(1) Um projeto em uma escola de Campo Grande resgata a história e cultura pantaneira, levando os alunos a conhecerem a região desde cedo; (2) Como resultado, a escola recebeu R$ 500 mil para construir um anfiteatro e horta comunitária; (3) O projeto já levou alunos para conhecer museus e projetos no Mato Grosso do Sul e em Novo Hamburgo, ajudando a multiplicar o aprendizado sobre a cultura local.
Noticia sobre o Projeto O Homem Pantaneiro: "Ciência Cultura e Tecnologia dos Tempos do Sapicuá aos Tempos do CPU"
1. Correio Educação Correio do Estado
Sábado, 19 de novembro de 2011 12
Projeto preserva cultura pantaneira VALDENIR REZENDE
H
á quatro anos, os alunos da Escola
Municipal Professor Fauze Scaff
Gattas Filho, localizada no Jardim
Carioca em Campo Grande, têm a oportu-
nidade de participar de projeto que resgata
a história e valoriza a cultura pantaneira.
Como resultado deste trabalho, o colégio
vai receber R$ 500 mil por ter vencido o
Prêmio Finep/2010 de Inovação em Tecno-
logia Social da Região Centro-Oeste.
O recurso será investido para constru-
ção de um anfiteatro em terreno ao lado
da escola, onde serão oferecidas oficinas
para ajudar na qualificação dos alunos,
pais e moradores em geral. Outro objeti-
vo é construir uma horta no terreno dos
fundos da escola para que as verduras e
legumes sejam utilizados na alimentação
dos alunos, além de tornar-se uma alter-
nativa de renda para a comunidade.
Entretanto, para a professora Apareci-
da Cristina Piccolo, coordenadora peda-
gógica da escola, o maior benefício é o
ganho cultural para os alunos por meio
do projeto denominado Homem Pantanei-
ro: ciência, cultura e tecnologia, dos tem-
pos de sapicuá* pantaneiro aos tempos de
CPU (evolução, limite e possibilidades). Acima, equipe da escola. Abaixo
“Só conseguiremos manter viva a cultu- Meta é multiplicar aprendizado alunos conhecem utensílios
ra pantaneira se os alunos a conhecerem
desde cedo”, afirmou a professora. Os conhecimentos sobre a cultura pantaneira adqui-
ridos durante o projeto desenvolvido na Escola Muni-
pantaneiros e Everton e Mirian
Multiplicar cipal Prof. Fauze Scaff Gattas Filho serão levados tam- participam de mostra no RS
Para promover o enriquecimento cul- bém para outras escolas de Campo Grande. Os alunos
Everton Leandro dos Santos e Mirian Bazzana Dória DIVULGAÇÃO
tural dos alunos sobre os costumes pan-
taneiros foi necessário sair a campo. Os tiveram de mudar de colégio quando ingressaram no
estudantes Everton Leandro dos Santos, Ensino Médio. Mesmo assim, continuam participando
18 anos, e Mirian Bazzana Dória, 17 anos, das atividades e passam as informações adquiridas a
participam desde o começo das atividades outros alunos das instituições de ensino onde estão
e tiveram a oportunidade de conhecer mu- atualmente.
seus e projetos na Capital e interior do Es- Everton está na Escola Estadual Clarinda Mendes
tado para aprofundar o conhecimento. Aquino e Mirian na Escola Estadual Joaquim Murti-
No último mês, os alunos estiveram na nho. Durante o projeto eles fizeram descobertas sobre
cidade de Novo Hamburgo, no Rio Gran- aspectos interessantes da cultura sul-mato-grossense.
de do Sul, onde montaram estandes para “O sapicuá, que está no nome do projeto, era um objeto
apresentar os principais aspectos da cultu- que não conhecia. Tivemos a oportunidade de conhe-
ra sul-mato-grossense. Foram mais de 360 cer novos lugares e o intercâmbio cultural foi muito DIVULGAÇÃO
participantes e a escola de Campo Grande importante”, disse o jovem.
conseguiu ficar entre os 20 melhores. A Mirian conta que seu pai é paraguaio e trabalhou
escola foi credenciada para participar da durante muito tempo em fazendas no Pantanal, mas
Feira Nordestina de Ciência e Tecnologia como ela sempre morou em Campo Grande nunca teve
(Fenecit), que acontecerá no próximo ano, a oportunidade de conhecer mais informações sobre a
em Recife (PE). cultura pantaneira. “Aprendi muito durante o projeto
* O sapicuá é uma espécie de bolsa que os e acabei conhecendo mais sobre a história da minha
pantaneiros carregavam no pescoço para evitar família. Durante a viagem ao Rio Grande do Sul, por
que molhasse quando passavam por áreas ala- exemplo, pudemos conhecer uma linguagem diferente
gadiças. e a cultura de outros locais”, afirmou. (MC)