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Controlo de
Pragas
RESENDE, 30 de Janeiro 2017
Prof. Pedro Eira
Trabalho realizado por:
Emanuel Loureiro, nº 6
Daniel Malheiro, nº 7
Inês Águas, nº 9
Pedro Alexandre, nº 16
Observações:
Índice
Slide 2) O que é uma praga? ........................................................................................................................4
Slide 4) Tipos de pragas ................................................................................................................................5
Pragas urbanas............................................................................................................................................5
O exemplo dos roedores.........................................................................................................................5
Pragas infeciosas ........................................................................................................................................6
O exemplo da malaria .............................................................................................................................6
Pragas agrícolas..........................................................................................................................................6
Exemplo da Filoxera ................................................................................................................................7
Pragas dos órgãos reprodutivos ...............................................................................................................7
O exemplo da Cigarrinha-verde.............................................................................................................7
Pragas dos grãos.........................................................................................................................................8
O exemplo da traça .................................................................................................................................8
Slide 5) Equilíbrio Dinâmico/Ausência do equilíbrio dinâmico.................................................................8
Slide 6) Meios que podem ser utilizados para protegem as culturas .....................................................8
Slide 8) Luta química ..................................................................................................................................9
Slide 9) Pesticidas ...................................................................................................................................9
Slide 14) Luta biológica ........................................................................................................................... 11
Slide 15) Recurso a organismos auxiliares; ..................................................................................... 12
Slide 16) Feromonas ............................................................................................................................ 12
Slide 18) Esterilização de machos ..................................................................................................... 12
Slide 20) Bio pesticidas........................................................................................................................ 13
Slide 22) Luta integrada .............................................................................................................................. 13
Slide 25) Engenharia Genética .................................................................................................................. 14
Transgenia e organismos geneticamente modificados...................................................................... 14
Aplicações da engenharia genética....................................................................................................... 14
Slide 2) O que é uma praga?
Conhece-se pelo nome de praga a irrupção súbita e multitudinária de insetos, animais ou
outros organismos de uma mesma espécie que provoca diversos tipos de prejuízos. O conceito,
porém, pode ser entendido de diferentes maneiras.
A aranha vermelha, a formiga e o pulgão são algumas das pragas que podem afetar as
plantas. Quando registadas a grande escala e afetam cultivos, este tipo de praga pode destruir
colheitas inteiras e impedir o normal desenvolvimento da agricultura. Para evitar que uma praga
afete uma planta, é necessário recorrer a inseticidas, que são substâncias que afastam ou eliminam
as espécies integrantes da praga.
Também se pode chamar praga ao avanço de uma doença, numa determinada região. Uma
bactéria ou um vírus que infetam um número cada vez maior de pessoas numa cidade ou num país
podem provocar uma praga. É possível ler, neste sentido, que a Europa sofreu no século XIV as
consequências da praga negra (ou peste negra). Em alguns âmbitos, até se chega a falar de praga
humana em referência às consequências negativas da superpopulação no planeta. A quantidade
de pessoas, vinculada às tendências de consumo, fazem que o ser humano aja como uma praga
e provoque danos sérios para o Ambiente.
Qualquer ser vivo está à mercê das agressões provocadas por outros seres vivos e as
plantas não são a exceção. Estas encontram-se sujeitas ao parasitismo de outras plantas, animais,
fungos e bactérias; á competição de plantas infestantes e á destruição das suas partes por parte
de animais que delas se alimentam.
Para que nenhuma destas situações cause grandes danos numa produção é necessário que
haja um controlo das diferentes pragas.
Praga biológica é toda e qualquer população de um ser vivo que cresce de forma exagerada.
Esse desenvolvimento exagerado da população pode causar consequências graves, no caso de
uma plantação a praga biológica pode acarretar em devastação total, pode causar doenças
patogênicas, destruir madeiras e produtos têxteis. Essas pragas acarretam por ano em média de
1,2 triliões de euros de prejuízos mundiais (cerca de 35% da produção mundial e 5% da economia
mundial).
Para este controlo podem utilizar-se diversas técnicas, separadamente ou combinadas, tais
como práticas culturais (rotação de culturas, utilização de variedades mais resistentes ou criação
de plantas transgénicas mais resistentes); controlo biológico (introdução de seres vivos que não
prejudiquem a planta, mas que destruam os que a prejudicam) e métodos químicos – utilização de
agentes biocidas (raticidas, fungicidas, herbicidas…) que destruam os agentes invasores. O
controlo de pragas deve passar por diferentes práticas combinadas e o recurso a agentes biocidas
deve ser pensado sempre um último recurso, pois nunca é indiferente para a planta e ambiente.
Regra geral nos Ecossistemas em equilíbrio são Ecossistemas naturais (elevada
biodiversidade) de Sistemas agrícolas de policulturas e onde Espécies nocivas para o Homem são
controladas pelos seus predadores naturais. Quando se da Ausência de equilíbrio em regra
devesse a Ausência de biodiversidade em Sistemas agrícolas de monoculturas a Pouca
biodiversidade limita as interações com predadores ou outras espécies controladoras das pragas.
Slide 4) Tipos de pragas
Pragas urbanas
Pragas urbanas são insetos e animais que invadem o ambiente urbano. Essas pragas vão
ao ambiente urbano em busca de alimento e abrigo, onde se reproduzem no inverno e os filhos
nascem no verão. Essas pragas ocorrem quando há a sua disposição uma farta quantidade de
alimentos e falta de predadores. Temos como pragas urbanas, formigas, baratas, roedores,
moscas, mosquitos, carrapatos, pombos, escorpiões, etc.
Na natureza essas pragas são mais fáceis de se controlar, pois há um equilíbrio natural,
já na cidade não há quantidade suficiente de predadores para acabar com essas pragas. Devido a
expansão de construções obrigam esses seres a procurarem abrigo.
O exemplo dos roedores
Os ratos têm hábitos noturnos, expondo-se à luz do dia somente quando sua população
aumenta muito e há insuficiência de alimento. Na falta de alimento, possui mecanismos que limitam
a população: baixa da fertilidade e fecundidade das fêmeas, supressão de cios, canibalismo, dentre
outros. O canibalismo é uma prática comum numa colônia de ratos, ocorrendo com o intuito de
eliminar ratos doentes ou machucados ou mesmo filhotes de outras colônias. Assim, os ratos não
admitem que outro penetre seu território, combatendo-o de forma feroz.
Seus órgãos sensoriais são bastante desenvolvidos, porém, enxergam mal, não percebem
cores, apenas variações entre claro e escuro. São onívoros com preferência por alimentos
gordurosos, consumindo por volta de 20 a 30 g/dia e bebem de 15 a 30 ml de água por dia. Além
de ágeis, são ótimos nadadores, permanecendo bom tempo submerso. Geralmente, habita terrenos
sujos e abandonados, redes de esgoto, margens de córregos, depósitos de lixo e afins, ou ainda
tocas e buracos no solo.
Pragas infeciosas
Temos também pragas que causam danos patogênicos aos humanos. As
grandes epidemias também são causadas por pragas biológicas como parasitas, vírus, bactérias,
fungos e protozoários. Essas pragas podem causar diversas doenças como: dengue, febre-
amarela, salmonela, toxoplasmose, peste bubônica, dermatites, viroses, sarna, micose, malaria.
No cachorro, por exemplo, quando é picado por carraças que depositam protozoários
patogênicos que migram para a corrente sanguínea indo diretamente atacar hemácias.
O exemplo da malaria
Malária, também chamada paludismo, impaludismo ou maleita, é uma doença
infeciosa transmitida por mosquitos e provocada por protozoários parasitários do género
plasmódio. A doença é geralmente transmitida através da picada de uma fêmea infetada do
mosquito Anófeles, a qual introduz no sistema circulatório do hospedeiro os microrganismos
presentes na sua saliva, os quais se depositam no fígado, onde maturam e se reproduzem. A
malária manifesta-se através de sintomas como febre e dores de cabeça, que em casos graves
podem progredir para coma ou morte. A doença encontra-se disseminada em
regiões tropicais e subtropicais ao longo de uma larga faixa em redor do equador, englobando
grande parte da África subsariana, Ásia e América.
Pragas agrícolas
Geralmente o termo na agricultura é aplicado a animais e insetos, mas também podemos
dizer que ervas daninhas também são pragas agrícolas. Ervas daninhas são invasoras e
prejudiciais ao ambiente em que se encontram. Temos vários exemplos de pragas agrícolas
como: gafanhotos em sua migração que devastam produções agrícolas, no caso das acácias e
eucaliptos por se devolverem com muita facilidade faz com que não deixe que outras espécies de
árvores se desenvolvam no local.
As pragas agrícolas podem dividir se em:
 Pragas subterrâneas: São as pragas que atacam as raízes, sementes.
 Pragas das folhas: São as pragas que atacam as folhas, sugando a seiva e
injetando microrganismos prejudiciais a planta causando doenças. Outras pragas
consomem o limpo fazendo com que diminua a área fotossintética. ( pulgões, cigarrinha
verde, moscas-brancas, etc.)
Exemplo da Filoxera
Filoxera é o nome comum do hemíptero da família Phylloxeridae da espécie Daktulosphaira
vitifoliae (Fitch, 1854), por vezes designada pelo seu sinónimo taxonómico Phylloxera vastatrix
(Planchon, 1868). A partir da última metade do século XIX, a filoxera constituiu-se como a praga
mais devastadora da viticultura mundial, alterando profundamente a distribuição geográfica da
produção vinícola e provocando uma crise global na produção e comércio dos vinhos. O vocábulo
filoxera é usado para designar o inseto e a doença que é causada com a infestação. De origem
norte-americana, a filoxera está hoje presente em todos os continentes, sendo um dos exemplos
mais marcantes do efeito humano sobre a dispersão das espécies.
A filoxera é um minúsculo inseto (0,3 a 3 mm de comprimento nos seus diversos estádios de
desenvolvimento) sugador de seiva, aparentado com os pulgões, com um ciclo de vida muito
complexo e totalmente dependente da vinha, única planta em que pode desenvolver-se. No seu
ciclo de vida, assume as seguintes formas:
Formas partenogéneses, fêmeas capazes de se reproduzir sem necessidade de fertilização,
ápteras (sem asas), com cores que vão do amarelado ao castanho-escuro, com dimensões entre
0,3 e 1,4 mm, assumindo formas distintas consoante a parte da planta que atacam: formas
galícolas, vivendo nas folhas e formando galhas esverdeadas na sua página inferior (parte da folha
voltada para o solo); formas radícolas, vivendo nas raízes, onde também forma galhas de forma
nodular ou tuberosidades alongadas, de cor castanho-escuro. Algumas destas fêmeas
desenvolvem asas, abandonam o solo e vão depositar ovos sobre as folhas.
A distribuição geográfica desta espécie está hoje expandida a quase todas as zonas
produtoras de vinho, com pequenas zonas indemnes por serem vinhas cultivadas sobre areias. A
exceção mais significativa é o Chile onde a praga ainda não se instalou.
Pragas dos órgãos reprodutivos
Essas pragas atacam flores, frutos, vagens, e grãos. (Percevejo, Lagartos, Tripes, e etc.)
O exemplo da Cigarrinha-verde
Trata-se de um pequeno inseto de coloração verde.
O adulto mede aproximadamente 3 mm. Adultos e formas jovens localizam-se sempre na
face inferior das folhas, onde se alimentam. As fêmeas depositam seus ovos ao longo das
nervuras, dando preferência à nervura central. Uma das características desse inseto é a forma
peculiar de caminhar sempre de lado.
Esse inseto é uma das principais pragas do feijão-caupi no Região Nordeste, especialmente
durante os meses mais quentes e secos.
O ataque dessa praga provoca enfezamento nas plantas, que ficam com as folhas novas
enroladas ou arqueadas. Tais sintomas são provocados pela introdução de substâncias tóxicas
na planta, durante a alimentação dos insetos. Os maiores danos são causados quando a
incidência do inseto se dá no período próximo ao florescimento e continua até a formação dos
grãos.
Pragas dos grãos
Essas pragas atacam geralmente os grãos que estão armazenados. Esse tipo de praga
recebe o nome de infestação cruzada. Essas pragas podem atacar grãos sadios podem ser
atacados se não for tomada medidas preventivas. Então podemos concluir que contaminação pode
ocorrer no armazém ou no campo. (Caruncho-do-feijão, Traça)
O exemplo da traça
As mariposas ou traças são insetos lepidópteros da divisão dos heteróceros, que reúne
espécies de voo noturno, com antenas filiformes ou pectinadas. Em algumas regiões, os espécimes
de maior tamanho e de coloração escura são chamados de bruxas.~
Slide 5) Equilíbrio Dinâmico/Ausência do equilíbrio dinâmico
- Nos ecossistemas naturais e agro-sistemas da policultura, as populações de espécies
consideradas como pragas encontram-se em equilíbrio dinâmico com as populações de
predadores e espécies patogénicas.
- Os danos que causam a estes sistemas não são muitos graves.
- Em agro-sistemas de nomenclatura, a falta de biodiversidade limita as interações entre
populações e as pragas tornam-se um problema grave que é tradicionalmente combatido
pela aplicação de agentes biocidas.
Slide 6) Meios que podem ser utilizados para protegem as
culturas
Para o controlo de pragas podem ser utilizados vários meios.
Os meios podem ir de uso de químicos (medicamentos), desinfeções e limpeza profunda no
caso das pragas urbanas e infeciosas.
No caso das pragas agrícolas pode ser efetuada uma luta química, biológica, integrada ou
criação de plantas resistentes através do controle genético.
A presença de pragas nos locais traz desconforto, doenças e prejuízos materiais. O
controlo de pragas periódico restabelece o local à sua normalidade, deixando que as pessoas
desfrutem de todos os benefícios dos locais ou que empresas trabalhem de forma segura e
produtiva.
Slide 8) Luta química
Slide 9) Pesticidas
Os pesticidas são todas as substâncias ou misturas que têm, como objetivo, impedir,
destruir, repelir ou mitigar qualquer praga. Um pesticida pode ser uma substância química ou um
agente biológico (tal como um vírus ou bactéria) que é lançado de encontro às pragas que
estiverem destruindo uma plantação, disseminando doenças, incomodando pessoas etc. É
utilizada em diversas formas de seres vivos, tais como: insetos, erva
daninha, pássaros, mamíferos, peixes, nematelmintes e micróbios. Não são
necessariamente venenos, porém, quase sempre, são tóxicos ao ser humano.
Um pesticida, é um produto químico utilizado no controlo de pragas ou até mesmo como
reguladores do crescimento.
Principais pesticidas
 Herbicidas – matam as plantas infestantes (seletivos ou não)
 Inseticidas – matam insetos e atuam por contacto (penetram através da cutícula), por
ingestão (junto com o alimento – inseticidas sistémicos transportados pela seiva) ou por
asfixia.
 Fungicidas – matam fungos (inibem a germinação de esporos ou destroem os fungos que
vivem sobre a planta, impedindo a sua reprodução).
 Rodenticidas – matam roedores.
Caracterização dos pesticidas
Os pesticidas caracterizam-se por:
 Espectro de Acão – relaciona-se com a quantidade de espécies para as quais é tóxico.
Quanto mais largo o espectro de Acão maior é o número de espécies sensíveis aos seus
efeitos. Neste caso, designa-se o pesticida por biocida.
 Persistência – corresponde ao intervalo de tempo que um pesticida permanece ativo
(algumas horas, dias ou semanas ou alguns anos).
Os efeitos dos pesticidas
Os pesticidas são substâncias com capacidade para matar organismos, supostamente
indesejáveis. Contudo, a sua natureza implica que os seus efeitos possam não se restringir às
espécies indesejáveis. Os pesticidas são substâncias actinas e produtos que têm a capacidade
inerente de matar ou controlar organismos prejudiciais ou indesejados. Podem ser usados na
agricultura, em zonas urbanas e por razões de saúde pública.
Vantagens dos pesticidas
 Aumenta a produtividade agrícola;
 Combate a expansão de certas doenças como a malária e o paludismo.
Contudo, devido às suas propriedades intrínsecas, os pesticidas podem ser prejudiciais para
muitos outros organismos, para além daqueles que pretendem controlar, resultando em efeitos
adversos para a saúde humana e o ambiente. Estes efeitos podem resultar da exposição direta ao
pesticida (pode ocorrer com os trabalhadores envolvidos na sua produção ou aplicação no terreno),
mas também podem resultar de uma exposição indireta enquanto consumidores, residentes ou
espectadores. De acordo com um inquérito realizado pela Federação Europeia de Sindicatos dos
Trabalhadores Agrícolas, os efeitos mais comuns nos trabalhadores expostos incluem: dores de
cabeça/enxaquecas; vómitos; dores de estômago e diarreia. Uma exposição constante a níveis
mais reduzidos poderá ter consequências a longo prazo, entre elas: cancro, problemas
reprodutivos; ou sensibilização. De uma forma geral podemos identificar, enquanto principais
problemas resultantes da aplicação generalizada de pesticidas:
 O envenenamento humano e os riscos para a saúde;
 A perda da biodiversidade com a morte e desaparecimento de espécies selvagens.
 A perda de animais domésticos ou de criação;
 A interferência com o controlo natural de pestes;
 O aparecimento de espécies indesejáveis resistentes;
 A existência de resíduos nos alimentos;
 A contaminação da água e dos solos;
 O Aumento dos custos de produção;
 A contribuição para a existência de produtos obsoletos e não utilizáveis, de muito difícil
tratamento ou eliminação.
 Bioacumulação: consiste na absorção e no armazenamento das moléculas do pesticida, em
tecidos ou órgãos específicos, numa concentração mais elevada do que aquela que seria
de esperar.
 Bio ampliação: consiste no aumento da concentração do pesticida, de nível trófico para nível
trófico, ao longo das cadeias alimentares.
Slide 14) Luta biológica
É a utilização de organismos vivos, ou dos seus produtos, para evitar ou reduzir as perdas
ou danos causados pelos organismos nocivos.
Em Portugal são conhecidos alguns casos de luta biológica já nos finais do século XIX e
início do século XX. O primeiro foi a introdução de Vedália, inseto semelhante a uma joaninha, em
1897, para o combate à Icéria, cochonilha que suga a seiva dos citrinos, em laranjais dos arredores
de Lisboa, no que foi o primeiro ensaio de luta biológica moderna levado a cabo na Europa.
Este meio de luta, alternativo à utilização de fitossanitários químicos, inclui o uso de
numerosos grupos de inimigos naturais ou auxiliares, como: insetos, as joaninhas; ácaros, os
fitoseídeos; vertebrados, as aves; nematodes, bactérias e fungos, que podem atuar como
predadores, parasitoides, parasitas ou patogénicos. Neste meio de luta está incluída, também, a
utilização de feromonas, hormonas juvenis, técnicas autocidas e manipulações genéticas.
Existem três modalidades de luta biológica: limitação natural; luta biológica clássica e
tratamento biológico. Na limitação natural, os auxiliares asseguram a redução das populações de
pragas e de alguns patogénicos. Na luta biológica clássica, procura-se combater uma praga exótica
que causa prejuízo numa cultura de uma região através da introdução de auxiliares provenientes,
normalmente, da região de origem dessa espécie. O tratamento biológico pretende aumentar a
proporção de inimigos naturais indígenas. Os benefícios deste meio de luta são a redução do gasto
em produtos químicos; a maior segurança alimentar e proteção do meio ambiente pela redução do
uso de produtos fitossanitários; a melhoria da saúde do ecossistema; a volta às condições
ecológicas do ecossistema antes da introdução da praga. Contudo, uma série de limitações podem
ser apontadas, nomeadamente: os efeitos indesejados sobre a fauna indígena; o risco sanitário,
uma vez que podem estar a ser introduzidos patogénicos para as plantas; os auxiliares podem estar
infestados e resultar, por isso, ineficazes; é necessário o apoio técnico e, também, comprovar a
eficácia dos inimigos naturais na zona da cultura.
Diferentes estratégias podem ser usadas na luta biológica:
 Recurso a organismos auxiliares;
 Uso de feromonas;
 Esterilização de pragas;
 Bio pesticidas.
Problemas
Dificuldade na seleção do melhor inimigo natural e sua produção em larga escalam;
Maior lentidão na obtenção dos resultados pretendidos face aos pesticidas;
Risco de crescimento dos inimigos naturais a ponto de se tornarem numa nova praga.
Slide 15) Recurso a organismos auxiliares;
 Utilização de espécies predadoras das pragas.
 As espécies predadoras são insectívoras, mas não atacam as culturas, mantendo assim
controladas as populações das pragas. O louva-a-deus come outros insetos de menores
dimensões que comem as culturas, mas não são vegetarianos.
 Podem estar presentes na cultura e combater a praga sem a intervenção direta do agricultor;
 Podem ser largados pelo agricultor (bio pesticidas).
Slide 16) Feromonas
São substâncias produzidas por certos animais e que lhes permite estabelecer comunicação.
 Nos insetos, são libertadas na altura do acasalamento para atrair o parceiro.
 Podem ser colocadas em armadilhas, atraindo os insetos e desviando-os das culturas.
Podem, também, ser utilizadas para atrair os predadores ou parasitas naturais.
 Têm uma Acão muito específica, mas a sua identificação, isolamento e produção são
processos demorados e dispendiosos.
Vantagens
 São dirigidas somente para indivíduos de uma espécie;
 São eficazes em pequenas quantidades;
 Possibilidade mínima de causarem resistência genética;
 Não constituem perigo para outras espécies.
Desvantagens
 Ação muito específica.
 Processo de identificação, isolamento e produção da feromona é muito dispendioso
 A identificação, o isolamento e a produção do produto específico para cada praga são
demorados.
Slide 18) Esterilização de machos
 Também designada luta autocida.
 Método que consiste na criação de grandes quantidades de machos da espécie considerada,
que são esterilizados em determinada fase do desenvolvimento.
 A esterilização pode ser feita por métodos químicos (utilizando substâncias que ao serem
ingeridas pelos machos os torna estéreis) ou por métodos físicos (radiação ionizante).
 Os machos estéreis são libertados numa zona infestada pela sua espécie.
 O seu acasalamento com as fêmeas não produz descendência e a população da praga
diminui.
Esterilização de insetos – desvantagens
 Aplicação reduzida a algumas espécies;
 Método dispendioso;
 Aplicação contínua, exigindo grandes quantidades de machos estéreis.
Slide 20) Bio pesticidas
Alguns organismos produzem substâncias específicas que são tóxicas para outras
espécies, podendo por isso ser usadas como bio pesticidas.
Exemplo: toxinas Bt.
Produzidas por bactérias do solo, são aplicadas nas culturas para as proteger das pragas.
Não são perigosas para a saúde humana.
Slide 22) Luta integrada
A luta integrada ou gestão controlada não tem como objetivo a erradicação das pragas, mas
a sua redução e manutenção, em níveis economicamente aceitáveis.
Os programas de controlo integrado de pragas baseiam-se no conhecimento e na avaliação
do sistema ecológico formado pela cultura, isto é, pelas pragas que a atacam, inimigos naturais,
condições ambientais, entre outros parâmetros sendo estes os principais. São associados
diferentes métodos com o objetivo de conjugar a produtividade das culturas com a redução dos
riscos ambientais. A aplicação destes programas é complexa e demorada.
As principais vantagens são:
 Reduzido uso de pesticidas;
 Reduzidos custos no controlo de pragas entre 50% e 90%;
 Aumento de lucros nas colheitas;
 Reduz o desenvolvimento de resistência genética;
 Importante forma de evitar a existência de poluição, reduzindo os riscos para a saúde
humana e para a vida em geral.
As principais desvantagens são:
 Requer um conhecimento rigoroso de cada situação de praga;
 É um processo mais lento do que o da aplicação dos pesticidas convencionais;
 O método desenvolvido para uma colheita numa determinada área pode não ser
aplicável em áreas diferentes, com diferentes condições de desenvolvimento;
 Embora a longo prazo os custos sejam mais baixos do que os custos com a aplicação
de pesticidas convencionais, os custos iniciais podem ser mais altos.
Slide 25) Engenharia Genética
A engenharia genética é a manipulação direta do genoma de um organismo
utilizando biotecnologia. É um conjunto de tecnologias, baseadas na tecnologia do DNA
recombinante, utilizadas para alterar a composição genética de um ser vivo, incluindo o isolamento,
a manipulação e a transferência de genes intraespecíficos e interespecíficos para produzir
organismos novos ou melhorados.
A tecnologia do DNA recombinante começou a ser definida no início do ano de 1970. Onde,
a partir de uma amostra contendo moléculas do DNA de interesse ou DNA doador, são
utilizadas enzimas de restrição, que permitem cortar o DNA em pontos bem definidos, isolando
fragmentos de ácido nucleico. Estes são introduzidos ao cromossomo vetor, formando assim as
moléculas de DNA recombinante.
A clonagem de DNA acontece em sequencia. Dessa forma, as novas moléculas de DNA
produzidas são inseridas em células bacterianas que são amplificadas por replicação resultando
em clones bacterianos idênticos que contêm o DNA recombinante.
Se soubermos a sequencia de algumas partes dos genes ou a sequencia de interesse, é
possível amplificá-la in vitro utilizando o procedimento chamado reação em cadeia da polimerase
(PCR) ao invés da clonagem. A PCR utiliza iniciadores de DNA e a enzima Taq polimerase
associadas a processos de diferentes temperaturas para amplificar o DNA de interesse.
Transgenia e organismos geneticamente modificados
Organismos transgênicos e organismos geneticamente modificados (OGM) não são
sinônimos. Os transgênicos são organismos que tiveram a inserção de material genético de outro
organismo de espécie diferente. Os geneticamente modificados são organismos que tiveram o seu
genoma modificado em laboratório, sem necessariamente receber material genético.
Aplicações da engenharia genética
Quanto mais se aprende sobre o genoma dos seres vivos, mais aplicações da engenharia
genética surgem. Esta tem aplicação na medicina, na pesquisa, na indústria e na agricultura, e,
pode ser usada em diversas de plantas, animais e micro-organismos. Aí estão as produções, em
larga escala, de insulina, de hormônio do crescimento, de interferon alfa humano com atividade
biológica contra infeções ocasionadas por vírus e contra algumas formas de tumores malignos
humanos, de vacinas e anticorpos monoclonais humanos. Uso de organismos geneticamente
modificados servem também para a produção de biocombustível e de alimentos geneticamente
modificados como soja, milho, peixes.
É através da engenharia genética que os pesquisadores criam modelos animais para o estudo de
doenças humanas como câncer, obesidade, artrite, ansiedade e mal de Parkinson. E usando a
terapia gênica, que é a extensão da tecnologia transgênica ao tratamento de doenças humanas,
genes causadores de doenças são substituídos por genes saudáveis.

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  • 1. Controlo de Pragas RESENDE, 30 de Janeiro 2017 Prof. Pedro Eira
  • 2. Trabalho realizado por: Emanuel Loureiro, nº 6 Daniel Malheiro, nº 7 Inês Águas, nº 9 Pedro Alexandre, nº 16 Observações:
  • 3. Índice Slide 2) O que é uma praga? ........................................................................................................................4 Slide 4) Tipos de pragas ................................................................................................................................5 Pragas urbanas............................................................................................................................................5 O exemplo dos roedores.........................................................................................................................5 Pragas infeciosas ........................................................................................................................................6 O exemplo da malaria .............................................................................................................................6 Pragas agrícolas..........................................................................................................................................6 Exemplo da Filoxera ................................................................................................................................7 Pragas dos órgãos reprodutivos ...............................................................................................................7 O exemplo da Cigarrinha-verde.............................................................................................................7 Pragas dos grãos.........................................................................................................................................8 O exemplo da traça .................................................................................................................................8 Slide 5) Equilíbrio Dinâmico/Ausência do equilíbrio dinâmico.................................................................8 Slide 6) Meios que podem ser utilizados para protegem as culturas .....................................................8 Slide 8) Luta química ..................................................................................................................................9 Slide 9) Pesticidas ...................................................................................................................................9 Slide 14) Luta biológica ........................................................................................................................... 11 Slide 15) Recurso a organismos auxiliares; ..................................................................................... 12 Slide 16) Feromonas ............................................................................................................................ 12 Slide 18) Esterilização de machos ..................................................................................................... 12 Slide 20) Bio pesticidas........................................................................................................................ 13 Slide 22) Luta integrada .............................................................................................................................. 13 Slide 25) Engenharia Genética .................................................................................................................. 14 Transgenia e organismos geneticamente modificados...................................................................... 14 Aplicações da engenharia genética....................................................................................................... 14
  • 4. Slide 2) O que é uma praga? Conhece-se pelo nome de praga a irrupção súbita e multitudinária de insetos, animais ou outros organismos de uma mesma espécie que provoca diversos tipos de prejuízos. O conceito, porém, pode ser entendido de diferentes maneiras. A aranha vermelha, a formiga e o pulgão são algumas das pragas que podem afetar as plantas. Quando registadas a grande escala e afetam cultivos, este tipo de praga pode destruir colheitas inteiras e impedir o normal desenvolvimento da agricultura. Para evitar que uma praga afete uma planta, é necessário recorrer a inseticidas, que são substâncias que afastam ou eliminam as espécies integrantes da praga. Também se pode chamar praga ao avanço de uma doença, numa determinada região. Uma bactéria ou um vírus que infetam um número cada vez maior de pessoas numa cidade ou num país podem provocar uma praga. É possível ler, neste sentido, que a Europa sofreu no século XIV as consequências da praga negra (ou peste negra). Em alguns âmbitos, até se chega a falar de praga humana em referência às consequências negativas da superpopulação no planeta. A quantidade de pessoas, vinculada às tendências de consumo, fazem que o ser humano aja como uma praga e provoque danos sérios para o Ambiente. Qualquer ser vivo está à mercê das agressões provocadas por outros seres vivos e as plantas não são a exceção. Estas encontram-se sujeitas ao parasitismo de outras plantas, animais, fungos e bactérias; á competição de plantas infestantes e á destruição das suas partes por parte de animais que delas se alimentam. Para que nenhuma destas situações cause grandes danos numa produção é necessário que haja um controlo das diferentes pragas. Praga biológica é toda e qualquer população de um ser vivo que cresce de forma exagerada. Esse desenvolvimento exagerado da população pode causar consequências graves, no caso de uma plantação a praga biológica pode acarretar em devastação total, pode causar doenças patogênicas, destruir madeiras e produtos têxteis. Essas pragas acarretam por ano em média de 1,2 triliões de euros de prejuízos mundiais (cerca de 35% da produção mundial e 5% da economia mundial). Para este controlo podem utilizar-se diversas técnicas, separadamente ou combinadas, tais como práticas culturais (rotação de culturas, utilização de variedades mais resistentes ou criação de plantas transgénicas mais resistentes); controlo biológico (introdução de seres vivos que não prejudiquem a planta, mas que destruam os que a prejudicam) e métodos químicos – utilização de agentes biocidas (raticidas, fungicidas, herbicidas…) que destruam os agentes invasores. O controlo de pragas deve passar por diferentes práticas combinadas e o recurso a agentes biocidas deve ser pensado sempre um último recurso, pois nunca é indiferente para a planta e ambiente.
  • 5. Regra geral nos Ecossistemas em equilíbrio são Ecossistemas naturais (elevada biodiversidade) de Sistemas agrícolas de policulturas e onde Espécies nocivas para o Homem são controladas pelos seus predadores naturais. Quando se da Ausência de equilíbrio em regra devesse a Ausência de biodiversidade em Sistemas agrícolas de monoculturas a Pouca biodiversidade limita as interações com predadores ou outras espécies controladoras das pragas. Slide 4) Tipos de pragas Pragas urbanas Pragas urbanas são insetos e animais que invadem o ambiente urbano. Essas pragas vão ao ambiente urbano em busca de alimento e abrigo, onde se reproduzem no inverno e os filhos nascem no verão. Essas pragas ocorrem quando há a sua disposição uma farta quantidade de alimentos e falta de predadores. Temos como pragas urbanas, formigas, baratas, roedores, moscas, mosquitos, carrapatos, pombos, escorpiões, etc. Na natureza essas pragas são mais fáceis de se controlar, pois há um equilíbrio natural, já na cidade não há quantidade suficiente de predadores para acabar com essas pragas. Devido a expansão de construções obrigam esses seres a procurarem abrigo. O exemplo dos roedores Os ratos têm hábitos noturnos, expondo-se à luz do dia somente quando sua população aumenta muito e há insuficiência de alimento. Na falta de alimento, possui mecanismos que limitam a população: baixa da fertilidade e fecundidade das fêmeas, supressão de cios, canibalismo, dentre outros. O canibalismo é uma prática comum numa colônia de ratos, ocorrendo com o intuito de eliminar ratos doentes ou machucados ou mesmo filhotes de outras colônias. Assim, os ratos não admitem que outro penetre seu território, combatendo-o de forma feroz. Seus órgãos sensoriais são bastante desenvolvidos, porém, enxergam mal, não percebem cores, apenas variações entre claro e escuro. São onívoros com preferência por alimentos gordurosos, consumindo por volta de 20 a 30 g/dia e bebem de 15 a 30 ml de água por dia. Além de ágeis, são ótimos nadadores, permanecendo bom tempo submerso. Geralmente, habita terrenos sujos e abandonados, redes de esgoto, margens de córregos, depósitos de lixo e afins, ou ainda tocas e buracos no solo.
  • 6. Pragas infeciosas Temos também pragas que causam danos patogênicos aos humanos. As grandes epidemias também são causadas por pragas biológicas como parasitas, vírus, bactérias, fungos e protozoários. Essas pragas podem causar diversas doenças como: dengue, febre- amarela, salmonela, toxoplasmose, peste bubônica, dermatites, viroses, sarna, micose, malaria. No cachorro, por exemplo, quando é picado por carraças que depositam protozoários patogênicos que migram para a corrente sanguínea indo diretamente atacar hemácias. O exemplo da malaria Malária, também chamada paludismo, impaludismo ou maleita, é uma doença infeciosa transmitida por mosquitos e provocada por protozoários parasitários do género plasmódio. A doença é geralmente transmitida através da picada de uma fêmea infetada do mosquito Anófeles, a qual introduz no sistema circulatório do hospedeiro os microrganismos presentes na sua saliva, os quais se depositam no fígado, onde maturam e se reproduzem. A malária manifesta-se através de sintomas como febre e dores de cabeça, que em casos graves podem progredir para coma ou morte. A doença encontra-se disseminada em regiões tropicais e subtropicais ao longo de uma larga faixa em redor do equador, englobando grande parte da África subsariana, Ásia e América. Pragas agrícolas Geralmente o termo na agricultura é aplicado a animais e insetos, mas também podemos dizer que ervas daninhas também são pragas agrícolas. Ervas daninhas são invasoras e prejudiciais ao ambiente em que se encontram. Temos vários exemplos de pragas agrícolas como: gafanhotos em sua migração que devastam produções agrícolas, no caso das acácias e eucaliptos por se devolverem com muita facilidade faz com que não deixe que outras espécies de árvores se desenvolvam no local. As pragas agrícolas podem dividir se em:  Pragas subterrâneas: São as pragas que atacam as raízes, sementes.  Pragas das folhas: São as pragas que atacam as folhas, sugando a seiva e injetando microrganismos prejudiciais a planta causando doenças. Outras pragas consomem o limpo fazendo com que diminua a área fotossintética. ( pulgões, cigarrinha verde, moscas-brancas, etc.)
  • 7. Exemplo da Filoxera Filoxera é o nome comum do hemíptero da família Phylloxeridae da espécie Daktulosphaira vitifoliae (Fitch, 1854), por vezes designada pelo seu sinónimo taxonómico Phylloxera vastatrix (Planchon, 1868). A partir da última metade do século XIX, a filoxera constituiu-se como a praga mais devastadora da viticultura mundial, alterando profundamente a distribuição geográfica da produção vinícola e provocando uma crise global na produção e comércio dos vinhos. O vocábulo filoxera é usado para designar o inseto e a doença que é causada com a infestação. De origem norte-americana, a filoxera está hoje presente em todos os continentes, sendo um dos exemplos mais marcantes do efeito humano sobre a dispersão das espécies. A filoxera é um minúsculo inseto (0,3 a 3 mm de comprimento nos seus diversos estádios de desenvolvimento) sugador de seiva, aparentado com os pulgões, com um ciclo de vida muito complexo e totalmente dependente da vinha, única planta em que pode desenvolver-se. No seu ciclo de vida, assume as seguintes formas: Formas partenogéneses, fêmeas capazes de se reproduzir sem necessidade de fertilização, ápteras (sem asas), com cores que vão do amarelado ao castanho-escuro, com dimensões entre 0,3 e 1,4 mm, assumindo formas distintas consoante a parte da planta que atacam: formas galícolas, vivendo nas folhas e formando galhas esverdeadas na sua página inferior (parte da folha voltada para o solo); formas radícolas, vivendo nas raízes, onde também forma galhas de forma nodular ou tuberosidades alongadas, de cor castanho-escuro. Algumas destas fêmeas desenvolvem asas, abandonam o solo e vão depositar ovos sobre as folhas. A distribuição geográfica desta espécie está hoje expandida a quase todas as zonas produtoras de vinho, com pequenas zonas indemnes por serem vinhas cultivadas sobre areias. A exceção mais significativa é o Chile onde a praga ainda não se instalou. Pragas dos órgãos reprodutivos Essas pragas atacam flores, frutos, vagens, e grãos. (Percevejo, Lagartos, Tripes, e etc.) O exemplo da Cigarrinha-verde Trata-se de um pequeno inseto de coloração verde. O adulto mede aproximadamente 3 mm. Adultos e formas jovens localizam-se sempre na face inferior das folhas, onde se alimentam. As fêmeas depositam seus ovos ao longo das nervuras, dando preferência à nervura central. Uma das características desse inseto é a forma peculiar de caminhar sempre de lado. Esse inseto é uma das principais pragas do feijão-caupi no Região Nordeste, especialmente durante os meses mais quentes e secos.
  • 8. O ataque dessa praga provoca enfezamento nas plantas, que ficam com as folhas novas enroladas ou arqueadas. Tais sintomas são provocados pela introdução de substâncias tóxicas na planta, durante a alimentação dos insetos. Os maiores danos são causados quando a incidência do inseto se dá no período próximo ao florescimento e continua até a formação dos grãos. Pragas dos grãos Essas pragas atacam geralmente os grãos que estão armazenados. Esse tipo de praga recebe o nome de infestação cruzada. Essas pragas podem atacar grãos sadios podem ser atacados se não for tomada medidas preventivas. Então podemos concluir que contaminação pode ocorrer no armazém ou no campo. (Caruncho-do-feijão, Traça) O exemplo da traça As mariposas ou traças são insetos lepidópteros da divisão dos heteróceros, que reúne espécies de voo noturno, com antenas filiformes ou pectinadas. Em algumas regiões, os espécimes de maior tamanho e de coloração escura são chamados de bruxas.~ Slide 5) Equilíbrio Dinâmico/Ausência do equilíbrio dinâmico - Nos ecossistemas naturais e agro-sistemas da policultura, as populações de espécies consideradas como pragas encontram-se em equilíbrio dinâmico com as populações de predadores e espécies patogénicas. - Os danos que causam a estes sistemas não são muitos graves. - Em agro-sistemas de nomenclatura, a falta de biodiversidade limita as interações entre populações e as pragas tornam-se um problema grave que é tradicionalmente combatido pela aplicação de agentes biocidas. Slide 6) Meios que podem ser utilizados para protegem as culturas Para o controlo de pragas podem ser utilizados vários meios. Os meios podem ir de uso de químicos (medicamentos), desinfeções e limpeza profunda no caso das pragas urbanas e infeciosas. No caso das pragas agrícolas pode ser efetuada uma luta química, biológica, integrada ou criação de plantas resistentes através do controle genético. A presença de pragas nos locais traz desconforto, doenças e prejuízos materiais. O controlo de pragas periódico restabelece o local à sua normalidade, deixando que as pessoas
  • 9. desfrutem de todos os benefícios dos locais ou que empresas trabalhem de forma segura e produtiva. Slide 8) Luta química Slide 9) Pesticidas Os pesticidas são todas as substâncias ou misturas que têm, como objetivo, impedir, destruir, repelir ou mitigar qualquer praga. Um pesticida pode ser uma substância química ou um agente biológico (tal como um vírus ou bactéria) que é lançado de encontro às pragas que estiverem destruindo uma plantação, disseminando doenças, incomodando pessoas etc. É utilizada em diversas formas de seres vivos, tais como: insetos, erva daninha, pássaros, mamíferos, peixes, nematelmintes e micróbios. Não são necessariamente venenos, porém, quase sempre, são tóxicos ao ser humano. Um pesticida, é um produto químico utilizado no controlo de pragas ou até mesmo como reguladores do crescimento. Principais pesticidas  Herbicidas – matam as plantas infestantes (seletivos ou não)  Inseticidas – matam insetos e atuam por contacto (penetram através da cutícula), por ingestão (junto com o alimento – inseticidas sistémicos transportados pela seiva) ou por asfixia.  Fungicidas – matam fungos (inibem a germinação de esporos ou destroem os fungos que vivem sobre a planta, impedindo a sua reprodução).  Rodenticidas – matam roedores. Caracterização dos pesticidas Os pesticidas caracterizam-se por:  Espectro de Acão – relaciona-se com a quantidade de espécies para as quais é tóxico. Quanto mais largo o espectro de Acão maior é o número de espécies sensíveis aos seus efeitos. Neste caso, designa-se o pesticida por biocida.  Persistência – corresponde ao intervalo de tempo que um pesticida permanece ativo (algumas horas, dias ou semanas ou alguns anos). Os efeitos dos pesticidas Os pesticidas são substâncias com capacidade para matar organismos, supostamente indesejáveis. Contudo, a sua natureza implica que os seus efeitos possam não se restringir às
  • 10. espécies indesejáveis. Os pesticidas são substâncias actinas e produtos que têm a capacidade inerente de matar ou controlar organismos prejudiciais ou indesejados. Podem ser usados na agricultura, em zonas urbanas e por razões de saúde pública. Vantagens dos pesticidas  Aumenta a produtividade agrícola;  Combate a expansão de certas doenças como a malária e o paludismo. Contudo, devido às suas propriedades intrínsecas, os pesticidas podem ser prejudiciais para muitos outros organismos, para além daqueles que pretendem controlar, resultando em efeitos adversos para a saúde humana e o ambiente. Estes efeitos podem resultar da exposição direta ao pesticida (pode ocorrer com os trabalhadores envolvidos na sua produção ou aplicação no terreno), mas também podem resultar de uma exposição indireta enquanto consumidores, residentes ou espectadores. De acordo com um inquérito realizado pela Federação Europeia de Sindicatos dos Trabalhadores Agrícolas, os efeitos mais comuns nos trabalhadores expostos incluem: dores de cabeça/enxaquecas; vómitos; dores de estômago e diarreia. Uma exposição constante a níveis mais reduzidos poderá ter consequências a longo prazo, entre elas: cancro, problemas reprodutivos; ou sensibilização. De uma forma geral podemos identificar, enquanto principais problemas resultantes da aplicação generalizada de pesticidas:  O envenenamento humano e os riscos para a saúde;  A perda da biodiversidade com a morte e desaparecimento de espécies selvagens.  A perda de animais domésticos ou de criação;  A interferência com o controlo natural de pestes;  O aparecimento de espécies indesejáveis resistentes;  A existência de resíduos nos alimentos;  A contaminação da água e dos solos;  O Aumento dos custos de produção;  A contribuição para a existência de produtos obsoletos e não utilizáveis, de muito difícil tratamento ou eliminação.  Bioacumulação: consiste na absorção e no armazenamento das moléculas do pesticida, em tecidos ou órgãos específicos, numa concentração mais elevada do que aquela que seria de esperar.  Bio ampliação: consiste no aumento da concentração do pesticida, de nível trófico para nível trófico, ao longo das cadeias alimentares.
  • 11. Slide 14) Luta biológica É a utilização de organismos vivos, ou dos seus produtos, para evitar ou reduzir as perdas ou danos causados pelos organismos nocivos. Em Portugal são conhecidos alguns casos de luta biológica já nos finais do século XIX e início do século XX. O primeiro foi a introdução de Vedália, inseto semelhante a uma joaninha, em 1897, para o combate à Icéria, cochonilha que suga a seiva dos citrinos, em laranjais dos arredores de Lisboa, no que foi o primeiro ensaio de luta biológica moderna levado a cabo na Europa. Este meio de luta, alternativo à utilização de fitossanitários químicos, inclui o uso de numerosos grupos de inimigos naturais ou auxiliares, como: insetos, as joaninhas; ácaros, os fitoseídeos; vertebrados, as aves; nematodes, bactérias e fungos, que podem atuar como predadores, parasitoides, parasitas ou patogénicos. Neste meio de luta está incluída, também, a utilização de feromonas, hormonas juvenis, técnicas autocidas e manipulações genéticas. Existem três modalidades de luta biológica: limitação natural; luta biológica clássica e tratamento biológico. Na limitação natural, os auxiliares asseguram a redução das populações de pragas e de alguns patogénicos. Na luta biológica clássica, procura-se combater uma praga exótica que causa prejuízo numa cultura de uma região através da introdução de auxiliares provenientes, normalmente, da região de origem dessa espécie. O tratamento biológico pretende aumentar a proporção de inimigos naturais indígenas. Os benefícios deste meio de luta são a redução do gasto em produtos químicos; a maior segurança alimentar e proteção do meio ambiente pela redução do uso de produtos fitossanitários; a melhoria da saúde do ecossistema; a volta às condições ecológicas do ecossistema antes da introdução da praga. Contudo, uma série de limitações podem ser apontadas, nomeadamente: os efeitos indesejados sobre a fauna indígena; o risco sanitário, uma vez que podem estar a ser introduzidos patogénicos para as plantas; os auxiliares podem estar infestados e resultar, por isso, ineficazes; é necessário o apoio técnico e, também, comprovar a eficácia dos inimigos naturais na zona da cultura. Diferentes estratégias podem ser usadas na luta biológica:  Recurso a organismos auxiliares;  Uso de feromonas;  Esterilização de pragas;  Bio pesticidas. Problemas Dificuldade na seleção do melhor inimigo natural e sua produção em larga escalam; Maior lentidão na obtenção dos resultados pretendidos face aos pesticidas; Risco de crescimento dos inimigos naturais a ponto de se tornarem numa nova praga.
  • 12. Slide 15) Recurso a organismos auxiliares;  Utilização de espécies predadoras das pragas.  As espécies predadoras são insectívoras, mas não atacam as culturas, mantendo assim controladas as populações das pragas. O louva-a-deus come outros insetos de menores dimensões que comem as culturas, mas não são vegetarianos.  Podem estar presentes na cultura e combater a praga sem a intervenção direta do agricultor;  Podem ser largados pelo agricultor (bio pesticidas). Slide 16) Feromonas São substâncias produzidas por certos animais e que lhes permite estabelecer comunicação.  Nos insetos, são libertadas na altura do acasalamento para atrair o parceiro.  Podem ser colocadas em armadilhas, atraindo os insetos e desviando-os das culturas. Podem, também, ser utilizadas para atrair os predadores ou parasitas naturais.  Têm uma Acão muito específica, mas a sua identificação, isolamento e produção são processos demorados e dispendiosos. Vantagens  São dirigidas somente para indivíduos de uma espécie;  São eficazes em pequenas quantidades;  Possibilidade mínima de causarem resistência genética;  Não constituem perigo para outras espécies. Desvantagens  Ação muito específica.  Processo de identificação, isolamento e produção da feromona é muito dispendioso  A identificação, o isolamento e a produção do produto específico para cada praga são demorados. Slide 18) Esterilização de machos  Também designada luta autocida.  Método que consiste na criação de grandes quantidades de machos da espécie considerada, que são esterilizados em determinada fase do desenvolvimento.  A esterilização pode ser feita por métodos químicos (utilizando substâncias que ao serem ingeridas pelos machos os torna estéreis) ou por métodos físicos (radiação ionizante).  Os machos estéreis são libertados numa zona infestada pela sua espécie.
  • 13.  O seu acasalamento com as fêmeas não produz descendência e a população da praga diminui. Esterilização de insetos – desvantagens  Aplicação reduzida a algumas espécies;  Método dispendioso;  Aplicação contínua, exigindo grandes quantidades de machos estéreis. Slide 20) Bio pesticidas Alguns organismos produzem substâncias específicas que são tóxicas para outras espécies, podendo por isso ser usadas como bio pesticidas. Exemplo: toxinas Bt. Produzidas por bactérias do solo, são aplicadas nas culturas para as proteger das pragas. Não são perigosas para a saúde humana. Slide 22) Luta integrada A luta integrada ou gestão controlada não tem como objetivo a erradicação das pragas, mas a sua redução e manutenção, em níveis economicamente aceitáveis. Os programas de controlo integrado de pragas baseiam-se no conhecimento e na avaliação do sistema ecológico formado pela cultura, isto é, pelas pragas que a atacam, inimigos naturais, condições ambientais, entre outros parâmetros sendo estes os principais. São associados diferentes métodos com o objetivo de conjugar a produtividade das culturas com a redução dos riscos ambientais. A aplicação destes programas é complexa e demorada. As principais vantagens são:  Reduzido uso de pesticidas;  Reduzidos custos no controlo de pragas entre 50% e 90%;  Aumento de lucros nas colheitas;  Reduz o desenvolvimento de resistência genética;  Importante forma de evitar a existência de poluição, reduzindo os riscos para a saúde humana e para a vida em geral. As principais desvantagens são:  Requer um conhecimento rigoroso de cada situação de praga;  É um processo mais lento do que o da aplicação dos pesticidas convencionais;  O método desenvolvido para uma colheita numa determinada área pode não ser aplicável em áreas diferentes, com diferentes condições de desenvolvimento;
  • 14.  Embora a longo prazo os custos sejam mais baixos do que os custos com a aplicação de pesticidas convencionais, os custos iniciais podem ser mais altos. Slide 25) Engenharia Genética A engenharia genética é a manipulação direta do genoma de um organismo utilizando biotecnologia. É um conjunto de tecnologias, baseadas na tecnologia do DNA recombinante, utilizadas para alterar a composição genética de um ser vivo, incluindo o isolamento, a manipulação e a transferência de genes intraespecíficos e interespecíficos para produzir organismos novos ou melhorados. A tecnologia do DNA recombinante começou a ser definida no início do ano de 1970. Onde, a partir de uma amostra contendo moléculas do DNA de interesse ou DNA doador, são utilizadas enzimas de restrição, que permitem cortar o DNA em pontos bem definidos, isolando fragmentos de ácido nucleico. Estes são introduzidos ao cromossomo vetor, formando assim as moléculas de DNA recombinante. A clonagem de DNA acontece em sequencia. Dessa forma, as novas moléculas de DNA produzidas são inseridas em células bacterianas que são amplificadas por replicação resultando em clones bacterianos idênticos que contêm o DNA recombinante. Se soubermos a sequencia de algumas partes dos genes ou a sequencia de interesse, é possível amplificá-la in vitro utilizando o procedimento chamado reação em cadeia da polimerase (PCR) ao invés da clonagem. A PCR utiliza iniciadores de DNA e a enzima Taq polimerase associadas a processos de diferentes temperaturas para amplificar o DNA de interesse. Transgenia e organismos geneticamente modificados Organismos transgênicos e organismos geneticamente modificados (OGM) não são sinônimos. Os transgênicos são organismos que tiveram a inserção de material genético de outro organismo de espécie diferente. Os geneticamente modificados são organismos que tiveram o seu genoma modificado em laboratório, sem necessariamente receber material genético. Aplicações da engenharia genética Quanto mais se aprende sobre o genoma dos seres vivos, mais aplicações da engenharia genética surgem. Esta tem aplicação na medicina, na pesquisa, na indústria e na agricultura, e, pode ser usada em diversas de plantas, animais e micro-organismos. Aí estão as produções, em larga escala, de insulina, de hormônio do crescimento, de interferon alfa humano com atividade biológica contra infeções ocasionadas por vírus e contra algumas formas de tumores malignos humanos, de vacinas e anticorpos monoclonais humanos. Uso de organismos geneticamente
  • 15. modificados servem também para a produção de biocombustível e de alimentos geneticamente modificados como soja, milho, peixes. É através da engenharia genética que os pesquisadores criam modelos animais para o estudo de doenças humanas como câncer, obesidade, artrite, ansiedade e mal de Parkinson. E usando a terapia gênica, que é a extensão da tecnologia transgênica ao tratamento de doenças humanas, genes causadores de doenças são substituídos por genes saudáveis.