O autor reflete sobre sua visão otimista do futuro da humanidade, onde a paz prevalecerá através da poesia, música e afeto. Ele questiona se é ingênuo por acreditar que estas formas de arte podem silenciar guerras e curar mágoas, ou se os outros são cegos por não compartilharem sua visão.

1. Texto: Bem longe Autor: Luiz Gonzaga Pinheiro Música: Sessenta anos

2. As vezes fico pensando o quanto sou tolo.

3. Como ainda acredito que uma flor possa mudar o pensamento de alguém.

4. Que basta uma música suave para silenciar uma guerra.

5. Sonho com o dia em que um poema possa fechar uma veia.

6. E que um afago possa limpar uma mágoa.

7. Muitos lastimam minha ingenuidade e subestimam minha esperança.

8. Mas que fazer quando minha visão avança pelos séculos e vê a Terra como um lindo jardim?

9. Quando lá longe, bem longe, no berço dos séculos observo homens preocupados em fazer canções?

10. Quando extasiado vislumbro um poema em cada esquina?

11. Como agir se tenho a certeza íntima de que os campos de guerra desaparecerão?

12. Se qualquer fome será caçada como inimiga da paz?

13. Se as aflições de agora tecem o tapete por onde passará a justiça?

14. Serei ingênuo ou meus irmãos cegos?

15. Escrevo tolices ou a loucura mansa tomou conta dos meus sonhos?

16. Haverá como disfarçar essa certeza de não ter incertezas em minha vida?

17. Alguma doença enlaçou-me ou apenas me tornei poeta?

18. Formatação: o caçador de imagens