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 Unidade Didáctica: Descrição e interpretação da actividade cognoscitiva
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 Objectivo Específico(s): Explicar a insuficiência da definição de conhecimento como crença verdadeira justificada.


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suscita:                                                                                          si? Podemos representá-los
                                                                                                  como uma exclusão?
    Objecção 1: Se todo o conhecimento digno desse nome tem de
ser sempre uma opinião verdadeira, então todos os nossos                                            Esta alternativa não resiste a
conhecimentos têm de ser sempre infalíveis. Ora, muitas das nossas                                outras objecções.
opiniões tidas como verdadeiras revelaram-se falsas. Poderá
concluir-se que essas opiniões não eram conhecimento?                                               Objecção 1: Se não há
                                                                                                  verdade, então não é verdade
    Objecção 2: se todo o conhecimento digno desse nome tem de                                    que não há verdade.
ser necessariamente verdadeiro, então não pode haver progresso no
conhecimento. Ora, tem-se verificado um progresso nas nossas                                         Objecção 2: se tudo fosse
crenças, inclusive nas crenças dos cientistas. Poderá então                                       falso, então seria falso que
concluir-se que as nossas crenças e as crenças dos cientistas não                                 tudo fosse falso.
eram conhecimentos?
                                                                                                    Objecção 3: Se nada é
    Objecção 3: a definição tradicional parece incorrecta (ou                                     verdade, então pode pensar-
incompleta) por duas razões. Se “S sabe que P” sob a condição “P é                                se seja o que for. Morte da
verdadeiro”, então:                                                                               Filosofia!
    a) Qualquer razão que pudesse aduzir-se posteriormente contra
P seria falsa por princípio e deveria ser abandonada por S.                                         Objecção 4: Se nada fosse
    b) Qualquer razão que pudesse aduzir-se posteriormente a                                      verdadeiro nem falso, não
favor de P seria redundante e desnecessária.                                                      haveria diferença entre o
                                                                                                  conhecimento e a ignorância.




Como solucionar a contradição? Uma hipótese alternativa

Conhecer é pensar o que é: o conhecimento é uma certa relação, digamos, de conformidade, de
semelhança, de correspondência de adequação entre o espírito ou mente e o mundo ou estado
de coisas. Dizemos que conhecemos os nossos familiares, a nossa casa, a nossa rua, o nosso
bairro, a nossa cidade… o que temos no nosso espírito quando pensamos nos nossos
familiares, na nossa casa, etc., … corresponde mais ou menos, isto é, aproximadamente, ao que
existe na realidade. Não será este mais ou menos, este aproximadamente, o que distingue o
conhecimento da verdade? Acerca dos nossos familiares podemos enganar-nos. Sobre o que se
passa da nossa cidade ignoramos muitas coisas. Entre um conhecimento absoluto e uma
ignorância total, não haverá um meio termo? Conhecimento e verdade parece então que são dois
conceitos diferentes, mas solidários entre si. Nenhum conhecimento é a verdade, mas um
conhecimento que não fosse em nada verdadeiro não poderia distinguir-se de um erro, de uma
ilusão, de um delírio. Nenhum conhecimento é absoluto, mas nenhuma crença seria
conhecimento se não fosse pela parte de absoluto que ela comporta ou de que participa.

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Definição tradicional de conhecimento criticada

  • 1. O conhecimento e a racionalidade científica e tecnológica Doc. Unidade Didáctica: Descrição e interpretação da actividade cognoscitiva Tema: O conhecimento proposicional como crença verdadeira justificada Objectivo Específico(s): Explicar a insuficiência da definição de conhecimento como crença verdadeira justificada. Problematização da definição tradicional de conhecimento: A definição tradicional de conhecimento como crença Formulação da negação da verdadeira justificada poder-se-ia representar como uma completa definição. sobreposição dos conceitos de conhecimento e de verdade. Podemos concluir que os conceitos de conhecimento e Objecções: Várias são as objecções que uma tal sobreposição verdade nada têm a ver entre suscita: si? Podemos representá-los como uma exclusão? Objecção 1: Se todo o conhecimento digno desse nome tem de ser sempre uma opinião verdadeira, então todos os nossos Esta alternativa não resiste a conhecimentos têm de ser sempre infalíveis. Ora, muitas das nossas outras objecções. opiniões tidas como verdadeiras revelaram-se falsas. Poderá concluir-se que essas opiniões não eram conhecimento? Objecção 1: Se não há verdade, então não é verdade Objecção 2: se todo o conhecimento digno desse nome tem de que não há verdade. ser necessariamente verdadeiro, então não pode haver progresso no conhecimento. Ora, tem-se verificado um progresso nas nossas Objecção 2: se tudo fosse crenças, inclusive nas crenças dos cientistas. Poderá então falso, então seria falso que concluir-se que as nossas crenças e as crenças dos cientistas não tudo fosse falso. eram conhecimentos? Objecção 3: Se nada é Objecção 3: a definição tradicional parece incorrecta (ou verdade, então pode pensar- incompleta) por duas razões. Se “S sabe que P” sob a condição “P é se seja o que for. Morte da verdadeiro”, então: Filosofia! a) Qualquer razão que pudesse aduzir-se posteriormente contra P seria falsa por princípio e deveria ser abandonada por S. Objecção 4: Se nada fosse b) Qualquer razão que pudesse aduzir-se posteriormente a verdadeiro nem falso, não favor de P seria redundante e desnecessária. haveria diferença entre o conhecimento e a ignorância. Como solucionar a contradição? Uma hipótese alternativa Conhecer é pensar o que é: o conhecimento é uma certa relação, digamos, de conformidade, de semelhança, de correspondência de adequação entre o espírito ou mente e o mundo ou estado de coisas. Dizemos que conhecemos os nossos familiares, a nossa casa, a nossa rua, o nosso bairro, a nossa cidade… o que temos no nosso espírito quando pensamos nos nossos familiares, na nossa casa, etc., … corresponde mais ou menos, isto é, aproximadamente, ao que existe na realidade. Não será este mais ou menos, este aproximadamente, o que distingue o conhecimento da verdade? Acerca dos nossos familiares podemos enganar-nos. Sobre o que se passa da nossa cidade ignoramos muitas coisas. Entre um conhecimento absoluto e uma ignorância total, não haverá um meio termo? Conhecimento e verdade parece então que são dois conceitos diferentes, mas solidários entre si. Nenhum conhecimento é a verdade, mas um conhecimento que não fosse em nada verdadeiro não poderia distinguir-se de um erro, de uma ilusão, de um delírio. Nenhum conhecimento é absoluto, mas nenhuma crença seria conhecimento se não fosse pela parte de absoluto que ela comporta ou de que participa.