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Vários problemas dificultam o enfrentamento da violência sexual contra crianças e
adolescentes, como o posicionamento dos profissionais da saúde, muitas vezes
permeado pelo medo e pelo desconhecimento da real magnitude e impacto desse
fenômeno na sociedade, nas famílias e na vida de crianças e adolescentes. Isto
ainda coloca em pauta a necessidade de se apropriar de um referencial teórico-
analítico, capaz de permitir a compreensão do problema levando-se em
consideração sua complexidade e suas diferentes formas de manifestação(SILVA,
et AL,2011) .

Utilizaram-se os seguintes critérios para a seleção dos trabalhos: possuir resumo
disponível nas bases de dados; período de publicação de 2005 a 2008,
considerando que a publicação das normas técnicas vigentes do Ministério da Saúde
(MS) para o atendimento a vítimas de violência sexual se deu no ano de 2005;
tratar da temática em estudo, ou seja, a violência sexual contra crianças e
adolescentes e a atuação do enfermeiro à luz da legislação brasileira sobre o
tema.SILVA et AL 2011

A análise da violência intrafamiliar não pode se restringir à lógica de agressor e
vítima, uma vez que estas duas não são posições fixas, mas fazem parte de um
mecanismo relacional cujos atores podem mudar de lugar (2). A situação de violência
exige uma maneira de cuidado que considere seus aspectos relacionais e seu
contexto. Para abordá-la, o profissional de saúde precisa lidar com diferentes tipos
de fatos e sentimentos, para os quais muitas vezes não se sente apto ou não foi
preparado. Se de um lado está o desejo de afastar-se, de outro há o dever moral
de ajudar esses familiares(1).(NUNES 2009 et AL) Mundialmente, quase 3.500
crianças e adolescentes morrem anualmente por maus-tratos (físico ou
negligência)(4). Para cada morte por maus-tratos em menores de 15 anos,
estimam-se 150 casos de abuso físico. No mundo todo, calcula-se um coeficiente de
mortalidade por maus-tratos de 2,2 por 100.000 crianças do sexo feminino e de 1,8
por 100.000 crianças do sexo masculino, sendo os maus-tratos perpetrados pelo
pai biológico (em 41,3% dos casos), pela mãe biológica (38,9%), pelo padrasto
(11,1%), pela madrasta (3,4%), por outros parentes (4,9%) e por famílias e
parentes adotivos (0,4%). Só por homicídios, no ano de 2000, 57 mil crianças e
adolescentes menores de 15 anos morreram em todo o mundo (5).(MARTINS
20100).

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