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. -
H A A
As nove horas a latcki do teatro das Variedades estwa
ainda vazia. Alguns cpectadores, no ba1co e na orquestra,
esperavam, corno que irejuaL1iados por entre as poltronas
de veludo vcrriiciho, na branda cl:tridade do lustre a meia
luz. Uma sombra Inundava a grande inanha escura do
pano; e nem uni ruído chegava da cena, ctando a ribalta
As escuras e as c,Aanteu dos músicos esbandalhadas. Só
mente era Cima, 1K) 'ct1izfu'iro, emredor da rotunda do tecto,
onde mulheres e c1iça nuns toiiiaam o seu voo num céu
averdungado pelo g;, o chatuanientos e os risos sobres
saíam por entre um llazr continuo, e, cabeças entoucadas
ou embarretadas se mostrava"', COfIO que dispostas em
degraus, por sob as largas clarabóias redondas, de moldu-
doiradas.ras
Por momentos aparicla unia aIfl1rnu( ra zaf miada de
bilhetes na mão, conduzindo na sua Vreito algum cavalheiro
acompanhado de senhora que se sentavam, o homem de
casaca, a mulher elegante e curvada, olhando a sala com
lentidão. Na orquestra, apareceram dois rapazes. Conserva-
ram-se de pê, observando.
. No te dizia eu, Heitor 1 .. .. cchimou o mais velho dos
dois, um rapagão de bigode nevrc' -que chegávamos muito
cedo ?... Mais valera que mi vescs deixado acabar o
meu charuto.
Passava uma arrumadora.
-Oh 1 senhor. Fauchery -dlse ela familiarmente —Isto não vem a principiar antes de meia hera.
-Nesse caso, porque anunciam eles para as nove ho
ras? murmurou Heitor, cujo rosto magro e comprlçlq
Comp. e imp. na Imprensa LUCAS&C.
Rua do Dãrio de Noticias, 61 LISBOA
IMO
EMILIO ZOLA
NÁNÃ
Vou sair. . . Talvez que encontremos Bordenave lã em baixo.
Ele dar-nos-á informações.
Em baixo, no grande vestíbulo lajeado de mármore, onde se
achava instalada a bilheteira, o público começava a aparecer.
Pelas três portas de grades abertas, via-se passar a vida ar-
dente dos bulevares que formigavam e flamejavam sob a
bela noite de Abril. O rodejar das carruagens detinha-se
bruscamente, as portinholas fechavam-se com estrépito, e
entravam pessoas em pequenos grupos, estacionando diante
da bilheteira, subindo, lã do fundo, pela dupla escadaria,
onde as mulheres retardavam o passo num baloiçar de
corpo.
Na claridade crua do gás, sobre a nudez desconlortada
daquela sala, na qual urna escassa decoração império for-
mava um peristilo como de templo em cartão, altos cartazes
amarelos se ostentavam, berrantes, com o nome de Nânã
em grossas letras pretas. Ilonicus pespegados na passagem,
liam-nos ; outros, de pé, conversavam, obstruindo as portas:
enquanto, perto do escritório, um homem obeso, de larga
face rapada, respondia brutalmente ás pessoas que Insistiam
na aquisição de lugares.
- Ali está Bordenave - disse Fauehcry descendo a es-
cada.
Mas o empresário já o tinha visto.
- Ah! Você é muito amável! - bradou-lhe ele de lon-
ge Assim é que me fez aquela crónica... Esta manhã
abri o Figaro e... nada.
- Não tenha pressa - respondeu Fauchery - É preciso
que eu conheça a sua Náná antes de falar dela... E de
mais, eu nada prometi.
Depois, para mudar de conversa, apresentou-lhe seu pri-
mo, o senhor Heitor de Ia Falolse, um rapaz que acabava
de completar a sua educação em Paris.
O empresário avaliou o apresentado num relance de
olhos. Mas Heitor examinava-o com emoção. Era pois aquele
o Bordenave, o contratador de mulheres, que as tratava como
um roceiro, aquele cérebro sempre esquentado pelos recla-
mos, berrando, escarrando, batendo nas coxas, cínico e com
um espirito de policia! Heitor julgou conveniente dirigir-lhe
uma frase amável.
-
6 EMILIO ZOLA
NÁNÃ 7
Vou sair.*. Talvez que encontremos Bordenave lã em baixo.
Ele dar-nos-á informações.
Em baixo, no grande vestíbulo lajeado de mármore, onde se
achava instalada a bilheteira, o público começava a aparecer.
Pelas três portas de grades abertas, via-se passar a vida ar-
dente dos bulevares que formigavam e flamejavam sob a
bela noite de Abril. O rodejar das carruagens detinha-se
bruscamente, as portinholas fechavam-se com estrépito, e
entravam pessoas em pequenos grupos, estacionando diante
da bilheteira, subindo, lã do fundo, pela dupla escadaria,
onde as mulheres retardavam o passo num baloiçar de
corpo.
Na claridade crua do g, sobre a nudez desconfortada
daquela sala, na qual uma escassa decoração Império for-
mava um peristilo como de templo cm cartão, altos cartazes
amarelos se ostentavam, berrantes, com o nome de Nánã
em grossas letras pretas. Ilomeus pespegados na passagem,
liam-nos ; outros, do pé, conversavam, obstruindo as portas:
enquanto,, perto do escritório, um homem obeso, de larga
lace rapada, respondia brutalmente às pessoas que Insistiam
na aquisição de lugares
- Ali está Bordenave - disse Fauchery descendo a es-
cada.
Mas o empresário já o tinha visto.
Ah 1 Você ê multo amãvcl 1 - bradou-lhe ele de lon-
ge Assim ê que me fez aquela crônica... Esta manhã
abri o Figaro e... nada.
- Não tenha pressa - respondeu Fauchery E preciso
que eu conheça a sua Nãnã antes de falar dela... E de
mais, eu nada prometi.
Depois, para mudar de conversa, apresentoulhe seu pri-
mo, o senhor Heitor de Ia Falolse, um rapaz que acabava
de completar a sua educação cm Paris.
O empresário avaliou o apresentado num relance de
olhos. Mas Heitor examinava-o com emoção. Era pois aquele
o Bordenave, o contratador de mulheres, que as tratava como
um roceiro, aquele cérebro sempre esquentado pelos recla-
mos, berrando, escarrando, batendo nas coxas, cínico e com
um espirito de policia! Heitor julgou conveniente dirigir-lho
ma frase amável*
.9
Ele erguera as grossas mãos que tremiam de entusiasmo
P e, aliviado, baixava a voz, e grunhia consigo só
- Sim, aquela há-de ir longe, ah 1 Com mil raios 1 Sim.
Aquela háde irlonge. . . Ah 1 Que pele, que pele 1
Depois, como Fauchery o Interrogasse, ele consentiu em
dar explicações, com uma crueza de expressões que cons-
trangia Heitor de Ia Faloise. Conhecera Ninã e queria lan-
çãla. Justamente, por essa época, procurava unia Vénus. El;
nunca se embaraçava por muito tempo por causa de Uma mu.
; gostava imenso de, sem pcidu de tempo, satisfazer o
público. Mas havia um mal estar horrivcl nos caniarins, que
a vinda daquela mocetona pwiha cui reboliço. losa Mignon,
a sua estrela, uma fina comediante e unia adorável cantora,
essa, todos os dias ameaçava que o deixaria pintado, forjo.
sa, adivinhando uma ilval. 1, para a confecção do cartaz,
que balbúrdia, santo Deus 1
Afinal ele decidira-se a pôr os zrntnes das duas actrizes
em letras de igual tamanho. Ira Preciso nLo o fazerem zan-
gar. Quando uma das suas niti1licrzit1ias como ele lhes cha-
mava, Simonue ou Clarisse, não lhe andavam direito, atira-
va4hes um pontapé ao taeitt). De outro modo não era vida,
punha-as com dono. Não, que ele bem sabIa o que elas va-
liam, as desavergonJizcja 1
- Ora toma 1 - disse ele interrompell(lo.se - Mignon e
Steiner, sempre juntinlms. Não vei se sabem que Stciner
começa a saturarse de Rosa ; por 1550 (1 marido iito a deixa
pôr o pé em ramo verde, com medo de que ele lhe passe
as palhetas.
A fila de bicos de gás que clianlejava na cornija do tea-
tro projectava sobre o passeio uma toalha de viva claridade.
Duas árvorezitas destacavam-se nitidamente, no seu verde
cru ; uma coluna alvejava, iluminada tão em cheio, que se
lia nela de longe os cartazes, como se fosse dia; e, para
além dela, a noite fechada do bulevar picavasc de luzes, na
onda de uma multidão sempre em movimento.
Havia muitos homens que não entravam logo, ficavam
fora, a conversar, enquanto acabavam de fumar o seu cha-
ruto, sob a luz do gás da cornija, que lhes dava ao rosto
uma palidez macilenta e recortava no asfalto as suas curtas
sembras negras. Mignon, Uru rapazola, muito alto, muito
8. EMILIO ZOLA
o seu teatro. . . - principiou ele com voz aflautada.
Bordenave Interrompewo tranquilamente, com uma frase
crua, como um homem que gosta de situações claras.
- Diga antes o meu bordel.
Então Fauchery teve um riso aprovativo, enquanto Ia
Faloise ficava com o seu cumprimento empedrado na gari*
garita, muito chocado, tentando parecer gostar da frase. O
empresário precipitara-se para dar um aperto de mão a um
critico dramático, cujo folhetim tinha urna grande influência.
Heitor receava ser tratado como provinciano, se se mos
trasse muito embaraçado.
Disseram-me recomeçou ele, querendo absolutamente
achar qualquer coisa que Nânã tinha uma voz deliciosa.
Ela 1 - exclamou o empresário, encolhendo os om-
bros - 1 uma verdadeira cegarega!
O rapaz apressou-se a acrescentar:
De resto, é uma excelente actriz.
Ela 1. . . Um saco de batatas 1 Não sabe onde há-de
pôr os pés nem as mãos,
La Faloise corou levemente. No percebia. Balbuciou
Eu, por coisa nenhuma deste mundo faltaria a esta
primeira representação. Sabia que o seu teatro...
- Diga antes o meu bordel interrompeu novamente
Bordenave, com a pertinácia de um homem convencido.
Entretanto, Fauchery, muito calmo, olhava para as mu-
lheres que entravam. Veio em auxilio do primo, quando o
viu boquiaberto, não sabendo se devia rir-se se enfadar-se.
Faz a vontade a Bordenave, chama ao seu teatro como
ele quer, uma vez que isso o diverte.., E você, meu caro,
não se esteja a dar ares. Se a sua Nânã não sabe cantar
nem representar, você fará fiasco, nem mais nem menos. De
resto, é só o que eu receio.
- Um fiasco 1 - berrou o empresário cujo rosto se ru-
borizava - Por ventura uma mulher precisa de saber cantar
ou representar i Ah 1 meu petiz, sempre és muito pateta...
Naná tem outra coisa, garantoteJ E é uma coisa que su-
planta tudo. E, ou eu farejei nela esse quid, ou o meu nariz
não passa de um nariz de imbecil. .. Verás, verás, bastará
que ela apareça para que toda a plateia fique com a língua
de for"
lo EMÍI 10 ZOLA N Á N Á
grosso, com urna cabeça teimosa de hércules de feira, abria E desapareceu, excitado por ter encontrado o seu público.
passagem pelo meio dos grupos, arrastando pelo seu braço Mignon encolheu os ombros, recordando a Steiner que
o banqueiro Steiner, muito baixinho, com o ventre já bas Rosa o esperava para lhe mostrar o seu trajo para o pria
tante rotundo, o rosto redondo e emoldurado numa barba melro acto.
já grisalha. Olha 1 lá em baixo, Lucy que desce da carruagem
-Muito bem 1 disse Bordenave ao banqueiro O se- disse Ia Faloise a Fauchery.
nhor no a encontrou ontem, no meu gabinete ? Era com eleito, Lucy Stewart, uma mulherzita feia, qua-
Ah 1 Era ela exclamou Steiner -U me parecia 1 rentona, de pescoço muito comprido, do faces magras e esti-
o pior é que eu saia justamente quando ela vinha a entrar radas, uma boca grosseira, mas t() viva, tão graciosa, que
e por isso mal a vi. tinha em si um grande encanto. Levava consigo Carolina
Mignon escutava, de pálpebras descidas, fazendo girar no Hequet e sua mãe, Carolina, unia beleza fria, a mãe, com
dedo uni anel de grande diamante. Percebera que se tratava uns ares de múmia, no seu todo hirto do dignidade.
de Nânã. Depois, como Bordenave fizesse ali da sua estreante -'Vem connosco, guardei te uru lugar -disse ela a
uru retrato que acendeu uma chama nos olhos do banqueiro,I Fauchery.
ele acabou por intervir.
-
-Ah 1 não, obrigado ! Para não ver nada -respondeu
-Deixe-o falar, meu caro, ê uma galdêria 1 O público. ele. -Tenho urna poltrona, gosto de ficar ao pê da or
vai com certeza empontã-la. . . Ó Steinerzinho, como sabe, questra.
a
minha mulher espera-o na seu camarim. Lucy zangou-se. Flc tinha cuto vergonha de aparecer com
Quis reapossar-se de Steiner, mas este recusava deixar ela ? Depois, repentinamento calma, mudando de assunto:
Bordenave. Em frente deles, uma cauda se amarrotava no -Porque no me disseste que conhecias Nãnã?
recinto da bilheteira, um borborinho de vozes subia, no qual Nânã ? Se nunca a vi maN, gorda 1
o nome de Nãnã soava com a vivacidade cantante de suas -Com certeza?. . . Pois juraram-mu que tinhas dormido
duas silabas. Os homens, que paravam diante dos car- com ela.
1
tazes, soletravam em voz alta ; outros pronunciavam ao Mas em frente de ambos, Mignon, com um dedo nos
passar, era tom de interrogação; enquanto as mulheres, lábios, fazia-lhe sinal para se calar. 1, como Lucy pergun -
inquietas e sorridentes, o repetiam suavemente, com ar de tasse porquê, ele apontou uni rapaz que passava, murmu
surpresa. Ninguém conhecia Nãnã. De onde demónio caia rando:
aquela criatura ? E corriam histórias, gracejos cochichados O chulo da Nânã.
de ouvido para ouvido. Era uma carícia aquele nome, um Todos olharam para o rapaz que passava. Era gentil*
nome pequenino que se familiarizava em todas as bocas. Fauchery reconheceu-o. Era l)agiionet, um rapaz que tinha
Nada como pronunciá-lo daquele modo alegraria tanto a estafado trezentos francos com as niulheres, e que, actual
multidão, dispondo-a bem. Uma curiosidade febril impelia mente bugigangava na Bolsa para lhes pagar raminhos de
toda a gente, essa curiosidade de Paris, que tem a violên- ' flores e jantares, de tempos a tempos. Lucy achou-lhe os
cia de um acesso de loucura vivace. Queriam ver Nânã. olhos bonitos.
Uma senhora ficou sem a guarnição do seu vestido, que lhe - Ah 1 ali está a Branca 1 - disse ela - Foi ela quem
arrancaram ; um homem perdeu o chapéu. me disse que tinhas dormido com a Nánã.
- Ah 1 isso agora já é perguntar de mais 1 gritou Branca de Sivry, era unia rapariga gorda e loira, cujo
Bordenave, a quem uma centena de homens assaltava com rosto bonito parecia empastado ; chegava em companhia
perguntas - Já a vão ver,.. Eu raspo-me, esto à minha de um homem delicado, muito bem posto, de uma grande
espera. distinção
NÁNÃ 13
Corno se fossem sempre divertidas as suas peças 1
repetia Lucy, subindo a escada.
Na plateia Fauchery e Ia Falolse, diante das suas poltro-
nas, olhavam novamente. Agora a plateia resplandecia. Altas
chamas de gás alumiavam o grande lustre de cristal num
jorrar de logo amarelo e rosa, que se quebrava da abóbada
à plateia numa chuva de claridade. Os veludos vermelhos das
cadeiras !urtacoloriamse de laca, enquanto os olros luziam
e os ornamentas verde-alface suavizavam o brilho, sob as
pinturas muito cruas do tecto.
Bruscamente iluminada por uma repentina toalha de luz,
a ribalta como que incendiava o pano, em cuja pesada rou-
pagem cru púrpura havia uma riqueza de palácios fabulosas,
brigando com a pobreza da moldura, onde as fendas nios
travam o gesso sol) os doirados. Fazia já calor. Em frente das
suas estantes, os músicos afinavam os instrumentos, com trios
ligeiros de flauta, suspiros abafados de cornetim, vozes can-
tantes de violino, que se evolavarn no meio do faiazar cres-
cente das pessoas. Todos os espectadores falavam, empur.
ravam-se, Instalavam-se, dado o assalto dos lugares ; e o
apertão nos corredores era tão grande, que cada porta sol
lava dificilmente uma como inexgotãvel onda de gente.
E eram sinais de chamamento, roçagares de vestidos, uma
desfilada de salas e de penteados interceptados pelo negro
de uma casaca ou de uma sobrecasaca.
Entretanto as filas de poltronas enchiam-se pouco a
pouco : uru trajo claro se desligava, uma cabeça de fino
perfil baixava o seu penteado onde cintilava de corrida uma
jóia. Num camarote, certo pedaço de ombro nu tinha uma
alvura cetinosa. Outras mulheres havia que, tranquilas, se
abanavam com os leques, lânguidamente, seguindo com o olhar
o empurrar da multidão; enquanto homens novos, de pé, na
orquestra, colete largamente decotado, gardénia na lapela
assestavam os seus binóculos com a ponta dos dedos enlu-
vados.
Então os dois primos procuraram as caras suas conheci-
das, Mlgnon e Steiner estavam juntos, numa frisa, os punhos
apoiados na veludo do corrimão, ao lado um do outro.
Branca de Slvry parecia ocupar sôzinha uma frisa de
frente,
14 EMILIO ZOLA N Á N Á 15
Mas Ia Faloise observava sobretudo Daguenet, que tinha
uma poltrona de orquestra, duas filas adiante da sua.
Perto dele, um rapaz muito novo, de dezassete anos,
quando muito, algum esgueirado de colégio, escancarava os
seus belos olhos de querubim.
Fauchery sorriu ao vêlo.
Quem ê aquela senhora, que está além no balcão ? -
perguntou de repente Ia Faloise Aquela que tem uma me-
fina vestida de azul ao seu lado?
E indicava urna mulher gorda a estoirar no espartilho,
urna velha, baixa que era já branqueada e que tinha os ca-
belos pintados de amarelo, cujo rosto redondo, avermelhado
pela pintura, se abafava sob uma chuva de caracois de
criança.
.- É a Gágã respondeu simplesmente Fauchery.
E, como aquele nome parecesse descoroçoar o primo,
acrescentou
- Não conheces a Gâgã ?. . . Ela fez as delicias dos pri-
meiros anos do reinado de Luis Filipe. Agora, arrasta por
toda a parte a filha consigo.
La Faloise não teve um único olhar para a rapariga.
o rosto de Gâgá emocionava-o, não tirou mais os olhos
dela ; achava-a ainda multo boa, mas não se atreveu a dize-lo.
Entretanto, o regente da orquestra levantava a batuta, os
músicos atacavam a «abertura».
Continuava a entrar gente. A agitação e o barulho cres-
ciam Entre o público especial das primeiras representações,
que era sempre o mesmo, havia recantos de intimidade onde
os conhecidos mituamente se procuravam sorrindo. As pes-
soas conhecidas, de chapéu na cabeça, à vontade, como se
estivessem em família, trocavam cumprimentos. Estava ali
Paris, o Paris das letras, das finanças e do prazer, muitos
jornalistas, alguns escritores, corretores de Bolsa, mais pros-
titutas do que mulheres honestas ; gente singularmente mis-
turada, composta de todos os génios, alegria para todos os
vícios, onde a mesma fadiga e a mesma febre passavam nos
rostos. Fauchery, a quem o primo fazia perguntas, apontou-
-lhe os camarotes dos jornalistas e dos circos, depois no-
meou os críticos dramáticos, um magro, o ar dissecado, com
os lábios delgados e maus, e sobretudo um gordo, com cara
de criança, deixando-se reclinar na espádua da sua vizinha,
uma ingénua que ele acariciava com o seu olhar terno e
paternal.
Mas interrompeu-se, ao ver Ia Faloise cumprimentar as
pessoas que ocupavam os camarotes da frente. Pareceu sur-
preender-se.
- o quê? - perguntou ele - Tu conheces o conde Mu!-
tat de Neuville?
Oh 1 há muito tempo - respondeu 1 leitor - Os Multat
tinham uma propriedade perto da nossa. Visitava-os muitas
vezes. . . O ponde vive com sua mulher o seu sogro, o
marquês de Chouard.
E, por vaidade, feliz Corii a ndinlrnçtlo que causava a seu
primo, deu minudne1as : o marquÔ3 era conselheiro de Es-
tado, o conde acabava de inor iioincndo camarista da Impe-
ratriz. Fauchery, que pegara no binóculo, examinava a coa-
dessa, de Cf11)ClOi escuros e pele branca, roliça, com uns
belos olhos fleglOs.
- 1 ltisdo apresentar-nie nuns intervalo - acabou ele por
dizer - Encontrei-me já com o conde, nias gostaria de Ir às
suas recepções.
Chuts 1 enérgicos partiam liaM galerias superiores. A «aber-
tura» principiara, o público continuava a entrar. Os retarda-
tários forçavam filas inteiras de espectadores a levantar-se;
as portas dos camarotes batiam ; vozes grossas questiona-
vam nos corredores.
E o ruído das conversações uflo cessava, lembrando um
chilrear de pardais, ao descair do dia. Era uma confusão,
uma desordem de cabeças e de braços que se agitavam, uns
sentando-se e procurando acomodar-se, outros teimando em
ficar de pé, para lançarem os últimos olhares aos camarotes
e à plateia. O grito : «Sentados 1 Sentados 1» Saia violenta-
mente das profundezas escuras da plateia. Um frémito cor-
rera; iam afinal conhecer aquela famosa Nánã, de que Paris
se ocupava havia oito dias 1
Pouco a pouco, as conversações apaziguavam-se, mole-
mente, com torna-voltas de vozes arrastadas. E, no meio da-
quele sussurro abafado, daqueles suspiros moribundos, a
orquestra rebentava em pequenas notas saltitantes, numa
valsa cujo ritmo canalha tinha risos de brejeirice. 0 público,
NÁNA 275
sirilia foi, para Nánã, um grande desastre. Ela foi atrozmente
mal, teve pretensões à alta conÕdia, que puseram o público
em hilaridade, Nem assobiavam. laíito gozavam com o caso.
Num camarote de boca, Rosa Mguou acolhia com urna gar
galhada estIdula cada entrada (lii sua rívul, ateando assim
a hiaridade na plateia inlefra.
Era urna primeira tïingança. Por io, quando Nânã, à
noite, se achou só coni MnÍÍat, multo mungu:mda dfse lhe fu
riosamente
lieru 1 Que trai 1a i luo aquilo éínvca . . . Ali 1 se
eles otibccw comoeu me c:tuu preluirmido para isso 1
Por acn'u preci;() de1c3 migora 1 . . ? Apoto cem luiS
Ses em corno a todo.n Ici que íizcraum p:mgudm, eu serei capaz
cio os fdZcf larir ber ir terra diante 10 mmmi 1.....lin, verás
corno vou dar as leis de senhora da alta roda ao teu Paris.
X
Então Nâná tornou se unia n'uIlner de tom, usofructinâria
da estupidez e imundície dos niacmos, mnrarquesa do asfalto
das ruas. Aquilo foi um lançamento brusco e clefujltivo, urna
subida na celebridade da galauteria, ostentando ás claras
loucuras de dinheiro e audácias lanniaceintos da beleza. 1rn
perou, desde logo, entre as mais queridas. As suas foto-
grafias eram expostas nas montras, eltavannim mios jornais.
Quando passava, de carruagem, nos bulevares, a nnultldâo
voltavase e nolneavaa, com a emoção de mui povo que
saúda a sua soberana, enquanto, familiar, eia se reclinava
nos seus trajos fluctuantes, sorria comi ar alegre, sob a chuva
dos frisadinhos loiros, que lhe afogavam o azul bistrado dos
olhas e o vermelha pintado dos lábio. [ o prodígio foi que,
aquela rapariga gorda, to desastrada na cena, to patusca
quando queria fazer de mulher boneta, representava na ci-
dade os papéis de mulher encantadora, sem esforço. Eram
flexibilidades de cobra, um tajar de um sábio desmazelo,
como involuntário, excêntrico do cleâiic1a, uma distinção
nervosa de gata de raça, urna aristocracia do vicio, soberba,
revoltada, pondo o pé em china de Paris como senhora toda
poderosa. Dava o tom; as senhoras da alta imitavam-na,
276 EMILIO ZOLA
1
N Á N Á
277
278
EMILIO ZOLA
N Á N Á 27
nal,
22 EMILiO ZOLA
desejo enfim satisfeito, nem mesmo vira o Ir em que
EntãoEntão teve a consci. cia de urna mudança em seu
Depois, como o pequeno voltasse sempre a falar do ir-
redor. Examrnou a rica bala de nutar, com o seu alto tento mão, ela acabou par se ocupar de Filipe Ao fim de uma
decorado, os seus QobeIus, o seu Semana conhece o dos pés cabeça, nUitO alto muito forte,
dpaador
de baixela em prata alegre um tanto brutal e de enio11 LOtfl mmudên
Ah 1 s disse ele tristemente cias intimas, p os nos braços, um ir 1 tio ombro. E tanto
E ela fez-lho saber que não mais ali devia voltar de
ma-
assim, (UC um dia, toda che ida imagem daquele homem
nhã. De tarde, se quisesse, das quatro a seis era a hora aque ela receb!a. Depois, como
: que ela devia pôr pela porta fora, exclamou:
Dize ca, Zi, teu UMao ra em I então uni
ele a olhasse com ar súplice
de interrogaçâo, sem nada perguntar, ela beIjo
por sua
cobardão?
vez na testa, Mostrando-se muito bondosa.
No dia seguinte, quando George se achava a sós com
- Tem mufto juizo, ue eu farei o que for possível
murmurou ela.
Nãiã, Francisco subiu para perguntar serhoa e queria
receber o tenente Filipe Hugon. Ele tornou-se muito pálido
Mas a verdade era que aquilo já no lhe interessava nada.
Ela achava Georges muito gentil, mas teria querido 1
e murmurou
Eu bem desconfiava, a rnamâ falou-me disso esta tua-
possuí-lo
por camarada e nada mais nhL
No entanto, quando ele chegava todos as dias às quatro
E suplicava à rapariga para mandar dizer que não podia
horas, mostravase tão desgraçado, que ela cedia muitas
vezes ainda, escondendo-o nos armarlos, 1
1
receber. Mas ela levantara-se já, toda inflamada, dizendo:
-Porque não ? Ele julgará que tenho medo. Muito bem!
deixando-lhe conirnuamente dp4nhar as migalhas da sua beleza Ele nunca
Vamo nos fartar de rir FranL1co, deixa csc senhor um
deixava o palácio, familiar como o cânsinho, o Bjou, um e quarto de haia no salão. E iii seguida irá lo á minha pre
um outro nas saias da dona tendo um pouco dela mesmo
quando ela estiva com outro, apanhando-lhes as peUirn lias
sença.
Ela não se tornou a sentar caminhava febrilmente, indo
de açúcar e de canchas nas horas de aborrecirito do espelho do fogão a um espelho de Venesa, pendurado
co1itár108
Sem dúvida a senvra Flugon soube da por cima de um cofre italiano e de coda vez, dava um re
recaída do pquno
nos braços daquela má mulher, porque correu a Paris, veio
lance de olhos erid1ando um sorri
à
so,enquanto Qeorges,
reclamar o duxllJo do outro seu filho, o tenente Filipe sem forças, sobre uru canape, trenua a ideia da cena queIbcntaona guarnição de Vrncennes Ueorge que e e&und de seu
iria passar-se. Enquanto passeava, Nana deixava sair frases
irmão mis vclho,
acto d
fiou cheio de dCSCpLiO temendo algum
força e como nada podia oLultar,
curtas
.-.-. Aquilo acalmaria aquele rapaz, um quarto de hora de
in Lxpnáo ner
vosa da su3 ternura, não falou dentro12e pouco em
J
espera E depois, se ele julgaa que vinha a casa de uma
outra
coisa a Náná senão do seu irmão grande, um rapazola forte
que seria capaz de tudo '
mulher faul o saffio ia-o achatar. P40 e de fancaria nAo,
aquilo te fará nspeitar a burguesa. No há ainda corno o
- Tu Compreendes explicava ele -
respeito para os homens Hm ? O quarto de hora passou, se!
mama nA virá
a tua Cd5, eriquinto pode mandar meu irmão o o. Com
cer-teza
Náo, apenas dez mmuto Oh 1 temos ieaipo
Ela nao estar Ao fim do de hora,que ela vai mandar Filipe em minha procura podia quieta. quarto
fprimeira vez Náná, ficou muito Impressionada
Qeorgesmandou embora fazendo lhe jurar que não escuta -
8êcnftnte ri à porta porque isso seria inconveniente, se os criados
Não desgostava de ver isso Que irvport ele ser te
1 o isem Como passasse pelo quarto, Zizi iinccuu numa
nente? O Francisco pÕ-lo-ã no olho da rua! voz estrangulada
Bem sabes que é meu irmão.,.
294 EMILIO ZOLA NÁNÁ 295
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Zola nana - guimarães ed

  • 1. . - H A A As nove horas a latcki do teatro das Variedades estwa ainda vazia. Alguns cpectadores, no ba1co e na orquestra, esperavam, corno que irejuaL1iados por entre as poltronas de veludo vcrriiciho, na branda cl:tridade do lustre a meia luz. Uma sombra Inundava a grande inanha escura do pano; e nem uni ruído chegava da cena, ctando a ribalta As escuras e as c,Aanteu dos músicos esbandalhadas. Só mente era Cima, 1K) 'ct1izfu'iro, emredor da rotunda do tecto, onde mulheres e c1iça nuns toiiiaam o seu voo num céu averdungado pelo g;, o chatuanientos e os risos sobres saíam por entre um llazr continuo, e, cabeças entoucadas ou embarretadas se mostrava"', COfIO que dispostas em degraus, por sob as largas clarabóias redondas, de moldu- doiradas.ras Por momentos aparicla unia aIfl1rnu( ra zaf miada de bilhetes na mão, conduzindo na sua Vreito algum cavalheiro acompanhado de senhora que se sentavam, o homem de casaca, a mulher elegante e curvada, olhando a sala com lentidão. Na orquestra, apareceram dois rapazes. Conserva- ram-se de pê, observando. . No te dizia eu, Heitor 1 .. .. cchimou o mais velho dos dois, um rapagão de bigode nevrc' -que chegávamos muito cedo ?... Mais valera que mi vescs deixado acabar o meu charuto. Passava uma arrumadora. -Oh 1 senhor. Fauchery -dlse ela familiarmente —Isto não vem a principiar antes de meia hera. -Nesse caso, porque anunciam eles para as nove ho ras? murmurou Heitor, cujo rosto magro e comprlçlq Comp. e imp. na Imprensa LUCAS&C. Rua do Dãrio de Noticias, 61 LISBOA IMO
  • 2. EMILIO ZOLA NÁNÃ Vou sair. . . Talvez que encontremos Bordenave lã em baixo. Ele dar-nos-á informações. Em baixo, no grande vestíbulo lajeado de mármore, onde se achava instalada a bilheteira, o público começava a aparecer. Pelas três portas de grades abertas, via-se passar a vida ar- dente dos bulevares que formigavam e flamejavam sob a bela noite de Abril. O rodejar das carruagens detinha-se bruscamente, as portinholas fechavam-se com estrépito, e entravam pessoas em pequenos grupos, estacionando diante da bilheteira, subindo, lã do fundo, pela dupla escadaria, onde as mulheres retardavam o passo num baloiçar de corpo. Na claridade crua do gás, sobre a nudez desconlortada daquela sala, na qual urna escassa decoração império for- mava um peristilo como de templo em cartão, altos cartazes amarelos se ostentavam, berrantes, com o nome de Nânã em grossas letras pretas. Ilonicus pespegados na passagem, liam-nos ; outros, de pé, conversavam, obstruindo as portas: enquanto, perto do escritório, um homem obeso, de larga face rapada, respondia brutalmente ás pessoas que Insistiam na aquisição de lugares. - Ali está Bordenave - disse Fauehcry descendo a es- cada. Mas o empresário já o tinha visto. - Ah! Você é muito amável! - bradou-lhe ele de lon- ge Assim é que me fez aquela crónica... Esta manhã abri o Figaro e... nada. - Não tenha pressa - respondeu Fauchery - É preciso que eu conheça a sua Náná antes de falar dela... E de mais, eu nada prometi. Depois, para mudar de conversa, apresentou-lhe seu pri- mo, o senhor Heitor de Ia Falolse, um rapaz que acabava de completar a sua educação em Paris. O empresário avaliou o apresentado num relance de olhos. Mas Heitor examinava-o com emoção. Era pois aquele o Bordenave, o contratador de mulheres, que as tratava como um roceiro, aquele cérebro sempre esquentado pelos recla- mos, berrando, escarrando, batendo nas coxas, cínico e com um espirito de policia! Heitor julgou conveniente dirigir-lhe uma frase amável. -
  • 3. 6 EMILIO ZOLA NÁNÃ 7 Vou sair.*. Talvez que encontremos Bordenave lã em baixo. Ele dar-nos-á informações. Em baixo, no grande vestíbulo lajeado de mármore, onde se achava instalada a bilheteira, o público começava a aparecer. Pelas três portas de grades abertas, via-se passar a vida ar- dente dos bulevares que formigavam e flamejavam sob a bela noite de Abril. O rodejar das carruagens detinha-se bruscamente, as portinholas fechavam-se com estrépito, e entravam pessoas em pequenos grupos, estacionando diante da bilheteira, subindo, lã do fundo, pela dupla escadaria, onde as mulheres retardavam o passo num baloiçar de corpo. Na claridade crua do g, sobre a nudez desconfortada daquela sala, na qual uma escassa decoração Império for- mava um peristilo como de templo cm cartão, altos cartazes amarelos se ostentavam, berrantes, com o nome de Nánã em grossas letras pretas. Ilomeus pespegados na passagem, liam-nos ; outros, do pé, conversavam, obstruindo as portas: enquanto,, perto do escritório, um homem obeso, de larga lace rapada, respondia brutalmente às pessoas que Insistiam na aquisição de lugares - Ali está Bordenave - disse Fauchery descendo a es- cada. Mas o empresário já o tinha visto. Ah 1 Você ê multo amãvcl 1 - bradou-lhe ele de lon- ge Assim ê que me fez aquela crônica... Esta manhã abri o Figaro e... nada. - Não tenha pressa - respondeu Fauchery E preciso que eu conheça a sua Nãnã antes de falar dela... E de mais, eu nada prometi. Depois, para mudar de conversa, apresentoulhe seu pri- mo, o senhor Heitor de Ia Falolse, um rapaz que acabava de completar a sua educação cm Paris. O empresário avaliou o apresentado num relance de olhos. Mas Heitor examinava-o com emoção. Era pois aquele o Bordenave, o contratador de mulheres, que as tratava como um roceiro, aquele cérebro sempre esquentado pelos recla- mos, berrando, escarrando, batendo nas coxas, cínico e com um espirito de policia! Heitor julgou conveniente dirigir-lho ma frase amável*
  • 4. .9 Ele erguera as grossas mãos que tremiam de entusiasmo P e, aliviado, baixava a voz, e grunhia consigo só - Sim, aquela há-de ir longe, ah 1 Com mil raios 1 Sim. Aquela háde irlonge. . . Ah 1 Que pele, que pele 1 Depois, como Fauchery o Interrogasse, ele consentiu em dar explicações, com uma crueza de expressões que cons- trangia Heitor de Ia Faloise. Conhecera Ninã e queria lan- çãla. Justamente, por essa época, procurava unia Vénus. El; nunca se embaraçava por muito tempo por causa de Uma mu. ; gostava imenso de, sem pcidu de tempo, satisfazer o público. Mas havia um mal estar horrivcl nos caniarins, que a vinda daquela mocetona pwiha cui reboliço. losa Mignon, a sua estrela, uma fina comediante e unia adorável cantora, essa, todos os dias ameaçava que o deixaria pintado, forjo. sa, adivinhando uma ilval. 1, para a confecção do cartaz, que balbúrdia, santo Deus 1 Afinal ele decidira-se a pôr os zrntnes das duas actrizes em letras de igual tamanho. Ira Preciso nLo o fazerem zan- gar. Quando uma das suas niti1licrzit1ias como ele lhes cha- mava, Simonue ou Clarisse, não lhe andavam direito, atira- va4hes um pontapé ao taeitt). De outro modo não era vida, punha-as com dono. Não, que ele bem sabIa o que elas va- liam, as desavergonJizcja 1 - Ora toma 1 - disse ele interrompell(lo.se - Mignon e Steiner, sempre juntinlms. Não vei se sabem que Stciner começa a saturarse de Rosa ; por 1550 (1 marido iito a deixa pôr o pé em ramo verde, com medo de que ele lhe passe as palhetas. A fila de bicos de gás que clianlejava na cornija do tea- tro projectava sobre o passeio uma toalha de viva claridade. Duas árvorezitas destacavam-se nitidamente, no seu verde cru ; uma coluna alvejava, iluminada tão em cheio, que se lia nela de longe os cartazes, como se fosse dia; e, para além dela, a noite fechada do bulevar picavasc de luzes, na onda de uma multidão sempre em movimento. Havia muitos homens que não entravam logo, ficavam fora, a conversar, enquanto acabavam de fumar o seu cha- ruto, sob a luz do gás da cornija, que lhes dava ao rosto uma palidez macilenta e recortava no asfalto as suas curtas sembras negras. Mignon, Uru rapazola, muito alto, muito 8. EMILIO ZOLA o seu teatro. . . - principiou ele com voz aflautada. Bordenave Interrompewo tranquilamente, com uma frase crua, como um homem que gosta de situações claras. - Diga antes o meu bordel. Então Fauchery teve um riso aprovativo, enquanto Ia Faloise ficava com o seu cumprimento empedrado na gari* garita, muito chocado, tentando parecer gostar da frase. O empresário precipitara-se para dar um aperto de mão a um critico dramático, cujo folhetim tinha urna grande influência. Heitor receava ser tratado como provinciano, se se mos trasse muito embaraçado. Disseram-me recomeçou ele, querendo absolutamente achar qualquer coisa que Nânã tinha uma voz deliciosa. Ela 1 - exclamou o empresário, encolhendo os om- bros - 1 uma verdadeira cegarega! O rapaz apressou-se a acrescentar: De resto, é uma excelente actriz. Ela 1. . . Um saco de batatas 1 Não sabe onde há-de pôr os pés nem as mãos, La Faloise corou levemente. No percebia. Balbuciou Eu, por coisa nenhuma deste mundo faltaria a esta primeira representação. Sabia que o seu teatro... - Diga antes o meu bordel interrompeu novamente Bordenave, com a pertinácia de um homem convencido. Entretanto, Fauchery, muito calmo, olhava para as mu- lheres que entravam. Veio em auxilio do primo, quando o viu boquiaberto, não sabendo se devia rir-se se enfadar-se. Faz a vontade a Bordenave, chama ao seu teatro como ele quer, uma vez que isso o diverte.., E você, meu caro, não se esteja a dar ares. Se a sua Nânã não sabe cantar nem representar, você fará fiasco, nem mais nem menos. De resto, é só o que eu receio. - Um fiasco 1 - berrou o empresário cujo rosto se ru- borizava - Por ventura uma mulher precisa de saber cantar ou representar i Ah 1 meu petiz, sempre és muito pateta... Naná tem outra coisa, garantoteJ E é uma coisa que su- planta tudo. E, ou eu farejei nela esse quid, ou o meu nariz não passa de um nariz de imbecil. .. Verás, verás, bastará que ela apareça para que toda a plateia fique com a língua de for"
  • 5. lo EMÍI 10 ZOLA N Á N Á grosso, com urna cabeça teimosa de hércules de feira, abria E desapareceu, excitado por ter encontrado o seu público. passagem pelo meio dos grupos, arrastando pelo seu braço Mignon encolheu os ombros, recordando a Steiner que o banqueiro Steiner, muito baixinho, com o ventre já bas Rosa o esperava para lhe mostrar o seu trajo para o pria tante rotundo, o rosto redondo e emoldurado numa barba melro acto. já grisalha. Olha 1 lá em baixo, Lucy que desce da carruagem -Muito bem 1 disse Bordenave ao banqueiro O se- disse Ia Faloise a Fauchery. nhor no a encontrou ontem, no meu gabinete ? Era com eleito, Lucy Stewart, uma mulherzita feia, qua- Ah 1 Era ela exclamou Steiner -U me parecia 1 rentona, de pescoço muito comprido, do faces magras e esti- o pior é que eu saia justamente quando ela vinha a entrar radas, uma boca grosseira, mas t() viva, tão graciosa, que e por isso mal a vi. tinha em si um grande encanto. Levava consigo Carolina Mignon escutava, de pálpebras descidas, fazendo girar no Hequet e sua mãe, Carolina, unia beleza fria, a mãe, com dedo uni anel de grande diamante. Percebera que se tratava uns ares de múmia, no seu todo hirto do dignidade. de Nânã. Depois, como Bordenave fizesse ali da sua estreante -'Vem connosco, guardei te uru lugar -disse ela a uru retrato que acendeu uma chama nos olhos do banqueiro,I Fauchery. ele acabou por intervir. - -Ah 1 não, obrigado ! Para não ver nada -respondeu -Deixe-o falar, meu caro, ê uma galdêria 1 O público. ele. -Tenho urna poltrona, gosto de ficar ao pê da or vai com certeza empontã-la. . . Ó Steinerzinho, como sabe, questra. a minha mulher espera-o na seu camarim. Lucy zangou-se. Flc tinha cuto vergonha de aparecer com Quis reapossar-se de Steiner, mas este recusava deixar ela ? Depois, repentinamento calma, mudando de assunto: Bordenave. Em frente deles, uma cauda se amarrotava no -Porque no me disseste que conhecias Nãnã? recinto da bilheteira, um borborinho de vozes subia, no qual Nânã ? Se nunca a vi maN, gorda 1 o nome de Nãnã soava com a vivacidade cantante de suas -Com certeza?. . . Pois juraram-mu que tinhas dormido duas silabas. Os homens, que paravam diante dos car- com ela. 1 tazes, soletravam em voz alta ; outros pronunciavam ao Mas em frente de ambos, Mignon, com um dedo nos passar, era tom de interrogação; enquanto as mulheres, lábios, fazia-lhe sinal para se calar. 1, como Lucy pergun - inquietas e sorridentes, o repetiam suavemente, com ar de tasse porquê, ele apontou uni rapaz que passava, murmu surpresa. Ninguém conhecia Nãnã. De onde demónio caia rando: aquela criatura ? E corriam histórias, gracejos cochichados O chulo da Nânã. de ouvido para ouvido. Era uma carícia aquele nome, um Todos olharam para o rapaz que passava. Era gentil* nome pequenino que se familiarizava em todas as bocas. Fauchery reconheceu-o. Era l)agiionet, um rapaz que tinha Nada como pronunciá-lo daquele modo alegraria tanto a estafado trezentos francos com as niulheres, e que, actual multidão, dispondo-a bem. Uma curiosidade febril impelia mente bugigangava na Bolsa para lhes pagar raminhos de toda a gente, essa curiosidade de Paris, que tem a violên- ' flores e jantares, de tempos a tempos. Lucy achou-lhe os cia de um acesso de loucura vivace. Queriam ver Nânã. olhos bonitos. Uma senhora ficou sem a guarnição do seu vestido, que lhe - Ah 1 ali está a Branca 1 - disse ela - Foi ela quem arrancaram ; um homem perdeu o chapéu. me disse que tinhas dormido com a Nánã. - Ah 1 isso agora já é perguntar de mais 1 gritou Branca de Sivry, era unia rapariga gorda e loira, cujo Bordenave, a quem uma centena de homens assaltava com rosto bonito parecia empastado ; chegava em companhia perguntas - Já a vão ver,.. Eu raspo-me, esto à minha de um homem delicado, muito bem posto, de uma grande espera. distinção
  • 6. NÁNÃ 13 Corno se fossem sempre divertidas as suas peças 1 repetia Lucy, subindo a escada. Na plateia Fauchery e Ia Falolse, diante das suas poltro- nas, olhavam novamente. Agora a plateia resplandecia. Altas chamas de gás alumiavam o grande lustre de cristal num jorrar de logo amarelo e rosa, que se quebrava da abóbada à plateia numa chuva de claridade. Os veludos vermelhos das cadeiras !urtacoloriamse de laca, enquanto os olros luziam e os ornamentas verde-alface suavizavam o brilho, sob as pinturas muito cruas do tecto. Bruscamente iluminada por uma repentina toalha de luz, a ribalta como que incendiava o pano, em cuja pesada rou- pagem cru púrpura havia uma riqueza de palácios fabulosas, brigando com a pobreza da moldura, onde as fendas nios travam o gesso sol) os doirados. Fazia já calor. Em frente das suas estantes, os músicos afinavam os instrumentos, com trios ligeiros de flauta, suspiros abafados de cornetim, vozes can- tantes de violino, que se evolavarn no meio do faiazar cres- cente das pessoas. Todos os espectadores falavam, empur. ravam-se, Instalavam-se, dado o assalto dos lugares ; e o apertão nos corredores era tão grande, que cada porta sol lava dificilmente uma como inexgotãvel onda de gente. E eram sinais de chamamento, roçagares de vestidos, uma desfilada de salas e de penteados interceptados pelo negro de uma casaca ou de uma sobrecasaca. Entretanto as filas de poltronas enchiam-se pouco a pouco : uru trajo claro se desligava, uma cabeça de fino perfil baixava o seu penteado onde cintilava de corrida uma jóia. Num camarote, certo pedaço de ombro nu tinha uma alvura cetinosa. Outras mulheres havia que, tranquilas, se abanavam com os leques, lânguidamente, seguindo com o olhar o empurrar da multidão; enquanto homens novos, de pé, na orquestra, colete largamente decotado, gardénia na lapela assestavam os seus binóculos com a ponta dos dedos enlu- vados. Então os dois primos procuraram as caras suas conheci- das, Mlgnon e Steiner estavam juntos, numa frisa, os punhos apoiados na veludo do corrimão, ao lado um do outro. Branca de Slvry parecia ocupar sôzinha uma frisa de frente,
  • 7. 14 EMILIO ZOLA N Á N Á 15 Mas Ia Faloise observava sobretudo Daguenet, que tinha uma poltrona de orquestra, duas filas adiante da sua. Perto dele, um rapaz muito novo, de dezassete anos, quando muito, algum esgueirado de colégio, escancarava os seus belos olhos de querubim. Fauchery sorriu ao vêlo. Quem ê aquela senhora, que está além no balcão ? - perguntou de repente Ia Faloise Aquela que tem uma me- fina vestida de azul ao seu lado? E indicava urna mulher gorda a estoirar no espartilho, urna velha, baixa que era já branqueada e que tinha os ca- belos pintados de amarelo, cujo rosto redondo, avermelhado pela pintura, se abafava sob uma chuva de caracois de criança. .- É a Gágã respondeu simplesmente Fauchery. E, como aquele nome parecesse descoroçoar o primo, acrescentou - Não conheces a Gâgã ?. . . Ela fez as delicias dos pri- meiros anos do reinado de Luis Filipe. Agora, arrasta por toda a parte a filha consigo. La Faloise não teve um único olhar para a rapariga. o rosto de Gâgá emocionava-o, não tirou mais os olhos dela ; achava-a ainda multo boa, mas não se atreveu a dize-lo. Entretanto, o regente da orquestra levantava a batuta, os músicos atacavam a «abertura». Continuava a entrar gente. A agitação e o barulho cres- ciam Entre o público especial das primeiras representações, que era sempre o mesmo, havia recantos de intimidade onde os conhecidos mituamente se procuravam sorrindo. As pes- soas conhecidas, de chapéu na cabeça, à vontade, como se estivessem em família, trocavam cumprimentos. Estava ali Paris, o Paris das letras, das finanças e do prazer, muitos jornalistas, alguns escritores, corretores de Bolsa, mais pros- titutas do que mulheres honestas ; gente singularmente mis- turada, composta de todos os génios, alegria para todos os vícios, onde a mesma fadiga e a mesma febre passavam nos rostos. Fauchery, a quem o primo fazia perguntas, apontou- -lhe os camarotes dos jornalistas e dos circos, depois no- meou os críticos dramáticos, um magro, o ar dissecado, com os lábios delgados e maus, e sobretudo um gordo, com cara de criança, deixando-se reclinar na espádua da sua vizinha, uma ingénua que ele acariciava com o seu olhar terno e paternal. Mas interrompeu-se, ao ver Ia Faloise cumprimentar as pessoas que ocupavam os camarotes da frente. Pareceu sur- preender-se. - o quê? - perguntou ele - Tu conheces o conde Mu!- tat de Neuville? Oh 1 há muito tempo - respondeu 1 leitor - Os Multat tinham uma propriedade perto da nossa. Visitava-os muitas vezes. . . O ponde vive com sua mulher o seu sogro, o marquês de Chouard. E, por vaidade, feliz Corii a ndinlrnçtlo que causava a seu primo, deu minudne1as : o marquÔ3 era conselheiro de Es- tado, o conde acabava de inor iioincndo camarista da Impe- ratriz. Fauchery, que pegara no binóculo, examinava a coa- dessa, de Cf11)ClOi escuros e pele branca, roliça, com uns belos olhos fleglOs. - 1 ltisdo apresentar-nie nuns intervalo - acabou ele por dizer - Encontrei-me já com o conde, nias gostaria de Ir às suas recepções. Chuts 1 enérgicos partiam liaM galerias superiores. A «aber- tura» principiara, o público continuava a entrar. Os retarda- tários forçavam filas inteiras de espectadores a levantar-se; as portas dos camarotes batiam ; vozes grossas questiona- vam nos corredores. E o ruído das conversações uflo cessava, lembrando um chilrear de pardais, ao descair do dia. Era uma confusão, uma desordem de cabeças e de braços que se agitavam, uns sentando-se e procurando acomodar-se, outros teimando em ficar de pé, para lançarem os últimos olhares aos camarotes e à plateia. O grito : «Sentados 1 Sentados 1» Saia violenta- mente das profundezas escuras da plateia. Um frémito cor- rera; iam afinal conhecer aquela famosa Nánã, de que Paris se ocupava havia oito dias 1 Pouco a pouco, as conversações apaziguavam-se, mole- mente, com torna-voltas de vozes arrastadas. E, no meio da- quele sussurro abafado, daqueles suspiros moribundos, a orquestra rebentava em pequenas notas saltitantes, numa valsa cujo ritmo canalha tinha risos de brejeirice. 0 público,
  • 8. NÁNA 275 sirilia foi, para Nánã, um grande desastre. Ela foi atrozmente mal, teve pretensões à alta conÕdia, que puseram o público em hilaridade, Nem assobiavam. laíito gozavam com o caso. Num camarote de boca, Rosa Mguou acolhia com urna gar galhada estIdula cada entrada (lii sua rívul, ateando assim a hiaridade na plateia inlefra. Era urna primeira tïingança. Por io, quando Nânã, à noite, se achou só coni MnÍÍat, multo mungu:mda dfse lhe fu riosamente lieru 1 Que trai 1a i luo aquilo éínvca . . . Ali 1 se eles otibccw comoeu me c:tuu preluirmido para isso 1 Por acn'u preci;() de1c3 migora 1 . . ? Apoto cem luiS Ses em corno a todo.n Ici que íizcraum p:mgudm, eu serei capaz cio os fdZcf larir ber ir terra diante 10 mmmi 1.....lin, verás corno vou dar as leis de senhora da alta roda ao teu Paris. X Então Nâná tornou se unia n'uIlner de tom, usofructinâria da estupidez e imundície dos niacmos, mnrarquesa do asfalto das ruas. Aquilo foi um lançamento brusco e clefujltivo, urna subida na celebridade da galauteria, ostentando ás claras loucuras de dinheiro e audácias lanniaceintos da beleza. 1rn perou, desde logo, entre as mais queridas. As suas foto- grafias eram expostas nas montras, eltavannim mios jornais. Quando passava, de carruagem, nos bulevares, a nnultldâo voltavase e nolneavaa, com a emoção de mui povo que saúda a sua soberana, enquanto, familiar, eia se reclinava nos seus trajos fluctuantes, sorria comi ar alegre, sob a chuva dos frisadinhos loiros, que lhe afogavam o azul bistrado dos olhas e o vermelha pintado dos lábio. [ o prodígio foi que, aquela rapariga gorda, to desastrada na cena, to patusca quando queria fazer de mulher boneta, representava na ci- dade os papéis de mulher encantadora, sem esforço. Eram flexibilidades de cobra, um tajar de um sábio desmazelo, como involuntário, excêntrico do cleâiic1a, uma distinção nervosa de gata de raça, urna aristocracia do vicio, soberba, revoltada, pondo o pé em china de Paris como senhora toda poderosa. Dava o tom; as senhoras da alta imitavam-na,
  • 9. 276 EMILIO ZOLA 1 N Á N Á 277
  • 11. nal,
  • 12. 22 EMILiO ZOLA desejo enfim satisfeito, nem mesmo vira o Ir em que EntãoEntão teve a consci. cia de urna mudança em seu Depois, como o pequeno voltasse sempre a falar do ir- redor. Examrnou a rica bala de nutar, com o seu alto tento mão, ela acabou par se ocupar de Filipe Ao fim de uma decorado, os seus QobeIus, o seu Semana conhece o dos pés cabeça, nUitO alto muito forte, dpaador de baixela em prata alegre um tanto brutal e de enio11 LOtfl mmudên Ah 1 s disse ele tristemente cias intimas, p os nos braços, um ir 1 tio ombro. E tanto E ela fez-lho saber que não mais ali devia voltar de ma- assim, (UC um dia, toda che ida imagem daquele homem nhã. De tarde, se quisesse, das quatro a seis era a hora aque ela receb!a. Depois, como : que ela devia pôr pela porta fora, exclamou: Dize ca, Zi, teu UMao ra em I então uni ele a olhasse com ar súplice de interrogaçâo, sem nada perguntar, ela beIjo por sua cobardão? vez na testa, Mostrando-se muito bondosa. No dia seguinte, quando George se achava a sós com - Tem mufto juizo, ue eu farei o que for possível murmurou ela. Nãiã, Francisco subiu para perguntar serhoa e queria receber o tenente Filipe Hugon. Ele tornou-se muito pálido Mas a verdade era que aquilo já no lhe interessava nada. Ela achava Georges muito gentil, mas teria querido 1 e murmurou Eu bem desconfiava, a rnamâ falou-me disso esta tua- possuí-lo por camarada e nada mais nhL No entanto, quando ele chegava todos as dias às quatro E suplicava à rapariga para mandar dizer que não podia horas, mostravase tão desgraçado, que ela cedia muitas vezes ainda, escondendo-o nos armarlos, 1 1 receber. Mas ela levantara-se já, toda inflamada, dizendo: -Porque não ? Ele julgará que tenho medo. Muito bem! deixando-lhe conirnuamente dp4nhar as migalhas da sua beleza Ele nunca Vamo nos fartar de rir FranL1co, deixa csc senhor um deixava o palácio, familiar como o cânsinho, o Bjou, um e quarto de haia no salão. E iii seguida irá lo á minha pre um outro nas saias da dona tendo um pouco dela mesmo quando ela estiva com outro, apanhando-lhes as peUirn lias sença. Ela não se tornou a sentar caminhava febrilmente, indo de açúcar e de canchas nas horas de aborrecirito do espelho do fogão a um espelho de Venesa, pendurado co1itár108 Sem dúvida a senvra Flugon soube da por cima de um cofre italiano e de coda vez, dava um re recaída do pquno nos braços daquela má mulher, porque correu a Paris, veio lance de olhos erid1ando um sorri à so,enquanto Qeorges, reclamar o duxllJo do outro seu filho, o tenente Filipe sem forças, sobre uru canape, trenua a ideia da cena queIbcntaona guarnição de Vrncennes Ueorge que e e&und de seu iria passar-se. Enquanto passeava, Nana deixava sair frases irmão mis vclho, acto d fiou cheio de dCSCpLiO temendo algum força e como nada podia oLultar, curtas .-.-. Aquilo acalmaria aquele rapaz, um quarto de hora de in Lxpnáo ner vosa da su3 ternura, não falou dentro12e pouco em J espera E depois, se ele julgaa que vinha a casa de uma outra coisa a Náná senão do seu irmão grande, um rapazola forte que seria capaz de tudo ' mulher faul o saffio ia-o achatar. P40 e de fancaria nAo, aquilo te fará nspeitar a burguesa. No há ainda corno o - Tu Compreendes explicava ele - respeito para os homens Hm ? O quarto de hora passou, se! mama nA virá a tua Cd5, eriquinto pode mandar meu irmão o o. Com cer-teza Náo, apenas dez mmuto Oh 1 temos ieaipo Ela nao estar Ao fim do de hora,que ela vai mandar Filipe em minha procura podia quieta. quarto fprimeira vez Náná, ficou muito Impressionada Qeorgesmandou embora fazendo lhe jurar que não escuta - 8êcnftnte ri à porta porque isso seria inconveniente, se os criados Não desgostava de ver isso Que irvport ele ser te 1 o isem Como passasse pelo quarto, Zizi iinccuu numa nente? O Francisco pÕ-lo-ã no olho da rua! voz estrangulada Bem sabes que é meu irmão.,.
  • 13. 294 EMILIO ZOLA NÁNÁ 295