Geografia Cultural como um instrumento de autoconhecimento e

autovalorização de sua memória e suas raízes.


                      O direito natural à propriedade privada e a questão do conhecimento
                      como resultado da experiência, da percepção e da sensibilidade
                      humana, supera as suposições de que os homens possuíam idéias
                      inatas. Trazer esse debate para o universo da Geografia Cultural é
                      reconhecer a importância da vida individual em convergência ou
                      divergência com o grupo, um elemento fundador de uma dimensão
                      espacial da cultura, sobretudo no que diz respeito ao princípio de
                      poder cultural no espaço produzido e vivido pelo liberalismo
                      ocidental (MARIANO NETO, 2005, p. 4).

      Maia (2001), ao analisar o pensamento de Vidal de La Blache (Princípios da

Geografia Humana) esclarece nitidamente que “o elemento homem é essencial em

toda geografia” e que, portanto “o homem é um fator geográfico” como também suas

relações com a população e com o meio físico. Não se hesita em dizer que a

fotografia também esclarece acerca da dinâmica cultural de uma população

juntamente com toda e qualquer transformação urbana.


                      É no decurso dessa elaboração que o autor formula a noção de
                      gênero de vida para designar o conjunto de técnicas e costumes,
                      construindo e passando socialmente, desenvolvidos por grupos
                      heterogêneos de associações humanas e que exprimiria a relação
                      entre a população e o meio físico (MAIA, 2001, p.75).

      Maia (2001), ainda leva a refletir que, ao observar os gêneros de vida através

das imagens fotográficas em estudo, tem-se a possibilidade de transportar-se a um

modo de vida distante da realidade de alguns e que mesmo assim, não os impede

de serem tomados por uma emocionante “viagem” que desperta curiosidade sobre

tudo aquilo que embora transformado pela sociedade mantém a essência do

clássico, do perene, do intacto.

      Se alguém que não teve nenhum contato com tais gêneros de vida, consegue

sentir o calor dessa chama invicta; imagina-se agora o que uma fotografia pode

despertar num indivíduo que vivenciou, compartilhou e construiu o tempo retratado

na imagem?
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      Tal indivíduo traz em seu subconsciente uma rica memória, que cochila, mas

não adormece e que basta um pequeno contato com tais imagens, melodias ou

palavras para vir à tona um turbilhão de outras imagens que singularmente revelam

e solidificam significados de suas raízes através do imaginário individual; então, o

que realmente se transforma são os gêneros de vida em detrimento de outros e

outros, porém a essência cultural permanece mesmo que de forma oculta.


                     Os gêneros de vida, nessa concepção, não seriam perenes nem
                     eternos. Mesmo compostos por “elementos de organização e
                     fixação”, para usar a expressão lablashiana, cimentados, passados
                     hereditariamente, estão permanentemente sujeitos a modificações
                     ocasionadas por alterações do próprio meio ou pelo contato com
                     outros gêneros de vida (MAIA, 2001, p.75).

      Sartre   (2006),   menciona     acertadamente       Husserl,    cujo    fundador     da

Fenomenologia, deixa claro que não se pode separar o homem do mundo, ou seja,

para tentar compreender o homem ou o mundo é indispensável que se inicie pela

essência dos fatos que constituem uma realidade constantemente mutável, levando

a compreender que as essências dos fatos retratados nas imagens fotográficas

estão justamente na emoção que possivelmente causariam.


                     Husserl foi tocado inicialmente por esta verdade: há
                     incomensurabilidade entre as essências e os fatos, e quem começa
                     sua investigação pelos fatos nunca conseguirá recuperar as
                     essências. [...] é sempre assumir o seu ser, isto é, ser responsável
                     por ele em vez de recebê-lo de fora como faz uma pedra (SARTRE,
                     2006, p.20 – 22).


      Na visão de Chauí (2002), a percepção se trata do produto final de um

conjunto de sensações, ou seja, a percepção está para as sensações assim como

uma variável está para uma equação, pois, mesmo resultando num valor concreto e

pré-estabelecido ainda assim continua sendo variável.


                     [...] a sensação é uma reação corporal imediata a um estímulo ou
                     excitação externa, sem que seja possível distinguir no ato da
                     sensação, o estímulo exterior e o sentimento interior. [...] Por isso, se
23
                     diz que, na realidade, só temos sensações sob a forma de
                     percepção, isto é, de sínteses de sensações (CHAUÍ, 2002, p-120).


      Segundo Chauí (2002), os empiristas e os intelectuais definem a percepção

de maneiras distintas, para o primeiro o fundamental é o estímulo exterior e para o

segundo, o fator relevante para a percepção é a capacidade de interpretação do

indivíduo.

                     Para os empiristas a sensação e a percepção dependem das coisas
                     exteriores, isto é, são causadas por estímulos externos que agem
                     sobre nosso sistema nervoso, recebendo uma resposta que parte de
                     nosso cérebro, volta a percorrer nosso sistema nervoso e chega aos
                     nossos sentidos sob a forma de uma sensação ( uma cor, um sabor,
                     um odor), ou uma associação de sensação numa percepção ( vejo
                     um objeto vermelho, sinto o sabor de uma carne, sinto o cheiro da
                     rosa, etc.) (CHAUI, 2002, p-120).


       Chauí (2002), diz ainda que: Para os intelectuais a sensação e a percepção,

dependem do sujeito do conhecimento e a coisa exterior é apenas a ocasião para

que tenhamos a sensação ou a percepção (CHAUI, 2002, p-120).

      Estas preocupações foram essenciais para se relacionar à percepção dos

indivíduos em relação às imagens fotográficas que norteiam uma construção

espacial.



      1.1 Geofotografia: Imagens fotográficas e a Geografia



      O neologismo “geofotografia” que se lança aqui, tem o objetivo de melhor

classificar, ou seja, diferenciar as funções dos diversos tipos de fotografias

existentes, o que se denomina “geofotografia” é precisamente, toda aquela fotografia

utilizada como documento de pesquisa geográfica, o que expressa uma função

científica bem definida e forma o conjunto unitário do objeto de estudo da presente

pesquisa monográfica.
24
      Mélo (2005), enfatiza a função científica da fotografia, relacionando-a com o

cotidiano da população, de forma a representá-la como registro histórico

indispensável e que proporciona um resultado preciso às mais diversas ciências.


                     A fotografia é um documento que pode servir à problematização e à
                     compreensão da dinâmica social, sendo utilizada por pesquisadores
                     das diversas áreas do conhecimento, como Geografia, Antropologia,
                     Sociologia, Artes Plásticas, dentre outros ramos do saber. Isso
                     porque, por meio dela torna-se possível entender as faces dos
                     processos que estruturam a sociedade no decorrer do tempo e do
                     espaço (MÉLO, 2005. p.4).


      As indagações de Mélo (2005), servem de auxílio para uma maior

compreensão da função fotográfica no contexto científico; ao concluir-se que as

representações do urbano são sim facilmente desveladas pela imagem fotográfica

as quais revelam elementos do imaginário popular expressados através das

narrativas sociais e pela memória cultural observada na arquitetura e no próprio

desenvolvimento urbano, modificando e transformando seja de forma positiva ou

negativa.


                     A leitura do urbano e suas representações cotidianas podem ser
                     desveladas pela imagem? Nas fotografias podemos encontrar
                     elementos importantes que alimentam o imaginário social citadino?
                     É possível ler a cidade pela trama narrativa, estabelecida entre
                     imagem e imaginário? A fotografia pode servir para revelar os
                     lugares de memória da cidade? (MÉLO, 2005, p.7).

      Segundo Mélo (2005), a relação memória e cotidiano é o conjunto simbólico

das experiências e das recordações que servem de peças interdependentes e

precisas ao despertar-nos para a leitura do espaço urbano.


                     O tecido urbano corresponde a uma construção social, que se (re)
                     organiza simbolicamente no universo individual e coletivo, a partir da
                     relação entre memória e cotidiano. Estes fornecem quadros de
                     orientação e leitura que possibilitam compreender espaço, a partir
                     da experiência da recordação que se enraíza na paisagem, na
                     imagem e nos vários personagens que encenam e/ou encenaram
                     suas peças no palco da cidade (MÉLO, 2005, p.9).
25
      Analisando o poder da essência fotográfica, Mélo (2005), o mesmo compara a

fotografia ao elemento de um jogo concreto ou abstrato denominado cultura, o qual

pode interferir nas atitudes humanas a partir do momento em que desencadeia

sentimentos e sensações.


                      A imagem fotográfica é um grande jogo, sendo simultaneamente
                      pertencente à cultura material e imaterial; as fotografias podem
                      despertar o ódio, o amor, a nostalgia, enfim, uma gama de
                      sentimentos característicos à condição humana (MÉLO, 2005, p.15).

      Mélo (2005), afirma ainda que a fotografia é uma das maneiras mais

importantes de comunicação entre diferentes pessoas, diferentes tempos e

diferentes culturas, possibilitando um equilíbrio na troca de tais informações.


                      A fotografia se revela como uma fissura que se colocou entre as
                      formas de dizer, de testemunhar, ela estendeu a compreensão do
                      cotidiano, dos modos de fazer, de ser e de pensar do humano e
                      suas várias atuações no espaço (MÉLO, 2005, p.16).


      Deste modo é possível perceber a dinâmica do urbano nas imagens

fotográficas como também se perceber como o principal agente transformador do

mundo a sua volta e que, portanto responsável pelas boas e más idéias que possam

interferir na qualidade de vida de todos os seres que habitam a zona urbana, sem

desconsiderar que, tais transformações, dependendo de suas proporções, podem de

algum modo atingir áreas fora do contexto citadino ou mesmo áreas verdes que se

encontram ainda preservadas dentro de algumas cidades.

      É através das imagens, sejam estas: fotografias, vídeos, pinturas rupestres ou

em tela, que a humanidade tem uma chance de avaliar suas ações sobre a

superfície terrestre e assim poder corrigi-las em prol da real interdependência entre

o espaço e o homem.

      Tratar a capacidade perceptiva de forma indiferente, como se esta não tivesse

absolutamente nenhuma utilidade para a organização urbana, é uma maneira de
26
acomodar-se perante a necessidade da gestão participativa da população que por

sua vez conquistou o direito de interferir, porém tem o dever de construir uma

sociedade que deixe em cada lugar a sua memória cultural para que sirva de

referência aos olhos das gerações posteriores.
27




2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE PESQUISA
28
2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE PESQUISA

                                       GUARABIRA

                                   Moacir Camelo de Melo

Guarabira recanto                              Tuas noites enluaradas
Sublimado e gentil,                            São conchas diamantinas
Pastora enfeitiçada                            Reluzindo na amplidão!...
Nos céus do meu Brasil                         Ó ninfa de mãos divinas!
Tuas serras encasteladas                       És a Vênus de ouro
Parecem telas enfeitadas                       De mistério e tesouro
No ateliê do firmamento,                       Que brilha como a luz,
És a virgem formosa                            És altar de prece
Da Paraíba grandiosa                           Que abençoa a messe
Na passarela do Tempo.                         Da meiga Santa Cruz.

Vendo-te ó princesa                            O teu acaso brejeiro
Alegre, altiva e forte                         É mais rubro e mais bonito
Sinto em teu peito arfante                     Quando em ritmo lento
O esplendor do teu porte                       O Sol imerge no infinito
Tu és a majestade                              Em tua alvorada
Reinando com imensidade                        O gorjeio da passarada
No trono da História,                          É um concerto embevecedor
Teu nome todo santo                            Teu cenário deslumbrante
É o sagrado manto                              É um véu verdejante
De tua amada glória.                           Sobre os vales em flor;

Dos teus filhos honrados                       Salve, Pátria da Luz!
Direi ao mundo inteiro                         Criança que canta e chora,
A fama que desfruta                            Que faz preces confiantes
O teu povo brejeiro,                           Ao “Menino Jesus”
Tu és a sublimidade                            Talismã de rara beleza
Brilhando com intensidade                      De fascínio e grandeza
Na pátria brasileira                           No universo da poesia,
Teu passado bem diz                            Guarabira terra amada
Que foi Costa Beiriz                           Cidade abençoada
Quem te fez altaneira;                         Pelas mãos de Maria!


Brasão - Fonte:
www.wikipedia.org/wiki/Guarabira
(Anexo G)
2.1 Caracterização geográfica da área pesquisada1




    (Mapa 1) – Mapa de acesso rodoviário da Paraíba – CPRM - Serviço Geológico do Brasil Projeto
    cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea.

    2.2 A Microrregião de Guarabira na Mesorregião do Agreste

paraibano

    O atual município de Guarabira está localizado na zona fisiográfica “Agreste e

Caatinga Litorânea”, equivalente à Microrregião Homogênea, - Piemonte da

Borborema – que compreende uma área de 2.345Km² e 14 municípios.


1
   Todos os dados geográficos deste capítulo foram extraídos de: MELO, Moacir Camelo de.
Itinerário Histórico de Guarabira. ed.I, João Pessoa: Universitária, 1999. (Capítulo I – Estudos
Geográficos – p.23).

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IníCio PERCEPÇÃO DO URBANO A PARTIR DE IMAGENS GEOFOTOGRÁFICAS DO MUNICÍPIO DE GUARABIRA-PB

  • 1. 13 1. DESPERTAR DA PERCEPÇÃO ATRAVÉS DAS IMAGENS
  • 2. 14 1. INTRODUÇÃO: O DESPERTAR DA PERCEPÇÃO ATRAVÉS DAS IMAGENS As imagens “geofotográficas”, ou seja, fotografias utilizadas numa pesquisa geográfica, caem como luva ao tentar-se fazer uma leitura das diversas figuras presentes na mesma; para iniciar pode-se ler facilmente a mensagem não-verbal transmitida diretamente à sua capacidade perceptiva a partir da imagem exposta na (Figura 1): (Figura 1) - Que legenda você sugestiona? Ao indagar-se, de que se trata tal imagem, inicia-se então uma leitura da mesma, a qual, como um livro, vai gradativamente transmitindo a sua mensagem. Não é necessário que se tenha vivido no tempo nem na localidade de tal gravura para que se perceba nitidamente a sua razão de ser o que aparenta. O prédio antigo, com o nome da cidade escrito em sua fachada e principalmente localizado a
  • 3. 15 beira de uma estrada de ferro, denuncia-se como a Estação da Rede Ferroviária do município de Guarabira/PB. Deste ponto em diante faz-se entender que o ritmo cotidiano da sociedade torna despercebidos detalhes importantes da cultura urbana de cada lugar, detalhes estes que possibilitam uma leitura aprofundada das ações humanas sobre as superfícies terrestres, que voluntária ou involuntariamente findam por interferirem de forma relevante no núcleo vital de toda uma comunidade. O estudo em pauta está inserido diretamente na Geografia Urbana devido pontuar circunstâncias e conseqüências das atividades sócio-econômicas, culturais e políticas sobre a área urbana do município de Guarabira/PB, tomando como gancho teórico a Geografia Cultural e da Percepção, tendo em vista a análise de imagens fotográficas antigas e atuais, fazendo uso do método de análise comparativa (fotografia de fotografia mais fotografia do ambiente real) e principalmente relacionando-as com as transformações urbanas produzidas pela sociedade guarabirense. Objetiva-se primordialmente analisar por meio da leitura de imagens fotográficas as mudanças significativas que interferiram e interferem na dinâmica cultural e urbana do município de Guarabira/PB; para atingir-se o objetivo subscrito, algumas atividades foram elaboradas, muito bem definidas e precisamente aplicadas. Foram identificados no acervo fotográfico antigo (Centro de Documentação Cel. João Pimentel) localizado na cidade de Guarabira/PB. As imagens representam fragmentos de momentos históricos, culturais, políticos, sociais que se refletem a todo instante de fotografia a fotografia, nas imagens de igreja, estação ferroviária, praças, cinema, estabelecimentos comerciais, construções de ruas e avenidas, automóveis, pedestres, solenidades e muitos outros, proporcionando ao leitor uma rica e infindável retrospectiva de um tempo
  • 4. 16 maquiado pelas transformações, porém vivenciado por gerações e gerações e inevitavelmente perenizado na memória cultural de cada um. Para analisar mais precisamente as mudanças urbanas na referida cidade, foi essencial observar registros fotográficos atuais, para contrastar com as fotografias antigas visando uma nítida leitura das imagens que expressam as principais mudanças ocorridas no urbano de Guarabira; dando a devida importância ao elemento humano como principal agente de tais transformações refletidas nas fotografias analisadas. Elaborou-se questionários e entrevistas aplicados junto a antigos moradores com o intuito de coletar experiências através de suas narrativas e avaliar a percepção geográfica dos mesmos em relação às transformações culturais e urbanas; tomou-se como base uma sólida fundamentação teórica como: (CLAVAL 2001, CORRÊA, R. L. ROSENDAHL 2001, CHAUÍ 2002, MARIANO NETO 2001, MERLEAU-PONTY 1999, MAIA 2001, MÉLO 2005, SANTOS 1996, etc.) que veio enriquecer cientificamente toda esta pesquisa; com o auxílio de câmera fotográfica, entrevistas e documentos adquiridos junto ao Centro de Documentação da cidade de Guarabira/PB (Figuras 2, 3 e 4): (Figura 2)- Antiga casa da família do Coronel João Pimentel – Atualmente sede do Centro de Documentação de Guarabira/PB.
  • 5. 17 (Figura 3) – Sr. Martinho Alves – Sec. de Cultura do Município ao lado da pesquisadora (Figura 4) - Centro de Documentação fundado nos 100 anos de Guarabira – Fonte principal deste estudo. Na busca por relatos sobre as imagens fotográficas e seu real significado, algumas pessoas foram peça chave nessa pesquisa e destaca-se aqui a figura do professor Martinho Alves de Andrade e seu relato sobre o acervo do Centro de documentação Cel. João Pimentel (Box 1 e Anexo C):
  • 6. 18 Box 1 – Entrevista com Martinho Alves de Andrade “O Centro de Documentação Cel. João Pimentel* existe desde 18 de julho de 1988, gestão do Prefeito de então, Zenóbio Toscano de Oliveira. Como vereador guarabirense e chefe do gabinete desse prefeito me foram atribuídas responsabilidades em saudar aos visitantes a aos familiares do Coronel João Pimentel. O Fundador do Centro de Documentação foi o então prefeito guarabirense Zenóbio Toscano de Oliveira quem foi muito importante na obtenção de fotografias e documentos, além de móveis para constituição do acervo de nosso Centro de Documentação; infelizmente os caminhos que levam à verdadeira cultura são difíceis de serem percorridos uma vez que os obstáculos são muitos e diversificados, porém cada um diretor do Centro e o secretário de então, ao longo de todos esses anos de existência do Centro, têm desenvolvido labutas que culminaram com melhorias para o Centro e tal trabalho é feito da forma mais eficaz no instante da sua elaboração; não há uma identificação exata de quem fez as fotos, porém, podemos citar alguns nomes que se responsabilizaram por algumas cópias de antigos originais, como o Sr. Araújo (falecido), Danda do Foto Fhash, Gera do Foto Fest (Anexo F), etc; não poderíamos deixar de mencionar o trabalho de Alexandre Henriques, funcionário atual da junta de trabalho, Homero Bezerra, servidor também desse órgão; esses dois senhores muito auxiliaram o prefeito Zenóbio Toscano, em levantamentos fotográficos de Guarabira, marcando o” antes “e o” depois “; as fotos mais recentes parecem-nos serem da gestão do prefeito Zenóbio Toscano de Oliveira, através de Alexandre Henriques e Homero Bezerra; existem outras fotos que estão arquivadas sob os cuidados da atual diretora do Centro de Documentação a senhora Vera Lúcia Ferreira Xavier; é graças a dedicação dessa senhora que temos o que mostrar a Guarabira e seus filhos, a mesma é sempre solicitada em atender aos que a procuram como estudantes e universitários; no decorrer dos anos da cidade de Guarabira eu apontaria como mudanças negativas o encerramento das atividades educacionais desenvolvidas pelas “feiras de ciências” do Colégio da Luz; o descaso com a Rede Ferroviária do Município que culminou com a extinção (se tivesse havido preservação de alguns trechos da estrada férrea, poderíamos utilizá-los para o desenvolvimento do nosso turismo); a extinção da realização de hemodiálise no Hospital Regional Antônio Paulino Filho, pelo Governo atual da Paraíba na sua primeira gestão (2003-06); a desestruturação de algumas empresas de ônibus como Expresso Paraibano inicialmente, e Expresso Guarabirense recentemente, extinguindo centenas de empregos importantes para cidadãos guarabirenses e de vários municípios da região e finalmente a demora na implantação do curso de Pedagogia no Campus III da Universidade Estadual da Paraíba; e como mudanças positivas ocorridas no município em questão, mencionaria como sendo o Memorial Frei Damião para desenvolvimento do turismo religioso; a instalação do Corpo de Bombeiros para a cidade e a própria região; a revitalização da Banda de Música “Raimundo Soares” acordando a nossa cultura musical; o surgimento de industrias como a Guaraves e do Grupo João Rafael; a expansão da Festa da Luz como veículo cultural e desenvolvimento econômico para o empresariado guarabirense”. *(1861-1948) - Foi prefeito da cidade de Guarabira no ano de 1912 e proprietário de terras, filho de José Diogo dos Santos e Antônia dos Santos. Fonte: Entrevista realizada no centro de documental Cel. João Pimentel, em 24/04/2007. (Anexo C)
  • 7. 19 A pesquisa em questão se justifica pelo resgate dos valores culturais impregnados nas imagens fotográficas antigas que retratam e revelam os significados das transformações urbanas para cada geração, quando (re)vistas por aqueles que compuseram tal tempo e espaço, desta maneira convence-se que as fotografias fornecem inúmeras possibilidades para compreensão dos fatores que circundam o urbano de um determinado lugar, já então modificado, transformado, irreconhecível aos olhos de seus pioneiros. Entretanto a leitura das imagens ao despertar e aguçar a capacidade perceptiva de cada ser humano, pode trazer de volta a reconstituição de muitos fatos ou então transportar o leitor daquela imagem àquele tempo oculto por entre a realidade urbana na qual se encontra a mesma cidade retratada pelas imagens antigas. A modificação parcial do ambiente físico/histórico/cultural é algo que se torna cada vez mais corriqueiro dentro da dinâmica urbana e mais preocupante para a Geografia Cultural, pois tende a ocultar e banalizar as características e identidades significativas de um povo com princípios, valores, costumes, crenças, hábitos, artes e símbolos que dão formas particulares e singulares a uma estrutura urbana, de acordo com esse vasto conjunto característico chamado Cultura. Segundo Santos (1996), cada pessoa expressa uma maneira individual de perceber o seu lugar e todo espaço que circunda os mesmos. Não se trata apenas de definir, para cada indivíduo, um tipo de espaço social na cidade e fora dela; Este espaço social seria definido pelos lugares que lhe são familiares e as parcelas de território que ele deve percorrer entre estes diferentes lugares (SANTOS, 1996, p.67). Santos (1996), afirma ainda que, levando em consideração as diferentes maneiras com as quais os indivíduos interpretam o seu lugar, logo se conclui que a imposição de uma visão em comum, por exemplo, desestabilizaria completamente uma sociedade.
  • 8. 20 Isto tem implicações no que se refere à interpretação do funcionamento do espaço e, conseqüentemente, da própria organização do espaço. Se o espaço não significa a mesma coisa para todos, tratá-lo como se ele fosse dotado de uma mesma representação comum, significaria uma espécie de violência contra o indivíduo e conseqüentemente, as soluções fundamentadas nessa ótica seguramente não seriam aplicáveis (SANTOS, 1996, p.67). Desta forma pode-se afirmar que, embora muitas regras devam ser estabelecidas numa comunidade, não se deve tomá-las como intransponíveis ou imutáveis, pois os seres humanos, assim como os lugares em que vivem, se encontram em constante processo de adaptação e adequação a tais regras, logo, correndo o risco de inadaptação e conseqüentemente inviabilidade das mesmas, cujas regras devem ser repensadas e reformuladas de acordo com aquelas estabelecidas a priori evitando a extinção das mesmas, visto que a maioria da população as vivenciam de forma harmônica e adequada. Quando se fala de espaço e cultura torna-se indispensável à compreensão das diferenciadas visões e variações específicas de concepções apresentadas por cada indivíduo entrevistado na pesquisa. Assim, toda esta reflexão é necessária para que se compreenda as conseqüências das transformações urbanas, sociais e culturais que, em geral acarretam o sepultamento de identidades essenciais a boa convivência, valorização e respeito entre os grupos étnicos e os princípios perenes das comunidades. Mariano Neto (2005), em seu artigo sobre o Indivíduo Liberal mostra que, a Geografia Cultural abre um imenso leque de possibilidades para o entendimento acerca do indivíduo e seu papel junto à sociedade, e que, no entanto, o conceito de “liberdade” sofre mutações juntamente com a história das sociedades, que de uma maneira geral tende a submetê-la a uma ideologia dominante e subserviente, no intuito de que o elemento homem imperceptivelmente se adapte, ou melhor, adeque- se a uma tirania travestida de democracia, assim sendo, o indivíduo necessita fazer
  • 9. 21 uso da Geografia Cultural como um instrumento de autoconhecimento e autovalorização de sua memória e suas raízes. O direito natural à propriedade privada e a questão do conhecimento como resultado da experiência, da percepção e da sensibilidade humana, supera as suposições de que os homens possuíam idéias inatas. Trazer esse debate para o universo da Geografia Cultural é reconhecer a importância da vida individual em convergência ou divergência com o grupo, um elemento fundador de uma dimensão espacial da cultura, sobretudo no que diz respeito ao princípio de poder cultural no espaço produzido e vivido pelo liberalismo ocidental (MARIANO NETO, 2005, p. 4). Maia (2001), ao analisar o pensamento de Vidal de La Blache (Princípios da Geografia Humana) esclarece nitidamente que “o elemento homem é essencial em toda geografia” e que, portanto “o homem é um fator geográfico” como também suas relações com a população e com o meio físico. Não se hesita em dizer que a fotografia também esclarece acerca da dinâmica cultural de uma população juntamente com toda e qualquer transformação urbana. É no decurso dessa elaboração que o autor formula a noção de gênero de vida para designar o conjunto de técnicas e costumes, construindo e passando socialmente, desenvolvidos por grupos heterogêneos de associações humanas e que exprimiria a relação entre a população e o meio físico (MAIA, 2001, p.75). Maia (2001), ainda leva a refletir que, ao observar os gêneros de vida através das imagens fotográficas em estudo, tem-se a possibilidade de transportar-se a um modo de vida distante da realidade de alguns e que mesmo assim, não os impede de serem tomados por uma emocionante “viagem” que desperta curiosidade sobre tudo aquilo que embora transformado pela sociedade mantém a essência do clássico, do perene, do intacto. Se alguém que não teve nenhum contato com tais gêneros de vida, consegue sentir o calor dessa chama invicta; imagina-se agora o que uma fotografia pode despertar num indivíduo que vivenciou, compartilhou e construiu o tempo retratado na imagem?
  • 10. 22 Tal indivíduo traz em seu subconsciente uma rica memória, que cochila, mas não adormece e que basta um pequeno contato com tais imagens, melodias ou palavras para vir à tona um turbilhão de outras imagens que singularmente revelam e solidificam significados de suas raízes através do imaginário individual; então, o que realmente se transforma são os gêneros de vida em detrimento de outros e outros, porém a essência cultural permanece mesmo que de forma oculta. Os gêneros de vida, nessa concepção, não seriam perenes nem eternos. Mesmo compostos por “elementos de organização e fixação”, para usar a expressão lablashiana, cimentados, passados hereditariamente, estão permanentemente sujeitos a modificações ocasionadas por alterações do próprio meio ou pelo contato com outros gêneros de vida (MAIA, 2001, p.75). Sartre (2006), menciona acertadamente Husserl, cujo fundador da Fenomenologia, deixa claro que não se pode separar o homem do mundo, ou seja, para tentar compreender o homem ou o mundo é indispensável que se inicie pela essência dos fatos que constituem uma realidade constantemente mutável, levando a compreender que as essências dos fatos retratados nas imagens fotográficas estão justamente na emoção que possivelmente causariam. Husserl foi tocado inicialmente por esta verdade: há incomensurabilidade entre as essências e os fatos, e quem começa sua investigação pelos fatos nunca conseguirá recuperar as essências. [...] é sempre assumir o seu ser, isto é, ser responsável por ele em vez de recebê-lo de fora como faz uma pedra (SARTRE, 2006, p.20 – 22). Na visão de Chauí (2002), a percepção se trata do produto final de um conjunto de sensações, ou seja, a percepção está para as sensações assim como uma variável está para uma equação, pois, mesmo resultando num valor concreto e pré-estabelecido ainda assim continua sendo variável. [...] a sensação é uma reação corporal imediata a um estímulo ou excitação externa, sem que seja possível distinguir no ato da sensação, o estímulo exterior e o sentimento interior. [...] Por isso, se
  • 11. 23 diz que, na realidade, só temos sensações sob a forma de percepção, isto é, de sínteses de sensações (CHAUÍ, 2002, p-120). Segundo Chauí (2002), os empiristas e os intelectuais definem a percepção de maneiras distintas, para o primeiro o fundamental é o estímulo exterior e para o segundo, o fator relevante para a percepção é a capacidade de interpretação do indivíduo. Para os empiristas a sensação e a percepção dependem das coisas exteriores, isto é, são causadas por estímulos externos que agem sobre nosso sistema nervoso, recebendo uma resposta que parte de nosso cérebro, volta a percorrer nosso sistema nervoso e chega aos nossos sentidos sob a forma de uma sensação ( uma cor, um sabor, um odor), ou uma associação de sensação numa percepção ( vejo um objeto vermelho, sinto o sabor de uma carne, sinto o cheiro da rosa, etc.) (CHAUI, 2002, p-120). Chauí (2002), diz ainda que: Para os intelectuais a sensação e a percepção, dependem do sujeito do conhecimento e a coisa exterior é apenas a ocasião para que tenhamos a sensação ou a percepção (CHAUI, 2002, p-120). Estas preocupações foram essenciais para se relacionar à percepção dos indivíduos em relação às imagens fotográficas que norteiam uma construção espacial. 1.1 Geofotografia: Imagens fotográficas e a Geografia O neologismo “geofotografia” que se lança aqui, tem o objetivo de melhor classificar, ou seja, diferenciar as funções dos diversos tipos de fotografias existentes, o que se denomina “geofotografia” é precisamente, toda aquela fotografia utilizada como documento de pesquisa geográfica, o que expressa uma função científica bem definida e forma o conjunto unitário do objeto de estudo da presente pesquisa monográfica.
  • 12. 24 Mélo (2005), enfatiza a função científica da fotografia, relacionando-a com o cotidiano da população, de forma a representá-la como registro histórico indispensável e que proporciona um resultado preciso às mais diversas ciências. A fotografia é um documento que pode servir à problematização e à compreensão da dinâmica social, sendo utilizada por pesquisadores das diversas áreas do conhecimento, como Geografia, Antropologia, Sociologia, Artes Plásticas, dentre outros ramos do saber. Isso porque, por meio dela torna-se possível entender as faces dos processos que estruturam a sociedade no decorrer do tempo e do espaço (MÉLO, 2005. p.4). As indagações de Mélo (2005), servem de auxílio para uma maior compreensão da função fotográfica no contexto científico; ao concluir-se que as representações do urbano são sim facilmente desveladas pela imagem fotográfica as quais revelam elementos do imaginário popular expressados através das narrativas sociais e pela memória cultural observada na arquitetura e no próprio desenvolvimento urbano, modificando e transformando seja de forma positiva ou negativa. A leitura do urbano e suas representações cotidianas podem ser desveladas pela imagem? Nas fotografias podemos encontrar elementos importantes que alimentam o imaginário social citadino? É possível ler a cidade pela trama narrativa, estabelecida entre imagem e imaginário? A fotografia pode servir para revelar os lugares de memória da cidade? (MÉLO, 2005, p.7). Segundo Mélo (2005), a relação memória e cotidiano é o conjunto simbólico das experiências e das recordações que servem de peças interdependentes e precisas ao despertar-nos para a leitura do espaço urbano. O tecido urbano corresponde a uma construção social, que se (re) organiza simbolicamente no universo individual e coletivo, a partir da relação entre memória e cotidiano. Estes fornecem quadros de orientação e leitura que possibilitam compreender espaço, a partir da experiência da recordação que se enraíza na paisagem, na imagem e nos vários personagens que encenam e/ou encenaram suas peças no palco da cidade (MÉLO, 2005, p.9).
  • 13. 25 Analisando o poder da essência fotográfica, Mélo (2005), o mesmo compara a fotografia ao elemento de um jogo concreto ou abstrato denominado cultura, o qual pode interferir nas atitudes humanas a partir do momento em que desencadeia sentimentos e sensações. A imagem fotográfica é um grande jogo, sendo simultaneamente pertencente à cultura material e imaterial; as fotografias podem despertar o ódio, o amor, a nostalgia, enfim, uma gama de sentimentos característicos à condição humana (MÉLO, 2005, p.15). Mélo (2005), afirma ainda que a fotografia é uma das maneiras mais importantes de comunicação entre diferentes pessoas, diferentes tempos e diferentes culturas, possibilitando um equilíbrio na troca de tais informações. A fotografia se revela como uma fissura que se colocou entre as formas de dizer, de testemunhar, ela estendeu a compreensão do cotidiano, dos modos de fazer, de ser e de pensar do humano e suas várias atuações no espaço (MÉLO, 2005, p.16). Deste modo é possível perceber a dinâmica do urbano nas imagens fotográficas como também se perceber como o principal agente transformador do mundo a sua volta e que, portanto responsável pelas boas e más idéias que possam interferir na qualidade de vida de todos os seres que habitam a zona urbana, sem desconsiderar que, tais transformações, dependendo de suas proporções, podem de algum modo atingir áreas fora do contexto citadino ou mesmo áreas verdes que se encontram ainda preservadas dentro de algumas cidades. É através das imagens, sejam estas: fotografias, vídeos, pinturas rupestres ou em tela, que a humanidade tem uma chance de avaliar suas ações sobre a superfície terrestre e assim poder corrigi-las em prol da real interdependência entre o espaço e o homem. Tratar a capacidade perceptiva de forma indiferente, como se esta não tivesse absolutamente nenhuma utilidade para a organização urbana, é uma maneira de
  • 14. 26 acomodar-se perante a necessidade da gestão participativa da população que por sua vez conquistou o direito de interferir, porém tem o dever de construir uma sociedade que deixe em cada lugar a sua memória cultural para que sirva de referência aos olhos das gerações posteriores.
  • 15. 27 2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE PESQUISA
  • 16. 28 2. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE PESQUISA GUARABIRA Moacir Camelo de Melo Guarabira recanto Tuas noites enluaradas Sublimado e gentil, São conchas diamantinas Pastora enfeitiçada Reluzindo na amplidão!... Nos céus do meu Brasil Ó ninfa de mãos divinas! Tuas serras encasteladas És a Vênus de ouro Parecem telas enfeitadas De mistério e tesouro No ateliê do firmamento, Que brilha como a luz, És a virgem formosa És altar de prece Da Paraíba grandiosa Que abençoa a messe Na passarela do Tempo. Da meiga Santa Cruz. Vendo-te ó princesa O teu acaso brejeiro Alegre, altiva e forte É mais rubro e mais bonito Sinto em teu peito arfante Quando em ritmo lento O esplendor do teu porte O Sol imerge no infinito Tu és a majestade Em tua alvorada Reinando com imensidade O gorjeio da passarada No trono da História, É um concerto embevecedor Teu nome todo santo Teu cenário deslumbrante É o sagrado manto É um véu verdejante De tua amada glória. Sobre os vales em flor; Dos teus filhos honrados Salve, Pátria da Luz! Direi ao mundo inteiro Criança que canta e chora, A fama que desfruta Que faz preces confiantes O teu povo brejeiro, Ao “Menino Jesus” Tu és a sublimidade Talismã de rara beleza Brilhando com intensidade De fascínio e grandeza Na pátria brasileira No universo da poesia, Teu passado bem diz Guarabira terra amada Que foi Costa Beiriz Cidade abençoada Quem te fez altaneira; Pelas mãos de Maria! Brasão - Fonte: www.wikipedia.org/wiki/Guarabira (Anexo G)
  • 17. 2.1 Caracterização geográfica da área pesquisada1 (Mapa 1) – Mapa de acesso rodoviário da Paraíba – CPRM - Serviço Geológico do Brasil Projeto cadastro de fontes de abastecimento por água subterrânea. 2.2 A Microrregião de Guarabira na Mesorregião do Agreste paraibano O atual município de Guarabira está localizado na zona fisiográfica “Agreste e Caatinga Litorânea”, equivalente à Microrregião Homogênea, - Piemonte da Borborema – que compreende uma área de 2.345Km² e 14 municípios. 1 Todos os dados geográficos deste capítulo foram extraídos de: MELO, Moacir Camelo de. Itinerário Histórico de Guarabira. ed.I, João Pessoa: Universitária, 1999. (Capítulo I – Estudos Geográficos – p.23).