Anita Berber foi uma dançarina e atriz alemã do início do século XX conhecida por suas performances ousadas e estilo de vida extravagante. Filha de artistas, ela se tornou uma pioneira da dança moderna com performances eróticas e provocativas que chocavam o público. Sua vida foi marcada por relacionamentos conturbados e vício em drogas, levando a sua morte precoce aos 29 anos.
3. Anita Berber, de origem cigana, foi uma prostituta, escritora expressionista, dançarina exótica e actriz de filmes mudos alemães. Nasceu a 10 de Junho de 1899, na Alemanha. Filha dos boémios FelixBerber, violinista, e LucieBerber, actriz e dançarina de cabaret. 1901 – Anita e a sua avó, que a criou nos primeiros anos de vida
4. Aos dez anos estava inscrita no Instituto Jacque-Dalcroz, onde seguia um rigoroso treino físico. Aos quinze anos, inscrita numa escola de Berlim, na área da actuação, tinha como professora a coreógrafa Rita Sacchetto. Para além de actuações em grupo, com colegas da escola, dentro dos quais ValeskaGert, fez também inúmeras a solo. 1916
6. Em 1919, participou pela primeira vez num filme mudo. E até 1925 apareceu em mais de vinte filmes mudos alemães. Nesse mesmo ano, numa festa após uma actuação, dançou nua em público pela primeira vez, sob um estado embriagado. Ainda em 1919, casou-se pela primeira vez com Eberhard von Nathusius. Este casamento de poucadura, foiseguidode váriasrelaçõeslésbicas, conhecidaspublicamente. 1919 - Cartaz do primeiro filme em que Anita Berber participou
7. O segundo casamento, em 1922, com SebastianDroste, não durou mais de um ano. Juntos criaram arrojadas performances. Mas a mais polémica produção foi o livro “A Dança da Depravação, Terror e Êxtase”, que oferece a visão cínica e angustiante que assombrava a existência pessoal e artística de ambos. 1921 SebastianDroste
9. Era na dança que Anita mostrava com notoriedade as suas habilidades. Ao som de compositores como Strauss e Debussy, encarava uma figura erótica, exibicionista e grotesca, destinada ao choque. Ao longo do tempo, as danças foram-se tornando muito macabras e o público das mesmas albergava maioritariamente círculos homossexuais, pugilistas e prostitutas. Pioneira das danças modernas, e com uma vida séria de artista, rapidamente se tornou mais conhecida pela vida boémia que levava. Os gastos descontrolados em peles, jóias, os relacionamentos bissexuais, o alegado caso de escravidão sexual de uma mulher e da filha desta de quinze anos e o vício pela cocaína, conhaque e outras substâncias ílicitas oriundas da Europa, tornaram-se assuntos de conversa pública.
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11. Anita Berber era escandalosa, andrógina e infame. Usava o cabelo curto, pintado de vermelho e firmemente enrolado na nuca. Apresentava-se com uma maquilhagem exagerada em que a pele estava morbidamente pálida, os olhos, delineados a preto e esfumados com carvão, criavam um efeito dramático, os lábios pintados de negro tinham o contorno em formato de coração. Nos espectáculos vestia uma tanga curta e, ocasionalmente, um corpete debaixo dos seios pequenos. Podia ser encontrada em hotéis, restaurantes, clubes nocturnos e casinos, embrulhada num elegante casaco de pele de marta, acompanhada do seu macaco de estimação e usando um broche antigo de prata, cheio de cocaína.
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15. O artista OttoDix, em 1925, fez um retrato de Anita – “ScarletWhoreofBerlin”-, em que esta é notavelmente descrita como uma figura erótica. o vermelho violento do vestido e do cabelo surgem como expressão de rebeldia e de opressão, e permite aos espectadores compreender os elementos chave mesmo sem conhecer a história da figura. É-nos dada a impressão de uma mulher leviana que aparente ter mais idade. A vida marcada e difícil faz-se notar através das expressões faciais e corporais. Aos vinte e nove anos Anita Berber morreu, com uma tuberculose contraída numa excursão ao Médio Oriente e também devido ao seu peculiar estilo de vida. O cemitério, nos dias de hoje, está fora de uso e o túmulo desapareceu. Actualmente são realizadas produções e estudos cujo objectivo é, através dos contextos históricos e artísticos, tentar perceber a importância da arte de Anita Berber e da sua tendência para o choque.