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Eduardo Lucas Andrade
*Discente da Faculdade Presidente Antônio Carlos - Bom Despacho
        *Estúdio Ato de Psicanálise - Bom Despacho
                dudupinta13@hotmail.com
 Um preço pelo Desejo deve ser pago.


 Se, tornar-se psicanalista é uma tarefa árdua, laboriosa e
  extensa, então, o que é que sustenta a formação do
  psicanalista?

 Hoje, na clínica mais voltada ao real e à distância do
  Desejo, o sujeito não mais nos traz a demanda e sim uma
  solução sobre o próprio corpo e repetições da vida que
  circulam o Desejo estrutural e afasta-o do Desejo ‘busca
  ativa’. A busca ativa e o preço pelo Desejo caem sobre o
  analista. O que fazer?
No texto freudiano de 1919, distorcido, ‘Sobre o ensino
 da psicanálise nas universidades’, é enfatizado o tripé
 da formação psicanalítica; base teórica, análise didática
 e supervisão. Escolas de psicanálise. Eu incluiria a esta
 lista o Desejo.

Desejo; núcleo do inconsciente teórico e prático da
 psicanálise.

O próprio Freud pagou tributos ao Desejo de instaurar
 a psicanálise no saber universal, nós só o seguimos.
Nascimento da psicanálise com sua primeva palavra
 teste o “Inconsciente”. O inconsciente freudiano
 diferencia-se dos demais absorvidos pela filosofia e
 poesia, ele não se restringe ao estado descritivo e
 semântico do termo, ou seja, não é apenas aquilo que
 não é ou está consciente, longe disto, o inconsciente
 freudiano, por assim dizer, é topográfico, sistemático
 e    dinâmico,     abordando     características    do
 funcionamento psíquico. O inconsciente freudiano
 perpassa o inconsciente filosófico e o inconsciente
 biológico, cujo corpo nada sabe.
As tópicas;
Princípios
Modelo pente
1º CS, PCS, ICS
2º ID, EGO E SUPEREGO
Pulsões, desejo, manifestações psíquicas (corpo, ato,
 palavras)
E tantos outros ...
O sujeito que Deseja ser analista deverá aprender a
 lidar com suas forças obscuras do inconsciente, por
 via da análise didática. Isto é; deverá ler o
 inconsciente, literalmente, tanto no texto freudiano
 quanto na sua atuação em análise. Um sujeito que
 entra na maré de ser psicanalista deverá ir com o
 bonde do Desejo. A análise didática além de mostrar a
 teoria na prática, possibilita o analista a elaborar suas
 questões psíquicas, ficando mais apto a escutar. Aqui
 o sujeito abre mão de desmedidas coisas para ser
 psicanalista.
Para abordar a supervisão lembrarei aqui de uma
 passagem no livro “A Interpretação dos Sonhos” no
 capítulo VII, sobre o sonho do filho que queimava. A
 supervisão é, metaforicamente dizendo; “Pai, não vês
 que estou queimando?” Para um analista não há
 espaço para narcisismo ou coisa do gênero, o seu
 lugar é sempre o de suposto saber que deverá ser
 atualizado constantemente. Este saber só se
 completará no laço transferencial onde fará par com o
 saber da história de vida do paciente.
A psicanálise trabalha com o Desejo, cujo material é
 inconsciente por excelência. O curso pulsa através do
 Desejo do próprio analista à espera do Desejo de seu
 paciente. Por isto que a psicanálise atrai a atenção de
 muitos, a curiosidade de outros e mesmo assim eles
 dizem não conseguir fazê-la. É além de difícil. É do
 campo do Desejo e a dificuldade ao qual se referem
 não passa de mera intelectualidade consciente. O
 Desejo é por natureza a condição inata da sustentação
 do analista enquanto o tripé citado por Freud é
 adquirido pelas manifestações deste Desejo. É o preço
 para sua sustentação.
 Para finalizar lembro-nos de “‘Gradiva’ de Jensen” texto de
  Freud datado em 1906. Gradiva ‘é a jovem que avança’, ou
  então ‘aquele que brilha ao avançar’. Gradiva, foi
  encontrada soterrada em Pompéia, mesmo assim,
  adormecida, permaneceu avançando com sua maneira
  sublime de caminhar, assim é nosso Desejo, mesmo
  soterrado nas profundezas do inconsciente nos faz seguir,
  buscar e até mesmo sermos psicanalistas. Por último e de
  maneira breve seguirei os passos de Freud e citarei Hamlet
  de Willian Shakespeare, que além de seguir seus próprios
  fantasmas nos deixa a dica “Presta ouvidos a muitos, tua
  voz a poucos. Acolhe a opinião de todos mais você decide.”
  (Hamlet, Cena III) Ser psicanalista é mesmo o seu Desejo?
 Para finalizar lembro-nos de “‘Gradiva’ de Jensen” texto de
  Freud datado em 1906. Gradiva ‘é a jovem que avança’, ou
  então ‘aquele que brilha ao avançar’. Gradiva, foi
  encontrada soterrada em Pompéia, mesmo assim,
  adormecida, permaneceu avançando com sua maneira
  sublime de caminhar, assim é nosso Desejo, mesmo
  soterrado nas profundezas do inconsciente nos faz seguir,
  buscar e até mesmo sermos psicanalistas. Por último e de
  maneira breve seguirei os passos de Freud e citarei Hamlet
  de Willian Shakespeare, que além de seguir seus próprios
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O desejo como sustentação na formação do

  • 1. Eduardo Lucas Andrade *Discente da Faculdade Presidente Antônio Carlos - Bom Despacho *Estúdio Ato de Psicanálise - Bom Despacho dudupinta13@hotmail.com
  • 2.  Um preço pelo Desejo deve ser pago.  Se, tornar-se psicanalista é uma tarefa árdua, laboriosa e extensa, então, o que é que sustenta a formação do psicanalista?  Hoje, na clínica mais voltada ao real e à distância do Desejo, o sujeito não mais nos traz a demanda e sim uma solução sobre o próprio corpo e repetições da vida que circulam o Desejo estrutural e afasta-o do Desejo ‘busca ativa’. A busca ativa e o preço pelo Desejo caem sobre o analista. O que fazer?
  • 3. No texto freudiano de 1919, distorcido, ‘Sobre o ensino da psicanálise nas universidades’, é enfatizado o tripé da formação psicanalítica; base teórica, análise didática e supervisão. Escolas de psicanálise. Eu incluiria a esta lista o Desejo. Desejo; núcleo do inconsciente teórico e prático da psicanálise. O próprio Freud pagou tributos ao Desejo de instaurar a psicanálise no saber universal, nós só o seguimos.
  • 4. Nascimento da psicanálise com sua primeva palavra teste o “Inconsciente”. O inconsciente freudiano diferencia-se dos demais absorvidos pela filosofia e poesia, ele não se restringe ao estado descritivo e semântico do termo, ou seja, não é apenas aquilo que não é ou está consciente, longe disto, o inconsciente freudiano, por assim dizer, é topográfico, sistemático e dinâmico, abordando características do funcionamento psíquico. O inconsciente freudiano perpassa o inconsciente filosófico e o inconsciente biológico, cujo corpo nada sabe.
  • 5. As tópicas; Princípios Modelo pente 1º CS, PCS, ICS 2º ID, EGO E SUPEREGO Pulsões, desejo, manifestações psíquicas (corpo, ato, palavras) E tantos outros ...
  • 6. O sujeito que Deseja ser analista deverá aprender a lidar com suas forças obscuras do inconsciente, por via da análise didática. Isto é; deverá ler o inconsciente, literalmente, tanto no texto freudiano quanto na sua atuação em análise. Um sujeito que entra na maré de ser psicanalista deverá ir com o bonde do Desejo. A análise didática além de mostrar a teoria na prática, possibilita o analista a elaborar suas questões psíquicas, ficando mais apto a escutar. Aqui o sujeito abre mão de desmedidas coisas para ser psicanalista.
  • 7. Para abordar a supervisão lembrarei aqui de uma passagem no livro “A Interpretação dos Sonhos” no capítulo VII, sobre o sonho do filho que queimava. A supervisão é, metaforicamente dizendo; “Pai, não vês que estou queimando?” Para um analista não há espaço para narcisismo ou coisa do gênero, o seu lugar é sempre o de suposto saber que deverá ser atualizado constantemente. Este saber só se completará no laço transferencial onde fará par com o saber da história de vida do paciente.
  • 8. A psicanálise trabalha com o Desejo, cujo material é inconsciente por excelência. O curso pulsa através do Desejo do próprio analista à espera do Desejo de seu paciente. Por isto que a psicanálise atrai a atenção de muitos, a curiosidade de outros e mesmo assim eles dizem não conseguir fazê-la. É além de difícil. É do campo do Desejo e a dificuldade ao qual se referem não passa de mera intelectualidade consciente. O Desejo é por natureza a condição inata da sustentação do analista enquanto o tripé citado por Freud é adquirido pelas manifestações deste Desejo. É o preço para sua sustentação.
  • 9.  Para finalizar lembro-nos de “‘Gradiva’ de Jensen” texto de Freud datado em 1906. Gradiva ‘é a jovem que avança’, ou então ‘aquele que brilha ao avançar’. Gradiva, foi encontrada soterrada em Pompéia, mesmo assim, adormecida, permaneceu avançando com sua maneira sublime de caminhar, assim é nosso Desejo, mesmo soterrado nas profundezas do inconsciente nos faz seguir, buscar e até mesmo sermos psicanalistas. Por último e de maneira breve seguirei os passos de Freud e citarei Hamlet de Willian Shakespeare, que além de seguir seus próprios fantasmas nos deixa a dica “Presta ouvidos a muitos, tua voz a poucos. Acolhe a opinião de todos mais você decide.” (Hamlet, Cena III) Ser psicanalista é mesmo o seu Desejo?
  • 10.  Para finalizar lembro-nos de “‘Gradiva’ de Jensen” texto de Freud datado em 1906. Gradiva ‘é a jovem que avança’, ou então ‘aquele que brilha ao avançar’. Gradiva, foi encontrada soterrada em Pompéia, mesmo assim, adormecida, permaneceu avançando com sua maneira sublime de caminhar, assim é nosso Desejo, mesmo soterrado nas profundezas do inconsciente nos faz seguir, buscar e até mesmo sermos psicanalistas. Por último e de maneira breve seguirei os passos de Freud e citarei Hamlet de Willian Shakespeare, que além de seguir seus próprios fantasmas nos deixa a dica “Presta ouvidos a muitos, tua voz a poucos. Acolhe a opinião de todos mais você decide.” (Hamlet, Cena III) Ser psicanalista é mesmo o seu Desejo?