2. Dezembro de 1968. Dezanove de
Dezembro. Vinicius parte amanhã
para Roma onde irá passar o Na-
tal. Esta noite em casa de Amália
há uma pequena festa de despedida.
Por entre a penumbra que está na
sala começo a distinguir alguns rostos:
a Amália, o Vinicius, a Natália
Correia, o Oulman, o José Carlos
Ary dos Santos... mas nem há
tempo para saudações; é justamente o
Ary dos Santos quem vai recitar...
DAVID MOURÃO-FERREIRA
3. língua portuguesa, e ele até escreveu coisas lindas sobre o meu livro Amália.
Uma Biografia (1987), o que muito me envaideceu.
Em 1963, eu estava a começar a desenhar para o Teatro na Casa da Comédia,
dirigida pelo Dr. Fernando Amado, grande homem de teatro. O José Carlos Ary
dos Santos aparecia muito por lá, num grupo capitaneado pela bonita Natália
Correia, que arrastava sempre o seu cerrado séquito de adoradores, que logo
acendia o isqueiro, mal ela, em gesto altivo, puxava da boquilha. Fiquei amigo
dos dois. O Zé Carlos, se estava sozinho era maravilhoso, se pressentia público,
era insuportável de exibicionismo, mas sempre muito bom poeta. Da Natália
tudo se esperava. Tanto num intervalo de uma peça de Shakespeare, no Tivoli,
dissertava sobre rosicrucianismo, como, as altas horas da noite, na boîte Galo,
do Parque Mayer, cantava o Stormy Weather, com a perna levantada, na pe-
numbra da pista de dança. Fui também muito amigo do Alain Oulman, mas não
pela música, foi através dos Lisbon Players e do teatro que o conheci, e imaginei
com ele espectáculos que a PIDE não deixou realizar.
O Alain era um bom conversador, mas falava pouco em público, sempre com o
seu sorriso doce e irónico. Foi um dos maiores músicos que houve em Portugal
no século XX, deu uma nova vida a tudo o que se cantava, e Amália dá disso
testemunho.
Uma vez, em Novembro de 1989, estava eu com Amália em Saint-Étiènne, num
grande Festival Internacional de Teatro, em que a Comuna teve um enorme su-
cesso com A Pécora, de Natália Correia. Amália estava muito cansada e ficou
à conversa comigo no hotel, falhámos o espectáculo de abertura do Festival,
ambos nos guardámos para ver A Comuna, na noite seguinte. Na manhã desse
dia do espectáculo, procurei encontrar o João Mota e o Carlos Paulo, e fomos
todos almoçar.
Quando entrei no restaurante, a Natália, de boquilha em riste, veio direita a
mim, e disse-me no seu tom mais repenicado: “Então você é que é o dragão que
guarda a Amália Rodrigues?” Achei aquilo uma pergunta com ar de Cancionei-
ro. Quem me dera que fosse Amália Rodrigues a guardar-me a mim.
Dela, diria eu, com Álvaro de Campos:
“Nossa Senhora
Das coisas impossíveis que procuramos em vão,
Dos sonhos que vêm ter connosco ao crepúsculo à janela,
Dos propósitos que nos acariciam
Nos grandes terraços dos hotéis cosmopolitas
Ao som europeu das músicas e das vozes longe e perto,
E que doem por sabermos que nunca as realizaremos…
Vem e embala-nos
Vem e afaga-nos,
Beija-nos silenciosamente na fronte,
Tão silenciosamente na fronte que não saibamos que nos beijam
Senão por uma diferença na alma
E um vago soluço partindo melodiosamente
Do antiquíssimo de nós
Onde tem raiz todas essas árvores de maravilha
Cujos frutos são os sonhos que afagamos e amamos
Porque os sabemos fora de relação com o que há na vida.”
VÍTOR PAVÃO DOS SANTOS
Uma Noite Antiquíssima
A grande sala setecentista da
casa de Amália é para ser vivi-
da de noite. Algumas vezes es-
tive lá com a luz do sol a entrar
a jorros, mas parecia-me aquilo
coisa estranha, era como que
uma profanação. Por isso Amá-
lia, acautelando-se dos dias lon-
gos, nunca marcava encontros
ou entrevistas que não fosse
para depois das dez e meia da
noite. Tive a sorte de conhe-
cer bem essa sala de gran-
des painéis de azulejo azuis e
brancos, de mil objectos com
história, como aquele Menino
Jesus com a sua cadeirinha,
do Busto que é nome de disco,
das teatrais cortinas de veludo
nas janelas, dos macios sofás
também de veludo, das muitas
flores, das guitarras antigas es-
palhadas junto ao fogão da sala, sobre o qual, uma Amália sempre triunfante,
imutável, pintada por Eduardo Malta, presidia aos dias de uma Amália muito
alegre com a última piada da hora, anedota de alentejanos pela certa, ou uma
Amália triste, por vezes desalentada, com alguma coisa que lhe tinham dito e
não lhe caíra bem, ou simplesmente porque essa era a sua natureza. “Não sou
feliz, mas sou bem disposta. Você hoje está triste, vou-lhe contar uma história
que se vai fartar de rir” – dizia-me com frequência. Mas fosse qual fosse o seu
humor, lá estava o quadro de Eduardo Malta para chamar a atenção para o
facto de Amália ser sempre triunfante. E a noite agitava-se com o vaivém das
visitas, com pequenos incidentes diários, com as disputas de nadas.
Amália não tinha apenas um porte de grã-duquesa, mantinha em sua casa uma
etiqueta muito estrita, qual etiqueta dos Habsburgos. Fosse um jantar de ceri-
mónia, com o Anthony Quinn, que era de uma simpatia admirável, fosse com a
Margueritte Yourcenar, que o implacável João Belchior Viegas desancou por
ela o tomar por mordomo, fosse só com os amigos íntimos, como era o meu
caso, observava-se cuidadosamente o lugar que cada um ocupava à mesa,
como cada um era servido. Só em casos excepcionais, da mais perfeita intimi-
dade, eu me sentava à direita de Amália, usurpando o lugar de Vicente, o irmão
mais velho, que julgava ser seu esse privilégio, quando não havia visitas ilustres,
e nunca me perdoava.
Não sou do tempo de Vinicius de Moraes se embebedar em casa de Amália, a
minha frequência constante começou em 1982. O poeta brasileiro só o conhe-
ci a embebedar-se em público, no Teatro Villaret, com bilhetes pagos, que não
foi um espectáculo que me entusiasmasse. O Luís XIV jantava em público face
aos seus súbditos, é verdade, mas sempre era de borla, e era o Roi Soleil e o ce-
nário era Versailles. Amália admirou-se que ele lhe fizesse um poema tão fraqui-
nho, de rima tão pobre, e só o cantou em público no Brasil, porque era sempre
um prestígio. Mas conheci muito bem e desde há muitos anos, através do meu
primo, o poeta Henrique Segurado, um grande poeta, David Mourão-Ferreira,
seu confrade na Távola Redonda, e depois, vida fora, nunca mais nos perdemos
de vista, tinha por ele uma grande admiração como poeta, considero a sua
Primavera um dos grandes poemas para ser cantados que se escreveram em
4. Se numa noite David Mourão
Ferreira tivesse ido à casa de
São Bento de Amália Rodrigues
para lhe dar a notícia que o
Fado era Património Imaterial
da Humanidade, Amália teria
aberto os seus olhos de espan-
to e de certeza, soltaria uma
sonora gargalhada e só depois,
num tom arrastado e um pouco
irónico, comentaria “Não me
diga, David…”. Por certo, Ary
dos Santos estaria presente e,
espampanantemente, contes-
taria que o Fado era operário
perante a boquilha negra de
Natália Correia que logo afir-
maria que o Fado, mais que um
património, era o corpo, a alma
e a história de um Povo. Vinicius
de Moraes, de copo de whisky
na mão, diria que o Fado nas-
ceu no Brasil o que seria tema
para uma veemente discussão
de poetas. Maluda, fumando ci-
garro atrás de cigarro, pensa-
ria numa tela azul e vermelha
sobre o Fado e sobre Lisboa.
Amália chamaria o guitarra e o
viola, que talvez estivessem à conversa na varanda, e cantaria um fado de
Alain Oulman que, timidamente, se sentaria ao piano para acompanhar a
sua Diva. Ele que lhe fez as músicas mais belas e desvendou-lhe os mistérios
da poesia. O Engº. César Seabra, o discreto marido de Amália, já estaria há
muito tempo a dormir. O sonho dos poetas habitualmente causava-lhe um
sono profundo. E na sala de costura, D. Ilda à conversa com Estrela, cortaria
o tecido negro do próximo vestido que tinha de estar pronto para o próximo
concerto de Amália, num país talvez além do arco-íris. Mas, ao ouvirem os pri-
meiros acordes
da guitarra, a
dedicada modis-
ta e a fiel secre-
tária, pé ante pé,
iriam até à sala
onde as palavras
de Camões, o
grande poeta de
Amália, seriam
naquela noite e
para sempre, a
voz eterna e ima-
terial do Fado.
FILIPE LA FÉRIA
Fotografias | Abel Dias
AMÁLIA
Património Imaterial da Humanidade
De manhã escureço
De dia tardo
De tarde anoiteço
De noite ardo
POÉTICA I
VINICIUS DE MORAES
5. UMA NOITE
EM CASA DE
AMÁLIA
AMÁLIA VANESSA
VINICIUS DE MORAES MARCOS DE GÓIS
NATÁLIA CORREIA PAULA FONSECA
ARY DOS SANTOS RICARDO CASTRO
DAVID MOURÃO FERREIRA NUNO GUERREIRO
ALAIN OULMAN HUGO RENDAS
MALUDA CLÁUDIA SOARES
MILITAR RUI ANDRADE
CASIMIRA ROSA AREIA
HUGO RIBEIRO PEDRO MARTINHO
DIRECÇÃO | TEXTO | ENCENAÇÃO | CENOGRAFIA | FIGURINOS
FILIPE LA FÉRIA
ASSISTENTE DE ENCENAÇÃO
LUÍS MOREIRA
DIRECÇÃO MUSICAL
MÁRIO RUI
MÚSICOS
BRUNO COSTA | JOÃO NÚNCIO | PAULO NEVES
DIRECÇÃO VOCAL
TIAGO ISIDRO
DIRECÇÃO DE FIGURINOS
LAURINDA FARMHOUSE
6. AMÁLIA, VINICIUS, NATÁLIA, ARY, ALAIN, DAVID E MALUDA
HOMENS E MULHERES MAIORES QUE A VIDA
Após o colapso do Sonho Americano
da década de 50, os anos 60 reve-
lam a perda da inocência do Novo e
do Velho Continente, numa atmosfe-
ra marcada por uma glorificação da
contestação juvenil que se revolta
contra a sociedade, a política e a re-
ligião num movimento de contracultu-
ra. A ascensão e morte de Kennedy,
a guerra do Vietname, a invasão da
Checoslováquia pelas tropas soviéti-
cas, o Concílio Ecuménico Vaticano
II, a televisão, a influência pop na mú-
sica e na pintura, o novo cinema de
Hollywood e o Maio de 68 chegam a
Portugal através de ecos censurados
e distorcidos apenas entendidos por
ínfimas elites culturais reunidas em
longas noites como a de hoje: uma
noite em casa de Amália.
No final da década de 60, apesar de distante da política que a cansava, AMÁLIA
RODRIGUES (1 de Julho de 1920 | 6 de Outubro de 1999) recebia em sua casa,
intelectuais maioritariamente de oposição ao Estado Novo em lendárias tertú-
lias que ficaram na história de Lisboa. Eram anos, após o início da colaboração
com Alain Oulman em 1962 com o disco Asas Fechadas (Busto), nos quais Amá-
lia confessa mudanças e rupturas numa progressiva sofisticação que revela
uma mulher emancipada, contemporânea e de coração independente, com os
múltiplos reflexos da imagem total do mito nacional.
Nascida em 1920, Amália era em 1968, o rosto da sua própria renovação, im-
primindo um fulgor novo ao fado, sintetizando o tradicional e o urbano, tornando
seus os nossos poetas mais basilares como Luís de Camões e tornando de to-
dos nós, os poetas que para ela escreveram: Pedro Homem de Mello, Alexandre
O’Neill, José Régio, Manuel Alegre, Ary dos Santos e David Mourão-Ferreira.
Aos 48 anos de idade, Amália tem um estatuto de excepção a nível mundial, rea-
lizando longas viagens de digressão um pouco por todo o mundo, restringindo as
suas aparições em Portugal a alguns espectáculos anuais como a Grande Noite
do Fado, o Natal dos Hospitais e o Réveillon do Casino Estoril.
Será numa destas estadas em Lisboa que recebe Vinicius de Moraes na sua
casa da Rua de São Bento. VINICIUS DE MORAES (19 de Outubro de 1913 |
9 de Julho de 1980) foi um diplomata, dramaturgo, jornalista, poeta e compo-
sitor brasileiro. Poeta essencialmente lí-
rico, também conhecido como poetinha,
nome que lhe foi atribuído por Tom Jo-
bim, notabilizou-se pelos seus sonetos,
tendo publicado três livros: Antologia
Poética, Procura-se Uma Rosa e Para
Viver Um Grande Amor, a peça de te-
atro Orfeu da Conceição que serviu de
argumento ao filme Orfeu Negro do re-
alizador francês Marcel Camus, além de
centenas de letras de canções que se
tornaram ícones da música popular bra-
sileira como Chega de Saudade, Eu Sei
que Vou Te Amar, Garota de Ipanema,
Samba da Benção da banda sonora de
Um Homem e Uma Mulher de Claude Le-
louch e Saudades do Brasil em Portugal,
cantada por Amália no disco que é tes-
temunho desta noite no final de 1968.
O ano que marcou o fim da carreira diplomática de Vinicius de Moraes, aos 55
anos de idade. Após 26 anos de serviço, Vinicius foi reformado pelo Ato Insti-
tucional 5, criado pela ditadura militar brasileira. No dia em que o acto era edi-
tado, Vinicius encontrava-se em Portugal
onde realizava um concerto com Chico Bu-
arque e Nara Leão. Após este espetáculo,
estudantes salazaristas estavam reunidos
na porta do Teatro para protestar contra
o poeta. Aconselhado a se retirar pelas
traseiras do teatro, preferiu enfrentar os
protestos e, parando diante dos manifes-
tantes, começou a declamar Poética I (De
manhã escureço/De dia tardo/De tarde
anoiteço/De noite ardo). Então, um dos jo-
vens tirou a capa do seu traje académico e
a colocou no chão para que Vinicius pudes-
se passar sobre ela — acto imitado pelos
outros estudantes e que, em Portugal, é
uma forma tradicional de homenagem aca-
démica.
Uma figura central das tertúlias que reuniam em Lisboa nomes centrais da
cultura e da literatura portuguesas nas décadas de 1950 e 1960, NATÁLIA
CORREIA (13 de Setembro de 1923 | 16 de Março de 1993) ficou conhecida
pela sua personalidade livre de convenções sociais, vigorosa e polémica, que se
reflecte na sua escrita, desde a poesia ao romance, do teatro ao ensaio. Dotada
de invulgar talento oratório e grande coragem combativa, tomou parte activa
nos movimentos de oposição ao Estado Novo, tendo participado no Movimento
de Unidade Democrática em 1945, no apoio às candidaturas para a Presidência
da República do general Norton de Matos em 1949 e de Humberto Delgado em
1958 e na Comissão Eleitoral de Unidade Democrática de 1969. Foi condenada
a três anos de prisão, com pena suspensa, pela publicação da Antologia da Po-
esia Portuguesa Erótica e Satírica, considerada ofensiva dos costumes, (1966)
e processada pela responsabilidade editorial das Novas Cartas Portuguesas de
Maria Isabel Barreno, Maria Velho da Costa e Maria Teresa Horta.
Poetisa, dramaturga, romancista, ensaísta, tradutora, jornalista, guionista e
editora, tornou-se conhecida na imprensa escrita e, sobretudo, na televisão,
com o programa Mátria. Uma das mulheres mais belas de Lisboa, Natália fun-
dou em 1971, o bar Botequim, onde durante as décadas de 1970 e 1980 se
reuniu grande parte da intelectualidade portuguesa. A sua intervenção política
pública levou-a ao Parlamento, para onde foi eleita em 1980 nas listas do Parti-
do Popular Democrático, passando a independente. Foi autora de polémicas in-
tervenções parlamentares, das quais ficou célebre, num debate sobre o aborto
em 1982, a réplica satírica que fez a um deputado do CDS sobre a fertilidade
do mesmo. Na madrugada de 16 de Março de 1993, morreu, subitamente, com
um ataque cardíaco, em sua casa, depois de regressada do Botequim.
Um dos seus maiores amigos foi JOSÉ CARLOS ARY DOS SANTOS (7 de Dezem-
bro de 1937 | 18 de Janeiro de 1984), um dos mais talentosos poetas da sua
geração que teve a sua estreia literária aos 26 anos com A Liturgia do Sangue,
inaugurando uma carreira com livros de poemas como Adereços, endereços, In-
sofrimento in sofrimento, Fotos-grafias, um livro
que foi apreendido pela PIDE em 1971, Resumo,
As Portas que Abril Abriu, O Sangue das Palavras
e em 1983, 20 Anos de Poesia.
A convite de Alain Oulman escreve, em 1968, o
poema Meu amor meu amor para ser interpreta-
do por Amália. Seguiram-se temas como Amên-
doa Amarga, Alfama, Rosa Vermelha, O Meu é
Teu e O Meu Amigo está Longe. Ary dos Santos
chega ao grande público através do Festival da
Canção, especialmente com Desfolhada Portu-
guesa interpretada por Simone de Oliveira, Toura-
da por Fernando Tordo e Menina do Alto da Serra
por Tonicha, contribuindo para a renovação da
música ligeira portuguesa, através dos seus mais
7. de 600 poemas, que considerava serem a sua maneira de falar com o povo
porque ser poeta é escolher as palavras que o povo merece. Representativos
do grau de popularidade que os poemas de Ary dos Santos atingiam junto do
grande público são temas como Estrela da
Tarde, Lisboa, Menina e Moça ou Os Putos
interpretados por Carlos do Carmo, que edi-
ta em 1977 Um Homem na Cidade, inteira-
mente concebido com poemas de Ary dos
Santos.
A teatralidade patente na sua voz vibrante
encontra-se registada em várias edições
discográficas, onde se apresenta como de-
clamador como Ary por si próprio de 1970
ou um ano depois, Cantigas de Amigos, jun-
tamente com Natália Correia e Amália Ro-
drigues, entre outros. Em Ary dos Santos
existia também uma intensa militância polí-
tica que o move pelo país, antes e depois da
Revolução de 25 de Abril, apoiando pessoas
e causas. Ary dos Santos inicia-se activamente na vida política em 1969. Nesta
altura integra a campanha da Comissão Democrática Eleitoral e colabora com
o Partido Comunista Português, militância que defende até à morte em 1984.
Um combate ao fascismo partilhado com ALAIN OULMAN (15 de Junho de
1928 | 29 Março de 1990). Foi na Ericeira que se deu o encontro entre Alain
e Amália. O compositor mostrou-lhe o poema Vagamundo de Luís de Macedo
e este foi o primeiro de muitos dos poemas, resultado do intenso trabalho de
pesquisa de Alain Oulman. O compositor procurava, na Biblioteca Nacional, os
grandes poetas portugueses e, depois, musicava os seus poemas. O primeiro
trabalho com Amália foi editado em 1962, integrando os poemas Asas Fecha-
das, Cais de Outrora e Vagamundo de Luís Macedo; Maria Lisboa, Madrugada
de Alfama, Abandono e Aves Agoirentas de David Mourão-Ferreira, todos com
música de Alain Oulman. Outros álbuns se seguiram, revelando musicalmente
novas composições para poetas como Pedro Homem de Mello, José Régio, Ale-
xandre O’Neill ou Luís de Camões. A edição em 1965 de Amália canta Luís de
Camões escandalizou alguns dos meios tradicionais do Fado, e essa abordagem
à poesia de Camões foi inclusive tema de polémica nos jornais da época.
O exílio político de Oulman aconteceu em 1966, na manhã de 18 de Fevereiro
quando três agentes da Pide entraram na casa das Amoreiras e levaram-no
algemado para a sede da polícia política e, mais tarde, para Caxias. Permane-
ceu cinco semanas na prisão de Caxias, sofrendo longos interrogatórios e as
torturas da estátua e do sono. Por pressão do Governo francês e do seu pai,
acabou por ser libertado e expulso do país. Alain Oulman foi para Paris onde se
estabeleceu definitivamente em 1968.
O contacto entre Amália e Oulman, apesar da distância, manteve-se permanen-
te. E, em 1970, foi editado Com que Voz, álbum vencedor do IX Prémio da Crítica
Discográfica Italiana em 1971, e do Grande Prémio da Cidade de Paris e Gran-
de Prémio do Disco em 1975. Desta feita surgem composições para poemas
de Cecília Meireles, David Mourão-Ferreira, Manuel Alegre, Luís de Camões,
António de Sousa, Alexandre O’Neill, Pedro Homem de Mello e Ary dos San-
tos. Posteriormente Alain Oulman continuou a compor para Amália. Ao longo
da sua carreira, a fadista gravou vinte e duas
composições suas em oito álbuns. Com o fim
do salazarismo deixou de ser proibida a sua en-
trada em Portugal e passou a dividir a sua vida
entre Paris e Lisboa. Por falta de tempo, Alain
Oulman adia por três vezes uma operação ao
coração e acaba por falecer a 29 de Março de
1990.
A sua importância no contexto da música
portuguesa é descrita desta forma por David
Mourão-Ferreira: “Deve-se a Alain Oulman,
logo a partir de finais dos anos cinquenta, a
pioneira missão de estabelecer um determina-
do e fecundo enlace entre a poesia
8. portuguesa de matriz “culta” e essa específica forma da música popular – o
Fado – que até aí era objecto de um quase geral e sobranceiro menosprezo por
parte da “intelligentzia nacional.” (Primavera: David Mourão-Ferreira, pp. 82).
DAVID de Jesus MOURÃO-FERREIRA (24 de Fevereiro de 1927 | 16 de Junho
de 1996) iniciou a sua colaboração na revista Seara Nova, publicando aí os
seus primeiros poemas em 1945. Tendo como mestres Hernâni Cidade, Vitori-
no Nemésio, Jacinto do Prado Coelho, Maria de Lurdes Belchior, entre outros,
licencia-se em Filologia Românica pela Faculdade de Letras da Universidade de
Lisboa em 1951, onde mais tarde foi professor a partir de 1957, tendo-se des-
tacado como um dos grandes poetas contemporâneos do Século XX. No início
da década de 50, recebe o prémio de poesia Delfim Guimarães pelo seu livro
Tempestade de Verão e escreve os primeiros poemas para Amália Rodrigues.
Na sua obra, são famosos alguns dos poemas que compôs para a voz da diva
como Sombra, Maria Lisboa, Nome de Rua, Abandono (Fado Peniche) e sobretu-
do Barco Negro que foi veículo para a internacionalização fulgurante da carreira
de Amália
Em 1959, publica Gaivotas em Terra que, no ano seguinte, será premiado pela
Academia das Ciências de Lisboa com o prémio Ricardo Malheiros e servirá
como argumento para Fado Corrido, o filme de Jorge Brum do Canto protagoni-
zado por Amália em 1964. Entre 1963 e 1973, foi secretário-geral da Socieda-
de Portuguesa de Autores. Depois do 25 de Abril, foi director do jornal A Capital
e director-adjunto de O Dia. Desempenhou o cargo de Secretário de Estado da
Cultura (entre 1976 e Janeiro de 1978, e novamente em 1979). Foi por ele
assinado, em 1977, o despacho que criou a Companhia Nacional de Bailado. Foi
autor de alguns programas de televisão como Hospital das Letras e Imagens da
Poesia Europeia para a RTP. Em 1980 publica os livros Ode à Música e Entre a
Sombra e o Corpo e recebe o Prémio da Crítica da Association International des
Critiques Littéraires pela obra As Quatro Estações. Em 1984 passa a dirigir a
revista Colóquio/Letras editada pela Fundação Calouste Gulbenkian e assume
as funções de Presidente da Associação Portuguesa de Escritores até 1986.
Entre a sua imensa bibliografia, destacam-se ainda: O Corpo Iluminado, A Arte
de Amar, Jogo de Espelhos – Reflexos de um Auto-retrato e o romance Um
Amor Feliz, que viria a obter o Prémio de Narrativa do Pen Clube, o Prémio D.
Dinis da Fundação da Casa de Mateus, o Prémio de Ficção do Município de Lis-
boa e o Grande Prémio de Romance da Associação Portuguesa de Escritores.
Em 1981 é condecorado com o grau de Grande Oficial da Ordem de Santiago
da Espada. Em 1996 recebe o Prémio de Carreira da Sociedade Portuguesa de
Autores e a Grã-Cruz da Ordem de Santiago da Espada.
Maria de Lurdes Ribeiro conhecida por MALUDA (15 de Novembro de 1934
| 10 de Fevereiro de 1999) obteve uma bolsa de estu-
dos da Fundação Calouste Gulbenkian em 1963 e viajou
para Portugal, onde trabalhou com o mestre Roberto de
Araújo em Lisboa. Entre 1964 e 1967 viveu em Paris
como bolseira da Gulbenkian. Aí trabalhou na Académie
de la Grande Chaumière com os mestres Jean Aujame
e Michel Rodde. Foi nessa altura que se interessou pelo
retrato e por composições que fazem a síntese da paisa-
gem urbana, com uma paleta de cores muito distintiva
e uma utilização brilhante da luz, que conferem às suas
obras uma identidade muito própria e inconfundível. Ami-
ga e retratista de Amália Rodrigues, fez parte do seu círculo mais próximo par-
ticipando nas inúmeras tertúlias que Amália promovia em sua casa. Em 1969
realizou a sua primeira exposição individual na galeria do Diário de Notícias. Em
1973 realizou uma grande exposição individual na Fundação Gulbenkian, que
obteve grande sucesso, registando cerca de 15 mil visitantes e lhe deu noto-
riedade junto do grande público. Entre os anos de 1976 e 1978 foi novamente
bolseira da Fundação Gulbenkian, estudando em Londres e na Suíça. A partir de
1978 dedicou-se também à temática das janelas, procurando utilizá-las como
metáfora da composição público-privado. Um ano depois, recebeu o Prémio de
Pintura da Academia Nacional de Belas Artes de Lisboa. Em 1998 foi agraciada
pelo Presidente da República Jorge Sampaio, com a Ordem do Infante D. Henri-
que, ao mesmo tempo que realizou a sua última exposição individual Os selos de
Maluda patrocinada pelos CTT, vindo a falecer um ano depois.
JOÃO CARLOS MARTINS
OS FADOS E AS CANÇÕES
DESTA NOITE
NAUFRÁGIO (Letra de Cecília Meireles e Música de Alain Oulman)
HAVEMOS DE IR A VIANA
(Letra de Pedro Homem de Mello e Música de Alain Oulman)
SE TODOS FOSSEM IGUAIS A VOCÊ
(Letra de Vinicius de Moraes e Música de Tom Jobim)
SAMBA EM PRELÚDIO
(Letra de Vinicius de Moraes e Música de Baden Powell)
A FELICIDADE (Letra de Vinicius de Moraes e Música de Tom Jobim)
FADO XUXU (Letra de Amadeu do Vale e Música de Frederico Valério)
AMÊNDOA AMARGA (Letra de Ary dos Santos e Música de Alain Oulman)
MADRUGADA DE ALFAMA
(Letra de David Mourão Ferreira e Música de Alain Oulman)
NOME DE RUA
(Letra de David Mourão Ferreira e Música de Alain Oulman)
MARIA LISBOA
(Letra de David Mourão Ferreira e Música de Alain Oulman)
EU SEI QUE VOU TE AMAR
(Letra de Vinicius de Moraes e Música de Tom Jobim)
O QUE TINHA DE SER
(Letra de Vinicius de Moraes e Música de Tom Jobim)
ARANJUEZ, MON AMOUR
(Adaptação de Guy Bontempellie e Música de Joaquin Rodrigo)
CANTO DE OSSANHA
(Letra de Vinicius de Moraes e Música de Baden Powell)
MEU AMIGO ESTÁ LONGE
(Letra de Ary dos Santos e Música de Alain Oulman)
PARTINDO-SE. SENHOR, PARTEM TÃO TRISTES
(Letra de João Roiz de Castelo Branco e Música de Alain Oulman)
MENINA DOS OLHOS TRISTES
(Letra de Reinaldo Ferreira e Música de José Afonso)
FORMIGA BOSSA NOVA
(Letra de Alexandre O’Neill e Música de Alain Oulman)
GAIVOTA (Letra de Alexandre 0’Neill e Música de Alain Oulman)
SAUDADES DO BRASIL EM PORTUGAL
(Letra de Vinicius de Moraes e Música de Homem Cristo)
MÃE PRETA (Letra de Piratini (Antônio Amábile) e Música de Caco
Velho (Mateus Nunes)
EL LERELE
(Letra de Genaro Monreal La Costa e Música de F. Muñoz Acosta)
SUMMERTIME
(Letra de DuBose Heyward e Ira Gershwin e Música de George Gershwin)
ABANDONO | FADO PENICHE
(Letra de David Mourão Ferreira e Música de Alain Oulman)
PRA QUE CHORAR (Letra de Vinicius de Moraes e Música de Toquinho)
SEI LÁ... A VIDA TEM SEMPRE RAZÃO
(Letra de Vinicius de Moraes e Música de Toquinho)
EU NÃO EXISTO SEM VOCÊ
(Letra de Vinicius de Moraes e Música de Tom Jobim)
MEDO (Letra de Reinaldo Ferreira e Música de Alain Oulman)
SAMBA DA BÊNÇÃO
(Letra de Vinicius de Moraes e Música de Baden Powell)
FADO MEU POVO (Letra e Música de Filipe La Féria)
9.
10. FILIPE
LA
FÉRIA
Iniciou a sua actividade teatral,
em 1963, como actor, no Teatro
Nacional, com Amélia Rey Colaço
tendoaindapertencidoàscompa-
nhiasdoTeatroEstúdiodeLisboa,
Teatro Experimental de Cascais e
Teatro da Cornucópia. Foi direc-
tor, durante 16 anos, do Teatro da Casa da Comédia, onde encenou, entre outros, Faz
Tudo, Faz Tudo, Faz Tudo!, A Paixão Segundo Pier Paolo Pasolini, A Marquesa de Sade,
Eva Péron, Savanah Bay, A Bela Portuguesa, Electra ou a Queda das Máscaras, Noites
de Anto, A Ilha do Oriente, revelando autores como Marguerite Yourcenar, Mishima,
Marguerite Duras ou Mário Cláudio.
Em 1990 escreve e encena What Happened to Madalena Iglésias e aceita o convite
como autor, encenador e cenógrafo de Passa por Mim no Rossio, no Teatro Nacional
D. Maria II, encenando, posteriormente, no mesmo Teatro As Fúrias de Agustina Bessa-
-Luís.
Dirige, em Bruxelas, o espectáculo inaugural da Europália (1991), e em Sevilha, o Dia de
Portugal na Expo Sevilha ’92. Estudou encenação em Londres como bolseiro da Funda-
çãoCalousteGulbenkianefoiprofessoruniversitáriodurantemaisdeumadécada,onde
regeu a cadeira de «Arte e Imagem» na Universidade Independente. Foi premiado várias
vezes pela Crítica, Casa da Imprensa, Secretaria de Estado da Cultura e vários órgãos
de comunicação social como autor, encenador e cenógrafo. No décimo aniversário do
25 de Abril, a Associação Portuguesa de Críticos premeia-o como uma das personalida-
des que mais se destacaram no Teatro. Foi condecorado Comendador com a Ordem do
Infante D. Henrique pelo Presidente da República, Dr. Mário Soares e em 2006 recebe
nova condecoração, a Grã-Cruz da Ordem do Infante, atribuída por outro Presidente da
República, Dr. Jorge Sampaio, tendo ainda sido condecorado com a Medalha de Ouro
da cidade de Lisboa. Ganhou os Globos de Ouro dos melhores espectáculos com Amália
em 2000, My Fair Lady em 2003, Música no Coração em 2006 e West Side Story em
2009.
Entre os muitos musicais que já escreveu, adaptou e encenou como Passa por Mim no
Rossio, Maldita Cocaína, Música no Coração, Amália, My Fair Lady, A Canção de Lisboa,
West Side Story, Jesus Cristo Superstar, Um Violino no Telhado, Piaf, A Gaiola das Lou-
cas, Annie e Fado | História de Um Povo, destacam-se, na área do teatro infantil, peças
como A Menina do Mar de Sophia de Mello Breyner Andresen, Alice no País das Mara-
vilhas de Lewis Carroll, A Estrela de Virgílio Ferreira e O Principezinho, o célebre livro de
Antoine Saint-Exupéry. Em 2009, faz a adaptação para teatro do clássico do cinema
O Feiticeiro de Oz e um ano depois, a adaptação da série televisiva O Sítio do Picapau
Amarelo num espectáculo visto por milhares de crianças que regressaram ao Teatro
Politeama para assistirem ao musical infanto-juvenil, Pinóquio, no mesmo ano em que
fazarevisãodasuacarreiraemOMelhordeLaFérianoCasinoEstorilerevelaVanessa
comoactriznopapeldeJudyGarlandnomusicalOFimdoArco-Íriseagora,aanfitriãem
UMA NOITE EM CASA DE AMÁLIA, um texto original de Filipe La Féria.
VANESSA AMÁLIA
Nosúltimosanos,otrabalhodeVanessa
pode ser visto em várias participações
televisivas nas galas dos Globos de
Ouro, novelas como Saber Amar, Mis-
tura Fina, Floribella, Celebridades, New
Wave, programas como Família Su-
perstar e Fátima, além de concursos
como Chuva de Estrelas, Reis do Estú-
dio, Academia de Estrelas e Cantigas
de Maldizer.
Tem sido também uma presença assí-
duanoFestivaldaCançãodaRTPonde
tem assegurado classificações entre
os três primeiros lugares com temas
como Além do sonho, O outro lado da
vida e Alvorada.
Depois de uma passagem pelo teatro de revista em peças como É o fim da ma-
cacada, Agarra que é honesto e Vai de email a pior. No campo dos musicais, foi
protagonistadeFamequeesteveemcenanoTeatroTivoliemLisboaenomusicalO
MELHORDELAFÉRIAnoCasinoEstoril,ondefoicantoraresidentedurantemaisde
dois anos. Vanessa revelou dotes invulgares como actriz e cantora, interpretando o
papeldeJUDYGARLANDemOFIMDOARCO-ÍRISdePeterQuiltercomencenação
de Filipe La Féria. Um papel que lhe valeu o galardão A Estatueta da Verdade atribu-
ído pela Revista Eles & Elas, após um mediático dueto com Bryan Adams em When
You’re Gonne no Rock in Rio.
MARCOS DE GÓIS VINICIUS DE MORAES
Licenciado em Artes Cénicas, o trabalho
de Marcos de Góis tem abarcado os vá-
rios palcos da representação desde o tea-
tro à televisão, passando pelo cinema.
Nos palcos brasileiros, defendeu textos
deBertholtBrecht-AExcepçãoeaRegra,
Henri Ibsen - O Inimigo do Povo, Calderón
de la Barca - A Vida é Sonho ou A Hora da
Estrela de Clarice Lispector, tendo uma
participaçãoespecialnomusicalOSamba
mandou-me chamar de Abelardo Figuei-
redo. Um dos protagonistas na série ro-
dada em Portugal, O Quinto Poder da TV
Record, Marcos de Góis entrou ainda em
filmes como Dias de Glória de Paulo Mo-
relli, Onde os Poetas Morrem Primeiro de Werner Schumann e Um Corpo caiu de
Valdir Milani.
11. PAULA FONSECA NATÁLIA CORREIA
Paula Fonseca teve a sua estreia como actriz
em À Procura do Presente com encenação de
Adolf Gutkin em 1987, como final do curso de
Locutor/Actor no Instituto de Formação, Inves-
tigação e Criação Teatral.
Um ano depois, no Teatro Aberto, entra em A
Rua com encenação de João Lourenço, uma
colaboração que se prolonga em peças como
Happy End e Romeu e Julieta em 1989 e Ópera
dos Três Vinténs em 1993.
Trêsanosantes,noTeatroExperimentaldeCas-
cais,édirigidaporCarlosAvillezemLeandro,Rei
de Heliria e ao longo dos anos, o seu trabalho
pôde ser visto em produções no Teatro da Co-
munacomoTopGirlscomencenaçãodeFernan-
da Lapa, Corações de Papel encenada por Maria Henrique e A Festa da Mimi por Carlos
Aurélio.Em1999,entranosEncontrosACARTE,dirigidaporMiguelSeabraemkFWFQ,
uma produção do Teatro Meridional a partir de Italo Calvino.
No Maria Matos, trabalha com Diogo Infante em Laramie (2006) e Cabaret (2008),
após ter entrado no musical da autoria de Carlos Tê, Cabeças no Ar, que Adriano Luz
encenou no São Luiz em 2005 contudo é com o encenador Fernando Gomes que Paula
Fonseca, que faz parte da KLASSIKUS, mantém uma colaboração mais permanente,
quenasceemAMarmitadePapinem1989atéUmCadáver…AtrásdaPortaem2010,
passando por espectáculos como Klassikus Cabaret, O Papá não estava Lá, O Estranho
Caso da Tia do Melro, A Tragédia, Viva o Casamento, A Vida Trágica de Carlota a filha da
engomadeira ou A Divina Loucura, entre muitas outras produções, nomeadamente do
Teatro Infantil de Lisboa como Pinóquio e Cinderella ambas em 1994 ou A Bela Muito
Adormecida em 1996.Agora será Natália Correia, uma das convidadas para UMA NOI-
TE EM CASA DE AMÁLIA, escrita e encenada por Filipe La Féria no Teatro Politeama.
RICARDO CASTRO ARY DOS SANTOS
DepoisdefrequentaroCursodaEscolaPro-
fissional de Cascais, estreia-se como actor
profissional, ao lado de João d’Ávila e Maria
do Céu Guerra, na adaptação do filme de Et-
tore Scola, Um Dia Inesquecível, encenada
por Hélder Costa em 1997. Em 2001, faz
parte do elenco de Amália, o musical escri-
to e encenado por Filipe La Féria, represen-
tando personagens como António Ferro, o
grande nome político da cultura do Estado
Novo.Nomesmoano,fazpartedanovelada
SIC, Ganância, mas é na TVI que entra nas
mais populares séries e novelas da estação
como Super Pai, Anjo Selvagem, Baía das Mulheres, O Prédio do Vasco, Morangos com
Açúcar IV e Flor do Mar, além das participações mais recentes em Noiva Precisa-se e
Noite de Paz, esta uma produção para a RTP. Simultaneamente trabalha em teatro,
mais precisamente nas revistas Lisboa regressa ao Parque e Vá para Fora…ou Vai Den-
tro! de Mário Rainho no Teatro Maria Vitória e no ano passado, dirigido por Celso Cleto,
sobe ao palco em Sabina Freire. Agora, convidado por La Féria, regressa ao Politeama
para o papel de José Carlos Ary dos Santos.
12. CLÁUDIA SOARES MALUDA
Estudou percussão no Conservatório Nacional de Lisboa. Gravou
ogenéricodatelenovela“SonhosTraídos”.FezpartedaGirlsBand
Bombocas,durante3anos.ParticipounoFestivaldaEurovisãoda
Canção 2007, como coralista. Participou na Gala 7 Maravilhas,
no musical Música no Coração, Jesus Cristo Superstar e West
Side Story – Amor sem Barreiras de Filipe La Féria. Também com
La Féria, trabalhou em Annie e O Feiticeiro de Oz no Teatro Rivoli,
Um Violino no Telhado e O Sítio do Picapau Amarelo no Teatro
Politeama e O Melhor de La Féria no Casino Estoril.
RUI ANDRADE MILITAR
Participouemváriosprogramasdetelevisãocomo«Ídolos»e«Nasci
p’ra Música», além de ter ficado em 3º lugar nas duas últimas edi-
ções do Festival RTP da Canção. Protagonizou o musical «José e o
deslumbrante manto de mil cores» em cena no Coliseu do Porto e
Teatro Gil Vicente em Coimbra. Com Filipe La Féria, participou em
musicais como, «West Side Story | Amor Sem Barreiras», «Jesus
Cristo Superstar», «O Principezinho», «Música no Coração», «Piaf»
e «Um Violino no Telhado» no Teatro Politeama. Em televisão, entrou
na série «Morangos com Açúcar», protagonizou o telefime «Até que
a vida nos separe» e, recentemente, participou como convidado especial em «A Tua Cara
Não Me É Estranha» além de fazer parte do elenco da novela «Doce Tentação» na TVI.
ROSA AREIA CASIMIRA
Com uma larga experiência de palco, estreou-se na Academia de
Santo Amaro e participou como actriz, directora de cena e assis-
tentedeencenaçãodeHenriqueSantana.Emtelevisão,entrouna
série «Médico de Família» na SIC e na novela «Cinzas» na RTP. De
regresso ao teatro, integrou o elenco de «Rosa Tatuada», «Amá-
lia», «My Fair Lady», «A Canção de Lisboa» e foi protagonista em
«A Minha Tia e Eu», sempre com a encenação de La Féria. Duran-
te a sua passagem pelo Teatro Rivoli, desenvolveu trabalhos de
contra-regra e direcção de cena em peças como «Jesus Cristo
Superstar»,«MúsicanoCoração»,«UmViolinonoTelhado»,«ACasadoLago»,«OPrincipezi-
nho», «Alice no País das Maravilhas» e «O Feiticeiro de Oz». No Politeama, foi a Tia Benta em
«O Sítio do Picapau Amarelo», tendo continuado o seu trabalho de contra-regra em peças
como «Um Violino no Telhado», «A Flor do Cacto» e «Judy Garland | O Fim do Arco-Íris».
PEDRO MARTINHO HUGO RIBEIRO
Como ator profissional desde 1995, trabalhou com a Compa-
nhia dos Satyros, La Fura dels Baus, Els Comediants, Companhia
de Teatro Praga, Companhia do Chapitô, Companhia de Teatro
O Bando, Companhia de Dança Teatro Senza Tempo/Barcelo-
na, Associação Cultural Os Ditirambus, Companhia de Teatro A
Vertigem/S. Paulo, Associação Cultural A Gaveta, Plano 6, Tea-
tro Politeama, Ciclo do Porto - Radar 360º em autores como Tho-
mas Bernard, Shakespeare, Mia Couto, Federico Garcia Lorca,
Isabel Medina, Nuno Júdice, Cláudia Violante, Artaud, Strindberg,
Heiner Muller, Margarite Duras, G. Buchner, O. Pannizza, Anton Tchecov, Luís Mourão, An-
drew L.Webber, Gonçalo M. Tavares, Maria Velho da Costa, John Steinbeck. Em televisão
com participações em” A Lenda da Garça” para a RTP, nas séries «Os Jornalistas» e «Até
Amanhã Camaradas» e as novelas «Podia acabar o mundo», «Laços de Sangue» e «Família
Mata» na SIC e «Todo o Tempo do Mundo» e «Deixa-me Amar» para a TVI
HUGO RENDAS ALAIN OULMAN
Começou por fazer Teatro em Torres Ve-
dras. Participou em concursos televisivos
como «Selecção de Esperanças» e «Todos
ao Palco», após o qual começou a traba-
lharcomFilipeLaFériaemgrandesprojec-
tos como «40 anos da RTP», «Camaleão
Virtual Rock», «Festival da Canção 97»,
«Paris Hotel» e «Campo Pequeno de Novo
em Grande». No Teatro Politeama cola-
borou em espectáculos de Filipe La Féria
como «Maria Callas», «Rosa Tatuada» e
«Música no Coração». No Musical «Jesus
Cristo Superstar» interpretou Herodes e
em «O Principezinho» o Aviador, sendo ga-
lardoado com o prémio actor-revelação de
2007 por ambas as interpretações. De-
pois da participação como o romântico Ri-
cardoDelCarloem«AGaioladasLoucas»,
Hugo Rendas vestiu o fato do tímido Mo-
tel, o alfaiate de «Um Violino no Telhado»,
papel que rendeu novo prémio de interpretação atribuído pelo Guia dos Teatros e em «A
Flor do Cacto», desempenhou o papel de Igor. Mais recentemente, foi Mickey Deans, o
último marido de Judy Garland em O Fim do Arco-Íris na versão que Filipe La Féria apre-
sentou no Teatro Politeama.
NUNO GUERREIRO DAVID MOURÃO-FERREIRA
Em teatro participou em peças como «A
Importância de Ser Amável», encenado
por Fernando Heitor, «O Gato que Chove»,
encenado por Maria Emília Correia e na
revista «Preço Único» no Parque Mayer.
No Teatro Politeama participou, sob a
direcção de Filipe La Féria, em «Maldita
Cocaína», «Jasmim ou o Sonho do Cine-
ma», «Amália», «My Fair Lady», «A Rainha
do Ferro-Velho», «A Canção de Lisboa» e
foi um memorável Tenente Schrank em
«West Side Story | Amor Sem Barreiras».
Participou também em televisão, nome-
adamente nos telefilmes da SIC «Facas e
Anjos» e «Monsanto». Em «A Flor do Cac-
to», Nuno Guerreiro regressou ao Teatro
Politeama para o papel do blasé César
Ponti. Nos últimos tempos, dedicou-se
mais à encenação, tendo sido assistente
de La Féria em «A Casa do Lago» no Tea-
tro Rivoli no Porto, em «Fado | História de
Um Povo» e «O Melhor de La Féria» que
esteve em cena durante vários meses no
Salão Preto e Prata do Casino Estoril.
13.
14. DIRECÇÃO ARTÍSTICA | FILIPE LA FÉRIA
ASSISTENTE DE ENCENAÇÃO | LUÍS MOREIRA
DIRECÇÃO DE PRODUÇÃO
| MARIA RUIVO | IRENE DE SOUSA | CARLOS GONÇALVES
PRODUÇÃO | CATARINA LA FÉRIA | MARGARIDA LOURENÇO
| JOÃO CARLOS MARTINS
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JOÃO BORGES LOURENÇO
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Filipe La Féria e o Teatro Politeama agradecem a especial colaboração
de Deolinda Pena Costa.
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