1) O documento discute como a pandemia de COVID-19 e o governo Bolsonaro no Brasil representam os quatro cavaleiros do apocalipse - Peste, Morte, Guerra e Fome. 2) A pandemia e Bolsonaro são vistos como a "Peste". 3) A morte crescente da população pela COVID-19 e fome são associadas à "Morte". 4) A possibilidade de guerra civil no Brasil é associada à "Guerra". 5) A fome resultante da crise econômica é associada à "Fome".
AS REVOLUÇÕES SOCIAIS, SEUS FATORES DESENCADEADORES E O BRASIL ATUAL
Os 4 Cavaleiros do Apocalipse no Brasil
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OS QUATRO CAVALEIROS DO APOCALIPSE PRESENTES NO BRASIL: A PESTE,
A MORTE, A GUERRA E A FOME
Fernando Alcoforado*
O Brasil se defronta no momento atual com os quatro cavaleiros de seu apocalipse.
Os Quatro Cavaleiros do Apocalipse são personagens descritos na terceira visão profética
do apóstolo João no livro bíblico da Revelação ou Apocalipse que são Peste, Morte,
Guerra e Fome. Nesta visão do apóstolo João, o cavalo branco e seu cavaleiro representam
a Peste representada pelo novo Coronavirus e seu aliado, Jair Bolsonaro, o Anticristo, o
falso Cristo, a falsa religião, que se apresenta como se fosse o Messias prometido e engana
a nação com seus atos insanos. O cavalo amarelo simboliza a Morte crescente da população
brasileira pela peste devido à falta de combate do governo Bolsonaro ao novo Coronavirus e
a morte pela fome das populações pobres do Brasil pela falta de apoio financeiro do governo
Bolsonaro. O cavalo vermelho é símbolo da Guerra e do derramamento de sangue
representando os flagelos que poderão ocorrer no Brasil se a guerra civil acontecer no
País incentivada e desejada pelo atual governo. O cavalo preto simboliza a Fome resultante
do colapso da economia brasileira produto da incompetência e da inação do governo
Bolsonaro na recuperação econômica do País que gera o maior desemprego da história
do Brasil e a morte pela fome das populações pobres do Brasil pela falta de apoio financeiro
do governo Bolsonaro às populações vulneráveis.
A pandemia do Coronavirus e o governo Bolsonaro podem ser considerados um dos
cavaleiros do Apocalipse do apóstolo João, a Peste. O novo Coronavirus e seu aliado, o
governo Bolsonaro, podem ser considerados, portanto, a Peste. O governo Bolsonaro é
aliado do novo Coronavirus porque suas atitudes colaboram no avanço da Peste ao ter se
posicionado contrário às vacinas e se posicionar contrariamente ao uso de máscaras e às
medidas restritivas à aglomeração de pessoas adotadas por governadores e prefeitos sob
o pretexto de que é preciso salvar, também, a economia brasileira da debacle. Mesmo
diante do colapso atual do sistema de saúde do Brasil com a escalada vertiginosa do novo
Coronavirus, Bolsonaro continua aliado do vírus ao não assumir a responsabilidade de
comandar a luta contra a pandemia. A condição indispensável para o Brasil vencer a
guerra é estar unida contra o inimigo comum, o novo Coronavirus. No Brasil, esta
condição não é respeitada porque o Presidente da República, Jair Bolsonaro, não assume
esta responsabilidade afirmando que as empresas devem continuar operando e as pessoas
devem voltar ao trabalho para manterem seus empregos. No Brasil, muitas empresas
continuam operando e os trabalhadores se deslocam para o trabalho porque o governo
Bolsonaro não oferece para eles as condições financeiras necessárias para as empresas
paralisarem suas atividades e os trabalhadores a permanecerem em casa e não se
aglomerarem nos meios de transporte. O resultado da ação do governo Bolsonaro é o
horror da catástrofe do assassinato coletivo do povo brasileiro pelo novo Coronavirus por
um dos cavaleiros do Apocalipse, a Morte e, também, por outro cavaleiro do Apocalipse,
a Fome.
A catástrofe econômica do Brasil e a fome, que se multiplica pelo País, podem ser
associadas a um dos cavaleiros do Apocalipse do apóstolo João, a Morte. O Brasil é um
país que tinha seu sistema econômico em estágio terminal antes da disseminação do novo
Coronavirus e que se agravou com o governo Bolsonaro. A catástrofe econômica vivida
pelo Brasil está refletida no pífio crescimento do PIB desde 2014 que se agravou em 2019
e 2020 quando apresentaram crescimentos negativos. A queda no crescimento do PIB em
2019 e 2020 resultou da queda do consumo pela população provocada pelo gigantesco
desemprego em massa agravado pelo novo Coronavirus, pela queda do investimento
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privado em consequência da estagnação econômica do País e pela queda do investimento
público devido à crise fiscal existente e ao estabelecimento do teto de gasto no orçamento,
bem como ao esforço do governo de reduzir a participação do Estado na economia com
suas políticas neoliberais. O resultado da ação do governo Bolsonaro é o horror da
catástrofe econômica caracterizada pela bancarrota da economia brasileira com a falência
generalizada de empresas e pelo desemprego em massa sem precedentes na história do
Brasil com cerca de 28 milhões de brasileiros desempregados e desalentados. A fome é
uma das consequências da inação do governo na recuperação da economia e da falta de
apoio financeiro à maioria da população pobre que está enfrentando uma vida de penúria
extrema.
A catástrofe política do Brasil pode ser associada a um dos cavaleiros do Apocalipse do
apóstolo João, a Guerra. A guerra civil poderá acontecer no Brasil como resultado das ações
de Jair Bolsonaro com sua tentativa de armar a população e envolver as polícias civil e militar em seu
propósito de implantar uma ditadura no Brasil que pode levar ao derramamento de sangue da
população brasileira e a destruição das instituições democráticas do país. A catástrofe política está
sendo processada por Bolsonaro com suas várias tentativas de implantação de uma
ditadura fascista no Brasil como aquelas de envolver as Forças Armadas em um golpe de
estado. O próprio governo Bolsonaro tem acirrado o conflito entre a Presidência da
República e os demais poderes da República e o confronto com seus oponentes para
justificar a implantação de uma ditadura no Brasil para governar sem os obstáculos
impostos atualmente pela Constituição de 1988.
A catástrofe social do Brasil pode ser associada a um dos cavaleiros do Apocalipse do
apóstolo João, a Fome. Em um ano de pandemia do novo Coronavírus, mais de 300 mil
pessoas morreram por conta da doença no Brasil, milhões foram infectados e outros
milhões perderam seus empregos e renda. A fome é uma realidade para milhares de
pessoas no Brasil e com a crise causada pela pandemia do novo Coronavírus esse
problema está significativamente aumentando. A fome e a miséria batem à porta das casas
dessas famílias. A fome provém da falta de alimentos que atinge um número elevado de
pessoas no Brasil. Esse processo é resultado da desigualdade de renda. A falta de dinheiro
faz com que cerca de 32 milhões de pessoas passem fome e mais 65 milhões de pessoas
se alimentem de forma precária. Diante desta catástrofe social, o governo Bolsonaro nada
faz para atenuá-la.
Enquanto Jair Bolsonaro continuar no poder não existe a possibilidade de afastar o cenário
de Apocalipse no Brasil. Não existe a possibilidade de o governo Bolsonaro superar o
horror representado pela expansão do novo Coronavirus, evitar a escalada da morte da
população brasileira pelo novo Coronavirus, evitar a constante ameaça de implantação de
uma ditadura que pode levar à guerra civil no Brasil e evitar escalada vertiginosa da fome
no País. O Brasil está, portanto, diante da maior catástrofe humanitária de sua história
com os quatro cavaleiros do Apocalipse que estão a exigir do povo brasileiro a luta em
defesa da vida contra o novo Coronavirus, da democracia contra as ameaças ditatoriais
do governo Bolsonaro e da paz social no Brasil contra a guerra civil e contra a fome e a
miséria da população. O Brasil vive momentos decisivos de sua história. Está nas mãos
do povo brasileiro colocar um fim no Apocalipse que está em curso.
Vamos à luta cidadãos brasileiros, vamos batalhar juntos para mudar esta triste realidade
em que vivemos porque só assim faremos tremer os tiranos com seus projetos ditatoriais
e genocidas.
* Fernando Alcoforado, 81, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema
CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, engenheiro e doutor em Planejamento
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Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor
nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de
sistemas energéticos, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC-
O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil
(Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de
doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização
e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século
XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions
of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller
Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária
(Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do RioPardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável- Para o
progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do RioPardo,
São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV,
Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI
(Editora CRV, Curitiba, 2015), As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que Mudaram o
Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016), A Invenção de um novo Brasil (Editora CRV, Curitiba,
2017), Esquerda x Direita e a sua convergência (Associação Baiana de Imprensa, Salvador, 2018, em co-
autoria) e Como inventar o futuro para mudar o mundo (Editora CRV, Curitiba, 2019).