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Baixar para ler offline
Me apresento assim, para que possam adivinhar quem sou: - uma
vovó - igualzinha a todas as vovós do mundo!
	      Mesmo tendo vivido e acompanhado todas as transformações ocorri-
das no planeta, fora dele e nos seres que nele vivem, tenho gravado na me-
mória tudo que minha vovó me ensinou e que para mim é importantíssimo
até hoje: a educação, a delicadeza e a civilidade.
	      Quando lerem a história que narrarei perceberão que talvez eu seja
um pouquinho mais “sortuda” por perceber coisas bem legais para contar e
mostrar às crianças, minhas grandes amigas.
	      O vovô e eu moramos em Curitiba, num apartamento bem grande e
confortável, com banheiros, cozinha, áreas de serviço em mármore ou gra-
nito em pedacinhos pretos e brancos, temos uma bela vista da cidade, bons
vizinhos e nossa vida é tranquila - ou era tranquila - sem mistérios.
	      Bem, não sem mistérios, e é exatamente isto que quero contar para
vocês.
	      Tudo começou numa noite muito quente de verão. Acordei ouvindo
latidos de inúmeros cães, o que é bem comum em todos os lugares, mas,
de madrugada é bem chato e incomoda demais.
	      Levantei-me da cama, olhei pela janela para ver se havia algum pro-
blema na rua, mas nada, tudo paradinho, sem ninguém andando ou carro
passando.
	      Estava realmente muito quente e assim entrei no banheiro do meu
quarto para lavar o rosto.
Não estava mais ouvindo os latidos quando, de repente, comecei a ouvir um
só, bem pertinho, como se saísse de algum lugar de dentro dele.
	      Levei o maior susto pois não temos cachorro e nossos vizinhos do

                                                                             3
andar de cima e de baixo também não. Me recuperei um pouco, continu-
     ando a ouvir o latidinho e resolvi olhar o banheiro todo para ver o que era
     aquilo.
     	      Procurei no chão, nas prateleiras, nos armários, na banheira, na
     bancada da pia, achando que era uma brincadeira de meus netos Octavio
     e Theo, colocando um gravador ou um brinquedo para me assustar.
     	      Não achei nada, mas, de repente, comecei a sentir uma estranha
     vibração em meu cérebro, como uma mensagem, dizendo:
    “Olhe bem, que eu estou na parede de mármore, na frente da banheira.”
     	      Fiquei paralisada, achando que tinha algo sobrenatural no meu ba-
     nheiro, mas mesmo morrendo de medo, resolvi olhar a parada que a “coisa”
     havia indicado.
     	      Por favor, não duvidem do que estou contando: fiquei olhando a pa-
     rede, vendo apenas os pedacinhos de mármore, quando ouvi o latido e per-
     cebi que vinha do alto da mesma e, como
     um choque, vi “de cabeça para baixo” um
     cachorrinho branco, poodle, bem, bem ní-
     tido.
     	      Para que vocês pudessem ver o que
     estou contando, decidi fotografar tudo!
     	      Novamente senti as vibrações, e,
     após enorme concentração, percebi uma
     frase:
    “Por favor, precisamos de sua ajuda pois
     estamos sofrendo muito!”
     	      Fechei os olhos e procurando ser lú-
     cida, raciocinei: - “Isto é um sonho ou um
     pesadelo, devo estar dormindo em pé!”
     	      Consegui dar uns passos para trás
     e com os joelhos meio presos, corri até a

4                                                                                  Foto de Billy na parede   5
cozinha para tomar água com açúcar, que era o que se usava antigamente         “Por que vocês estão precisando de ajuda?”
     para acalmar alguém.                                                           “Nós estávamos numa ótima nesta Estação, nos comunicávamos perfei-
     	      Depois de alguns minutos, tomei coragem e resolvi voltar ao banheiro,    tamente uns com os outros, até que de repente não conseguimos mais
     tendo a certeza de estar acordada. Cheguei perto da banheira, olhei para a      fazê-lo e ficamos isolados. Eu tenho uma namorada e estou sofrendo muito
     parede e lá estava ele me mandando novamente a mesma mensagem:                  por não saber se ela e meus amigos ainda estão aqui. Imagino que possa
    “Por favor, precisamos de sua ajuda!”                                            haver um bloqueio ou interferência criado por alguma Energia Maligna.”
     	      Neste momento, mesmo achando que estava “fora do ar”, na minha           	      Eu continuava gelada, sem saber bem o que fazer, ainda não acredi-
     mente surgiram mil perguntas:                                                   tando no que estava acontecendo. Saí do banheiro, tomei mais água com
    “Será um E.T?”                                                                   açúcar e fui para a cama tentando dormir, o que não consegui.
    “Será uma experiência secreta?”                                                  	      Quando o dia amanheceu, antes do vovô levantar, fui correndo para
    “Será mesmo real?”                                                               o banheiro, ver se era tudo verdade a luz do dia. Achei o cachorrinho e
     	      Vi minha câmera na bancada da pia a resolvi fotografar meu banhei-       achei que se ele existia mesmo, deveria ter um nome, por isso resolvi
     ro, para poder provar tudo que estava acontecendo.                              chamá-lo de Billy.
     Munindo-me de toda a coragem, resolvi perguntar:                               “Você vai nos ajudar?” Perguntou Billy.
    ”Quem é você? O que é você?”                                                    “Não sei como.” Respondi.
     Recebi mentalmente a resposta:                                                 “Você tem que achar a Energia e isolar sua interferência, anulando-a.”
    “Não se assuste, não faço mal, eu sou uma Energia.”                             “Como?”
    “Mas eu estou vendo um cachorrinho de pedacinhos de mármore preto e             “A maneira mais simples é cobri-la com borracha e fita isolante. Tire fotos
     branco na minha parede, e pelo que sei, energia não é visível nem tem for-      de todos que encontrar, me mostre e eu os identificarei.”
     ma!” Respondi.                                                                  	      A curiosidade tomou conta de mim, apanhei a câmera e comecei a
    “Tem razão, mas a energia pode ocupar espaços e estamos nestas pedri-            procurar outros cachorrinhos, a namorada do Billy, e a “Energia Monstrinha”
     nhas como numa foto de identificação, por não sairmos do lugar, mas nos         em todos os mármores do banheiro.
     comunicando e sabendo com quem o fazemos.”                                      	      Estava tão concentrada que nem notei, em pé, na porta do banheiro,
     Levei outro susto:                                                              o vô e meus dois netinhos Octavio e Theo, me olhando com a cara de maior
    “Outros?”                                                                        espanto e preocupação por me verem abaixada com a câmera na mão, fo-
    “Sim, neste seu banheiro existe o que chamamos de “Estação”, e ficaremos         tografando o chão do banheiro!!!
     aqui sem saber por quanto tempo.”                                               	      Acharam que eu estava passando mal, tinha caído ou que eu havia
     	      Como acredito que todo o Universo e tudo que dele faz parte é Ener-     “surtado” e perguntaram o que eu estava fazendo daquele jeito esquisito.
     gia, comecei a achar que seria possível o que estava acontecendo e resolvi      	      Não tinha como explicar mentindo, logo resolvi contar tudo e como
     continuar o “papo”:                                                             sabia que era difícil acreditarem no que estava acontecendo, como minha
                                                                                     câmera é digital resolvi mostrar as fotos.
6                                                                                                                                                                  7
Ficaram apavorados, incrédulos e quando mostrei o Billy na parede,
                                        não conseguiam nem falar.
                                        	     Depois, só queriam procurar novos cachorrinhos!

                                         	       Estávamos todos vibrando, pois não é comum acontecer uma coisa
                                         tão diferente dentro do banheiro de uma casa!
                                         	       Começamos a achar cachorrinhos e combinamos que daríamos no-
                                         mes que pudessem combinar com eles, ou que representassem Energias.
                                         	       Assim, Theo inventou para a Energia Maligna o nome de: “Ion Malva-
                                         dowski”.
                                         	       Achei o nome um pouco complicado, mas Theo argumentou:
                                        “Vó, tem que parecer nome de monstro de filme de terror, como Frankens-
                                         tein, etc.”
                                         	       Concordei, e quando começamos a procurar de novo, achamos uma
                                         cachorrinha dançando!
                                         Parecia tão impossível que custamos a acreditar.
                                         	       Levamos a foto para o Billy e dissemos ter escolhido o nome “Pop
                                         Star” para ela. Ele disse que o nome estava perfeito, pois ela se achava
                                         uma grande estrela de musicais e, com qualquer som, não parava de se
                                         exibir.
                                         	       Achávamos cada vez mais cachorrinhos e começamos a ficar cada
                                         vez mais tempo no banheiro procurando, assim combinamos que só o farí-
                                         amos quando estivéssemos usando-o normalmente, como para escovar os
                                         dentes, fazer o nº 1 e o nº 2 (não esquecendo de lavar as mãos ao terminar),
                                         escovar o cabelo e penteá-los, tomar banho, etc.




    Foto de Billy colorida pot T héo.   	                    Agora lhes apresento novos amigos!
8                                                                                                                       9
Molhadinho




                Não confundir com Malhadinho. Este adora água e Billy contou que nos dias
                que o banheiro é lavado, ele se comunica com todos como se fosse dia de
                festa!
                	      Meu filho teve um Labrador, raça que também adora água, e quando
                passava perto de um lago, rio ou piscina, se jogava e nadava em estilo “ca-
     Pop Star   chorrinho”, como as crianças fazem.
10                                                                                            11
branco (granito) os bichinhos, desenhos, formas que neles aparecem e sen-
                               Perfumânia                                         tirão a maravilhosa sensação de vitória ao consegui-lo. É preciso ter muita
                                                                                  paciência e lembrem-se de fotografar tudo para não confundirem o lugar
                                                                                  onde se encontram.

                                                                                  	      Para que possam fazer um pequeno treino, colocarei fotos do meu ba-
                                                                                  nheiro para procurarem os cachorrinhos ou qualquer outra forma delineada.




                                                                                  	      Se não conseguirem, não se preocupem, pois indicarei no final do
                                                                                  livre como fazem nas revistinhas infantis.

                                                                                  	     Cada dia achávamos mais cachorrinhos, mas o que procurávamos
                                                                                  mesmo era o Ion Malvadowski, que, na nossa opinião, seria um monstro.
      	       Como se percebe pelo nome e pela foto onde se nota um nariz bem
                                                                                  Para que vejam quantos achamos mas não era ele, colocarei algumas fo-
     “empinadinho”, concluímos que ela adora o cheiro de todos os produtos que
                                                                                  tos:
      temos no banheiro: talcos, sabonetes, desodorantes, etc. Mas o que a dei-
      xa realmente enlouquecida são meus perfumes e colônias importadas.
      	       Soube que ela é tão “técnica” que consegue, de olhos fechados,
                                                                                  	
      identificar qualquer aroma!
                                                                                  	
      	
                                                                                  Se não conseguirem, não se preocupem, pois indicarei no final do livro
      	       Acreditem, é tão sensacional que gostaria muito que vocês come-
                                                                                  como fazem nas revistinhas infantis.
      çassem a procurar em qualquer lugar onde haja aquele mármore preto e

12                                                                                                                                                              13
Meus netos me lembraram que tão importante quanto achar o Ion
     Malvadowski, seria encontrar a namorada do Billy, que cada vez ficava mais
     triste por não termos conseguido encontrá-la.
     	       Vou continuar lhes apresentando novos amigos que encontrávamos
     e que são bem diferentes e legais.




14                                                                                15
Volt - Campeão Olímpico




                                                                                 	     É o maior atleta, e sua especialidade é a corrida com obstáculos e
                                                                                 também grandes maratonas. Leva tudo a sério, treina todos os dias e está
                                                                                 sempre feliz.
                                                                                 	     Esqueci de contar-lhes que o único contato telepático que tínhamos
     	     Me pareceu forte e bravo, mas Billy disse que ele é muito amigável,   era com o Billy, e por mais que tenhamos tentado com os outros, nada con-
     gosta de crianças, não morde e é ótimo companheiro. Lembrou que quan-       seguimos.
     do se criam os cães sem maltratá-los, com carinho e atenção, eles sempre    	     Conheçam agora um novo personagem que nos impressionou muito
     serão o que chamamos de “O melhor amigo do homem”.                          por ser realmente igualzinho à uns humanos que temos por aqui.
16                                                                                                                                                           17
Bob, T he Bad Boy



                          	      Vendo a foto, não há como não identificar um Bad Boy das turmas
                          meio complicadas de adolescentes que assim agem para chamar a aten-
                          ção, dizendo que isto é um protesto.
                          	      Quando notamos que até um cigarro ele tinha em sua boca, lembra-
                          mos das campanhas contra o fumo que estão sendo feitas, de extrema ne-
                          cessidade e importância, para evitar graves doenças causadas pelo fumo e
                          também para despoluir um pouco o ar que respiramos.
                          Assim, de brincadeira disse a meu neto Theo:
                         “Esta foto está tão legal que poderia servir para uma dessas campanhas,
                          escrevendo-se: ‘Não seja burro, pare de fumar!’.”
                          Imediatamente meu neto Octavio corrigiu:
                         “Está errado vó, deve ser: ‘Não seja cachorro, pare de fumar!’”
                          	      Outra campanha, na minha opinião tão importante ou até mais do
                          que a de não fumar, é a campanha contra a violência, que, como sabemos,
                          só resulta em tragédias e desvalorização do ser humano, que, com esta
                          atitude parece estar voltando à “era das cavernas” em vez de trilhar o “ca-
                          minho das estrelas”, que seria muito mais de acordo com a inteligência de
                          que é dotado. Não lutem com as mãos e os pés, e sim com palavras, eu
                          disse “palavras”, não “palavrões”!
                          	      O que me causa espanto é que em casa novo amigo ou amiga que
                          encontrávamos, havia inúmeras semelhanças conosco.




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Admirem Deci Bell




                         	      Uma grande cantora lírica. Ao ouvir isto, tive um ataque de riso por
                         lembrar-me de um concurso que houve na televisão somente para animais
                         que fizessem as coisas mais extravagantes.
                         Apareceu um homem apresentando uma cadelinha cantora. Vocês não po-
                         dem imaginar como foi hilário. Ele cantava ópera e a cachorrinha, sentada
                         com a cabeça esticada bem para cima, uivava em vários tons musicais, gra-
                         ves, agudos e não parava mais. E não parou mesmo, nem quando a música
                         acabou, o homem terminou de cantar, dava ordens para ela calar a boca,
                         o que ela não obedecia, continuando a uivar até a direção do programa ter
                         de mandar carregá-la para fora do palco, ainda uivando. O auditório quase
                         morreu de tanto rir.




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Vicky Bell




                  	      Esta é outra cantora, mas não é lírica, e sim uma roqueira bem “mo-
                  dernosa”. Vicky Bel é em homenagem à minha neta Victoria, que ama o
                  rock e é ótima guitarrista.

                  	      A próxima é realmente “fora de série”. Quando a encontramos, não
                  sabíamos quem ela era, mas logo nos encantamos por ela parecer tão de-
                  licada, dengosa e amorosa.

                  	      Quando mostramos a foto ao Billy, ele só uivava e não parava de latir.
                  Já adivinharam?




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Sissy                 Sissy no mármore




     	      Finalmente hoje é dia de festa! Billy
     está radiante por termos encontrado sua
                                                    Dona Joule
     namorada que é uma gracinha e se chama
     Sissy. Embora ainda não estejam se comu-         e Sissy
     nicando, só ao verem a foto um do outro, fi-   no mármore
     caram muito felizes por estarem bem e no
                                                      do chão
     mesmo lugar.
                                                    do banheiro

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Es ta é a Limosa




                                                                                     	
                                                                                     	      Estávamos encontrando tantos cachorrinhos que até pensamos em
                                                                                     parar um pouco, mas todos continuavam não se comunicando e teríamos
                                                                                     de encontrar Ion Malvadowski para cumprir nossa combinação com o Billy.
                                                                                     	      Queria lembrar a vocês que por mais que pareça impossível, todos
                                                                                     os cachorrinhos estão realmente no banheiro do meu quarto. Eles são ver-
                                                                                     dadeiros.
                                                                                     	      A seguir achamos o que se pode chamar de surpreendente: uma
                                                                                     dupla de detetives super famosa em livros e até no cinema. São espertos,
                                                                                     bons farejadores, não perdem uma pista e descobrem qualquer animal ou
                                                                                    “coisa” desaparecidos.
                                                                                     	      Seria maravilhoso se pudéssemos nos comunicar com eles para pe-
                                                                                     dir que achassem Ion Malvadowski, mas não era possível, por estarem blo-
     ...e essa é a Limosine                                                          queados.
                                                                                     	      Mesmo sem serem detetives, tenho certeza que vocês já descobri-
                                                                                     ram: Sherlock Holmes e Watson, mas para nossos cachorrinhos são:




     Vejam que nome mais apropriado para nossa amiguinha! Para quem talvez
     não conheça este carro, ele tem televisão, geladeira, bancos tipo sofá, qua-
     se uma sala!

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Alber t Eins tein




                 Sherlock
                  Holmes




        e
     Watt s-on              	     Este é o maior gênio da Ciência do mundo moderno, e a partir de
                            suas descobertas, o desenvolvimento sobre o universo foram totalmente
                            mudados. Era um físico, alemão e como observaram na foto, parece ter
                            sido um grande gozador.	
                            	     Quando encontramos esses próximos dois cães, quase morremos
                            de tanto rir pela enorme e maravilhosa semelhança.

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Herr Stein - no 1




                          	       Comecei a me lembrar quantas coisas inacreditáveis foram criadas
                          pelo homem e só quando se fica bem velhinha e se olha para o começo de
                          nossa vida é que descobrimos com espanto o que havia e o que não havia
                          naquele tempo.
                          	       Acreditem que não havia: televisão, caneta esferográfica, aviões a
                          jato, foguetes, satélites artificiais, raios laser, celulares, computadores, mi-
     Herr Stein - no 2    croondas, e vou parar por aqui senão vou ficar horas só neste assunto.
                          	       Continuei a pensar:
                         “Se não havia nada disso, como foi a minha infância?”
                         “Como posso sentir tão fortemente ter sido extremamente feliz quando era
                          criança?”
                          	       Meu pai, minha mãe, meu irmão e eu moramos na casa de meus
                          avós maternos até meus 10 anos de idade. Era uma casa enorme, com
                          jardim, mangueiras, goiabeiras, etc. E quando se olha a foto, se acha que
                          éramos milionários. Mas não éramos não. Meu avô comprou a casa em
                         1917 por um bom preço, e todos, até as crianças cooperavam, cuidando da
                          casa e do jardim.
                          	       Tínhamos uma tia avó que cuidava da cozinha, os gastos eram bem
                          menores que os de hoje em dia e só meu avô e meu pai trabalhavam fora.


30                                                                                                           31
tamar do jardim e do outro lado uma ladeira tão comprida quanto a escada.
                                                                                       Num intervalo de cada 12 degraus, havia uma parte reta que deve ter sido
                                                                                       feita para as pessoas descansarem e poderem aguentar subir até o fim.
                                                                                       	       Provavelmente eu descia alguns degraus e pulava quando deveriam
                                                                                       faltar uns três ou quatro degraus para a parte reta, repetindo tudo rapida-
                                                                                       mente até chegar lá embaixo. Se fosse pela ladeira eu abria os braços e
                                                                                       descia correndo!	
                                                                                       	       Eu era muito pequena e a escada e a ladeira muito grandes, assim,
                                                                                       quando eu pulava ou corria parecia estar voando. Na minha imaginação ou
                                                                                       no meu mundo da fantasia, aquilo era real!
                                                                                       	       Quando contei isto para meus netos, os dois mais velhos Victoria e
                                                                                       Octavio logo me perguntaram rindo:
                                                                                      “Vó, você voava numa vassoura?”
                                                                                       Respondi:
                                                                                      “Sou uma bruxa sim, mas muito boazinha, pois até hoje não transformei
                                                                                       vocês em sapinhos!”
     	      As crianças de hoje tem seus maravilhosos mundos da fantasia cria-
                                                                                       E Theo, meu neto menor, corrigiu:
     dos por desconhecidos, técnicos, artistas, firmas especializadas em filmes,
                                                                                      - “Antigamente ela voava numa vassoura, mas hoje em dia, com o progres-
     DVDs, jogos, etc. Tudo virtual, racional, visto e vivido por milhões de pesso-
                                                                                       so, ela voa num aspirador de pó!”
     as no planeta, absolutamente impessoal!
     	      Elas não criam mundos mágicos baseados em coisas reais de suas
     vidas ou do que as cerca, onde seriam o personagem principal, as histórias
     se modificariam a cada minuto e pareceriam quase verdadeiras.
     	      Na infância de pessoas da minha idade o mundo da fantasia era
     criado por cada um de nós, era único, inimitável, não tinha horário marcado,
     aparelho para olhar, ou botãozinho para apertar! Nossos sonhos eram tão
     reais que resolvi contar para vocês um segredo de quando eu era pequeni-
     ninha e que só poucas pessoas sabem: Eu voava!!!
     	      No fundo, no fundo, até hoje eu acho que eu voava mesmo, mas pela
     lógica a explicação é bem simples: olhem novamente a foto da casa de
     meus avós e vejam a escada gigantesca que se subia para chegar ao pa-
32                                                                                                                                                                   33
Nova descober ta no box!   	      Hoje estou muito braba! Como já havia contado para vocês, sempre
                                que usávamos o banheiro do meu quarto para as atividades diárias, procu-
                                rávamos o Ion Malvadowski.
                                	      Entrei no box para tomar meu banho e quando olhei bem para o chão,
                                adivinhem o que eu encontrei: um cachorrinho muito sem vergonha me
                                olhando diretamente! Dei um pulo, peguei uma toalha, tirei os retratos e fui
                                correndo mostrar ao Billy.
                                	      Ele me disse que este cachorrinho era realmente muito safadinho, e
                                mesmo com todos brigando com ele, não adiantava, ele adorava ver gente
                                pelada!

                                Vejam como acabei logo com a gracinha dele!




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“Salsi-i-i-i-i-icha!”                                    	      De repente, me lembrei que havia salsichas na geladeira e resolvi
                                                                                    tentar uma coisa.
                                                                                    	      Peguei uma delas com a ponta dos dedos deixei-a ficar bem pendu-
                                                                                    rada e resolvi gritar: “Salsi-i-i-i-i-icha!”, como se fosse uma cantora de ópera.
                                                                                    Ele veio correndo, entrou, dei a salsicha e aprendi este truque, usando-o
                                                                                    sempre que precisava.	
                                                                                    	      Nas férias, meus netos foram para lá comigo e aconteceu a mesma
                                                                                    coisa: Helmut não queria descer! Contei a eles o que eu fazia, sem ensinar
                                                                                    a voz que eu inventei e eles disseram que fariam o Helmut obedecer. Fi-
                                                                                    zeram tudo direitinho, gritavam salsicha! salsicha! e nada. Neste momento,
                                                                                   “vovó poderosa” disse:
                                                                                   “Me dê a salsicha e vejam como sou mágica! Tenho poderes especiais!”
                                                                                    Quando gritei com a voz ridícula de cantora de ópera, “Salsi-i-i-i-i-icha!”,
                                                                                    Helmut veio “voando”!!!




     	      Estou adorando achar estes cãezinhos, pois me fazem lembrar de
     muitas coisas engraçadas que me aconteceram. O que vou narrar também
     é bem lembrado por meus netos.
     	      Meu filho tem um cachorro gigantesco, dog alemão, que parece até
     um bezerro. Eles moram num sítio na Mata Atlântica entre Rio e São Paulo.
     Certa ocasião, ele precisava viajar por mais de três dias e embora tenha um
     bom caseiro, me pediu para ficar lá e tomar conta do Helmut.
     	      Helmut dormia dentro de casa, e na primeira noite, após o jantar co-
     mecei a chamá-lo para que entrasse e eu fechasse a casa. O terreno é todo
     de altos e baixos e para entrar na cozinha tem uma parte reta e uma escada.
     	      Chamei, gritei e quando ele apareceu, ficou parado no alto da esca-
     da, e eu fazendo de tudo para que ele descesse e... nada!
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Helmut




              	      É claro que o segredo era minha voz tão palhaçada, mas tão palha-
              çada que Helmut gravou, adorou e obedecia.
              	      Terminada esta historinha, vou começar uma outra, bem importante
              e séria.
              	      Por favor, vejam que coisinhas mais fofinhas estes dois que estão na
              próxima página:




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Tropicália   Paz e Amor




40                             41
Eles representam uma época de muitas mudanças no modo de vida
     das famílias. Apareceram grupos que queriam criar entre as pessoas uma                                      Chapinha
     convivência mais simples, com hábitos diferentes, muito amor, liberdade, e
     respeito à natureza. Infelizmente houveram muitos erros e não deu nada
     certo, mas a idéia ainda é extremamente valiosa.
     	       Hoje me apavora e entristece saber que o homem criou as coisas
     mais incríveis para melhorar, facilitar e desenvolver o trabalho, a comunica-
     ção, a cultura, o lazer, a alimentação, etc. Tudo que ele precisaria para “ser
     feliz”, esquecendo-se de que também estariam criando inúmeros efeitos
     perigosos para eles próprios, para o planeta e para o misterioso Universo.
     	       Sinto que tudo é feito pensando somente nos dias de hoje, não per-
     cebendo que todos os seres e formas do planeta tem o direito de continuar
     existindo, cumprindo suas funções imprescindíveis para que ele não desa-
     pareça.
     	       Agora, podem me chamar de “chata”, mas amo a vida, amo meus
     semelhantes, amo a natureza e todas as formas de vida do mundo. Minha
     contribuição agora é “perseguir” quem gasta água e luz sem necessidade,
     joga lixo em qualquer luar, aumentando a contaminação e ajudando a apa-
     recer mais doenças, o que já temos até demais!
     	       Violência, lutas, super heróis e super homens também estão bem
     exagerados, porque na hora que qualquer adulto, criança, animal ou plane-
     ta está sofrendo, seja lá por que razões, o que realmente ajuda é o amor,
     o carinho, e os cuidados daquele “alguém” que está sempre do ladinho de
     quem precisa.
     	       De vez em quando, leiam esta parte com atenção, pois os “podero-
     sos da vez” são vocês, os únicos que poderão mudar o futuro do mundo e
     criar o mundo do futuro!
     	       Não fiquem zangados comigo por “dar aula”. Para suavizar um pou-
     co o que acabei de escrever, vou colocar mais fotos de meus amiguinhos
     legais, bem do mundo de hoje.
                                                                                      Moda do ano de 2010 para os cabelos femininos.
42                                                                                                                                     43
Mega Her t z                               QUARK




     	   Baixa o volume!!!                  Dalai Laminha, a menor energia do mundo




44                                                                                    45
Mademoiselle
     Ampére Frou-Frou




                        	     Uma francesinha muito linda e educada. Notem que ela fica em pé
                        para cumprimentar as visitas.
                        	
                        	     Na França, cachorros são como gente, comem na mesa com os do-
                        nos quando vão a restaurantes, e os guardas param o transito para eles
                        atravessarem a rua! Uh la la!




46                                                                                               47
Sei que provavelmente não entenderão logo quem são estes dois
     esquisitos, mas olhando bem, verão uma máscara de teatro grego (canina,
     neste caso), que representa a Comédia e a Tragédia ou a Alegria e a Triste-
     za, ou até se quiserem mudar um pouco, o Bem e o Mal. Isto sempre existiu
     desde o começo da Humanidade, e como são duas, podemos escolher uma
     ou outra parar vivermos bem.
     Como estamos falando de Energia em minha história, acho mais fácil colo-
     car estas forças como Positivo e Negativo. Não se pode acabar nem com
     uma nem com a outra, logo se usarmos as duas trabalhando juntas sem
     se tocarem, como nos fios elétricos, no final elas produzirão Luz e Força.
     Assim, podemos acreditar ser possível criar a Paz, respeitando e reunindo
     todas as forças, mesmo as contrárias ou diferentes, para juntas produzirem
     Harmonia.




48                                                                                 49
Lanterninha                                                                     Picolé



     	      Seus donos jogam tênis à noite e ele acha qualquer bola que caia
     fora da quadra, bem no escuro!                                            	   Dorme de gorro nas noites frias de Curitiba.




50                                                                                                                                51
Será o
                          Ion Malvadowski?



                                                                                  	     Finalmente hoje estou me sentindo como uma arqueóloga gloriosa,
                                                                                  que procurava e encontrava túmulos de faraós, novas pirâmides, fósseis de
                                                                                  dinossauros, templos desconhecidos, Atlântida... Só que o que eu procura-
                                                                                  va não era nada disso, era “só” uma Energia Maligna que estava no meu ba-
                                                                                  nheiro, maltratando meus amigos cachorrinhos que viviam numa “Estação”.
                                                                                  	     Às vezes a gente está procurando alguma coisa com tanta vontade
                                                                                  que pode estar bem a nossa frente, mas não a vemos, o que me lembrou
                                                                                  de um ditado que minha avó falava: “Se fosse uma cobra, te mordia.”
                                                                                  	     Esta Energia estava no chão do banheiro, porém, embaixo do tapeti-
                                                                                  nho que uso em frente a pia e, embora tenha tirado o mesmo todos os dias,
                                                                                  não prestei atenção.
                                                                                  	     Meu neto Theo saiu do banho e afastou o tapete sem querer, pisando
                                                                                  descalço no chão. Sentiu um “choquinho” e me chamou imediatamente. Vi
                                                                                  um belo cachorro e bati uma foto para mostrar ao Billy, mesmo achando que
                                                                                  ele não tinha cara de mau e não deveria ser o Ion.

     	      Meus amiguinhos, quando achei este “doggy” levei um susto, tendo
     quase a certeza de que seria o Ion, pois olhando bem, descobri que são
     três cachorros num só: um olhando para a esquerda, um para a direita e um
     no meio.
     	      Estava muito feliz acreditando que finalmente iria ajudar o Billy e
     todos os cachorrinhos, porém, ao mostrar-lhe a foto, que tristeza a nossa:
     mais uma vez ele nos disse que aquele não era o Ion Malvadowski.



52                                                                                                                                                            53
Esta foto nos lembra um nobre de algum país da Europa, bem antigo,

                                                                                  Ion Malvadowski
     pela pose exibida e pelo chapéu!




     Resolvi chamá-lo de




            Dom Giovani




      	
      	      Quando Billy viu a foto, levou o maior susto e começou a gritar:
     “Vó, é ele! É ele! “Te amo vó, você é o máximo! E conseguiu nos ajudar de
      verdade!!!”
      	      Passados os primeiros momentos de alegria, resolvi comentar com
      ele que eu estava muito surpresa por aquele cachorro tão distinto ser Ion
      Malvadowski! E a resposta que ele me deu foi que me fez cair para trás:
     “Vó, o Ion Malvadowski não é o cachorro, é o chapéu!!! Ele está disfarçado
      de chapéu.”                                                                  Dom Giovani
54                                                                                                  55
Quando se resolve um proble-     	      Meu Deus, que pânico!!! Mas
     	     Me lembrando que o havia deixado lá no chão sem me preocupar          ma para alguém, conseguindo dei-        tive que esperar a tempestade pas-
     que ele pudesse fugir, corri para tomar as providências para que isto não   xar todos felizes, quem trabalhou ou    sar e a luz esverdeada desaparecer,
     acontecesse.                                                                contribuiu se sente tão feliz ou até    para conseguir entrar correndo no
     	     Vejam o que fiz e que funcionou bem, pois todos os meus queridos      mais do que eles e a união de todos     banheiro.
     cachorrinhos já estão se comunicando com a maior alegria deste mundo!       é muito forte, verdadeira e emocio-     	      Tentei me comunicar com
                                                                                 nante.                                  o Billy e não consegui nada. Olhei
                                                                                 	      Continuamos nos comunican-       para ver se o Ion Malvadowski es-
                                                                                 do telepaticamente só com o Billy,      tava coberto, e estava. Comecei a
                                                                                 mas sabíamos notícias de todos,         sentir que alguma coisa terrível ha-
                                                                                 olhávamos para eles e meu banhei-       via realmente acontecido e que as
                                                                                 ro transformou-se mesmo em um
                                                                                 mundo maravilhosamente mágico!
                                                                                 	      O tempo foi passando, vivía-
                                                                                 mos na mais absoluta tranquilidade,
                                                                                 quando aconteceu o que para nós
                                                                                 foi a maior tragédia.
                                                                                 	      Numa tarde, como acontece
                                                                                 muito aqui em Curitiba, formou-se
                                                                                 uma violenta tempestade com raios
                                                                                 e trovões, ficando o céu bem escuro.
                                                                                 Corri para fechar as janelas e quando
                                                                                 cheguei ao meu quarto, vi que meu
                                                                                 banheiro brilhava com uma luz bem
                                                                                 verde e metálica. Mais uma vez eu
                                                                                 não sabia o que estava acontecen-
                                                                                 do, nem o que era aquilo, mas a úni-
                                                                                 ca coisa que me preocupava eram
                                                                                 meus amigos cachorrinhos! Tentei
                                                                                 entrar mas não consegui, como se
                                                                                 um escudo invisível me impedisse.
56                                                                                                                                                              57
Energias haviam desaparecido.
     	      A nossa tristeza foi tão grande
     que meus netos, o vô e eu sofremos
     muito como se perdêssemos amigos
     reais e humanos.
     	      O único jeito agora era en-
     tendermos que aquilo era o previsto,
     pois em no começo da história, Billy
     dissera que a “Estação” deles era
     temporária.
     	      A tristeza foi passando, e um     	     Agora vejam e sintam porque
     dia eu estava arrumando o meu quar-      tenho a certeza que meus cachor-
     to quando recebi na minha mente          rinhos e eu estaremos unidos para
     um chamando: “Vovó! Vovó!”. Dando        sempre!!!
     pulos de alegria, corri para o banhei-
     ro para ver se eles haviam voltado,
     mas não, estava tudo quieto. Voltei
     para o quarto e ouvi de novo: “Vovó!
     Vovó! Olhe pela janela!”
     Olhei e recebi a maior recompensa
     do mundo quando vi, e fotografei
     para olhar quando sentisse sauda-
     des, mesmo estando tudo gravado
     em minha mente e em meu coração.




58                                                                                59
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O Banheiro da Vovó

  • 1.
  • 2. Me apresento assim, para que possam adivinhar quem sou: - uma vovó - igualzinha a todas as vovós do mundo! Mesmo tendo vivido e acompanhado todas as transformações ocorri- das no planeta, fora dele e nos seres que nele vivem, tenho gravado na me- mória tudo que minha vovó me ensinou e que para mim é importantíssimo até hoje: a educação, a delicadeza e a civilidade. Quando lerem a história que narrarei perceberão que talvez eu seja um pouquinho mais “sortuda” por perceber coisas bem legais para contar e mostrar às crianças, minhas grandes amigas. O vovô e eu moramos em Curitiba, num apartamento bem grande e confortável, com banheiros, cozinha, áreas de serviço em mármore ou gra- nito em pedacinhos pretos e brancos, temos uma bela vista da cidade, bons vizinhos e nossa vida é tranquila - ou era tranquila - sem mistérios. Bem, não sem mistérios, e é exatamente isto que quero contar para vocês. Tudo começou numa noite muito quente de verão. Acordei ouvindo latidos de inúmeros cães, o que é bem comum em todos os lugares, mas, de madrugada é bem chato e incomoda demais. Levantei-me da cama, olhei pela janela para ver se havia algum pro- blema na rua, mas nada, tudo paradinho, sem ninguém andando ou carro passando. Estava realmente muito quente e assim entrei no banheiro do meu quarto para lavar o rosto. Não estava mais ouvindo os latidos quando, de repente, comecei a ouvir um só, bem pertinho, como se saísse de algum lugar de dentro dele. Levei o maior susto pois não temos cachorro e nossos vizinhos do 3
  • 3. andar de cima e de baixo também não. Me recuperei um pouco, continu- ando a ouvir o latidinho e resolvi olhar o banheiro todo para ver o que era aquilo. Procurei no chão, nas prateleiras, nos armários, na banheira, na bancada da pia, achando que era uma brincadeira de meus netos Octavio e Theo, colocando um gravador ou um brinquedo para me assustar. Não achei nada, mas, de repente, comecei a sentir uma estranha vibração em meu cérebro, como uma mensagem, dizendo: “Olhe bem, que eu estou na parede de mármore, na frente da banheira.” Fiquei paralisada, achando que tinha algo sobrenatural no meu ba- nheiro, mas mesmo morrendo de medo, resolvi olhar a parada que a “coisa” havia indicado. Por favor, não duvidem do que estou contando: fiquei olhando a pa- rede, vendo apenas os pedacinhos de mármore, quando ouvi o latido e per- cebi que vinha do alto da mesma e, como um choque, vi “de cabeça para baixo” um cachorrinho branco, poodle, bem, bem ní- tido. Para que vocês pudessem ver o que estou contando, decidi fotografar tudo! Novamente senti as vibrações, e, após enorme concentração, percebi uma frase: “Por favor, precisamos de sua ajuda pois estamos sofrendo muito!” Fechei os olhos e procurando ser lú- cida, raciocinei: - “Isto é um sonho ou um pesadelo, devo estar dormindo em pé!” Consegui dar uns passos para trás e com os joelhos meio presos, corri até a 4 Foto de Billy na parede 5
  • 4. cozinha para tomar água com açúcar, que era o que se usava antigamente “Por que vocês estão precisando de ajuda?” para acalmar alguém. “Nós estávamos numa ótima nesta Estação, nos comunicávamos perfei- Depois de alguns minutos, tomei coragem e resolvi voltar ao banheiro, tamente uns com os outros, até que de repente não conseguimos mais tendo a certeza de estar acordada. Cheguei perto da banheira, olhei para a fazê-lo e ficamos isolados. Eu tenho uma namorada e estou sofrendo muito parede e lá estava ele me mandando novamente a mesma mensagem: por não saber se ela e meus amigos ainda estão aqui. Imagino que possa “Por favor, precisamos de sua ajuda!” haver um bloqueio ou interferência criado por alguma Energia Maligna.” Neste momento, mesmo achando que estava “fora do ar”, na minha Eu continuava gelada, sem saber bem o que fazer, ainda não acredi- mente surgiram mil perguntas: tando no que estava acontecendo. Saí do banheiro, tomei mais água com “Será um E.T?” açúcar e fui para a cama tentando dormir, o que não consegui. “Será uma experiência secreta?” Quando o dia amanheceu, antes do vovô levantar, fui correndo para “Será mesmo real?” o banheiro, ver se era tudo verdade a luz do dia. Achei o cachorrinho e Vi minha câmera na bancada da pia a resolvi fotografar meu banhei- achei que se ele existia mesmo, deveria ter um nome, por isso resolvi ro, para poder provar tudo que estava acontecendo. chamá-lo de Billy. Munindo-me de toda a coragem, resolvi perguntar: “Você vai nos ajudar?” Perguntou Billy. ”Quem é você? O que é você?” “Não sei como.” Respondi. Recebi mentalmente a resposta: “Você tem que achar a Energia e isolar sua interferência, anulando-a.” “Não se assuste, não faço mal, eu sou uma Energia.” “Como?” “Mas eu estou vendo um cachorrinho de pedacinhos de mármore preto e “A maneira mais simples é cobri-la com borracha e fita isolante. Tire fotos branco na minha parede, e pelo que sei, energia não é visível nem tem for- de todos que encontrar, me mostre e eu os identificarei.” ma!” Respondi. A curiosidade tomou conta de mim, apanhei a câmera e comecei a “Tem razão, mas a energia pode ocupar espaços e estamos nestas pedri- procurar outros cachorrinhos, a namorada do Billy, e a “Energia Monstrinha” nhas como numa foto de identificação, por não sairmos do lugar, mas nos em todos os mármores do banheiro. comunicando e sabendo com quem o fazemos.” Estava tão concentrada que nem notei, em pé, na porta do banheiro, Levei outro susto: o vô e meus dois netinhos Octavio e Theo, me olhando com a cara de maior “Outros?” espanto e preocupação por me verem abaixada com a câmera na mão, fo- “Sim, neste seu banheiro existe o que chamamos de “Estação”, e ficaremos tografando o chão do banheiro!!! aqui sem saber por quanto tempo.” Acharam que eu estava passando mal, tinha caído ou que eu havia Como acredito que todo o Universo e tudo que dele faz parte é Ener- “surtado” e perguntaram o que eu estava fazendo daquele jeito esquisito. gia, comecei a achar que seria possível o que estava acontecendo e resolvi Não tinha como explicar mentindo, logo resolvi contar tudo e como continuar o “papo”: sabia que era difícil acreditarem no que estava acontecendo, como minha câmera é digital resolvi mostrar as fotos. 6 7
  • 5. Ficaram apavorados, incrédulos e quando mostrei o Billy na parede, não conseguiam nem falar. Depois, só queriam procurar novos cachorrinhos! Estávamos todos vibrando, pois não é comum acontecer uma coisa tão diferente dentro do banheiro de uma casa! Começamos a achar cachorrinhos e combinamos que daríamos no- mes que pudessem combinar com eles, ou que representassem Energias. Assim, Theo inventou para a Energia Maligna o nome de: “Ion Malva- dowski”. Achei o nome um pouco complicado, mas Theo argumentou: “Vó, tem que parecer nome de monstro de filme de terror, como Frankens- tein, etc.” Concordei, e quando começamos a procurar de novo, achamos uma cachorrinha dançando! Parecia tão impossível que custamos a acreditar. Levamos a foto para o Billy e dissemos ter escolhido o nome “Pop Star” para ela. Ele disse que o nome estava perfeito, pois ela se achava uma grande estrela de musicais e, com qualquer som, não parava de se exibir. Achávamos cada vez mais cachorrinhos e começamos a ficar cada vez mais tempo no banheiro procurando, assim combinamos que só o farí- amos quando estivéssemos usando-o normalmente, como para escovar os dentes, fazer o nº 1 e o nº 2 (não esquecendo de lavar as mãos ao terminar), escovar o cabelo e penteá-los, tomar banho, etc. Foto de Billy colorida pot T héo. Agora lhes apresento novos amigos! 8 9
  • 6. Molhadinho Não confundir com Malhadinho. Este adora água e Billy contou que nos dias que o banheiro é lavado, ele se comunica com todos como se fosse dia de festa! Meu filho teve um Labrador, raça que também adora água, e quando passava perto de um lago, rio ou piscina, se jogava e nadava em estilo “ca- Pop Star chorrinho”, como as crianças fazem. 10 11
  • 7. branco (granito) os bichinhos, desenhos, formas que neles aparecem e sen- Perfumânia tirão a maravilhosa sensação de vitória ao consegui-lo. É preciso ter muita paciência e lembrem-se de fotografar tudo para não confundirem o lugar onde se encontram. Para que possam fazer um pequeno treino, colocarei fotos do meu ba- nheiro para procurarem os cachorrinhos ou qualquer outra forma delineada. Se não conseguirem, não se preocupem, pois indicarei no final do livre como fazem nas revistinhas infantis. Cada dia achávamos mais cachorrinhos, mas o que procurávamos mesmo era o Ion Malvadowski, que, na nossa opinião, seria um monstro. Como se percebe pelo nome e pela foto onde se nota um nariz bem Para que vejam quantos achamos mas não era ele, colocarei algumas fo- “empinadinho”, concluímos que ela adora o cheiro de todos os produtos que tos: temos no banheiro: talcos, sabonetes, desodorantes, etc. Mas o que a dei- xa realmente enlouquecida são meus perfumes e colônias importadas. Soube que ela é tão “técnica” que consegue, de olhos fechados, identificar qualquer aroma! Se não conseguirem, não se preocupem, pois indicarei no final do livro Acreditem, é tão sensacional que gostaria muito que vocês come- como fazem nas revistinhas infantis. çassem a procurar em qualquer lugar onde haja aquele mármore preto e 12 13
  • 8. Meus netos me lembraram que tão importante quanto achar o Ion Malvadowski, seria encontrar a namorada do Billy, que cada vez ficava mais triste por não termos conseguido encontrá-la. Vou continuar lhes apresentando novos amigos que encontrávamos e que são bem diferentes e legais. 14 15
  • 9. Volt - Campeão Olímpico É o maior atleta, e sua especialidade é a corrida com obstáculos e também grandes maratonas. Leva tudo a sério, treina todos os dias e está sempre feliz. Esqueci de contar-lhes que o único contato telepático que tínhamos Me pareceu forte e bravo, mas Billy disse que ele é muito amigável, era com o Billy, e por mais que tenhamos tentado com os outros, nada con- gosta de crianças, não morde e é ótimo companheiro. Lembrou que quan- seguimos. do se criam os cães sem maltratá-los, com carinho e atenção, eles sempre Conheçam agora um novo personagem que nos impressionou muito serão o que chamamos de “O melhor amigo do homem”. por ser realmente igualzinho à uns humanos que temos por aqui. 16 17
  • 10. Bob, T he Bad Boy Vendo a foto, não há como não identificar um Bad Boy das turmas meio complicadas de adolescentes que assim agem para chamar a aten- ção, dizendo que isto é um protesto. Quando notamos que até um cigarro ele tinha em sua boca, lembra- mos das campanhas contra o fumo que estão sendo feitas, de extrema ne- cessidade e importância, para evitar graves doenças causadas pelo fumo e também para despoluir um pouco o ar que respiramos. Assim, de brincadeira disse a meu neto Theo: “Esta foto está tão legal que poderia servir para uma dessas campanhas, escrevendo-se: ‘Não seja burro, pare de fumar!’.” Imediatamente meu neto Octavio corrigiu: “Está errado vó, deve ser: ‘Não seja cachorro, pare de fumar!’” Outra campanha, na minha opinião tão importante ou até mais do que a de não fumar, é a campanha contra a violência, que, como sabemos, só resulta em tragédias e desvalorização do ser humano, que, com esta atitude parece estar voltando à “era das cavernas” em vez de trilhar o “ca- minho das estrelas”, que seria muito mais de acordo com a inteligência de que é dotado. Não lutem com as mãos e os pés, e sim com palavras, eu disse “palavras”, não “palavrões”! O que me causa espanto é que em casa novo amigo ou amiga que encontrávamos, havia inúmeras semelhanças conosco. 18 19
  • 11. Admirem Deci Bell Uma grande cantora lírica. Ao ouvir isto, tive um ataque de riso por lembrar-me de um concurso que houve na televisão somente para animais que fizessem as coisas mais extravagantes. Apareceu um homem apresentando uma cadelinha cantora. Vocês não po- dem imaginar como foi hilário. Ele cantava ópera e a cachorrinha, sentada com a cabeça esticada bem para cima, uivava em vários tons musicais, gra- ves, agudos e não parava mais. E não parou mesmo, nem quando a música acabou, o homem terminou de cantar, dava ordens para ela calar a boca, o que ela não obedecia, continuando a uivar até a direção do programa ter de mandar carregá-la para fora do palco, ainda uivando. O auditório quase morreu de tanto rir. 20 21
  • 12. Vicky Bell Esta é outra cantora, mas não é lírica, e sim uma roqueira bem “mo- dernosa”. Vicky Bel é em homenagem à minha neta Victoria, que ama o rock e é ótima guitarrista. A próxima é realmente “fora de série”. Quando a encontramos, não sabíamos quem ela era, mas logo nos encantamos por ela parecer tão de- licada, dengosa e amorosa. Quando mostramos a foto ao Billy, ele só uivava e não parava de latir. Já adivinharam? 22 23
  • 13. Sissy Sissy no mármore Finalmente hoje é dia de festa! Billy está radiante por termos encontrado sua Dona Joule namorada que é uma gracinha e se chama Sissy. Embora ainda não estejam se comu- e Sissy nicando, só ao verem a foto um do outro, fi- no mármore caram muito felizes por estarem bem e no do chão mesmo lugar. do banheiro 24 25
  • 14. Es ta é a Limosa Estávamos encontrando tantos cachorrinhos que até pensamos em parar um pouco, mas todos continuavam não se comunicando e teríamos de encontrar Ion Malvadowski para cumprir nossa combinação com o Billy. Queria lembrar a vocês que por mais que pareça impossível, todos os cachorrinhos estão realmente no banheiro do meu quarto. Eles são ver- dadeiros. A seguir achamos o que se pode chamar de surpreendente: uma dupla de detetives super famosa em livros e até no cinema. São espertos, bons farejadores, não perdem uma pista e descobrem qualquer animal ou “coisa” desaparecidos. Seria maravilhoso se pudéssemos nos comunicar com eles para pe- dir que achassem Ion Malvadowski, mas não era possível, por estarem blo- ...e essa é a Limosine queados. Mesmo sem serem detetives, tenho certeza que vocês já descobri- ram: Sherlock Holmes e Watson, mas para nossos cachorrinhos são: Vejam que nome mais apropriado para nossa amiguinha! Para quem talvez não conheça este carro, ele tem televisão, geladeira, bancos tipo sofá, qua- se uma sala! 26 27
  • 15. Alber t Eins tein Sherlock Holmes e Watt s-on Este é o maior gênio da Ciência do mundo moderno, e a partir de suas descobertas, o desenvolvimento sobre o universo foram totalmente mudados. Era um físico, alemão e como observaram na foto, parece ter sido um grande gozador. Quando encontramos esses próximos dois cães, quase morremos de tanto rir pela enorme e maravilhosa semelhança. 28 29
  • 16. Herr Stein - no 1 Comecei a me lembrar quantas coisas inacreditáveis foram criadas pelo homem e só quando se fica bem velhinha e se olha para o começo de nossa vida é que descobrimos com espanto o que havia e o que não havia naquele tempo. Acreditem que não havia: televisão, caneta esferográfica, aviões a jato, foguetes, satélites artificiais, raios laser, celulares, computadores, mi- Herr Stein - no 2 croondas, e vou parar por aqui senão vou ficar horas só neste assunto. Continuei a pensar: “Se não havia nada disso, como foi a minha infância?” “Como posso sentir tão fortemente ter sido extremamente feliz quando era criança?” Meu pai, minha mãe, meu irmão e eu moramos na casa de meus avós maternos até meus 10 anos de idade. Era uma casa enorme, com jardim, mangueiras, goiabeiras, etc. E quando se olha a foto, se acha que éramos milionários. Mas não éramos não. Meu avô comprou a casa em 1917 por um bom preço, e todos, até as crianças cooperavam, cuidando da casa e do jardim. Tínhamos uma tia avó que cuidava da cozinha, os gastos eram bem menores que os de hoje em dia e só meu avô e meu pai trabalhavam fora. 30 31
  • 17. tamar do jardim e do outro lado uma ladeira tão comprida quanto a escada. Num intervalo de cada 12 degraus, havia uma parte reta que deve ter sido feita para as pessoas descansarem e poderem aguentar subir até o fim. Provavelmente eu descia alguns degraus e pulava quando deveriam faltar uns três ou quatro degraus para a parte reta, repetindo tudo rapida- mente até chegar lá embaixo. Se fosse pela ladeira eu abria os braços e descia correndo! Eu era muito pequena e a escada e a ladeira muito grandes, assim, quando eu pulava ou corria parecia estar voando. Na minha imaginação ou no meu mundo da fantasia, aquilo era real! Quando contei isto para meus netos, os dois mais velhos Victoria e Octavio logo me perguntaram rindo: “Vó, você voava numa vassoura?” Respondi: “Sou uma bruxa sim, mas muito boazinha, pois até hoje não transformei vocês em sapinhos!” As crianças de hoje tem seus maravilhosos mundos da fantasia cria- E Theo, meu neto menor, corrigiu: dos por desconhecidos, técnicos, artistas, firmas especializadas em filmes, - “Antigamente ela voava numa vassoura, mas hoje em dia, com o progres- DVDs, jogos, etc. Tudo virtual, racional, visto e vivido por milhões de pesso- so, ela voa num aspirador de pó!” as no planeta, absolutamente impessoal! Elas não criam mundos mágicos baseados em coisas reais de suas vidas ou do que as cerca, onde seriam o personagem principal, as histórias se modificariam a cada minuto e pareceriam quase verdadeiras. Na infância de pessoas da minha idade o mundo da fantasia era criado por cada um de nós, era único, inimitável, não tinha horário marcado, aparelho para olhar, ou botãozinho para apertar! Nossos sonhos eram tão reais que resolvi contar para vocês um segredo de quando eu era pequeni- ninha e que só poucas pessoas sabem: Eu voava!!! No fundo, no fundo, até hoje eu acho que eu voava mesmo, mas pela lógica a explicação é bem simples: olhem novamente a foto da casa de meus avós e vejam a escada gigantesca que se subia para chegar ao pa- 32 33
  • 18. Nova descober ta no box! Hoje estou muito braba! Como já havia contado para vocês, sempre que usávamos o banheiro do meu quarto para as atividades diárias, procu- rávamos o Ion Malvadowski. Entrei no box para tomar meu banho e quando olhei bem para o chão, adivinhem o que eu encontrei: um cachorrinho muito sem vergonha me olhando diretamente! Dei um pulo, peguei uma toalha, tirei os retratos e fui correndo mostrar ao Billy. Ele me disse que este cachorrinho era realmente muito safadinho, e mesmo com todos brigando com ele, não adiantava, ele adorava ver gente pelada! Vejam como acabei logo com a gracinha dele! 34 35
  • 19. “Salsi-i-i-i-i-icha!” De repente, me lembrei que havia salsichas na geladeira e resolvi tentar uma coisa. Peguei uma delas com a ponta dos dedos deixei-a ficar bem pendu- rada e resolvi gritar: “Salsi-i-i-i-i-icha!”, como se fosse uma cantora de ópera. Ele veio correndo, entrou, dei a salsicha e aprendi este truque, usando-o sempre que precisava. Nas férias, meus netos foram para lá comigo e aconteceu a mesma coisa: Helmut não queria descer! Contei a eles o que eu fazia, sem ensinar a voz que eu inventei e eles disseram que fariam o Helmut obedecer. Fi- zeram tudo direitinho, gritavam salsicha! salsicha! e nada. Neste momento, “vovó poderosa” disse: “Me dê a salsicha e vejam como sou mágica! Tenho poderes especiais!” Quando gritei com a voz ridícula de cantora de ópera, “Salsi-i-i-i-i-icha!”, Helmut veio “voando”!!! Estou adorando achar estes cãezinhos, pois me fazem lembrar de muitas coisas engraçadas que me aconteceram. O que vou narrar também é bem lembrado por meus netos. Meu filho tem um cachorro gigantesco, dog alemão, que parece até um bezerro. Eles moram num sítio na Mata Atlântica entre Rio e São Paulo. Certa ocasião, ele precisava viajar por mais de três dias e embora tenha um bom caseiro, me pediu para ficar lá e tomar conta do Helmut. Helmut dormia dentro de casa, e na primeira noite, após o jantar co- mecei a chamá-lo para que entrasse e eu fechasse a casa. O terreno é todo de altos e baixos e para entrar na cozinha tem uma parte reta e uma escada. Chamei, gritei e quando ele apareceu, ficou parado no alto da esca- da, e eu fazendo de tudo para que ele descesse e... nada! 36 37
  • 20. Helmut É claro que o segredo era minha voz tão palhaçada, mas tão palha- çada que Helmut gravou, adorou e obedecia. Terminada esta historinha, vou começar uma outra, bem importante e séria. Por favor, vejam que coisinhas mais fofinhas estes dois que estão na próxima página: 38 39
  • 21. Tropicália Paz e Amor 40 41
  • 22. Eles representam uma época de muitas mudanças no modo de vida das famílias. Apareceram grupos que queriam criar entre as pessoas uma Chapinha convivência mais simples, com hábitos diferentes, muito amor, liberdade, e respeito à natureza. Infelizmente houveram muitos erros e não deu nada certo, mas a idéia ainda é extremamente valiosa. Hoje me apavora e entristece saber que o homem criou as coisas mais incríveis para melhorar, facilitar e desenvolver o trabalho, a comunica- ção, a cultura, o lazer, a alimentação, etc. Tudo que ele precisaria para “ser feliz”, esquecendo-se de que também estariam criando inúmeros efeitos perigosos para eles próprios, para o planeta e para o misterioso Universo. Sinto que tudo é feito pensando somente nos dias de hoje, não per- cebendo que todos os seres e formas do planeta tem o direito de continuar existindo, cumprindo suas funções imprescindíveis para que ele não desa- pareça. Agora, podem me chamar de “chata”, mas amo a vida, amo meus semelhantes, amo a natureza e todas as formas de vida do mundo. Minha contribuição agora é “perseguir” quem gasta água e luz sem necessidade, joga lixo em qualquer luar, aumentando a contaminação e ajudando a apa- recer mais doenças, o que já temos até demais! Violência, lutas, super heróis e super homens também estão bem exagerados, porque na hora que qualquer adulto, criança, animal ou plane- ta está sofrendo, seja lá por que razões, o que realmente ajuda é o amor, o carinho, e os cuidados daquele “alguém” que está sempre do ladinho de quem precisa. De vez em quando, leiam esta parte com atenção, pois os “podero- sos da vez” são vocês, os únicos que poderão mudar o futuro do mundo e criar o mundo do futuro! Não fiquem zangados comigo por “dar aula”. Para suavizar um pou- co o que acabei de escrever, vou colocar mais fotos de meus amiguinhos legais, bem do mundo de hoje. Moda do ano de 2010 para os cabelos femininos. 42 43
  • 23. Mega Her t z QUARK Baixa o volume!!! Dalai Laminha, a menor energia do mundo 44 45
  • 24. Mademoiselle Ampére Frou-Frou Uma francesinha muito linda e educada. Notem que ela fica em pé para cumprimentar as visitas. Na França, cachorros são como gente, comem na mesa com os do- nos quando vão a restaurantes, e os guardas param o transito para eles atravessarem a rua! Uh la la! 46 47
  • 25. Sei que provavelmente não entenderão logo quem são estes dois esquisitos, mas olhando bem, verão uma máscara de teatro grego (canina, neste caso), que representa a Comédia e a Tragédia ou a Alegria e a Triste- za, ou até se quiserem mudar um pouco, o Bem e o Mal. Isto sempre existiu desde o começo da Humanidade, e como são duas, podemos escolher uma ou outra parar vivermos bem. Como estamos falando de Energia em minha história, acho mais fácil colo- car estas forças como Positivo e Negativo. Não se pode acabar nem com uma nem com a outra, logo se usarmos as duas trabalhando juntas sem se tocarem, como nos fios elétricos, no final elas produzirão Luz e Força. Assim, podemos acreditar ser possível criar a Paz, respeitando e reunindo todas as forças, mesmo as contrárias ou diferentes, para juntas produzirem Harmonia. 48 49
  • 26. Lanterninha Picolé Seus donos jogam tênis à noite e ele acha qualquer bola que caia fora da quadra, bem no escuro! Dorme de gorro nas noites frias de Curitiba. 50 51
  • 27. Será o Ion Malvadowski? Finalmente hoje estou me sentindo como uma arqueóloga gloriosa, que procurava e encontrava túmulos de faraós, novas pirâmides, fósseis de dinossauros, templos desconhecidos, Atlântida... Só que o que eu procura- va não era nada disso, era “só” uma Energia Maligna que estava no meu ba- nheiro, maltratando meus amigos cachorrinhos que viviam numa “Estação”. Às vezes a gente está procurando alguma coisa com tanta vontade que pode estar bem a nossa frente, mas não a vemos, o que me lembrou de um ditado que minha avó falava: “Se fosse uma cobra, te mordia.” Esta Energia estava no chão do banheiro, porém, embaixo do tapeti- nho que uso em frente a pia e, embora tenha tirado o mesmo todos os dias, não prestei atenção. Meu neto Theo saiu do banho e afastou o tapete sem querer, pisando descalço no chão. Sentiu um “choquinho” e me chamou imediatamente. Vi um belo cachorro e bati uma foto para mostrar ao Billy, mesmo achando que ele não tinha cara de mau e não deveria ser o Ion. Meus amiguinhos, quando achei este “doggy” levei um susto, tendo quase a certeza de que seria o Ion, pois olhando bem, descobri que são três cachorros num só: um olhando para a esquerda, um para a direita e um no meio. Estava muito feliz acreditando que finalmente iria ajudar o Billy e todos os cachorrinhos, porém, ao mostrar-lhe a foto, que tristeza a nossa: mais uma vez ele nos disse que aquele não era o Ion Malvadowski. 52 53
  • 28. Esta foto nos lembra um nobre de algum país da Europa, bem antigo, Ion Malvadowski pela pose exibida e pelo chapéu! Resolvi chamá-lo de Dom Giovani Quando Billy viu a foto, levou o maior susto e começou a gritar: “Vó, é ele! É ele! “Te amo vó, você é o máximo! E conseguiu nos ajudar de verdade!!!” Passados os primeiros momentos de alegria, resolvi comentar com ele que eu estava muito surpresa por aquele cachorro tão distinto ser Ion Malvadowski! E a resposta que ele me deu foi que me fez cair para trás: “Vó, o Ion Malvadowski não é o cachorro, é o chapéu!!! Ele está disfarçado de chapéu.” Dom Giovani 54 55
  • 29. Quando se resolve um proble- Meu Deus, que pânico!!! Mas Me lembrando que o havia deixado lá no chão sem me preocupar ma para alguém, conseguindo dei- tive que esperar a tempestade pas- que ele pudesse fugir, corri para tomar as providências para que isto não xar todos felizes, quem trabalhou ou sar e a luz esverdeada desaparecer, acontecesse. contribuiu se sente tão feliz ou até para conseguir entrar correndo no Vejam o que fiz e que funcionou bem, pois todos os meus queridos mais do que eles e a união de todos banheiro. cachorrinhos já estão se comunicando com a maior alegria deste mundo! é muito forte, verdadeira e emocio- Tentei me comunicar com nante. o Billy e não consegui nada. Olhei Continuamos nos comunican- para ver se o Ion Malvadowski es- do telepaticamente só com o Billy, tava coberto, e estava. Comecei a mas sabíamos notícias de todos, sentir que alguma coisa terrível ha- olhávamos para eles e meu banhei- via realmente acontecido e que as ro transformou-se mesmo em um mundo maravilhosamente mágico! O tempo foi passando, vivía- mos na mais absoluta tranquilidade, quando aconteceu o que para nós foi a maior tragédia. Numa tarde, como acontece muito aqui em Curitiba, formou-se uma violenta tempestade com raios e trovões, ficando o céu bem escuro. Corri para fechar as janelas e quando cheguei ao meu quarto, vi que meu banheiro brilhava com uma luz bem verde e metálica. Mais uma vez eu não sabia o que estava acontecen- do, nem o que era aquilo, mas a úni- ca coisa que me preocupava eram meus amigos cachorrinhos! Tentei entrar mas não consegui, como se um escudo invisível me impedisse. 56 57
  • 30. Energias haviam desaparecido. A nossa tristeza foi tão grande que meus netos, o vô e eu sofremos muito como se perdêssemos amigos reais e humanos. O único jeito agora era en- tendermos que aquilo era o previsto, pois em no começo da história, Billy dissera que a “Estação” deles era temporária. A tristeza foi passando, e um Agora vejam e sintam porque dia eu estava arrumando o meu quar- tenho a certeza que meus cachor- to quando recebi na minha mente rinhos e eu estaremos unidos para um chamando: “Vovó! Vovó!”. Dando sempre!!! pulos de alegria, corri para o banhei- ro para ver se eles haviam voltado, mas não, estava tudo quieto. Voltei para o quarto e ouvi de novo: “Vovó! Vovó! Olhe pela janela!” Olhei e recebi a maior recompensa do mundo quando vi, e fotografei para olhar quando sentisse sauda- des, mesmo estando tudo gravado em minha mente e em meu coração. 58 59
  • 31. 60