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IEFP - ISG
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
Ficha Técnica
Colecção MANUAIS PARA APOIO À FORMAÇÃO EM CIÊNCIAS EMPRESARIAIS
Título Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
Suporte Didáctico Guia do Formador
Coordenação e Revisão Pedagógica IEFP – Instituto do Emprego e Formação Profissional -
Departamento de Formação Profissional
Coordenação e Revisão Técnica ISG – Instituto Superior de Gestão
Autor Manuel Vilhena Veludo/ISG
Capa IEFP
Maquetagem ISG
Montagem ISG
Impressão e Acabamento ISG
Propriedade Instituto do Emprego e Formação Profissional, Av. José
Malhoa, 11 1099-018 Lisboa
Edição Portugal, Lisboa, Dezembro de 2004
Tiragem 100 exemplares
Copyright, 2004
Todos os direitos reservados ao IEFP
Nenhuma parte deste título pode ser reproduzido ou transmitido,
por qualquer forma ou processo sem o conhecimento prévio, por escrito, do IEFP
ÍNDICE GERAL IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
Índice Geral
1. Objectivos Globais do Modulo ....................................................................................................................... 1
2. Pré-Requisitos................................................................................................................................................ 2
3. Perfil do Formador ......................................................................................................................................... 3
4. Campo de Aplicação do Guia ........................................................................................................................ 4
5. Plano de Desenvolvimento do Módulo .......................................................................................................... 5
6. Orientações Metodológicas Recomendadas................................................................................................. 7
7. Recursos Didácticos ...................................................................................................................................... 8
8. Bibliografia Recomendada............................................................................................................................. 9
I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO........................................................... 11
1. Resumo........................................................................................................................................... 13
2. Plano das Sessões ......................................................................................................................... 15
3. Actividades/Avaliação..................................................................................................................... 18
4. Transparências ............................................................................................................................... 22
5. Textos Complementares para o Formador..................................................................................... 47
II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS ................................................... 49
1. Resumo........................................................................................................................................... 51
2. Plano das Sessões ......................................................................................................................... 52
3. Actividades/Avaliação..................................................................................................................... 56
4. Transparências ............................................................................................................................... 58
5. Textos Complementares para o Formador..................................................................................... 74
III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS............................................................................ 75
1. Resumo........................................................................................................................................... 77
2. Plano das Sessões ......................................................................................................................... 79
3. Actividades/Avaliação..................................................................................................................... 82
4. Transparências ............................................................................................................................... 94
5. Textos Complementares para o Formador................................................................................... 118
IEFP ÍNDICE GERAL
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
IV. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS MATERIAIS ...............................133
1. Resumo......................................................................................................................................... 135
2. Plano das Sessões ....................................................................................................................... 136
3. Actividades/Avaliação................................................................................................................... 137
4. Transparências ............................................................................................................................. 139
5. Textos Complementares para o Formador................................................................................... 144
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL .........................................................................................145
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA...............................................................................................155
GLOSSÁRIO .............................................................................................................................157
APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MODULO IEFP
Introdução ao Aprovisionamento de Gestão de Stocks Guia do Formador 1
1. OBJECTIVOS GLOBAIS DO MODULO
• Apoiar os formadores na planificação e desenvolvimento das sessões;
• Auxiliar os formadores na sua função de orientadores e facilitadores das aprendizagens,
diversificando instrumentos e actividades, contribuindo para a motivação e orientação da
aprendizagem dos formandos;
• Disponibilizar informação coadjuvante que contribua para que os formandos atinjam os
objectivos de aprendizagem seguintes:
• Caracterizar os tipos de materiais existentes numa empresa;
• Descreve o âmbito da função aprovisionamento e demonstrar a sua importância;
• Justificar o enquadramento da função aprovisionamento na estrutura organizacional da
empresa;
• Caracterizar a função armazenagem e enunciar os respectivos princípios e métodos de gestão
e organização;
• Reconhecer os princípios básicos da gestão económica dos stocks;
• Distinguir a recepção qualitativa e quantitativa de stocks;
• Sugerir métodos e técnicas mais adequados e eficazes em função dos grupos-alvo e dos
objectivos pedagógicos definidos.
IEFP APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MODULO
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento de Gestão de Stocks
2
2. PRÉ-REQUISITOS
O formando deve assegurar as condições de acesso seguintes:
• Idade igual ou superior a 15 anos;
• Habilitações escolares mínimas: escolaridade obrigatória ou equivalente.
APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MODULO IEFP
Introdução ao Aprovisionamento de Gestão de Stocks Guia do Formador 3
3. PERFIL DO FORMADOR
1. Habilitações Académicas-Formação Específica
O formador (M/F) deve estar habilitado com licenciatura ou bacharelato nas áreas da engenharia ou
gestão, preferencialmente com opções no ramo da produção industrial e especialização ou pós-
-graduação na área da gestão de materiais e da logística.
2. Experiência Profissional
O formador (M/F) deve possuir experiência profissional mínima de três anos em empresa produtora
ou distribuidora (de bens e/ou serviços), preferencialmente na área do aprovisionamento ou da
logística.
3. Certificação Profissional
O formador (M/F) deve possuir certificado de aptidão profissional, garantia de que possui
competências pedagógicas para exercer a actividade de formação.
4. Outros Requisitos
O formador (M/F) deve, ainda, revelar capacidades para motivar os formandos para a
aprendizagem, despertando-lhes o interesse para os temas a abordar, alertando-os para os
conceitos e ideias-chave das unidades temáticas, apoiando-os em todo o processo de ensino-
-aprendizagem, propondo-lhes actividades para desenvolverem em sala de aula e/ou em casa.
IEFP APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MODULO
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento de Gestão de Stocks
4
4. CAMPO DE APLICAÇÃO DO GUIA
Este guia destina-se a orientar a formação profissional nos domínios do aprovisionamento e
gestão de stocks, em particular nas áreas da organização física e da gestão económica.
APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MODULO IEFP
Introdução ao Aprovisionamento de Gestão de Stocks Guia do Formador 5
5. PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO MÓDULO
Unidades
Temáticas
Objectivos Duração
(horas)
I. Os Stocks e a
Função
Aprovisionamento
• Caracterizar os tipos de materiais existentes
numa empresa.
• Definir stock e classificá-lo.
• Descrever o âmbito da função
aprovisionamento justificando a sua
importância.
• Posicionar a função aprovisionamento na
estrutura organizacional da empresa.
• Estruturar a função aprovisionamento no
âmbito do processo logístico.
• Caracterizar e justificar o modelo de gestão
por análise estatística de anterioridades.
• Caracterizar e justificar o modelo de gestão
por encomenda.
• Caracterizar e justificar a importância do
modelo de gestão misto.
7 h
II. A Gestão e a
Organização
Física dos Stocks
• Descrever o âmbito e o enquadramento
estrutural da gestão física dos stocks na
área do aprovisionamento.
• Especificar os requisitos de uma gestão
física dos stocks eficiente.
• Caracterizar a função armazenagem e os
seus princípios gerais.
• Classificar os armazéns.
• Descrever as actividades e os principais
métodos da organização física dos stocks.
10 h
IEFP APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MODULO
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento de Gestão de Stocks
6
Unidades Temáticas Objectivos Duração
(horas)
III. A Gestão Económica
dos Stocks
• Descrever o âmbito da gestão económica
dos stocks.
• Definir os conceitos fundamentais da
gestão económica dos stocks.
• Relacionar e quantificar as variáveis-chave
da gestão económica dos stocks.
• Distinguir os sistemas de gestão
económica dos stocks.
• Efectuar o controlo da gestão económica
dos stocks.
14 h
IV. A Recepção
Qualitativa e
Quantitativa de
Materiais
• Descrever o âmbito e o enquadramento
estrutural da recepção dos materiais.
• Caracterizar as actividades e os modelos
organizacionais da recepção dos
materiais.
4 h
• Duração Total 35 horas
APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MODULO IEFP
Introdução ao Aprovisionamento de Gestão de Stocks Guia do Formador 7
6. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS RECOMENDADAS
O formador deve procurar alternar sessões expositivas de curta duração (cerca de 30 minutos) com
actividades pedagógicas estruturantes, como resolução de exercícios práticos e análise de temas
ou de casos em grupo, com apresentação das respectivas conclusões.
Durante cada exposição, o formador poderá ilustrar os conceitos com exemplos e sempre que
possível com recurso a meios audiovisuais e multimedia.
Poderá ser utilizado software específico para apoiar a aprendizagem.
No final de cada sessão, o formador deve incentivar os formandos a resolver as questões propostas
no fim de cada unidade temática do Guia do Formando, ainda não tentadas nas sessões.
IEFP APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MODULO
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento de Gestão de Stocks
8
7. RECURSOS DIDÁCTICOS
• Software de apoio:
- GESMAT ou outro
- MS OFFICE (Word, Excel, Acess, PowerPoint, Outlook)
• Um PC por cada 3 ou 4 formandos com a configuração mínima seguinte:
• Processador a 110 Mhz ou superior
• 12 Mb de RAM ou superior
• Disco rígido com pelo menos 40 Mb disponíveis
• Leitor disquetes 3,5’’ e de CD-ROM ou DVD
• Placa gráfica
• Monitor policromático
• Placa de som
• Placa de rede
• Sistema operativo Windows 98 ou posterior
• Uma impressora ligada à rede
• Um projector de vídeo ou datashow
• Um retroprojector (com uma lâmpada sobressalente)
• Um quadro de parede e marcadores (4 cores)
• Um ecrã
APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MODULO IEFP
Introdução ao Aprovisionamento de Gestão de Stocks Guia do Formador 9
8. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA
ASSIS, Rui e FIGUEIRA, Mário. MICROSTOCK – Apoio à Decisão em Gestão Económica de
Stocks, Lisboa, IAPMEI, 1991.
BORGES, António; RODRIGUES, Azevedo e RODRIGUES, Rogério. Elementos de Contabilidade
Geral, Ed. Rei dos Livros, Lisboa, 1998.
CARVALHO, José Crespo de. Logística, Lisboa, Edições Sílabo, 1996, Cap. 1.
CHRISTOPHER, Martin. Logistics and Supply Chain Management, London, Pitman Publishing,
1992, Cap. 1.
FERROZZI, Claudio; SHAPIRO, Roy e HESKETT, James. Logistica & Strategia: Uno. Torino, UTET
Libreria, ISEDI, 1993, Cap. 1.
JESUÍNO, Jorge Correia. A Negociação: Estratégia e Tácticas, Lisboa, Texto Editora, 1996.
INTRODUÇÃO AO
APROVISIONAMENTO
E GESTÃO
DE STOCKS
I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO
I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
I
13
1. RESUMO
Numa empresa pode considerar-se dois tipos de materiais: recursos materiais (input) e produtos
acabados (output).
Os recursos materiais podem subdividir-se em materiais consumíveis, que são objecto de
processamento (por exemplo, matérias primas) e materiais de utilização permanente, que são
imobilizado, não consumíveis (por exemplo, equipamento).
Define-se stock como o conjunto de materiais consumíveis armazenados e valorizados em
existências.
Neste capítulo, são, ainda, classificados os materiais de stock em matérias primas, componentes,
produção em curso, semiacabados, produtos acabados, subprodutos, materiais subsidiários e
materiais de embalagens (primárias, secundárias, terciárias).
Define-se como o output ou resultado de um processo o(s) produto(s) e classificam-se em bens
tangíveis e bens intangíveis ou serviços.
Os bens tangíveis subdividem-se em bens de consumo e bens industriais.
A função aprovisionamento compreende as operações que permitem disponibilizar em tempo
oportuno, na quantidade e qualidade pré-definidas, todos os recursos materiais e serviços
provenientes do exterior da organização e necessários ao seu funcionamento, ao menor custo.
Depois de descrito o âmbito da função aprovisionamento e justificada a respectiva importância, são
apresentadas alternativas de posicionamento do Departamento de Aprovisionamentos na estrutura
organizacional da empresa, como órgão autónomo na dependência da Direcção Geral ou integrado
num Departamento de Logística.
O U.S. Council of Logistics Management adoptou para logística a definição seguinte: é o processo
estratégico (porque gera valor reconhecido pelos clientes, criando vantagem competitiva
sustentada) de planeamento, organização e controlo, eficaz e eficiente, dos fluxos e armazenagem
de materiais (matérias primas, componentes, produção em curso, produtos semiacabados e
acabados) e de informação relacionada, desde a origem (fornecedores) até ao destino final
(consumidores) visando maximizar a satisfação das necessidades dos clientes, externos e internos.
A logística pode ser considerada uma fonte de vantagem competitiva na medida em que gera
diferenciação através:
• Da qualidade do serviço prestado aos clientes;
• Do planeamento global e integrado de cada negócio que permite optimizar objectivos
estratégicos a alcançar;
• Da selecção e avaliação criteriosa de fornecedores e contratação adequada;
• Da gestão optimizada da entrada e saída de materiais/produtos;
• Da gestão optimizada dos transportes e das movimentações dos materiais/produtos.
Um sistema logístico, eficiente e eficaz, planeia, organiza e controla integradamente, fluxos
materiais e informacionais.
IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
I
14
A gestão de stocks determina quando e quanto se deve encomendar de cada artigo do stock.
Relacionados com a gestão de stocks estão três factores importantes, a saber:
• Conceito de procura, como origem das necessidades de materiais;
• Conceitos de custos, nomeadamente, os seguintes:
• Custo de posse,
• Custo de efectivação das encomendas,
• Custo de aquisição,
• Custo de rotura de stock.
• Conceito de prazo de aprovisionamento ou de disponibilização do material.
Relativamente aos modelos de gestão de aprovisionamento são caracterizados os seguintes:
• Modelo push de gestão por análise estatística, que calcula necessidades logísticas
independentes;
• Modelo pull de gestão por encomenda, que calcula necessidades logísticas dependentes, e
está normalmente integrado numa filosofia de gestão global JIT;
• Modelo misto de gestão MRP, que recorre ao cálculo de necessidades logísticas
independentes, para horizontes temporais de médio prazo, e de necessidades dependentes
para horizontes de curto prazo.
JIT (Just-In-Time) é uma filosofia de gestão global, centrada no mercado, cujo princípio
fundamental é "produzir quando e apenas o que o cliente necessita ou deseja e aprovisionar
quando e apenas o necessário e suficiente para garantir aquela produção”.
A gestão JIT propõe-se alcançar os 7 objectivos seguintes:
• Zero existências em armazém;
• Zero defeitos durante a fabricação;
• Zero avarias dos equipamentos em produção;
• Zero acidentes com o pessoal;
• Zero impactes ambientais;
• Zero atrasos e prazos curtos;
• Zero papel em circulação;
A gestão JIT visa melhorar a qualidade e a produtividade e tem-se mostrado geradora de
competitividade.
I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
I
15
2. PLANO DAS SESSÕES
Conteúdo Metodologia de Desenvolvimento Duração
(minutos)
1. Tipos de
materiais
2. Classificação
de stocks e de
produtos
Exposição
• Introduzir os conceitos de
materiais e de stock (transparências
I.1., I.2).
• Apresentar a classificação
de stocks e de produtos através de
exemplos (transparências I.3, I.4).
30 min
Actividades
• Os formandos, reunidos em
grupo, debatem as vantagens e
inconvenientes da constituição de
cada tipo de stock.
• As conclusões dos debates
são apresentadas pelo porta-voz de
cada grupo.
30 min
3. Âmbito da
função
aprovisionamento
4. Importância do
aprovisionamento
5. Relação da
função
aprovisionamento
com o processo
logístico
Exposição
• Apresentar o âmbito da
função aprovisionamento relacionado
com o conceito de necessidade
(transparência I.5).
• Evidenciar a importância da
função aprovisionamento
(transparência I.6).
• Integrar a função
aprovisionamento no processo
logístico (transparências I.7, I.8, I.9,
I.10).
60 min
IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
I
16
Actividades
• Os formandos, reunidos em
grupos, debatem o processo logístico
como fonte de vantagem competitiva
• As conclusões dos debates
são apresentadas pelo porta-voz de
cada grupo.
30 min
6. A função
aprovisionamen
to e a estrutura
organizacional
Exposição
• Apresentar organogramas
alternativos evidenciando a localização
da função aprovisionamento na
estrutura organizacional (transparências
I.11, I.12).
• Evidenciar os vários órgãos
estruturais da área aprovisionamento
(transparência I.13).
30 min
Actividades
• Os formandos, reunidos em
grupos, debatem as vantagens e
inconvenientes das diferentes soluções
organizacionais apresentadas.
• As conclusões dos debates
são apresentadas pelo porta-voz de
cada grupo.
60 min
Conteúdo Metodologia Duração
(minutos)
7. Âmbito da
gestão de
stocks
Exposição
• Apresentar o âmbito da gestão de
stocks e os respectivos factores a
considerar (transparências I.14. a
I.18).
30 min
I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
I
17
Actividades
• Os formandos, reunidos em grupo,
identificam os três factores a
considerar na gestão de stocks e a
respectiva importância.
• As conclusões dos debates são
apresentadas pelo porta-voz de cada
grupo.
30 min
8. Necessid
ades
logísticas e
modalidade
s de gestão
de
aprovisiona
mento
Exposição
• Distinguir os tipos de necessidades e
exemplificar (transparências I.19 a
I.21).
• Caracterizar, sumariamente, os três
modelos de gestão de
aprovisionamento:
• Push ou por análise estatística
• Pull ou por encomenda
• MRP ou misto
(transparências I.22 a I.25).
30 min
Actividades
• Os formandos, reunidos em grupos,
debatem as vantagens e limitações
da filosofia de gestão JIT (just-in-
time).
• Os formandos, em grupos, justificam
os modelos de gestão de
aprovisionamento.
• As conclusões dos debates são
apresentadas pelo porta-voz de cada
grupo.
30 min
+
60 min
Total
7 horas
IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
I
18
3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO
1. Distinga materiais consumíveis, materiais de utilização permanente e mercadorias.
Resolução:
Materiais consumíveis que são objecto de processamento interno na empresa tais como:
matérias primas, materiais subsidiários, material de embalagem.
Materiais de utilização permanente que são imobilizado, ou seja, materiais que não são
consumidos no processo produtivo, mantendo-se ao dispor deste durante vários ciclos de
transformação.
Numa empresa comercial os bens transaccionados designam-se por mercadorias, não estando
sujeitos a qualquer transformação dentro da empresa. Distinga bens tangíveis e intangíveis.
2. Indique os objectivos da função aprovisionamento.
Resolução:
A função aprovisionamento compreende o conjunto de operações que permitem pôr à
disposição da empresa em tempo oportuno, na quantidade e na qualidade definidas, todos os
recursos materiais e serviços necessários ao seu funcionamento, ao menor custo.
Para além das actividades de selecção e qualificação de fornecedores, de negociação, de
contratação e de compra de recursos materiais e serviços, de gestão de stocks, a função
aprovisionamento ainda inclui nas suas atribuições: a recepção de materiais, a armazenagem, o
aviamento de requisições e o envio/transporte de materiais para estaleiros onde decorrem obras
ou a expedição para subempreiteiros.
3. Descreva uma cadeia logística externa.
I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
I
19
Resolução:
4. Indique as atribuições principais da função aprovisionamento.
Resolução:
O Programação estabelece as ligações ao Planeamento Geral de Operações (ver Figura I.1) e
disponibiliza informação relativa a quantidades necessárias e prazos, aos outros órgãos do
Departamento de Aprovisionamentos;
A Contratação pesquisa o mercado, avalia e selecciona os fornecedores, com quem estabelece
contratos de fornecimento, após negociação;
A Gestão de Materiais determina quanto e quando encomendar e mantém actualizado o inventário
(gestão económica e administrativa);
As Compras processam as encomendas e asseguram o cumprimento dos contratos com os
fornecedores;
A Recepção e Armazenagem asseguram a gestão e organização física dos materiais.
Venda de
material
Expedição
de material
Compra de
material
Transform.
de material
Transporte
de material Recepção Armazenagem
Depósito de
produto
Expedição
de produto
Compra de
produto
Transporte
primário
Venda de
produto
Armazenagem
Recepção
GROSSISTA
Picking Expedição
Retém
Recepção
Compra de
produto
Transporte
secundário
Ponto de
Venda
I.1 - RETALHISTA
CONSUMIDOR
IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
I
20
5. Explique a incidência da procura no ciclo de vida de um produto.
Resolução:
Procura aleatória - quando as vendas são dispersas no tempo e nos pontos de venda, não se
podendo encontrar qualquer modelo estatístico que as reproduza. Este comportamento das
vendas é típico quando o produto se encontra na fase de lançamento do seu ciclo de vida.
Procura uniforme - quando já é possível definir um modelo estatístico que mostre a
evolução das vendas no tempo. Neste tipo de procura pode distinguir-se três categorias:
• De tendência crescente - as vendas encontram-se em ascensão progressiva,
característica de um produto em fase de crescimento do seu ciclo de vida;
• De tendência constante - as vendas encontram-se estabilizadas, com pequenas
oscilações, o que permite prever o seu comportamento temporal com elevada fiabilidade.
Esta constância comportamental é sintomática quando os produtos atingem a fase de
maturidade do ciclo de vida;
• De tendência decrescente - as vendas encontram-se em queda nítida, o que identifica
claramente a fase de declínio de um produto.
6. Identifique os diferentes tipos de custos associados à gestão de stocks.
Resolução:
O custo de posse (Cp) que é o custo associado à manutenção do stock;
O custo de efectivação das encomendas (Ce) que é o custo administrativo do processamento
das encomendas de um artigo;
O custo de aquisição do material (Cm) que é o custo do material, encomendado ao exterior, à
entrada da empresa (custo de fornecimento, de transportes, de seguros, ...);
O custo de fabricação (Cf) que é o custo do material encomendado internamente, através de
ordem de fabrico;
O custo de rotura de stock (Cr) que é o custo associado a uma solicitação ou requisição de
material de stock, não atendida totalmente pelo armazém
7. Distinga necessidades logísticas dependentes e independentes.
Resolução:
Necessidades Dependentes
Há casos em que a empresa recebe encomendas de quantidades bem determinadas de produto(s)
acabado(s) com prazo(s) de entrega definidos ou satisfaz cadernos de encargos, ou ainda como no
caso do exemplo da fábrica de jantes, em que de início são conhecidas as quantidades do produto
a fornecer e a cadência de entrega, verifica-se que as necessidades resultam directamente da
procura.
Assim, podemos definir:
I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
I
21
Necessidade Dependente - Toda a necessidade logística a jusante do circuito material,
perfeitamente determinada e resultante de:
• Encomenda(s) de produto(s) com quantidade(s) e prazo(s) de entrega bem definidos.
• Encomenda(s) de produto(s) de procura decorrente e cadência de entrega determinada.
• Encomenda(s) de produto(s) cuja especificação e prazo de entrega são fixado(s)
(segundo caderno de encargos).
Necessidade Independente
Há casos em que as necessidades logísticas têm origem em valores aleatórios, como os dados
resultantes das análises estatísticas de vendas, e são para utilização posterior com o prazo de
utilização indeterminado.
É o que acontece nos armazéns de Aprovisionamento, cuja existência resulta de uma gestão de
stocks, baseada em previsões de consumo considerado aleatório.
Também, na definição de quantidades de material a fabricar, em que a única base de cálculo
previsional é o conhecimento da procura do produto e da evolução das vendas que indica em que
fase do ciclo de vida se encontra.
Assim, podemos definir:
Necessidade Independente - Toda a necessidade logística a jusante do fluxo material,
resultante de previsão estatística, baseada em históricos, ou no conhecimento da procura do
produto e do respectivo ciclo de vida, com prazo de utilização indeterminado.
8. Explique por que se considera o modelo MRP um modelo misto
Resolução:
O modelo misto também designado modelo de gestão MRP (Material Requirements Planning) foi
desenvolvido, na década de 60, nos EUA e considera-se misto porque recorre ao cálculo de
necessidades logísticas independentes para um horizonte temporal de médio prazo e de
necessidades dependentes para um horizonte de curto prazo.
IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
I
22
4. TRANSPARÊNCIAS
TIPOS DE MATERIAIS
• Materiais de input ou recursos materiais
• Materiais de output ou produtos acabados
1.1
I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
I
23
NOÇÃO DE STOCK
Stock ou stocks é o conjunto de materiais consumíveis ou de mercadoriais
acumulados, à espera de uma utilização posterior, mais ou menos
próxima, e que permite assegurar o fornecimento aos utilizadores quando
necessário. São os elementos patrimoniais classificados e valorizados
em existências.
1.2
IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
I
24
CLASSIFICAÇÃO DOS STOCKS
• Matérias-primas
• Componentes
• Produção “em curso”
• Semi-acabados
• Produtos acabados
• Subprodutos
• Materiais subsidiários
• Materiais de embalagem
1.3
I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
I
25
CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS
- Bens não duradouros
- Bens de Consumo
- Bens duradouros
Bens Tangíveis
- Matérias-primas
- Bens Industriais - Componentes
- Subconjuntos
- De suporte
Bens Intangíveis ou Serviços
1.4
IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
I
26
FUNÇÃO APROVISIONAMENTO
• A função aprovisionamento compreende o conjunto de operações que
permitem pôr à disposição da empresa em tempo oportuno, na
quantidade e na qualidade definidas, todos os recursos materiais e
serviços necessários ao seu funcionamento, ao menor custo.
1.5
I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
I
27
IMPORTÂNCIA DO APROVISIONAMENTO
• Gerar diferenciação face à concorrência, através de uma selecção
criteriosa de fornecedores qualificados que assegurem a qualidade dos
fornecimentos e serviços prestados;
• Reduzir os custos e os prazos de entrega dos produtos (bens e serviços)
fornecidos através de contratação adequada, de gestão económica dos
stocks, de armazenagem e expedição convenientes.
1.6
IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
I
28
LOGÍSTICA
Logística é o processo estratégico (porque gera valor reconhecido pelos
clientes, criando vantagem competitiva sustentada, na medida em que
acrescenta diferenciação, aumenta a produtividade e a rendibilidade) de
planeamento, organização e controlo, eficaz e eficiente, dos fluxos e
armazenagem de materiais (matérias primas, componentes, produção em
curso, produtos semiacabados e acabados) e de informação relacionada,
desde a origem (fornecedores) até ao destino final (consumidores) visando
maximizar a satisfação das necessidades dos clientes, externos e internos.
1.7
I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
I
29
LOGÍSTICA DE INPUT E DE OUTPUT
1.8
Planeamento Geral de Operações
Programação do
Aprovisionamento
Programação da
Distribuição
Programação da
Produção
Transporte Armazena
-gem
Processos
Produtivos
Compra Armazena
-gem
Transporte Venda
LOGÍSTICA DE ENTRADA (Input) LOGÍSTICA DE SAÍDA (Output)
Planeamento Global do Negócio
IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
I
30
CADEIA LOGÍSTICA
PRODUTOR
FORNECEDOR
Venda de
material
Expedição
de material
Compra de
material
Transform.
de material
Transporte
de material
Recepção
Armazenagem
Depósito de
produto
Expedição
de produto
Compra de
produto
Transporte
primário
Venda de
produto
Armazenagem
Recepção
GROSSISTA
Picking Expedição
Retém
Recepção
Compra de
produto
Transporte
secundário
Ponto de
Venda
RETALHISTA
CONSUMIDOR
1.9
I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
I
31
FLUXOS NA CADEIA LOGÍSTICA
CADEIA
INTERNA
(Produtor)
ORIGEM
(Fornecedores)
CADEIA EXTERNA
(Intermediários)
DESTINO
(Consumidores
)
FLUXOS DE INFORMAÇÃO
FLUXOS DE MATERIAIS/PRODUTOS
FLUXOS FINANCEIROS
IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
I
32
O DEPARTAMENTO DE LOGÍSTICA DEPENDE DA DIRECÇÃO
GERAL
DIRECÇÃO
GERAL
DP.
TÉCNICO
DP.
LOGÍSTICA
DP.
ADMINIST.
FINANCEIRO
DP.
COMERCIAL
VENDAS DISTRIBUIÇ. CONCEPÇ.
MARKETING APROVISION. FABRIC. CONT. S.
ADM.
TES.
1.11
I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
I
33
O DEPARTAMENTO DE APROVISIONAMENTO DEPENDE DA
DIRECÇÃO GERAL
DIRECÇÃO
GERAL
DP.
TÉCNICO
DP.
COMERCIAL
DP.
ADMIN./FINANC.
DP.
APROVISIONAM.
1.12
IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
I
34
ESTRUTURA DO ÓRGÃO DE APROVISIONAMENTO
APROVISIONA-
MENTOS
Compras
Contratação Recepção e
Armazenagem
Gestão de
Materiais
Programação
1.13
I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
I
35
ÂMBITO DA GESTÃO DE STOCKS
A função gestão de stocks tem como principais atribuições:
A determinação das quantidades óptimas a encomendar
para a constituição ou para a renovação dos stocks;
Estabelecimento das datas e da cadência segundo a qual
convém efectuar essa determinação;
A organização administrativa e física dos stocks.
1.14
IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
I
36
FACTORES A CONSIDERAR NA GESTÃO DE STOCKS
A procura
Os custos
Os prazos
1.15
I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
I
37
CONCEITO DE PROCURA
Procura é a expressão dinâmica de um mercado que
corresponde a medidas qualitativas e quantitativas dos
consumidores, que desejam e podem adquirir um produto.
1.16
IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
I
38
OS CUSTOS ASSOCIADOS À GESTÃO DE STOCKS
O custo de posse (Cp);
O custo de efectivação de encomenda (Ce);
O custo de aquisição do material (Cm);
O custo de fabricação (Cf);
O custo de rotura de stock (Cr).
1.17
I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
I
39
PARCELAS DO PRAZO DE APROVISIONAMENTO
O prazo administrativo de preparação e lançamento da
encomenda;
O prazo de recepção pelo fornecedor;
O prazo de entrega do fornecedor;
O prazo de recepção e armazenagem na empresa.
1.18
IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
I
40
NECESSIDADES LOGÍSTICAS
Necessidade logística - É toda a solicitação de natureza
material ou de serviço, que visa satisfazer quantitativa,
qualitativa e temporalmente, qualquer requisito de carência a
jusante do fluxo material, no cumprimento de um objectivo
organizacional.
Estas necessidades logísticas podem ser de dois tipos:
Necessidades dependentes
Necessidades independentes
1.19
I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
I
41
NECESSIDADE DEPENDENTE
Necessidade Dependente - Toda a necessidade logística a
jusante do circuito material, perfeitamente determinada e
resultante de:
Encomenda(s) de produto(s) com quantidade(s) e prazo(s) de
entrega bem definidos.
Encomenda(s) de produto(s) de procura decorrente e cadência
de entrega determinada.
Encomenda(s) de produto(s) cuja especificação e prazo de
entrega são fixado(s) (segundo caderno de encargos).
1.20
IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
I
42
NECESSIDADE INDEPENDENTE
Necessidade Independente - Toda a necessidade logística a
jusante do fluxo material, resultante de previsão estatística,
baseada em históricos, ou no conhecimento da procura do
produto e do respectivo ciclo de vida, com prazo de utilização
indeterminado.
1.21
I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
I
43
MODELO DE GESTÃO POR ANÁLISE ESTATÍSTICA OU
MODELO PUSH
Neste modelo de gestão, as previsões de consumos são
calculadas a partir da análise estatística de dados históricos ou
anterioridades e o cálculo das necessidades logísticas são
independentes.
Este modelo pode aplicar-se quando:
A procura é uniforme;
O contexto ou ambiente externo (macro e microambiente) é
relativamente estável;
A especificação do(s) produto(s) está bem definida e
estabilizada;
A produção é contínua (flow production) ou por lotes (batch
production).
1.22
IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
I
44
MODELO DE GESTÃO POR ENCOMENDA OU MODELO PULL
Neste modelo o cálculo das necessidades logísticas são
dependentes.
Este modelo pode aplicar-se quando:
A especificação do(s) produto(s) está bem definida, embora
adaptada à exigência específica do cliente;
A produção é por encomenda (job production).
1.23
I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
I
45
GESTÃO JIT
JIT (Just-In-Time) é uma filosofia de gestão global, centrada no
mercado, cujo princípio fundamental é “produzir quando e
apenas o que o cliente necessita ou deseja e aprovisionar
quando e apenas o necessário e suficiente para garantir aquela
produção”.
A gestão JIT propõe-se alcançar os 6 objectivos seguintes:
Zero existências em armazém;
Zero defeitos durante a fabricação;
Zero avarias dos equipamentos em produção;
Zero acidentes com o pessoal;
Zero atrasos e prazos curtos;
Zero papel em circulação;
1.24
IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
I
46
MODELO MISTO OU MODELO MRP
Este modelo considera-se misto porque recorre ao cálculo
de necessidades logísticas independentes para um
horizonte temporal de médio prazo e de necessidades
dependentes para um horizonte de curto prazo.
I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
I
47
5. TEXTOS COMPLEMENTARES PARA O FORMADOR
• Artigos da revista Executive Dugest
• Artigos da revista Foco
• Artigos da revista Exame.
II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS
INTRODUÇÃO AO
APROVISIONAMENTO
E GESTÃO
DE STOCKS
II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
II
51
1. RESUMO
À gestão material ou física dos stocks compete assegurar que as operações realizadas com os
stocks, desde a sua entrega na empresa até à sua saída de armazém, sejam executadas com
eficiência, isto é, ao menor custo e em tempo oportuno.
Os requisitos de uma gestão física dos stocks eficiente são garantir o bom funcionamento da
recepção, a adequação dos meios de movimentação, a especificidade das instalações e do
equipamento de armazenagem, a desburocratização administrativa e as condições de higiene e
segurança das instalações.
À função armazenagem compete preservar os stocks e assegurar o aviamento nas melhores
condições de segurança e rapidez.
Os dois princípios gerais da armazenagem são o do local pré-definido e o do local disponível,
havendo a necessidade de registo e controlo rigoroso da localização dos materiais, no caso de se
adoptar o segundo princípio.
Os armazéns podem ser industriais, de distribuição ou entrepostos e os espaços podem ser
cobertos ou não.
As principais actividades da organização material dos stocks são a movimentação, a arrumação, a
conservação, a protecção, o aviamento de requisições ou de ordens programadas, a expedição e o
saneamento de existências.
São enunciados procedimentos, métodos, técnicas e regras correntemente adoptados, para facilitar
o trabalho e reduzir o custo logístico da armazenagem. Por exemplo, para facilitar a localização dos
stocks, são apresentados os métodos da quadrícula e dos corredores.
IEFP II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
II
52
2. PLANO DAS SESSÕES
Conteúdo Metodologia de Desenvolvimento Duração
(minutos)
1. Âmbito e
enquadrame
nto estrutural
da gestão
física dos
stocks
Exposição
• Apresentar o âmbito e as atribuições da gestão
física dos stocks (transparências II.1. a II.6).
• Apresentar estruturas organizacionais alternativas
para a gestão física dos stocks.
30 min
Actividades
• Os formandos, reunidos em grupo, debatem as
vantagens e limitações de diferentes modelos
organizacionais e enquadramentos estruturais e
respectivas implantações físicas.
• As conclusões dos debates são apresentadas pelo
porta-voz de cada grupo.
60 min
2. Gestão física
dos stocks
eficiente
Exposição
• Enunciar e justificar os requisitos de uma gestão
eficiente da recepção, da movimentação, do
armazenamento, da localização, do aviamento e
da expedição de material de stock (transparência
II.7).
• Apresentar uma política de higiene e segurança e
procedimentos para reduzir riscos, exemplificando.
30 min
Actividades
• Os formandos, reunidos em grupos, elaboram
proposta com medidas que promovam a melhoria
da eficiência e da segurança na função e áreas de
armazenagem.
• As propostas dos grupos são apresentadas pelos
respectivos porta-voz.
30 min
II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
II
53
3. Âmbito e
princípios da
armazenage
m
Exposição
• Apresentar o âmbito da função armazenagem
(transparências II.4 e II.5).
• Justificar os dois princípios gerais de
armazenagem, através de exemplos práticos
(transparência II.8 e II.9).
30 min
Actividades
• Os formandos, reunidos em grupos, debatem os
factores que condicionam a selecção do método
de armazenagem.
• As conclusões dos debates são apresentadas pelo
porta-voz de cada grupo.
60 min
Exposição
• Apresentar categorias e tipos de armazéns,
exemplificando (transparências II.10 e II.11).
• Especificar os parâmetros determinantes da
selecção do modelo organizacional e exemplificar.
30 min
4. Classificação
e
organização
de armazéns
Actividades
• Os formandos, reunidos em grupo, debatem as
vantagens e limitações de cada tipo de armazém e
de cada modelo organizacional/sistema de
armazenagem.
• As conclusões dos debates são apresentadas pelo
porta-voz de cada grupo.
30 min
5. Equipamento
utilizado em
armazéns
Exposição
• Caracterizar os diversos tipos de equipamento,
tais como, meios de movimentação (empilhadores
específicos, transportadores contínuos, gruas e
pontes rolantes, AGV, ...) e meios de contenção
(estruturas de paletização, carrosséis, soluções
drive-in, ...) (transparência II.12).
30 min
IEFP II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
II
54
Actividades
• Os formandos, reunidos em grupos, devem
procurar relacionar os tipos de equipamento com
os tipos de produto a armazenar e com as
soluções LIFO ou FIFO.
• As conclusões dos debates são apresentadas pelo
porta-voz de cada grupo.
60 min
Exposição
• Apresentar o âmbito da arrumação dos armazéns,
respectivos critérios, considerando a unidade de
trabalho do armazém e exemplificando
(transparência II.13).
• Apresentar os métodos de localização através de
exemplos práticos (transparência II.14).
30 min
6. Arrumação e
localização
de artigos em
armazém
Actividades
• Os formandos, reunidos em grupos, devem
estabelecer códigos de localização de artigos em
armazém, segundo os dois métodos apresentados
pelo formador.
• Os códigos estabelecidos são apresentados pelo
porta-voz de cada grupo.
60 min
7. Conservação
e protecção
dos materiais
armazenados
Exposição
• Apresentar o âmbito da conservação de materiais
(transparência II.15).
• Especificar e exemplificar tipos de conservação.
30 min
Actividades
• Os formandos, reunidos em grupo, devem procurar
relacionar acções de conservação com medidas de
prevenção e segurança de armazenagem.
• As conclusões do trabalho dos grupos são
apresentadas pelos respectivos porta-vozes.
30 min
II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
II
55
8. Saneamento
de
existências
Exposição
• Apresentar o âmbito da actividade de saneamento
de existências (transparência II.16).
• Demonstrar, através de exemplos práticos, as
vantagens do saneamento de existências.
30 min
Actividades
• Os formandos, reunidos em grupos, debatem os
critérios para classificar artigos do stock como
monos a abater.
• As conclusões dos debates são apresentadas pelo
porta-voz de cada grupo.
30 min
Total
10 horas
IEFP II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
II
56
3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO
1. Indique as principais atribuições da gestão física dos stocks
Resolução:
A gestão física dos stocks tem como principais atribuições:
• Recepcionar os materiais aprovisionados;
• Armazenar e conservar os stocks;
• Aviar ou expedir os materiais armazenados.
2. Indique vantagens e limitações do armazém caótico i. e. com um sistema de armazenagem
sem lugar pré-definido
Resolução:
Este sistema obedece ao princípio de “seja qual for no sítio disponível”. Nos espaços livres pode
colocar-se qualquer material, não existindo lugares marcados, mas critérios gerais de
localização.
Vantagens:
• Aproveitamento máximo dos espaços;
• Facilita a operação de arrumação dos materiais.
Inconvenientes:
• Exige registo e controlo rigoroso da localização dos materiais (armazém
“inteligente”);
• Pode aproximar materiais incompatíveis ou que se contaminem, se não forem
cumpridos determinados procedimentos.
Nota:
Este tipo de armazenagem é frequentemente utilizado em materiais de compra directa para obras,
que em princípio só entram em armazém uma vez (encomenda e recepção únicas), embora,
possam sair em parcelas, mas, até esgotar a quantidade em stock.
3. Explique a unidade de trabalho de um armazém
Resolução:
Define-se:
Unidade de trabalho característica dos armazéns como o produto (aritmético) = tonelada x
metro.
Note-se a correspondência desta medida com a do trabalho humano, por exemplo: hora x homem.
II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
II
57
4. Exemplifique um código de localização de armazenagem
Resolução:
Um código de localização de um produto químico, que se encontra arrumado no Armazém de
Produtos Químicos:
Q B
5. Indique critérios para saneamento de existências
Resolução:
O saneamento de existências tem por objectivo a constante actualização e adequação das
existências às necessidades do processo produtivo na óptica da maior rendibilidade.
O motivo fundamental que o justifica é a permanência nos armazéns de material excedentário ou
de monos que ocupam espaços, representam valor e constituem encargos logísticos
desnecessários que urge liquidar.
Saneamento de Existências - É a actividade que consiste na análise periódica dos artigos
existentes em armazém e na eliminação de todos aqueles que revelam muito baixa rotação por
obsolescência ou inadequação às necessidades.
Posição 2
Prateleira B
Estante 03
Armazém de Produtos Químicos
03 2
IEFP II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
II
58
4. TRANSPARÊNCIAS
Âmbito da Gestão Física dos Stocks
À gestão física dos stocks compete assegurar que as operações
realizadas com os materiais, desde a sua entrega na empresa até à
sua saída de armazém, sejam executadas com eficiência, isto é, ao
menor custo e em tempo oportuno.
2.1
II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
II
59
ATRIBUIÇÕES DA GESTÃO FÍSICA DOS STOCKS
A gestão física dos stocks tem como principais atribuições:
Recepcionar os materiais aprovisionados;
Armazenar e conservar os stocks;
Aviar ou expedir os materiais armazenados.
2.2
IEFP II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
II
60
Âmbito da RECEPÇÃO DOS MATERIAIS
À função recepção dos materiais compete assegurar a
conformidade das remessas de materiais dos fornecedores com os
requisitos expressos nas respectivas encomendas e com a
legislação e regulamentação aplicáveis.
2.3
II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
II
61
Âmbito da Função Armazenagem
À função armazenagem compete preservar em boas condições os
materiais armazenados e realizar o aviamento rapidamente e nas
melhores condições de segurança.
2.4
IEFP II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
II
62
Aviamento
• É a actividade de entrega do material requisitado no armazém ou o
encaminhamento para o local de utilização, em conformidade com
a programação.
• Pode considerar-se três tipos de aviamento:
- Eventual
- Programado
- Urgente
2.5
II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
II
63
Expedição
É a actividade que assegura as boas condições de
acondicionamento do material durante o transporte, assim como o
carregamento eficiente do material no meio de transporte utilizado.
2.6
IEFP II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
II
64
Requisitos de uma Gestão Física dos Stocks Eficiente
• Proporcionar as condições materiais adaptadas à recepção
• Dispor de meios adequados de movimentação e transporte interno
• Dispor de meios e espaço devidamente adequado ao
armazenamento e guarda
• Possibilitar e facilitar a saída rápida dos artigos do armazém
• Prever, organizar e manter a segurança de pessoas e bens
2.7
II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
II
65
Princípios Gerais de Armazenagem
Há dois princípios gerais a que correspondem dois tipos básicos de
armazenagem, que podem coexistir num mesmo armazém:
Armazenagem com lugar pré-definido,
→ Princípio: “Um lugar para cada coisa e cada coisa no
seu lugar”.
Armazenagem sem lugar pré-definido.
→ Princípio: “Seja qual for no sítio disponível”.
2.8
IEFP II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
II
66
FACTORES CONDICIONANTES DO MÉTODO DE
ARMAZENAGEM
Rotatividade dos materiais;
Volume e peso a movimentar;
Valor dos materiais;
Ordem de entrada/saída;
Acondicionamento e embalagem;
Fragilidade/robustez dos materiais;
Perecividade dos materiais.
2.9
II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
II
67
Categorias de Armazéns
Armazéns Industriais
Armazéns de Distribuição
Entrepostos
2.10
IEFP II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
II
68
Tipos de Armazéns
Armazéns cobertos
Parques
Áreas livres
2.11
II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
II
69
Armazém
É todo o espaço coberto ou descoberto, adequado e
responsabilizado, para a arrumação em boas condições de
conservação e ordenada dos materiais da empresa - stocks e outros
- necessários ao circuito produtivo, o qual dispõe de todo o
equipamento apropriado à:
Movimentação - meios de manobra ou de transporte, com a máxima
segurança e eficiência,
Contenção - estruturas e receptáculos adequados para guardar os
materiais com o mínimo risco de deterioração e a máxima
facilidade de acesso.
2.12
IEFP II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
II
70
Arrumação
É a actividade que consiste na disposição racional e criteriosa
dos materiais nos dispositivos ou nos locais próprios do
armazém.
2.13
II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
II
71
Métodos de Localização
Para facilitar a localização dos materiais armazenados pode utilizar-
se um dos métodos seguintes:
• Método da quadrícula
• Método dos corredores
2.14
IEFP II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
II
72
Conservação
Consiste na preservação da qualidade dos materiais armazenados,
assegurando que ao serem utilizados estão em perfeitas condições,
mantendo intactos todos os seus atributos, como as características
físico-químicas, as formas e as dimensões.
2.15
II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
II
73
Saneamento de Existências
É a actividade que consiste na análise periódica dos artigos
existentes em armazém e na eliminação de todos aqueles que
revelam muito baixa rotação por obsolescência ou inadequação às
necessidades.
IEFP II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
II
74
5. TEXTOS COMPLEMENTARES PARA O FORMADOR
• Artigos da revista Executive Dugest
• Artigos da revista Foco
• Artigos da revista Exame.
III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS
INTRODUÇÃO AO
APROVISIONAMENTO
E GESTÃO
DE STOCKS
III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
III
77
1. RESUMO
Neste capítulo começa por definir-se a gestão económica dos stocks (GES), como a aplicação de
um conjunto de princípios, regras de decisão e metodologias que visam determinar a quantidade a
reaprovisionar de cada artigo do stock e estabelecer quando fazê-lo, por forma a assegurar um
custo total do stock mínimo, com roturas controladas.
Os conceitos fundamentais associados à GES são os seguintes:
• Prazo de (re)aprovisionamento (Pa) de um artigo que é o prazo de disponibilização do material
a partir da data de detecção da necessidade;
• Stock médio (Sm) de um artigo que é a quantidade média em armazém do artigo durante um
ano (em unidades físicas);
• Existência média ( E) de um artigo que é o valor do stock médio do artigo;
• Custo unitário de aquisição (u) de um artigo ou preço de custo unitário que é o valor de uma
unidade à entrada do armazém;
• Custo médio de efectivação de uma encomenda (a) que é o custo administrativo relativo à
emissão e envio para um fornecedor de uma nota de encomenda de um artigo;
• Custo de efectivação de encomendas (Ce) de um artigo que é o custo administrativo anual
relativo ao processamento das encomendas desse artigo;
• Custo de posse (Cp) de um artigo que é o custo inerente à permanência do stock médio em
armazém desse artigo, durante um ano;
• Custo total do stock (CTS) de um artigo que resulta da soma das parcelas seguintes: custo de
aquisição, custo de efectivação de encomendas, custo de posse e custo de roturas relativos a
um período (por exemplo, um ano);
• Consumo previsto (S) de um artigo que é a previsão de utilização ou consumo de unidades
físicas desse artigo, durante um ano;
• Consumo previsto (C) de um artigo em unidades monetárias, durante um ano;
• Custo de aquisição do stock (Cs) que é o custo total de aquisição da quantidade consumida,
num ano, de um artigo do stock;
• Custo de compra directa (Cd) de um artigo que é o custo total de aquisição da quantidade
consumida, num ano, de um artigo que não existe em stock e que, portanto, é aprovisionado
sempre que é necessário;
• Quantidade económica de encomenda (Qee) que é a quantidade a reaprovisionar, que
minimiza o custo total (anual) do stock de um artigo;
• Prazo económico (Pe) que é o tempo que a quantidade económica de encomenda leva a ser
consumida;
IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
III
78
• Número económico de encomendas (Nee) que e o número de reaprovisionamentos da
quantidade económica num ano;
• Stock de segurança (Ss) de um artigo que é a quantidade em armazém, que visa prevenir
variações de consumo e atrasos nas entregas dos fornecedores;
• Prazo de segurança (Ps) de um artigo que é o tempo previsto para o consumo do stock de
segurança.
Os sistemas de GES são o de reposição do nível de stock e os de planeamento de necessidades.
Aos três principais sistemas de planeamento de necessidades de materiais correspondem os
métodos de aprovisionamento seguintes: método do ponto de encomenda, método do ciclo de
revisão periódica e método misto.
O controlo da GES realiza-se através:
• De um conjunto de indicadores de avaliação da eficácia da gestão dos stocks:
• Índice de rotação (I r )
• Índice de rotação óptimo (I
r
0 )
• Índice de cobertura (I c )
• Taxa de rotura (T r )
• Nível de serviço (N s )
• De um conjunto de regras práticas a aplicar à gestão dos grupos de materiais A, B e C:
•6 a 12 reaprovisionamentos anuais para o grupo A
•3 a 4 reaprovisionamentos anuais para o grupo B
•1 a 2 reaprovisionamentos anuais para o grupo C
(De notar, que estes valores indicativos devem ser confirmados pelo cálculo do número económico
de encomendas)
De um critério económico simples para suportar a decisão de compra directa, ou seja, quando o
custo total do stock for superior ao custo global anual da compra directa:
Cs + Ce + Cp ≥ Cd + E
ou
S x ud ≤
a - E
1 -
u
u
1 +
t
2
s
d
p








III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
III
79
2. PLANO DAS SESSÕES
Conteúdo Metodologia de Desenvolvimento Duração
(minutos)
1. Âmbito da
gestão
económica dos
stocks (GES)
Exposição
Apresentar o âmbito da GES e especificar os seus dois
objectivos fundamentais (transparência III.1 e III.2).
Introduzir o conceito de prazo de aprovisionamento (pa) e
respectivas parcelas (transparência III.3).
Distinguir stock médio (Sm) e existência média ( E )
(transparência III.4 e III.5).
O formador deve apresentar os exemplos do Guia do
Formando das págs. 86 e 87.
60 min
Exposição
Introduzir e exemplificar os conceitos seguintes:
Custo unitário de aquisição de um artigo do stock (u).
Custo médio de efectivação de uma encomenda (a).
Custo de posse de um artigo do stock (Cp) e taxa de posse
(tp).
Consumo previsto de um artigo em determinado período (S).
Consumo médio previsto de um artigo num prazo (S ).
Calcular o custo total anual do stock de um artigo (Ct).
Calcular a quantidade económica de encomenda (Qee).
(transparência III.6 a III.12) 60 min
2. Conceitos
fundamentais da
GES
Actividades
O formador deve apoiar os formandos na resolução dos
exemplos de aplicação dos Guias do Formando e do
Formador
120 min
IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
III
80
Exposição
Apresentar a análise de sensibilidade da fórmula de
Wilson.
Apresentar o efeito de descontos de quantidade através
de um exemplo (formador) (transparência III.13).
30 min
3. Análise de
sensibilidade da
Qee
4. Descontos de
quantidade
5. Parâmetros
económicos do
stock
Actividades
O formador deve apoiar os formandos na resolução de
aplicações de cálculo dos parâmetros seguintes:
Quantidade económica de encomenda (com descontos);
Número económico de encomenda (Nee);
Prazo económico de encomenda (Pe).
Resolver os exemplos de aplicação dos Guias do
Formando e do Formador
90 min
Exposição
Apresentar o sistema de reposição simples e contínua,
exemplificando
Apresentar os sistemas de planeamento de
necessidades e métodos de (re)aprovisionamento:
Método do ponto de encomenda (Pe)
Método do ciclo de revisão periódica
Método misto
(transparências III.14 a III.17)
30 min
6. Sistemas de
GES e métodos
de
(re)aprovisiona-
mento
Actividades
formador deve acompanhar e apoiar a resolução
individual dos exemplos do Guia do Formando.
90 min
7. Controlo da
GES
Exposição
Apresentar, através de aplicações, os principais
indicadores de eficácia da GES:
Taxa ou índice de rotação do stock (Ir)
Taxa o índice de cobertura do stock (Ic)
Taxa ou índice de rotura do stock (Tr)
Nível de serviço do armazém de stocks (Ns)
(Transparência III.18 a III.23)
60 min
III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP
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III
81
Exposição:
Apresentar os objectivos da classificação ABC
(transparência III.24)
10 min
8. Método ABC
Actividades
Aplicar o método de classificação a um caso prático
(Ver Actividades do Guia do Formador)
50 min
Exposição:
Apresentar critérios de decisão para compra directa. 20 min
9. Compra
directa
Actividades
Resolver um exemplo de decisão de compra directa
(Ver actividades do Guia do Formador).
40 min
Exposição
Rever o conceito de stock máximo através de aplicações. 30 min
10. Stock máximo
Actividades
Resolver o exemplo 8, deste capítulo, do Guia do
Formador.
30 min
Exposição
Rever o conceito de stock de segurança através de
aplicações do Guia do Formando.
20 min
11. Stock de
segurança
Actividades
Resolver o exemplo 9, deste capítulo, do Guia do
Formador.
40 min
12. Síntese Actividades
Os formandos, em pequenos grupos, utilizam o software
para consolidar o conhecimento.
formador apoia ao formandos quando solicitado.
60 min
Total 14 horas
IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
III
82
3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO
1. Calcule o custo unitário de aquisição do artigo A, conhecendo os dados seguintes:
• Encomenda de 300 unidades de A
• Preço de custo unitário de compra, facturado pelo
fornecedor: 20 Euros
• Encargo de transporte por conta do cliente: 500
Euros
• Outros encargos da empresa cliente, nomeadamente,
seguros: 200 Euros
• (Exercício 3.1.4. do Guia do Formando)
Resolução:
• Custo unitário de aquisição
u = 20 +
300
200
500 +
= 22,33 Euros
Calcule os parâmetros económicos da GES do artigo X de importação, sabendo:
• Custo unitário médio de aquisição
u = 10 Euros
• Custo médio de efectivação de uma encomenda
a = 150 Euros
• Consumo previsto anual
S = 200 000 unidades
• Taxa de posse
tp = 20%
III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP
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III
83
Resolução:
• Custo total anual do stock de X:
Ct = S x u +
Qee
S
x a +
2
Qee
x u x tp =
= 200 000 x 10 +
Qee
000
200
x 150 +
2
Qee
x 10 x 0,20
• Quantidade económica de encomenda
Qee =
u x tp
a
x
S
x
2
=
0,20
x
10
150
x
000
200
x
2
= 5 477,23
• Número económico de encomendas por ano
Nee = Qee
S
= 477
5
000
200
= 36,5
i. e. 37 encomendas anuais
• Prazo económico de encomenda
Pe = 365
000
200
477
5
= 9,99
i. e. 10 dias é o tempo ou prazo médio de consumo da Qee
2. Uma empresa pretende aprovisionar um artigo cujo consumo anual previsto é de 2 000
unidades
O fornecedor, para entregar o material na empresa, pratica os preços unitários seguintes:
Quantidade a Entregar Preço Unitário
Qe < 500 unidades u = 1,0 Euros
500 ≤ Qe < 1 000 unidades 0,8 Euros
Qe ≥ 1 000 unidades 0,6 Euros
O custo de passagem de uma encomenda é de 10 Euros e a taxa de posse de 40% (considerando
as exigências de preservação do stock)
Pretende-se determinar o número económico de reaprovisionamentos
IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
III
84
Resolução:
1º Cálculo da Qee para u = 0,6 Euros
Qee =
u x tp
a
x
S
x
2
=
0,4
x
0,6
10
x
000
2
x
2
= 408,2
Esta quantidade é < 1 000, portanto está fora do intervalo de validade da tabela do fornecedor
2º Cálculo da Qee para u = 0,8 Euros
Qee =
0,4
x
0,8
10
x
000
2
x
2
= 353,6 < 500 unidades,
portanto está fora do intervalo de validade da tabela do fornecedor
3º Cálculo da Qee para u = 1,0 Euros
Qee =
0,4
x
1,0
10
x
000
2
x
2
= 316,2 < 500 unidades,
portanto está no intervalo válido da tabela do fornecedor
Cálculo do custo total anual do stock para Qee = 316 unidades:
CT(316) = 2 000 x 1 + 316
000
2
. 10 + 2
316
x 1x 0,4 = 2 126,49 Euros
Não será necessário examinar outras curvas com preços unitários diferentes, mas é necessário
calcular os custos totais dos break point e seleccionar o menor.
III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP
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III
85
CT(500) = 2 000 x 0,8 + 500
000
2
. 10 + 2
500
x 0,8 x 0,4 ~ 1 720 Euros
CT(1 000) = 2 000 x 0,6 + 1000
000
2
. 10 + 2
1000
x 0,6 x 0,4 ~ 1 340 Euros
Portanto, a Qee = 1 000 unidades é a seleccionada.
• Número económico de encomendas no ano: Nee =
1000
000
2
= 2
• Prazo económico de encomenda: Pe = 000/52
2
000
1
~
26 semanas
3. Uma empresa produz um equipamento eléctrico.
Para o ano em curso, com 219 dias úteis de trabalho, a empresa prevê a produção e venda de 7
300 equipamentos.
Cada equipamento consome 1,5 m de cabo coaxial especial e o preço de custo deste cabo é de 16
Euros/metro, em bobinas de 300 metros.
O custo administrativo de efectivação de cada encomenda é de 60 Euros e a taxa de posse de
25%.
Quantidade a
Encomendar
1 340,00
1 720,00
2 126,49
500 1 000
316,2
353,6
408,2
Custos Totais
Anuais
u = 0,6 Euros
u = 0,8 Euros
u = 1,0 Euros
IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
III
86
O prazo de aprovisionamento do cabo eléctrico é de 1 semana e o stock de segurança estabelecido
pela empresa é de 100 m.
Calcular:
a.) A quantidade económica de reaprovisionamento, justificando a resposta
b.) número económico de encomendas
c.) ponto de encomenda
Resolução:
a.) Quantidade económica de encomenda:
Consumo anual previsto de cabo:
S = 7 300 x 1,5 m = 10 950 m
Qee =
0,25
x
16
60
x
950
10
x
2
= 573, 149 m (2 bobinas)
b.) Número económico de encomenda:
Nee = m
600
m
950
10
~ 18(,25) encomendas/ano
c.) Ponto de encomenda:
Pe = Ss + Pa x consumo diário
S d = consumo diário = úteis
dias
219
m
950
10
= 50 m/dia
Pe = 100 + (5 dias x 50m/dia) = 350 m
4. Uma empresa fabrica um produto P.
Cada unidade de P incorpora 5 componentes X de compra.
Para o ano em curso, com 220 dias úteis de trabalho, a empresa prevê fabricar e vender 8 630
unidades de P.
As condições de aquisição de X, ao respectivo fornecedor, são as seguintes:
Embalagens de 200 unidades ao preço de custo, por
embalagem, de 2 000 Euros
Prazo de aprovisionamento de 1 semana.
O custo administrativo de efectivação de cada encomenda é de 35 Euros e a taxa de posse de
20%.
A empresa estabeleceu, como stock de segurança de X, 500 unidades.
Calcule:
a.) Quanto reaprovisionar, justificando o cálculo
b.) Quando reaprovisionar
III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
III
87
Resolução:
Dados:
• Consumo anual previsto de X: S = 8 630 x 5 = 43 150 unid.
• Custo unitário de aquisição: u = 2 000/200 = 10 Euros
• Prazo de aprovisionamento: Pa = 1 sem = 5 dias úteis
• Custo de efectivação de encomenda: a = 35 Euros
• Stock de segurança: SS = 500 unidades
a.) Quanto reapriovisionar
Qee =
u x tp
a
x
S
x
2
=
0,20
x
10
35
x
150
43
x
2
= 1 228,92 ~ 6 embalagens por encomenda
b.) Quando reaprovisionar:
Quando for atingido o ponto de encomenda
Pe = 500 + (5 dias x 220
150
43
) = 1 481 unidades X
5. Uma pequena empresa industrial pratica o JIT, sempre que possível, no entanto, mantém em
stock 10 artigos relativamente aos quais se conhece
CÓDIGO
ARTIGO
CONSUMO ANUAL
(Unidades Físicas)
STOCK
MÉDIO
PREÇO MÉD.
UNITÁRIO (Euros)
X01 1 590 350 25,00
X02 560 120 134,00
Y03 120 40 23,00
Z04 700 250 5,00
X05 300 10 87,00
Y06 750 100 2,00
Z07 1 400 200 9,00
Y08 800 100 1,00
Y09 1 500 500 0,50
Y10 350 50 6,00
a.) Calcule o índice ou taxa de rotação do conjunto do stock e explique o seu significado
b.) Indique os artigos da classe A e explique a importância da sua identificação
IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
III
88
Resolução:
a.) índice ou taxa de rotação do conjunto do stock indica o número de vezes que a existência
média em armazém é renovada por ano.
O índice de rotação de artigo X01 é
IR =
m
S
S
=
350
590
1
= 4,54 vezes
A taxa de rotação do conjunto de artigos do stock é
Tr =
E
C
Σ
=
...
134,00
x
120
25,00
x
350
...
134,00
x
560
25,00
x
590
1
+
+
+
+
=
520
30
900
164
= 5,46 vezes
O capital imobilizado em stock (média) é renovado 5,5 vezes por ano.
b.) Classificação ABC
Artigos ordenados por ordem decrescente do valor do consumo anual:
Valor do consumo anual/Artigo Val. Acu-
mulado
% Acumulada
X02 560 x 1 34,0 = 75 040 75 040 46,5
X01 1 590 x 25,0 = 39 750 114 790 69,6
A
(20%)
X05 300 x 87,0 = 26 100 140 890 85,0
Z07 1 400 x 9,0 = 12 600 153 490 93,0
Z04 700 x 5,0 = 3 500 156 990 95,2
B
(30%)
Y03 120 x 23,0 = 2 760 159 750 97,0
Y10 350 x 6,0 = 2 100 161 850 98,1
Y06 750 x 2,0 = 1 500 163 350 99,0
Y08 800 x 1,0 = 800 164 150 99,5
Y09 1 500 x 0,5 = 750 164 900 100,0
C
(50%)
Total: 164 900
III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
III
89
6. O responsável da logística de uma empresa constatou que nos últimos 2 anos se tem comprado
directamente um determinado artigo, com uma certa frequência, ao preço médio unitário de 200
Euros a retalhistas, localizados próximo das filiais da empresa, que vendem a dinheiro, mas,
entregam o material nas respectivas filiais.
Consultados produtores nacionais, aquele responsável apurou que se fossem aprovisionados
contentores com 20 unidades, se obtinha um desconto de 18% e prazo de pagamento de 30 dias.
Sabe-se, ainda, que:
• custo médio de efectivação de uma encomenda no mercado nacional é de 30 Euros
• custo anual adicional de comunicações da compra directa é de 90 Euros
• A taxa anual de custo de posse é de 20%
• A previsão de consumo total do artigo para o próximo ano é de 800 unidades
69,6
A B C
100
X02 X05 Y03 Y09
X01 Z07 Y10
5%
100%
50%
Z04
IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
III
90
Decida se deve constituir stock central do material, justificando a decisão.
Resolução:
Se constituir stock central
Qee =
0,20
x
164
30
x
800
x
2
= 38,25 unidades
i. e. 2 contentores por encomenda
Custo total anual do stock (central):
Cs = 800 x 164 +
40
800
x 30 +
2
40
x 164 x 0,20 =
= 132 456 Euros a 60 dias
Custo total anual de compra directa:
Cd = 800 x 200 + 90 =
= 160 090 Euros a dinheiro (pronto pagamento)
Portanto, deve constituir-se stock central.
7. Prevê-se que o consumo no ano corrente de um artigo do stock seja, em média, semelhante ao
do ano anterior, que foi mensalmente o seguinte:
Mês Consumos (Unid.)
Janeiro 90
Fevereiro 100
Março 130
Abril 100
Maio 90
Junho 120
Julho 140
Agosto 70
Setembro 80
Outubro 90
Novembro 110
Dezembro 80
III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
III
91
O preço de custo do artigo é de 18 Euros, o prazo de aprovisionamento é de 5 semanas e os
valores determinados para a taxa de posse e custo de efectivação de uma encomenda são
respectivamente de 20% e 45 Euros.
Consultado, hoje, o inventário permanente constata-se que o stock livre é de 122 unidades, com um
stock de segurança de 75 unidades e um stock reservado de 20 unidades.
Pretende-se calcular:
a.) stock total
b.) A quantidade a encomendar, hoje, se necessário
c.) stock máximo admissível do artigo
Resolução:
Dados:
• Consumo anual previsto: S = 1 200 unidades
• Consumo médio mensal: S m = 100 unidades
• Preço de custo unitário (à entrada da empresa) : u = 18 Euros
• Prazo de (re)aprovisionamento: Pa = 5 semanas
• Taxa de posse: tp = 20%
• Custo de efectivação de uma encomenda: a = 45 Euros
• Stock livre: SL = 122 unidades
• Stock de segurança: SS = 75 unidades
• Stock reservado: SR = 20 unidades
a.) Stock total
ST = SS + SL + SR + SP =
= 75 + 122 + 20 = 217 unidades
b.) Quantidade a encomendar
Qee =
u x tp
a
x
S
x
2
=
0,20
x
18
45
x
200
1
x
2
= 173,2
Ponto de encomenda:
Pe = SS + (Pa x S sem) = 75 + (5 x 25) = 200 unidades
Considerando que ST > Pe, poder-se-á hoje não encomendar, embora haja SR = 20
unidades
c.) Smáx = Pe + Qee = 200 + 173 = 373 unidades
IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
III
92
8. Considere o armazém de sobressalentes do equipamento da produção.
Os artigos que compõem o stock não são de fácil aquisição, pois são importados e os prazos de
(re)aprovisionamento são incompatíveis com as necessidades das intervenções/reparações, quase
sempre imediatas.
Está a ser efectuada uma análise, com vista ao próximo reaprovisionamento de um relé, cujo preço
unitário DDP (Delivery Duty Paid) é de 10 Euros, o prazo de aprovisionamento é de cerca de um
mês e o consumo do ano anterior encontra-se no mapa anexo dos consumos mensais.
Os valores determinados para a taxa de posse e custo de efectivação de uma encomenda são
respectivamente de 25% e 50 Euros.
Na ficha informatizada do material, de actualização on-line, vem indicado o stock real de 150
unidades, uma encomenda em curso de 100 unidades a chegar na próxima semana e que o stock
de segurança admite um risco de rotura de 5%.
Pretende-se calcular:
a.) stock livre
b.) ponto de encomenda
c.) A quantidade a encomendar (reaprovisionar)
Mapa de Consumos Mensais do
Ano Anterior
Valores do Factor de
Confiança
Mês Consumos
(Unid.)
Z Cobertura do
Stock
Janeiro 60 1,3 90%
Fevereiro 120 1,5 93%
Março 150 1,6 95%
Abril 100 1,7 96%
Maio 80 1,8 97%
Junho 90 2,0 98%
Julho 200 2,4 99%
Agosto 50
Setembro 80
Outubro 90
Novembro 70
Dezembro 110
Total 1200
III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
III
93
Resolução:
Dados:
• Consumo anual previsto: S = 1 200 unidades
• Consumo médio mensal: S = 100 unidades
• Preço de custo unitário à entrada do armazém: u = 10 Euros
• Taxa de posse: tp = 0,25
• Custo de efectivação de 1 encomenda: a = 50 Euros
• Prazo de aprovisionamento: pa = 1 mês
a.) Stock livre = Stock actual - Stock segurança
SS = Z x σ x
pa
Desvio padrão:
= n
2
)
S
-
(Si
Σ
= 12
...
2
100)
-
(120
2
100)
-
(60 +
+
=
583,3
1
= 39,79 ~ 40 unidades
Então: SS = 1,6 x 40 x 1 = 64 unidades
SL = 150 - 64 = 86 unidades
b.) Ponto de Encomenda: Pe = SS + pa . S
Pe = 64 + 1 . 100 = 164 unidades
c.) Quantidade a reaprovisionar:
Qe = Smáx - Disp. Teórico
= (Pe + Qee) - (Stock actual + Stock Potenc)
=








+
0,25
x
10
50
x
200
1
x
2
164
- (150 + 100) = 134 unidades
IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
III
94
4. TRANSPARÊNCIAS
Âmbito da Gestão Económica dos Stocks (GES)
A gestão económica dos stocks compreende a aplicação de um
conjunto de princípios, regras de decisão e metodologias que
permitem manter existências económicas.
Nota
Há autores que preferem a designação de gestão previsional de
stocks, na medida em que se baseia em técnicas de previsão,
aplicadas ao cálculo das necessidades independentes.
4.1
III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
III
95
OBJECTIVOS DA GES
A gestão económica dos stocks (GES) tem dois objectivos
fundamentais:
Determinar quanto reaprovisionar,
Estabelecer quando reaprovisionar, isto é, quando solicitar uma
intervenção de Compras ou quando solicitar uma entrega de
material, no âmbito de um contrato aberto com um fornecedor
(Exemplo: contrato anual de fornecimento com entregas
parcelares).
4.2
IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
III
96
PRAZO DE APROVISIONAMENTO
Prazo de aprovisionamento (pa) ou de disponibilização é o
intervalo de tempo que decorre entre a data de detecção da
necessidade do material e a data de disponibilização do material
para o utilizador.
PRAZO DE APROVISIONAMENTO
P. circulação P. tratamento P. entrega P. desalfând. P. recepção
Data da detecção da
Necessidade
Data Limite (programada)
Data da Colocação da
Encomenda
Data Limite da Entrega
4.3
III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
III
97
Stock médio (Sm)
É a quantidade média do material em stock num determinado
intervalo de tempo (em unidades físicas).
Nota: Esta representação gráfica pressupõe consumo regular e stock de
segurança nulo
S
Sm
T
4.4
IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
III
98
EXISTÊNCIA MÉDIA 









E
É o valor médio das existências da empresa num determinado
intervalo de tempo (em unidades monetárias).
Exemplo:
Eanual =
Somatorio das existencias mensais
12
4.5
III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
III
99
O Custo Unitário de Aquisição de um Material/Artigo
Pode definir-se preço de custo unitário ou custo unitário de
aquisição
ou
Custo unitário (u) de um material como o valor a que o material
deverá ser contabilizado à entrada em armazém.
4.6
IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
III
100
O Custo Médio de Efectivação de uma Encomenda
É o encargo total correspondente ao processamento de uma
encomenda de um artigo (pode corresponder a uma posição da
encomenda se esta tiver várias posições), relativo aos encargos
administrativos dos diferentes órgãos intervenientes no processo,
desde a compra até à liquidação da factura.
Exemplo:
a =
C C C
N Pos.
Apro Arm Confer.
tot
- +
x
4.7
III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
III
101
O Custo de Posse de um Artigo e do(s) Stock(s)
É o custo inerente à permanência do stock médio em armazém, do
artigo num ano.
Exemplo:
Cp = E x tp
4.8
IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
III
102
Consumo previsto (S)
É a previsão de utilização de um artigo, em unidades físicas, num
determinado prazo (em princípio um ano), baseada na necessidade
independente, derivada da procura, nesse prazo.
4.9
III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
III
103
Cálculo do Custo Total Anual do Stock de um Artigo
O custo total anual (do stock) de um artigo (Ct ) corresponde ao
custo de aquisição do consumo desse material, acrescido do custo
de efectivação de encomendas e do custo de posse, referidos a um
ano de exploração.
Ct = Cm + Ce + Cp
Ct = S x u +
Qe
S x a + ( SS +
2
Qe ) x u x tp
4.10
IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
III
104
Custo TotaL em Função da Quantidade a Encomendar
Custos
Custo
mínimo
∆ + 2%
Cp
Cm
Ce
Qe
Qee
- 15% + 20%
C t
C t
4.11
III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
III
105
Quantidade económica de encomenda (Qee)
É a quantidade a encomendar de cada vez, que minimiza o custo
total anual, relativo a cada artigo do inventário.
Qee = 2 S a
u tp
× ×
× (Fórmula de Wilson)
4.12
IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
III
106
4.13
III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
III
107
Representração Gráfica do Método do Ponto de Encomenda
t0
Stock
Stock de
Segurança
Ponto de
Encomenda
Qee Qee
Pe
SS
Tempo
t1 t2 t3
(a)
(b)
Pa Pe
4.14
IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
III
108
Ponto de encomenda (Pe)
É a quantidade de material correspondente ao stock de segurança
adicionado àquela que é previsível ser consumida durante o prazo
de aprovisionamento do artigo, obrigando a um reaprovisionamento
imediato logo que atingido.
Pe = (pa + ps) x S
4.15
III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
III
109
Método do Ciclo de Revisão Periódica
Stock
Stock de
Segurança
Ponto de
Alerta
Q5
Q3
Q4
Q2
Q1
Pa
Pa Pa
Pa
Pa
P
P P
P
P
P
P P
4.16
IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
III
110
Stock TOTAL TEÓRICO
ST = SS + SL + SR + SP
Stock de Segurança (SS) – Quantidade suplementar para obstar a roturas do
stock devidas a irregularidades de consumo e/ou atrasos de fornecedores.
Stock Livre (SL) – Quantidade disponível, passível de ser imediatamente utilizada.
Stock Reservado (SR) ou Afectado – Quantidade cativa ou reservada para
determinada(s) finalidade(s), podendo considerar-se como consumida.
Stock Potencial (SP) – Quantidade encomendada e não recepcionada.
Stock
Segur.
Stock
Livre
Stock
Reservado
Stock
Potencial
Quantidade actual em armazém Quantidade em
aquisição
4.17
III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
III
111
Indicadores de Eficácia da Gestão dos Stocks
Taxa ou índice de rotação (Ir)
Taxa ou índice de rotação óptimo (Iro)
Taxa ou índice de cobertura (Ic)
Taxa de rotura (Tr)
Nível de serviço (Ns)
4.18
IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
III
112
Taxa ou índice de rotação (Ir)
Indica o número de vezes que a existência média foi renovada.
Ir = C
E
ou Ir = S
Sm
4.19
III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
III
113
Taxa ou índice de rotação óptimo (Iro)
É o índice padrão que serve de termo de comparação para os Ir(s)
obtidos para os artigos.
Iro = S
Sm
= 12 S
(ps pe
2
) S
×
+ ×
ou Iro = 12
ps pe
2
+
4.20
IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
III
114
Taxa ou índice de cobertura (Ic)
Indica o tempo, em meses, de duração previsto para o stock
existente, em função dos consumos médios mensais.
Em termos de médias: Icm =
E
C
ou Icm =
Sm
S
Em termos reais: Icr = E
C
ou Icr = Sa
S
4.21
III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
III
115
Taxa de rotura (Tr)
Dá indicação da percentagem de roturas de stock em armazém.
100%
x
es/ano
solicitaçõ
de
Total
s/ano
satisfeita
e
totalment
não
es
solicitaçõ
de
Nº
Tr =
4.22
IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
III
116
Nível de serviço (Ns)
Indica o nível geral de satisfação das necessidades em termos de
funcionamento de armazém, e da performance da gestão de stocks.
100%
x
es/ano
solicitaçõ
de
Total
s/ano
satisfeita
e
totalment
es
solicitaçõ
de
Nº
Ns =
4.23
III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
III
117
O Método ABC
Pareto constatou:
Que o grupo ou classe A, que é constituído pelos artigos do stock
com cerca de 80% do valor de consumo anual, representa
aproximadamente 20% do número total de itens em stock;
Que o grupo ou classe B, que é constituído pelos artigos do stock
representando cerca de 30% do número total de itens, atinge 15%
do valor de consumo anual;
Que o grupo ou classe C, que abrange a maioria dos itens do stock,
ou seja, cerca de 50%, representa um valor de apenas 5% do
consumo total.
4.24
IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
III
118
5. TEXTOS COMPLEMENTARES PARA O FORMADOR
• Artigos da revista Executive Dugest
• Artigos da revista Foco
• Artigos da revista Exame.
IV. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS MATERIAIS
INTRODUÇÃO AO
APROVISIONAMENTO
E GESTÃO
DE STOCKS
IV. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS MATERIAIS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
IV
135
1. RESUMO
À função recepção de stocks compete assegurar a conformidade das remessas de materiais dos
fornecedores com os requisitos expressos nas respectivas encomendas e com a legislação e
regulamentação aplicáveis.
Os processos de recepção de stocks são:
• Processo de recepção quantitativa que é desencadeado com a chegada do material à
empresa e compreende essencialmente as actividades de identificação, observação do estado
de preservação do material, verificação da rotulagem, confirmação de quantidade(s) e
verificação documental.
• Processo de recepção qualitativa que compreende as verificações da conformidade com as
especificações técnicas das encomendas e com a legislação e regulamentação aplicáveis. Se
o fornecimento é acompanhado de certificados emitidos por entidades acreditadas para o
efeito, deve dispensar-se ensaios ou testes de verificação.
Neste capítulo, ainda se referem três modelos organizacionais:
• Modelo centralizado, instalado em espaço próprio e independente da armazenagem, com
pessoal específico e habilitado;
• Modelo repartido, instalado em áreas reservadas junto dos diferentes armazéns da empresa,
mas, com coordenação técnica e de gestão específica e centralizada;
• Modelo descentralizado, instalado junto ao(s) armazém(s) ou deslocalizado, recorrendo a
pessoal qualificado que pode estar atribuído ao(s) armazém(s) ou ser pessoal que
desempenha outras funções, por exemplo, em laboratórios de ensaios de produtos.
IEFP IV. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS MATERIAIS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
IV
136
2. PLANO DAS SESSÕES
Conteúdo Metodologia Duração
(minutos)
Exposição:
• Apresentar o âmbito da recepção dos materiais
relacionando com o conceito de qualidade
(transparência 5.1 e 5.2)
• Descrever o enquadramento estrutural da recepção
dos materiais na área do aprovisionamento e
exemplificar.
30 min
1. Âmbito da
recepção dos
materiais
2. Enquadramento
estrutural da
recepção
• Os formandos, reunidos em grupo, debatem a
importância das actividades de recepção e
estabelecem propostas de implantações físicas da
recepção
• As conclusões dos debates são apresentadas pelo
porta-voz de cada grupo.
30 min
Exposição:
• Caracterizar os processos da recepção quantitativa e
da recepção qualitativa (transparência 5.3 e 5.4)
• Evidenciar a importância da função recepção
• Apresentar modelos organizacionais e de
funcionamento integrado da recepção (transparência
5.5).
30 min
3. Processos de
recepção
• Os formandos, reunidos em grupos, debatem casos
em que os materiais recepcionados não podem ser
disponibilizados para armazenagem
• As conclusões dos debates são apresentadas pelo
porta-voz de cada grupo.
30 min
Total 2 horas
IV. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS MATERIAIS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
IV
137
3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO
1. Relacione prazo de aprovisionamento (Pa) com a função recepção dos materiais.
Resposta:
O prazo de recepção integra o prazo (interno) de aprovisionamento, que determina os
parâmetros da gestão económica dos stocks.
2. Distinga as guias de entrada provisória e definitiva.
Resposta:
Guia de entrada provisória
Depois de concluídas com sucesso as actividades deste processo de recepção quantitativa,
pode então ser elaborada a guia de entrada a título provisório, a qual só terá validade definitiva
após ser sancionada pela Recepção Qualitativa.
Guia de entrada definitiva
Se o resultado destas verificações for positivo pode sancionar-se a guia de entrada provisória,
a qual passará a definitiva, confirmando a entrada dos materiais na empresa (aceitação).
Caso contrário, os materiais serão rejeitados procedendo-se em seguida à respectiva
devolução ao fornecedor, justificada pela não conformidade com legislação ou regulamentação
aplicáveis e/ou com o que foi especificado na nota de encomenda.
3. Explique como assegurar a qualidade do material aprovisionado.
Resposta:
No processo de recepção qualitativa verifica-se se os materiais estão em conformidade
com as especificações técnicas das respectivas encomendas e com a legislação e
regulamentação aplicáveis.
A verificação pode visar as características físicas e químicas dos materiais, as dimensões, etc.,
segundo determinados critérios, padrões e tolerâncias.
A verificação pode realizar-se através de inspecções, testes e ensaios ou pela aceitação de
certificados de conformidade (de garantia da qualidade) emitidos por entidades acreditadas
para o efeito.
Podem seguir-se neste processo diversos procedimentos de verificação de conformidade:
• Controlo da qualidade do material fornecido para verificar a conformidade com as
características exigidas e com os requisitos definidos na encomenda;
IEFP IV. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS MATERIAIS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
IV
138
Exemplos
1. Na recepção e um equipamento deve verificar-se, através de ensaios, se estão satisfeitas as
exigências técnicas ou requisitos essenciais impostos pelas directivas comunitárias e
regulamentação aplicável, nomeadamente, os atributos relativos à segurança e preservação
ambiental, e se o equipamento cumpre as funções e utilidades com o rigor especificado na
respectiva encomenda;
2. Na recepção de um produto químico deve verificar-se, através de testes e ensaios laboratoriais,
se a composição respeita os requisitos da especificação técnica e a legislação e regulamentação
aplicáveis.
• Verificação dos certificados e garantias técnicas dos fornecedores:
• Verificação dos certificados enviados pelo fornecedor a fim de concluir sobre a validade da
conformidade com os requisitos exigidos;
• Verificação das garantias a fim de concluir sobre os prazos de validade e/ou condições de
utilização.
4. Enuncie vantagens e condicionantes da descentralização da função recepção.
Resposta:
Pode ser um órgão descentralizado com as respectivas funções atribuídas ao pessoal dos
armazéns ou outro, desde que possuam conhecimentos e competência para o efeito, obtendo-
se assim menores custos logísticos de movimentação dos materiais.
5. Enuncie a “regra básica da recepção”.
Resposta:
Deve observar-se a regra: “nenhum material deve ser entregue ao Armazém ou ao circuito
produtivo, sem que tenha sido objecto de aceitação, sendo então acompanhado por guia de
entrada definitiva”.
IV. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS MATERIAIS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
IV
139
4. TRANSPARÊNCIAS
ÂMBITO DA RECEPÇÃO DOS MATERIAIS
À função recepção dos materiais compete assegurar a qualidade
dos fornecimentos i. e. a conformidade das remessas de materiais
dos fornecedores com os respectivos requisitos expressos nas
encomendas, nomeadamente os prazos, e com a legislação e
regulamentação em vigor.
5.1
IEFP IV. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS MATERIAIS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
IV
140
QUALIDADE
• Conceito genérico de Qualidade segundo a norma ISO 9 000:2000
• Grau de satisfação de requisitos dado por um conjunto de
características intrínsecas ou permanentes de uma entidade (produto,
processo, ...)
• Conceito de Produto de Qualidade
Um produto tem qualidade quando cumpre os requisitos do cliente e os
requisitos regulamentares aplicáveis e o fornecedor demonstra a sua
aptidão para fornecer consistentemente o produto com aqueles
requisitos.
Nota
A monitorização da satisfação do cliente requer a avaliação da
informação relacionada com a percepção do cliente quanto ao
produtor/fornecedor ter cumprido todos os requisitos do produto.
(→ Confiança no produtor/fornecedor)
5.2
IV. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS MATERIAIS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
IV
141
PROCESSO DE RECEPÇÃO QUANTITATIVA
O processo de recepção quantitativa é desencadeado com a
chegada dos materiais e compreende as actividades seguintes:
Identificação dos materiais e análise visual do seu estado físico;
Observação do acondicionamento nas embalagens e do estado de
preservação destas;
Verificação da rotulagem das embalagens;
Determinação da(s) quantidade(s) fornecida(s);
Conferência da guia de remessa do fornecedor com a nota de
encomenda;
Verificação das datas limites dos materiais sujeitos a prazos de
validade ou a garantias.
Verificação de eventuais constrangimentos aduaneiros.
5.3
IEFP IV. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS MATERIAIS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
IV
142
PROCESSO DE RECEPÇÃO QUALITATIVA
No processo de recepção qualitativa verifica-se se os materiais
estão em conformidade com as especificações técnicas das
respectivas encomendas e com a legislação e regulamentação
aplicáveis.
5.4
IV. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS MATERIAIS IEFP
Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador
IV
143
MODELOS ORGANIZACIONAIS E FUNCIONAMENTO DA RECEPÇÃO
DE MATERIAIS
A Recepção pode apresentar diferentes modelos organizacionais:
Pode ser um órgão centralizado, com espaço próprio e
independente da armazenagem;
Pode ser um órgão repartido, se existirem diferentes armazéns,
dispondo cada um deles de uma área restrita reservada à
recepção, compensando os menores custos logísticos com o maior
esforço de coordenação exigido.
Pode ser um órgão descentralizado com as respectivas funções
atribuídas ao pessoal dos armazéns ou outro, desde que possuam
conhecimentos e competência para o efeito, obtendo-se assim
menores custos logísticos.
5.5
IEFP IV. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS MATERIAIS
Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks
IV
144
5. TEXTOS COMPLEMENTARES PARA O FORMADOR
• Artigos da revista Executive Dugest
• Artigos da revista Foco
• Artigos da revista Exame.
FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL
INTRODUÇÃO AO
APROVISIONAMENTO
E GESTÃO
DE STOCKS
introducao_ao_aprovisionamento_e_gestao_de_stocks_formador.pdf
introducao_ao_aprovisionamento_e_gestao_de_stocks_formador.pdf
introducao_ao_aprovisionamento_e_gestao_de_stocks_formador.pdf
introducao_ao_aprovisionamento_e_gestao_de_stocks_formador.pdf
introducao_ao_aprovisionamento_e_gestao_de_stocks_formador.pdf
introducao_ao_aprovisionamento_e_gestao_de_stocks_formador.pdf
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  • 2.
  • 3. IEFP - ISG Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador Ficha Técnica Colecção MANUAIS PARA APOIO À FORMAÇÃO EM CIÊNCIAS EMPRESARIAIS Título Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Suporte Didáctico Guia do Formador Coordenação e Revisão Pedagógica IEFP – Instituto do Emprego e Formação Profissional - Departamento de Formação Profissional Coordenação e Revisão Técnica ISG – Instituto Superior de Gestão Autor Manuel Vilhena Veludo/ISG Capa IEFP Maquetagem ISG Montagem ISG Impressão e Acabamento ISG Propriedade Instituto do Emprego e Formação Profissional, Av. José Malhoa, 11 1099-018 Lisboa Edição Portugal, Lisboa, Dezembro de 2004 Tiragem 100 exemplares Copyright, 2004 Todos os direitos reservados ao IEFP Nenhuma parte deste título pode ser reproduzido ou transmitido, por qualquer forma ou processo sem o conhecimento prévio, por escrito, do IEFP
  • 4.
  • 5. ÍNDICE GERAL IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador Índice Geral 1. Objectivos Globais do Modulo ....................................................................................................................... 1 2. Pré-Requisitos................................................................................................................................................ 2 3. Perfil do Formador ......................................................................................................................................... 3 4. Campo de Aplicação do Guia ........................................................................................................................ 4 5. Plano de Desenvolvimento do Módulo .......................................................................................................... 5 6. Orientações Metodológicas Recomendadas................................................................................................. 7 7. Recursos Didácticos ...................................................................................................................................... 8 8. Bibliografia Recomendada............................................................................................................................. 9 I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO........................................................... 11 1. Resumo........................................................................................................................................... 13 2. Plano das Sessões ......................................................................................................................... 15 3. Actividades/Avaliação..................................................................................................................... 18 4. Transparências ............................................................................................................................... 22 5. Textos Complementares para o Formador..................................................................................... 47 II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS ................................................... 49 1. Resumo........................................................................................................................................... 51 2. Plano das Sessões ......................................................................................................................... 52 3. Actividades/Avaliação..................................................................................................................... 56 4. Transparências ............................................................................................................................... 58 5. Textos Complementares para o Formador..................................................................................... 74 III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS............................................................................ 75 1. Resumo........................................................................................................................................... 77 2. Plano das Sessões ......................................................................................................................... 79 3. Actividades/Avaliação..................................................................................................................... 82 4. Transparências ............................................................................................................................... 94 5. Textos Complementares para o Formador................................................................................... 118
  • 6. IEFP ÍNDICE GERAL Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks IV. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS MATERIAIS ...............................133 1. Resumo......................................................................................................................................... 135 2. Plano das Sessões ....................................................................................................................... 136 3. Actividades/Avaliação................................................................................................................... 137 4. Transparências ............................................................................................................................. 139 5. Textos Complementares para o Formador................................................................................... 144 FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL .........................................................................................145 BIBLIOGRAFIA CONSULTADA...............................................................................................155 GLOSSÁRIO .............................................................................................................................157
  • 7. APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MODULO IEFP Introdução ao Aprovisionamento de Gestão de Stocks Guia do Formador 1 1. OBJECTIVOS GLOBAIS DO MODULO • Apoiar os formadores na planificação e desenvolvimento das sessões; • Auxiliar os formadores na sua função de orientadores e facilitadores das aprendizagens, diversificando instrumentos e actividades, contribuindo para a motivação e orientação da aprendizagem dos formandos; • Disponibilizar informação coadjuvante que contribua para que os formandos atinjam os objectivos de aprendizagem seguintes: • Caracterizar os tipos de materiais existentes numa empresa; • Descreve o âmbito da função aprovisionamento e demonstrar a sua importância; • Justificar o enquadramento da função aprovisionamento na estrutura organizacional da empresa; • Caracterizar a função armazenagem e enunciar os respectivos princípios e métodos de gestão e organização; • Reconhecer os princípios básicos da gestão económica dos stocks; • Distinguir a recepção qualitativa e quantitativa de stocks; • Sugerir métodos e técnicas mais adequados e eficazes em função dos grupos-alvo e dos objectivos pedagógicos definidos.
  • 8. IEFP APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MODULO Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento de Gestão de Stocks 2 2. PRÉ-REQUISITOS O formando deve assegurar as condições de acesso seguintes: • Idade igual ou superior a 15 anos; • Habilitações escolares mínimas: escolaridade obrigatória ou equivalente.
  • 9. APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MODULO IEFP Introdução ao Aprovisionamento de Gestão de Stocks Guia do Formador 3 3. PERFIL DO FORMADOR 1. Habilitações Académicas-Formação Específica O formador (M/F) deve estar habilitado com licenciatura ou bacharelato nas áreas da engenharia ou gestão, preferencialmente com opções no ramo da produção industrial e especialização ou pós- -graduação na área da gestão de materiais e da logística. 2. Experiência Profissional O formador (M/F) deve possuir experiência profissional mínima de três anos em empresa produtora ou distribuidora (de bens e/ou serviços), preferencialmente na área do aprovisionamento ou da logística. 3. Certificação Profissional O formador (M/F) deve possuir certificado de aptidão profissional, garantia de que possui competências pedagógicas para exercer a actividade de formação. 4. Outros Requisitos O formador (M/F) deve, ainda, revelar capacidades para motivar os formandos para a aprendizagem, despertando-lhes o interesse para os temas a abordar, alertando-os para os conceitos e ideias-chave das unidades temáticas, apoiando-os em todo o processo de ensino- -aprendizagem, propondo-lhes actividades para desenvolverem em sala de aula e/ou em casa.
  • 10. IEFP APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MODULO Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento de Gestão de Stocks 4 4. CAMPO DE APLICAÇÃO DO GUIA Este guia destina-se a orientar a formação profissional nos domínios do aprovisionamento e gestão de stocks, em particular nas áreas da organização física e da gestão económica.
  • 11. APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MODULO IEFP Introdução ao Aprovisionamento de Gestão de Stocks Guia do Formador 5 5. PLANO DE DESENVOLVIMENTO DO MÓDULO Unidades Temáticas Objectivos Duração (horas) I. Os Stocks e a Função Aprovisionamento • Caracterizar os tipos de materiais existentes numa empresa. • Definir stock e classificá-lo. • Descrever o âmbito da função aprovisionamento justificando a sua importância. • Posicionar a função aprovisionamento na estrutura organizacional da empresa. • Estruturar a função aprovisionamento no âmbito do processo logístico. • Caracterizar e justificar o modelo de gestão por análise estatística de anterioridades. • Caracterizar e justificar o modelo de gestão por encomenda. • Caracterizar e justificar a importância do modelo de gestão misto. 7 h II. A Gestão e a Organização Física dos Stocks • Descrever o âmbito e o enquadramento estrutural da gestão física dos stocks na área do aprovisionamento. • Especificar os requisitos de uma gestão física dos stocks eficiente. • Caracterizar a função armazenagem e os seus princípios gerais. • Classificar os armazéns. • Descrever as actividades e os principais métodos da organização física dos stocks. 10 h
  • 12. IEFP APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MODULO Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento de Gestão de Stocks 6 Unidades Temáticas Objectivos Duração (horas) III. A Gestão Económica dos Stocks • Descrever o âmbito da gestão económica dos stocks. • Definir os conceitos fundamentais da gestão económica dos stocks. • Relacionar e quantificar as variáveis-chave da gestão económica dos stocks. • Distinguir os sistemas de gestão económica dos stocks. • Efectuar o controlo da gestão económica dos stocks. 14 h IV. A Recepção Qualitativa e Quantitativa de Materiais • Descrever o âmbito e o enquadramento estrutural da recepção dos materiais. • Caracterizar as actividades e os modelos organizacionais da recepção dos materiais. 4 h • Duração Total 35 horas
  • 13. APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MODULO IEFP Introdução ao Aprovisionamento de Gestão de Stocks Guia do Formador 7 6. ORIENTAÇÕES METODOLÓGICAS RECOMENDADAS O formador deve procurar alternar sessões expositivas de curta duração (cerca de 30 minutos) com actividades pedagógicas estruturantes, como resolução de exercícios práticos e análise de temas ou de casos em grupo, com apresentação das respectivas conclusões. Durante cada exposição, o formador poderá ilustrar os conceitos com exemplos e sempre que possível com recurso a meios audiovisuais e multimedia. Poderá ser utilizado software específico para apoiar a aprendizagem. No final de cada sessão, o formador deve incentivar os formandos a resolver as questões propostas no fim de cada unidade temática do Guia do Formando, ainda não tentadas nas sessões.
  • 14. IEFP APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MODULO Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento de Gestão de Stocks 8 7. RECURSOS DIDÁCTICOS • Software de apoio: - GESMAT ou outro - MS OFFICE (Word, Excel, Acess, PowerPoint, Outlook) • Um PC por cada 3 ou 4 formandos com a configuração mínima seguinte: • Processador a 110 Mhz ou superior • 12 Mb de RAM ou superior • Disco rígido com pelo menos 40 Mb disponíveis • Leitor disquetes 3,5’’ e de CD-ROM ou DVD • Placa gráfica • Monitor policromático • Placa de som • Placa de rede • Sistema operativo Windows 98 ou posterior • Uma impressora ligada à rede • Um projector de vídeo ou datashow • Um retroprojector (com uma lâmpada sobressalente) • Um quadro de parede e marcadores (4 cores) • Um ecrã
  • 15. APRESENTAÇÃO GLOBAL DO MODULO IEFP Introdução ao Aprovisionamento de Gestão de Stocks Guia do Formador 9 8. BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA ASSIS, Rui e FIGUEIRA, Mário. MICROSTOCK – Apoio à Decisão em Gestão Económica de Stocks, Lisboa, IAPMEI, 1991. BORGES, António; RODRIGUES, Azevedo e RODRIGUES, Rogério. Elementos de Contabilidade Geral, Ed. Rei dos Livros, Lisboa, 1998. CARVALHO, José Crespo de. Logística, Lisboa, Edições Sílabo, 1996, Cap. 1. CHRISTOPHER, Martin. Logistics and Supply Chain Management, London, Pitman Publishing, 1992, Cap. 1. FERROZZI, Claudio; SHAPIRO, Roy e HESKETT, James. Logistica & Strategia: Uno. Torino, UTET Libreria, ISEDI, 1993, Cap. 1. JESUÍNO, Jorge Correia. A Negociação: Estratégia e Tácticas, Lisboa, Texto Editora, 1996.
  • 16.
  • 17. INTRODUÇÃO AO APROVISIONAMENTO E GESTÃO DE STOCKS I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO
  • 18.
  • 19. I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador I 13 1. RESUMO Numa empresa pode considerar-se dois tipos de materiais: recursos materiais (input) e produtos acabados (output). Os recursos materiais podem subdividir-se em materiais consumíveis, que são objecto de processamento (por exemplo, matérias primas) e materiais de utilização permanente, que são imobilizado, não consumíveis (por exemplo, equipamento). Define-se stock como o conjunto de materiais consumíveis armazenados e valorizados em existências. Neste capítulo, são, ainda, classificados os materiais de stock em matérias primas, componentes, produção em curso, semiacabados, produtos acabados, subprodutos, materiais subsidiários e materiais de embalagens (primárias, secundárias, terciárias). Define-se como o output ou resultado de um processo o(s) produto(s) e classificam-se em bens tangíveis e bens intangíveis ou serviços. Os bens tangíveis subdividem-se em bens de consumo e bens industriais. A função aprovisionamento compreende as operações que permitem disponibilizar em tempo oportuno, na quantidade e qualidade pré-definidas, todos os recursos materiais e serviços provenientes do exterior da organização e necessários ao seu funcionamento, ao menor custo. Depois de descrito o âmbito da função aprovisionamento e justificada a respectiva importância, são apresentadas alternativas de posicionamento do Departamento de Aprovisionamentos na estrutura organizacional da empresa, como órgão autónomo na dependência da Direcção Geral ou integrado num Departamento de Logística. O U.S. Council of Logistics Management adoptou para logística a definição seguinte: é o processo estratégico (porque gera valor reconhecido pelos clientes, criando vantagem competitiva sustentada) de planeamento, organização e controlo, eficaz e eficiente, dos fluxos e armazenagem de materiais (matérias primas, componentes, produção em curso, produtos semiacabados e acabados) e de informação relacionada, desde a origem (fornecedores) até ao destino final (consumidores) visando maximizar a satisfação das necessidades dos clientes, externos e internos. A logística pode ser considerada uma fonte de vantagem competitiva na medida em que gera diferenciação através: • Da qualidade do serviço prestado aos clientes; • Do planeamento global e integrado de cada negócio que permite optimizar objectivos estratégicos a alcançar; • Da selecção e avaliação criteriosa de fornecedores e contratação adequada; • Da gestão optimizada da entrada e saída de materiais/produtos; • Da gestão optimizada dos transportes e das movimentações dos materiais/produtos. Um sistema logístico, eficiente e eficaz, planeia, organiza e controla integradamente, fluxos materiais e informacionais.
  • 20. IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks I 14 A gestão de stocks determina quando e quanto se deve encomendar de cada artigo do stock. Relacionados com a gestão de stocks estão três factores importantes, a saber: • Conceito de procura, como origem das necessidades de materiais; • Conceitos de custos, nomeadamente, os seguintes: • Custo de posse, • Custo de efectivação das encomendas, • Custo de aquisição, • Custo de rotura de stock. • Conceito de prazo de aprovisionamento ou de disponibilização do material. Relativamente aos modelos de gestão de aprovisionamento são caracterizados os seguintes: • Modelo push de gestão por análise estatística, que calcula necessidades logísticas independentes; • Modelo pull de gestão por encomenda, que calcula necessidades logísticas dependentes, e está normalmente integrado numa filosofia de gestão global JIT; • Modelo misto de gestão MRP, que recorre ao cálculo de necessidades logísticas independentes, para horizontes temporais de médio prazo, e de necessidades dependentes para horizontes de curto prazo. JIT (Just-In-Time) é uma filosofia de gestão global, centrada no mercado, cujo princípio fundamental é "produzir quando e apenas o que o cliente necessita ou deseja e aprovisionar quando e apenas o necessário e suficiente para garantir aquela produção”. A gestão JIT propõe-se alcançar os 7 objectivos seguintes: • Zero existências em armazém; • Zero defeitos durante a fabricação; • Zero avarias dos equipamentos em produção; • Zero acidentes com o pessoal; • Zero impactes ambientais; • Zero atrasos e prazos curtos; • Zero papel em circulação; A gestão JIT visa melhorar a qualidade e a produtividade e tem-se mostrado geradora de competitividade.
  • 21. I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador I 15 2. PLANO DAS SESSÕES Conteúdo Metodologia de Desenvolvimento Duração (minutos) 1. Tipos de materiais 2. Classificação de stocks e de produtos Exposição • Introduzir os conceitos de materiais e de stock (transparências I.1., I.2). • Apresentar a classificação de stocks e de produtos através de exemplos (transparências I.3, I.4). 30 min Actividades • Os formandos, reunidos em grupo, debatem as vantagens e inconvenientes da constituição de cada tipo de stock. • As conclusões dos debates são apresentadas pelo porta-voz de cada grupo. 30 min 3. Âmbito da função aprovisionamento 4. Importância do aprovisionamento 5. Relação da função aprovisionamento com o processo logístico Exposição • Apresentar o âmbito da função aprovisionamento relacionado com o conceito de necessidade (transparência I.5). • Evidenciar a importância da função aprovisionamento (transparência I.6). • Integrar a função aprovisionamento no processo logístico (transparências I.7, I.8, I.9, I.10). 60 min
  • 22. IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks I 16 Actividades • Os formandos, reunidos em grupos, debatem o processo logístico como fonte de vantagem competitiva • As conclusões dos debates são apresentadas pelo porta-voz de cada grupo. 30 min 6. A função aprovisionamen to e a estrutura organizacional Exposição • Apresentar organogramas alternativos evidenciando a localização da função aprovisionamento na estrutura organizacional (transparências I.11, I.12). • Evidenciar os vários órgãos estruturais da área aprovisionamento (transparência I.13). 30 min Actividades • Os formandos, reunidos em grupos, debatem as vantagens e inconvenientes das diferentes soluções organizacionais apresentadas. • As conclusões dos debates são apresentadas pelo porta-voz de cada grupo. 60 min Conteúdo Metodologia Duração (minutos) 7. Âmbito da gestão de stocks Exposição • Apresentar o âmbito da gestão de stocks e os respectivos factores a considerar (transparências I.14. a I.18). 30 min
  • 23. I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador I 17 Actividades • Os formandos, reunidos em grupo, identificam os três factores a considerar na gestão de stocks e a respectiva importância. • As conclusões dos debates são apresentadas pelo porta-voz de cada grupo. 30 min 8. Necessid ades logísticas e modalidade s de gestão de aprovisiona mento Exposição • Distinguir os tipos de necessidades e exemplificar (transparências I.19 a I.21). • Caracterizar, sumariamente, os três modelos de gestão de aprovisionamento: • Push ou por análise estatística • Pull ou por encomenda • MRP ou misto (transparências I.22 a I.25). 30 min Actividades • Os formandos, reunidos em grupos, debatem as vantagens e limitações da filosofia de gestão JIT (just-in- time). • Os formandos, em grupos, justificam os modelos de gestão de aprovisionamento. • As conclusões dos debates são apresentadas pelo porta-voz de cada grupo. 30 min + 60 min Total 7 horas
  • 24. IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks I 18 3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO 1. Distinga materiais consumíveis, materiais de utilização permanente e mercadorias. Resolução: Materiais consumíveis que são objecto de processamento interno na empresa tais como: matérias primas, materiais subsidiários, material de embalagem. Materiais de utilização permanente que são imobilizado, ou seja, materiais que não são consumidos no processo produtivo, mantendo-se ao dispor deste durante vários ciclos de transformação. Numa empresa comercial os bens transaccionados designam-se por mercadorias, não estando sujeitos a qualquer transformação dentro da empresa. Distinga bens tangíveis e intangíveis. 2. Indique os objectivos da função aprovisionamento. Resolução: A função aprovisionamento compreende o conjunto de operações que permitem pôr à disposição da empresa em tempo oportuno, na quantidade e na qualidade definidas, todos os recursos materiais e serviços necessários ao seu funcionamento, ao menor custo. Para além das actividades de selecção e qualificação de fornecedores, de negociação, de contratação e de compra de recursos materiais e serviços, de gestão de stocks, a função aprovisionamento ainda inclui nas suas atribuições: a recepção de materiais, a armazenagem, o aviamento de requisições e o envio/transporte de materiais para estaleiros onde decorrem obras ou a expedição para subempreiteiros. 3. Descreva uma cadeia logística externa.
  • 25. I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador I 19 Resolução: 4. Indique as atribuições principais da função aprovisionamento. Resolução: O Programação estabelece as ligações ao Planeamento Geral de Operações (ver Figura I.1) e disponibiliza informação relativa a quantidades necessárias e prazos, aos outros órgãos do Departamento de Aprovisionamentos; A Contratação pesquisa o mercado, avalia e selecciona os fornecedores, com quem estabelece contratos de fornecimento, após negociação; A Gestão de Materiais determina quanto e quando encomendar e mantém actualizado o inventário (gestão económica e administrativa); As Compras processam as encomendas e asseguram o cumprimento dos contratos com os fornecedores; A Recepção e Armazenagem asseguram a gestão e organização física dos materiais. Venda de material Expedição de material Compra de material Transform. de material Transporte de material Recepção Armazenagem Depósito de produto Expedição de produto Compra de produto Transporte primário Venda de produto Armazenagem Recepção GROSSISTA Picking Expedição Retém Recepção Compra de produto Transporte secundário Ponto de Venda I.1 - RETALHISTA CONSUMIDOR
  • 26. IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks I 20 5. Explique a incidência da procura no ciclo de vida de um produto. Resolução: Procura aleatória - quando as vendas são dispersas no tempo e nos pontos de venda, não se podendo encontrar qualquer modelo estatístico que as reproduza. Este comportamento das vendas é típico quando o produto se encontra na fase de lançamento do seu ciclo de vida. Procura uniforme - quando já é possível definir um modelo estatístico que mostre a evolução das vendas no tempo. Neste tipo de procura pode distinguir-se três categorias: • De tendência crescente - as vendas encontram-se em ascensão progressiva, característica de um produto em fase de crescimento do seu ciclo de vida; • De tendência constante - as vendas encontram-se estabilizadas, com pequenas oscilações, o que permite prever o seu comportamento temporal com elevada fiabilidade. Esta constância comportamental é sintomática quando os produtos atingem a fase de maturidade do ciclo de vida; • De tendência decrescente - as vendas encontram-se em queda nítida, o que identifica claramente a fase de declínio de um produto. 6. Identifique os diferentes tipos de custos associados à gestão de stocks. Resolução: O custo de posse (Cp) que é o custo associado à manutenção do stock; O custo de efectivação das encomendas (Ce) que é o custo administrativo do processamento das encomendas de um artigo; O custo de aquisição do material (Cm) que é o custo do material, encomendado ao exterior, à entrada da empresa (custo de fornecimento, de transportes, de seguros, ...); O custo de fabricação (Cf) que é o custo do material encomendado internamente, através de ordem de fabrico; O custo de rotura de stock (Cr) que é o custo associado a uma solicitação ou requisição de material de stock, não atendida totalmente pelo armazém 7. Distinga necessidades logísticas dependentes e independentes. Resolução: Necessidades Dependentes Há casos em que a empresa recebe encomendas de quantidades bem determinadas de produto(s) acabado(s) com prazo(s) de entrega definidos ou satisfaz cadernos de encargos, ou ainda como no caso do exemplo da fábrica de jantes, em que de início são conhecidas as quantidades do produto a fornecer e a cadência de entrega, verifica-se que as necessidades resultam directamente da procura. Assim, podemos definir:
  • 27. I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador I 21 Necessidade Dependente - Toda a necessidade logística a jusante do circuito material, perfeitamente determinada e resultante de: • Encomenda(s) de produto(s) com quantidade(s) e prazo(s) de entrega bem definidos. • Encomenda(s) de produto(s) de procura decorrente e cadência de entrega determinada. • Encomenda(s) de produto(s) cuja especificação e prazo de entrega são fixado(s) (segundo caderno de encargos). Necessidade Independente Há casos em que as necessidades logísticas têm origem em valores aleatórios, como os dados resultantes das análises estatísticas de vendas, e são para utilização posterior com o prazo de utilização indeterminado. É o que acontece nos armazéns de Aprovisionamento, cuja existência resulta de uma gestão de stocks, baseada em previsões de consumo considerado aleatório. Também, na definição de quantidades de material a fabricar, em que a única base de cálculo previsional é o conhecimento da procura do produto e da evolução das vendas que indica em que fase do ciclo de vida se encontra. Assim, podemos definir: Necessidade Independente - Toda a necessidade logística a jusante do fluxo material, resultante de previsão estatística, baseada em históricos, ou no conhecimento da procura do produto e do respectivo ciclo de vida, com prazo de utilização indeterminado. 8. Explique por que se considera o modelo MRP um modelo misto Resolução: O modelo misto também designado modelo de gestão MRP (Material Requirements Planning) foi desenvolvido, na década de 60, nos EUA e considera-se misto porque recorre ao cálculo de necessidades logísticas independentes para um horizonte temporal de médio prazo e de necessidades dependentes para um horizonte de curto prazo.
  • 28. IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks I 22 4. TRANSPARÊNCIAS TIPOS DE MATERIAIS • Materiais de input ou recursos materiais • Materiais de output ou produtos acabados 1.1
  • 29. I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador I 23 NOÇÃO DE STOCK Stock ou stocks é o conjunto de materiais consumíveis ou de mercadoriais acumulados, à espera de uma utilização posterior, mais ou menos próxima, e que permite assegurar o fornecimento aos utilizadores quando necessário. São os elementos patrimoniais classificados e valorizados em existências. 1.2
  • 30. IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks I 24 CLASSIFICAÇÃO DOS STOCKS • Matérias-primas • Componentes • Produção “em curso” • Semi-acabados • Produtos acabados • Subprodutos • Materiais subsidiários • Materiais de embalagem 1.3
  • 31. I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador I 25 CLASSIFICAÇÃO DOS PRODUTOS - Bens não duradouros - Bens de Consumo - Bens duradouros Bens Tangíveis - Matérias-primas - Bens Industriais - Componentes - Subconjuntos - De suporte Bens Intangíveis ou Serviços 1.4
  • 32. IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks I 26 FUNÇÃO APROVISIONAMENTO • A função aprovisionamento compreende o conjunto de operações que permitem pôr à disposição da empresa em tempo oportuno, na quantidade e na qualidade definidas, todos os recursos materiais e serviços necessários ao seu funcionamento, ao menor custo. 1.5
  • 33. I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador I 27 IMPORTÂNCIA DO APROVISIONAMENTO • Gerar diferenciação face à concorrência, através de uma selecção criteriosa de fornecedores qualificados que assegurem a qualidade dos fornecimentos e serviços prestados; • Reduzir os custos e os prazos de entrega dos produtos (bens e serviços) fornecidos através de contratação adequada, de gestão económica dos stocks, de armazenagem e expedição convenientes. 1.6
  • 34. IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks I 28 LOGÍSTICA Logística é o processo estratégico (porque gera valor reconhecido pelos clientes, criando vantagem competitiva sustentada, na medida em que acrescenta diferenciação, aumenta a produtividade e a rendibilidade) de planeamento, organização e controlo, eficaz e eficiente, dos fluxos e armazenagem de materiais (matérias primas, componentes, produção em curso, produtos semiacabados e acabados) e de informação relacionada, desde a origem (fornecedores) até ao destino final (consumidores) visando maximizar a satisfação das necessidades dos clientes, externos e internos. 1.7
  • 35. I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador I 29 LOGÍSTICA DE INPUT E DE OUTPUT 1.8 Planeamento Geral de Operações Programação do Aprovisionamento Programação da Distribuição Programação da Produção Transporte Armazena -gem Processos Produtivos Compra Armazena -gem Transporte Venda LOGÍSTICA DE ENTRADA (Input) LOGÍSTICA DE SAÍDA (Output) Planeamento Global do Negócio
  • 36. IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks I 30 CADEIA LOGÍSTICA PRODUTOR FORNECEDOR Venda de material Expedição de material Compra de material Transform. de material Transporte de material Recepção Armazenagem Depósito de produto Expedição de produto Compra de produto Transporte primário Venda de produto Armazenagem Recepção GROSSISTA Picking Expedição Retém Recepção Compra de produto Transporte secundário Ponto de Venda RETALHISTA CONSUMIDOR 1.9
  • 37. I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador I 31 FLUXOS NA CADEIA LOGÍSTICA CADEIA INTERNA (Produtor) ORIGEM (Fornecedores) CADEIA EXTERNA (Intermediários) DESTINO (Consumidores ) FLUXOS DE INFORMAÇÃO FLUXOS DE MATERIAIS/PRODUTOS FLUXOS FINANCEIROS
  • 38. IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks I 32 O DEPARTAMENTO DE LOGÍSTICA DEPENDE DA DIRECÇÃO GERAL DIRECÇÃO GERAL DP. TÉCNICO DP. LOGÍSTICA DP. ADMINIST. FINANCEIRO DP. COMERCIAL VENDAS DISTRIBUIÇ. CONCEPÇ. MARKETING APROVISION. FABRIC. CONT. S. ADM. TES. 1.11
  • 39. I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador I 33 O DEPARTAMENTO DE APROVISIONAMENTO DEPENDE DA DIRECÇÃO GERAL DIRECÇÃO GERAL DP. TÉCNICO DP. COMERCIAL DP. ADMIN./FINANC. DP. APROVISIONAM. 1.12
  • 40. IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks I 34 ESTRUTURA DO ÓRGÃO DE APROVISIONAMENTO APROVISIONA- MENTOS Compras Contratação Recepção e Armazenagem Gestão de Materiais Programação 1.13
  • 41. I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador I 35 ÂMBITO DA GESTÃO DE STOCKS A função gestão de stocks tem como principais atribuições: A determinação das quantidades óptimas a encomendar para a constituição ou para a renovação dos stocks; Estabelecimento das datas e da cadência segundo a qual convém efectuar essa determinação; A organização administrativa e física dos stocks. 1.14
  • 42. IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks I 36 FACTORES A CONSIDERAR NA GESTÃO DE STOCKS A procura Os custos Os prazos 1.15
  • 43. I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador I 37 CONCEITO DE PROCURA Procura é a expressão dinâmica de um mercado que corresponde a medidas qualitativas e quantitativas dos consumidores, que desejam e podem adquirir um produto. 1.16
  • 44. IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks I 38 OS CUSTOS ASSOCIADOS À GESTÃO DE STOCKS O custo de posse (Cp); O custo de efectivação de encomenda (Ce); O custo de aquisição do material (Cm); O custo de fabricação (Cf); O custo de rotura de stock (Cr). 1.17
  • 45. I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador I 39 PARCELAS DO PRAZO DE APROVISIONAMENTO O prazo administrativo de preparação e lançamento da encomenda; O prazo de recepção pelo fornecedor; O prazo de entrega do fornecedor; O prazo de recepção e armazenagem na empresa. 1.18
  • 46. IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks I 40 NECESSIDADES LOGÍSTICAS Necessidade logística - É toda a solicitação de natureza material ou de serviço, que visa satisfazer quantitativa, qualitativa e temporalmente, qualquer requisito de carência a jusante do fluxo material, no cumprimento de um objectivo organizacional. Estas necessidades logísticas podem ser de dois tipos: Necessidades dependentes Necessidades independentes 1.19
  • 47. I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador I 41 NECESSIDADE DEPENDENTE Necessidade Dependente - Toda a necessidade logística a jusante do circuito material, perfeitamente determinada e resultante de: Encomenda(s) de produto(s) com quantidade(s) e prazo(s) de entrega bem definidos. Encomenda(s) de produto(s) de procura decorrente e cadência de entrega determinada. Encomenda(s) de produto(s) cuja especificação e prazo de entrega são fixado(s) (segundo caderno de encargos). 1.20
  • 48. IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks I 42 NECESSIDADE INDEPENDENTE Necessidade Independente - Toda a necessidade logística a jusante do fluxo material, resultante de previsão estatística, baseada em históricos, ou no conhecimento da procura do produto e do respectivo ciclo de vida, com prazo de utilização indeterminado. 1.21
  • 49. I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador I 43 MODELO DE GESTÃO POR ANÁLISE ESTATÍSTICA OU MODELO PUSH Neste modelo de gestão, as previsões de consumos são calculadas a partir da análise estatística de dados históricos ou anterioridades e o cálculo das necessidades logísticas são independentes. Este modelo pode aplicar-se quando: A procura é uniforme; O contexto ou ambiente externo (macro e microambiente) é relativamente estável; A especificação do(s) produto(s) está bem definida e estabilizada; A produção é contínua (flow production) ou por lotes (batch production). 1.22
  • 50. IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks I 44 MODELO DE GESTÃO POR ENCOMENDA OU MODELO PULL Neste modelo o cálculo das necessidades logísticas são dependentes. Este modelo pode aplicar-se quando: A especificação do(s) produto(s) está bem definida, embora adaptada à exigência específica do cliente; A produção é por encomenda (job production). 1.23
  • 51. I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador I 45 GESTÃO JIT JIT (Just-In-Time) é uma filosofia de gestão global, centrada no mercado, cujo princípio fundamental é “produzir quando e apenas o que o cliente necessita ou deseja e aprovisionar quando e apenas o necessário e suficiente para garantir aquela produção”. A gestão JIT propõe-se alcançar os 6 objectivos seguintes: Zero existências em armazém; Zero defeitos durante a fabricação; Zero avarias dos equipamentos em produção; Zero acidentes com o pessoal; Zero atrasos e prazos curtos; Zero papel em circulação; 1.24
  • 52. IEFP I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks I 46 MODELO MISTO OU MODELO MRP Este modelo considera-se misto porque recorre ao cálculo de necessidades logísticas independentes para um horizonte temporal de médio prazo e de necessidades dependentes para um horizonte de curto prazo.
  • 53. I. OS STOCKS E A FUNÇÃO APROVISIONAMENTO IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador I 47 5. TEXTOS COMPLEMENTARES PARA O FORMADOR • Artigos da revista Executive Dugest • Artigos da revista Foco • Artigos da revista Exame.
  • 54.
  • 55. II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS INTRODUÇÃO AO APROVISIONAMENTO E GESTÃO DE STOCKS
  • 56.
  • 57. II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador II 51 1. RESUMO À gestão material ou física dos stocks compete assegurar que as operações realizadas com os stocks, desde a sua entrega na empresa até à sua saída de armazém, sejam executadas com eficiência, isto é, ao menor custo e em tempo oportuno. Os requisitos de uma gestão física dos stocks eficiente são garantir o bom funcionamento da recepção, a adequação dos meios de movimentação, a especificidade das instalações e do equipamento de armazenagem, a desburocratização administrativa e as condições de higiene e segurança das instalações. À função armazenagem compete preservar os stocks e assegurar o aviamento nas melhores condições de segurança e rapidez. Os dois princípios gerais da armazenagem são o do local pré-definido e o do local disponível, havendo a necessidade de registo e controlo rigoroso da localização dos materiais, no caso de se adoptar o segundo princípio. Os armazéns podem ser industriais, de distribuição ou entrepostos e os espaços podem ser cobertos ou não. As principais actividades da organização material dos stocks são a movimentação, a arrumação, a conservação, a protecção, o aviamento de requisições ou de ordens programadas, a expedição e o saneamento de existências. São enunciados procedimentos, métodos, técnicas e regras correntemente adoptados, para facilitar o trabalho e reduzir o custo logístico da armazenagem. Por exemplo, para facilitar a localização dos stocks, são apresentados os métodos da quadrícula e dos corredores.
  • 58. IEFP II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks II 52 2. PLANO DAS SESSÕES Conteúdo Metodologia de Desenvolvimento Duração (minutos) 1. Âmbito e enquadrame nto estrutural da gestão física dos stocks Exposição • Apresentar o âmbito e as atribuições da gestão física dos stocks (transparências II.1. a II.6). • Apresentar estruturas organizacionais alternativas para a gestão física dos stocks. 30 min Actividades • Os formandos, reunidos em grupo, debatem as vantagens e limitações de diferentes modelos organizacionais e enquadramentos estruturais e respectivas implantações físicas. • As conclusões dos debates são apresentadas pelo porta-voz de cada grupo. 60 min 2. Gestão física dos stocks eficiente Exposição • Enunciar e justificar os requisitos de uma gestão eficiente da recepção, da movimentação, do armazenamento, da localização, do aviamento e da expedição de material de stock (transparência II.7). • Apresentar uma política de higiene e segurança e procedimentos para reduzir riscos, exemplificando. 30 min Actividades • Os formandos, reunidos em grupos, elaboram proposta com medidas que promovam a melhoria da eficiência e da segurança na função e áreas de armazenagem. • As propostas dos grupos são apresentadas pelos respectivos porta-voz. 30 min
  • 59. II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador II 53 3. Âmbito e princípios da armazenage m Exposição • Apresentar o âmbito da função armazenagem (transparências II.4 e II.5). • Justificar os dois princípios gerais de armazenagem, através de exemplos práticos (transparência II.8 e II.9). 30 min Actividades • Os formandos, reunidos em grupos, debatem os factores que condicionam a selecção do método de armazenagem. • As conclusões dos debates são apresentadas pelo porta-voz de cada grupo. 60 min Exposição • Apresentar categorias e tipos de armazéns, exemplificando (transparências II.10 e II.11). • Especificar os parâmetros determinantes da selecção do modelo organizacional e exemplificar. 30 min 4. Classificação e organização de armazéns Actividades • Os formandos, reunidos em grupo, debatem as vantagens e limitações de cada tipo de armazém e de cada modelo organizacional/sistema de armazenagem. • As conclusões dos debates são apresentadas pelo porta-voz de cada grupo. 30 min 5. Equipamento utilizado em armazéns Exposição • Caracterizar os diversos tipos de equipamento, tais como, meios de movimentação (empilhadores específicos, transportadores contínuos, gruas e pontes rolantes, AGV, ...) e meios de contenção (estruturas de paletização, carrosséis, soluções drive-in, ...) (transparência II.12). 30 min
  • 60. IEFP II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks II 54 Actividades • Os formandos, reunidos em grupos, devem procurar relacionar os tipos de equipamento com os tipos de produto a armazenar e com as soluções LIFO ou FIFO. • As conclusões dos debates são apresentadas pelo porta-voz de cada grupo. 60 min Exposição • Apresentar o âmbito da arrumação dos armazéns, respectivos critérios, considerando a unidade de trabalho do armazém e exemplificando (transparência II.13). • Apresentar os métodos de localização através de exemplos práticos (transparência II.14). 30 min 6. Arrumação e localização de artigos em armazém Actividades • Os formandos, reunidos em grupos, devem estabelecer códigos de localização de artigos em armazém, segundo os dois métodos apresentados pelo formador. • Os códigos estabelecidos são apresentados pelo porta-voz de cada grupo. 60 min 7. Conservação e protecção dos materiais armazenados Exposição • Apresentar o âmbito da conservação de materiais (transparência II.15). • Especificar e exemplificar tipos de conservação. 30 min Actividades • Os formandos, reunidos em grupo, devem procurar relacionar acções de conservação com medidas de prevenção e segurança de armazenagem. • As conclusões do trabalho dos grupos são apresentadas pelos respectivos porta-vozes. 30 min
  • 61. II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador II 55 8. Saneamento de existências Exposição • Apresentar o âmbito da actividade de saneamento de existências (transparência II.16). • Demonstrar, através de exemplos práticos, as vantagens do saneamento de existências. 30 min Actividades • Os formandos, reunidos em grupos, debatem os critérios para classificar artigos do stock como monos a abater. • As conclusões dos debates são apresentadas pelo porta-voz de cada grupo. 30 min Total 10 horas
  • 62. IEFP II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks II 56 3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO 1. Indique as principais atribuições da gestão física dos stocks Resolução: A gestão física dos stocks tem como principais atribuições: • Recepcionar os materiais aprovisionados; • Armazenar e conservar os stocks; • Aviar ou expedir os materiais armazenados. 2. Indique vantagens e limitações do armazém caótico i. e. com um sistema de armazenagem sem lugar pré-definido Resolução: Este sistema obedece ao princípio de “seja qual for no sítio disponível”. Nos espaços livres pode colocar-se qualquer material, não existindo lugares marcados, mas critérios gerais de localização. Vantagens: • Aproveitamento máximo dos espaços; • Facilita a operação de arrumação dos materiais. Inconvenientes: • Exige registo e controlo rigoroso da localização dos materiais (armazém “inteligente”); • Pode aproximar materiais incompatíveis ou que se contaminem, se não forem cumpridos determinados procedimentos. Nota: Este tipo de armazenagem é frequentemente utilizado em materiais de compra directa para obras, que em princípio só entram em armazém uma vez (encomenda e recepção únicas), embora, possam sair em parcelas, mas, até esgotar a quantidade em stock. 3. Explique a unidade de trabalho de um armazém Resolução: Define-se: Unidade de trabalho característica dos armazéns como o produto (aritmético) = tonelada x metro. Note-se a correspondência desta medida com a do trabalho humano, por exemplo: hora x homem.
  • 63. II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador II 57 4. Exemplifique um código de localização de armazenagem Resolução: Um código de localização de um produto químico, que se encontra arrumado no Armazém de Produtos Químicos: Q B 5. Indique critérios para saneamento de existências Resolução: O saneamento de existências tem por objectivo a constante actualização e adequação das existências às necessidades do processo produtivo na óptica da maior rendibilidade. O motivo fundamental que o justifica é a permanência nos armazéns de material excedentário ou de monos que ocupam espaços, representam valor e constituem encargos logísticos desnecessários que urge liquidar. Saneamento de Existências - É a actividade que consiste na análise periódica dos artigos existentes em armazém e na eliminação de todos aqueles que revelam muito baixa rotação por obsolescência ou inadequação às necessidades. Posição 2 Prateleira B Estante 03 Armazém de Produtos Químicos 03 2
  • 64. IEFP II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks II 58 4. TRANSPARÊNCIAS Âmbito da Gestão Física dos Stocks À gestão física dos stocks compete assegurar que as operações realizadas com os materiais, desde a sua entrega na empresa até à sua saída de armazém, sejam executadas com eficiência, isto é, ao menor custo e em tempo oportuno. 2.1
  • 65. II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador II 59 ATRIBUIÇÕES DA GESTÃO FÍSICA DOS STOCKS A gestão física dos stocks tem como principais atribuições: Recepcionar os materiais aprovisionados; Armazenar e conservar os stocks; Aviar ou expedir os materiais armazenados. 2.2
  • 66. IEFP II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks II 60 Âmbito da RECEPÇÃO DOS MATERIAIS À função recepção dos materiais compete assegurar a conformidade das remessas de materiais dos fornecedores com os requisitos expressos nas respectivas encomendas e com a legislação e regulamentação aplicáveis. 2.3
  • 67. II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador II 61 Âmbito da Função Armazenagem À função armazenagem compete preservar em boas condições os materiais armazenados e realizar o aviamento rapidamente e nas melhores condições de segurança. 2.4
  • 68. IEFP II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks II 62 Aviamento • É a actividade de entrega do material requisitado no armazém ou o encaminhamento para o local de utilização, em conformidade com a programação. • Pode considerar-se três tipos de aviamento: - Eventual - Programado - Urgente 2.5
  • 69. II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador II 63 Expedição É a actividade que assegura as boas condições de acondicionamento do material durante o transporte, assim como o carregamento eficiente do material no meio de transporte utilizado. 2.6
  • 70. IEFP II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks II 64 Requisitos de uma Gestão Física dos Stocks Eficiente • Proporcionar as condições materiais adaptadas à recepção • Dispor de meios adequados de movimentação e transporte interno • Dispor de meios e espaço devidamente adequado ao armazenamento e guarda • Possibilitar e facilitar a saída rápida dos artigos do armazém • Prever, organizar e manter a segurança de pessoas e bens 2.7
  • 71. II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador II 65 Princípios Gerais de Armazenagem Há dois princípios gerais a que correspondem dois tipos básicos de armazenagem, que podem coexistir num mesmo armazém: Armazenagem com lugar pré-definido, → Princípio: “Um lugar para cada coisa e cada coisa no seu lugar”. Armazenagem sem lugar pré-definido. → Princípio: “Seja qual for no sítio disponível”. 2.8
  • 72. IEFP II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks II 66 FACTORES CONDICIONANTES DO MÉTODO DE ARMAZENAGEM Rotatividade dos materiais; Volume e peso a movimentar; Valor dos materiais; Ordem de entrada/saída; Acondicionamento e embalagem; Fragilidade/robustez dos materiais; Perecividade dos materiais. 2.9
  • 73. II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador II 67 Categorias de Armazéns Armazéns Industriais Armazéns de Distribuição Entrepostos 2.10
  • 74. IEFP II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks II 68 Tipos de Armazéns Armazéns cobertos Parques Áreas livres 2.11
  • 75. II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador II 69 Armazém É todo o espaço coberto ou descoberto, adequado e responsabilizado, para a arrumação em boas condições de conservação e ordenada dos materiais da empresa - stocks e outros - necessários ao circuito produtivo, o qual dispõe de todo o equipamento apropriado à: Movimentação - meios de manobra ou de transporte, com a máxima segurança e eficiência, Contenção - estruturas e receptáculos adequados para guardar os materiais com o mínimo risco de deterioração e a máxima facilidade de acesso. 2.12
  • 76. IEFP II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks II 70 Arrumação É a actividade que consiste na disposição racional e criteriosa dos materiais nos dispositivos ou nos locais próprios do armazém. 2.13
  • 77. II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador II 71 Métodos de Localização Para facilitar a localização dos materiais armazenados pode utilizar- se um dos métodos seguintes: • Método da quadrícula • Método dos corredores 2.14
  • 78. IEFP II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks II 72 Conservação Consiste na preservação da qualidade dos materiais armazenados, assegurando que ao serem utilizados estão em perfeitas condições, mantendo intactos todos os seus atributos, como as características físico-químicas, as formas e as dimensões. 2.15
  • 79. II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador II 73 Saneamento de Existências É a actividade que consiste na análise periódica dos artigos existentes em armazém e na eliminação de todos aqueles que revelam muito baixa rotação por obsolescência ou inadequação às necessidades.
  • 80. IEFP II. A GESTÃO E A ORGANIZAÇÃO FÍSICA DOS STOCKS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks II 74 5. TEXTOS COMPLEMENTARES PARA O FORMADOR • Artigos da revista Executive Dugest • Artigos da revista Foco • Artigos da revista Exame.
  • 81. III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS INTRODUÇÃO AO APROVISIONAMENTO E GESTÃO DE STOCKS
  • 82.
  • 83. III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador III 77 1. RESUMO Neste capítulo começa por definir-se a gestão económica dos stocks (GES), como a aplicação de um conjunto de princípios, regras de decisão e metodologias que visam determinar a quantidade a reaprovisionar de cada artigo do stock e estabelecer quando fazê-lo, por forma a assegurar um custo total do stock mínimo, com roturas controladas. Os conceitos fundamentais associados à GES são os seguintes: • Prazo de (re)aprovisionamento (Pa) de um artigo que é o prazo de disponibilização do material a partir da data de detecção da necessidade; • Stock médio (Sm) de um artigo que é a quantidade média em armazém do artigo durante um ano (em unidades físicas); • Existência média ( E) de um artigo que é o valor do stock médio do artigo; • Custo unitário de aquisição (u) de um artigo ou preço de custo unitário que é o valor de uma unidade à entrada do armazém; • Custo médio de efectivação de uma encomenda (a) que é o custo administrativo relativo à emissão e envio para um fornecedor de uma nota de encomenda de um artigo; • Custo de efectivação de encomendas (Ce) de um artigo que é o custo administrativo anual relativo ao processamento das encomendas desse artigo; • Custo de posse (Cp) de um artigo que é o custo inerente à permanência do stock médio em armazém desse artigo, durante um ano; • Custo total do stock (CTS) de um artigo que resulta da soma das parcelas seguintes: custo de aquisição, custo de efectivação de encomendas, custo de posse e custo de roturas relativos a um período (por exemplo, um ano); • Consumo previsto (S) de um artigo que é a previsão de utilização ou consumo de unidades físicas desse artigo, durante um ano; • Consumo previsto (C) de um artigo em unidades monetárias, durante um ano; • Custo de aquisição do stock (Cs) que é o custo total de aquisição da quantidade consumida, num ano, de um artigo do stock; • Custo de compra directa (Cd) de um artigo que é o custo total de aquisição da quantidade consumida, num ano, de um artigo que não existe em stock e que, portanto, é aprovisionado sempre que é necessário; • Quantidade económica de encomenda (Qee) que é a quantidade a reaprovisionar, que minimiza o custo total (anual) do stock de um artigo; • Prazo económico (Pe) que é o tempo que a quantidade económica de encomenda leva a ser consumida;
  • 84. IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks III 78 • Número económico de encomendas (Nee) que e o número de reaprovisionamentos da quantidade económica num ano; • Stock de segurança (Ss) de um artigo que é a quantidade em armazém, que visa prevenir variações de consumo e atrasos nas entregas dos fornecedores; • Prazo de segurança (Ps) de um artigo que é o tempo previsto para o consumo do stock de segurança. Os sistemas de GES são o de reposição do nível de stock e os de planeamento de necessidades. Aos três principais sistemas de planeamento de necessidades de materiais correspondem os métodos de aprovisionamento seguintes: método do ponto de encomenda, método do ciclo de revisão periódica e método misto. O controlo da GES realiza-se através: • De um conjunto de indicadores de avaliação da eficácia da gestão dos stocks: • Índice de rotação (I r ) • Índice de rotação óptimo (I r 0 ) • Índice de cobertura (I c ) • Taxa de rotura (T r ) • Nível de serviço (N s ) • De um conjunto de regras práticas a aplicar à gestão dos grupos de materiais A, B e C: •6 a 12 reaprovisionamentos anuais para o grupo A •3 a 4 reaprovisionamentos anuais para o grupo B •1 a 2 reaprovisionamentos anuais para o grupo C (De notar, que estes valores indicativos devem ser confirmados pelo cálculo do número económico de encomendas) De um critério económico simples para suportar a decisão de compra directa, ou seja, quando o custo total do stock for superior ao custo global anual da compra directa: Cs + Ce + Cp ≥ Cd + E ou S x ud ≤ a - E 1 - u u 1 + t 2 s d p        
  • 85. III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador III 79 2. PLANO DAS SESSÕES Conteúdo Metodologia de Desenvolvimento Duração (minutos) 1. Âmbito da gestão económica dos stocks (GES) Exposição Apresentar o âmbito da GES e especificar os seus dois objectivos fundamentais (transparência III.1 e III.2). Introduzir o conceito de prazo de aprovisionamento (pa) e respectivas parcelas (transparência III.3). Distinguir stock médio (Sm) e existência média ( E ) (transparência III.4 e III.5). O formador deve apresentar os exemplos do Guia do Formando das págs. 86 e 87. 60 min Exposição Introduzir e exemplificar os conceitos seguintes: Custo unitário de aquisição de um artigo do stock (u). Custo médio de efectivação de uma encomenda (a). Custo de posse de um artigo do stock (Cp) e taxa de posse (tp). Consumo previsto de um artigo em determinado período (S). Consumo médio previsto de um artigo num prazo (S ). Calcular o custo total anual do stock de um artigo (Ct). Calcular a quantidade económica de encomenda (Qee). (transparência III.6 a III.12) 60 min 2. Conceitos fundamentais da GES Actividades O formador deve apoiar os formandos na resolução dos exemplos de aplicação dos Guias do Formando e do Formador 120 min
  • 86. IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks III 80 Exposição Apresentar a análise de sensibilidade da fórmula de Wilson. Apresentar o efeito de descontos de quantidade através de um exemplo (formador) (transparência III.13). 30 min 3. Análise de sensibilidade da Qee 4. Descontos de quantidade 5. Parâmetros económicos do stock Actividades O formador deve apoiar os formandos na resolução de aplicações de cálculo dos parâmetros seguintes: Quantidade económica de encomenda (com descontos); Número económico de encomenda (Nee); Prazo económico de encomenda (Pe). Resolver os exemplos de aplicação dos Guias do Formando e do Formador 90 min Exposição Apresentar o sistema de reposição simples e contínua, exemplificando Apresentar os sistemas de planeamento de necessidades e métodos de (re)aprovisionamento: Método do ponto de encomenda (Pe) Método do ciclo de revisão periódica Método misto (transparências III.14 a III.17) 30 min 6. Sistemas de GES e métodos de (re)aprovisiona- mento Actividades formador deve acompanhar e apoiar a resolução individual dos exemplos do Guia do Formando. 90 min 7. Controlo da GES Exposição Apresentar, através de aplicações, os principais indicadores de eficácia da GES: Taxa ou índice de rotação do stock (Ir) Taxa o índice de cobertura do stock (Ic) Taxa ou índice de rotura do stock (Tr) Nível de serviço do armazém de stocks (Ns) (Transparência III.18 a III.23) 60 min
  • 87. III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador III 81 Exposição: Apresentar os objectivos da classificação ABC (transparência III.24) 10 min 8. Método ABC Actividades Aplicar o método de classificação a um caso prático (Ver Actividades do Guia do Formador) 50 min Exposição: Apresentar critérios de decisão para compra directa. 20 min 9. Compra directa Actividades Resolver um exemplo de decisão de compra directa (Ver actividades do Guia do Formador). 40 min Exposição Rever o conceito de stock máximo através de aplicações. 30 min 10. Stock máximo Actividades Resolver o exemplo 8, deste capítulo, do Guia do Formador. 30 min Exposição Rever o conceito de stock de segurança através de aplicações do Guia do Formando. 20 min 11. Stock de segurança Actividades Resolver o exemplo 9, deste capítulo, do Guia do Formador. 40 min 12. Síntese Actividades Os formandos, em pequenos grupos, utilizam o software para consolidar o conhecimento. formador apoia ao formandos quando solicitado. 60 min Total 14 horas
  • 88. IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks III 82 3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO 1. Calcule o custo unitário de aquisição do artigo A, conhecendo os dados seguintes: • Encomenda de 300 unidades de A • Preço de custo unitário de compra, facturado pelo fornecedor: 20 Euros • Encargo de transporte por conta do cliente: 500 Euros • Outros encargos da empresa cliente, nomeadamente, seguros: 200 Euros • (Exercício 3.1.4. do Guia do Formando) Resolução: • Custo unitário de aquisição u = 20 + 300 200 500 + = 22,33 Euros Calcule os parâmetros económicos da GES do artigo X de importação, sabendo: • Custo unitário médio de aquisição u = 10 Euros • Custo médio de efectivação de uma encomenda a = 150 Euros • Consumo previsto anual S = 200 000 unidades • Taxa de posse tp = 20%
  • 89. III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador III 83 Resolução: • Custo total anual do stock de X: Ct = S x u + Qee S x a + 2 Qee x u x tp = = 200 000 x 10 + Qee 000 200 x 150 + 2 Qee x 10 x 0,20 • Quantidade económica de encomenda Qee = u x tp a x S x 2 = 0,20 x 10 150 x 000 200 x 2 = 5 477,23 • Número económico de encomendas por ano Nee = Qee S = 477 5 000 200 = 36,5 i. e. 37 encomendas anuais • Prazo económico de encomenda Pe = 365 000 200 477 5 = 9,99 i. e. 10 dias é o tempo ou prazo médio de consumo da Qee 2. Uma empresa pretende aprovisionar um artigo cujo consumo anual previsto é de 2 000 unidades O fornecedor, para entregar o material na empresa, pratica os preços unitários seguintes: Quantidade a Entregar Preço Unitário Qe < 500 unidades u = 1,0 Euros 500 ≤ Qe < 1 000 unidades 0,8 Euros Qe ≥ 1 000 unidades 0,6 Euros O custo de passagem de uma encomenda é de 10 Euros e a taxa de posse de 40% (considerando as exigências de preservação do stock) Pretende-se determinar o número económico de reaprovisionamentos
  • 90. IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks III 84 Resolução: 1º Cálculo da Qee para u = 0,6 Euros Qee = u x tp a x S x 2 = 0,4 x 0,6 10 x 000 2 x 2 = 408,2 Esta quantidade é < 1 000, portanto está fora do intervalo de validade da tabela do fornecedor 2º Cálculo da Qee para u = 0,8 Euros Qee = 0,4 x 0,8 10 x 000 2 x 2 = 353,6 < 500 unidades, portanto está fora do intervalo de validade da tabela do fornecedor 3º Cálculo da Qee para u = 1,0 Euros Qee = 0,4 x 1,0 10 x 000 2 x 2 = 316,2 < 500 unidades, portanto está no intervalo válido da tabela do fornecedor Cálculo do custo total anual do stock para Qee = 316 unidades: CT(316) = 2 000 x 1 + 316 000 2 . 10 + 2 316 x 1x 0,4 = 2 126,49 Euros Não será necessário examinar outras curvas com preços unitários diferentes, mas é necessário calcular os custos totais dos break point e seleccionar o menor.
  • 91. III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador III 85 CT(500) = 2 000 x 0,8 + 500 000 2 . 10 + 2 500 x 0,8 x 0,4 ~ 1 720 Euros CT(1 000) = 2 000 x 0,6 + 1000 000 2 . 10 + 2 1000 x 0,6 x 0,4 ~ 1 340 Euros Portanto, a Qee = 1 000 unidades é a seleccionada. • Número económico de encomendas no ano: Nee = 1000 000 2 = 2 • Prazo económico de encomenda: Pe = 000/52 2 000 1 ~ 26 semanas 3. Uma empresa produz um equipamento eléctrico. Para o ano em curso, com 219 dias úteis de trabalho, a empresa prevê a produção e venda de 7 300 equipamentos. Cada equipamento consome 1,5 m de cabo coaxial especial e o preço de custo deste cabo é de 16 Euros/metro, em bobinas de 300 metros. O custo administrativo de efectivação de cada encomenda é de 60 Euros e a taxa de posse de 25%. Quantidade a Encomendar 1 340,00 1 720,00 2 126,49 500 1 000 316,2 353,6 408,2 Custos Totais Anuais u = 0,6 Euros u = 0,8 Euros u = 1,0 Euros
  • 92. IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks III 86 O prazo de aprovisionamento do cabo eléctrico é de 1 semana e o stock de segurança estabelecido pela empresa é de 100 m. Calcular: a.) A quantidade económica de reaprovisionamento, justificando a resposta b.) número económico de encomendas c.) ponto de encomenda Resolução: a.) Quantidade económica de encomenda: Consumo anual previsto de cabo: S = 7 300 x 1,5 m = 10 950 m Qee = 0,25 x 16 60 x 950 10 x 2 = 573, 149 m (2 bobinas) b.) Número económico de encomenda: Nee = m 600 m 950 10 ~ 18(,25) encomendas/ano c.) Ponto de encomenda: Pe = Ss + Pa x consumo diário S d = consumo diário = úteis dias 219 m 950 10 = 50 m/dia Pe = 100 + (5 dias x 50m/dia) = 350 m 4. Uma empresa fabrica um produto P. Cada unidade de P incorpora 5 componentes X de compra. Para o ano em curso, com 220 dias úteis de trabalho, a empresa prevê fabricar e vender 8 630 unidades de P. As condições de aquisição de X, ao respectivo fornecedor, são as seguintes: Embalagens de 200 unidades ao preço de custo, por embalagem, de 2 000 Euros Prazo de aprovisionamento de 1 semana. O custo administrativo de efectivação de cada encomenda é de 35 Euros e a taxa de posse de 20%. A empresa estabeleceu, como stock de segurança de X, 500 unidades. Calcule: a.) Quanto reaprovisionar, justificando o cálculo b.) Quando reaprovisionar
  • 93. III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador III 87 Resolução: Dados: • Consumo anual previsto de X: S = 8 630 x 5 = 43 150 unid. • Custo unitário de aquisição: u = 2 000/200 = 10 Euros • Prazo de aprovisionamento: Pa = 1 sem = 5 dias úteis • Custo de efectivação de encomenda: a = 35 Euros • Stock de segurança: SS = 500 unidades a.) Quanto reapriovisionar Qee = u x tp a x S x 2 = 0,20 x 10 35 x 150 43 x 2 = 1 228,92 ~ 6 embalagens por encomenda b.) Quando reaprovisionar: Quando for atingido o ponto de encomenda Pe = 500 + (5 dias x 220 150 43 ) = 1 481 unidades X 5. Uma pequena empresa industrial pratica o JIT, sempre que possível, no entanto, mantém em stock 10 artigos relativamente aos quais se conhece CÓDIGO ARTIGO CONSUMO ANUAL (Unidades Físicas) STOCK MÉDIO PREÇO MÉD. UNITÁRIO (Euros) X01 1 590 350 25,00 X02 560 120 134,00 Y03 120 40 23,00 Z04 700 250 5,00 X05 300 10 87,00 Y06 750 100 2,00 Z07 1 400 200 9,00 Y08 800 100 1,00 Y09 1 500 500 0,50 Y10 350 50 6,00 a.) Calcule o índice ou taxa de rotação do conjunto do stock e explique o seu significado b.) Indique os artigos da classe A e explique a importância da sua identificação
  • 94. IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks III 88 Resolução: a.) índice ou taxa de rotação do conjunto do stock indica o número de vezes que a existência média em armazém é renovada por ano. O índice de rotação de artigo X01 é IR = m S S = 350 590 1 = 4,54 vezes A taxa de rotação do conjunto de artigos do stock é Tr = E C Σ = ... 134,00 x 120 25,00 x 350 ... 134,00 x 560 25,00 x 590 1 + + + + = 520 30 900 164 = 5,46 vezes O capital imobilizado em stock (média) é renovado 5,5 vezes por ano. b.) Classificação ABC Artigos ordenados por ordem decrescente do valor do consumo anual: Valor do consumo anual/Artigo Val. Acu- mulado % Acumulada X02 560 x 1 34,0 = 75 040 75 040 46,5 X01 1 590 x 25,0 = 39 750 114 790 69,6 A (20%) X05 300 x 87,0 = 26 100 140 890 85,0 Z07 1 400 x 9,0 = 12 600 153 490 93,0 Z04 700 x 5,0 = 3 500 156 990 95,2 B (30%) Y03 120 x 23,0 = 2 760 159 750 97,0 Y10 350 x 6,0 = 2 100 161 850 98,1 Y06 750 x 2,0 = 1 500 163 350 99,0 Y08 800 x 1,0 = 800 164 150 99,5 Y09 1 500 x 0,5 = 750 164 900 100,0 C (50%) Total: 164 900
  • 95. III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador III 89 6. O responsável da logística de uma empresa constatou que nos últimos 2 anos se tem comprado directamente um determinado artigo, com uma certa frequência, ao preço médio unitário de 200 Euros a retalhistas, localizados próximo das filiais da empresa, que vendem a dinheiro, mas, entregam o material nas respectivas filiais. Consultados produtores nacionais, aquele responsável apurou que se fossem aprovisionados contentores com 20 unidades, se obtinha um desconto de 18% e prazo de pagamento de 30 dias. Sabe-se, ainda, que: • custo médio de efectivação de uma encomenda no mercado nacional é de 30 Euros • custo anual adicional de comunicações da compra directa é de 90 Euros • A taxa anual de custo de posse é de 20% • A previsão de consumo total do artigo para o próximo ano é de 800 unidades 69,6 A B C 100 X02 X05 Y03 Y09 X01 Z07 Y10 5% 100% 50% Z04
  • 96. IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks III 90 Decida se deve constituir stock central do material, justificando a decisão. Resolução: Se constituir stock central Qee = 0,20 x 164 30 x 800 x 2 = 38,25 unidades i. e. 2 contentores por encomenda Custo total anual do stock (central): Cs = 800 x 164 + 40 800 x 30 + 2 40 x 164 x 0,20 = = 132 456 Euros a 60 dias Custo total anual de compra directa: Cd = 800 x 200 + 90 = = 160 090 Euros a dinheiro (pronto pagamento) Portanto, deve constituir-se stock central. 7. Prevê-se que o consumo no ano corrente de um artigo do stock seja, em média, semelhante ao do ano anterior, que foi mensalmente o seguinte: Mês Consumos (Unid.) Janeiro 90 Fevereiro 100 Março 130 Abril 100 Maio 90 Junho 120 Julho 140 Agosto 70 Setembro 80 Outubro 90 Novembro 110 Dezembro 80
  • 97. III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador III 91 O preço de custo do artigo é de 18 Euros, o prazo de aprovisionamento é de 5 semanas e os valores determinados para a taxa de posse e custo de efectivação de uma encomenda são respectivamente de 20% e 45 Euros. Consultado, hoje, o inventário permanente constata-se que o stock livre é de 122 unidades, com um stock de segurança de 75 unidades e um stock reservado de 20 unidades. Pretende-se calcular: a.) stock total b.) A quantidade a encomendar, hoje, se necessário c.) stock máximo admissível do artigo Resolução: Dados: • Consumo anual previsto: S = 1 200 unidades • Consumo médio mensal: S m = 100 unidades • Preço de custo unitário (à entrada da empresa) : u = 18 Euros • Prazo de (re)aprovisionamento: Pa = 5 semanas • Taxa de posse: tp = 20% • Custo de efectivação de uma encomenda: a = 45 Euros • Stock livre: SL = 122 unidades • Stock de segurança: SS = 75 unidades • Stock reservado: SR = 20 unidades a.) Stock total ST = SS + SL + SR + SP = = 75 + 122 + 20 = 217 unidades b.) Quantidade a encomendar Qee = u x tp a x S x 2 = 0,20 x 18 45 x 200 1 x 2 = 173,2 Ponto de encomenda: Pe = SS + (Pa x S sem) = 75 + (5 x 25) = 200 unidades Considerando que ST > Pe, poder-se-á hoje não encomendar, embora haja SR = 20 unidades c.) Smáx = Pe + Qee = 200 + 173 = 373 unidades
  • 98. IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks III 92 8. Considere o armazém de sobressalentes do equipamento da produção. Os artigos que compõem o stock não são de fácil aquisição, pois são importados e os prazos de (re)aprovisionamento são incompatíveis com as necessidades das intervenções/reparações, quase sempre imediatas. Está a ser efectuada uma análise, com vista ao próximo reaprovisionamento de um relé, cujo preço unitário DDP (Delivery Duty Paid) é de 10 Euros, o prazo de aprovisionamento é de cerca de um mês e o consumo do ano anterior encontra-se no mapa anexo dos consumos mensais. Os valores determinados para a taxa de posse e custo de efectivação de uma encomenda são respectivamente de 25% e 50 Euros. Na ficha informatizada do material, de actualização on-line, vem indicado o stock real de 150 unidades, uma encomenda em curso de 100 unidades a chegar na próxima semana e que o stock de segurança admite um risco de rotura de 5%. Pretende-se calcular: a.) stock livre b.) ponto de encomenda c.) A quantidade a encomendar (reaprovisionar) Mapa de Consumos Mensais do Ano Anterior Valores do Factor de Confiança Mês Consumos (Unid.) Z Cobertura do Stock Janeiro 60 1,3 90% Fevereiro 120 1,5 93% Março 150 1,6 95% Abril 100 1,7 96% Maio 80 1,8 97% Junho 90 2,0 98% Julho 200 2,4 99% Agosto 50 Setembro 80 Outubro 90 Novembro 70 Dezembro 110 Total 1200
  • 99. III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador III 93 Resolução: Dados: • Consumo anual previsto: S = 1 200 unidades • Consumo médio mensal: S = 100 unidades • Preço de custo unitário à entrada do armazém: u = 10 Euros • Taxa de posse: tp = 0,25 • Custo de efectivação de 1 encomenda: a = 50 Euros • Prazo de aprovisionamento: pa = 1 mês a.) Stock livre = Stock actual - Stock segurança SS = Z x σ x pa Desvio padrão: = n 2 ) S - (Si Σ = 12 ... 2 100) - (120 2 100) - (60 + + = 583,3 1 = 39,79 ~ 40 unidades Então: SS = 1,6 x 40 x 1 = 64 unidades SL = 150 - 64 = 86 unidades b.) Ponto de Encomenda: Pe = SS + pa . S Pe = 64 + 1 . 100 = 164 unidades c.) Quantidade a reaprovisionar: Qe = Smáx - Disp. Teórico = (Pe + Qee) - (Stock actual + Stock Potenc) =         + 0,25 x 10 50 x 200 1 x 2 164 - (150 + 100) = 134 unidades
  • 100. IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks III 94 4. TRANSPARÊNCIAS Âmbito da Gestão Económica dos Stocks (GES) A gestão económica dos stocks compreende a aplicação de um conjunto de princípios, regras de decisão e metodologias que permitem manter existências económicas. Nota Há autores que preferem a designação de gestão previsional de stocks, na medida em que se baseia em técnicas de previsão, aplicadas ao cálculo das necessidades independentes. 4.1
  • 101. III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador III 95 OBJECTIVOS DA GES A gestão económica dos stocks (GES) tem dois objectivos fundamentais: Determinar quanto reaprovisionar, Estabelecer quando reaprovisionar, isto é, quando solicitar uma intervenção de Compras ou quando solicitar uma entrega de material, no âmbito de um contrato aberto com um fornecedor (Exemplo: contrato anual de fornecimento com entregas parcelares). 4.2
  • 102. IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks III 96 PRAZO DE APROVISIONAMENTO Prazo de aprovisionamento (pa) ou de disponibilização é o intervalo de tempo que decorre entre a data de detecção da necessidade do material e a data de disponibilização do material para o utilizador. PRAZO DE APROVISIONAMENTO P. circulação P. tratamento P. entrega P. desalfând. P. recepção Data da detecção da Necessidade Data Limite (programada) Data da Colocação da Encomenda Data Limite da Entrega 4.3
  • 103. III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador III 97 Stock médio (Sm) É a quantidade média do material em stock num determinado intervalo de tempo (em unidades físicas). Nota: Esta representação gráfica pressupõe consumo regular e stock de segurança nulo S Sm T 4.4
  • 104. IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks III 98 EXISTÊNCIA MÉDIA           E É o valor médio das existências da empresa num determinado intervalo de tempo (em unidades monetárias). Exemplo: Eanual = Somatorio das existencias mensais 12 4.5
  • 105. III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador III 99 O Custo Unitário de Aquisição de um Material/Artigo Pode definir-se preço de custo unitário ou custo unitário de aquisição ou Custo unitário (u) de um material como o valor a que o material deverá ser contabilizado à entrada em armazém. 4.6
  • 106. IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks III 100 O Custo Médio de Efectivação de uma Encomenda É o encargo total correspondente ao processamento de uma encomenda de um artigo (pode corresponder a uma posição da encomenda se esta tiver várias posições), relativo aos encargos administrativos dos diferentes órgãos intervenientes no processo, desde a compra até à liquidação da factura. Exemplo: a = C C C N Pos. Apro Arm Confer. tot - + x 4.7
  • 107. III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador III 101 O Custo de Posse de um Artigo e do(s) Stock(s) É o custo inerente à permanência do stock médio em armazém, do artigo num ano. Exemplo: Cp = E x tp 4.8
  • 108. IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks III 102 Consumo previsto (S) É a previsão de utilização de um artigo, em unidades físicas, num determinado prazo (em princípio um ano), baseada na necessidade independente, derivada da procura, nesse prazo. 4.9
  • 109. III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador III 103 Cálculo do Custo Total Anual do Stock de um Artigo O custo total anual (do stock) de um artigo (Ct ) corresponde ao custo de aquisição do consumo desse material, acrescido do custo de efectivação de encomendas e do custo de posse, referidos a um ano de exploração. Ct = Cm + Ce + Cp Ct = S x u + Qe S x a + ( SS + 2 Qe ) x u x tp 4.10
  • 110. IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks III 104 Custo TotaL em Função da Quantidade a Encomendar Custos Custo mínimo ∆ + 2% Cp Cm Ce Qe Qee - 15% + 20% C t C t 4.11
  • 111. III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador III 105 Quantidade económica de encomenda (Qee) É a quantidade a encomendar de cada vez, que minimiza o custo total anual, relativo a cada artigo do inventário. Qee = 2 S a u tp × × × (Fórmula de Wilson) 4.12
  • 112. IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks III 106 4.13
  • 113. III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador III 107 Representração Gráfica do Método do Ponto de Encomenda t0 Stock Stock de Segurança Ponto de Encomenda Qee Qee Pe SS Tempo t1 t2 t3 (a) (b) Pa Pe 4.14
  • 114. IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks III 108 Ponto de encomenda (Pe) É a quantidade de material correspondente ao stock de segurança adicionado àquela que é previsível ser consumida durante o prazo de aprovisionamento do artigo, obrigando a um reaprovisionamento imediato logo que atingido. Pe = (pa + ps) x S 4.15
  • 115. III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador III 109 Método do Ciclo de Revisão Periódica Stock Stock de Segurança Ponto de Alerta Q5 Q3 Q4 Q2 Q1 Pa Pa Pa Pa Pa P P P P P P P P 4.16
  • 116. IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks III 110 Stock TOTAL TEÓRICO ST = SS + SL + SR + SP Stock de Segurança (SS) – Quantidade suplementar para obstar a roturas do stock devidas a irregularidades de consumo e/ou atrasos de fornecedores. Stock Livre (SL) – Quantidade disponível, passível de ser imediatamente utilizada. Stock Reservado (SR) ou Afectado – Quantidade cativa ou reservada para determinada(s) finalidade(s), podendo considerar-se como consumida. Stock Potencial (SP) – Quantidade encomendada e não recepcionada. Stock Segur. Stock Livre Stock Reservado Stock Potencial Quantidade actual em armazém Quantidade em aquisição 4.17
  • 117. III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador III 111 Indicadores de Eficácia da Gestão dos Stocks Taxa ou índice de rotação (Ir) Taxa ou índice de rotação óptimo (Iro) Taxa ou índice de cobertura (Ic) Taxa de rotura (Tr) Nível de serviço (Ns) 4.18
  • 118. IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks III 112 Taxa ou índice de rotação (Ir) Indica o número de vezes que a existência média foi renovada. Ir = C E ou Ir = S Sm 4.19
  • 119. III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador III 113 Taxa ou índice de rotação óptimo (Iro) É o índice padrão que serve de termo de comparação para os Ir(s) obtidos para os artigos. Iro = S Sm = 12 S (ps pe 2 ) S × + × ou Iro = 12 ps pe 2 + 4.20
  • 120. IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks III 114 Taxa ou índice de cobertura (Ic) Indica o tempo, em meses, de duração previsto para o stock existente, em função dos consumos médios mensais. Em termos de médias: Icm = E C ou Icm = Sm S Em termos reais: Icr = E C ou Icr = Sa S 4.21
  • 121. III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador III 115 Taxa de rotura (Tr) Dá indicação da percentagem de roturas de stock em armazém. 100% x es/ano solicitaçõ de Total s/ano satisfeita e totalment não es solicitaçõ de Nº Tr = 4.22
  • 122. IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks III 116 Nível de serviço (Ns) Indica o nível geral de satisfação das necessidades em termos de funcionamento de armazém, e da performance da gestão de stocks. 100% x es/ano solicitaçõ de Total s/ano satisfeita e totalment es solicitaçõ de Nº Ns = 4.23
  • 123. III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador III 117 O Método ABC Pareto constatou: Que o grupo ou classe A, que é constituído pelos artigos do stock com cerca de 80% do valor de consumo anual, representa aproximadamente 20% do número total de itens em stock; Que o grupo ou classe B, que é constituído pelos artigos do stock representando cerca de 30% do número total de itens, atinge 15% do valor de consumo anual; Que o grupo ou classe C, que abrange a maioria dos itens do stock, ou seja, cerca de 50%, representa um valor de apenas 5% do consumo total. 4.24
  • 124. IEFP III. A GESTÃO ECONÓMICA DOS STOCKS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks III 118 5. TEXTOS COMPLEMENTARES PARA O FORMADOR • Artigos da revista Executive Dugest • Artigos da revista Foco • Artigos da revista Exame.
  • 125. IV. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS MATERIAIS INTRODUÇÃO AO APROVISIONAMENTO E GESTÃO DE STOCKS
  • 126.
  • 127. IV. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS MATERIAIS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador IV 135 1. RESUMO À função recepção de stocks compete assegurar a conformidade das remessas de materiais dos fornecedores com os requisitos expressos nas respectivas encomendas e com a legislação e regulamentação aplicáveis. Os processos de recepção de stocks são: • Processo de recepção quantitativa que é desencadeado com a chegada do material à empresa e compreende essencialmente as actividades de identificação, observação do estado de preservação do material, verificação da rotulagem, confirmação de quantidade(s) e verificação documental. • Processo de recepção qualitativa que compreende as verificações da conformidade com as especificações técnicas das encomendas e com a legislação e regulamentação aplicáveis. Se o fornecimento é acompanhado de certificados emitidos por entidades acreditadas para o efeito, deve dispensar-se ensaios ou testes de verificação. Neste capítulo, ainda se referem três modelos organizacionais: • Modelo centralizado, instalado em espaço próprio e independente da armazenagem, com pessoal específico e habilitado; • Modelo repartido, instalado em áreas reservadas junto dos diferentes armazéns da empresa, mas, com coordenação técnica e de gestão específica e centralizada; • Modelo descentralizado, instalado junto ao(s) armazém(s) ou deslocalizado, recorrendo a pessoal qualificado que pode estar atribuído ao(s) armazém(s) ou ser pessoal que desempenha outras funções, por exemplo, em laboratórios de ensaios de produtos.
  • 128. IEFP IV. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS MATERIAIS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks IV 136 2. PLANO DAS SESSÕES Conteúdo Metodologia Duração (minutos) Exposição: • Apresentar o âmbito da recepção dos materiais relacionando com o conceito de qualidade (transparência 5.1 e 5.2) • Descrever o enquadramento estrutural da recepção dos materiais na área do aprovisionamento e exemplificar. 30 min 1. Âmbito da recepção dos materiais 2. Enquadramento estrutural da recepção • Os formandos, reunidos em grupo, debatem a importância das actividades de recepção e estabelecem propostas de implantações físicas da recepção • As conclusões dos debates são apresentadas pelo porta-voz de cada grupo. 30 min Exposição: • Caracterizar os processos da recepção quantitativa e da recepção qualitativa (transparência 5.3 e 5.4) • Evidenciar a importância da função recepção • Apresentar modelos organizacionais e de funcionamento integrado da recepção (transparência 5.5). 30 min 3. Processos de recepção • Os formandos, reunidos em grupos, debatem casos em que os materiais recepcionados não podem ser disponibilizados para armazenagem • As conclusões dos debates são apresentadas pelo porta-voz de cada grupo. 30 min Total 2 horas
  • 129. IV. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS MATERIAIS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador IV 137 3. ACTIVIDADES/AVALIAÇÃO 1. Relacione prazo de aprovisionamento (Pa) com a função recepção dos materiais. Resposta: O prazo de recepção integra o prazo (interno) de aprovisionamento, que determina os parâmetros da gestão económica dos stocks. 2. Distinga as guias de entrada provisória e definitiva. Resposta: Guia de entrada provisória Depois de concluídas com sucesso as actividades deste processo de recepção quantitativa, pode então ser elaborada a guia de entrada a título provisório, a qual só terá validade definitiva após ser sancionada pela Recepção Qualitativa. Guia de entrada definitiva Se o resultado destas verificações for positivo pode sancionar-se a guia de entrada provisória, a qual passará a definitiva, confirmando a entrada dos materiais na empresa (aceitação). Caso contrário, os materiais serão rejeitados procedendo-se em seguida à respectiva devolução ao fornecedor, justificada pela não conformidade com legislação ou regulamentação aplicáveis e/ou com o que foi especificado na nota de encomenda. 3. Explique como assegurar a qualidade do material aprovisionado. Resposta: No processo de recepção qualitativa verifica-se se os materiais estão em conformidade com as especificações técnicas das respectivas encomendas e com a legislação e regulamentação aplicáveis. A verificação pode visar as características físicas e químicas dos materiais, as dimensões, etc., segundo determinados critérios, padrões e tolerâncias. A verificação pode realizar-se através de inspecções, testes e ensaios ou pela aceitação de certificados de conformidade (de garantia da qualidade) emitidos por entidades acreditadas para o efeito. Podem seguir-se neste processo diversos procedimentos de verificação de conformidade: • Controlo da qualidade do material fornecido para verificar a conformidade com as características exigidas e com os requisitos definidos na encomenda;
  • 130. IEFP IV. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS MATERIAIS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks IV 138 Exemplos 1. Na recepção e um equipamento deve verificar-se, através de ensaios, se estão satisfeitas as exigências técnicas ou requisitos essenciais impostos pelas directivas comunitárias e regulamentação aplicável, nomeadamente, os atributos relativos à segurança e preservação ambiental, e se o equipamento cumpre as funções e utilidades com o rigor especificado na respectiva encomenda; 2. Na recepção de um produto químico deve verificar-se, através de testes e ensaios laboratoriais, se a composição respeita os requisitos da especificação técnica e a legislação e regulamentação aplicáveis. • Verificação dos certificados e garantias técnicas dos fornecedores: • Verificação dos certificados enviados pelo fornecedor a fim de concluir sobre a validade da conformidade com os requisitos exigidos; • Verificação das garantias a fim de concluir sobre os prazos de validade e/ou condições de utilização. 4. Enuncie vantagens e condicionantes da descentralização da função recepção. Resposta: Pode ser um órgão descentralizado com as respectivas funções atribuídas ao pessoal dos armazéns ou outro, desde que possuam conhecimentos e competência para o efeito, obtendo- se assim menores custos logísticos de movimentação dos materiais. 5. Enuncie a “regra básica da recepção”. Resposta: Deve observar-se a regra: “nenhum material deve ser entregue ao Armazém ou ao circuito produtivo, sem que tenha sido objecto de aceitação, sendo então acompanhado por guia de entrada definitiva”.
  • 131. IV. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS MATERIAIS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador IV 139 4. TRANSPARÊNCIAS ÂMBITO DA RECEPÇÃO DOS MATERIAIS À função recepção dos materiais compete assegurar a qualidade dos fornecimentos i. e. a conformidade das remessas de materiais dos fornecedores com os respectivos requisitos expressos nas encomendas, nomeadamente os prazos, e com a legislação e regulamentação em vigor. 5.1
  • 132. IEFP IV. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS MATERIAIS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks IV 140 QUALIDADE • Conceito genérico de Qualidade segundo a norma ISO 9 000:2000 • Grau de satisfação de requisitos dado por um conjunto de características intrínsecas ou permanentes de uma entidade (produto, processo, ...) • Conceito de Produto de Qualidade Um produto tem qualidade quando cumpre os requisitos do cliente e os requisitos regulamentares aplicáveis e o fornecedor demonstra a sua aptidão para fornecer consistentemente o produto com aqueles requisitos. Nota A monitorização da satisfação do cliente requer a avaliação da informação relacionada com a percepção do cliente quanto ao produtor/fornecedor ter cumprido todos os requisitos do produto. (→ Confiança no produtor/fornecedor) 5.2
  • 133. IV. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS MATERIAIS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador IV 141 PROCESSO DE RECEPÇÃO QUANTITATIVA O processo de recepção quantitativa é desencadeado com a chegada dos materiais e compreende as actividades seguintes: Identificação dos materiais e análise visual do seu estado físico; Observação do acondicionamento nas embalagens e do estado de preservação destas; Verificação da rotulagem das embalagens; Determinação da(s) quantidade(s) fornecida(s); Conferência da guia de remessa do fornecedor com a nota de encomenda; Verificação das datas limites dos materiais sujeitos a prazos de validade ou a garantias. Verificação de eventuais constrangimentos aduaneiros. 5.3
  • 134. IEFP IV. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS MATERIAIS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks IV 142 PROCESSO DE RECEPÇÃO QUALITATIVA No processo de recepção qualitativa verifica-se se os materiais estão em conformidade com as especificações técnicas das respectivas encomendas e com a legislação e regulamentação aplicáveis. 5.4
  • 135. IV. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS MATERIAIS IEFP Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks Guia do Formador IV 143 MODELOS ORGANIZACIONAIS E FUNCIONAMENTO DA RECEPÇÃO DE MATERIAIS A Recepção pode apresentar diferentes modelos organizacionais: Pode ser um órgão centralizado, com espaço próprio e independente da armazenagem; Pode ser um órgão repartido, se existirem diferentes armazéns, dispondo cada um deles de uma área restrita reservada à recepção, compensando os menores custos logísticos com o maior esforço de coordenação exigido. Pode ser um órgão descentralizado com as respectivas funções atribuídas ao pessoal dos armazéns ou outro, desde que possuam conhecimentos e competência para o efeito, obtendo-se assim menores custos logísticos. 5.5
  • 136. IEFP IV. A RECEPÇÃO QUALITATIVA E QUANTITATIVA DOS MATERIAIS Guia do Formador Introdução ao Aprovisionamento e Gestão de Stocks IV 144 5. TEXTOS COMPLEMENTARES PARA O FORMADOR • Artigos da revista Executive Dugest • Artigos da revista Foco • Artigos da revista Exame.
  • 137. FICHAS DE AVALIAÇÃO GLOBAL INTRODUÇÃO AO APROVISIONAMENTO E GESTÃO DE STOCKS