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Estados Unidos na guerra fria
Projeto Manhattan
O Projeto Manhattan foi uma iniciativa dos EUA em construir as primeiras bombas atômicas da
história, no período da Segunda Guerra Mundial.
O Projeto Manhattan teve início quando o físico nuclear Leo Szilard, físico húngaro
naturalizado nos EUA, percebeu a possibilidade da Alemanha em criar bombas atômicas .Isso
porque, durante a Segunda Guerra Mundial, os físicos alemães Otto Hahn, Fritz Strassman e
Lise Meitner, descobriram a fissão nuclear. Ou seja, era muito fácil que, com a tecnologia
descoberta, os físicos conseguissem chegar a algo que acabaria com os inimigos na guerra.
Sendo assim, Leo Szilard convenceu outro importante físico da época, Albert Einstein, a
mandar uma carta assinada por ambos ao presidente dos EUA, Franklin D. Roosevelt.Na carta,
os físicos alertaram ao presidente sobre a possibilidade intimidante da Alemanha desenvolver
armas nucleares, já que os físicos que descobriram a fissão nuclear estavam trabalhando para
as forças alemãs.
O presidente decidiu aderir aos conselhos dados pelos físicos na carta o desenvolvimento das
primeiras bombas atômicas, faria possível evitar que novos conflitos mundiais surgissem, bem
como colocaria os EUA à frente de qualquer inimigo.
O empreendimento, que juntou a força tarefa de cientistas, militares, engenheiros e diversos
outros profissionais, originou na primeira bomba atômica da história, denominada Trinity. A
bomba desenvolvida foi testada na base secreta do Projeto, localizada no deserto de Los
Alamos, no Novo México. para que a bomba pudesse ser desenvolvida, os EUA construíram o
primeiro reator nuclear da história, localizado no Met Lab, em Chicago, O reator foi concluído
em 1942, e contou com a participação de cientistas, militares e físicos, diretor do programa foi
o físico americano Oppenheimer. Além do reator em Chicago, foi preciso construir mais três
reatores, que auxiliaram no processo de desenvolvimento da bomba.
Um mês após o teste da primeira bomba, duas novas bombas foram lançadas sobre as cidades
japonesas de Hiroshima e Nagasaki. O ocorrido marcou o fim da segunda guerra e deixou mais
de 240 mil pessoas mortas.
Corrida Armamentista
Durante a Guerra Fria, os Estados Unidos se tornaram um dos principais fabricantes de armas
do planeta. O conceito de corrida armamentista marcou o período histórico da Guerra Fria e
acirrou ainda mais as disputas entre americanos e soviéticos. A Guerra Fria estimulou a
pesquisa e o desenvolvimento de diversos tipos de armamentos. Estados Unidos e União
Soviética estavam sempre prontos para lançarem novas armas inovadoras, em uma disputa
indireta por poder uma nova disputa, desta vez com forte ideologia geopolítica, militar e
tecnológica.
Em 20 de agosto de 1949, em Semipalatinsk, no Cazaquistão, foi detonada a primeira bomba
nuclear soviética. O uso de tecnologia nuclear como arma de guerra, dessa forma, deu a tônica
da corrida armamentista. O potencial de destruição das ogivas nucleares acabou por servir
como anteparo, ou freio, contra uma eventual Terceira Guerra Mundial com armamentos
convencionais. Desse modo, o que se fez durante a Guerra Fria foi uma espécie de “xadrez
geopolítico”, em que cada superpotência procurava estabelecer posições ao construir bases de
mísseis nucleares em locais estratégicos contra o inimigo, como forma de, por meio da ameaça
de um “apocalipse nuclear”, evitar disputas que desencadeassem um confronto direto.
Além dos mísseis balísticos comuns, contendo ogivas nucleares a base de plutônio ou urânio,
as duas superpotências em questão ainda desenvolveram uma arma ainda mais poderosa:
a Bomba de Hidrogênio. Essa arma, que dispõe de tecnologia termonuclear, foi planejada e
construída pelos cientistas Edward Teller e Stanislaw Ulam, a serviço do Exército dos EUA.
A bomba de Teller e Ulam foi testada no Atol Eniwetok, no Oceano Pacífico, em 1º de
novembro de 1952, três dias antes da eleição de Dwight Eisenhower , ex-chefe do Estado-
Maior do Exército dos Estados Unidos como presidente da República. A explosão foi muito
mais intensa do que se esperava, com mais de 10 megatons, ou seja, mil vezes mais potente
do que a bomba de Hiroshima. Um observador em um avião a cem quilômetros de distância
disse que ver a cena era como “olhar para a eternidade ou para as portas do inferno”.
Em 12 de agosto de 1953, os soviéticos, por sua vez, realizaram o primeiro teste com bomba
de hidrogênio. Em 1º de março de 1954, os EUA detonam, no Atol de Bikini, a bomba Castle
Bravo, de 15 megatons. Começava a “corrida” para se chegar à “bomba do fim do mundo”,
com mais de 50 megatons de potência, isto é, mais de 700 vezes o poder da bomba lançada
sobre Hiroshima.
O ponto mais alto da construção de uma bomba de hidrogênio se deu em 1961, por iniciativa
também dos soviéticos, com o projeto RDS-220, que ficou conhecido como Tsar
Bomba. Armas nucleares também foram desenvolvidas pelo Reino Unido (1952), França
(1960) e República Popular da China (1964), o que contribuiu para o estado de conflito e
extrema tensão que ficou conhecida como Guerra Fria.
Doutrina Truman
Após a Segunda Guerra Mundial, vários países, especialmente os europeus, se encontravam
abalados pela guerra. Desta forma, começava a ficar evidente a bipolaridade no mundo: de um
lado, o capitalismo americano ; de outro, o comunismo soviético. A ameaça soviética tornou-se
mais forte em virtude da situação frágil dos países europeus, que poderiam ser presas
relativamente fáceis da influência da soviética O intuito era impedir a proliferação
do comunismo e garantir o pleno funcionamento do capitalismo mundial diante das manobras
da política soviética.
O presidente americano Harry Truman começou a elaboração de políticas que tinham como
objetivo, interferir diretamente no avanço do comunismo e oferecer ajuda aos países que se
encontravam em situações críticas. através da Doutrina Truman, os Estados Unidos passaram a
interferir em todo conflito armado que tivesse como causa central, a relação entre capitalismo
e socialismo. Um desses conflitos foi a Guerra da Coréia.
Outra política que foi adotada com base e com os mesmos objetivos da Doutrina Truman foi o
Plano Marshall, que visava auxiliar os países que se encontravam frágeis economicamente
devido à Segunda Guerra, no entanto, a real intenção estadunidense talvez fosse a de criar
vínculos com esses países, dificultando o envolvimento deles com a potência socialista.
Doutrina Eisenhower
O general Dwight David Eisenhower, foi eleito presidente dos Estados Unidos pelo Partido
Republicano em 4 de novembro de 1952, esta eleição ocorreu numa época em que a tensão da
Guerra Fria entre os Estados Unidos e a União Soviética se acirrava.
A tensão interna criada e o cansaço após dois anos de impasse sangrento na Guerra da Coreia,
mais a Revolução Comunista de Mao Tse Tung vitoriosa na China, o domínio das armas
nucleares pelos soviéticos e a recessão do início dos anos 1950 constituíam o cenário para uma
agitada disputa presidencial.
A campanha de Eisenhower foi das primeiras a se empenhar na conquista do voto feminino,
discutindo temas como educação infantil, custo de vida, fim da Guerra da Coreia e outras
questões sensíveis para as mulheres, o que o levou a conquistar uma sólida maioria do voto
feminino.
Eisenhower atacou o comunismo e a corrupção, considerando o governo Truman um fracasso
para lidar com estas questões. Acusou a administração de negligenciar a América Latina,
permitindo que “agentes comunistas explorassem a miséria local, capitalizando-a
politicamente, com o fim de torna-la comunista . As acusações de que espiões soviéticos
haviam se infiltrado no governo atormentou a administração de Truman, fato que se tornou
tema importante de campanha.
A Doutrina Eisenhower foi anunciada no Congresso dos Estados Unidos no dia 5 de janeiro de
1957. Ele determinava o uso de forças armadas contra qualquer ação de opositores que
ameaçasse os Estados Unidos.
Ao mesmo tempo, o presidente Dwight Eisenhower aprovou a medida de auxílio de variadas
formas aos países que se posicionassem contra o regime soviético e comunista.
A Doutrina Eisenhower foi apresentada em um momento político mundial que poderia levar a
uma guerra generalizada. Na ocasião, a União Soviética ameaçava fazer uso do Canal de Suez, o
que seria um pretexto para invadir o Egito.
Por causa da fraqueza dos governos locais e de governos europeus, o presidente estadunidense
Eisenhower concluiu que parear forças seria a melhor alternativa para evitar o avanço
soviético.
Eisenhower, estava preocupado com a nova intromissão das potências coloniais na região (o
conflito pelo Canal de Suez, entre britânicos e franceses, e o avanço de Israel) e acusava o
"comunismo internacional" de agravar e inclusive manipular a situação. Para contrabalançar o
suposto avanço do poder soviético na região, Eisenhower sugeriu ao Congresso uma resolução
para prestar apoio econômico e militar ao Oriente Médio.
Na realidade, sua doutrina repetia os princípios da Doutrina Truman, editada dez anos antes,
beneficiando a Grécia e a Turquia. Depois da criação da Organização do Tratado do Atlântico
Norte (Otan) no Ocidente, e da Organização do Tratado do Sudeste Asiático (Seato), em 1955
havia sido criado o Pacto de Bagdá, fechando a frente contra a União Soviética.
O fornecimento de armas por Moscou havia aumentado a influência soviética sobre a Síria e o
Egito. Depois da derrubada da monarquia no Iraque pelos militares, em 1958, e da advertência
do presidente conservador do Líbano, Kamil Chamoun, para o perigo de um golpe socialista em
seu país, os EUA resolveram intervir diretamente, através do envio de fuzileiros navais por três
meses a Beirute.
A missão norte-americana no Líbano foi criticada, pois a Doutrina Eisenhower permitia apenas
intervenção em caso de ameaça à segurança externa. Apesar de não quererem mais uma
missão como a de 1958 no Líbano, os EUA tentaram conquistar os países da região através de
apoio político e econômico. E essa fórmula, a longo prazo, surtiu mais efeito do que a Doutrina
Eisenhower.
A ascensão de Gamal Abdel Nasser no Egito fez com que a Doutrina Eisenhower falhasse
também. O presidente egípcio, dono de uma posição favorável aos comunistas, conseguiu
expandir sua influência no Iraque e na Arábia Saudita. Todavia, a medida que seu
relacionamento com os soviéticos foi se enfraquecendo, os Estados Unidos foram ganhando
mais espaço.
A região do Oriente Médio, grande produtora mundial de petróleo, ganhou grande atenção
durante o governo de Eisenhower. Com medo das trágicas consequências econômicas que
ocorreriam se os estadunidenses perdessem o domínio da região para os comunistas, as
investidas da Doutrina Eisenhower na região foram intensas.
O Egito se distanciou da União Soviética – alguns anos mais tarde, inclusive, fez as pazes com
Israel, enquanto as nações do Golfo se aliaram a Washington. Devido a este apoio incondicional
a Israel, muitas nações árabes ainda hoje veem com ceticismo as intenções de Washington.
Macarthismo
No contexto da Guerra Fria, o macartismo representou uma verdadeira “caça às bruxas” nos
EUA, buscando investigar ações políticas de milhares de cidadãos do país supostamente ligados
ao comunismo. Tal movimento político norte-americano para tentava combater o comunismo
no país nos anos 1950 , mesmo que isso significasse violar o direito civil à opinião política,
previsto na Constituição, motivado pela paranoia da Guerra Fria, entre EUA e URSS, o
macarthismo foi personificado pelo senador republicano Joseph McCarthy – daí seu nome.
Como presidente do Comitê de Investigação de Atividades Antiamericanas do Senado,
McCarthy cometeu diversos abusos: autorizou quebras de sigilo, violou fundamentos legais
(como o direito à ampla defesa ) pressionou interrogatórios e divulgou listas de supostos
adeptos do comunismo.
As investigações não poupavam ninguém: membros do Exército, do governo e do próprio
Parlamento. Especialmente, professores, escritores, artistas e sindicalistas. Em Hollywood,
vários diretores, produtores e atores tiveram a carreira arrasada por entrarem na “lista negra”.
Mas os excessos de McCarthy custaram caro. Com o tempo, ele passou a ser acusado de usar
sua posição no Senado para perseguir desafetos políticos. Lentamente, perdeu espaço no
cenário norte-americano a parcialidade nas investigações, as quais atingiam o próprio governo
republicano e o exército, o que chocou a opinião pública americana e culminou no fim do
macarthismo.
Logo após o mandato do general Dwight Eisenhower, os norte-americanos viveram momentos
de estagnação econômica e depararam com conflitos políticos internacionais. A ameaça
comunista tinha embalado o governo de Eisenhower em gastos exorbitantes na corrida
espacial contra a União Soviética. Ao mesmo tempo, as tensões do mundo bipolar ocasionaram
grande insegurança à pretensa hegemonia Americana no mundo.
A construção de uma das maiores potências mundiais passou por obstáculos que se
desenvolveram em um mundo marcado por transformações. A Guerra Fria e os direitos civis
eram algumas das novas questões que alertavam os EUA , no início dos anos de 1960.
Essa preocupação com problemas externos, acabou deixando de lado um vasto conjunto de
questões internas a serem resolvidas nos Estados Unidos. A emergência dos problemas
nacionais fez com que um jovem e “moderno” político democrata vencesse as eleições de
1960. John Kennedy chegou ao poder interessado em oferecer propostas que envolviam a
busca por igualdade e justiça social.
Era Kennedy
Comparado aos mandatos antecessores, Kennedy marcou sua administração pela adoção de
leis que ampliavam direitos sociais e promoviam a integração racial . Ao combater
objetivamente a questão racial dos Estados Unidos, Kennedy remexeu em uma questão
polêmica não só da política, bem como da cultura norte-americana.
Na política externa, o tom moderado de Kennedy não era o mesmo dedicado à sua nação. No
Vietnã, houve uma intervenção militar que resultou em uma das mais longas guerras travadas
pelos Estados Unidos. A Aliança para o Progresso foi um projeto político executado durante a
presidência de John F. Kennedy . O objetivo era integrar os países da América aspectos
político, econômico, social e cultural frente à ameaça soviética no continente.
A Carta de Punta del Este, criada em agosto de 1961, era o delineamento do projeto da Aliança
para o Progresso, conclamando os dirigentes latino-americanos a criarem planos de
desenvolvimento nacional que seriam auxiliados pelo governo estadunidense.
Os planos dariam ênfase à educação, saúde, habitação e teriam como entidade articuladora da
Aliança a USAID ( United States Agency for International Development ) . Mais de 80 bilhões de
dólares deveriam financiar o projeto, com os EUA disponibilizando para os países participantes
cerca de 20 bilhões.
Apesar do discurso de auxílio humanitário, o objetivo principal era garantir que o avanço
soviético fosse contido, além de proporcionar uma abertura ao investimento das empresas de
capital estadunidense nos países latino-americanos. No contexto da Guerra Fria e da Revolução
Cubana, a Aliança para o Progresso era a cartada jogada pelos EUA para propagandear os ideais
econômicos e culturais do capitalismo ocidental
Participaram da elaboração das ações a serem adotadas pela Aliança para o Progresso nomes
como o de Juscelino Kubitschek, pelo Brasil, e Raúl Prebisch, pela Argentina.
A preocupação com o avanço soviético se dava principalmente depois que a Revolução Cubana
tomou rumos que desagradavam ainda mais os capitalistas estadunidenses, como a
cooperação recebida da URSS a partir de 1961. Era necessário para os capitalistas e seus
governos na América Latina diminuir as desigualdades sociais e combater a miséria existente
no continente , o Incidente da Baía dos Porcos foi resultado de uma tentativa do governo
Kennedy em derrubar o governo cubano por meio do treinamento de exilados cubanos que
deveriam tomar o poder de Fidel Castro, porem fracassou.
Criava-se assim uma imagem de que os EUA estavam à frente dessas iniciativas para evitar que
os países da América Latina pudessem aproximar-se dos ideais da URSS.
Além disso, Kennedy lançou o desafio da ida do homem à Lua, dando continuidade à corrida
espacial iniciada durante a Guerra Fria. Em 1962, na Crise dos Mísseis, Kennedy denunciou a
existência de ogivas nucleares soviéticas em Cuba.
As incertezas trazidas pelas tensões militares da ordem bipolar e as ações que lutavam contra
o problema racial nos Estados Unidos fizeram com que Kennedy tornasse nome fácil na boca
de muitos simpatizantes e opositores.
No dia 22 de novembro de 1963. O presidente norte-americano John Kennedy foi assassinado
em Dallas, no Texas, O atentado fatal contra Kennedy até hoje está envolto sob um manto de
mistério. Pela versão oficial, Lee Oswald, foi quem deu o tiro fatal do sexto andar de um
depósito de livros contra o presidente que desfilava pelas ruas da cidade.
Lee Harvey Oswald, o homem acusado de matar o presidente americano John F. Kennedy em
22 de novembro de 1963, morou por mais de dois anos na União Soviética antes de
supostamente cometer o crime.
Ele havia acabado de desertar do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, quando se mudou para
Minsk, capital de Belarus, então república soviética, em plena Guerra Fria. Mas, apesar de ter
desertado para se juntar à superpotência socialista e alegar ser marxista, ele retorna os EUA.
No dia do assassinato, John F. Kennedy não estava no Texas por acaso. Ao decidir participar de
um evento político ali, no fim de 1963, ele sabia que precisava dedicar atenção especial ao
estado, se quisesse conquistar a reeleição.
Em 1963, a situação da segregação racial no país estava no limite e as demandas por
mudanças batiam às portas da Casa Branca.
Em agosto daquele ano, Martin Luther King Jr. eternizou o momento com o discurso , I have a
dream, (eu tenho um sonho ) no Memorial Lincoln, a poucos metros da Casa Branca. Três
meses mais tarde, com o país imerso na emoção pela morte de Kennedy e as ruas fervilhando
em manifestações, o presidente da comissão sobre regras da Câmara dos Deputados, o
segregacionista Howard Smith, não viu outra alternativa senão desengavetar o projeto, que
seria aprovado pelo Congresso no semestre seguinte.
O projeto de lei apresentado naquele ano contra a discriminação racial que alienaria
praticamente todo o sul do país para o Partido Democrata, cuja base eleitoral estava ali. E
Kennedy previu isso. Ele não assistiu à sua Lei dos Direitos Civis ser aprovada, o que ocorreu
com o sucessor, Lyndon Johnson, em 2 de julho de 1964. No entanto, a iniciativa pôs fim a
diversos sistemas de segregação racial nos Estados Unidos e transformou-se em um dos
principais legados do presidente.
Com a morte de Kennedy. O presidente norte-americano Lyndon Johnson adota uma doutrina
de relações estáveis com governos militares que começam a se estabelecer em países da
América Latina, porém também suspende recursos da "Aliança para o Progresso".
Lei dos Direitos Civis e o Combate ao racismo
Martin Luther King Jr. era pastor da Igreja Batista, suas primeiras falas trazem forte entonação
religiosa que, aos poucos, vai sendo modificada para uma perspectiva mais especificamente
ética para chegar finalmente à abordagem dos direitos civis. O combate ao racismo se coloca
para ele não mais (ou não mais apenas) como um “dever de cristão”, mas passa a ser encarado
e tratado como direito civil.
Os assassinatos do doutor Martin Luther King Jr., em 4 de abril de 1968, e do senador Robert
Kennedy, em 5 de junho de 1968, banharam com sangue uma luta múltipla, Kennedy tinha
proximidade com Luther King na abordagem, diferindo dele, porém, por atuar no contexto do
Estado norte-americano, como senador, na escuta dos movimentos sociais de então, que
tinham, em King, uma de suas mais notáveis lideranças.
A segregação racial vigorou como lei em muitos estados norte-americanos, restos e sequelas
do final da escravidão a que chegaram por meio de guerra civil. Ora, o regime segregacionista
estabelecia que houvesse escolas para crianças brancas e escolas para crianças negras,
rigidamente separadas, sem qualquer exceção.
Sucede que para algumas crianças negras, estudar na escola que lhe era permitido pela
segregação, significava viajar para outra cidade, independentemente de sua idade ou condição
física e psicológica. Contra esse estado de coisas, a família de Linda Brown, então uma menina
de sete anos, decidiu lutar.
Matriculada em uma escola “para negros”, Linda seguiu no início daquele ano letivo, em
setembro de 1950, levada por seu pai, Oliver Leon Brown, pastor da Igreja Afro-Metodista
Episcopal, para a escola “para brancos”, próximo à sua casa, com toda a naturalidade.
Sendo impedida de frequentar a escola “legalmente”, nesse caso, pela lei da segregação
racial, seu pai decidiu entrar com processo na Justiça, que ficou historicamente conhecido
como Brown v. Board of Education of Topeka, Kansas.
Tal ação foi apoiado pela National Association for the Advancement of Colored People –
NAACP, cujos advogados o representaram. Observe-se que a NAACP era uma das muitas
associações que se organizaram em torno do combate ao racismo pela via judicial, e que se
ligavam aos grupos liderados por Luther King.
Finalmente, em 1954, os litigantes chegaram à Suprema Corte norte-americana, que acolheu o
caso, dando vitória à família Brown. Em sua decisão, a Suprema Corte reconheceu que toda
criança tem o direito de ir à escola pública em condições de igualdade às demais, sem
qualquer obstáculo ou empecilho, sem qualquer discriminação, vitória essa que impôs o fim da
segregação racial nas escolas de todo o território norte-americano. Era, de fato, a primeira
quebra na segregação racial, obtida junto à Justiça, portanto por meios pacíficos,
reconhecendo a possibilidade de mudança nas leis, mudança no Estado.
O segundo exemplo refere-se à mobilização havida para o fim da segregação racial no
transporte público, praticada mediante separação de lugares nos ônibus, ficando para os
negros os assentos no fundo do veículo, em número bem menor do que os assentos
reservados, na frente e no meio, para os brancos. Na prática, era frequente que os negros e
negras viajassem amontados, em pé, enquanto assentos “para brancos” permaneciam vazios.
A mobilização já vinha sendo pensada, quando, em 1955, em Montgomery, cidade do
Alabama, a sra. Rosa Parks, costureira, decidiu entrar pela porta da frente e sentar-se em um
dos bancos reservados “para brancos”.
Quando tentaram retirá-la, argumentou que estava cansada e os bancos, vazios, mas apenas
obteve como resposta ser atirada do ônibus para fora, processada e condenada por violar a lei,
no caso, da segregação racial em transportes públicos.
Ciente da força econômica representada pela comunidade negra como usuária do transporte
público, que dependia das passagens que pagavam para seguir operando, foi organizado um
boicote aos ônibus, liderado pessoalmente por Martin Luther King, ainda jovem. Iniciado
quando Rosa Parks sofreu condenação, a população negra deixou de tomar ônibus, indo e
voltando do trabalho apenas a pé. Multidões de trabalhadores negros e negras tomavam a
beira das estradas e ruas, em grupos, saindo mais cedo de casa e voltando mais tarde, pelo
tempo para deslocamento.
O boicote durou mais de um ano, sendo interrompido apenas pela Suprema Corte que decidiu
que era inconstitucional a segregação racial nos transportes públicos. Mais uma vez a
conquista do direito pela mobilização e pela mudança da lei tiveram sucesso.
Nos anos 1960, A liderança de Martin Luther King foi marcada à resistência não violenta , por
essa disposição reunindo em torno do combate ao racismo uma diversidade de participações:
cristãos e não cristãos, ateus, políticos, gente que despertava para o poder da mobilização.
Não à toa o poder de sua liderança atraiu o ódio mortal daqueles que o viam como
impedimento à continuidade do racismo e da segregação racial, da guerra no Vietnã.
Em meio a toda a inovação e contracultura de 1968, pairavam também outras abordagens
contra o racismo, que acharam espaço com o assassinato de Luther King.
O Partido dos Panteras Negras, de orientação marxista, aliado ao Partido Comunista, em
pleno auge da Guerra Fria, pregando a ação armada como via de libertação racial, ao mesmo
tempo que se impõe na propagação de imagens identitárias indeléveis, como o cabelo black
power, une-se a outros grupos, especialmente nos campi universitários, em manifestações
violentas, em 1968, obtiveram novos seguidores, que traziam o rancor da oportunidade
histórica perdida com o assassinato de Martin Luther King.
A Nação do Islã, que primeiramente acolheu Malcolm X quando era jovem presidiário,
promovido a seu principal líder, para depois assassiná-lo, em 1965, quando, desencantado
com os rumos da organização, decidiu pregar o Islã sem violência, estava pronta para seguir a
proposta que vinha de antes, de separação absoluta entre brancos e negros, com a primazia
negra e masculina obtida pela via da violência.
Crise Política na Guerra do Vietnã
Junto do movimento dos Direitos Civis, crescia também o movimento da contracultura. Massas
de pessoas, formadas principalmente por jovens, acusavam a sociedade ocidental de impor
uma moralidade opressiva. Defendiam a liberdade sexual, o uso recreativo de drogas e o fim
do conflito.
Em meio a esses movimentos, a pauta da Guerra do Vietnã se tornou protagonista. Essa
agitação social fez com que grupos cada vez maiores fossem às ruas protestar pela saída da
América do conflito.
Esse movimento começou sendo puxado pelos jovens de mentalidade revolucionária e por
grupos de direitos civis que denunciavam o racismo na convocação dos militares. Logo ele foi
se ampliando para outros grupos sociais, incluindo pais que perderam seus filhos na guerra. O
governo americano assistia a Guerra do Vietnã se tornar cada vez mais impopular.
A violência na Guerra já era conhecida em todo o mundo por mais que o governo americano
tentasse amenizar. O uso de arma química, como o Agente Laranja, e a bomba incendiária,
como o napalm, foram amplamente denunciados como um abuso dos Estados Unidos.
A China comunista e a União Soviética financiavam o Vietnã do Norte que promovia tortura e
matava americanos a sangue frio. O povo americano não queria mais enviar seus filhos para a
guerra. O conflito passou a ser desprezado pela população. Os protestos da população
aumentaram nos Estados Unidos.
No campo militar, os americanos continuavam a enfrentar dificuldades para combater os
vietcongues no território que eles conheciam. O desconhecimento do espaço somado ao
desespero, fez com que os EUA lançassem mão de muitos ataques aéreos. Em março de 1968,
os EUA atacaram uma aldeia por engano, acreditando que lá estavam vietcongs escondidos.
Cerca de 500 vietnamitas civis foram mortos no ataque, o que ficou conhecido como o
massacre de My Lai, que era o nome da aldeia. Isto teve uma péssima repercussão
internacional para o governo americano.
A situação demonstrava instabilidade política e militar dos EUA. Em janeiro desse mesmo ano,
1968, começou a Ofensiva do Tet.
No dia 31 de janeiro de 1968, após uma trégua devido a um feriado vietnamita, os
vietcongues fizeram um ataque simultâneo a 36 capitais do país. Foi uma explosão de conflitos
que resultou em milhares de mortes.
Os americanos, juntos aos vietnamitas do Sul, levaram a melhor e conseguiram reduzir muito
o poder de fogo de Ho Chi Minh. O problema para os americanos é que alguns desses conflitos
ocorreram em locais próximos à embaixada e foram televisionados em tempo real para o
mundo todo.
Os comandantes americanos no Vietnã pediram mais soldados à Casa Branca, o que foi
negado. Os americanos civis não defendiam mais a guerra. A pressão para a saída dos EUA era
grande.
Mesmo depois de uma vitória do ponto de vista tático, sem o braço político a guerra era
insustentável. A estratégia americana foi treinar os sul-vietnamitas para que eles pudessem
terminar a guerra sozinhos agora com o Norte enfraquecido. Apenas cinco anos depois, em
1973, foi assinado o Acordo de Paris que cessou o fogo e permitiu a evacuação das tropas
americanas.
Não houve paz quando os americanos saíram do país. De maneira violenta e rápida, o Vietnã
do Norte atacou o Sul e conquistou o controle do país em abril de 1975, dando fim à guerra.
Em 1976, o Vietnã é oficialmente reunificado sob o domínio do governo comunista. A capital
do Vietnã do Sul, Saigon, é rebatizada de Cidade de Ho Chi Minh em homenagem ao líder do
Norte que morreu em 1969, antes de ver o sucesso do seu movimento.
O intelectual Carl von Clausewitz defende que a guerra pode ser simplificada em três pilares:
● razão, que é o governo;
● paixão, que é o povo;
● habilidade, que é o exército.
Do ponto de vista da habilidade, mesmo enfrentando grandes dificuldades, os Estados Unidos
tinham recursos para continuar lutando. Então por que ele decidiu se retirar da Guerra do
Vietnã?
Porque os outros dois pilares estavam abalados. O povo já estava emocionalmente contra a
guerra, não viam propósito naquilo e tinham medo de verem filhos ou conhecidos irem morrer
no conflito. O governo americano é uma democracia, e sem o apoio do povo ele não consegue
se manter favorável ao conflito.
Era Nixon
Em 1968, Richard Nixon se candidatou à presidência, aproveitando o desgaste dos
democratas em relação à Guerra do Vietnã. Nesse período, os Estados Unidos viviam
momentos de instabilidade provocados pelos protestos contra a guerra e as mortes do líder
negro Martin Luther King e do pré-candidato democrata Robert Kennedy. Nixon conseguiu a
nomeação do partido republicano e se tornou novamente candidato presidencial. Pelo lado
democrata, Hubert Humphrey, vice-presidente, foi o escolhido.
Durante a campanha, Nixon tentou mostrar ao eleitor norte-americano que ele era um líder
moderado capaz de governar o país naqueles tempos de incertezas e mobilizações sociais. Sua
campanha se baseou na promessa de encerrar a Guerra do Vietnã, garantindo a paz no
Pacífico, e na crítica à taxa de criminalidade. Nixon derrotou Humphrey e foi eleito o 37º
presidente dos Estados Unidos.
Depois de dois mandatos democratas, os republicanos voltavam à Casa Branca. Richard Nixon
foi empossado presidente em 20 de janeiro de 1969. Em seu discurso de posse, o novo
presidente manteve a promessa de ser um líder pacificador e encerrar o conflito no Vietnã.
Os protestos pacifistas continuaram nos Estados Unidos, e Nixon se dispôs a encerrar a guerra
o mais rápido possível. Meses após a sua posse, ele iniciou negociações de paz com o Vietnã
do Norte e a retirada das tropas norte-americanas.
Em julho de 1969, Nixon visitou o Vietnã do Sul e prometeu a retirada progressiva das tropas,
porém ele autorizou ações militares contra o Norte. A visita de Nixon à Ásia foi marcada por
protestos. A imprensa norte-americana começou a publicar documentos secretos, vazados do
Pentágono, sede do Departamento de Defesa, sobre as mentiras que os governos anteriores
tinham publicado sobre a Guerra do Vietnã.
A princípio, Nixon não se importou com a divulgação desses documentos, mas foi persuadido
por assessores a proibir a divulgação. Acionada, a Suprema Corte deu parecer favorável aos
jornalistas. Essas divulgações só aumentaram as críticas à condução da Casa Branca no Vietnã
e a pressão para que a guerra acabasse imediatamente.
Em 1971, começaram a retirada das tropas do Vietnã. Dois anos depois, o Acordo de Paris foi
assinado, e o cessar fogo permitiu a retirada total das tropas norte-americanas e o
encerramento do conflito que matou tantos soldados. Em 1975, o Vietnã do Norte conquistou
o Sul, e o país foi unificado.
Nixon procurou se aproximar da China liderada por Mao Tsé-Tung. Henry Kissinger foi seu
conselheiro nessa aproximação e se tornou Secretário de Estado. No final dos anos 1960, no
auge da Guerra Fria, as relações entre China e União Soviética estavam desgastadas e a
cordialidade entre norte-americanos e chineses poderia ser um golpe nos soviéticos.
Em fevereiro de 1972, Nixon viajou para a China e se encontrou com Mao, e reconheceu
Taiwan como parte da China. A imprensa norte-americana acompanhou a viagem, e Nixon fez
questão de que as imagens capturassem seu encontro com as lideranças chinesas.
Após a aproximação com a China, Nixon estreitou as relações com a União Soviética a respeito
da manutenção da paz nuclear. Em 1972, Nixon desembarcou em Moscou e selou acordos
comerciais e de controle de armas. Dois anos depois, ele fez nova visita à capital soviética,
mostrando a proximidade entre os dois países.
No Oriente Médio, o governo Nixon aumentou a venda de armas para os países da região e
defendeu que Israel fizesse um acordo de paz com os países árabes, evitando novos conflitos.
Entretanto, a tensão entre judeus e árabes era permanente, e, em 1973, começou a Guerra do
Yon-Kipur, que foi vencida por Israel, que contou com apoio militar norte-americano. Após a
guerra, Nixon buscou manter relações diplomáticas com o Oriente Médio, e uma de suas
últimas visitas internacionais como presidente dos Estados Unidos foi a essa região.
A Guerra do Vietnã era o centro das atenções do governo tanto na política externa como
internamente. Os gastos com o conflito geravam protestos e afetavam a economia por meio
do aumento inflacionário. Nixon ampliou o acesso dos negros às escolas públicas e suas
participações em cargos do governo. Ele apoiou as políticas ambientais ao criar a Agência de
Proteção Ambiental. O governo aumentou o combate às drogas no país.
Na corrida espacial contra a União Soviética, os Estados Unidos obtiveram uma importante
vitória ao chegar à Lua por meio da Apolo 11, em 1969. Nixon conversou por telefone com os
tripulantes da nave. Apesar desse feito histórico, o presidente não apoiou financeiramente os
projetos da Nasa de continuar investindo em viagens à Lua e de estabelecer uma estação
espacial por lá. Ele decidiu encerrar a corrida espacial, iniciada por John Kennedy, em 1961, e
aprofundada por Lyndon Johnson nos anos seguintes. Em maio de 1972, Nixon aprovou um
programa espacial cooperativo entre norte-americanos e soviéticos.
Com as eleições presidenciais de 1972, Nixon foi naturalmente o candidato à reeleição pelo
Partido Republicano, tendo como adversário o democrata George McGovern. Nixon foi
reeleito com 60% dos votos populares."
Watergate
Em 17 de junho de 1972, durante a campanha para as eleições presidenciais nos Estados
Unidos, cinco homens invadiram a sede do Comitê Nacional Democrata, no complexo de
edifícios Watergate, na capital americana.
Sua missão era grampear a sede desse comitê no intuito de obter materiais incriminatórios
que pudessem prejudicar a candidatura do democrata George McGovern e assegurar a
reeleição do presidente Richard Nixon, do Partido Republicano.
Após a notícia da invasão se tornar pública, os primeiros relatos na imprensa sugeriam que
pudesse haver alguma ligação com a Casa Branca. Mas Nixon manteve a alegação de que nada
sabia a respeito do caso, e acabou sendo reeleito em novembro. Em janeiro de 1973, os
invasores foram julgados e condenados.
Investigações subsequentes acabariam implicando o comitê de campanha de Nixon e
membros de seu governo. Mais tarde, foi revelado que o presidente tinha conhecimento das
ações e ainda teria se envolvido no acobertamento do caso.
De modo a evitar um impeachment, Nixon se tornou o primeiro e, até hoje, o único presidente
americano a renunciar ao cargo, em 8 de agosto de 1974.
As repetidas menções ao nome Watergate na mídia, durante anos e anos de controvérsias
geradas pelo caso, tornaram o nome do edifício um sinônimo de escândalo.
Gerald Ford, assumiu o poder após a renúncia de Richard Nixon por causa do escândalo
Watergate, Ford foi o único presidente e vice-presidente não eleito nos EUA. Ele assumiu a
vice-presidência em dezembro de 1973,dez meses mais tarde, Nixon renunciou e Ford
tornou-se o 38º presidente americano em 9 de agosto de 1974.
Menos de um mês mais tarde, em 8 de setembro de 1974, Gerald Ford tomou a decisão mais
controvertida de sua breve presidência: eximir o ex-presidente Nixon de qualquer culpa pelos
delitos que pudesse ter cometido no exercício do poder, o que resultou num perdão "total,
livre e absoluto", ainda que a investigação do caso Watergate não tivesse terminado.
Ford alegou que as dificuldades de Richard Nixon e de sua família eram "uma tragédia
americana, na qual todos tiveram seu papel. Ela poderia durar ainda muito mais se ninguém
colocasse um fim. Eu conclui que era o único que podia e devia fazer isso.
Governo Reagan
Em 1980, Reagan concorreu à presidência contra Jimmy Carter, candidato democrata que era
o atual presidente dos Estados Unidos. Na campanha, Reagan convidou George Bush (pai) para
ser seu vice e abordou questões importantes na época, como a alta da inflação e o aumento do
desemprego no país. A campanha de Reagan foi vitoriosa e ele venceu com margem folgada.
Dois meses depois de assumir a presidência, Reagan foi vítima de uma tentativa de assassinato
e acabou ferido por uma bala, que ricocheteou e o atingiu próximo da axila esquerda. Ele
passou por uma cirurgia e se recuperou depois de duas semanas internado. O autor do crime
foi John Hinckley Jr., que foi absolvido por insanidade.
As decisões tomadas pelo governo norte-americano de 1981 a 1985 recuperaram o tripé que
sustenta os EUA como principal potência mundial: liderança econômica, em especial na alta
tecnologia e o dólar como principal moeda de reserva; liderança militar incontestável, com o
fim da capacidade da URSS de tentar equilibrar a corrida armamentista e a vitória na Guerra
Fria, com clara superioridade em armamentos de alta tecnologia e credibilidade da política
externa, principalmente frente a seus aliados.
A economia durante o governo Reagan se consagrou na chamada contra-revolução liberal, ou
anti-keynesiana , Reagan desmontou progressivamente as bases do que tinha sido a política
econômica de regulação financeira , feita desde os anos Roosevelt. Era crítico da presença do
Estado e favorável à livre iniciativa, o governo Reagan promoveu de fato substancial elevação
do déficit público nos EUA, puxado pelo gasto militar.
No contexto econômico, as correntes chamadas de neoliberais ganharam espaço em diversos
países na década de 1980. Além de atribuir a inflação alta à emissão de moeda pelos Bancos
Centrais, como os monetaristas desde anos antes, os neoliberais apontavam impostos elevados
e regulamentação das atividades econômicas como os responsáveis pela estagnação
prolongada da economia.
Tratava-se de apostar no crescimento pelos incentivos à oferta, à produção e ao investimento,
por meio de corte de impostos, redução das regulações e interferências do Estado na
economia. A alta dos juros foi mantida e intensificada no início do governo Reagan.
Essa medida , além de contribuir para valorizar fortemente o dólar e intensificar o avanço das
indústrias de alta tecnologia, favorecidas pela importação barata de máquinas e bens
intermediários de todas as partes do mundo.
O governo Reagan também foi marcado pela retomada do combate ao comunismo e à URSS
como eixo da política externa dos EUA.
A magnitude dos gastos militares e o destaque para a alta tecnologia apressou o colapso da
economia soviética e potencializou a onda de mudanças que permitiu a retomada da liderança
nos EUA em todos os segmentos econômicos decisivos, no momento em que se dizia que o
Japão teria tomado a liderança tecnológica e era a potência econômica ascendente.
A reorientação da política externa e a escalada militar dos EUA contra a URSS foram
catalisadores importantes do processo de recuperação da economia e da liderança tecnológica
norte-americana.
A política que marcou a relação entre EUA e URSS durante os anos 1960 e 1970 foi a Détente, a
qual significou um relaxamento nas relações entre as duas grandes potências da época. Essa
política foi reflexo de uma relativa paridade estratégica nuclear entre EUA e URSS, pois era
baseada na lógica da destruição mutua assegurada .
Os processos de negociação, definição e implementação dos acordos de limitação de armas
estratégicas realizados entre Estados Unidos e União Soviética, são símbolos da política da
Détente durante a Guerra Fria. Para os EUA, as negociações seriam importantes, pois
possibilitariam um equilíbrio moldado pela política externa do país, a qual estava baseada na
aplicação da Détente.
Através dessa política seria possível também diminuir a desconfiança americana de que os
soviéticos poderiam tornar-se mais desenvolvidos em questões armamentistas, e frear o
crescimento da produção de armamentos soviéticos. Na visão da URSS, os acordos não
afetariam sua força estratégica defensiva nem ofensiva e permitiriam a estabilidade das suas
capacidades nucleares.
Em 1981, Ronald Reagan rompeu com a política da Détente a partir de um discurso contrário à
posição de relaxamento dos EUA em relação à URSS. Para Reagan, a Détente, praticada por
Nixon, Ford e Carter, havia sido mais vantajosa para a URSS do que para os EUA.
Ele afirmava que o tratado SALT II (1979) impôs maiores limites aos Estados Unidos do que à
União Soviética.
Sua política externa, chamada doutrina Reagan , era uma política de confrontação com o
comunismo soviético. Reagan via a URSS como um inimigo dos ideais democráticos norte-
americanos e sua prioridade era combatê-la. Logo no início de seu governo, Reagan passou a
dar prioridade aos gastos militares e chegou a afirmar que "Defesa não era uma questão de
orçamento e que o governo deveria gastar o quanto precisasse para a segurança de sua
população".
Os benefícios gerados pelo aumento do gasto militar foram muitos: as forças armadas norte-
americanas modernizaram seus equipamentos; o investimento em pesquisa e desenvolvimento
militar foi um estímulo para muitos segmentos da economia, em especial para o setor de alta
tecnologia; e os aumentos nos gastos com a defesa, somados à retórica de reconquista do
poder norte-americano, impulsionaram a confiança do público.
O temor de Reagan em relação à expansão comunista fez com que os EUA interviessem em
diversos países durante a primeira metade da década de 1980.
Durante o primeiro mandato do governo Reagan, além de El Salvador e Nicarágua, houve
intervenções dos EUA em prol do combate ao comunismo em outros países, como Líbano,
Afeganistão, Angola.
A relação de Ronald Reagan com Mickhail Gorbachev e Margareth Thatcher também é digna
de nota. Em 1985, o presidente americano Ronald Reagan reuniu-se diretamente com
Gorbachev , onde os dois líderes concordaram em trabalhar para reduzir as armas nucleares no
mundo. buscando entendimentos para a pacificação nuclear global.
Em relação à primeira ministra Margareth Thatcher, uma grande aliada das políticas do governo
Reagan e em especial no confronto com a URSS , muito devido ao perigo que as armas
nucleares de médio alcance soviéticas representavam para o Reino Unido e para a Europa
ocidental durante seu governo apoiou a decisão da OTAN de implantar armamentos nucleares
dos EUA em alguns países da Europa, o que provocou fortes protestos na região. O
alinhamento de Thacher com Reagan fortaleceu a posição de liderança dos EUA na Europa, e
principalmente, em relação a OTAN.
Considera-se que a mudança de estratégia da política externa norte-americana, da Détente
para a Confrontação, durante o primeiro mandato de Reagan na Casa Branca, somada ao
alinhamento com Margaret Thatcher e a entrada de Gorbachev na liderança da URSS, foram
fatores determinantes para a vitória norte-americana na Guerra Fria anos depois. Durante o
governo Reagan, outro fator fundamental que corroborou para a vantagem norte-americana
em relação a URSS foi o lançamento do projeto SDI, apelidado de Star Wars.
Lançado pelo governo Ronald Reagan em 1983, o programa tinha como principal objetivo
interceptar ataques inimigos via mísseis e detê-los durante a primeira etapa, ou seja, imediato
à fase de lançamento. O novo projeto de defesa norte-americano foi amplamente discutido e
criticado, pois além de demandar alto investimento financeiro e desenvolvimento tecnológico,
colocava em risco a política de dissuasão, principal estratégia de guerra desde a invenção das
armas nucleares, responsável pela "paz" mantida entre EUA e URSS durante a Guerra Fria.
A dissuasão representa a ameaça concreta da guerra atômica, graças à qual se determina uma
particular situação de equilíbrio nas relações entre os Estados detentores das armas nucleares,
o que impede a eclosão de novas guerras mundiais. Pode-se, portanto, notar na dissuasão um
elemento fundamental próprio do período da Guerra Fria.
A teoria da dissuasão termonuclear indica a condição específica em que se encontram os
Estados dotados de armas termonucleares, os quais evitam qualquer confronto,
estabelecendo- se assim uma incapacidade recíproca de confronto direto, pelo medo de serem
utilizadas essas armas.
A preocupação de Reagan com o programa de defesa norte-americano anteriormente a sua
eleição. Em 1979, em uma visita ao departamento de defesa militar norte-americano, Reagan
ficou perplexo com a incapacidade dos EUA de prevenir um ataque nuclear ele comentou que
os EUA haviam gastado alta quantia no setor de defesa, construindo uma vasta quantidade de
equipamentos, porém nada disso poderia prevenir um ataque nuclear contra o povo norte-
americano. Segundo Reagan, os EUA deveriam de algum modo defender seu território de
mísseis nucleares.
Em 23 de março de 1983, Reagan fez um discurso onde afirmou que nos últimos vinte anos a
URSS havia se desenvolvido militarmente de forma superior aos EUA. Os Estados Unidos
haviam introduzido seu último míssil balístico intercontinental, o Minute Man III, em 1969,
enquanto a União Soviética desde 1969 havia construído cinco novas classes de ICBMs com
oito atualizações. Como resultado deste processo, os mísseis soviéticos estavam se tornando
muito mais poderosos e precisos do que eram há alguns anos e a tecnologia nuclear dos EUA
estava ficando obsoleta. Segundo Reagan, o mesmo havia acontecido em outras áreas.
Ao longo do discurso, Ronald Reagan enfatiza que o aprimoramento do setor militar dos EUA
tem a finalidade de construir a paz. Ele afirma que cada item do programa de defesa norte-
americano destina-se a um único propósito, manter a paz.
Durante o discurso, Reagan utiliza o caso da Crise dos Mísseis cubanos para ilustrar o
crescente poder da URSS na América Central e Caribe. O presidente também chama atenção
para o perigo Soviético na África e na Ásia.
Os principais objetivos eram promover tecnologia, aumentar a capacidade técnica norte-
americana, desenvolver um sistema eficiente para a política de defesa dos EUA, diminuir a
vulnerabilidade do país frente à ameaça de uma guerra nuclear e possibilitar uma mudança na
política estratégica estadunidense em relação à União Soviética.
A importância do programa se mostra no fato de que todos os presidentes dos EUA após
Ronald Reagan deram continuidade e grande incentivo ao programa de defesa norte americano
iniciado em seu governo . Apesar de suas limitações e críticas, o programa SDI foi responsável
por grande parte do avanço tecnológico norte-americano e segue operante até os dias atuais.
Com um programa de defesa antimísseis em desenvolvimento e um gigante aparato ofensivo,
os EUA criaram uma armadura militar incontestável a seu favor.
Fim da guerra fria: governo Bush
George H. W. Bush se destacava por suas habilidades diplomáticas, Em 1980, candidatou-se
pela primeira vez à corrida presidencial republicana. Uma corrida que Bush perdeu contra
Ronald Reagan. Reagan nomeou-o mais tarde como vice-presidente.
O então presidente norte-americano precisava de Bush, sobretudo, para reforçar a posição
norte-americana frente à União Soviética, cuja queda Bush já assistiu enquanto presidente.
Devido à sua actuação ponderada, Bush ganhou a confiança do último líder soviético, Mikhail
Gorbatchov.
Sua política exterior foi concebida a partir da realpolitik, combinando cautela e força. Com
Mikhail Gorbachev, ele assinou em 1991 o tratado para a redução de armas nucleares.
Na Alemanha, desempenhou papel crucial na reunificação do país, em 1990. Bush foi bem-
sucedido em eliminar os temores do então líder soviético, Mikhail Gorbatchov, diante de uma
Alemanha reunificada.
O resultado foi o Tratado Dois-mais-Quatro, assinado em 1990 pelas duas Alemanhas e as
potências que venceram a Segunda Guerra Mundial: o Reino Unido, a França, os Estados
Unidos e a União Soviética. O tratado abriu caminho para a reunificação da Alemanha.
Durante o seu mandato, Bush enviou tropas para o Panamá para capturar o Chefe de Estado
Manuel Noriega. Além disso, liderou uma coligação das Nações Unidas na Guerra do Golfo
contra o Iraque, depois do ditador Saddam Hussein ter invadido o vizinho Kuwait.
A Guerra do Golfo foi um conflito que se estendeu entre 1990 e 1991 e teve como causa a
invasão do Kuwait por tropas do Iraque. Essa invasão aconteceu na segunda metade de 1990 e
motivou que uma coalizão internacional fosse formada com o intuito de expulsar as tropas
iraquianas do território do Kuwait. Por meio de bombardeios aéreos e ataques terrestres, a
coalizão internacional conseguiu expulsar as tropas iraquianas do Kuwait.
A Guerra do Golfo está inserida no contexto das relações diplomáticas entre as nações do
Oriente Médio e foi motivada, sobretudo, pelo interesse do Iraque de se reafirmar, por meio de
uma operação militar, ao Kuwait, uma nação vizinha. A invasão iraquiana teve início no dia 2 de
agosto de 1990, mas as motivações retomam a sucessão dos acontecimentos que envolveram
o Iraque na década de 1980.
Na década de 1980, o Iraque foi largamente utilizado como ferramenta para conter a influência
do Irã, após a Revolução Islâmica de 1979, que entregou o país nas mãos de radicais islâmicos e
fez com que os Estados Unidos perdessem um importante aliado naquela região. A rivalidade
entre Irã e Iraque, nesse contexto, resultou em um conflito: a Guerra Irã-Iraque.
Esse conflito começou em 1980, graças a um ataque surpresa realizado pelo Iraque, e
estendeu- se por oito anos, resultando na morte de cerca de um milhão de pessoas.
As forças iraquianas contaram com o auxílio de uma série de nações, entre as quais estão os
Estados Unidos, França e Reino Unidos, que forneceu armamentos e treinamento militar aos
soldados iraquianos. Financeiramente, o Iraque recebeu empréstimos de nações vizinhas –
Kuwait e Arábia Saudita – ambas interessadas em enfraquecer os xiitas que governavam o Irã.
O conflito estendeu-se até 1988 e terminou com um impasse, uma vez que nenhuma das duas
nações conseguiu impor-se militarmente.
Assim, o conflito encerrou-se sem conquistas significativas, mas com o Iraque enfraquecido
economicamente, diplomaticamente e militarmente.
Era necessário, portanto, recuperar a economia do país rapidamente, principalmente, porque
Saddam Hussein ainda desejava colocar o Iraque em uma posição de supremacia no Oriente
Médio e, para isso, ele precisava reconstruir o exército de seu país.
A recuperação econômica do Iraque seria realizada por meio da venda de barris de petróleo, a
mercadoria mais valiosa do país. Era, portanto, do interesse do Iraque que o preço do petróleo
estivesse elevado, mas a realidade era outra. Por influência do Kuwait e Emirados Árabes
Unidos, o preço do petróleo, em 1990, tinha despencado.
O Iraque sentia-se ultrajado com a atitude do Kuwait de vender petróleo em grande
quantidade, o que barateava o barril no mercado internacional. Para agravar a situação, o
Kuwait começou a cobrar do Iraque os empréstimos concedidos durante a Guerra Irã-Iraque.
Saddam Hussein não queria pagá-los, pois entendia que tinha lutado naquela guerra para
defender interesses em comum de Iraque e Kuwait.
A relação entre Iraque e Kuwait teve outras fontes de desgaste, como quando Saddam Hussein
acusou o Kuwait de roubar petróleo iraquiano ao explorar poços em região de fronteira e
passou a exigir indenização, e quando o Kuwait negou-se a ceder duas ilhas para que o Iraque
pudesse ampliar o seu acesso ao Golfo Pérsico.
Enquanto negociações para resolver todos os impasses aconteciam, Saddam Hussein ordenou
o envio de tropas para a fronteira com o Kuwait.
As negociações entre Kuwait e Iraque tiveram mediação dos Estados Unidos, mas fracassaram.
Com isso, Saddam Hussein ordenou a invasão do Kuwait e ela foi iniciada em 2 de agosto de
1990. O Kuwait foi rapidamente dominado por ser um país muito pequeno e ter defesas
militares muito simples. Além disso, o Iraque era uma das maiores tropas do mundo naquela
época, possuindo por volta de um milhão de soldados.
A ação militar iraquiana alarmou as grandes potências ocidentais, sobretudo os Estados
Unidos, porque por meio dela o Iraque passava a controlar cerca de 20% das reservas de
petróleo do mundo e passava a representar uma ameaça real para a Arábia Saudita, a grande
aliada dos Estados Unidos no Oriente Médio.
Assim, EUA e Reino Unido passaram a ser favoráveis a uma intervenção estrangeira para forçar
as tropas iraquianas a retirarem-se do Kuwait. A primeira ação, no entanto, ocorreu por meios
diplomáticos a partir da atuação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas,
a ONU.
Como as resoluções da ONU não tiveram o efeito desejado, o presidente norte-americano,
George Bush, ordenou o envio de tropas para a Arábia Saudita.
Tropas de outros países começaram a ser enviadas para a Arábia Saudita, e uma coalizão
internacional começou a ser formada com soldados de 34 países e que contou com
aproximadamente 750 mil soldados, sendo a maioria deles de soldados enviados pelos Estados
Unidos.
O Conselho de Segurança da ONU, no dia 29 de novembro de 1990, emitiu a Resolução 678,
que autorizava intervenção militar internacional caso as tropas iraquianas não saíssem do
Kuwait até o dia 15 de janeiro de 1991.
Como as tropas iraquianas não foram retiradas do Kuwait até a data limite, os Estados Unidos
iniciaram a intervenção na Guerra do Golfo por meio da Operação tempestade no deserto . A
partir do dia 17 de janeiro de 1991, os Estados Unidos deram início a uma sucessão de ataques
aéreos que se estenderam durante 42 dias e foram responsáveis por prejudicar severamente o
poderio dos iraquianos.
Durante esse período, os ataques liderados pelos norte-americanos conseguiram destruir a
força aérea iraquiana, assim como destruiu as defesas antiaéreas desse país. A última etapa
dos ataques aéreos consistiu em enfraquecer o poder de fogo terrestre dos iraquianos por
meio de ataques frequentes. Esses acontecimentos aconteceram em três etapas que se
estenderam de 17 de janeiro ao dia 23 de fevereiro de 1991.
A última etapa da Operação Desert Storm teve início em 24 de fevereiro e ocorreu por meio
do ataque terrestre das tropas da coalizão internacional que contavam com o apoio
fundamental do ataque aéreo.
Nesse momento, parte considerável da infraestrutura do exército iraquiano tinha sido
severamente danificada pelos ataques aéreos e isso facilitou o sucesso da campanha por terra.
Isso forçou o Iraque a aceitar as resoluções da ONU e, assim, o presidente dos Estados Unidos,
George Bush anunciou o fim da campanha militar contra o Iraque no dia 28 de fevereiro de
1991. As tropas iraquianas enquanto se retiravam do território kuwaitiano acabaram
incendiando cerca de 700 poços de petróleo.
No campo econômico, Bush promoveu as negociações do grande tratado de livre comércio
entre EUA, México e Canadá (o antigo Nafta, na sigla em inglês), mas foi Clinton que o assinou.
Bush, (pai) era visto como um estadista de sucesso e um sábio estrategista da política
internacional. No entanto, o seu ponto fraco foi a política interna. Apesar do sucesso na guerra
no Iraque, Bush perdeu em 1993 as eleições contra Bill Clinton, até porque durante o tempo
em que esteve no poder, Bush subiu os impostos, apesar das suas promessas em contrário.
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EUA Guerra Fria bombas atômicas corrida armamentista

  • 1. Estados Unidos na guerra fria Projeto Manhattan O Projeto Manhattan foi uma iniciativa dos EUA em construir as primeiras bombas atômicas da história, no período da Segunda Guerra Mundial. O Projeto Manhattan teve início quando o físico nuclear Leo Szilard, físico húngaro naturalizado nos EUA, percebeu a possibilidade da Alemanha em criar bombas atômicas .Isso porque, durante a Segunda Guerra Mundial, os físicos alemães Otto Hahn, Fritz Strassman e Lise Meitner, descobriram a fissão nuclear. Ou seja, era muito fácil que, com a tecnologia descoberta, os físicos conseguissem chegar a algo que acabaria com os inimigos na guerra. Sendo assim, Leo Szilard convenceu outro importante físico da época, Albert Einstein, a mandar uma carta assinada por ambos ao presidente dos EUA, Franklin D. Roosevelt.Na carta, os físicos alertaram ao presidente sobre a possibilidade intimidante da Alemanha desenvolver armas nucleares, já que os físicos que descobriram a fissão nuclear estavam trabalhando para as forças alemãs. O presidente decidiu aderir aos conselhos dados pelos físicos na carta o desenvolvimento das primeiras bombas atômicas, faria possível evitar que novos conflitos mundiais surgissem, bem como colocaria os EUA à frente de qualquer inimigo. O empreendimento, que juntou a força tarefa de cientistas, militares, engenheiros e diversos outros profissionais, originou na primeira bomba atômica da história, denominada Trinity. A bomba desenvolvida foi testada na base secreta do Projeto, localizada no deserto de Los Alamos, no Novo México. para que a bomba pudesse ser desenvolvida, os EUA construíram o primeiro reator nuclear da história, localizado no Met Lab, em Chicago, O reator foi concluído em 1942, e contou com a participação de cientistas, militares e físicos, diretor do programa foi o físico americano Oppenheimer. Além do reator em Chicago, foi preciso construir mais três reatores, que auxiliaram no processo de desenvolvimento da bomba. Um mês após o teste da primeira bomba, duas novas bombas foram lançadas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki. O ocorrido marcou o fim da segunda guerra e deixou mais de 240 mil pessoas mortas. Corrida Armamentista
  • 2. Durante a Guerra Fria, os Estados Unidos se tornaram um dos principais fabricantes de armas do planeta. O conceito de corrida armamentista marcou o período histórico da Guerra Fria e acirrou ainda mais as disputas entre americanos e soviéticos. A Guerra Fria estimulou a pesquisa e o desenvolvimento de diversos tipos de armamentos. Estados Unidos e União Soviética estavam sempre prontos para lançarem novas armas inovadoras, em uma disputa indireta por poder uma nova disputa, desta vez com forte ideologia geopolítica, militar e tecnológica. Em 20 de agosto de 1949, em Semipalatinsk, no Cazaquistão, foi detonada a primeira bomba nuclear soviética. O uso de tecnologia nuclear como arma de guerra, dessa forma, deu a tônica da corrida armamentista. O potencial de destruição das ogivas nucleares acabou por servir como anteparo, ou freio, contra uma eventual Terceira Guerra Mundial com armamentos convencionais. Desse modo, o que se fez durante a Guerra Fria foi uma espécie de “xadrez geopolítico”, em que cada superpotência procurava estabelecer posições ao construir bases de mísseis nucleares em locais estratégicos contra o inimigo, como forma de, por meio da ameaça de um “apocalipse nuclear”, evitar disputas que desencadeassem um confronto direto. Além dos mísseis balísticos comuns, contendo ogivas nucleares a base de plutônio ou urânio, as duas superpotências em questão ainda desenvolveram uma arma ainda mais poderosa: a Bomba de Hidrogênio. Essa arma, que dispõe de tecnologia termonuclear, foi planejada e construída pelos cientistas Edward Teller e Stanislaw Ulam, a serviço do Exército dos EUA. A bomba de Teller e Ulam foi testada no Atol Eniwetok, no Oceano Pacífico, em 1º de novembro de 1952, três dias antes da eleição de Dwight Eisenhower , ex-chefe do Estado- Maior do Exército dos Estados Unidos como presidente da República. A explosão foi muito mais intensa do que se esperava, com mais de 10 megatons, ou seja, mil vezes mais potente do que a bomba de Hiroshima. Um observador em um avião a cem quilômetros de distância disse que ver a cena era como “olhar para a eternidade ou para as portas do inferno”. Em 12 de agosto de 1953, os soviéticos, por sua vez, realizaram o primeiro teste com bomba de hidrogênio. Em 1º de março de 1954, os EUA detonam, no Atol de Bikini, a bomba Castle Bravo, de 15 megatons. Começava a “corrida” para se chegar à “bomba do fim do mundo”, com mais de 50 megatons de potência, isto é, mais de 700 vezes o poder da bomba lançada sobre Hiroshima. O ponto mais alto da construção de uma bomba de hidrogênio se deu em 1961, por iniciativa também dos soviéticos, com o projeto RDS-220, que ficou conhecido como Tsar Bomba. Armas nucleares também foram desenvolvidas pelo Reino Unido (1952), França (1960) e República Popular da China (1964), o que contribuiu para o estado de conflito e extrema tensão que ficou conhecida como Guerra Fria. Doutrina Truman
  • 3. Após a Segunda Guerra Mundial, vários países, especialmente os europeus, se encontravam abalados pela guerra. Desta forma, começava a ficar evidente a bipolaridade no mundo: de um lado, o capitalismo americano ; de outro, o comunismo soviético. A ameaça soviética tornou-se mais forte em virtude da situação frágil dos países europeus, que poderiam ser presas relativamente fáceis da influência da soviética O intuito era impedir a proliferação do comunismo e garantir o pleno funcionamento do capitalismo mundial diante das manobras da política soviética. O presidente americano Harry Truman começou a elaboração de políticas que tinham como objetivo, interferir diretamente no avanço do comunismo e oferecer ajuda aos países que se encontravam em situações críticas. através da Doutrina Truman, os Estados Unidos passaram a interferir em todo conflito armado que tivesse como causa central, a relação entre capitalismo e socialismo. Um desses conflitos foi a Guerra da Coréia. Outra política que foi adotada com base e com os mesmos objetivos da Doutrina Truman foi o Plano Marshall, que visava auxiliar os países que se encontravam frágeis economicamente devido à Segunda Guerra, no entanto, a real intenção estadunidense talvez fosse a de criar vínculos com esses países, dificultando o envolvimento deles com a potência socialista. Doutrina Eisenhower O general Dwight David Eisenhower, foi eleito presidente dos Estados Unidos pelo Partido Republicano em 4 de novembro de 1952, esta eleição ocorreu numa época em que a tensão da Guerra Fria entre os Estados Unidos e a União Soviética se acirrava. A tensão interna criada e o cansaço após dois anos de impasse sangrento na Guerra da Coreia, mais a Revolução Comunista de Mao Tse Tung vitoriosa na China, o domínio das armas nucleares pelos soviéticos e a recessão do início dos anos 1950 constituíam o cenário para uma agitada disputa presidencial. A campanha de Eisenhower foi das primeiras a se empenhar na conquista do voto feminino, discutindo temas como educação infantil, custo de vida, fim da Guerra da Coreia e outras questões sensíveis para as mulheres, o que o levou a conquistar uma sólida maioria do voto feminino. Eisenhower atacou o comunismo e a corrupção, considerando o governo Truman um fracasso para lidar com estas questões. Acusou a administração de negligenciar a América Latina, permitindo que “agentes comunistas explorassem a miséria local, capitalizando-a politicamente, com o fim de torna-la comunista . As acusações de que espiões soviéticos haviam se infiltrado no governo atormentou a administração de Truman, fato que se tornou tema importante de campanha. A Doutrina Eisenhower foi anunciada no Congresso dos Estados Unidos no dia 5 de janeiro de 1957. Ele determinava o uso de forças armadas contra qualquer ação de opositores que ameaçasse os Estados Unidos. Ao mesmo tempo, o presidente Dwight Eisenhower aprovou a medida de auxílio de variadas formas aos países que se posicionassem contra o regime soviético e comunista.
  • 4. A Doutrina Eisenhower foi apresentada em um momento político mundial que poderia levar a uma guerra generalizada. Na ocasião, a União Soviética ameaçava fazer uso do Canal de Suez, o que seria um pretexto para invadir o Egito. Por causa da fraqueza dos governos locais e de governos europeus, o presidente estadunidense Eisenhower concluiu que parear forças seria a melhor alternativa para evitar o avanço soviético. Eisenhower, estava preocupado com a nova intromissão das potências coloniais na região (o conflito pelo Canal de Suez, entre britânicos e franceses, e o avanço de Israel) e acusava o "comunismo internacional" de agravar e inclusive manipular a situação. Para contrabalançar o suposto avanço do poder soviético na região, Eisenhower sugeriu ao Congresso uma resolução para prestar apoio econômico e militar ao Oriente Médio. Na realidade, sua doutrina repetia os princípios da Doutrina Truman, editada dez anos antes, beneficiando a Grécia e a Turquia. Depois da criação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Ocidente, e da Organização do Tratado do Sudeste Asiático (Seato), em 1955 havia sido criado o Pacto de Bagdá, fechando a frente contra a União Soviética. O fornecimento de armas por Moscou havia aumentado a influência soviética sobre a Síria e o Egito. Depois da derrubada da monarquia no Iraque pelos militares, em 1958, e da advertência do presidente conservador do Líbano, Kamil Chamoun, para o perigo de um golpe socialista em seu país, os EUA resolveram intervir diretamente, através do envio de fuzileiros navais por três meses a Beirute. A missão norte-americana no Líbano foi criticada, pois a Doutrina Eisenhower permitia apenas intervenção em caso de ameaça à segurança externa. Apesar de não quererem mais uma missão como a de 1958 no Líbano, os EUA tentaram conquistar os países da região através de apoio político e econômico. E essa fórmula, a longo prazo, surtiu mais efeito do que a Doutrina Eisenhower. A ascensão de Gamal Abdel Nasser no Egito fez com que a Doutrina Eisenhower falhasse também. O presidente egípcio, dono de uma posição favorável aos comunistas, conseguiu expandir sua influência no Iraque e na Arábia Saudita. Todavia, a medida que seu relacionamento com os soviéticos foi se enfraquecendo, os Estados Unidos foram ganhando mais espaço. A região do Oriente Médio, grande produtora mundial de petróleo, ganhou grande atenção durante o governo de Eisenhower. Com medo das trágicas consequências econômicas que ocorreriam se os estadunidenses perdessem o domínio da região para os comunistas, as investidas da Doutrina Eisenhower na região foram intensas. O Egito se distanciou da União Soviética – alguns anos mais tarde, inclusive, fez as pazes com Israel, enquanto as nações do Golfo se aliaram a Washington. Devido a este apoio incondicional a Israel, muitas nações árabes ainda hoje veem com ceticismo as intenções de Washington.
  • 5. Macarthismo No contexto da Guerra Fria, o macartismo representou uma verdadeira “caça às bruxas” nos EUA, buscando investigar ações políticas de milhares de cidadãos do país supostamente ligados ao comunismo. Tal movimento político norte-americano para tentava combater o comunismo no país nos anos 1950 , mesmo que isso significasse violar o direito civil à opinião política, previsto na Constituição, motivado pela paranoia da Guerra Fria, entre EUA e URSS, o macarthismo foi personificado pelo senador republicano Joseph McCarthy – daí seu nome. Como presidente do Comitê de Investigação de Atividades Antiamericanas do Senado, McCarthy cometeu diversos abusos: autorizou quebras de sigilo, violou fundamentos legais (como o direito à ampla defesa ) pressionou interrogatórios e divulgou listas de supostos adeptos do comunismo. As investigações não poupavam ninguém: membros do Exército, do governo e do próprio Parlamento. Especialmente, professores, escritores, artistas e sindicalistas. Em Hollywood, vários diretores, produtores e atores tiveram a carreira arrasada por entrarem na “lista negra”. Mas os excessos de McCarthy custaram caro. Com o tempo, ele passou a ser acusado de usar sua posição no Senado para perseguir desafetos políticos. Lentamente, perdeu espaço no cenário norte-americano a parcialidade nas investigações, as quais atingiam o próprio governo republicano e o exército, o que chocou a opinião pública americana e culminou no fim do macarthismo. Logo após o mandato do general Dwight Eisenhower, os norte-americanos viveram momentos de estagnação econômica e depararam com conflitos políticos internacionais. A ameaça comunista tinha embalado o governo de Eisenhower em gastos exorbitantes na corrida espacial contra a União Soviética. Ao mesmo tempo, as tensões do mundo bipolar ocasionaram grande insegurança à pretensa hegemonia Americana no mundo. A construção de uma das maiores potências mundiais passou por obstáculos que se desenvolveram em um mundo marcado por transformações. A Guerra Fria e os direitos civis eram algumas das novas questões que alertavam os EUA , no início dos anos de 1960. Essa preocupação com problemas externos, acabou deixando de lado um vasto conjunto de questões internas a serem resolvidas nos Estados Unidos. A emergência dos problemas nacionais fez com que um jovem e “moderno” político democrata vencesse as eleições de 1960. John Kennedy chegou ao poder interessado em oferecer propostas que envolviam a busca por igualdade e justiça social. Era Kennedy
  • 6. Comparado aos mandatos antecessores, Kennedy marcou sua administração pela adoção de leis que ampliavam direitos sociais e promoviam a integração racial . Ao combater objetivamente a questão racial dos Estados Unidos, Kennedy remexeu em uma questão polêmica não só da política, bem como da cultura norte-americana. Na política externa, o tom moderado de Kennedy não era o mesmo dedicado à sua nação. No Vietnã, houve uma intervenção militar que resultou em uma das mais longas guerras travadas pelos Estados Unidos. A Aliança para o Progresso foi um projeto político executado durante a presidência de John F. Kennedy . O objetivo era integrar os países da América aspectos político, econômico, social e cultural frente à ameaça soviética no continente. A Carta de Punta del Este, criada em agosto de 1961, era o delineamento do projeto da Aliança para o Progresso, conclamando os dirigentes latino-americanos a criarem planos de desenvolvimento nacional que seriam auxiliados pelo governo estadunidense. Os planos dariam ênfase à educação, saúde, habitação e teriam como entidade articuladora da Aliança a USAID ( United States Agency for International Development ) . Mais de 80 bilhões de dólares deveriam financiar o projeto, com os EUA disponibilizando para os países participantes cerca de 20 bilhões. Apesar do discurso de auxílio humanitário, o objetivo principal era garantir que o avanço soviético fosse contido, além de proporcionar uma abertura ao investimento das empresas de capital estadunidense nos países latino-americanos. No contexto da Guerra Fria e da Revolução Cubana, a Aliança para o Progresso era a cartada jogada pelos EUA para propagandear os ideais econômicos e culturais do capitalismo ocidental Participaram da elaboração das ações a serem adotadas pela Aliança para o Progresso nomes como o de Juscelino Kubitschek, pelo Brasil, e Raúl Prebisch, pela Argentina. A preocupação com o avanço soviético se dava principalmente depois que a Revolução Cubana tomou rumos que desagradavam ainda mais os capitalistas estadunidenses, como a cooperação recebida da URSS a partir de 1961. Era necessário para os capitalistas e seus governos na América Latina diminuir as desigualdades sociais e combater a miséria existente no continente , o Incidente da Baía dos Porcos foi resultado de uma tentativa do governo Kennedy em derrubar o governo cubano por meio do treinamento de exilados cubanos que deveriam tomar o poder de Fidel Castro, porem fracassou. Criava-se assim uma imagem de que os EUA estavam à frente dessas iniciativas para evitar que os países da América Latina pudessem aproximar-se dos ideais da URSS. Além disso, Kennedy lançou o desafio da ida do homem à Lua, dando continuidade à corrida espacial iniciada durante a Guerra Fria. Em 1962, na Crise dos Mísseis, Kennedy denunciou a existência de ogivas nucleares soviéticas em Cuba. As incertezas trazidas pelas tensões militares da ordem bipolar e as ações que lutavam contra o problema racial nos Estados Unidos fizeram com que Kennedy tornasse nome fácil na boca de muitos simpatizantes e opositores.
  • 7. No dia 22 de novembro de 1963. O presidente norte-americano John Kennedy foi assassinado em Dallas, no Texas, O atentado fatal contra Kennedy até hoje está envolto sob um manto de mistério. Pela versão oficial, Lee Oswald, foi quem deu o tiro fatal do sexto andar de um depósito de livros contra o presidente que desfilava pelas ruas da cidade. Lee Harvey Oswald, o homem acusado de matar o presidente americano John F. Kennedy em 22 de novembro de 1963, morou por mais de dois anos na União Soviética antes de supostamente cometer o crime. Ele havia acabado de desertar do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA, quando se mudou para Minsk, capital de Belarus, então república soviética, em plena Guerra Fria. Mas, apesar de ter desertado para se juntar à superpotência socialista e alegar ser marxista, ele retorna os EUA. No dia do assassinato, John F. Kennedy não estava no Texas por acaso. Ao decidir participar de um evento político ali, no fim de 1963, ele sabia que precisava dedicar atenção especial ao estado, se quisesse conquistar a reeleição. Em 1963, a situação da segregação racial no país estava no limite e as demandas por mudanças batiam às portas da Casa Branca. Em agosto daquele ano, Martin Luther King Jr. eternizou o momento com o discurso , I have a dream, (eu tenho um sonho ) no Memorial Lincoln, a poucos metros da Casa Branca. Três meses mais tarde, com o país imerso na emoção pela morte de Kennedy e as ruas fervilhando em manifestações, o presidente da comissão sobre regras da Câmara dos Deputados, o segregacionista Howard Smith, não viu outra alternativa senão desengavetar o projeto, que seria aprovado pelo Congresso no semestre seguinte. O projeto de lei apresentado naquele ano contra a discriminação racial que alienaria praticamente todo o sul do país para o Partido Democrata, cuja base eleitoral estava ali. E Kennedy previu isso. Ele não assistiu à sua Lei dos Direitos Civis ser aprovada, o que ocorreu com o sucessor, Lyndon Johnson, em 2 de julho de 1964. No entanto, a iniciativa pôs fim a diversos sistemas de segregação racial nos Estados Unidos e transformou-se em um dos principais legados do presidente. Com a morte de Kennedy. O presidente norte-americano Lyndon Johnson adota uma doutrina de relações estáveis com governos militares que começam a se estabelecer em países da América Latina, porém também suspende recursos da "Aliança para o Progresso". Lei dos Direitos Civis e o Combate ao racismo Martin Luther King Jr. era pastor da Igreja Batista, suas primeiras falas trazem forte entonação religiosa que, aos poucos, vai sendo modificada para uma perspectiva mais especificamente ética para chegar finalmente à abordagem dos direitos civis. O combate ao racismo se coloca para ele não mais (ou não mais apenas) como um “dever de cristão”, mas passa a ser encarado e tratado como direito civil.
  • 8. Os assassinatos do doutor Martin Luther King Jr., em 4 de abril de 1968, e do senador Robert Kennedy, em 5 de junho de 1968, banharam com sangue uma luta múltipla, Kennedy tinha proximidade com Luther King na abordagem, diferindo dele, porém, por atuar no contexto do Estado norte-americano, como senador, na escuta dos movimentos sociais de então, que tinham, em King, uma de suas mais notáveis lideranças. A segregação racial vigorou como lei em muitos estados norte-americanos, restos e sequelas do final da escravidão a que chegaram por meio de guerra civil. Ora, o regime segregacionista estabelecia que houvesse escolas para crianças brancas e escolas para crianças negras, rigidamente separadas, sem qualquer exceção. Sucede que para algumas crianças negras, estudar na escola que lhe era permitido pela segregação, significava viajar para outra cidade, independentemente de sua idade ou condição física e psicológica. Contra esse estado de coisas, a família de Linda Brown, então uma menina de sete anos, decidiu lutar. Matriculada em uma escola “para negros”, Linda seguiu no início daquele ano letivo, em setembro de 1950, levada por seu pai, Oliver Leon Brown, pastor da Igreja Afro-Metodista Episcopal, para a escola “para brancos”, próximo à sua casa, com toda a naturalidade. Sendo impedida de frequentar a escola “legalmente”, nesse caso, pela lei da segregação racial, seu pai decidiu entrar com processo na Justiça, que ficou historicamente conhecido como Brown v. Board of Education of Topeka, Kansas. Tal ação foi apoiado pela National Association for the Advancement of Colored People – NAACP, cujos advogados o representaram. Observe-se que a NAACP era uma das muitas associações que se organizaram em torno do combate ao racismo pela via judicial, e que se ligavam aos grupos liderados por Luther King. Finalmente, em 1954, os litigantes chegaram à Suprema Corte norte-americana, que acolheu o caso, dando vitória à família Brown. Em sua decisão, a Suprema Corte reconheceu que toda criança tem o direito de ir à escola pública em condições de igualdade às demais, sem qualquer obstáculo ou empecilho, sem qualquer discriminação, vitória essa que impôs o fim da segregação racial nas escolas de todo o território norte-americano. Era, de fato, a primeira quebra na segregação racial, obtida junto à Justiça, portanto por meios pacíficos, reconhecendo a possibilidade de mudança nas leis, mudança no Estado. O segundo exemplo refere-se à mobilização havida para o fim da segregação racial no transporte público, praticada mediante separação de lugares nos ônibus, ficando para os negros os assentos no fundo do veículo, em número bem menor do que os assentos reservados, na frente e no meio, para os brancos. Na prática, era frequente que os negros e negras viajassem amontados, em pé, enquanto assentos “para brancos” permaneciam vazios. A mobilização já vinha sendo pensada, quando, em 1955, em Montgomery, cidade do Alabama, a sra. Rosa Parks, costureira, decidiu entrar pela porta da frente e sentar-se em um dos bancos reservados “para brancos”.
  • 9. Quando tentaram retirá-la, argumentou que estava cansada e os bancos, vazios, mas apenas obteve como resposta ser atirada do ônibus para fora, processada e condenada por violar a lei, no caso, da segregação racial em transportes públicos. Ciente da força econômica representada pela comunidade negra como usuária do transporte público, que dependia das passagens que pagavam para seguir operando, foi organizado um boicote aos ônibus, liderado pessoalmente por Martin Luther King, ainda jovem. Iniciado quando Rosa Parks sofreu condenação, a população negra deixou de tomar ônibus, indo e voltando do trabalho apenas a pé. Multidões de trabalhadores negros e negras tomavam a beira das estradas e ruas, em grupos, saindo mais cedo de casa e voltando mais tarde, pelo tempo para deslocamento. O boicote durou mais de um ano, sendo interrompido apenas pela Suprema Corte que decidiu que era inconstitucional a segregação racial nos transportes públicos. Mais uma vez a conquista do direito pela mobilização e pela mudança da lei tiveram sucesso. Nos anos 1960, A liderança de Martin Luther King foi marcada à resistência não violenta , por essa disposição reunindo em torno do combate ao racismo uma diversidade de participações: cristãos e não cristãos, ateus, políticos, gente que despertava para o poder da mobilização. Não à toa o poder de sua liderança atraiu o ódio mortal daqueles que o viam como impedimento à continuidade do racismo e da segregação racial, da guerra no Vietnã. Em meio a toda a inovação e contracultura de 1968, pairavam também outras abordagens contra o racismo, que acharam espaço com o assassinato de Luther King. O Partido dos Panteras Negras, de orientação marxista, aliado ao Partido Comunista, em pleno auge da Guerra Fria, pregando a ação armada como via de libertação racial, ao mesmo tempo que se impõe na propagação de imagens identitárias indeléveis, como o cabelo black power, une-se a outros grupos, especialmente nos campi universitários, em manifestações violentas, em 1968, obtiveram novos seguidores, que traziam o rancor da oportunidade histórica perdida com o assassinato de Martin Luther King. A Nação do Islã, que primeiramente acolheu Malcolm X quando era jovem presidiário, promovido a seu principal líder, para depois assassiná-lo, em 1965, quando, desencantado com os rumos da organização, decidiu pregar o Islã sem violência, estava pronta para seguir a proposta que vinha de antes, de separação absoluta entre brancos e negros, com a primazia negra e masculina obtida pela via da violência. Crise Política na Guerra do Vietnã Junto do movimento dos Direitos Civis, crescia também o movimento da contracultura. Massas de pessoas, formadas principalmente por jovens, acusavam a sociedade ocidental de impor
  • 10. uma moralidade opressiva. Defendiam a liberdade sexual, o uso recreativo de drogas e o fim do conflito. Em meio a esses movimentos, a pauta da Guerra do Vietnã se tornou protagonista. Essa agitação social fez com que grupos cada vez maiores fossem às ruas protestar pela saída da América do conflito. Esse movimento começou sendo puxado pelos jovens de mentalidade revolucionária e por grupos de direitos civis que denunciavam o racismo na convocação dos militares. Logo ele foi se ampliando para outros grupos sociais, incluindo pais que perderam seus filhos na guerra. O governo americano assistia a Guerra do Vietnã se tornar cada vez mais impopular. A violência na Guerra já era conhecida em todo o mundo por mais que o governo americano tentasse amenizar. O uso de arma química, como o Agente Laranja, e a bomba incendiária, como o napalm, foram amplamente denunciados como um abuso dos Estados Unidos. A China comunista e a União Soviética financiavam o Vietnã do Norte que promovia tortura e matava americanos a sangue frio. O povo americano não queria mais enviar seus filhos para a guerra. O conflito passou a ser desprezado pela população. Os protestos da população aumentaram nos Estados Unidos. No campo militar, os americanos continuavam a enfrentar dificuldades para combater os vietcongues no território que eles conheciam. O desconhecimento do espaço somado ao desespero, fez com que os EUA lançassem mão de muitos ataques aéreos. Em março de 1968, os EUA atacaram uma aldeia por engano, acreditando que lá estavam vietcongs escondidos. Cerca de 500 vietnamitas civis foram mortos no ataque, o que ficou conhecido como o massacre de My Lai, que era o nome da aldeia. Isto teve uma péssima repercussão internacional para o governo americano. A situação demonstrava instabilidade política e militar dos EUA. Em janeiro desse mesmo ano, 1968, começou a Ofensiva do Tet. No dia 31 de janeiro de 1968, após uma trégua devido a um feriado vietnamita, os vietcongues fizeram um ataque simultâneo a 36 capitais do país. Foi uma explosão de conflitos que resultou em milhares de mortes. Os americanos, juntos aos vietnamitas do Sul, levaram a melhor e conseguiram reduzir muito o poder de fogo de Ho Chi Minh. O problema para os americanos é que alguns desses conflitos ocorreram em locais próximos à embaixada e foram televisionados em tempo real para o mundo todo. Os comandantes americanos no Vietnã pediram mais soldados à Casa Branca, o que foi negado. Os americanos civis não defendiam mais a guerra. A pressão para a saída dos EUA era grande. Mesmo depois de uma vitória do ponto de vista tático, sem o braço político a guerra era insustentável. A estratégia americana foi treinar os sul-vietnamitas para que eles pudessem
  • 11. terminar a guerra sozinhos agora com o Norte enfraquecido. Apenas cinco anos depois, em 1973, foi assinado o Acordo de Paris que cessou o fogo e permitiu a evacuação das tropas americanas. Não houve paz quando os americanos saíram do país. De maneira violenta e rápida, o Vietnã do Norte atacou o Sul e conquistou o controle do país em abril de 1975, dando fim à guerra. Em 1976, o Vietnã é oficialmente reunificado sob o domínio do governo comunista. A capital do Vietnã do Sul, Saigon, é rebatizada de Cidade de Ho Chi Minh em homenagem ao líder do Norte que morreu em 1969, antes de ver o sucesso do seu movimento. O intelectual Carl von Clausewitz defende que a guerra pode ser simplificada em três pilares: ● razão, que é o governo; ● paixão, que é o povo; ● habilidade, que é o exército. Do ponto de vista da habilidade, mesmo enfrentando grandes dificuldades, os Estados Unidos tinham recursos para continuar lutando. Então por que ele decidiu se retirar da Guerra do Vietnã? Porque os outros dois pilares estavam abalados. O povo já estava emocionalmente contra a guerra, não viam propósito naquilo e tinham medo de verem filhos ou conhecidos irem morrer no conflito. O governo americano é uma democracia, e sem o apoio do povo ele não consegue se manter favorável ao conflito. Era Nixon Em 1968, Richard Nixon se candidatou à presidência, aproveitando o desgaste dos democratas em relação à Guerra do Vietnã. Nesse período, os Estados Unidos viviam momentos de instabilidade provocados pelos protestos contra a guerra e as mortes do líder negro Martin Luther King e do pré-candidato democrata Robert Kennedy. Nixon conseguiu a nomeação do partido republicano e se tornou novamente candidato presidencial. Pelo lado democrata, Hubert Humphrey, vice-presidente, foi o escolhido. Durante a campanha, Nixon tentou mostrar ao eleitor norte-americano que ele era um líder moderado capaz de governar o país naqueles tempos de incertezas e mobilizações sociais. Sua campanha se baseou na promessa de encerrar a Guerra do Vietnã, garantindo a paz no Pacífico, e na crítica à taxa de criminalidade. Nixon derrotou Humphrey e foi eleito o 37º presidente dos Estados Unidos. Depois de dois mandatos democratas, os republicanos voltavam à Casa Branca. Richard Nixon foi empossado presidente em 20 de janeiro de 1969. Em seu discurso de posse, o novo presidente manteve a promessa de ser um líder pacificador e encerrar o conflito no Vietnã.
  • 12. Os protestos pacifistas continuaram nos Estados Unidos, e Nixon se dispôs a encerrar a guerra o mais rápido possível. Meses após a sua posse, ele iniciou negociações de paz com o Vietnã do Norte e a retirada das tropas norte-americanas. Em julho de 1969, Nixon visitou o Vietnã do Sul e prometeu a retirada progressiva das tropas, porém ele autorizou ações militares contra o Norte. A visita de Nixon à Ásia foi marcada por protestos. A imprensa norte-americana começou a publicar documentos secretos, vazados do Pentágono, sede do Departamento de Defesa, sobre as mentiras que os governos anteriores tinham publicado sobre a Guerra do Vietnã. A princípio, Nixon não se importou com a divulgação desses documentos, mas foi persuadido por assessores a proibir a divulgação. Acionada, a Suprema Corte deu parecer favorável aos jornalistas. Essas divulgações só aumentaram as críticas à condução da Casa Branca no Vietnã e a pressão para que a guerra acabasse imediatamente. Em 1971, começaram a retirada das tropas do Vietnã. Dois anos depois, o Acordo de Paris foi assinado, e o cessar fogo permitiu a retirada total das tropas norte-americanas e o encerramento do conflito que matou tantos soldados. Em 1975, o Vietnã do Norte conquistou o Sul, e o país foi unificado. Nixon procurou se aproximar da China liderada por Mao Tsé-Tung. Henry Kissinger foi seu conselheiro nessa aproximação e se tornou Secretário de Estado. No final dos anos 1960, no auge da Guerra Fria, as relações entre China e União Soviética estavam desgastadas e a cordialidade entre norte-americanos e chineses poderia ser um golpe nos soviéticos. Em fevereiro de 1972, Nixon viajou para a China e se encontrou com Mao, e reconheceu Taiwan como parte da China. A imprensa norte-americana acompanhou a viagem, e Nixon fez questão de que as imagens capturassem seu encontro com as lideranças chinesas. Após a aproximação com a China, Nixon estreitou as relações com a União Soviética a respeito da manutenção da paz nuclear. Em 1972, Nixon desembarcou em Moscou e selou acordos comerciais e de controle de armas. Dois anos depois, ele fez nova visita à capital soviética, mostrando a proximidade entre os dois países. No Oriente Médio, o governo Nixon aumentou a venda de armas para os países da região e defendeu que Israel fizesse um acordo de paz com os países árabes, evitando novos conflitos. Entretanto, a tensão entre judeus e árabes era permanente, e, em 1973, começou a Guerra do Yon-Kipur, que foi vencida por Israel, que contou com apoio militar norte-americano. Após a guerra, Nixon buscou manter relações diplomáticas com o Oriente Médio, e uma de suas últimas visitas internacionais como presidente dos Estados Unidos foi a essa região. A Guerra do Vietnã era o centro das atenções do governo tanto na política externa como internamente. Os gastos com o conflito geravam protestos e afetavam a economia por meio do aumento inflacionário. Nixon ampliou o acesso dos negros às escolas públicas e suas participações em cargos do governo. Ele apoiou as políticas ambientais ao criar a Agência de Proteção Ambiental. O governo aumentou o combate às drogas no país.
  • 13. Na corrida espacial contra a União Soviética, os Estados Unidos obtiveram uma importante vitória ao chegar à Lua por meio da Apolo 11, em 1969. Nixon conversou por telefone com os tripulantes da nave. Apesar desse feito histórico, o presidente não apoiou financeiramente os projetos da Nasa de continuar investindo em viagens à Lua e de estabelecer uma estação espacial por lá. Ele decidiu encerrar a corrida espacial, iniciada por John Kennedy, em 1961, e aprofundada por Lyndon Johnson nos anos seguintes. Em maio de 1972, Nixon aprovou um programa espacial cooperativo entre norte-americanos e soviéticos. Com as eleições presidenciais de 1972, Nixon foi naturalmente o candidato à reeleição pelo Partido Republicano, tendo como adversário o democrata George McGovern. Nixon foi reeleito com 60% dos votos populares." Watergate Em 17 de junho de 1972, durante a campanha para as eleições presidenciais nos Estados Unidos, cinco homens invadiram a sede do Comitê Nacional Democrata, no complexo de edifícios Watergate, na capital americana. Sua missão era grampear a sede desse comitê no intuito de obter materiais incriminatórios que pudessem prejudicar a candidatura do democrata George McGovern e assegurar a reeleição do presidente Richard Nixon, do Partido Republicano. Após a notícia da invasão se tornar pública, os primeiros relatos na imprensa sugeriam que pudesse haver alguma ligação com a Casa Branca. Mas Nixon manteve a alegação de que nada sabia a respeito do caso, e acabou sendo reeleito em novembro. Em janeiro de 1973, os invasores foram julgados e condenados. Investigações subsequentes acabariam implicando o comitê de campanha de Nixon e membros de seu governo. Mais tarde, foi revelado que o presidente tinha conhecimento das ações e ainda teria se envolvido no acobertamento do caso. De modo a evitar um impeachment, Nixon se tornou o primeiro e, até hoje, o único presidente americano a renunciar ao cargo, em 8 de agosto de 1974. As repetidas menções ao nome Watergate na mídia, durante anos e anos de controvérsias geradas pelo caso, tornaram o nome do edifício um sinônimo de escândalo. Gerald Ford, assumiu o poder após a renúncia de Richard Nixon por causa do escândalo Watergate, Ford foi o único presidente e vice-presidente não eleito nos EUA. Ele assumiu a vice-presidência em dezembro de 1973,dez meses mais tarde, Nixon renunciou e Ford tornou-se o 38º presidente americano em 9 de agosto de 1974. Menos de um mês mais tarde, em 8 de setembro de 1974, Gerald Ford tomou a decisão mais controvertida de sua breve presidência: eximir o ex-presidente Nixon de qualquer culpa pelos delitos que pudesse ter cometido no exercício do poder, o que resultou num perdão "total, livre e absoluto", ainda que a investigação do caso Watergate não tivesse terminado.
  • 14. Ford alegou que as dificuldades de Richard Nixon e de sua família eram "uma tragédia americana, na qual todos tiveram seu papel. Ela poderia durar ainda muito mais se ninguém colocasse um fim. Eu conclui que era o único que podia e devia fazer isso. Governo Reagan Em 1980, Reagan concorreu à presidência contra Jimmy Carter, candidato democrata que era o atual presidente dos Estados Unidos. Na campanha, Reagan convidou George Bush (pai) para ser seu vice e abordou questões importantes na época, como a alta da inflação e o aumento do desemprego no país. A campanha de Reagan foi vitoriosa e ele venceu com margem folgada. Dois meses depois de assumir a presidência, Reagan foi vítima de uma tentativa de assassinato e acabou ferido por uma bala, que ricocheteou e o atingiu próximo da axila esquerda. Ele passou por uma cirurgia e se recuperou depois de duas semanas internado. O autor do crime foi John Hinckley Jr., que foi absolvido por insanidade. As decisões tomadas pelo governo norte-americano de 1981 a 1985 recuperaram o tripé que sustenta os EUA como principal potência mundial: liderança econômica, em especial na alta tecnologia e o dólar como principal moeda de reserva; liderança militar incontestável, com o fim da capacidade da URSS de tentar equilibrar a corrida armamentista e a vitória na Guerra Fria, com clara superioridade em armamentos de alta tecnologia e credibilidade da política externa, principalmente frente a seus aliados. A economia durante o governo Reagan se consagrou na chamada contra-revolução liberal, ou anti-keynesiana , Reagan desmontou progressivamente as bases do que tinha sido a política econômica de regulação financeira , feita desde os anos Roosevelt. Era crítico da presença do Estado e favorável à livre iniciativa, o governo Reagan promoveu de fato substancial elevação do déficit público nos EUA, puxado pelo gasto militar.
  • 15. No contexto econômico, as correntes chamadas de neoliberais ganharam espaço em diversos países na década de 1980. Além de atribuir a inflação alta à emissão de moeda pelos Bancos Centrais, como os monetaristas desde anos antes, os neoliberais apontavam impostos elevados e regulamentação das atividades econômicas como os responsáveis pela estagnação prolongada da economia. Tratava-se de apostar no crescimento pelos incentivos à oferta, à produção e ao investimento, por meio de corte de impostos, redução das regulações e interferências do Estado na economia. A alta dos juros foi mantida e intensificada no início do governo Reagan. Essa medida , além de contribuir para valorizar fortemente o dólar e intensificar o avanço das indústrias de alta tecnologia, favorecidas pela importação barata de máquinas e bens intermediários de todas as partes do mundo. O governo Reagan também foi marcado pela retomada do combate ao comunismo e à URSS como eixo da política externa dos EUA. A magnitude dos gastos militares e o destaque para a alta tecnologia apressou o colapso da economia soviética e potencializou a onda de mudanças que permitiu a retomada da liderança nos EUA em todos os segmentos econômicos decisivos, no momento em que se dizia que o Japão teria tomado a liderança tecnológica e era a potência econômica ascendente. A reorientação da política externa e a escalada militar dos EUA contra a URSS foram catalisadores importantes do processo de recuperação da economia e da liderança tecnológica norte-americana. A política que marcou a relação entre EUA e URSS durante os anos 1960 e 1970 foi a Détente, a qual significou um relaxamento nas relações entre as duas grandes potências da época. Essa política foi reflexo de uma relativa paridade estratégica nuclear entre EUA e URSS, pois era baseada na lógica da destruição mutua assegurada . Os processos de negociação, definição e implementação dos acordos de limitação de armas estratégicas realizados entre Estados Unidos e União Soviética, são símbolos da política da Détente durante a Guerra Fria. Para os EUA, as negociações seriam importantes, pois possibilitariam um equilíbrio moldado pela política externa do país, a qual estava baseada na aplicação da Détente.
  • 16. Através dessa política seria possível também diminuir a desconfiança americana de que os soviéticos poderiam tornar-se mais desenvolvidos em questões armamentistas, e frear o crescimento da produção de armamentos soviéticos. Na visão da URSS, os acordos não afetariam sua força estratégica defensiva nem ofensiva e permitiriam a estabilidade das suas capacidades nucleares. Em 1981, Ronald Reagan rompeu com a política da Détente a partir de um discurso contrário à posição de relaxamento dos EUA em relação à URSS. Para Reagan, a Détente, praticada por Nixon, Ford e Carter, havia sido mais vantajosa para a URSS do que para os EUA. Ele afirmava que o tratado SALT II (1979) impôs maiores limites aos Estados Unidos do que à União Soviética. Sua política externa, chamada doutrina Reagan , era uma política de confrontação com o comunismo soviético. Reagan via a URSS como um inimigo dos ideais democráticos norte- americanos e sua prioridade era combatê-la. Logo no início de seu governo, Reagan passou a dar prioridade aos gastos militares e chegou a afirmar que "Defesa não era uma questão de orçamento e que o governo deveria gastar o quanto precisasse para a segurança de sua população". Os benefícios gerados pelo aumento do gasto militar foram muitos: as forças armadas norte- americanas modernizaram seus equipamentos; o investimento em pesquisa e desenvolvimento militar foi um estímulo para muitos segmentos da economia, em especial para o setor de alta tecnologia; e os aumentos nos gastos com a defesa, somados à retórica de reconquista do poder norte-americano, impulsionaram a confiança do público. O temor de Reagan em relação à expansão comunista fez com que os EUA interviessem em diversos países durante a primeira metade da década de 1980.
  • 17. Durante o primeiro mandato do governo Reagan, além de El Salvador e Nicarágua, houve intervenções dos EUA em prol do combate ao comunismo em outros países, como Líbano, Afeganistão, Angola. A relação de Ronald Reagan com Mickhail Gorbachev e Margareth Thatcher também é digna de nota. Em 1985, o presidente americano Ronald Reagan reuniu-se diretamente com Gorbachev , onde os dois líderes concordaram em trabalhar para reduzir as armas nucleares no mundo. buscando entendimentos para a pacificação nuclear global. Em relação à primeira ministra Margareth Thatcher, uma grande aliada das políticas do governo Reagan e em especial no confronto com a URSS , muito devido ao perigo que as armas nucleares de médio alcance soviéticas representavam para o Reino Unido e para a Europa ocidental durante seu governo apoiou a decisão da OTAN de implantar armamentos nucleares dos EUA em alguns países da Europa, o que provocou fortes protestos na região. O alinhamento de Thacher com Reagan fortaleceu a posição de liderança dos EUA na Europa, e principalmente, em relação a OTAN. Considera-se que a mudança de estratégia da política externa norte-americana, da Détente para a Confrontação, durante o primeiro mandato de Reagan na Casa Branca, somada ao alinhamento com Margaret Thatcher e a entrada de Gorbachev na liderança da URSS, foram fatores determinantes para a vitória norte-americana na Guerra Fria anos depois. Durante o governo Reagan, outro fator fundamental que corroborou para a vantagem norte-americana em relação a URSS foi o lançamento do projeto SDI, apelidado de Star Wars. Lançado pelo governo Ronald Reagan em 1983, o programa tinha como principal objetivo interceptar ataques inimigos via mísseis e detê-los durante a primeira etapa, ou seja, imediato à fase de lançamento. O novo projeto de defesa norte-americano foi amplamente discutido e criticado, pois além de demandar alto investimento financeiro e desenvolvimento tecnológico, colocava em risco a política de dissuasão, principal estratégia de guerra desde a invenção das armas nucleares, responsável pela "paz" mantida entre EUA e URSS durante a Guerra Fria.
  • 18. A dissuasão representa a ameaça concreta da guerra atômica, graças à qual se determina uma particular situação de equilíbrio nas relações entre os Estados detentores das armas nucleares, o que impede a eclosão de novas guerras mundiais. Pode-se, portanto, notar na dissuasão um elemento fundamental próprio do período da Guerra Fria. A teoria da dissuasão termonuclear indica a condição específica em que se encontram os Estados dotados de armas termonucleares, os quais evitam qualquer confronto, estabelecendo- se assim uma incapacidade recíproca de confronto direto, pelo medo de serem utilizadas essas armas. A preocupação de Reagan com o programa de defesa norte-americano anteriormente a sua eleição. Em 1979, em uma visita ao departamento de defesa militar norte-americano, Reagan ficou perplexo com a incapacidade dos EUA de prevenir um ataque nuclear ele comentou que os EUA haviam gastado alta quantia no setor de defesa, construindo uma vasta quantidade de equipamentos, porém nada disso poderia prevenir um ataque nuclear contra o povo norte- americano. Segundo Reagan, os EUA deveriam de algum modo defender seu território de mísseis nucleares. Em 23 de março de 1983, Reagan fez um discurso onde afirmou que nos últimos vinte anos a URSS havia se desenvolvido militarmente de forma superior aos EUA. Os Estados Unidos haviam introduzido seu último míssil balístico intercontinental, o Minute Man III, em 1969, enquanto a União Soviética desde 1969 havia construído cinco novas classes de ICBMs com oito atualizações. Como resultado deste processo, os mísseis soviéticos estavam se tornando muito mais poderosos e precisos do que eram há alguns anos e a tecnologia nuclear dos EUA estava ficando obsoleta. Segundo Reagan, o mesmo havia acontecido em outras áreas. Ao longo do discurso, Ronald Reagan enfatiza que o aprimoramento do setor militar dos EUA tem a finalidade de construir a paz. Ele afirma que cada item do programa de defesa norte- americano destina-se a um único propósito, manter a paz.
  • 19. Durante o discurso, Reagan utiliza o caso da Crise dos Mísseis cubanos para ilustrar o crescente poder da URSS na América Central e Caribe. O presidente também chama atenção para o perigo Soviético na África e na Ásia. Os principais objetivos eram promover tecnologia, aumentar a capacidade técnica norte- americana, desenvolver um sistema eficiente para a política de defesa dos EUA, diminuir a vulnerabilidade do país frente à ameaça de uma guerra nuclear e possibilitar uma mudança na política estratégica estadunidense em relação à União Soviética. A importância do programa se mostra no fato de que todos os presidentes dos EUA após Ronald Reagan deram continuidade e grande incentivo ao programa de defesa norte americano iniciado em seu governo . Apesar de suas limitações e críticas, o programa SDI foi responsável por grande parte do avanço tecnológico norte-americano e segue operante até os dias atuais. Com um programa de defesa antimísseis em desenvolvimento e um gigante aparato ofensivo, os EUA criaram uma armadura militar incontestável a seu favor. Fim da guerra fria: governo Bush George H. W. Bush se destacava por suas habilidades diplomáticas, Em 1980, candidatou-se pela primeira vez à corrida presidencial republicana. Uma corrida que Bush perdeu contra Ronald Reagan. Reagan nomeou-o mais tarde como vice-presidente. O então presidente norte-americano precisava de Bush, sobretudo, para reforçar a posição norte-americana frente à União Soviética, cuja queda Bush já assistiu enquanto presidente. Devido à sua actuação ponderada, Bush ganhou a confiança do último líder soviético, Mikhail Gorbatchov.
  • 20. Sua política exterior foi concebida a partir da realpolitik, combinando cautela e força. Com Mikhail Gorbachev, ele assinou em 1991 o tratado para a redução de armas nucleares. Na Alemanha, desempenhou papel crucial na reunificação do país, em 1990. Bush foi bem- sucedido em eliminar os temores do então líder soviético, Mikhail Gorbatchov, diante de uma Alemanha reunificada. O resultado foi o Tratado Dois-mais-Quatro, assinado em 1990 pelas duas Alemanhas e as potências que venceram a Segunda Guerra Mundial: o Reino Unido, a França, os Estados Unidos e a União Soviética. O tratado abriu caminho para a reunificação da Alemanha. Durante o seu mandato, Bush enviou tropas para o Panamá para capturar o Chefe de Estado Manuel Noriega. Além disso, liderou uma coligação das Nações Unidas na Guerra do Golfo contra o Iraque, depois do ditador Saddam Hussein ter invadido o vizinho Kuwait. A Guerra do Golfo foi um conflito que se estendeu entre 1990 e 1991 e teve como causa a invasão do Kuwait por tropas do Iraque. Essa invasão aconteceu na segunda metade de 1990 e motivou que uma coalizão internacional fosse formada com o intuito de expulsar as tropas iraquianas do território do Kuwait. Por meio de bombardeios aéreos e ataques terrestres, a coalizão internacional conseguiu expulsar as tropas iraquianas do Kuwait. A Guerra do Golfo está inserida no contexto das relações diplomáticas entre as nações do Oriente Médio e foi motivada, sobretudo, pelo interesse do Iraque de se reafirmar, por meio de uma operação militar, ao Kuwait, uma nação vizinha. A invasão iraquiana teve início no dia 2 de agosto de 1990, mas as motivações retomam a sucessão dos acontecimentos que envolveram o Iraque na década de 1980. Na década de 1980, o Iraque foi largamente utilizado como ferramenta para conter a influência do Irã, após a Revolução Islâmica de 1979, que entregou o país nas mãos de radicais islâmicos e fez com que os Estados Unidos perdessem um importante aliado naquela região. A rivalidade entre Irã e Iraque, nesse contexto, resultou em um conflito: a Guerra Irã-Iraque. Esse conflito começou em 1980, graças a um ataque surpresa realizado pelo Iraque, e estendeu- se por oito anos, resultando na morte de cerca de um milhão de pessoas.
  • 21. As forças iraquianas contaram com o auxílio de uma série de nações, entre as quais estão os Estados Unidos, França e Reino Unidos, que forneceu armamentos e treinamento militar aos soldados iraquianos. Financeiramente, o Iraque recebeu empréstimos de nações vizinhas – Kuwait e Arábia Saudita – ambas interessadas em enfraquecer os xiitas que governavam o Irã. O conflito estendeu-se até 1988 e terminou com um impasse, uma vez que nenhuma das duas nações conseguiu impor-se militarmente. Assim, o conflito encerrou-se sem conquistas significativas, mas com o Iraque enfraquecido economicamente, diplomaticamente e militarmente. Era necessário, portanto, recuperar a economia do país rapidamente, principalmente, porque Saddam Hussein ainda desejava colocar o Iraque em uma posição de supremacia no Oriente Médio e, para isso, ele precisava reconstruir o exército de seu país. A recuperação econômica do Iraque seria realizada por meio da venda de barris de petróleo, a mercadoria mais valiosa do país. Era, portanto, do interesse do Iraque que o preço do petróleo estivesse elevado, mas a realidade era outra. Por influência do Kuwait e Emirados Árabes Unidos, o preço do petróleo, em 1990, tinha despencado. O Iraque sentia-se ultrajado com a atitude do Kuwait de vender petróleo em grande quantidade, o que barateava o barril no mercado internacional. Para agravar a situação, o Kuwait começou a cobrar do Iraque os empréstimos concedidos durante a Guerra Irã-Iraque. Saddam Hussein não queria pagá-los, pois entendia que tinha lutado naquela guerra para defender interesses em comum de Iraque e Kuwait. A relação entre Iraque e Kuwait teve outras fontes de desgaste, como quando Saddam Hussein acusou o Kuwait de roubar petróleo iraquiano ao explorar poços em região de fronteira e passou a exigir indenização, e quando o Kuwait negou-se a ceder duas ilhas para que o Iraque pudesse ampliar o seu acesso ao Golfo Pérsico.
  • 22. Enquanto negociações para resolver todos os impasses aconteciam, Saddam Hussein ordenou o envio de tropas para a fronteira com o Kuwait. As negociações entre Kuwait e Iraque tiveram mediação dos Estados Unidos, mas fracassaram. Com isso, Saddam Hussein ordenou a invasão do Kuwait e ela foi iniciada em 2 de agosto de 1990. O Kuwait foi rapidamente dominado por ser um país muito pequeno e ter defesas militares muito simples. Além disso, o Iraque era uma das maiores tropas do mundo naquela época, possuindo por volta de um milhão de soldados. A ação militar iraquiana alarmou as grandes potências ocidentais, sobretudo os Estados Unidos, porque por meio dela o Iraque passava a controlar cerca de 20% das reservas de petróleo do mundo e passava a representar uma ameaça real para a Arábia Saudita, a grande aliada dos Estados Unidos no Oriente Médio. Assim, EUA e Reino Unido passaram a ser favoráveis a uma intervenção estrangeira para forçar as tropas iraquianas a retirarem-se do Kuwait. A primeira ação, no entanto, ocorreu por meios diplomáticos a partir da atuação do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas, a ONU. Como as resoluções da ONU não tiveram o efeito desejado, o presidente norte-americano, George Bush, ordenou o envio de tropas para a Arábia Saudita. Tropas de outros países começaram a ser enviadas para a Arábia Saudita, e uma coalizão internacional começou a ser formada com soldados de 34 países e que contou com aproximadamente 750 mil soldados, sendo a maioria deles de soldados enviados pelos Estados Unidos. O Conselho de Segurança da ONU, no dia 29 de novembro de 1990, emitiu a Resolução 678, que autorizava intervenção militar internacional caso as tropas iraquianas não saíssem do Kuwait até o dia 15 de janeiro de 1991.
  • 23. Como as tropas iraquianas não foram retiradas do Kuwait até a data limite, os Estados Unidos iniciaram a intervenção na Guerra do Golfo por meio da Operação tempestade no deserto . A partir do dia 17 de janeiro de 1991, os Estados Unidos deram início a uma sucessão de ataques aéreos que se estenderam durante 42 dias e foram responsáveis por prejudicar severamente o poderio dos iraquianos. Durante esse período, os ataques liderados pelos norte-americanos conseguiram destruir a força aérea iraquiana, assim como destruiu as defesas antiaéreas desse país. A última etapa dos ataques aéreos consistiu em enfraquecer o poder de fogo terrestre dos iraquianos por meio de ataques frequentes. Esses acontecimentos aconteceram em três etapas que se estenderam de 17 de janeiro ao dia 23 de fevereiro de 1991. A última etapa da Operação Desert Storm teve início em 24 de fevereiro e ocorreu por meio do ataque terrestre das tropas da coalizão internacional que contavam com o apoio fundamental do ataque aéreo. Nesse momento, parte considerável da infraestrutura do exército iraquiano tinha sido severamente danificada pelos ataques aéreos e isso facilitou o sucesso da campanha por terra. Isso forçou o Iraque a aceitar as resoluções da ONU e, assim, o presidente dos Estados Unidos, George Bush anunciou o fim da campanha militar contra o Iraque no dia 28 de fevereiro de 1991. As tropas iraquianas enquanto se retiravam do território kuwaitiano acabaram incendiando cerca de 700 poços de petróleo. No campo econômico, Bush promoveu as negociações do grande tratado de livre comércio entre EUA, México e Canadá (o antigo Nafta, na sigla em inglês), mas foi Clinton que o assinou. Bush, (pai) era visto como um estadista de sucesso e um sábio estrategista da política internacional. No entanto, o seu ponto fraco foi a política interna. Apesar do sucesso na guerra no Iraque, Bush perdeu em 1993 as eleições contra Bill Clinton, até porque durante o tempo em que esteve no poder, Bush subiu os impostos, apesar das suas promessas em contrário.