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ana'Carvalhosa © direitos reservadosana'Carvalhosa © direitos reservados
pre m'aturopre m'aturo
02.07.15 2
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
porque nasces na alvorada de uma madrugada deitadaporque nasces na alvorada de uma madrugada deitada
se nascer é morrer quando abres os olhos e ergues a questãose nascer é morrer quando abres os olhos e ergues a questão
morrer é a noite abraçada no peito frio do teu olhar abençoadomorrer é a noite abraçada no peito frio do teu olhar abençoado
nem nasces morres para a manhã que cresce ao dianem nasces morres para a manhã que cresce ao dia
02.07.15 3
seduz.-me só mais uma vezseduz.-me só mais uma vez
como se o amanhã não existissecomo se o amanhã não existisse
que eu voltarei a dizer-teque eu voltarei a dizer-te
que te amarei para sempre,,,que te amarei para sempre,,,
como da primeira vezcomo da primeira vez
e de forma urgentee de forma urgente
quero sentir a tua língua percorrerquero sentir a tua língua percorrer
a minha única forma de vivera minha única forma de viver
como se fosse a primeiracomo se fosse a primeira
diz-me no silêncio das letrasdiz-me no silêncio das letras
como se escreve a palavra...como se escreve a palavra...
tocar a alma muito antes do corpotocar a alma muito antes do corpo
tocar o espírito antes de acordartocar o espírito antes de acordar
e perceber que tocar-te é amare perceber que tocar-te é amar
nem me apercebo ou quero irnem me apercebo ou quero ir
mas porque te adivinho sorriomas porque te adivinho sorrio
nas ondas que emites vibronas ondas que emites vibro
nem que seja a última veznem que seja a última vez
quero saber o que é sentirquero saber o que é sentir
teu corpo no meu e sorrirteu corpo no meu e sorrir
tem o toque da tua pele?tem o toque da tua pele?
tem o odor do teu suortem o odor do teu suor
ou é fantasia e dor?ou é fantasia e dor?
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
02.07.15 4
querer é um poder que ninguém
deve almejar... mas eu queria, só
porque sim... poder te amar.
querer é poder que ninguém deve
ambicionar... mas eu queria, só
porque sim... poder te curar
querer é poder que ninguém deve
ousar... mas eu queria só porque
sim,,, poder te olhar
querer é um poder que ninguém
deve fomentar... mas eu queria, só
porque sim... poder te abraçar
querer é um poder que eu não
quero... mas só hoje, só porque
sim... queria a protecção da paz a
fraternidade do amor e a tolerância
das dores
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
02.07.15 5
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
sempre quis a união de tudo e de todos e por momentos
até que consegui!
dizer que somos todos irmãos é um mito bíblico! não há
irmãos! há quem queira tudo alterar, subtilmente julgar,
por tudo e nada... não importa o quê...por ser, para
ser,... há realmente aqueles que nada querem, poucos
mas bons e, eu que nunca nada quis, agora quero:
- quero o meu eu!
o eu que via lia partilhava e ria, por poder levar ao outro
a alegria de se saber e sonhar espalhado por aí, mas
descobri que só ajudava a espalhar a fome da ganância
do exibicionismo desmesurado, como se a vida fosse
um galo encharutado
então? que faço eu aqui? se não levei a mensagem e a
missão a bom porto, não faço nada aqui, não
prefiro viver à margem da sociedade decadente
no lado certo de quem bebe água pura
e não na fonte trigueira que usa e abusa da videira
apela ao mar salgado que seja doce
e vê tudo, mesmo o que tu não vês
o amor que se sente não é para ver
é só para se sentir
02.07.15 6
anuncio anunciado
prematuro de mim
pelo ciclo da palavra
armazenada
em recantos meus
pedaços de nós
escondidos de ti
anunciei e nem viste
mas foi dito que sim
e agora não mais quero
anunciar aqui
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02.07.15 7
tanto vivi que morro
quando nasço
em cada ar que respiro
faleço
por vício que preciso
de enforcar-me assim
afogada no riso
do grito à nascença
quando digo
"não quero ir por aí"
nem ciente se vivo
se já me dissequei
em mais mil pedaços de ar
espalhados por aí e além
tantas vezes morro,
que vivo
quando escarneces de mim
e ardendo vou
queimando de ti
a dor de um parto
que vive em mim
parir,
nem que seja só para ti
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
02.07.15 8
bate a porta
tranca a janela
porque a natureza ...
já não é o que era
da inocência nasceu criança
mas da adolescência fez-se...
o macabro que não se diz
quando fértil acordar
será a natureza a gritar
está na hora de fechar
a tranca que enferruja
a cortina que se rasga
no vento do nada
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
02.07.15 9
abeirei-me na tua estrada
de um sorriso tímido para dar
mas foste somente o abraço
terno de me encantar
só soprar o teu pó no trilho
que a natureza irá agradecer
continuando e deixando
teu ser viver
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
02.07.15 10
tens o poder de me dominar
invades-me os sonhos e as palavras
tenho o pensamento em ti transbordado
não se me roam as letras e as linhas
e terei o poder de me superar
nas contas das frases
na dosagem das emoções
para não partir de novo no sentir
do poder com que me dominas
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
02.07.15 11
deixaste em mim
o teu doce mel
ensaboei-me
esquivando-me com fel
não busco adorador da palavra
seja qual for a sua forma
a métrica e toda a treta
que deitas em mim
no teu olhar compreensivo
adormeço-me, evitando
o teu olhar tão intenso
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
02.07.15 12
por quantos passados passei
que não esqueci o que ainda sei
foram os passos seguidos
estonteantes e embriagados
ainda caminham no rumo
ao encontro do hoje e do futuro
tão perto do fim
como eu agora de ti
nos passados e amanhãs
que em ti vivi
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
02.07.15 13
fui correndo ladeira abaixo
tinha pressa de te abraçar
correndo fui sorrindo
e cantando dizendo
vim correndo ladeira abaixo
tinha pressa de te amar
sorrindo e correndo
e dizendo cantando
correndo fui ladeira abaixo
tinha pressa de te olhar
sorrindo fui correndo
dizendo e cantando
tinha pressa de em ti estar
correndo e sorrindo
fui cantando e dizendo
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
02.07.15 14
foi um dia cheio de emoções
que fui encontrando em mim
tão intensas e fortes
que me cansei até de mim
e prematura decido
findar hoje por aqui
na folha que falta soprar
da árvore cair e tombar
para que na terra e no mar
me possa de novo encontrar
novo dia sem raízes para cortar
sem a dor de algo mais tratar
sem ser a vontade de ficar
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
02.07.15 15
tocar-te é de todos os meus pecados...
a melhor gula que posso alguma vez viver
ter-te mesmo que só por uns segundos
é saber-te em mim escorregar
e, no mais íntimo do meu ser
é sentir-te e saber-te em mim
e mesmo sem te tocar
saber que como o vento passaste por mim
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
02.07.15 16
jogámos uma vez mais o som à parede
e esbarrámos no beco sem saída ao eco
surtiu o silêncio
no jogo que nem perdemos ou ganhámos
foi um jogo apenas
sobre as plumas sem cor
que voam de nós nos dados sem número
no pano verde do planalto
nas fichas espalhadas como flores
e pérolas doiradas não trocadas
mas que ficam em nós
como marcas bem passadas
que não passam nem são restauradas
são jogos de vida
que nem devem ser partilhadas
pois o silêncio dos nossos jogos...
fixaram-se no silêncio
das letras trocadas
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
02.07.15 17
estava com tantas saudades de te ouvir
que abri a janela e fiquei a olhar
a ver se te via no sorriso a passar
tais eram as saudades que...
quase nem te via a atravessar
ias pensativo
medindo os passos devagar
que também nem me ouviste chamar
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
02.07.15 18
estive esperando a noite chegar
cansada de te ver rir e chorar
até a nuvem se afastou para não ver...
o quão importante é saber amar
onde estiveste que eu não estive
foi tempo perdido a aguardar
a nossa chegada, a nossa forma de estar
tão simples e singela que nem vale a pena falar
são horas que decorrem no tempo
no tempo de cá também estar
sob o mesmo verbo em sintonia conjugar
qualquer verbo mas mais o verbo amar
para te sufocar no ódio e raiva
que te possa abraçar
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
02.07.15 19
ser e aceitar-se como é, é de todos os prazeres
de te ouvir que me apetecer viver...
onde estás que me adormeces a cada hora que
me fazes acordar e sorrir...
estava tão imensamente embrenhada na forma
de viver que nem olhei a tua lágrima...
molhava-te a cara e descia pelo teu rosto abaixo,
pelo que engolia e nem dizia,
estarias de novo à beira do colapso de partir
numa luta sem tréguas ou vitórias?
na guerra da selva habitual do que passa na rua,
cansado e farto, de mais um dia
mas por fim, se aquieta e acalma no colo de um
sofá e retêm-se na abstracção de si
nem questionou ou levantou a questão: que faço
aqui? para quê existir, se é ao pó que quero ir
nem a resposta me chega nem o odor da planta
que se amotina no almofariz, responde
porque o pó nem cheiro tem, e, o seu sabor... é
aquele que não se descreve, pois nada tem
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
02.07.15 20
prostrei meu corpo à tua imagem
verguei no símbolo de passagem
e comigo te levei pela mão
de tal forma crente...
que hoje és rei do meu coração
quente isolado e afago
no que em mim possuo
oco mais profundo e âmago
com que pretendo a tua bênção
que seja a de leitura irmão
nada se faça mais que seja pecado
nem a ti me faça de rogado
será puro e carismático
tenhas o entendimento de aceitar
que terei todo o prazer de amar
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
02.07.15 21
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
escutei os ecos que o vento transporta
trazem novas de outros lados e rosas
que os jasmins solicitam por aí
é a força dos ventos que me faz chegar aqui
peguei a boleia dos teus olhos e corri
estavam entreabertos mas sorrindo para mim
estavas tão compenetrado e pensativo
que observaste à minúcia este mundo sem fim
já sabes onde está a força de querer enganar-me a mim
no sorriso escondido que refutas por aí...
02.07.15 22
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
sapato cordel salto e papel
foi o lápis afiado no mel
torceste o esquiço
furaste o lustre
ao manteiga derreteste
suando no vegetal
faz tudo tão bem
na corda do que está mal
que deixar o sapato
usar o chinelo
é a fita de feltro
mata borrão no traçado
de um olhar estreito
direito ao peito
não mata nem fere
é usado seguro
com todo o jeito
02.07.15 23
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
sei que já não é ilusão, sei...
sei que sei aceitar-te
quando me chamas de irmão
e eu sou irmã e uma confusão
já não é tema é razão
tão rara e ultrapassada
porque está fora de questão
ser de ti outra coisa que não...
alma gémea em mim contida
como minha e minha melhor amiga
sei que já é paixão, sei...
amo-te de coração.
02.07.15 24
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
passarás na minha rua e eu te verei
por detrás da cortina que me taparei
para só veres o que deixo e dar sei
o leque que me abana na escada
o chapéu que me oculta na sacada
num toldo tosco que me resguarda
mas olhar-te-ei na esquina de esguelha
como se estivesse atrás da tua orelha
a dizer-te como o vento nos faz parelha
ao assobiar por entre o olhar da gente
sabendo-nos audaz e presente
a cada passo que nos passa em frente
desviando o cortinado e espreitando urgente
02.07.15 25
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
se pudesse derrubava todos os muros e fronteiras
se pudesse criava um outro mundo e outra nação
reuniria o reino animal em comunhão com o vegetal
uniria o céu e a terra e na mistura teríamos o meio
o meio de tudo sem o extremo da noite ou o pico do meio dia
mas sim o momento de termos o interior em nós
02.07.15 26
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
leva-me tão breve quanto possível
na vaga da duna que o vento soprar
lá misturada no grão de areia
saberei o quanto no tempo fui amada
nos minutos que abusaste de mim
nas horas gastas a fugir à pressa de ti
na trovoada das gotas a flutuar no mar
para que saiba aprender a velejar
e na tempestade sempre encontrar
a razão que me faça aguentar e ser
02.07.15 27
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
se eu pudesse achar
a fonte do teu olhar
saberia te explicar
o porquê do meu desejar
tão só e somente intrigado
que daria a beber
da fonte ao ser amado
jorro de juventude e viver
como até agora o respirar
e, tudo sorriria por amar
02.07.15 28
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
queria eu saber explicar o porquê
desta sede que não mato
o porquê deste risco que não corro
e entender o porquê
desta ânsia que guardo
para poder explicar
nas letras que não desenho
a tristeza que me domina
por ver e sentir
tanto ser olvidado
da divina humanidade
queria eu saber explicar
tanta coisa que o mundo domina
sem a grande fantasia da humildade
para poder sorrir e aceitar
a minha diferença de verdade
queria só saber explicar
este vício que me domina
para me calar e nada mais explicar
a esta fraqueza que é minha
02.07.15 29
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
amo-te, natureza selvagem
suja por fora, mas limpa por dentro
amo-te, selvática natureza
que não se suja crescida
se mantêm intacta e indolor
porque se ama mesmo sem cor
no sorriso de uma missão
saber amar em qualquer situação
amar-te-ei em qualquer altura
que me deixes dar-te a mão
porque já possuis o meu coração
02.07.15 30
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
verifico as noites e os dias passados
nas rugas que me adornam
as vidas das estações cuidadas
nos minutos e horas que passam
nem devagar nem apressados
vividos e intensos preenchidos
nos calos do corpo encerrados
no vento que sopram descuidados
a pele seca de outros a decorrer
é a vida de enlouquecer
calma até que a voz me chame
para de novo sorrir e viver
02.07.15 31
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
podem passar as águas na fonte
nos olhos de alguém a marejar
mas todas as gotas saberão
o quanto corre no nascer do coração
gotas que se escutam no riacho
da vida que nasce por missão
a cada um o seu, eu acho...
02.07.15 32
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
quis deslizar no som da tua letra a riscar-me tal papel
mas de ti só ouvi os suspiros por outro mel
marcaste as maracas de uma ilusão
como fingidas à descrição
eram letras embrulhadas em papel de seda
parcas de intenção
feridas em caróceis de cavalos alados aos papéis
nem horizontes de mentes nem árduas mãos
eram calos da alma que invadem a pele
02.07.15 33
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
ouvi a voz do vento
no meu ouvido a sussurrar
novidades do mundo
saindo por aí,
como se o mundo...
fosse desabar
num imenso colorido
fosse ressuscitar
as cores maravilhosas
de que urge em mim e preciso,
mas o vento só me trouxe ecos
do silêncio de mim,
tão calmo e silenciado
como se fosse uma caverna
profunda no chão
o mais silenciado
local da terra
02.07.15 34
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
eu amo amar-te
com a calma suave que te adensa
no fumo fraterno do coração
envolto no mistério e ouvido
como que em oração
sob o odor do incenso
e de uma eterna gratidão
02.07.15 35
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
amo abraçar-te
sem ter motivo ou intenção
só saber que aceitas
o abraço de coração
tal como recebes o vento no peito
aberto de ser simplesmente gente
que se evapora no ar
quando o tempo muda
e tudo se deixa escapar.
02.07.15 36
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
beijar-te docemente
como estivesse te querendo
e apelando a todos os sintomas
dementes insanos
próprios e impróprios de quem ama
amar um doce olhar
e entre poses simples
docemente te beijar
02.07.15 37
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
juntar os corpos
em todos os sentidos
na junção perfeita
de sons corrompidos
insinuando imitar a voz
da terra a gretar
do ar a rasgar
do mar a embalar
no fogo de não poder
mais ausentar a chama
que banha o encontro
do ser que se ama
02.07.15 38
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
suspirando
a cada nova rajada
do vento sentido
no rosto a fazer chorar
a proclamar que devia
estar a amar
a sentir a vontade
de continuar,
mas fecha os olhos
e sente
desalmadamente
se esconde e mente
02.07.15 39
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
não te quero mais ver,
sentir ou desejar,
não quero ouvir o teu ar
sorrir e se despir
nas vestes transparentes
do meu véu
quase a tombar e a cair
na densa selva
tal floresta por desbravar
usando só as mãos feridas
para as verdes
frescas
das folhas desviar
02.07.15 40
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
?
como pintar?
as cascas das árvores
da cor doirada?
de encher o nosso sentir
e voltar a desenhar
a copa frondosa de um luar?
02.07.15 41
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
queria suspirar no monte dos teus sonhos
e deixar-te invadir o torpor dos meus sentidos
mas somente te posso agradecer os tempos decorridos
numa planície enfeitada pelas cortinas de searas e papoilas
com cheiro de nascimento de rosmaninhos e acácias
onde brotam por todos os lados e muitas cores
os gritos dos que buscam somente a palavra amor
vivida mais do que sentida na ocorrência de quem ama
sabe amar em toda a entrega a que se der e ocasionar
porque o mundo não pode ser a dor eterna de invejar
do querer e poder mas sim a verdadeira noção de viver
02.07.15 42
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
da camisa de forças
gritei
bracejei nos teus braços
gritei
quis soltar as amarras
gritei
desenrolei-me das faixas
gritei
cortarei as cordas
gritei
de mim me libertarei
gritei
tanto pontapé que dei
gritei
um chuto trago no pé
gritei
gritei!
02.07.15 43
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
ousei tocar-te
como se toca a paz
desatinada da fé
mas sabendo-me capaz
de sentir-te na pele
entranhar-me me ti
alastrar-me e expandir-me
tão perto do céu ficar
que anseio para sempre te amar
no encosto do teu tosco olhar
sofrido e amargurado
e tanta vez corrompido
que torturado se entrega
na cruz cega da sina
saber ser crer e aceitar
a minha forma de te tocar
02.07.15 44
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
não posso nem devo temer
e tremer na espera de te ter
não posso nem devo não crer
ser impossível te alcançar
na possibilidade de te abraçar
direi somente acreditar
que de todas as leis
na letra que se jaz amar
foram as palavras
que dominaram o teu dizer
expondo-me intimamente no sentir
só possível porque me dás te ouvir
02.07.15 45
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
ditei-te!
vezes sem conta te li
e de todas as vezes que foram
eu finalmente percebi
que os meus olhos lêem
a alma que te senti
escrevendo rolam
gotas em mim.
02.07.15 46
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
sou tua amante e, nem sabia
pelas letras que ora se fazia
e em todas elas se lia
o sentir que só a nós dizia
era tua amante quem diria
foi na partida que descobri
foi a chorar que o inventei
na ausência do que não podia
chamar-te se te sentia
fui tua amante e nem sabia
02.07.15 47
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
levaste-me à loucura dos dias
num estar tão urgente e escasso
sem calor ou frio num simples abraço
que te beijei arrepiada
chorei-te na lágrima escorrida
que hei-de impor a regra sem lei
o cosmos infinito do amor
numa selva farta de desejos
cantando e sorrindo na libertação
de como dizer que te amo sem suspirar
é como dizer que te amo sem te falar
é dizer-te amo-te mas no silêncio
e calar-me na loucura dos dias
02.07.15 48
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
choro antecipado...
é o que se dá no ventre
enquanto ainda sentado
aguardando o calvário
de um rosário traçado
sob a capa de um sorriso
quase premeditado
chora-se baixinho
ao que nem se conta ao lado
nada certo e tudo errado
trajando o andrejo
de papo esticado
e agora versátil
de peito encabisbaixo
furtaste-te ao tempo previsto
mas não te escapaste ao risco
de amar e ser amado
prematuro e chorado
...
02.07.15 49
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
de veludo traçaste o chão
pisado e lavrado
para suster o mundo cão
pisaste na alameda
rolaste na avenida
e caíste na vereda
de uma clareira comprida
um oásis quase deserto
prenhe de ervas daninhas
eram histórias em contos
em ti descritas fantasias
num acaso que por não serem
eram lendas de maldizer
maldita! um desperdício
contido numa vida qualquer
02.07.15 50
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
trocaste-me o alfabeto
já nem é árabe nem romano
é um riscar triste e desumano
porque desvalorizas o abeto
o carvalho e o pinheiro
trocas o alfabeto por dinheiro
trocaste-te mas não me trocaste
porque a mim sentiste e nem tocaste
02.07.15 51
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
desrespeitaste a minha voz
o meu silêncio foi violado
pelo teu violento grito
foste um caso atroz perdido
no espaço curto e infinito
poeira cósmica viajada
brilha no firme ocaso estelar
na conjugação verbal de amar
pura simples se de respeitar
mesmo sem ouvir ou calada
aprende a não ser violada
02.07.15 52
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
tiveste a mão pesada
quando abraçaste o martelo
ditaste na memória
a lei da corrupção
e decretaste o mistério
como o segredo do ancião
toma leve a recompensa
que agora te dão
tivesses sido justo
numa lei sem custo
e livre de evasão
o mundo seria melhor
sem ganância e dor
e todos viveríamos
a grande lei do amor
02.07.15 53
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
quero poder condenar-me ao teu olhar
chamar-te carrasco e entregar-me
às penas sofismáticas do teu brilho
auspício sentindo novo e moço
sempre renovado e audacioso
para poder condenar-me no teu amar
sempre novo e prestes a desejar
numa árvore nova fruto colher
que eu me condene por não plantar
na eira seca do teu ventre
semente nova para semear
02.07.15 54
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
quero poder condenar-me ao teu olhar
chamar-te carrasco e entregar-me
às penas sofismáticas do teu brilho
auspício sentindo novo e moço
sempre renovado e audacioso
para poder condenar-me no teu amar
sempre novo e prestes a desejar
numa árvore nova fruto colher
que eu me condene por não plantar
na eira seca do teu ventre
semente nova para semear
02.07.15 55
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
é urgente amar-te
não parar para pensar
senão podemos duvidar-te
e onde te amamos
é quando nem te pensamos
existimos e sabemos que sim
temos-te e sentimos-nos
numa forma única e sem fim
nem quando adormeces
no colo de um agoirado sonho
nem quando despertas
aos ombros de um dia caloroso
é urgente, amar-te
02.07.15 56
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
no que me magoas...
pões à prova a missão
continuar correcta
na recta que traço com a mão
manter-me simples e fiel
sempre atenta
ultrapassando a própria meta
aceitando e anunciando
cumprida mais uma etapa
no que me magoas
a mim desperta
a melhor forma que incito
de manter-te
02.07.15 57
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
estou carente do teu ser
ao teu olhar preciso de ver
o espelho da tua alma
sentindo o que ela me tocar
estou carente de te amar
não vou mais olhar-te e chorar
na lista infinita dos sentimentos
não vou olhar e chorar-te
não padeço de sofrimentos
que ousem lágrimas chamar
só quero olhar-te e chorar
por demais te amar
no silêncio do olhar
na distância de alcançar
tão perto te quero e tenho
que é no silêncio que vou chorar
por demais te amar
02.07.15 58
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
cuidar de ti é estudar-te
e saber o que precisarás
para que te ganas de viver
estarás preparado?
para a bomba da vida
e para a festa curtida
do desespero de nada fazer
então corre e aguenta-te
que ambos nos daremos ao trabalho
de a fazer decorada e a sofrer
02.07.15 59
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
tão prestável é teu ser
quando nas incontáveis areias
me separas
tocas o chão e percebes
que foram muitas as auroras
em que me serviste de leito
na ânsia de te ter em todo
no preceito almejo-te
inteiro verso e verbo
no trilho perfeito do tributo
por tributar todas as conjugações
do interminável infinito do verbo amar
02.07.15 60
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
a frescura do teu ser dá-me prazer
diz-me de quanto em mim buscas
que eu calo-me para nada te dizer
diz-me o quanto queres que gema
que dar-te-ei o prazer só de dar
leva-me daqui deixai-me morrer
02.07.15 61
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
sentaste-te no meu colo
e eu deixei
não me abuses agora
no que não abusei
jamais te pedi o carinho
da folha doce de ser
a voz no vento de amar
sob o teu encantado olhar
02.07.15 62
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
tive de pedir com jeito e cuidado
e de todos os modos ter-te estimado
no que quis em meu corpo docemente
para te poder melhor abraçar
quis a minha língua pendente
para melhor te poder falar
no tudo que se repete
sem muito jeito e cuidado
só estimada na letra que se achar
nem pedi autorizaste numa folha caída
numa palavra calada na folha imaculada
02.07.15 63
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
estou de novo precisando do teu sorriso
como se nada mais valesse a pena
e de todos os sentidos o amor sobressaisse
na curva de uns lábios perdidos
curvados sobre o momento que preciso
sorrindo ao amor que sobressaia
não trémulo e conciso
de amar nos lábios um sorriso
é um bem necessário que de novo preciso
02.07.15 64
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
estou de novo precisando do teu sorriso
como se nada mais valesse a pena
e de todos os sentidos o amor sobressaisse
na curva de uns lábios perdidos
curvados sobre o momento que preciso
sorrindo ao amor que sobressaia
não trémulo e conciso
de amar nos lábios um sorriso
é um bem necessário que de novo preciso
02.07.15 65
ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
quero imenso...
voar em palavras
mas hoje
queria ter o poder
de me recusar
nada dizer
e para sempre calar
a sede de amar
cada gota de um suor
que me der fazer
dizer ou dar...
foi prematuro querer...
irei continuar,
não dá para parar

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Poemas sobre amor e saudade

  • 1. . ana'Carvalhosa © direitos reservadosana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
  • 2. 02.07.15 2 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo porque nasces na alvorada de uma madrugada deitadaporque nasces na alvorada de uma madrugada deitada se nascer é morrer quando abres os olhos e ergues a questãose nascer é morrer quando abres os olhos e ergues a questão morrer é a noite abraçada no peito frio do teu olhar abençoadomorrer é a noite abraçada no peito frio do teu olhar abençoado nem nasces morres para a manhã que cresce ao dianem nasces morres para a manhã que cresce ao dia
  • 3. 02.07.15 3 seduz.-me só mais uma vezseduz.-me só mais uma vez como se o amanhã não existissecomo se o amanhã não existisse que eu voltarei a dizer-teque eu voltarei a dizer-te que te amarei para sempre,,,que te amarei para sempre,,, como da primeira vezcomo da primeira vez e de forma urgentee de forma urgente quero sentir a tua língua percorrerquero sentir a tua língua percorrer a minha única forma de vivera minha única forma de viver como se fosse a primeiracomo se fosse a primeira diz-me no silêncio das letrasdiz-me no silêncio das letras como se escreve a palavra...como se escreve a palavra... tocar a alma muito antes do corpotocar a alma muito antes do corpo tocar o espírito antes de acordartocar o espírito antes de acordar e perceber que tocar-te é amare perceber que tocar-te é amar nem me apercebo ou quero irnem me apercebo ou quero ir mas porque te adivinho sorriomas porque te adivinho sorrio nas ondas que emites vibronas ondas que emites vibro nem que seja a última veznem que seja a última vez quero saber o que é sentirquero saber o que é sentir teu corpo no meu e sorrirteu corpo no meu e sorrir tem o toque da tua pele?tem o toque da tua pele? tem o odor do teu suortem o odor do teu suor ou é fantasia e dor?ou é fantasia e dor? ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
  • 4. 02.07.15 4 querer é um poder que ninguém deve almejar... mas eu queria, só porque sim... poder te amar. querer é poder que ninguém deve ambicionar... mas eu queria, só porque sim... poder te curar querer é poder que ninguém deve ousar... mas eu queria só porque sim,,, poder te olhar querer é um poder que ninguém deve fomentar... mas eu queria, só porque sim... poder te abraçar querer é um poder que eu não quero... mas só hoje, só porque sim... queria a protecção da paz a fraternidade do amor e a tolerância das dores ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
  • 5. 02.07.15 5 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo sempre quis a união de tudo e de todos e por momentos até que consegui! dizer que somos todos irmãos é um mito bíblico! não há irmãos! há quem queira tudo alterar, subtilmente julgar, por tudo e nada... não importa o quê...por ser, para ser,... há realmente aqueles que nada querem, poucos mas bons e, eu que nunca nada quis, agora quero: - quero o meu eu! o eu que via lia partilhava e ria, por poder levar ao outro a alegria de se saber e sonhar espalhado por aí, mas descobri que só ajudava a espalhar a fome da ganância do exibicionismo desmesurado, como se a vida fosse um galo encharutado então? que faço eu aqui? se não levei a mensagem e a missão a bom porto, não faço nada aqui, não prefiro viver à margem da sociedade decadente no lado certo de quem bebe água pura e não na fonte trigueira que usa e abusa da videira apela ao mar salgado que seja doce e vê tudo, mesmo o que tu não vês o amor que se sente não é para ver é só para se sentir
  • 6. 02.07.15 6 anuncio anunciado prematuro de mim pelo ciclo da palavra armazenada em recantos meus pedaços de nós escondidos de ti anunciei e nem viste mas foi dito que sim e agora não mais quero anunciar aqui ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
  • 7. 02.07.15 7 tanto vivi que morro quando nasço em cada ar que respiro faleço por vício que preciso de enforcar-me assim afogada no riso do grito à nascença quando digo "não quero ir por aí" nem ciente se vivo se já me dissequei em mais mil pedaços de ar espalhados por aí e além tantas vezes morro, que vivo quando escarneces de mim e ardendo vou queimando de ti a dor de um parto que vive em mim parir, nem que seja só para ti ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
  • 8. 02.07.15 8 bate a porta tranca a janela porque a natureza ... já não é o que era da inocência nasceu criança mas da adolescência fez-se... o macabro que não se diz quando fértil acordar será a natureza a gritar está na hora de fechar a tranca que enferruja a cortina que se rasga no vento do nada ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
  • 9. 02.07.15 9 abeirei-me na tua estrada de um sorriso tímido para dar mas foste somente o abraço terno de me encantar só soprar o teu pó no trilho que a natureza irá agradecer continuando e deixando teu ser viver ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
  • 10. 02.07.15 10 tens o poder de me dominar invades-me os sonhos e as palavras tenho o pensamento em ti transbordado não se me roam as letras e as linhas e terei o poder de me superar nas contas das frases na dosagem das emoções para não partir de novo no sentir do poder com que me dominas ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
  • 11. 02.07.15 11 deixaste em mim o teu doce mel ensaboei-me esquivando-me com fel não busco adorador da palavra seja qual for a sua forma a métrica e toda a treta que deitas em mim no teu olhar compreensivo adormeço-me, evitando o teu olhar tão intenso ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
  • 12. 02.07.15 12 por quantos passados passei que não esqueci o que ainda sei foram os passos seguidos estonteantes e embriagados ainda caminham no rumo ao encontro do hoje e do futuro tão perto do fim como eu agora de ti nos passados e amanhãs que em ti vivi ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
  • 13. 02.07.15 13 fui correndo ladeira abaixo tinha pressa de te abraçar correndo fui sorrindo e cantando dizendo vim correndo ladeira abaixo tinha pressa de te amar sorrindo e correndo e dizendo cantando correndo fui ladeira abaixo tinha pressa de te olhar sorrindo fui correndo dizendo e cantando tinha pressa de em ti estar correndo e sorrindo fui cantando e dizendo ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
  • 14. 02.07.15 14 foi um dia cheio de emoções que fui encontrando em mim tão intensas e fortes que me cansei até de mim e prematura decido findar hoje por aqui na folha que falta soprar da árvore cair e tombar para que na terra e no mar me possa de novo encontrar novo dia sem raízes para cortar sem a dor de algo mais tratar sem ser a vontade de ficar ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
  • 15. 02.07.15 15 tocar-te é de todos os meus pecados... a melhor gula que posso alguma vez viver ter-te mesmo que só por uns segundos é saber-te em mim escorregar e, no mais íntimo do meu ser é sentir-te e saber-te em mim e mesmo sem te tocar saber que como o vento passaste por mim ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
  • 16. 02.07.15 16 jogámos uma vez mais o som à parede e esbarrámos no beco sem saída ao eco surtiu o silêncio no jogo que nem perdemos ou ganhámos foi um jogo apenas sobre as plumas sem cor que voam de nós nos dados sem número no pano verde do planalto nas fichas espalhadas como flores e pérolas doiradas não trocadas mas que ficam em nós como marcas bem passadas que não passam nem são restauradas são jogos de vida que nem devem ser partilhadas pois o silêncio dos nossos jogos... fixaram-se no silêncio das letras trocadas ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
  • 17. 02.07.15 17 estava com tantas saudades de te ouvir que abri a janela e fiquei a olhar a ver se te via no sorriso a passar tais eram as saudades que... quase nem te via a atravessar ias pensativo medindo os passos devagar que também nem me ouviste chamar ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
  • 18. 02.07.15 18 estive esperando a noite chegar cansada de te ver rir e chorar até a nuvem se afastou para não ver... o quão importante é saber amar onde estiveste que eu não estive foi tempo perdido a aguardar a nossa chegada, a nossa forma de estar tão simples e singela que nem vale a pena falar são horas que decorrem no tempo no tempo de cá também estar sob o mesmo verbo em sintonia conjugar qualquer verbo mas mais o verbo amar para te sufocar no ódio e raiva que te possa abraçar ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
  • 19. 02.07.15 19 ser e aceitar-se como é, é de todos os prazeres de te ouvir que me apetecer viver... onde estás que me adormeces a cada hora que me fazes acordar e sorrir... estava tão imensamente embrenhada na forma de viver que nem olhei a tua lágrima... molhava-te a cara e descia pelo teu rosto abaixo, pelo que engolia e nem dizia, estarias de novo à beira do colapso de partir numa luta sem tréguas ou vitórias? na guerra da selva habitual do que passa na rua, cansado e farto, de mais um dia mas por fim, se aquieta e acalma no colo de um sofá e retêm-se na abstracção de si nem questionou ou levantou a questão: que faço aqui? para quê existir, se é ao pó que quero ir nem a resposta me chega nem o odor da planta que se amotina no almofariz, responde porque o pó nem cheiro tem, e, o seu sabor... é aquele que não se descreve, pois nada tem ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
  • 20. 02.07.15 20 prostrei meu corpo à tua imagem verguei no símbolo de passagem e comigo te levei pela mão de tal forma crente... que hoje és rei do meu coração quente isolado e afago no que em mim possuo oco mais profundo e âmago com que pretendo a tua bênção que seja a de leitura irmão nada se faça mais que seja pecado nem a ti me faça de rogado será puro e carismático tenhas o entendimento de aceitar que terei todo o prazer de amar ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo
  • 21. 02.07.15 21 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo escutei os ecos que o vento transporta trazem novas de outros lados e rosas que os jasmins solicitam por aí é a força dos ventos que me faz chegar aqui peguei a boleia dos teus olhos e corri estavam entreabertos mas sorrindo para mim estavas tão compenetrado e pensativo que observaste à minúcia este mundo sem fim já sabes onde está a força de querer enganar-me a mim no sorriso escondido que refutas por aí...
  • 22. 02.07.15 22 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo sapato cordel salto e papel foi o lápis afiado no mel torceste o esquiço furaste o lustre ao manteiga derreteste suando no vegetal faz tudo tão bem na corda do que está mal que deixar o sapato usar o chinelo é a fita de feltro mata borrão no traçado de um olhar estreito direito ao peito não mata nem fere é usado seguro com todo o jeito
  • 23. 02.07.15 23 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo sei que já não é ilusão, sei... sei que sei aceitar-te quando me chamas de irmão e eu sou irmã e uma confusão já não é tema é razão tão rara e ultrapassada porque está fora de questão ser de ti outra coisa que não... alma gémea em mim contida como minha e minha melhor amiga sei que já é paixão, sei... amo-te de coração.
  • 24. 02.07.15 24 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo passarás na minha rua e eu te verei por detrás da cortina que me taparei para só veres o que deixo e dar sei o leque que me abana na escada o chapéu que me oculta na sacada num toldo tosco que me resguarda mas olhar-te-ei na esquina de esguelha como se estivesse atrás da tua orelha a dizer-te como o vento nos faz parelha ao assobiar por entre o olhar da gente sabendo-nos audaz e presente a cada passo que nos passa em frente desviando o cortinado e espreitando urgente
  • 25. 02.07.15 25 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo se pudesse derrubava todos os muros e fronteiras se pudesse criava um outro mundo e outra nação reuniria o reino animal em comunhão com o vegetal uniria o céu e a terra e na mistura teríamos o meio o meio de tudo sem o extremo da noite ou o pico do meio dia mas sim o momento de termos o interior em nós
  • 26. 02.07.15 26 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo leva-me tão breve quanto possível na vaga da duna que o vento soprar lá misturada no grão de areia saberei o quanto no tempo fui amada nos minutos que abusaste de mim nas horas gastas a fugir à pressa de ti na trovoada das gotas a flutuar no mar para que saiba aprender a velejar e na tempestade sempre encontrar a razão que me faça aguentar e ser
  • 27. 02.07.15 27 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo se eu pudesse achar a fonte do teu olhar saberia te explicar o porquê do meu desejar tão só e somente intrigado que daria a beber da fonte ao ser amado jorro de juventude e viver como até agora o respirar e, tudo sorriria por amar
  • 28. 02.07.15 28 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo queria eu saber explicar o porquê desta sede que não mato o porquê deste risco que não corro e entender o porquê desta ânsia que guardo para poder explicar nas letras que não desenho a tristeza que me domina por ver e sentir tanto ser olvidado da divina humanidade queria eu saber explicar tanta coisa que o mundo domina sem a grande fantasia da humildade para poder sorrir e aceitar a minha diferença de verdade queria só saber explicar este vício que me domina para me calar e nada mais explicar a esta fraqueza que é minha
  • 29. 02.07.15 29 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo amo-te, natureza selvagem suja por fora, mas limpa por dentro amo-te, selvática natureza que não se suja crescida se mantêm intacta e indolor porque se ama mesmo sem cor no sorriso de uma missão saber amar em qualquer situação amar-te-ei em qualquer altura que me deixes dar-te a mão porque já possuis o meu coração
  • 30. 02.07.15 30 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo verifico as noites e os dias passados nas rugas que me adornam as vidas das estações cuidadas nos minutos e horas que passam nem devagar nem apressados vividos e intensos preenchidos nos calos do corpo encerrados no vento que sopram descuidados a pele seca de outros a decorrer é a vida de enlouquecer calma até que a voz me chame para de novo sorrir e viver
  • 31. 02.07.15 31 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo podem passar as águas na fonte nos olhos de alguém a marejar mas todas as gotas saberão o quanto corre no nascer do coração gotas que se escutam no riacho da vida que nasce por missão a cada um o seu, eu acho...
  • 32. 02.07.15 32 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo quis deslizar no som da tua letra a riscar-me tal papel mas de ti só ouvi os suspiros por outro mel marcaste as maracas de uma ilusão como fingidas à descrição eram letras embrulhadas em papel de seda parcas de intenção feridas em caróceis de cavalos alados aos papéis nem horizontes de mentes nem árduas mãos eram calos da alma que invadem a pele
  • 33. 02.07.15 33 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo ouvi a voz do vento no meu ouvido a sussurrar novidades do mundo saindo por aí, como se o mundo... fosse desabar num imenso colorido fosse ressuscitar as cores maravilhosas de que urge em mim e preciso, mas o vento só me trouxe ecos do silêncio de mim, tão calmo e silenciado como se fosse uma caverna profunda no chão o mais silenciado local da terra
  • 34. 02.07.15 34 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo eu amo amar-te com a calma suave que te adensa no fumo fraterno do coração envolto no mistério e ouvido como que em oração sob o odor do incenso e de uma eterna gratidão
  • 35. 02.07.15 35 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo amo abraçar-te sem ter motivo ou intenção só saber que aceitas o abraço de coração tal como recebes o vento no peito aberto de ser simplesmente gente que se evapora no ar quando o tempo muda e tudo se deixa escapar.
  • 36. 02.07.15 36 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo beijar-te docemente como estivesse te querendo e apelando a todos os sintomas dementes insanos próprios e impróprios de quem ama amar um doce olhar e entre poses simples docemente te beijar
  • 37. 02.07.15 37 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo juntar os corpos em todos os sentidos na junção perfeita de sons corrompidos insinuando imitar a voz da terra a gretar do ar a rasgar do mar a embalar no fogo de não poder mais ausentar a chama que banha o encontro do ser que se ama
  • 38. 02.07.15 38 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo suspirando a cada nova rajada do vento sentido no rosto a fazer chorar a proclamar que devia estar a amar a sentir a vontade de continuar, mas fecha os olhos e sente desalmadamente se esconde e mente
  • 39. 02.07.15 39 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo não te quero mais ver, sentir ou desejar, não quero ouvir o teu ar sorrir e se despir nas vestes transparentes do meu véu quase a tombar e a cair na densa selva tal floresta por desbravar usando só as mãos feridas para as verdes frescas das folhas desviar
  • 40. 02.07.15 40 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo ? como pintar? as cascas das árvores da cor doirada? de encher o nosso sentir e voltar a desenhar a copa frondosa de um luar?
  • 41. 02.07.15 41 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo queria suspirar no monte dos teus sonhos e deixar-te invadir o torpor dos meus sentidos mas somente te posso agradecer os tempos decorridos numa planície enfeitada pelas cortinas de searas e papoilas com cheiro de nascimento de rosmaninhos e acácias onde brotam por todos os lados e muitas cores os gritos dos que buscam somente a palavra amor vivida mais do que sentida na ocorrência de quem ama sabe amar em toda a entrega a que se der e ocasionar porque o mundo não pode ser a dor eterna de invejar do querer e poder mas sim a verdadeira noção de viver
  • 42. 02.07.15 42 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo da camisa de forças gritei bracejei nos teus braços gritei quis soltar as amarras gritei desenrolei-me das faixas gritei cortarei as cordas gritei de mim me libertarei gritei tanto pontapé que dei gritei um chuto trago no pé gritei gritei!
  • 43. 02.07.15 43 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo ousei tocar-te como se toca a paz desatinada da fé mas sabendo-me capaz de sentir-te na pele entranhar-me me ti alastrar-me e expandir-me tão perto do céu ficar que anseio para sempre te amar no encosto do teu tosco olhar sofrido e amargurado e tanta vez corrompido que torturado se entrega na cruz cega da sina saber ser crer e aceitar a minha forma de te tocar
  • 44. 02.07.15 44 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo não posso nem devo temer e tremer na espera de te ter não posso nem devo não crer ser impossível te alcançar na possibilidade de te abraçar direi somente acreditar que de todas as leis na letra que se jaz amar foram as palavras que dominaram o teu dizer expondo-me intimamente no sentir só possível porque me dás te ouvir
  • 45. 02.07.15 45 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo ditei-te! vezes sem conta te li e de todas as vezes que foram eu finalmente percebi que os meus olhos lêem a alma que te senti escrevendo rolam gotas em mim.
  • 46. 02.07.15 46 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo sou tua amante e, nem sabia pelas letras que ora se fazia e em todas elas se lia o sentir que só a nós dizia era tua amante quem diria foi na partida que descobri foi a chorar que o inventei na ausência do que não podia chamar-te se te sentia fui tua amante e nem sabia
  • 47. 02.07.15 47 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo levaste-me à loucura dos dias num estar tão urgente e escasso sem calor ou frio num simples abraço que te beijei arrepiada chorei-te na lágrima escorrida que hei-de impor a regra sem lei o cosmos infinito do amor numa selva farta de desejos cantando e sorrindo na libertação de como dizer que te amo sem suspirar é como dizer que te amo sem te falar é dizer-te amo-te mas no silêncio e calar-me na loucura dos dias
  • 48. 02.07.15 48 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo choro antecipado... é o que se dá no ventre enquanto ainda sentado aguardando o calvário de um rosário traçado sob a capa de um sorriso quase premeditado chora-se baixinho ao que nem se conta ao lado nada certo e tudo errado trajando o andrejo de papo esticado e agora versátil de peito encabisbaixo furtaste-te ao tempo previsto mas não te escapaste ao risco de amar e ser amado prematuro e chorado ...
  • 49. 02.07.15 49 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo de veludo traçaste o chão pisado e lavrado para suster o mundo cão pisaste na alameda rolaste na avenida e caíste na vereda de uma clareira comprida um oásis quase deserto prenhe de ervas daninhas eram histórias em contos em ti descritas fantasias num acaso que por não serem eram lendas de maldizer maldita! um desperdício contido numa vida qualquer
  • 50. 02.07.15 50 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo trocaste-me o alfabeto já nem é árabe nem romano é um riscar triste e desumano porque desvalorizas o abeto o carvalho e o pinheiro trocas o alfabeto por dinheiro trocaste-te mas não me trocaste porque a mim sentiste e nem tocaste
  • 51. 02.07.15 51 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo desrespeitaste a minha voz o meu silêncio foi violado pelo teu violento grito foste um caso atroz perdido no espaço curto e infinito poeira cósmica viajada brilha no firme ocaso estelar na conjugação verbal de amar pura simples se de respeitar mesmo sem ouvir ou calada aprende a não ser violada
  • 52. 02.07.15 52 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo tiveste a mão pesada quando abraçaste o martelo ditaste na memória a lei da corrupção e decretaste o mistério como o segredo do ancião toma leve a recompensa que agora te dão tivesses sido justo numa lei sem custo e livre de evasão o mundo seria melhor sem ganância e dor e todos viveríamos a grande lei do amor
  • 53. 02.07.15 53 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo quero poder condenar-me ao teu olhar chamar-te carrasco e entregar-me às penas sofismáticas do teu brilho auspício sentindo novo e moço sempre renovado e audacioso para poder condenar-me no teu amar sempre novo e prestes a desejar numa árvore nova fruto colher que eu me condene por não plantar na eira seca do teu ventre semente nova para semear
  • 54. 02.07.15 54 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo quero poder condenar-me ao teu olhar chamar-te carrasco e entregar-me às penas sofismáticas do teu brilho auspício sentindo novo e moço sempre renovado e audacioso para poder condenar-me no teu amar sempre novo e prestes a desejar numa árvore nova fruto colher que eu me condene por não plantar na eira seca do teu ventre semente nova para semear
  • 55. 02.07.15 55 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo é urgente amar-te não parar para pensar senão podemos duvidar-te e onde te amamos é quando nem te pensamos existimos e sabemos que sim temos-te e sentimos-nos numa forma única e sem fim nem quando adormeces no colo de um agoirado sonho nem quando despertas aos ombros de um dia caloroso é urgente, amar-te
  • 56. 02.07.15 56 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo no que me magoas... pões à prova a missão continuar correcta na recta que traço com a mão manter-me simples e fiel sempre atenta ultrapassando a própria meta aceitando e anunciando cumprida mais uma etapa no que me magoas a mim desperta a melhor forma que incito de manter-te
  • 57. 02.07.15 57 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo estou carente do teu ser ao teu olhar preciso de ver o espelho da tua alma sentindo o que ela me tocar estou carente de te amar não vou mais olhar-te e chorar na lista infinita dos sentimentos não vou olhar e chorar-te não padeço de sofrimentos que ousem lágrimas chamar só quero olhar-te e chorar por demais te amar no silêncio do olhar na distância de alcançar tão perto te quero e tenho que é no silêncio que vou chorar por demais te amar
  • 58. 02.07.15 58 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo cuidar de ti é estudar-te e saber o que precisarás para que te ganas de viver estarás preparado? para a bomba da vida e para a festa curtida do desespero de nada fazer então corre e aguenta-te que ambos nos daremos ao trabalho de a fazer decorada e a sofrer
  • 59. 02.07.15 59 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo tão prestável é teu ser quando nas incontáveis areias me separas tocas o chão e percebes que foram muitas as auroras em que me serviste de leito na ânsia de te ter em todo no preceito almejo-te inteiro verso e verbo no trilho perfeito do tributo por tributar todas as conjugações do interminável infinito do verbo amar
  • 60. 02.07.15 60 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo a frescura do teu ser dá-me prazer diz-me de quanto em mim buscas que eu calo-me para nada te dizer diz-me o quanto queres que gema que dar-te-ei o prazer só de dar leva-me daqui deixai-me morrer
  • 61. 02.07.15 61 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo sentaste-te no meu colo e eu deixei não me abuses agora no que não abusei jamais te pedi o carinho da folha doce de ser a voz no vento de amar sob o teu encantado olhar
  • 62. 02.07.15 62 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo tive de pedir com jeito e cuidado e de todos os modos ter-te estimado no que quis em meu corpo docemente para te poder melhor abraçar quis a minha língua pendente para melhor te poder falar no tudo que se repete sem muito jeito e cuidado só estimada na letra que se achar nem pedi autorizaste numa folha caída numa palavra calada na folha imaculada
  • 63. 02.07.15 63 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo estou de novo precisando do teu sorriso como se nada mais valesse a pena e de todos os sentidos o amor sobressaisse na curva de uns lábios perdidos curvados sobre o momento que preciso sorrindo ao amor que sobressaia não trémulo e conciso de amar nos lábios um sorriso é um bem necessário que de novo preciso
  • 64. 02.07.15 64 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo estou de novo precisando do teu sorriso como se nada mais valesse a pena e de todos os sentidos o amor sobressaisse na curva de uns lábios perdidos curvados sobre o momento que preciso sorrindo ao amor que sobressaia não trémulo e conciso de amar nos lábios um sorriso é um bem necessário que de novo preciso
  • 65. 02.07.15 65 ana'Carvalhosa © direitos reservados pre m'aturopre m'aturo quero imenso... voar em palavras mas hoje queria ter o poder de me recusar nada dizer e para sempre calar a sede de amar cada gota de um suor que me der fazer dizer ou dar... foi prematuro querer... irei continuar, não dá para parar