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O SONHAR ACORDADO E O DESEJO NA CIVILIZAÇÃO




 
     Eduardo Lucas Andrade é escritor, palestrante e aluno de psicologia na 
    Faculdade Presidente Antônio Carlos; e de psicanálise no Estúdio Ato de 
       Psicanálise (Bom Despacho). E-mail:  dudupinta13@hotmail.com
APOIOS:
                                    FAMILIARES E AMIGOS




   COORDENAÇÃO DO CURSO DE
PSICOLOGIA UNIPAC: ELIANE PIMENTA
Projeto de psicanálise
       A psicanálise surgiu de estudos metapsicológicos,
        isto é de estudos clínicos, sobre bases científicas e
        filosóficas. Porém, antes de sua instauração no
        saber universal, Freud perpassou estudos
        designados por pré psicanalíticos que nortearam
        sua a posteriori tragetória. De Charcot na França
        com a hipnose da Salpêtrière, à Breuer com a
        ‘limpeza de chaminé’ e ‘Talking Cure’, à psicanálise
        de Freud. A psicanálise não parou por aí, pulsa até
        hoje. Com Freud ela foi construida, por isto temos a
        obra freudiana, obra remete-nos a pensarmos em
        construção.

       Vimos o nascer de um projeto; e hoje, temos algum
                        projeto de vida?
O Sonho e a psicanálise
   Em 1899 Freud terminava seu artigo
    inaugural da psicanálise. Nascia após
    um difícil parto ‘A psicanálise’, que
    sobre a sua primeva palavra teste ‘O
    inconsciente’, originou ‘A interpretação
    dos sonhos’, publicada em 1900, para
    simbolizar o início de uma nova era. É lá
    também que jaz registrado o Desejo,
    além dos processos oníricos e
    interpretação, arte psicanalítca.
O SONHAR ACORDADO
   Nesta cultura do imediatismo, para onde está indo o
                         Sonhar?

       Sonhos nascem do Desejo e Desejar demanda
         tempo, o tempo do inconsciente atemporal.

   Sabe-se através de Freud que o sonho é a
    realização alucinada de um Desejo, nesta lógica o
    sonhar acordado seria as fantasias do neurótico
    para o agora, e ou a ilusão referente a seu futuro. A
    esperança do encontro com o Desejo, digamos
    assim.
Ainda sonhando acordado ...
    Dizer de ‘sonhar acordado’, pode nos remeter a
     pensarmos nos psicóticos, que atuando sobre os
     processos psíquicos do inconsciente, atua, como no
     sonho, dramatizando-se.

     Pergunto-lhes: Será que sonhar acordado é ser louco?
     Ou apenas estranho; no sentido freudiano do termo?

    O sonho oriundo do Desejo é íntimo do sujeito, sua
     posição no mundo também, logo, deve-se interpretar o
     sonhar acordado, que dita além da pulsão de vida (Eros)
     o pulsar do Desejo e o comprometimento do sujeito
     consigo mesmo. O sonho permanece sendo a estrada
     real para o inconsciente.
O estranho na cultura
   O estranho é íntimo daquilo que é humano,
    é tão íntimo que nos foi afastado da
    consciência rumo à nossa verdade, tornou-
    se então desconhecido, ainda que familiar.
    O estranho é diferente, e o diferente
    permite ser olhado. O alvo dos olhares é
    destaque e destacar é separar. Sonhar
    acordado é afastar-se, é ir ao encontro
    consigo mesmo, como forma narcísica de
    se posicionar e tentar pulsar a vida sobre
    exigências do Desejo.
Sonhos e patologias
            contemporâneas
   Por patológico entende-se aquilo que traz prejuízos
    ao sujeito em sua estratégia de vida.

   Na atual civilização predominam patologias de
    pouca simbolização, tais como, diversificação
    depressiva,     manisfestações      corpóreas da
    psicosomática, tóxicos, dentre outras.

   Ausência de representantes e tênue contato com o
    Desejo, além do excluso discurso, caracterizam
    nossa contemporânea civilização.

   Saídas para os materiais psíquicos: Palavras, corpo
    e atos.
O DESEJO NA CIVILIZAÇÃO
 “ ‘Gradiva’ de Jensen ”
 texto de Freud datado
    em 1906, smile da
represão e metáfora do
         Desejo.
O Desejo
   Lembro-nos de “‘Gradiva’ de Jensen” texto de Freud
    datado em 1906. Gradiva ‘é a jovem que avança’, ou
    então ‘aquele que brilha ao avançar’. Gradiva, foi
    encontrada soterrada em Pompéia, mesmo assim,
    adormecida, permaneceu avançando com sua
    maneira sublime de caminhar, assim é nosso
    Desejo, mesmo soterrado nas profundezas do
    inconsciente nos faz seguir, buscar e até mesmo
    estarmos aqui. De maneira breve seguirei os passos
    de Freud e citarei Hamlet de Willian Shakespeare,
    que além de seguir seus próprios fantasmas nos
    deixa a dica “Presta ouvidos a muitos, tua voz a
    poucos. Acolhe a opinião de todos mais você
    decide.” (Hamlet, Cena III) Estar aqui era mesmo o
    seu Desejo?
O civilizar-se
   O Desejo promove o encontro, devido a encontros
    provocados que geraram desencontros. O encontro
    de Desejos provocam desencontros.

   O Desejo morador fiel do inconsciente e do princípio
    de prazer, encontra barreiras que o reprime,
    circunscrevendo-o como estrutural no sujeito e
    como bussúla da vida.

   O princípio de realidade traz consigo ancoragens
    civilizatórias que cobram um preço para o Desejar.
Um mundo além do princípio de
            constância
    Entende-se o aparelho psíquico pelos seus
     princípios e nunca pelo seu fim. O princípio
     ordenante é o de prazer que sustenta-se
     sobre o princípio de constância, enveredando
     ao princípio de realidade. Buscamos expelir o
     desprazer e acessar ao prazer, gastando o
     menor Quantum de energia possível. Eis, o
     moderno mundo de encontros que traz o real
     ao espaço que era da representação, das
     ideias e da narrativa, espaço sustentado hoje
     pelo jogo de imagens, corpo, e ilusões
     envolventes. A prequiça move o mundo e
     promove a mesmice de ser, e o projeto?
A compulsão à repetição e a
         mesmice de ser
   A compulsão à repetição é a plataforma do
    princípio de prazer que caracteriza a atual
    civilização. Na clínica esta compulsão é
    apoiada pelo Desejo e no social por uma
    pulsão de morte, Tânatos. Eis, a função do
    discurso. Tendemos a repetir, mas nunca o
    mesmo e sim redemoinhos sobre o Desejo,
    que na falta da busca pelo Desejo, faz com
    que inventamos o novo, e quando este novo
    irá tornar-se velho, nasce um novo ‘novo’.
    S.O.S. Psicanálise; Recordar, repetir e
    elaborar faz-se necessário em um pulsar
    terminável e interminável.
O mal estar na civilização
   O mal estar na civilização é o ponto de angústia dos
    relacionamentos humanos.

   ‘O mal estar da civilização’, menção ao texto freudiano de
    1930, continua atual. Seguimos com nossas medidas
    paliativas, construções auxiliares para nossas buscas
    angustiantes, sentimentos oceânicos e com a tentativa de
    ordem que é de outra ordem.

   Busca da felicidade propaga arranjos psíquico de prazer
    e de sofrimento. O corpo, o mundo externo e as relações
    com outras pessoas são fontes do nascente sofrimento.
    Destes três só não conseguimos fugir de nós mesmo. Eis
    aí a psicanálise como saída para o sujeito e como a ética
    para nosso tempo.
O Desejo na civilização
       DESEJO – PREÇO PELO DESEJO

       ÉTICA SUSTENTADA NO DESEJO –
           ÉTICA PARA NOSSO TEMPO

   DESEJO COMO O NADA E O OUTRO

             DESEJO + CIVILIZAÇÃO=
                  PSICANÁLISE
“Torna-se um louco ; alguém que, a maioria das
 vezes, não encontra ninguém para ajudá-lo a
tornar real o seu delírio.” Sigmund Freud, 1930

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O Desejo na civilização: sonhar acordado e o mal-estar contemporâneo

  • 1. O SONHAR ACORDADO E O DESEJO NA CIVILIZAÇÃO   Eduardo Lucas Andrade é escritor, palestrante e aluno de psicologia na  Faculdade Presidente Antônio Carlos; e de psicanálise no Estúdio Ato de  Psicanálise (Bom Despacho). E-mail:  dudupinta13@hotmail.com
  • 2. APOIOS: FAMILIARES E AMIGOS COORDENAÇÃO DO CURSO DE PSICOLOGIA UNIPAC: ELIANE PIMENTA
  • 3. Projeto de psicanálise  A psicanálise surgiu de estudos metapsicológicos, isto é de estudos clínicos, sobre bases científicas e filosóficas. Porém, antes de sua instauração no saber universal, Freud perpassou estudos designados por pré psicanalíticos que nortearam sua a posteriori tragetória. De Charcot na França com a hipnose da Salpêtrière, à Breuer com a ‘limpeza de chaminé’ e ‘Talking Cure’, à psicanálise de Freud. A psicanálise não parou por aí, pulsa até hoje. Com Freud ela foi construida, por isto temos a obra freudiana, obra remete-nos a pensarmos em construção.  Vimos o nascer de um projeto; e hoje, temos algum projeto de vida?
  • 4. O Sonho e a psicanálise  Em 1899 Freud terminava seu artigo inaugural da psicanálise. Nascia após um difícil parto ‘A psicanálise’, que sobre a sua primeva palavra teste ‘O inconsciente’, originou ‘A interpretação dos sonhos’, publicada em 1900, para simbolizar o início de uma nova era. É lá também que jaz registrado o Desejo, além dos processos oníricos e interpretação, arte psicanalítca.
  • 5. O SONHAR ACORDADO  Nesta cultura do imediatismo, para onde está indo o Sonhar?  Sonhos nascem do Desejo e Desejar demanda tempo, o tempo do inconsciente atemporal.  Sabe-se através de Freud que o sonho é a realização alucinada de um Desejo, nesta lógica o sonhar acordado seria as fantasias do neurótico para o agora, e ou a ilusão referente a seu futuro. A esperança do encontro com o Desejo, digamos assim.
  • 6. Ainda sonhando acordado ...  Dizer de ‘sonhar acordado’, pode nos remeter a pensarmos nos psicóticos, que atuando sobre os processos psíquicos do inconsciente, atua, como no sonho, dramatizando-se.  Pergunto-lhes: Será que sonhar acordado é ser louco? Ou apenas estranho; no sentido freudiano do termo?  O sonho oriundo do Desejo é íntimo do sujeito, sua posição no mundo também, logo, deve-se interpretar o sonhar acordado, que dita além da pulsão de vida (Eros) o pulsar do Desejo e o comprometimento do sujeito consigo mesmo. O sonho permanece sendo a estrada real para o inconsciente.
  • 7. O estranho na cultura  O estranho é íntimo daquilo que é humano, é tão íntimo que nos foi afastado da consciência rumo à nossa verdade, tornou- se então desconhecido, ainda que familiar. O estranho é diferente, e o diferente permite ser olhado. O alvo dos olhares é destaque e destacar é separar. Sonhar acordado é afastar-se, é ir ao encontro consigo mesmo, como forma narcísica de se posicionar e tentar pulsar a vida sobre exigências do Desejo.
  • 8. Sonhos e patologias contemporâneas  Por patológico entende-se aquilo que traz prejuízos ao sujeito em sua estratégia de vida.  Na atual civilização predominam patologias de pouca simbolização, tais como, diversificação depressiva, manisfestações corpóreas da psicosomática, tóxicos, dentre outras.  Ausência de representantes e tênue contato com o Desejo, além do excluso discurso, caracterizam nossa contemporânea civilização.  Saídas para os materiais psíquicos: Palavras, corpo e atos.
  • 9. O DESEJO NA CIVILIZAÇÃO “ ‘Gradiva’ de Jensen ” texto de Freud datado em 1906, smile da represão e metáfora do Desejo.
  • 10. O Desejo  Lembro-nos de “‘Gradiva’ de Jensen” texto de Freud datado em 1906. Gradiva ‘é a jovem que avança’, ou então ‘aquele que brilha ao avançar’. Gradiva, foi encontrada soterrada em Pompéia, mesmo assim, adormecida, permaneceu avançando com sua maneira sublime de caminhar, assim é nosso Desejo, mesmo soterrado nas profundezas do inconsciente nos faz seguir, buscar e até mesmo estarmos aqui. De maneira breve seguirei os passos de Freud e citarei Hamlet de Willian Shakespeare, que além de seguir seus próprios fantasmas nos deixa a dica “Presta ouvidos a muitos, tua voz a poucos. Acolhe a opinião de todos mais você decide.” (Hamlet, Cena III) Estar aqui era mesmo o seu Desejo?
  • 11. O civilizar-se  O Desejo promove o encontro, devido a encontros provocados que geraram desencontros. O encontro de Desejos provocam desencontros.  O Desejo morador fiel do inconsciente e do princípio de prazer, encontra barreiras que o reprime, circunscrevendo-o como estrutural no sujeito e como bussúla da vida.  O princípio de realidade traz consigo ancoragens civilizatórias que cobram um preço para o Desejar.
  • 12. Um mundo além do princípio de constância  Entende-se o aparelho psíquico pelos seus princípios e nunca pelo seu fim. O princípio ordenante é o de prazer que sustenta-se sobre o princípio de constância, enveredando ao princípio de realidade. Buscamos expelir o desprazer e acessar ao prazer, gastando o menor Quantum de energia possível. Eis, o moderno mundo de encontros que traz o real ao espaço que era da representação, das ideias e da narrativa, espaço sustentado hoje pelo jogo de imagens, corpo, e ilusões envolventes. A prequiça move o mundo e promove a mesmice de ser, e o projeto?
  • 13. A compulsão à repetição e a mesmice de ser  A compulsão à repetição é a plataforma do princípio de prazer que caracteriza a atual civilização. Na clínica esta compulsão é apoiada pelo Desejo e no social por uma pulsão de morte, Tânatos. Eis, a função do discurso. Tendemos a repetir, mas nunca o mesmo e sim redemoinhos sobre o Desejo, que na falta da busca pelo Desejo, faz com que inventamos o novo, e quando este novo irá tornar-se velho, nasce um novo ‘novo’. S.O.S. Psicanálise; Recordar, repetir e elaborar faz-se necessário em um pulsar terminável e interminável.
  • 14. O mal estar na civilização  O mal estar na civilização é o ponto de angústia dos relacionamentos humanos.  ‘O mal estar da civilização’, menção ao texto freudiano de 1930, continua atual. Seguimos com nossas medidas paliativas, construções auxiliares para nossas buscas angustiantes, sentimentos oceânicos e com a tentativa de ordem que é de outra ordem.  Busca da felicidade propaga arranjos psíquico de prazer e de sofrimento. O corpo, o mundo externo e as relações com outras pessoas são fontes do nascente sofrimento. Destes três só não conseguimos fugir de nós mesmo. Eis aí a psicanálise como saída para o sujeito e como a ética para nosso tempo.
  • 15. O Desejo na civilização  DESEJO – PREÇO PELO DESEJO  ÉTICA SUSTENTADA NO DESEJO – ÉTICA PARA NOSSO TEMPO  DESEJO COMO O NADA E O OUTRO  DESEJO + CIVILIZAÇÃO= PSICANÁLISE
  • 16. “Torna-se um louco ; alguém que, a maioria das vezes, não encontra ninguém para ajudá-lo a tornar real o seu delírio.” Sigmund Freud, 1930 OBRIGADO !!!