Este documento descreve a programação cultural da Universidade de Coimbra para a semana de 1 a 8 de Março de 2008. O tema geral é a imaginação como um abrigo para universos artísticos, com espectáculos, exposições e performances de vários artistas. Inclui detalhes sobre espectáculos como "Lembranças", "Os Vivos" e "Caruma", assim como workshops relacionados como "Pequenas Lembranças".
2. X SEMANA CULTURAL DA UNIVERSIDADE DE COIMBRA,
UM ABRIGO DE UNIVERSOS DAS ARTES
[ESPECTÁCULOS E WORKSHOPS]
Para a semana de 1 a 8 de Março de 2008, foi desenhado um programa de iniciativas profissionais com o
intuito de convocar o público de modo a que este se sinta nele parte activa, dando uma vida artística a vários espaços
da universidade, ao TAGV e à cidade.
O tema geral é a imaginação. O tema desenvolvido pelo assessor de programação Giacomo Scalisi é a
imaginação como abrigo. Abrigos de universos. A universidade como abrigo de universos artísticos. A
universidade e os universitários como protagonistas de uma programação que abriga mundos, mundos de artistas e por
isso se transforma durante oito dias num ABRIGO EXTRAORDINÁRIO.
O formato imaginado para esta semana assenta num cruzamento intenso entre o universo de cada artista,
através da apresentação de espectáculos, exposições e performances, e a disponibilidade para a criação, por parte
destes mesmos artistas, de uma relação com o espaço da Universidade, da cidade e com a vida das pessoas que
nelas vivem.
O teor da programação será, portanto, a tecelagem de abrigos imaginativos entre espectáculos e
performances, trazidos por determinados artistas, e workshops desenvolvidos por estes mesmos artistas junto do
público, cujo resultado poderá ele mesmo constituir-se como um momento de apresentação pública.
Com o objectivo de criar um ou vários percursos que entrelacem projectos de artistas com workshops
realizados com estudantes e pessoas de Coimbra, foi desenhado um programa específico de espectáculos e
workshops.
3. ESPECTÁCULO: LEMBRANÇAS
Ficha Artística:
“Lembranças” é uma criação colectiva de Madalena Victorino com:
Ana Cloe, Catarina Requeijo, Carla Chambel, Carla Galvão, Cláudia Gaiolas, Cláudio Silva, Gonçalo Amorim, José
Abreu, Letícia Liesenfeld, Lucília Raimundo, Mafalda Saloio, Nicolas Brites, Paula Diogo, Ricardo Gageiro, Romeu
Costa
Produção: Mónica Paredes
Um projecto da Culturgest
Datas: 6, 7 e 8 de Março
Horários: das 18h30 às 00h (duas sessões)
Imagem disponível em:
http://www.uc.pt/media_uc/fotos/xsl_lembrancas.jpg
“Lembranças é um espectáculo em miniatura. Lembra que o teatro e a dança são possíveis em qualquer tempo ou
espaço. Vive do instante e do abismo da proximidade excessiva entre quem vê e quem faz. É e não é um espectáculo.
Gostávamos que fosse muito mais do que isso. É insólito, tem frescura. A sua leveza permite metê-lo no bolso da alma
de quem se quiser.”
Madalena Victorino
São 11 curtas peças que se localizam entre o teatro e a dança e ficcionam, para duas pessoas de cada vez, um mundo
insólito de poesia. Duram entre cinco e dez minutos cada uma, oferecem uma experiência que não se esquece. 11
actores apresentam 11 Histórias, que usando as ferramentas do humor, do amor, do terror e acção, divertem, encantam
e intrigam.
Nota: Este projecto é uma produção da Culturgest, imaginado para ser realizado em escritórios, empresas, bosques,
automóveis, universidades, hospitais, para, em miniatura, tocar em grande as comunidades e as populações.
Apresentações
1 de Março de 2005 – Apresentação nos escritórios da Culturgest, Lisboa
1 e 2 de Junho de 2005 – Apresentação nos escritórios da Tranquilidade, Lisboa
30 e 31 de Julho de 2005 – Festival FIAR, Palmela
28 a 30 de Novembro de 2005 – Escritórios da Império Bonança, Lisboa
4 de Abril de 2006 – Parque de Estacionamento Santa Apolónia, Festival WAY, Lisboa
14 de Abril de 2007 – Praça da República, Aveiro
2 e 3 de Junho de 2007 – Serralves em Festa, Fundação de Serralves
Críticas
“Adoptando uma espécie de estratégia do fragmento, esta criadora, juntamente com um punhado de jovens e
excelentes actores, propôs passagens breves mas intensas por factos sensíveis, que se articularam entre si na
construção de um universo singular. Universo que se estruturaria simultaneamente na memória do espectador e nos
pequenos gestos dos intérpretes e nos seus jogos poéticos. Em cada instante pares de espectadores podiam
encontrar-se no interior de uma lembrança, nas imediações de um espaço íntimo, participando no jogo da memória que
se constrói com pequenos objectos, sobre e com os lugares. (…) Profundamente vibrátil.”
Daniel Tércio in Revista Actual
“Sete peças de teatro num espaço onde nunca se imaginou fazer teatro. O interior de um carro que por minutos se
transforma num palco. Um palco onde se contam histórias de amor. (…) Histórias de amores impossíveis
representadas, imagine-se, com recurso a dois amendoins. O que ali aconteceu, em quatro récitas, não se tornará a
repetir.”
Paula Rocha in Jornal de Notícias
4. ESPECTÁCULO: OS VIVOS, PELO TEATRO O BANDO
Ficha Artística:
Texto: Jacinto Lucas Pires
Encenação: João Brites
Espaço cénico: João Brites e Rui Francisco Oralidade: Teresa Lima
Figurinos e Adereços: Clara Bento
Interpretação: Ana Freitas, Dinis Machado, Inês Rosado, João Garcia Miguel, Paula Só
Fotografia: Nuno Patinho
Co-produção: Citemor
Datas: 6 e 7 de Março
Horários: 21h30
Imagens do espectáculo disponíveis em:
http://www.uc.pt/media_uc/fotos/xsl_osvivos01.jpg
http://www.uc.pt/media_uc/fotos/xsl_osvivos02.jpg
Em Os Vivos, parte-se da ideia que o Luto Clandestino será o primeiro acto de um texto maior, onde se vão juntar
mais personagens. As ideias são as da culpa e do desejo, da imaginação e da memória, de estar vivo e de não estar.
Há um luto mal resolvido, há a vontade de o resolver. Há uma mulher de meia-idade, que é mãe, há um jovem, que é
namorado, e agora haverá também um marido, uma empregada e uma morta.
Esta criação, que estreou em residência de criação e co-produção no Festival CITEMOR, desponta de um trabalho de
continuidade com o autor, mas possuindo agora uma nova dimensão, mais alargada.
“Chama-se Os Vivos esta comédia sobre a morte. Quando a escrevi, a partir de uma peça-em-um-acto que tinha feito
para o Bando no ano passado, surpreendi-me com a aparência convencional da sua estrutura e com a dispersão de
pontos de vista no seu contar. Talvez seja o resultado lógico de levar a morte para dentro de casa, pensei na altura. E,
no entanto, ao ouvir depois as primeiras leituras dos actores, já não era isso que me chamava a atenção. Quase o
contrário: os cortes, as dissonâncias, os desvios; o impossível feito real, como nos sonhos (e no teatro). E também a
voz de conjunto que parecia ficar a ressoar no fim de tudo. Os Vivos: uma peça sobre não morrer com a morte.”
Jacinto Lucas Pires
5. ESPECTÁCULO: AUPRÈS DE MA BLONDE
Ficha artística:
Cie. Musiques en Mouvement / França
Trompete: Thierry Daudé
Percussão: Alfred Spirli
Tuba: Daniel Malavergne
Oboé Languedócio: Philippe Neveu
Datas: Auprès de ma blonde (a solo) no dia 1 de Março às 17h
Imagens do espectáculo disponíveis em:
http://www.uc.pt/media_uc/fotos/xsl_aupres01.jpg
http://www.uc.pt/media_uc/fotos/xsl_aupres02.jpg
Quatro belas saias para quatro belos rapazes!
Uma fanfarra de bolso cheia de momentos hilariantes, nascida na rua e alimentada por ela, aberta a tudo, que se instala
para redescobrir dias de festa.
Com um trabalho baseado no escutar e na improvisação, Auprès de ma blonde tece ligações entre a criação musical
original e as músicas populares e tradicionais, sobre as quais se ergue um espectáculo-concerto.
Um percussionista e três músicos de instrumentos de sopro à-vontade com tudo: música de circo, músicas antigas e
novas, teatro, improvisação... E cujos figurinos os tornam num colectivo inconfundível.
6. ESPECTÁCULO: CARUMA
Ficha artística:
Coreografia: Madalena Victorino
Música: Carlos Bica
em co-criação com:
Intérpretes l Ainhoa Vidal, Pedro Ramos, Sophie Leso, Susana Gaspar e Tânia Matos
Interpretação Musical l Carlos Bica (contrabaixo) e Mário Delgado (guitarra)
Assistência Artística l Marta Silva
Desenho de Luz l Horácio Fernandes
Assistência Dramatúrgica l Inês Barahona
Professora de Voz l Lúcia Lemos
Participação Especial l Giacomo Scalisi
Fotografia l Georges Dussaud
Datas: 1, 2 e 3 de Março
Horários: dias 1 e 3 às 21h30; dia 2 às 16h
Imagens do espectáculo disponíveis em:
http://www.uc.pt/media_uc/fotos/xsl_caruma01.jpg
http://www.uc.pt/media_uc/fotos/xsl_caruma02.jpg
Ficha Técnica:
Companhia Instável
Direcção l Ana Figueira
Direcção Técnica l Ricardo Alves
Operação de Luz l Nuno Domingos
Consultores Artísticos l Marta Silva e Pedro Carvalho
Produção Executiva l Joana Martins
Co-produção l Companhia Instável, Culturgest e Teatro Nacional S. João
Apoio l INATEL/ Teatro da Trindade
Projecto financiado pelo MC/ dgARTES
Um projecto de Arte Comunitária coreografado por Madalena Victorino
Caruma são folhas secas em forma de flecha que descem dos pinheiros, vestem o chão e picam. Caruma é um
espectáculo com uma dimensão privada e outra pública, em que ambos os espaços se misturam numa paisagem que
mexe.
É sobre o que está na margem e no centro.
Pessoas da rua, bailarinos e músicos põem o público em contacto com uma comunidade que é a sua, confundindo-o e
iluminando-o nessa ideia de unir o centro da sua cidade às margens da arte.
O público, uma parcela dessa comunidade, revê-se e descobre-se, adiciona algo de seu ao espectáculo sem o saber
previamente. Testemunha a transformação dos seus pares que nessa noite são outros.
Pequenos ninhos de público envolvem acções feitas em formato de conluios, conversas de saleta, solos dançados e
contados, onde a intimidade da relação espectáculo / público se acende.
Caruma poderá ter 7, 27 ou 57 intérpretes, dependendo de quem se alistar na aventura de participar neste espectáculo
de arte comunitária. Haverá sempre 7 intérpretes fixos vindos dos universos do teatro, da dança e da música que, na
ausência de voluntários, asseguram o espectáculo fazendo tudo, preenchendo o vazio com o sonho que tivemos de ter
ali alguém da população local.
Caruma é um espaço para anjos nascidos da terra e humanos caídos do céu. Bailarinos, música, acções em catadupa
saem de um tapete de caruma. Emergindo do centro da vida, recontam-se no fluxo de um tempo musical.
7. WORKSHOP PEQUENAS LEMBRANÇAS
Com: Madalena Victorino, Catarina Requeijo, Letícia Liesenfeld, Mafalda Saloio e José Abreu.
Datas: de 1 a 5 de Março
Apresentações: de 6, 7 e 8 de Março às 17h30
É uma oficina de criação teatral a partir da ideia de miniatura e intimidade. Durante 5 dias e utilizando um conjunto de
textos previamente seleccionados, lançamo-nos na aventura de criar curtíssimas peças a solo que se iniciam numa
atmosfera de aparente normalidade e velozmente se movimentam para lugares de performatividade insólitos e
estranhos.
Estes “experimentos” teatrais e literários serão apresentados ao público nos corredores da Faculdade de Letras, no
Museu da Ciência e dentro de automóveis estacionados na Rua Larga.
Aberto a estudantes verdadeiramente interessados em teatro, literatura e estranhezas artísticas.
WORKSHOP DE TEATRO COM JOÃO BRITES
Com: João Brites
Datas: 5, 6 e 7 de Março
Apresentação: 8 de Março
Workshop de Teatro para grupos de teatro universitário. Partindo do conceito do espectáculo LUTO CLANDESTINO,
uma peça de teatro de Jacinto Lucas Pires representada ao ar livre, e que transforma os espectadores em voyeurs, não
dos olhos mas dos ouvidos (os actores são escutados através de auriculares), propor-se-á a criação de experiências de
interpretação que usem o mesmo dispositivo cénico, a apresentar em espaços interiores e exteriores da Universidade.
WORKSHOP COM AUPRÈS DE MA BLONDE
Com : Auprès de ma blonde
Datas : de 2 a 8 de Março
Apresentações: de uma primeira fase do trabalho no dia 5 de Março; apresentação final do trabalho desenvolvido no
dia 8 de Março.
Propomos um trabalho com vários grupos musicais de Coimbra, que poderão ir do fado aos grupos corais, no sentido
de criar apresentações / aparições informais conjuntas a ter lugar em vários espaços da cidade (interiores e exteriores).
Pede-se aos interessados que enviem para prcultura@ci.uc.pt um pequeno texto que resuma as razões da sua vontade
de participar neste projecto, acompanhado da identificação (nome, idade, actividade e número de telefone de contacto).
WORKSHOP ABRIGO
Com: Madalena Victorino, Leonor Barata, Pedro Ramos e Susana Gaspar.
Datas: 5, 6 e 7 de Março
Apresentação: 8 de Março
É uma oficina coreográfica e dramatúrgica que se apropriará de espaços do campus universitário e o utilizará como
contexto e cenografia para a criação de uma peça coreográfica de conjunto.
Procuram-se dois grupos, um de homens, outro de mulheres, pessoas jovens ou não, que irão trabalhar
separadamente. Em vista e em estudo, estão os homens da antiga academia na sua relação com a Sala do Exame
Privado e as mulheres pensantes e criadoras de ideias e projectos, a implementar na Sala de S. Pedro da Biblioteca
Geral.