1. INTRODUÇÃO
O título deste livro é tomado por empréstimo do profeta Daniel, que
usa esta frase uma meia dúzia de vezes, "sempre com sentido
escatológico", como declara o eminente teólogo britânico R. H. Charles.
Os escritores adventistas têm entendido que ele significa um período
definidor que começa no tempo da Revolução Francesa. (ver E.G. White,
GC., p. 356).
Desde a publicação da minha obra sobre o livro de Daniel [The
Greatest of the Prophets, Pacific Press, 1955] houve unta crescente
convicção de que algumas partes dos capítulos 13 e 17 de Apocalipse
devem receber mais atenção e estudo à luz dos acontecimentos mundiais.
A aceitação crescente da filosofia evolucionista, torna a cada ano que
passa, mais oportuno fazer-se uma conclamação à adoração dAquele que
criou todas as coisas, e ainda faz com que o sábado seja cada vez mais
oportuno e importante, visto que ele é o memorial oficial e indicativo da
maneira exata de como se realizou a criação original. A afirmação em
GC., p. 573,* de que a falsa ciência dos nossos dias provar-se-á ser o
maior fato no preparo do caminho para a aceitação do romanismo – em
outras palavras, que essa falsa ciência ajudará na ereção da imagem da
besta – chama-nos em altos brados para reexaminarmos algumas
profecias referentes a este assunto, a fim de estarmos aptos para
proclamarmos ao mundo uma montagem mais consistente e oportuna.
Espera-se que as páginas que se seguem auxiliem no reestudo
destes assuntos.
Em alguns lugares tenho usado o princípio da dupla aplicação de
algumas das profecias simbólicas. Possivelmente alguns pensarão que
este princípio é sempre aplicável. Se alguns assim pensam, não participo
deste ponto de vista, porque há muitas ocasiões em que tal interpretação
*
Nota: A citação é: "Nesta geração muitos há cujos olhos se tornam ofuscados pelo resplendor das
especulações humanas - da "falsamente chamada ciência"; não percebem a rede e nela caem tão
facilmente como se estivessem de olhos vendados" – GC 573
2. Introdução 2
se torna inviável. Ele é, no entanto, em alguns casos, um princípio
verdadeiro, e creio que o leitor também o achará útil em um ou dois,
onde fiz uso frete.
Para ilustrar, as predições de Cristo no Seu sermão profético do
Olivete (Mat. 24; Mar. 13; Luc. 21), cumpriram-se parcial e tipicamente,
primeiro com os eventos relacionados com a queda de Jerusalém e a
extinção da nação judaica; porém em sentido mais amplo estas profecias
se referem ao fim do mundo. "A profecia que Ele proferiu era dupla em
seu sentido: ao mesmo tempo em que prefigurava a destruição de
Jerusalém, representava igualmente os terrores do último grande dia".
(GC 23). E ainda: "A profecia do Salvador relativa aos juízos que
deveriam cair sobre Jerusalém há de ter outro cumprimento, do qual
aquela terrível desolação não foi senão tênue sombra". (Idem p. 36)
Da mesma autora temos também: "Por misericórdia com eles [os
discípulos], Jesus misturou a descrição das duas grandes crises, deixando
aos discípulos o procurar por si mesmos a significação". (DTN 628)
Nestes casos ao menos, o princípio da dupla aplicação na
interpretação da profecia é perfeitamente legitimo. Nas páginas seguintes
apliquei-o em um ou dois casos e os resultados parecem inteiramente
justificáveis, dando-nos uma maior compreensão das condições atuais.
Por exemplo, em acréscimo à interpretação da ferida mortal (Apoc,
13:3) que é perfeitamente verdadeira e adequada para o seu tempo, um
aspecto ampliado que agora se percebe em todo mundo, provê uma
aplicação maravilhosamente viável, e convincente nesta última parte do
século XX. Tratamento similar auxilia grandemente na compreensão do
assunto do animal com dois chifres.