1. A língua Chinyanja no projecto ortográfico comum do PFLP e o bilinguismo em Moçambique
Tema: A língua Chichewa no projecto ortográfico comum do PFLP e o bilinguismo em Moçambique.
Audiência:
Linguistas, todos professores de línguas, Lexicógrafos, todas as pessoas envolvidas no processo de
ensino – aprendizagem das línguas Bantu, instituições religiosas e o ministério da educação em
Moçambique como entidade que representa o governo nesta área.
Os objectivos:
I. Dar a minha contribuição sobre o comportamento dos sons (palavras) da língua Chichewa como
falante nativo no que concerne aos empréstimos que podem ser feitos a partir desta língua para o
Português.
II. Providenciar alguns inputs que poderão ser analisados junto da Cátedra de Português da UEM e a
comissão responsável no Projecto ortográfico comum dos Países Falantes da Língua Portuguesa
em Moçambique.
III. Trazer o paradigma de identidade cultural dos falantes da língua nos empréstimos.
Introdução
Sendo Moçambique é um dos países falante da língua Portuguesa deverá participar do projecto
ortográfico comum dos PFLP dando um contributo significativo. Portanto, algumas realidades das
comunidades moçambicanas já usam termos emprestados das línguas Bantu que ao nível nacional fazem
parte do corpus do léxico do Português Moçambicano. Todavia, o Moçambique tem a responsabilidade de
sistematizar os sons ou palavras das línguas Bantu para facilitar o leitor da língua de chegada a pronunciar
ou produzir este som ou palavra quando emprestada. Por outro lado, esta responsabilidade visa
uniformizar ou padronizar todos sons das línguas Bantu faladas em Moçambique para regular a escrita
dessas palavra e sons quando são emprestados na língua portuguesa, a nível internacional (ortografia
comum dos PFLP).
Todos estes desafios em Moçambique estão na responsabilidade Cátedra de Português para fazer os
levantamentos, criar as propostas, os padrões da uniformização e levar para a mesa de debate do Projecto
de do acordo ortográfico comum dos Países Falantes da Língua Portuguesa no Instituto Internacional de
Língua Portuguesa.
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Contextualização
A língua Chichewa é falada em Moçambique nas províncias de Tete, Nampula, Zambézia, Niassa. No
âmbito internacional é fala no Malawi e Zâmbia e é usada como a língua de ensino no que diz respeito ao
processo de ensino- aprendizagem no ensino bilingue, e é uma minoria no Zimbabwe.
Portanto em o governo de Moçambique decidiu usar o Português como língua de ensino após a
independência em 1975. Actualmente está em curso o processo da introdução do bilinguismo nas no
sistema nacional de educação com objectivo de facilitar a aprendizagem das crianças nos primeiros nãos
de ensino, resgatar, conservar os valores culturais das comunidades das respectivas línguas nativas onde
as escolas estão localizadas.
“O empréstimo consiste em copiar, ou utilizar a própria palavra da língua original no texto da língua de
chegada” quando se traduz ou se usa termos que na língua de chegada não existem (Vinay e Darbelnet,
1977, como citados em Babosa 1990:25). Portanto, defendem que o empréstimo “deve ser usado quando
não houver, na LT1, um significante que tenha o mesmo significado expresso pelo significante empregado
no TLO2”.
No que diz respeito as conclusões sobre como representar os sons ou grafemas das línguas Bantu
Moçambicanas em Português são harmónicas e passivas, mas a letra K não pode ser substituída pela letra
C em Português quando se está perante a um empréstimo.
Na mesma perspectiva, tive algumas dificuldades durante o trabalho porque os falantes entrevistados
tiveram algumas dificuldades em esclarecerem alguns aspectos fonológicos (de alguns sons) e
representação dos grafemas alegando que eram aportuguesados ou não sabiam como eles poderiam
representar.
Identidade cultural dos falantes da língua nos empréstimos
Todos os falantes da línguas querem ver patentes os traços de identidades culturais quando são feitos os
empréstimos na sua língua, todavia, apesar de existir um empréstimo seguido de aclimatação e finalmente
a adaptação (e incluir no léxico da língua de chegada) verifica se sempre os traços culturais de identidade
dos falantes da língua na língua de chegada.
Por exemplo quadro comparativo das três línguas deixa clara o os traços de identidade dos falantes dos
temos emprestados.
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Texto da língua de tradução
2
Texto da língua original
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Inglês Português Cinyanja
Literal translation Tradução literal Literero thiranzileshion
Email / fax Endereço electrónico/ fax Imelo/ fakisi
Marks / Sir Pontos / senhor Malikisi/ sala
Sailor / Letter Marinheiro / Carta Malinhero / Kalata
Court Tribunal Kothi/ Tiribunali
summon Notificar Chissaman
Member Membro Memba / membala
Purgatory Purgatório mpulugatolio
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Conclusão
Este ensaio é parte da minha reflexão sobre o recente workshop/ seminário sobre o empréstimo
do Português nas línguas Bantu, onde a oradora era a professora Inês Machungo e por motivos
de saúde foi substituída pelo professor Armindo Ngunga.
Por um lado, é importante frisar que ao fazermos os empréstimos nas línguas devemos pensar
nos aspectos fonológicos e fonéticos da língua de chegada porque alguns sons e existentes na
língua de partida não existem na língua de chegada o que dificulta o falante da língua de chegada
produzir os respectivos sons ou ler as palavras.
Por outro lado, no que concerne ao uso da língua e das palavras nos falantes reais3 com cultura
individual querem ver os seus traços de identidade cultural patentes nas palavras que são
emprestadas da sua língua. Esta atitude leva nos a afirmar que a língua transporta consigo traços
culturais de identidades culturais dos falantes e não é possível separar a língua da comunidade
falante da mesma.
No que diz respeito ao empréstimo, deve se ter a responsabilidade do contexto (será que este som
existem na língua de chegada? Se não existe como representa-lo de forma a facilitar a produção
do mesmo para o falante da língua de chegada?). Na mesma perspectiva deve se ter em conta o
empréstimo do oral para a escrita mas focalizando oralidade na língua de chegada.
Neste seminário workshop todos os participantes propuseram uma segunda parte deste seminário
pois todos estavam claros nos objectivos do seminário, e assumiram que a dinâmica era restrita a
algumas línguas facto que os outros se sentiam limitados ou excluídos. Contudo, para trazer uma
maior inclusão e nova dinâmica e produtividade sobre o levantamento dos dados para o projecto
ortográfico comum dos FFLP sugeriram a segunda parte do seminário onde pelos menos deve
existir falantes das varias línguas moçambicanas. Portanto, para cada um trazer uma abordagem
sobre a sua língua contribuindo na uniformização ou padronização dos sons ou palavras no
empréstimo do português nas linguas Bantu moçambicana.
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Nativos e conservadores
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Referências bibliográficas
Barbosa, H. (1990). Procedimentos. Técnicas de tradução: uma nova proposta. Pontes editoras.
Chibambo, M. (2008). Nkhokwe Yamalamulo a Chichewa ndi nkhani zina za M’sukulu za
seckondale. Claim Mabuku. Blantyre.
Missionários da companhia de Jesus. (1964). Elemntos da gramática do Cinyanja
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