2. Me apresento assim, para que possam adivinhar quem sou: - uma
vovó - igualzinha a todas as vovós do mundo!
Mesmo tendo vivido e acompanhado todas as transformações ocorri-
das no planeta, fora dele e nos seres que nele vivem, tenho gravado na me-
mória tudo que minha vovó me ensinou e que para mim é importantíssimo
até hoje: a educação, a delicadeza e a civilidade.
Quando lerem a história que narrarei perceberão que talvez eu seja
um pouquinho mais “sortuda” por perceber coisas bem legais para contar e
mostrar às crianças, minhas grandes amigas.
O vovô e eu moramos em Curitiba, num apartamento bem grande e
confortável, com banheiros, cozinha, áreas de serviço em mármore ou gra-
nito em pedacinhos pretos e brancos, temos uma bela vista da cidade, bons
vizinhos e nossa vida é tranquila - ou era tranquila - sem mistérios.
Bem, não sem mistérios, e é exatamente isto que quero contar para
vocês.
Tudo começou numa noite muito quente de verão. Acordei ouvindo
latidos de inúmeros cães, o que é bem comum em todos os lugares, mas,
de madrugada é bem chato e incomoda demais.
Levantei-me da cama, olhei pela janela para ver se havia algum pro-
blema na rua, mas nada, tudo paradinho, sem ninguém andando ou carro
passando.
Estava realmente muito quente e assim entrei no banheiro do meu
quarto para lavar o rosto.
Não estava mais ouvindo os latidos quando, de repente, comecei a ouvir um
só, bem pertinho, como se saísse de algum lugar de dentro dele.
Levei o maior susto pois não temos cachorro e nossos vizinhos do
3
3. andar de cima e de baixo também não. Me recuperei um pouco, continu-
ando a ouvir o latidinho e resolvi olhar o banheiro todo para ver o que era
aquilo.
Procurei no chão, nas prateleiras, nos armários, na banheira, na
bancada da pia, achando que era uma brincadeira de meus netos Octavio
e Theo, colocando um gravador ou um brinquedo para me assustar.
Não achei nada, mas, de repente, comecei a sentir uma estranha
vibração em meu cérebro, como uma mensagem, dizendo:
“Olhe bem, que eu estou na parede de mármore, na frente da banheira.”
Fiquei paralisada, achando que tinha algo sobrenatural no meu ba-
nheiro, mas mesmo morrendo de medo, resolvi olhar a parada que a “coisa”
havia indicado.
Por favor, não duvidem do que estou contando: fiquei olhando a pa-
rede, vendo apenas os pedacinhos de mármore, quando ouvi o latido e per-
cebi que vinha do alto da mesma e, como
um choque, vi “de cabeça para baixo” um
cachorrinho branco, poodle, bem, bem ní-
tido.
Para que vocês pudessem ver o que
estou contando, decidi fotografar tudo!
Novamente senti as vibrações, e,
após enorme concentração, percebi uma
frase:
“Por favor, precisamos de sua ajuda pois
estamos sofrendo muito!”
Fechei os olhos e procurando ser lú-
cida, raciocinei: - “Isto é um sonho ou um
pesadelo, devo estar dormindo em pé!”
Consegui dar uns passos para trás
e com os joelhos meio presos, corri até a
4 Foto de Billy na parede 5
4. cozinha para tomar água com açúcar, que era o que se usava antigamente “Por que vocês estão precisando de ajuda?”
para acalmar alguém. “Nós estávamos numa ótima nesta Estação, nos comunicávamos perfei-
Depois de alguns minutos, tomei coragem e resolvi voltar ao banheiro, tamente uns com os outros, até que de repente não conseguimos mais
tendo a certeza de estar acordada. Cheguei perto da banheira, olhei para a fazê-lo e ficamos isolados. Eu tenho uma namorada e estou sofrendo muito
parede e lá estava ele me mandando novamente a mesma mensagem: por não saber se ela e meus amigos ainda estão aqui. Imagino que possa
“Por favor, precisamos de sua ajuda!” haver um bloqueio ou interferência criado por alguma Energia Maligna.”
Neste momento, mesmo achando que estava “fora do ar”, na minha Eu continuava gelada, sem saber bem o que fazer, ainda não acredi-
mente surgiram mil perguntas: tando no que estava acontecendo. Saí do banheiro, tomei mais água com
“Será um E.T?” açúcar e fui para a cama tentando dormir, o que não consegui.
“Será uma experiência secreta?” Quando o dia amanheceu, antes do vovô levantar, fui correndo para
“Será mesmo real?” o banheiro, ver se era tudo verdade a luz do dia. Achei o cachorrinho e
Vi minha câmera na bancada da pia a resolvi fotografar meu banhei- achei que se ele existia mesmo, deveria ter um nome, por isso resolvi
ro, para poder provar tudo que estava acontecendo. chamá-lo de Billy.
Munindo-me de toda a coragem, resolvi perguntar: “Você vai nos ajudar?” Perguntou Billy.
”Quem é você? O que é você?” “Não sei como.” Respondi.
Recebi mentalmente a resposta: “Você tem que achar a Energia e isolar sua interferência, anulando-a.”
“Não se assuste, não faço mal, eu sou uma Energia.” “Como?”
“Mas eu estou vendo um cachorrinho de pedacinhos de mármore preto e “A maneira mais simples é cobri-la com borracha e fita isolante. Tire fotos
branco na minha parede, e pelo que sei, energia não é visível nem tem for- de todos que encontrar, me mostre e eu os identificarei.”
ma!” Respondi. A curiosidade tomou conta de mim, apanhei a câmera e comecei a
“Tem razão, mas a energia pode ocupar espaços e estamos nestas pedri- procurar outros cachorrinhos, a namorada do Billy, e a “Energia Monstrinha”
nhas como numa foto de identificação, por não sairmos do lugar, mas nos em todos os mármores do banheiro.
comunicando e sabendo com quem o fazemos.” Estava tão concentrada que nem notei, em pé, na porta do banheiro,
Levei outro susto: o vô e meus dois netinhos Octavio e Theo, me olhando com a cara de maior
“Outros?” espanto e preocupação por me verem abaixada com a câmera na mão, fo-
“Sim, neste seu banheiro existe o que chamamos de “Estação”, e ficaremos tografando o chão do banheiro!!!
aqui sem saber por quanto tempo.” Acharam que eu estava passando mal, tinha caído ou que eu havia
Como acredito que todo o Universo e tudo que dele faz parte é Ener- “surtado” e perguntaram o que eu estava fazendo daquele jeito esquisito.
gia, comecei a achar que seria possível o que estava acontecendo e resolvi Não tinha como explicar mentindo, logo resolvi contar tudo e como
continuar o “papo”: sabia que era difícil acreditarem no que estava acontecendo, como minha
câmera é digital resolvi mostrar as fotos.
6 7
5. Ficaram apavorados, incrédulos e quando mostrei o Billy na parede,
não conseguiam nem falar.
Depois, só queriam procurar novos cachorrinhos!
Estávamos todos vibrando, pois não é comum acontecer uma coisa
tão diferente dentro do banheiro de uma casa!
Começamos a achar cachorrinhos e combinamos que daríamos no-
mes que pudessem combinar com eles, ou que representassem Energias.
Assim, Theo inventou para a Energia Maligna o nome de: “Ion Malva-
dowski”.
Achei o nome um pouco complicado, mas Theo argumentou:
“Vó, tem que parecer nome de monstro de filme de terror, como Frankens-
tein, etc.”
Concordei, e quando começamos a procurar de novo, achamos uma
cachorrinha dançando!
Parecia tão impossível que custamos a acreditar.
Levamos a foto para o Billy e dissemos ter escolhido o nome “Pop
Star” para ela. Ele disse que o nome estava perfeito, pois ela se achava
uma grande estrela de musicais e, com qualquer som, não parava de se
exibir.
Achávamos cada vez mais cachorrinhos e começamos a ficar cada
vez mais tempo no banheiro procurando, assim combinamos que só o farí-
amos quando estivéssemos usando-o normalmente, como para escovar os
dentes, fazer o nº 1 e o nº 2 (não esquecendo de lavar as mãos ao terminar),
escovar o cabelo e penteá-los, tomar banho, etc.
Foto de Billy colorida pot T héo. Agora lhes apresento novos amigos!
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6. Molhadinho
Não confundir com Malhadinho. Este adora água e Billy contou que nos dias
que o banheiro é lavado, ele se comunica com todos como se fosse dia de
festa!
Meu filho teve um Labrador, raça que também adora água, e quando
passava perto de um lago, rio ou piscina, se jogava e nadava em estilo “ca-
Pop Star chorrinho”, como as crianças fazem.
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7. branco (granito) os bichinhos, desenhos, formas que neles aparecem e sen-
Perfumânia tirão a maravilhosa sensação de vitória ao consegui-lo. É preciso ter muita
paciência e lembrem-se de fotografar tudo para não confundirem o lugar
onde se encontram.
Para que possam fazer um pequeno treino, colocarei fotos do meu ba-
nheiro para procurarem os cachorrinhos ou qualquer outra forma delineada.
Se não conseguirem, não se preocupem, pois indicarei no final do
livre como fazem nas revistinhas infantis.
Cada dia achávamos mais cachorrinhos, mas o que procurávamos
mesmo era o Ion Malvadowski, que, na nossa opinião, seria um monstro.
Como se percebe pelo nome e pela foto onde se nota um nariz bem
Para que vejam quantos achamos mas não era ele, colocarei algumas fo-
“empinadinho”, concluímos que ela adora o cheiro de todos os produtos que
tos:
temos no banheiro: talcos, sabonetes, desodorantes, etc. Mas o que a dei-
xa realmente enlouquecida são meus perfumes e colônias importadas.
Soube que ela é tão “técnica” que consegue, de olhos fechados,
identificar qualquer aroma!
Se não conseguirem, não se preocupem, pois indicarei no final do livro
Acreditem, é tão sensacional que gostaria muito que vocês come-
como fazem nas revistinhas infantis.
çassem a procurar em qualquer lugar onde haja aquele mármore preto e
12 13
8. Meus netos me lembraram que tão importante quanto achar o Ion
Malvadowski, seria encontrar a namorada do Billy, que cada vez ficava mais
triste por não termos conseguido encontrá-la.
Vou continuar lhes apresentando novos amigos que encontrávamos
e que são bem diferentes e legais.
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9. Volt - Campeão Olímpico
É o maior atleta, e sua especialidade é a corrida com obstáculos e
também grandes maratonas. Leva tudo a sério, treina todos os dias e está
sempre feliz.
Esqueci de contar-lhes que o único contato telepático que tínhamos
Me pareceu forte e bravo, mas Billy disse que ele é muito amigável, era com o Billy, e por mais que tenhamos tentado com os outros, nada con-
gosta de crianças, não morde e é ótimo companheiro. Lembrou que quan- seguimos.
do se criam os cães sem maltratá-los, com carinho e atenção, eles sempre Conheçam agora um novo personagem que nos impressionou muito
serão o que chamamos de “O melhor amigo do homem”. por ser realmente igualzinho à uns humanos que temos por aqui.
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10. Bob, T he Bad Boy
Vendo a foto, não há como não identificar um Bad Boy das turmas
meio complicadas de adolescentes que assim agem para chamar a aten-
ção, dizendo que isto é um protesto.
Quando notamos que até um cigarro ele tinha em sua boca, lembra-
mos das campanhas contra o fumo que estão sendo feitas, de extrema ne-
cessidade e importância, para evitar graves doenças causadas pelo fumo e
também para despoluir um pouco o ar que respiramos.
Assim, de brincadeira disse a meu neto Theo:
“Esta foto está tão legal que poderia servir para uma dessas campanhas,
escrevendo-se: ‘Não seja burro, pare de fumar!’.”
Imediatamente meu neto Octavio corrigiu:
“Está errado vó, deve ser: ‘Não seja cachorro, pare de fumar!’”
Outra campanha, na minha opinião tão importante ou até mais do
que a de não fumar, é a campanha contra a violência, que, como sabemos,
só resulta em tragédias e desvalorização do ser humano, que, com esta
atitude parece estar voltando à “era das cavernas” em vez de trilhar o “ca-
minho das estrelas”, que seria muito mais de acordo com a inteligência de
que é dotado. Não lutem com as mãos e os pés, e sim com palavras, eu
disse “palavras”, não “palavrões”!
O que me causa espanto é que em casa novo amigo ou amiga que
encontrávamos, havia inúmeras semelhanças conosco.
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11. Admirem Deci Bell
Uma grande cantora lírica. Ao ouvir isto, tive um ataque de riso por
lembrar-me de um concurso que houve na televisão somente para animais
que fizessem as coisas mais extravagantes.
Apareceu um homem apresentando uma cadelinha cantora. Vocês não po-
dem imaginar como foi hilário. Ele cantava ópera e a cachorrinha, sentada
com a cabeça esticada bem para cima, uivava em vários tons musicais, gra-
ves, agudos e não parava mais. E não parou mesmo, nem quando a música
acabou, o homem terminou de cantar, dava ordens para ela calar a boca,
o que ela não obedecia, continuando a uivar até a direção do programa ter
de mandar carregá-la para fora do palco, ainda uivando. O auditório quase
morreu de tanto rir.
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12. Vicky Bell
Esta é outra cantora, mas não é lírica, e sim uma roqueira bem “mo-
dernosa”. Vicky Bel é em homenagem à minha neta Victoria, que ama o
rock e é ótima guitarrista.
A próxima é realmente “fora de série”. Quando a encontramos, não
sabíamos quem ela era, mas logo nos encantamos por ela parecer tão de-
licada, dengosa e amorosa.
Quando mostramos a foto ao Billy, ele só uivava e não parava de latir.
Já adivinharam?
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13. Sissy Sissy no mármore
Finalmente hoje é dia de festa! Billy
está radiante por termos encontrado sua
Dona Joule
namorada que é uma gracinha e se chama
Sissy. Embora ainda não estejam se comu- e Sissy
nicando, só ao verem a foto um do outro, fi- no mármore
caram muito felizes por estarem bem e no
do chão
mesmo lugar.
do banheiro
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14. Es ta é a Limosa
Estávamos encontrando tantos cachorrinhos que até pensamos em
parar um pouco, mas todos continuavam não se comunicando e teríamos
de encontrar Ion Malvadowski para cumprir nossa combinação com o Billy.
Queria lembrar a vocês que por mais que pareça impossível, todos
os cachorrinhos estão realmente no banheiro do meu quarto. Eles são ver-
dadeiros.
A seguir achamos o que se pode chamar de surpreendente: uma
dupla de detetives super famosa em livros e até no cinema. São espertos,
bons farejadores, não perdem uma pista e descobrem qualquer animal ou
“coisa” desaparecidos.
Seria maravilhoso se pudéssemos nos comunicar com eles para pe-
dir que achassem Ion Malvadowski, mas não era possível, por estarem blo-
...e essa é a Limosine queados.
Mesmo sem serem detetives, tenho certeza que vocês já descobri-
ram: Sherlock Holmes e Watson, mas para nossos cachorrinhos são:
Vejam que nome mais apropriado para nossa amiguinha! Para quem talvez
não conheça este carro, ele tem televisão, geladeira, bancos tipo sofá, qua-
se uma sala!
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15. Alber t Eins tein
Sherlock
Holmes
e
Watt s-on Este é o maior gênio da Ciência do mundo moderno, e a partir de
suas descobertas, o desenvolvimento sobre o universo foram totalmente
mudados. Era um físico, alemão e como observaram na foto, parece ter
sido um grande gozador.
Quando encontramos esses próximos dois cães, quase morremos
de tanto rir pela enorme e maravilhosa semelhança.
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16. Herr Stein - no 1
Comecei a me lembrar quantas coisas inacreditáveis foram criadas
pelo homem e só quando se fica bem velhinha e se olha para o começo de
nossa vida é que descobrimos com espanto o que havia e o que não havia
naquele tempo.
Acreditem que não havia: televisão, caneta esferográfica, aviões a
jato, foguetes, satélites artificiais, raios laser, celulares, computadores, mi-
Herr Stein - no 2 croondas, e vou parar por aqui senão vou ficar horas só neste assunto.
Continuei a pensar:
“Se não havia nada disso, como foi a minha infância?”
“Como posso sentir tão fortemente ter sido extremamente feliz quando era
criança?”
Meu pai, minha mãe, meu irmão e eu moramos na casa de meus
avós maternos até meus 10 anos de idade. Era uma casa enorme, com
jardim, mangueiras, goiabeiras, etc. E quando se olha a foto, se acha que
éramos milionários. Mas não éramos não. Meu avô comprou a casa em
1917 por um bom preço, e todos, até as crianças cooperavam, cuidando da
casa e do jardim.
Tínhamos uma tia avó que cuidava da cozinha, os gastos eram bem
menores que os de hoje em dia e só meu avô e meu pai trabalhavam fora.
30 31
17. tamar do jardim e do outro lado uma ladeira tão comprida quanto a escada.
Num intervalo de cada 12 degraus, havia uma parte reta que deve ter sido
feita para as pessoas descansarem e poderem aguentar subir até o fim.
Provavelmente eu descia alguns degraus e pulava quando deveriam
faltar uns três ou quatro degraus para a parte reta, repetindo tudo rapida-
mente até chegar lá embaixo. Se fosse pela ladeira eu abria os braços e
descia correndo!
Eu era muito pequena e a escada e a ladeira muito grandes, assim,
quando eu pulava ou corria parecia estar voando. Na minha imaginação ou
no meu mundo da fantasia, aquilo era real!
Quando contei isto para meus netos, os dois mais velhos Victoria e
Octavio logo me perguntaram rindo:
“Vó, você voava numa vassoura?”
Respondi:
“Sou uma bruxa sim, mas muito boazinha, pois até hoje não transformei
vocês em sapinhos!”
As crianças de hoje tem seus maravilhosos mundos da fantasia cria-
E Theo, meu neto menor, corrigiu:
dos por desconhecidos, técnicos, artistas, firmas especializadas em filmes,
- “Antigamente ela voava numa vassoura, mas hoje em dia, com o progres-
DVDs, jogos, etc. Tudo virtual, racional, visto e vivido por milhões de pesso-
so, ela voa num aspirador de pó!”
as no planeta, absolutamente impessoal!
Elas não criam mundos mágicos baseados em coisas reais de suas
vidas ou do que as cerca, onde seriam o personagem principal, as histórias
se modificariam a cada minuto e pareceriam quase verdadeiras.
Na infância de pessoas da minha idade o mundo da fantasia era
criado por cada um de nós, era único, inimitável, não tinha horário marcado,
aparelho para olhar, ou botãozinho para apertar! Nossos sonhos eram tão
reais que resolvi contar para vocês um segredo de quando eu era pequeni-
ninha e que só poucas pessoas sabem: Eu voava!!!
No fundo, no fundo, até hoje eu acho que eu voava mesmo, mas pela
lógica a explicação é bem simples: olhem novamente a foto da casa de
meus avós e vejam a escada gigantesca que se subia para chegar ao pa-
32 33
18. Nova descober ta no box! Hoje estou muito braba! Como já havia contado para vocês, sempre
que usávamos o banheiro do meu quarto para as atividades diárias, procu-
rávamos o Ion Malvadowski.
Entrei no box para tomar meu banho e quando olhei bem para o chão,
adivinhem o que eu encontrei: um cachorrinho muito sem vergonha me
olhando diretamente! Dei um pulo, peguei uma toalha, tirei os retratos e fui
correndo mostrar ao Billy.
Ele me disse que este cachorrinho era realmente muito safadinho, e
mesmo com todos brigando com ele, não adiantava, ele adorava ver gente
pelada!
Vejam como acabei logo com a gracinha dele!
34 35
19. “Salsi-i-i-i-i-icha!” De repente, me lembrei que havia salsichas na geladeira e resolvi
tentar uma coisa.
Peguei uma delas com a ponta dos dedos deixei-a ficar bem pendu-
rada e resolvi gritar: “Salsi-i-i-i-i-icha!”, como se fosse uma cantora de ópera.
Ele veio correndo, entrou, dei a salsicha e aprendi este truque, usando-o
sempre que precisava.
Nas férias, meus netos foram para lá comigo e aconteceu a mesma
coisa: Helmut não queria descer! Contei a eles o que eu fazia, sem ensinar
a voz que eu inventei e eles disseram que fariam o Helmut obedecer. Fi-
zeram tudo direitinho, gritavam salsicha! salsicha! e nada. Neste momento,
“vovó poderosa” disse:
“Me dê a salsicha e vejam como sou mágica! Tenho poderes especiais!”
Quando gritei com a voz ridícula de cantora de ópera, “Salsi-i-i-i-i-icha!”,
Helmut veio “voando”!!!
Estou adorando achar estes cãezinhos, pois me fazem lembrar de
muitas coisas engraçadas que me aconteceram. O que vou narrar também
é bem lembrado por meus netos.
Meu filho tem um cachorro gigantesco, dog alemão, que parece até
um bezerro. Eles moram num sítio na Mata Atlântica entre Rio e São Paulo.
Certa ocasião, ele precisava viajar por mais de três dias e embora tenha um
bom caseiro, me pediu para ficar lá e tomar conta do Helmut.
Helmut dormia dentro de casa, e na primeira noite, após o jantar co-
mecei a chamá-lo para que entrasse e eu fechasse a casa. O terreno é todo
de altos e baixos e para entrar na cozinha tem uma parte reta e uma escada.
Chamei, gritei e quando ele apareceu, ficou parado no alto da esca-
da, e eu fazendo de tudo para que ele descesse e... nada!
36 37
20. Helmut
É claro que o segredo era minha voz tão palhaçada, mas tão palha-
çada que Helmut gravou, adorou e obedecia.
Terminada esta historinha, vou começar uma outra, bem importante
e séria.
Por favor, vejam que coisinhas mais fofinhas estes dois que estão na
próxima página:
38 39
22. Eles representam uma época de muitas mudanças no modo de vida
das famílias. Apareceram grupos que queriam criar entre as pessoas uma Chapinha
convivência mais simples, com hábitos diferentes, muito amor, liberdade, e
respeito à natureza. Infelizmente houveram muitos erros e não deu nada
certo, mas a idéia ainda é extremamente valiosa.
Hoje me apavora e entristece saber que o homem criou as coisas
mais incríveis para melhorar, facilitar e desenvolver o trabalho, a comunica-
ção, a cultura, o lazer, a alimentação, etc. Tudo que ele precisaria para “ser
feliz”, esquecendo-se de que também estariam criando inúmeros efeitos
perigosos para eles próprios, para o planeta e para o misterioso Universo.
Sinto que tudo é feito pensando somente nos dias de hoje, não per-
cebendo que todos os seres e formas do planeta tem o direito de continuar
existindo, cumprindo suas funções imprescindíveis para que ele não desa-
pareça.
Agora, podem me chamar de “chata”, mas amo a vida, amo meus
semelhantes, amo a natureza e todas as formas de vida do mundo. Minha
contribuição agora é “perseguir” quem gasta água e luz sem necessidade,
joga lixo em qualquer luar, aumentando a contaminação e ajudando a apa-
recer mais doenças, o que já temos até demais!
Violência, lutas, super heróis e super homens também estão bem
exagerados, porque na hora que qualquer adulto, criança, animal ou plane-
ta está sofrendo, seja lá por que razões, o que realmente ajuda é o amor,
o carinho, e os cuidados daquele “alguém” que está sempre do ladinho de
quem precisa.
De vez em quando, leiam esta parte com atenção, pois os “podero-
sos da vez” são vocês, os únicos que poderão mudar o futuro do mundo e
criar o mundo do futuro!
Não fiquem zangados comigo por “dar aula”. Para suavizar um pou-
co o que acabei de escrever, vou colocar mais fotos de meus amiguinhos
legais, bem do mundo de hoje.
Moda do ano de 2010 para os cabelos femininos.
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23. Mega Her t z QUARK
Baixa o volume!!! Dalai Laminha, a menor energia do mundo
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24. Mademoiselle
Ampére Frou-Frou
Uma francesinha muito linda e educada. Notem que ela fica em pé
para cumprimentar as visitas.
Na França, cachorros são como gente, comem na mesa com os do-
nos quando vão a restaurantes, e os guardas param o transito para eles
atravessarem a rua! Uh la la!
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25. Sei que provavelmente não entenderão logo quem são estes dois
esquisitos, mas olhando bem, verão uma máscara de teatro grego (canina,
neste caso), que representa a Comédia e a Tragédia ou a Alegria e a Triste-
za, ou até se quiserem mudar um pouco, o Bem e o Mal. Isto sempre existiu
desde o começo da Humanidade, e como são duas, podemos escolher uma
ou outra parar vivermos bem.
Como estamos falando de Energia em minha história, acho mais fácil colo-
car estas forças como Positivo e Negativo. Não se pode acabar nem com
uma nem com a outra, logo se usarmos as duas trabalhando juntas sem
se tocarem, como nos fios elétricos, no final elas produzirão Luz e Força.
Assim, podemos acreditar ser possível criar a Paz, respeitando e reunindo
todas as forças, mesmo as contrárias ou diferentes, para juntas produzirem
Harmonia.
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26. Lanterninha Picolé
Seus donos jogam tênis à noite e ele acha qualquer bola que caia
fora da quadra, bem no escuro! Dorme de gorro nas noites frias de Curitiba.
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27. Será o
Ion Malvadowski?
Finalmente hoje estou me sentindo como uma arqueóloga gloriosa,
que procurava e encontrava túmulos de faraós, novas pirâmides, fósseis de
dinossauros, templos desconhecidos, Atlântida... Só que o que eu procura-
va não era nada disso, era “só” uma Energia Maligna que estava no meu ba-
nheiro, maltratando meus amigos cachorrinhos que viviam numa “Estação”.
Às vezes a gente está procurando alguma coisa com tanta vontade
que pode estar bem a nossa frente, mas não a vemos, o que me lembrou
de um ditado que minha avó falava: “Se fosse uma cobra, te mordia.”
Esta Energia estava no chão do banheiro, porém, embaixo do tapeti-
nho que uso em frente a pia e, embora tenha tirado o mesmo todos os dias,
não prestei atenção.
Meu neto Theo saiu do banho e afastou o tapete sem querer, pisando
descalço no chão. Sentiu um “choquinho” e me chamou imediatamente. Vi
um belo cachorro e bati uma foto para mostrar ao Billy, mesmo achando que
ele não tinha cara de mau e não deveria ser o Ion.
Meus amiguinhos, quando achei este “doggy” levei um susto, tendo
quase a certeza de que seria o Ion, pois olhando bem, descobri que são
três cachorros num só: um olhando para a esquerda, um para a direita e um
no meio.
Estava muito feliz acreditando que finalmente iria ajudar o Billy e
todos os cachorrinhos, porém, ao mostrar-lhe a foto, que tristeza a nossa:
mais uma vez ele nos disse que aquele não era o Ion Malvadowski.
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28. Esta foto nos lembra um nobre de algum país da Europa, bem antigo,
Ion Malvadowski
pela pose exibida e pelo chapéu!
Resolvi chamá-lo de
Dom Giovani
Quando Billy viu a foto, levou o maior susto e começou a gritar:
“Vó, é ele! É ele! “Te amo vó, você é o máximo! E conseguiu nos ajudar de
verdade!!!”
Passados os primeiros momentos de alegria, resolvi comentar com
ele que eu estava muito surpresa por aquele cachorro tão distinto ser Ion
Malvadowski! E a resposta que ele me deu foi que me fez cair para trás:
“Vó, o Ion Malvadowski não é o cachorro, é o chapéu!!! Ele está disfarçado
de chapéu.” Dom Giovani
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29. Quando se resolve um proble- Meu Deus, que pânico!!! Mas
Me lembrando que o havia deixado lá no chão sem me preocupar ma para alguém, conseguindo dei- tive que esperar a tempestade pas-
que ele pudesse fugir, corri para tomar as providências para que isto não xar todos felizes, quem trabalhou ou sar e a luz esverdeada desaparecer,
acontecesse. contribuiu se sente tão feliz ou até para conseguir entrar correndo no
Vejam o que fiz e que funcionou bem, pois todos os meus queridos mais do que eles e a união de todos banheiro.
cachorrinhos já estão se comunicando com a maior alegria deste mundo! é muito forte, verdadeira e emocio- Tentei me comunicar com
nante. o Billy e não consegui nada. Olhei
Continuamos nos comunican- para ver se o Ion Malvadowski es-
do telepaticamente só com o Billy, tava coberto, e estava. Comecei a
mas sabíamos notícias de todos, sentir que alguma coisa terrível ha-
olhávamos para eles e meu banhei- via realmente acontecido e que as
ro transformou-se mesmo em um
mundo maravilhosamente mágico!
O tempo foi passando, vivía-
mos na mais absoluta tranquilidade,
quando aconteceu o que para nós
foi a maior tragédia.
Numa tarde, como acontece
muito aqui em Curitiba, formou-se
uma violenta tempestade com raios
e trovões, ficando o céu bem escuro.
Corri para fechar as janelas e quando
cheguei ao meu quarto, vi que meu
banheiro brilhava com uma luz bem
verde e metálica. Mais uma vez eu
não sabia o que estava acontecen-
do, nem o que era aquilo, mas a úni-
ca coisa que me preocupava eram
meus amigos cachorrinhos! Tentei
entrar mas não consegui, como se
um escudo invisível me impedisse.
56 57
30. Energias haviam desaparecido.
A nossa tristeza foi tão grande
que meus netos, o vô e eu sofremos
muito como se perdêssemos amigos
reais e humanos.
O único jeito agora era en-
tendermos que aquilo era o previsto,
pois em no começo da história, Billy
dissera que a “Estação” deles era
temporária.
A tristeza foi passando, e um Agora vejam e sintam porque
dia eu estava arrumando o meu quar- tenho a certeza que meus cachor-
to quando recebi na minha mente rinhos e eu estaremos unidos para
um chamando: “Vovó! Vovó!”. Dando sempre!!!
pulos de alegria, corri para o banhei-
ro para ver se eles haviam voltado,
mas não, estava tudo quieto. Voltei
para o quarto e ouvi de novo: “Vovó!
Vovó! Olhe pela janela!”
Olhei e recebi a maior recompensa
do mundo quando vi, e fotografei
para olhar quando sentisse sauda-
des, mesmo estando tudo gravado
em minha mente e em meu coração.
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