SlideShare uma empresa Scribd logo
1 de 13
Baixar para ler offline
ELABORAÇÃO DE MAPAS TURÍSTICOS EM ABIENTE SIG: A
INTERDISCIPLINARIEDADE ENTRE A GEOGRAFIA, A CARTOGRAFIA E O
GEOPROCESSAMENTO NA CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO
Sarah Almeida de Oliveira/Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia
saraholiveira_geo@yahoo.com.br
Eloísio Michalski Abreu/Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia
garrincha_dw@hotmail.com
INTRODUÇÃO
O contexto econômico de Nova Friburgo, cidade da região serrana do estado do Rio
de Janeiro, é bem diversificado. Nova Friburgo atingiu seu desenvolvimento industrial e
comercial, sem perder suas raízes culturais, e tornou-se, também, um excelente pólo
turístico, podendo orgulhar-se daqueles imigrantes pioneiros[1] que vieram de tão longe
para construir essa cidade de características ímpares.
Dentre demais aspectos econômicos, o Município tem um forte apelo para o turismo
devido à sua paisagem natural, ainda pouco transformada pela ação do homem. Destacam-
se vários pontos de interesses geológicos, geográficos e histórico/culturais. A paisagem da
cidade é composta por um misto de montanhas com seus picos e construções imponentes
tanto da época colonial quanto modernas.
O clima da cidade é tropical de altitude, com invernos frios e secos e verões
amenos. O que é uma alternativa ao calor da região metropolitana da cidade do Rio de
Janeiro. A cidade também conta com o turismo de compras, é grande o número de pessoas
que sobem à cidade friburguense em busca da Moda Íntima. Setor que registra significativo
crescimento no mercado regional e, até, nacional. Segundo reportagem da Revista Veja
(julho/2008), a cidade é sede de 900 confecções e coloca por ano no mercado 125 milhões
de peças, ou seja, um quarto do total nacional.
Seu relevo estimula a grande demanda turística da região, determinada
principalmente pela beleza local e a qualidade de seu clima. O montanhismo, desde as
escaladas até as excursões leves e simples caminhadas, é a atividade mais praticada em
Nova Friburgo.
Lumiar e Mury são sinônimos de paz e tranqüilidade. A exuberância da vegetação e
a proximidade do Rio Macaé formam a paisagem e o local propícios para o turismo
ecológico e para esportes radicais como a canoagem e o montanhismo.
O clima, a vegetação e o relevo contribuem diretamente para a grande demanda
turística da cidade. O fato de existirem resquícios de mata atlântica e muitos lugares
vegetações densas, atrai pessoas que buscam a tranquilidade inexistente nos grandes
centros. As áreas rurais conservam costumes antigos, ambiente rústico e aconchegante, o
que contribui para este movimento em busca de lugares amenos e pitorescos.
No entanto, o quadro da educacional de Nova Friburgo segue a tendência de muitos
outros municípios. As escolas sofrem com falta de professores e de recursos, a evasão
escolar continua e o acesso a muitas delas se torna difícil em função da distância, em
especial as escolas localizadas na zona rural. Esses e o problema de carência de recursos
técnico-didáticos reduzem as possibilidades dos professores dinamizarem suas salas de aula
e a consequência é que as práticas de ensino ficam restritas ao que é proposto no livro
didático.
Na prática de ensino da ciência geográfica, a carência de ferramentas de trabalho
reduz significativamente as possibilidades de aprendizagem. Restrita as possibilidades que
são disponibilizadas em sala de aula, a aprendizagem de geografia se torna maçante, sem
chances de ampliar os horizontes dos estudantes e, muito menos, trazer para sala de aula as
propostas de mudanças que a ciência geográfica vem apresentando ao longo dos anos.
Ao considerar a relação das atividades de turismo com as diversas áreas do
conhecimento, verificou-se sua intrínseca ligação com as geociências e com a cartografia,
em especial, já que ela é ponto de partida para a localização e reconhecimento dos pontos
turísticos de uma região.
Como instrumentos de trabalho podem ser identificados, então, as geotecnologias
em geral e a Geografia, em particular. Instrumentos que na utilização como recursos
didático-pedagógicos serão muito úteis no ensino do conceito e na percepção do espaço,
também, na compreensão das relações homem x natureza e na evolução sócio-espacial do
local onde se vive. Esses instrumentos concorrerão para que o ensino da ciência geográfica
se torne uma prática relacionada com a realidade – com o espaço vivido – dos alunos. Isto
requer que se leve ao aluno conhecimentos técnicos científicos que não fazem parte do seu
cotidiano - o geoprocessamento é um exemplo. E necessário avançar, em sala de aula, na
utilização de conhecimentos matemáticos e computacionais que são fundamentais ao
reconhecimento e criação de informações.
Utilizar o geoprocessamento e a cartografia, na prática do ensino da Geografia,
certamente, facilitará a construção do conhecimento da realidade. Os instrumentos de
trabalho possibilitados pelos conhecimentos cartográficos são facilitadores para que o
ensino seja parte do que o aluno vive no seu dia-a-dia, na cidade ou no campo. Lacoste
(1988) questiona a falta de compromisso da escola em relação à educação cartográfica,
enfatizando que se vai à escola para aprender a ler, escrever e contar. Por que não para
aprender a ler uma carta? Este questionamento demonstra que os próprios teóricos da
Geografia percebem a necessidade da Cartografia dentro do ensino.
Nesta perspectiva, utilizando como ferramenta o Sistema de Informação Geográfica
(SIG), o presente trabalho tem como objetivo, nas atividades da prática de ensino de
Geografia, a elaboração de um banco de dados espacial dos principais pontos turísticos,
prédios e espaços históricos da cidade de Nova Friburgo e a construção do mapa turístico
do município. Todas as etapas do processo devem ser elaboradas pelos próprios alunos que
participam do projeto, sob a orientação interdisciplinar dos professores de Geografia,
História e Matemática.
Esse mapa ficará á disposição das Secretarias de Educação e de Turismo do
Município, assim como o banco de dados para sua constante atualização.
DESENVOLVIMENTO
O Geoprocessamento é uma ferramenta de grande utilidade para a compreensão do
espaço e da sua dinâmica, por isso, influencia diretamente o estudo da Cartografia e da
Geografia e de outras ciências. Com a revolução digital e a popularização da internet, as
informações obtidas a partir do Geoprocessamento puderam ser acessadas por especialistas
e leigos.
Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, a Alfabetização Cartográfica é
fundamental para que os alunos possam continuar sua formação iniciada nas séries iniciais
e, posteriormente, trabalhar com a representação cartográfica. Portanto, o aluno precisa
aprender os elementos básicos da representação cartográfica para que possa efetivamente
ler os mapas.
Os PCN’s de Geografia também afirmam que:
O estudo da linguagem cartográfica, por sua vez, tem
reafirmado sua importância, desde o início da escolaridade.
Contribui não apenas para que os alunos venham a
compreender e utilizar uma ferramenta básica da geografia, os
mapas, como também para desenvolver capacidades relativas
à representação do espaço.
O Sistema de Informações Geográficas, o SIG, é a ferramenta computacional do
geoprocessamento, ou seja, este sistema faz com que as informações adquiridas sejam
digitalizadas passando por processos de aquisição, tratamento, processamento, recuperação,
manipulação, modelagem, análise e exibição das imagens geoferrenciadas.
Dessa forma, pode-se afirmar que o ambiente SIG renovou a cartografia,
concedendo nova forma a apresentação e elaboração de dados e possibilitando a construção
de conhecimento e informações. Em suma, a partir do SIG, a cartografia deixa aos poucos
de ser uma ciência estática e tem chance de adquirir mobilidade, portanto, adequada a ser
utilizada como recurso didático, em sala de aula.
Para a realização deste trabalho, foram utilizados os seguintes materiais:
§ mapas topográficos do IBGE, em escala 1:50.000, de 1978, em formato digital;
§ imagens orbitais Quickbird, Ikonos e Spot, de 2005, cedidas pelo Programa
Pró-Cidade, Prefeitura Municipal de Nova Friburgo;
§ software Spring, versão 4.3.3, © 1991-2009 SPRING - DPI/INPE;
§ software ArcGIS/ArcGRID, version 9.2, © Environmental Systens Research
Institute, Inc;
§ Garmim GPS III Plus;
§ Estudo Sócioeconômico de Nova Friburgo, 2005, realizado pelo Tribunal de
Contas do Estado do Rio de Janeiro;
§ Plano Diretor Participativo de Nova Friburgo, de 2007 (Lei n° 024, de 28 de
dezembro de 2007), cedido pelo Programa Pró-Cidade, Prefeitura Municipal de Nova
Friburgo;
No projeto de prática de ensino da disciplina de Cartografia os alunos tomaram
contato com a conceituação teórica básica que envolve o uso de dados espaciais. Essa
conceituação teórica, porém, não foi considerada como suficiente para tornar o aluno capaz
de abstrair suas aplicações.
Professora e alunos perceberam na prática cotidiana do curso de Geografia –
Licenciatura Plena, da Faculdade Santa Dorotéia, o que afirma MACAGNAM (2001),
O desafio de hoje, no Brasil, é, de um lado, habilitar
professores (principalmente os de Geografia) a introduzir no Ensino
Fundamental os conceitos básicos utilizados em Geoprocessamento
e, de outro, capacitar os estudantes dos diversos cursos universitários
a utilizá-lo nas suas atividades de pesquisa e prática.
Propôs-se, então, que os alunos tivessem um contato inicial com a prática da
utilização de softwares de Geoprocessamento/Geotecnologia e seus produtos para que essa
capacidade fosse desenvolvida durante o curso e que, possivelmente, será utilizada no
decorrer de sua atuação profissional dentro ou fora de sala de aula.
Como resultado dessas reflexões, surgiu a proposta do projeto de construção de um
mapa de Nova Friburgo. Considerou-se na seleção do tema, dentre outros aspectos, a
vocação turística do Município.
Para a execução da tarefa - a elaboração do mapa turístico da região de Nova
Friburgo - dividiu-se o trabalho em seis etapas:
1. Revisão bibliográfica;
2. Reconhecimento da região através de dados cartográficos existentes;
3. Pesquisa, coleta e compilação dos dados cartográficos;
4. Pesquisa e visitas a campo para o georreferenciamento das atrações
naturais e culturais do município;
5. Testes e propostas com o intuito de avaliar a legibilidade do mapa;
6. Elaboração final do mapa;
Durante o trabalho foi preciso georreferenciar algumas atrações que não foram
encontradas nas bases cartográficas existentes e pesquisadas. O levantamento dos pontos
foi feito, basicamente, tomando-se nota das coordenadas planas (UTM) dos pontos,
fornecidas por um receptor GPS de navegação ou através da sua localização nas imagens de
alta resolução (Quickbird), conforme ilustra a Figura 1.
Figura 1: Imagens orbitais utilizadas na localização dos pontos turísticos.
Outra etapa relacionada à execução deste trabalho foi o reconhecimento dos pontos
turísticos, mediante a metodologia de trabalhos de campo. Nessa etapa do trabalho foi
oportuno aprofundar os estudos de alguns conceitos geográficos e promover alguns debates
relativos a esses conceitos.
Essa metodologia serviu, principalmente, para aproximar o aluno da realidade –
espaço vivido. Só é possível agregar valor àquilo que se conhece. Paulo Freire (1996)
defende teorias da aprendizagem como desenvolvimento do conhecimento que ocorre na
relação entre o indivíduo e o meio ambiente. Em casos com esse, o trabalho de campo,
aliado às geotecnologias, é ótima estratégia de ensino.
A compilação dos dados cartográficos recolhidos na pesquisa e em campo, a seleção
e tratamento dos mesmos, foram realizadas em sala de aula (Laboratório de Computadores)
da Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia, utilizando o software Spring onde se efetuou a
ligação entre o banco de dados e a base cartográfica digital, permitindo assim construir
diversos mapas referentes à região e o software ArcGIS onde foram montados os layouts e
a tabulação dos dados.
Devido à existência de um grande número de informações coletadas, foi preciso
avaliar e selecionar quais elementos são mais importantes na elaboração de um mapa
turístico. Estabeleceu-se uma hierarquia entre os dados cartográficos: localização do
próprio município, os pontos culturais e naturais foram considerados prioritários. Também
a localização das rodovias de ligação e acessos ao Município e seus pontos turísticos foi
considerada importante, uma vez que o turismo ocorre mediante os deslocamentos de
turistas por essas estradas. Houve destaque para a rede hidrográfica e a divisão dos
municípios limítrofes, com o intuito de contextualizar a região.
A caracterização do relevo foi realizada utilizando-se o modelo digital de elevação
gerado pela Shutle Radar Topographic Mission (SRTM)[2] para o Estado do Rio de
Janeiro. O modelo foi utilizado com vistas a ressaltar as unidades geomorfológicas: Três
Picos, Caledônia, etc., uma vez que essas áreas compõem a paisagem natural da região.
O simbolismo pictórico caracteriza um mapa turístico, além de permitir a associação
direta entre o desenho e o seu correspondente. Nesse contexto, produziu-se uma matriz com
os nomes dos principais pontos e seus respectivos símbolos gráfico-pictóricos para compor
a legenda. Procurou-se selecionar apenas os símbolos que contemplassem os atrativos
turísticos, descartando aqueles referentes a serviços e infra-estrutura turística, como uma
forma de homogeneizar as informações. Acrescentou-se a legenda dos demais elementos
cartográficos dispostos no mapa, por se entende sua importância de acordo com o que
afirma Martinelli (2003):
toda a atenção deve ser dada à legenda, pois constitui
a porta de entrada para que o leitor ingresse no conteúdo do
mapa de forma completa.
Ressalta-se a importância dada à escala dentro da ciência cartográfica, visto que esta
determina o espaço disponível para a representação dos símbolos no mapa. A seleção das
informações importantes em uma base de dados deve resultar em uma representação clara e
informativa do fenômeno geográfico. Nesse sentido procurou-se dar visibilidade ao mapa,
ocupando todos os espaços disponíveis do layout em formato A3, alcançando a escala final
de 1:180.000. Considera-se esta escala média, porém é necessário observar o tamanho da
área, que se apresenta como uma região relativamente grande, abrangendo todo o município
de Nova Friburgo, com 934 km2
. No mapa, a escala foi representada graficamente, em
quilômetros. Foram inseridas coordenadas UTM, uma vez que todos os dados cartográficos
utilizados estavam assim referenciados. Nesse contexto, pode-se dizer que os detalhes
ficaram satisfatoriamente bem representados.
Foi gerada, ainda, uma Tabela de Atributos contendo o identificador (Id), nome e
descrição de cada ponto turístico natural e/ou cultural, conforme ilustra a Figura 2.
Figura 2: Ilustração da tabela de atributos gerada no ArcGIS.
RESULTADOS
É incontestável que o uso da tecnologia está presente na vida cotidiana de pessoas
de qualquer idade e classe socioeconômica, despertando a curiosidade e, principalmente,
favorecendo a praticidade e a agilidade nas atividades diárias de todos.
Considerando que a vida fora da sala de aula está informatizada, não se pode mais
permitir que a prática de ensino, em especial de Geografia, continue distante desse
processo. Visto que o ato de ensinar significa preparar o cidadão para a vida, a educação
deve acompanhar o avanço da tecnologia, utilizando-a como recurso didático-pedagógico.
O mundo está informatizando todos os setores do cotidiano das pessoas, inclusive os
setores profissionais, logo, os alunos precisam se instrumentalizar para o mundo de trabalho
informatizado.
Assim, o presente trabalho destaca-se por possibilitar o acesso a estudos e propostas
de práticas, para além das convencionais, que reforçam a necessidade e a importância da
orientação espacial e da iniciação cartográfica na vida do aluno. Propõe que se utilize o
computador como ferramenta para executar atividades cartográficas, com as necessárias
adaptações metodológicas adequadas ao ensino da cartografia e utilização de recursos mais
específicos da área, tais como as imagens de satélite, os programas de cartografia digital, o
Global Position System (GPS), as informações da Internet, os ilimitáveis recursos da
computação (softwares e hardwares) e os inúmeros mapas que podem ser facilmente
acessados.
O constante crescimento da atividade turística requer cada vez mais a qualificação e
especialização de seus produtos e serviços, daí ser importante se trabalhar na melhoria da
qualidade dos mapas turísticos produzidos até o momento. É fundamenta se atende à
demanda cada vez mais especializada. Por isso a necessidade de se aperfeiçoar o processo
de execução, elevando a qualidade desses mapas, fundamentados em bases cartográficas de
fato, para que deixem de ser meras ilustrações.
Os SIG’s apresentam uma vasta biblioteca de símbolos, que auxiliam na
caracterização das primitivas cartográficas, por meio da generalização. Além da tabela de
atributos, que é facilmente editada contribuindo para a inserção ou exclusão de elementos
gráficos do mapa. A sobreposição de dados realizada em um SIG contribui para a análise da
legibilidade e espacialidade dos dados geográficos, evitando conflitos entre os elementos.
Um aspecto importante no processo de elaboração do mapa é avaliar a importância
de cada item. Esse procedimento se torna eficaz à medida que existe uma diversidade de
elementos a serem representados e se faz necessário torná-los mais ou menos perceptíveis,
de acordo com sua importância para o deslocamento e orientação de turistas.
A Figura 3, a seguir, mostra o mapa turístico elaborado.
Figura 3: Mapa turístico de Nova Friburgo, RJ.
Mapas, como o desenvolvido neste trabalho, não se configuram como estáticos,
podendo ainda ser atualizados através de novas bases cartográficas ou ainda adicionando-se
novas atrações turísticas, conforme estas forem sendo criadas ou reconhecidas como tal. Os
mapas turísticos são ainda caracterizados por pictogramas, permitindo a associação direta
entre o desenho e a palavra correspondente. Dessa forma, as atrações culturais e naturais do
município podem também ser representadas por diferentes pictogramas para compor sua
legenda.
A composição do Mapa Turístico de Nova Friburgo com a inclusão dos pictogramas
será realizado em trabalho futuro, a ser inserida na disciplina Cartografia Temática, do
Curso de Geografia – licenciatura Plena,
Do ponto de vista pedagógico, objetiva-se, com este projeto, a formação o aluno de
licenciatura em Geografia pró-ativo, capaz de atualizar-se diante dos principais avanços
técnico-científico, capaz, portanto, de selecionar e utilizar técnicas e metodologias
inovadoras, num constante processo de aperfeiçoamento, visando sua atuação profissional
na prática de Geografia na sala de aula, em particular, e, em geral, enquanto cidadão, na
sociedade.
Considera-se que, com a inserção do Geoprocessamento no Ensino Fundamental e
Médio, se promova, a médio prazo, a renovação da prática do ensino da Geografia nos
espaços escolares. E, assim os saberes da academia, passam a fazer parte dos saberes da
Geografia escolar. Deixa a Geografia de ser algo estático para se tornar uma ciência da
reflexão e relação com o real e cotidiano, podendo promover uma melhora significativa da
prática de seu ensino, no limite e extra muros da sala de aula. Pois a cartografia tem muito a
contribuir neste processo, na maneira de contar a evolução do espaço, até para fins
turísticos.
Professores com maior e melhor qualificação e capacitados para utilização de
recursos didáticos – sem desconsiderar salários dignos – terão atuação mais eficiente
aspecto importante para que despertem nos alunos o gosto e interesse Geografia. Só assim
esta ciência se tornará algo significativo na formação do cidadão crítico e participativo na
construção e organização sócio-espacial, do mundo contemporâneo.
CONCLUSÕES
Em geral, os alunos da disciplina de Cartografia, de Geografia – Licenciatura Plena,
necessitam de algum tempo para compreender o funcionamento dos softwares e
metodologias citadas, também, para associarem sua utilização aos conceitos relacionados
ao método de mapeamento que dá origem aos mapas temáticos. Entretanto, as dúvidas
podem e devem ser dirimidas com a utilização de metodologias convencionais por meio de
aulas expositivas com leitura prévia da literatura clássica indicada à cartografia e ao
Geoprocessamento.
Entendendo o mapa como uma ferramenta básica para a comunicação de muitas
informações, é importante desenvolver e aplicar atividades que utilizem as novas
tecnologias na formação do profissional. Também se ressalta a necessidade de adaptações
das atividades de acordo com o perfil da turma: número de alunos, grau de interesse sobre
determinados assuntos e atividades, estrutura física da sala de aula ou da escola,
experiência de vida dos alunos, relacionamento entre eles e o desenvolvimento da
competência e habilidades para se trabalhar em equipes, dentre outros aspectos.
Deve-se, no entanto, lembrar que esse tipo de atividade não é para substitui as
atividades convencionais, mas sim, somar-se a estas na prática de ensino de Geografia
visando uma melhor aprendizagem. Ou melhor, enriquecer a dinâmica da sala de aula e
tornar presente no cotidiano escolar os avanços provenientes da evolução tecnológica que
são constantes nas diversas áreas do conhecimento hodierno.
Além da aplicação em mapa temático relativo ao turismo, há várias outras formas de
se usar as novas tecnologias na sala de aula. Porém, propostas publicadas, especialmente
voltadas ao ensino da cartografia, ainda são escassas no Brasil. A constatação deste fato foi
o mote motivador para apresentação no X ENPEG deste trabalho de práticas de Geografia,
desenvolvido pela turma do primeiro período de curso de Geografia- Licenciatura Plena, da
Faculdade Santa Dorotéia.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa.
São Paulo: Paz e Terra. 1996. (Coleção Leitura).
LACOSTE, I. A Geografia, isso serve em primeiro lugar para fazer a Guerra.
Campinas. Papirus, 1988.
MACAGMAN, I. R. Introduzindo Geoprocessamento/SIG na Escola. Boletim
de Geografia, nº 2, p.89-96, 2001.
MARTINELLI, M. Cartografia Temática: Caderno de Mapas. São Paulo:
Editora da Universidade de São Paulo, 2003.
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS – GEOGRAFIA. Ensino
fundamental I e II. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Brasília:
MEC,1998
§ PLANO DIRETOR DA CIDADE DE NOVA FRIBURGO (Lei n° 024, de 28
de dezembro de 2007), Programa Pró-Cidade, Nova Friburgo/RJ: PMNF, 2007.
....
[1] A cidade que conhecemos hoje por Nova Friburgo foi berço do primeiro
movimento migratório organizado de europeus não-portugueses para o Brasil. A vinda de
imigrantes suíços para a Colônia do Morro Queimado, onde é hoje Friburgo, em 1819,
abriu precedentes para a vinda de alemães, espanhóis e italianos em seguida, na segunda
metade do século XIX (Fonte: Prefeitura Municipal de Nova Friburgo).
[2] Disponível em: <http://www.ecologia.ufrgs.br/labgeo/SRTM_BR.php>.

Mais conteúdo relacionado

Mais procurados

11º gestao curr 2_areasurbanas
11º gestao curr 2_areasurbanas11º gestao curr 2_areasurbanas
11º gestao curr 2_areasurbanasIlda Bicacro
 
Artigo egal 2013 final
Artigo egal 2013   finalArtigo egal 2013   final
Artigo egal 2013 finalpibidgeouffs
 
Apresentação guia geral - Gestar II
Apresentação guia geral - Gestar IIApresentação guia geral - Gestar II
Apresentação guia geral - Gestar IIGlaucia_Vieira
 
11ºc gestao curr 1_areasrurais
11ºc gestao curr 1_areasrurais11ºc gestao curr 1_areasrurais
11ºc gestao curr 1_areasruraisIlda Bicacro
 
Resumo ii sepe publicação final
Resumo ii sepe   publicação finalResumo ii sepe   publicação final
Resumo ii sepe publicação finalpibidgeouffs
 
A construção de um aplicativo para o ensino híbrido: um estudo de caso nas au...
A construção de um aplicativo para o ensino híbrido: um estudo de caso nas au...A construção de um aplicativo para o ensino híbrido: um estudo de caso nas au...
A construção de um aplicativo para o ensino híbrido: um estudo de caso nas au...Camila Brito
 
Panorama do ensino de cartografia em sc
Panorama do ensino de cartografia em scPanorama do ensino de cartografia em sc
Panorama do ensino de cartografia em scpibidgeouffs
 
Portfólio wilson matemática
Portfólio wilson matemáticaPortfólio wilson matemática
Portfólio wilson matemáticaDelziene Jesus
 
Pc sc fundamentos-teoricos_metodologicos_ensino_geo
Pc sc fundamentos-teoricos_metodologicos_ensino_geoPc sc fundamentos-teoricos_metodologicos_ensino_geo
Pc sc fundamentos-teoricos_metodologicos_ensino_geoJuscelino C Felipe
 
Edital de seleção_para_bolsista_pibd.docx_sugestão_-_c ópia
Edital de seleção_para_bolsista_pibd.docx_sugestão_-_c ópiaEdital de seleção_para_bolsista_pibd.docx_sugestão_-_c ópia
Edital de seleção_para_bolsista_pibd.docx_sugestão_-_c ópiaUniversidade Federa do Pará
 

Mais procurados (12)

11º gestao curr 2_areasurbanas
11º gestao curr 2_areasurbanas11º gestao curr 2_areasurbanas
11º gestao curr 2_areasurbanas
 
Artigo egal 2013 final
Artigo egal 2013   finalArtigo egal 2013   final
Artigo egal 2013 final
 
Apresentação guia geral - Gestar II
Apresentação guia geral - Gestar IIApresentação guia geral - Gestar II
Apresentação guia geral - Gestar II
 
11ºc gestao curr 1_areasrurais
11ºc gestao curr 1_areasrurais11ºc gestao curr 1_areasrurais
11ºc gestao curr 1_areasrurais
 
Momentos da aula de campo
Momentos da aula de campoMomentos da aula de campo
Momentos da aula de campo
 
Resumo ii sepe publicação final
Resumo ii sepe   publicação finalResumo ii sepe   publicação final
Resumo ii sepe publicação final
 
A construção de um aplicativo para o ensino híbrido: um estudo de caso nas au...
A construção de um aplicativo para o ensino híbrido: um estudo de caso nas au...A construção de um aplicativo para o ensino híbrido: um estudo de caso nas au...
A construção de um aplicativo para o ensino híbrido: um estudo de caso nas au...
 
Panorama do ensino de cartografia em sc
Panorama do ensino de cartografia em scPanorama do ensino de cartografia em sc
Panorama do ensino de cartografia em sc
 
Portfólio wilson matemática
Portfólio wilson matemáticaPortfólio wilson matemática
Portfólio wilson matemática
 
Poster projeçoes
Poster projeçoesPoster projeçoes
Poster projeçoes
 
Pc sc fundamentos-teoricos_metodologicos_ensino_geo
Pc sc fundamentos-teoricos_metodologicos_ensino_geoPc sc fundamentos-teoricos_metodologicos_ensino_geo
Pc sc fundamentos-teoricos_metodologicos_ensino_geo
 
Edital de seleção_para_bolsista_pibd.docx_sugestão_-_c ópia
Edital de seleção_para_bolsista_pibd.docx_sugestão_-_c ópiaEdital de seleção_para_bolsista_pibd.docx_sugestão_-_c ópia
Edital de seleção_para_bolsista_pibd.docx_sugestão_-_c ópia
 

Destaque

Motor de Partida ( Automotivo )
Motor de Partida ( Automotivo )Motor de Partida ( Automotivo )
Motor de Partida ( Automotivo )Ricardo Akerman
 
Gotas de luz (psicografia chico xavier espírito casimiro cunha)
Gotas de luz (psicografia chico xavier   espírito casimiro cunha)Gotas de luz (psicografia chico xavier   espírito casimiro cunha)
Gotas de luz (psicografia chico xavier espírito casimiro cunha)Ricardo Akerman
 
Gotas de paz (psicografia chico xavier espírito emmanuel)
Gotas de paz (psicografia chico xavier   espírito emmanuel)Gotas de paz (psicografia chico xavier   espírito emmanuel)
Gotas de paz (psicografia chico xavier espírito emmanuel)Ricardo Akerman
 
Administrasi Pendidikan Bidang Garapan Hubungan Masyarakat
Administrasi Pendidikan Bidang Garapan Hubungan MasyarakatAdministrasi Pendidikan Bidang Garapan Hubungan Masyarakat
Administrasi Pendidikan Bidang Garapan Hubungan MasyarakatWahyu Prihatin
 
How to improve your presentation
How to improve your presentationHow to improve your presentation
How to improve your presentationVishal Gupta
 
David Resume - updated 12-14-2015
David Resume - updated 12-14-2015David Resume - updated 12-14-2015
David Resume - updated 12-14-2015Steinkraus David
 
Урок 36 для 11 класу - Вибирання елементів з масиву за певним критерієм.
Урок 36 для 11 класу - Вибирання елементів з масиву за певним критерієм.Урок 36 для 11 класу - Вибирання елементів з масиву за певним критерієм.
Урок 36 для 11 класу - Вибирання елементів з масиву за певним критерієм.VsimPPT
 
Mediunidade na bíblia (cefak)
Mediunidade na bíblia (cefak)Mediunidade na bíblia (cefak)
Mediunidade na bíblia (cefak)Ricardo Akerman
 
Estructuras organizativas del centro escolar
Estructuras organizativas del centro escolarEstructuras organizativas del centro escolar
Estructuras organizativas del centro escolarSarah Ana Dahux Ahssain
 
Facial Detection On
Facial Detection OnFacial Detection On
Facial Detection OnSteven Song
 
Analysis of the Boston Housing Data from the 1970 census
Analysis of the Boston Housing Data from the 1970 censusAnalysis of the Boston Housing Data from the 1970 census
Analysis of the Boston Housing Data from the 1970 censusShuai Yuan
 

Destaque (17)

Motor de Partida ( Automotivo )
Motor de Partida ( Automotivo )Motor de Partida ( Automotivo )
Motor de Partida ( Automotivo )
 
Gotas de luz (psicografia chico xavier espírito casimiro cunha)
Gotas de luz (psicografia chico xavier   espírito casimiro cunha)Gotas de luz (psicografia chico xavier   espírito casimiro cunha)
Gotas de luz (psicografia chico xavier espírito casimiro cunha)
 
Gotas de paz (psicografia chico xavier espírito emmanuel)
Gotas de paz (psicografia chico xavier   espírito emmanuel)Gotas de paz (psicografia chico xavier   espírito emmanuel)
Gotas de paz (psicografia chico xavier espírito emmanuel)
 
Women Empowerment
Women EmpowermentWomen Empowerment
Women Empowerment
 
Class 1
Class 1Class 1
Class 1
 
KFC Management
KFC Management KFC Management
KFC Management
 
Administrasi Pendidikan Bidang Garapan Hubungan Masyarakat
Administrasi Pendidikan Bidang Garapan Hubungan MasyarakatAdministrasi Pendidikan Bidang Garapan Hubungan Masyarakat
Administrasi Pendidikan Bidang Garapan Hubungan Masyarakat
 
How to improve your presentation
How to improve your presentationHow to improve your presentation
How to improve your presentation
 
David Resume - updated 12-14-2015
David Resume - updated 12-14-2015David Resume - updated 12-14-2015
David Resume - updated 12-14-2015
 
resume
resumeresume
resume
 
Урок 36 для 11 класу - Вибирання елементів з масиву за певним критерієм.
Урок 36 для 11 класу - Вибирання елементів з масиву за певним критерієм.Урок 36 для 11 класу - Вибирання елементів з масиву за певним критерієм.
Урок 36 для 11 класу - Вибирання елементів з масиву за певним критерієм.
 
Mediunidade na bíblia (cefak)
Mediunidade na bíblia (cefak)Mediunidade na bíblia (cefak)
Mediunidade na bíblia (cefak)
 
Estructuras organizativas del centro escolar
Estructuras organizativas del centro escolarEstructuras organizativas del centro escolar
Estructuras organizativas del centro escolar
 
IT and national culture
IT and national cultureIT and national culture
IT and national culture
 
Facial Detection On
Facial Detection OnFacial Detection On
Facial Detection On
 
Upasana Final 2017-Skylar
Upasana Final 2017-SkylarUpasana Final 2017-Skylar
Upasana Final 2017-Skylar
 
Analysis of the Boston Housing Data from the 1970 census
Analysis of the Boston Housing Data from the 1970 censusAnalysis of the Boston Housing Data from the 1970 census
Analysis of the Boston Housing Data from the 1970 census
 

Semelhante a Elaboração de mapas turísticos em abiente sig a

Pibid subprojeto geografia 2012 alterado
Pibid   subprojeto geografia 2012 alteradoPibid   subprojeto geografia 2012 alterado
Pibid subprojeto geografia 2012 alteradoluizraldiufgd
 
Pibid subprojeto geografia 2012 alterado (1)
Pibid   subprojeto geografia 2012 alterado (1)Pibid   subprojeto geografia 2012 alterado (1)
Pibid subprojeto geografia 2012 alterado (1)Luiz Raldi
 
PROJETO IRENILDE.docx
PROJETO IRENILDE.docxPROJETO IRENILDE.docx
PROJETO IRENILDE.docxCostaLeila
 
Leitura e interpretação de mapas com o uso do google earth
Leitura e interpretação de mapas com o uso do google earth Leitura e interpretação de mapas com o uso do google earth
Leitura e interpretação de mapas com o uso do google earth Rute Teles
 
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdfGEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdfElianeElika
 
Cbc 6º ao 9º ano geografia
Cbc 6º ao 9º ano geografiaCbc 6º ao 9º ano geografia
Cbc 6º ao 9º ano geografiagtallitag
 
Três de Maio - Terezinha Nilza Zawatski
Três de Maio - Terezinha Nilza ZawatskiTrês de Maio - Terezinha Nilza Zawatski
Três de Maio - Terezinha Nilza ZawatskiCursoTICs
 
Atps literatura infantil
Atps literatura infantilAtps literatura infantil
Atps literatura infantilPaulo Wanderson
 
Atps literatura infantil
Atps literatura infantilAtps literatura infantil
Atps literatura infantilPaulo Wanderson
 
A IMPORTÂNCIA DOS PROJETOS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA: O PIBID E SUAS CONTRIBUIÇ...
A IMPORTÂNCIA DOS PROJETOS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA: O PIBID E SUAS CONTRIBUIÇ...A IMPORTÂNCIA DOS PROJETOS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA: O PIBID E SUAS CONTRIBUIÇ...
A IMPORTÂNCIA DOS PROJETOS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA: O PIBID E SUAS CONTRIBUIÇ...pibidgeo
 
A-prática-pedagógica-Socioconstrutivista-da-Cartografia-do-Curso-de-Licenciat...
A-prática-pedagógica-Socioconstrutivista-da-Cartografia-do-Curso-de-Licenciat...A-prática-pedagógica-Socioconstrutivista-da-Cartografia-do-Curso-de-Licenciat...
A-prática-pedagógica-Socioconstrutivista-da-Cartografia-do-Curso-de-Licenciat...Trabalhoavaliaes
 
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_5s_6a (1)
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_5s_6a (1)Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_5s_6a (1)
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_5s_6a (1)professora de geografia
 
Artigo mosaico ambiental
Artigo mosaico ambientalArtigo mosaico ambiental
Artigo mosaico ambientalLeidiana Alves
 
Produção inicial proposta eja 2012
Produção inicial    proposta eja 2012Produção inicial    proposta eja 2012
Produção inicial proposta eja 2012josivaldopassos
 
Por outras geo carto-grafias - profa. dra. valéria cazetta
Por outras geo carto-grafias -  profa. dra. valéria cazettaPor outras geo carto-grafias -  profa. dra. valéria cazetta
Por outras geo carto-grafias - profa. dra. valéria cazettaFilipe Carvalho
 

Semelhante a Elaboração de mapas turísticos em abiente sig a (20)

VII Colóquio de Cartografia para Crianças e Escolares: imaginação e inovação ...
VII Colóquio de Cartografia para Crianças e Escolares: imaginação e inovação ...VII Colóquio de Cartografia para Crianças e Escolares: imaginação e inovação ...
VII Colóquio de Cartografia para Crianças e Escolares: imaginação e inovação ...
 
Pibid subprojeto geografia 2012 alterado
Pibid   subprojeto geografia 2012 alteradoPibid   subprojeto geografia 2012 alterado
Pibid subprojeto geografia 2012 alterado
 
Pibid subprojeto geografia 2012 alterado (1)
Pibid   subprojeto geografia 2012 alterado (1)Pibid   subprojeto geografia 2012 alterado (1)
Pibid subprojeto geografia 2012 alterado (1)
 
PROJETO IRENILDE.docx
PROJETO IRENILDE.docxPROJETO IRENILDE.docx
PROJETO IRENILDE.docx
 
Leitura e interpretação de mapas com o uso do google earth
Leitura e interpretação de mapas com o uso do google earth Leitura e interpretação de mapas com o uso do google earth
Leitura e interpretação de mapas com o uso do google earth
 
Cartografia ii
Cartografia iiCartografia ii
Cartografia ii
 
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdfGEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
GEOGRAFIA - ENSINO FUNDAMENTAL ANOS FINAIS.pdf
 
Cbc 6º ao 9º ano geografia
Cbc 6º ao 9º ano geografiaCbc 6º ao 9º ano geografia
Cbc 6º ao 9º ano geografia
 
Três de Maio - Terezinha Nilza Zawatski
Três de Maio - Terezinha Nilza ZawatskiTrês de Maio - Terezinha Nilza Zawatski
Três de Maio - Terezinha Nilza Zawatski
 
Atps literatura infantil
Atps literatura infantilAtps literatura infantil
Atps literatura infantil
 
Atps literatura infantil
Atps literatura infantilAtps literatura infantil
Atps literatura infantil
 
A IMPORTÂNCIA DOS PROJETOS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA: O PIBID E SUAS CONTRIBUIÇ...
A IMPORTÂNCIA DOS PROJETOS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA: O PIBID E SUAS CONTRIBUIÇ...A IMPORTÂNCIA DOS PROJETOS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA: O PIBID E SUAS CONTRIBUIÇ...
A IMPORTÂNCIA DOS PROJETOS DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA: O PIBID E SUAS CONTRIBUIÇ...
 
Cartografia i
Cartografia iCartografia i
Cartografia i
 
M1a
M1aM1a
M1a
 
A-prática-pedagógica-Socioconstrutivista-da-Cartografia-do-Curso-de-Licenciat...
A-prática-pedagógica-Socioconstrutivista-da-Cartografia-do-Curso-de-Licenciat...A-prática-pedagógica-Socioconstrutivista-da-Cartografia-do-Curso-de-Licenciat...
A-prática-pedagógica-Socioconstrutivista-da-Cartografia-do-Curso-de-Licenciat...
 
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_5s_6a (1)
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_5s_6a (1)Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_5s_6a (1)
Caderno do professor 2014_vol1_baixa_ch_geografia_ef_5s_6a (1)
 
Artigo mosaico ambiental
Artigo mosaico ambientalArtigo mosaico ambiental
Artigo mosaico ambiental
 
Produção inicial proposta eja 2012
Produção inicial    proposta eja 2012Produção inicial    proposta eja 2012
Produção inicial proposta eja 2012
 
Geo 2
Geo 2Geo 2
Geo 2
 
Por outras geo carto-grafias - profa. dra. valéria cazetta
Por outras geo carto-grafias -  profa. dra. valéria cazettaPor outras geo carto-grafias -  profa. dra. valéria cazetta
Por outras geo carto-grafias - profa. dra. valéria cazetta
 

Elaboração de mapas turísticos em abiente sig a

  • 1. ELABORAÇÃO DE MAPAS TURÍSTICOS EM ABIENTE SIG: A INTERDISCIPLINARIEDADE ENTRE A GEOGRAFIA, A CARTOGRAFIA E O GEOPROCESSAMENTO NA CONSTRUÇÃO DO ESPAÇO Sarah Almeida de Oliveira/Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia saraholiveira_geo@yahoo.com.br Eloísio Michalski Abreu/Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia garrincha_dw@hotmail.com INTRODUÇÃO O contexto econômico de Nova Friburgo, cidade da região serrana do estado do Rio de Janeiro, é bem diversificado. Nova Friburgo atingiu seu desenvolvimento industrial e comercial, sem perder suas raízes culturais, e tornou-se, também, um excelente pólo turístico, podendo orgulhar-se daqueles imigrantes pioneiros[1] que vieram de tão longe para construir essa cidade de características ímpares. Dentre demais aspectos econômicos, o Município tem um forte apelo para o turismo devido à sua paisagem natural, ainda pouco transformada pela ação do homem. Destacam- se vários pontos de interesses geológicos, geográficos e histórico/culturais. A paisagem da cidade é composta por um misto de montanhas com seus picos e construções imponentes tanto da época colonial quanto modernas. O clima da cidade é tropical de altitude, com invernos frios e secos e verões amenos. O que é uma alternativa ao calor da região metropolitana da cidade do Rio de Janeiro. A cidade também conta com o turismo de compras, é grande o número de pessoas que sobem à cidade friburguense em busca da Moda Íntima. Setor que registra significativo crescimento no mercado regional e, até, nacional. Segundo reportagem da Revista Veja (julho/2008), a cidade é sede de 900 confecções e coloca por ano no mercado 125 milhões de peças, ou seja, um quarto do total nacional.
  • 2. Seu relevo estimula a grande demanda turística da região, determinada principalmente pela beleza local e a qualidade de seu clima. O montanhismo, desde as escaladas até as excursões leves e simples caminhadas, é a atividade mais praticada em Nova Friburgo. Lumiar e Mury são sinônimos de paz e tranqüilidade. A exuberância da vegetação e a proximidade do Rio Macaé formam a paisagem e o local propícios para o turismo ecológico e para esportes radicais como a canoagem e o montanhismo. O clima, a vegetação e o relevo contribuem diretamente para a grande demanda turística da cidade. O fato de existirem resquícios de mata atlântica e muitos lugares vegetações densas, atrai pessoas que buscam a tranquilidade inexistente nos grandes centros. As áreas rurais conservam costumes antigos, ambiente rústico e aconchegante, o que contribui para este movimento em busca de lugares amenos e pitorescos. No entanto, o quadro da educacional de Nova Friburgo segue a tendência de muitos outros municípios. As escolas sofrem com falta de professores e de recursos, a evasão escolar continua e o acesso a muitas delas se torna difícil em função da distância, em especial as escolas localizadas na zona rural. Esses e o problema de carência de recursos técnico-didáticos reduzem as possibilidades dos professores dinamizarem suas salas de aula e a consequência é que as práticas de ensino ficam restritas ao que é proposto no livro didático. Na prática de ensino da ciência geográfica, a carência de ferramentas de trabalho reduz significativamente as possibilidades de aprendizagem. Restrita as possibilidades que são disponibilizadas em sala de aula, a aprendizagem de geografia se torna maçante, sem chances de ampliar os horizontes dos estudantes e, muito menos, trazer para sala de aula as propostas de mudanças que a ciência geográfica vem apresentando ao longo dos anos. Ao considerar a relação das atividades de turismo com as diversas áreas do conhecimento, verificou-se sua intrínseca ligação com as geociências e com a cartografia, em especial, já que ela é ponto de partida para a localização e reconhecimento dos pontos turísticos de uma região. Como instrumentos de trabalho podem ser identificados, então, as geotecnologias em geral e a Geografia, em particular. Instrumentos que na utilização como recursos didático-pedagógicos serão muito úteis no ensino do conceito e na percepção do espaço,
  • 3. também, na compreensão das relações homem x natureza e na evolução sócio-espacial do local onde se vive. Esses instrumentos concorrerão para que o ensino da ciência geográfica se torne uma prática relacionada com a realidade – com o espaço vivido – dos alunos. Isto requer que se leve ao aluno conhecimentos técnicos científicos que não fazem parte do seu cotidiano - o geoprocessamento é um exemplo. E necessário avançar, em sala de aula, na utilização de conhecimentos matemáticos e computacionais que são fundamentais ao reconhecimento e criação de informações. Utilizar o geoprocessamento e a cartografia, na prática do ensino da Geografia, certamente, facilitará a construção do conhecimento da realidade. Os instrumentos de trabalho possibilitados pelos conhecimentos cartográficos são facilitadores para que o ensino seja parte do que o aluno vive no seu dia-a-dia, na cidade ou no campo. Lacoste (1988) questiona a falta de compromisso da escola em relação à educação cartográfica, enfatizando que se vai à escola para aprender a ler, escrever e contar. Por que não para aprender a ler uma carta? Este questionamento demonstra que os próprios teóricos da Geografia percebem a necessidade da Cartografia dentro do ensino. Nesta perspectiva, utilizando como ferramenta o Sistema de Informação Geográfica (SIG), o presente trabalho tem como objetivo, nas atividades da prática de ensino de Geografia, a elaboração de um banco de dados espacial dos principais pontos turísticos, prédios e espaços históricos da cidade de Nova Friburgo e a construção do mapa turístico do município. Todas as etapas do processo devem ser elaboradas pelos próprios alunos que participam do projeto, sob a orientação interdisciplinar dos professores de Geografia, História e Matemática. Esse mapa ficará á disposição das Secretarias de Educação e de Turismo do Município, assim como o banco de dados para sua constante atualização. DESENVOLVIMENTO O Geoprocessamento é uma ferramenta de grande utilidade para a compreensão do espaço e da sua dinâmica, por isso, influencia diretamente o estudo da Cartografia e da Geografia e de outras ciências. Com a revolução digital e a popularização da internet, as informações obtidas a partir do Geoprocessamento puderam ser acessadas por especialistas e leigos.
  • 4. Segundo os Parâmetros Curriculares Nacionais, a Alfabetização Cartográfica é fundamental para que os alunos possam continuar sua formação iniciada nas séries iniciais e, posteriormente, trabalhar com a representação cartográfica. Portanto, o aluno precisa aprender os elementos básicos da representação cartográfica para que possa efetivamente ler os mapas. Os PCN’s de Geografia também afirmam que: O estudo da linguagem cartográfica, por sua vez, tem reafirmado sua importância, desde o início da escolaridade. Contribui não apenas para que os alunos venham a compreender e utilizar uma ferramenta básica da geografia, os mapas, como também para desenvolver capacidades relativas à representação do espaço. O Sistema de Informações Geográficas, o SIG, é a ferramenta computacional do geoprocessamento, ou seja, este sistema faz com que as informações adquiridas sejam digitalizadas passando por processos de aquisição, tratamento, processamento, recuperação, manipulação, modelagem, análise e exibição das imagens geoferrenciadas. Dessa forma, pode-se afirmar que o ambiente SIG renovou a cartografia, concedendo nova forma a apresentação e elaboração de dados e possibilitando a construção de conhecimento e informações. Em suma, a partir do SIG, a cartografia deixa aos poucos de ser uma ciência estática e tem chance de adquirir mobilidade, portanto, adequada a ser utilizada como recurso didático, em sala de aula. Para a realização deste trabalho, foram utilizados os seguintes materiais: § mapas topográficos do IBGE, em escala 1:50.000, de 1978, em formato digital; § imagens orbitais Quickbird, Ikonos e Spot, de 2005, cedidas pelo Programa Pró-Cidade, Prefeitura Municipal de Nova Friburgo; § software Spring, versão 4.3.3, © 1991-2009 SPRING - DPI/INPE; § software ArcGIS/ArcGRID, version 9.2, © Environmental Systens Research Institute, Inc; § Garmim GPS III Plus; § Estudo Sócioeconômico de Nova Friburgo, 2005, realizado pelo Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro;
  • 5. § Plano Diretor Participativo de Nova Friburgo, de 2007 (Lei n° 024, de 28 de dezembro de 2007), cedido pelo Programa Pró-Cidade, Prefeitura Municipal de Nova Friburgo; No projeto de prática de ensino da disciplina de Cartografia os alunos tomaram contato com a conceituação teórica básica que envolve o uso de dados espaciais. Essa conceituação teórica, porém, não foi considerada como suficiente para tornar o aluno capaz de abstrair suas aplicações. Professora e alunos perceberam na prática cotidiana do curso de Geografia – Licenciatura Plena, da Faculdade Santa Dorotéia, o que afirma MACAGNAM (2001), O desafio de hoje, no Brasil, é, de um lado, habilitar professores (principalmente os de Geografia) a introduzir no Ensino Fundamental os conceitos básicos utilizados em Geoprocessamento e, de outro, capacitar os estudantes dos diversos cursos universitários a utilizá-lo nas suas atividades de pesquisa e prática. Propôs-se, então, que os alunos tivessem um contato inicial com a prática da utilização de softwares de Geoprocessamento/Geotecnologia e seus produtos para que essa capacidade fosse desenvolvida durante o curso e que, possivelmente, será utilizada no decorrer de sua atuação profissional dentro ou fora de sala de aula. Como resultado dessas reflexões, surgiu a proposta do projeto de construção de um mapa de Nova Friburgo. Considerou-se na seleção do tema, dentre outros aspectos, a vocação turística do Município. Para a execução da tarefa - a elaboração do mapa turístico da região de Nova Friburgo - dividiu-se o trabalho em seis etapas: 1. Revisão bibliográfica; 2. Reconhecimento da região através de dados cartográficos existentes; 3. Pesquisa, coleta e compilação dos dados cartográficos; 4. Pesquisa e visitas a campo para o georreferenciamento das atrações naturais e culturais do município; 5. Testes e propostas com o intuito de avaliar a legibilidade do mapa; 6. Elaboração final do mapa;
  • 6. Durante o trabalho foi preciso georreferenciar algumas atrações que não foram encontradas nas bases cartográficas existentes e pesquisadas. O levantamento dos pontos foi feito, basicamente, tomando-se nota das coordenadas planas (UTM) dos pontos, fornecidas por um receptor GPS de navegação ou através da sua localização nas imagens de alta resolução (Quickbird), conforme ilustra a Figura 1. Figura 1: Imagens orbitais utilizadas na localização dos pontos turísticos. Outra etapa relacionada à execução deste trabalho foi o reconhecimento dos pontos turísticos, mediante a metodologia de trabalhos de campo. Nessa etapa do trabalho foi oportuno aprofundar os estudos de alguns conceitos geográficos e promover alguns debates relativos a esses conceitos. Essa metodologia serviu, principalmente, para aproximar o aluno da realidade – espaço vivido. Só é possível agregar valor àquilo que se conhece. Paulo Freire (1996) defende teorias da aprendizagem como desenvolvimento do conhecimento que ocorre na relação entre o indivíduo e o meio ambiente. Em casos com esse, o trabalho de campo, aliado às geotecnologias, é ótima estratégia de ensino. A compilação dos dados cartográficos recolhidos na pesquisa e em campo, a seleção e tratamento dos mesmos, foram realizadas em sala de aula (Laboratório de Computadores)
  • 7. da Faculdade de Filosofia Santa Dorotéia, utilizando o software Spring onde se efetuou a ligação entre o banco de dados e a base cartográfica digital, permitindo assim construir diversos mapas referentes à região e o software ArcGIS onde foram montados os layouts e a tabulação dos dados. Devido à existência de um grande número de informações coletadas, foi preciso avaliar e selecionar quais elementos são mais importantes na elaboração de um mapa turístico. Estabeleceu-se uma hierarquia entre os dados cartográficos: localização do próprio município, os pontos culturais e naturais foram considerados prioritários. Também a localização das rodovias de ligação e acessos ao Município e seus pontos turísticos foi considerada importante, uma vez que o turismo ocorre mediante os deslocamentos de turistas por essas estradas. Houve destaque para a rede hidrográfica e a divisão dos municípios limítrofes, com o intuito de contextualizar a região. A caracterização do relevo foi realizada utilizando-se o modelo digital de elevação gerado pela Shutle Radar Topographic Mission (SRTM)[2] para o Estado do Rio de Janeiro. O modelo foi utilizado com vistas a ressaltar as unidades geomorfológicas: Três Picos, Caledônia, etc., uma vez que essas áreas compõem a paisagem natural da região. O simbolismo pictórico caracteriza um mapa turístico, além de permitir a associação direta entre o desenho e o seu correspondente. Nesse contexto, produziu-se uma matriz com os nomes dos principais pontos e seus respectivos símbolos gráfico-pictóricos para compor a legenda. Procurou-se selecionar apenas os símbolos que contemplassem os atrativos turísticos, descartando aqueles referentes a serviços e infra-estrutura turística, como uma forma de homogeneizar as informações. Acrescentou-se a legenda dos demais elementos cartográficos dispostos no mapa, por se entende sua importância de acordo com o que afirma Martinelli (2003): toda a atenção deve ser dada à legenda, pois constitui a porta de entrada para que o leitor ingresse no conteúdo do mapa de forma completa. Ressalta-se a importância dada à escala dentro da ciência cartográfica, visto que esta determina o espaço disponível para a representação dos símbolos no mapa. A seleção das informações importantes em uma base de dados deve resultar em uma representação clara e informativa do fenômeno geográfico. Nesse sentido procurou-se dar visibilidade ao mapa,
  • 8. ocupando todos os espaços disponíveis do layout em formato A3, alcançando a escala final de 1:180.000. Considera-se esta escala média, porém é necessário observar o tamanho da área, que se apresenta como uma região relativamente grande, abrangendo todo o município de Nova Friburgo, com 934 km2 . No mapa, a escala foi representada graficamente, em quilômetros. Foram inseridas coordenadas UTM, uma vez que todos os dados cartográficos utilizados estavam assim referenciados. Nesse contexto, pode-se dizer que os detalhes ficaram satisfatoriamente bem representados. Foi gerada, ainda, uma Tabela de Atributos contendo o identificador (Id), nome e descrição de cada ponto turístico natural e/ou cultural, conforme ilustra a Figura 2. Figura 2: Ilustração da tabela de atributos gerada no ArcGIS. RESULTADOS É incontestável que o uso da tecnologia está presente na vida cotidiana de pessoas de qualquer idade e classe socioeconômica, despertando a curiosidade e, principalmente, favorecendo a praticidade e a agilidade nas atividades diárias de todos. Considerando que a vida fora da sala de aula está informatizada, não se pode mais permitir que a prática de ensino, em especial de Geografia, continue distante desse processo. Visto que o ato de ensinar significa preparar o cidadão para a vida, a educação deve acompanhar o avanço da tecnologia, utilizando-a como recurso didático-pedagógico.
  • 9. O mundo está informatizando todos os setores do cotidiano das pessoas, inclusive os setores profissionais, logo, os alunos precisam se instrumentalizar para o mundo de trabalho informatizado. Assim, o presente trabalho destaca-se por possibilitar o acesso a estudos e propostas de práticas, para além das convencionais, que reforçam a necessidade e a importância da orientação espacial e da iniciação cartográfica na vida do aluno. Propõe que se utilize o computador como ferramenta para executar atividades cartográficas, com as necessárias adaptações metodológicas adequadas ao ensino da cartografia e utilização de recursos mais específicos da área, tais como as imagens de satélite, os programas de cartografia digital, o Global Position System (GPS), as informações da Internet, os ilimitáveis recursos da computação (softwares e hardwares) e os inúmeros mapas que podem ser facilmente acessados. O constante crescimento da atividade turística requer cada vez mais a qualificação e especialização de seus produtos e serviços, daí ser importante se trabalhar na melhoria da qualidade dos mapas turísticos produzidos até o momento. É fundamenta se atende à demanda cada vez mais especializada. Por isso a necessidade de se aperfeiçoar o processo de execução, elevando a qualidade desses mapas, fundamentados em bases cartográficas de fato, para que deixem de ser meras ilustrações. Os SIG’s apresentam uma vasta biblioteca de símbolos, que auxiliam na caracterização das primitivas cartográficas, por meio da generalização. Além da tabela de atributos, que é facilmente editada contribuindo para a inserção ou exclusão de elementos gráficos do mapa. A sobreposição de dados realizada em um SIG contribui para a análise da legibilidade e espacialidade dos dados geográficos, evitando conflitos entre os elementos. Um aspecto importante no processo de elaboração do mapa é avaliar a importância de cada item. Esse procedimento se torna eficaz à medida que existe uma diversidade de elementos a serem representados e se faz necessário torná-los mais ou menos perceptíveis, de acordo com sua importância para o deslocamento e orientação de turistas. A Figura 3, a seguir, mostra o mapa turístico elaborado.
  • 10. Figura 3: Mapa turístico de Nova Friburgo, RJ. Mapas, como o desenvolvido neste trabalho, não se configuram como estáticos, podendo ainda ser atualizados através de novas bases cartográficas ou ainda adicionando-se novas atrações turísticas, conforme estas forem sendo criadas ou reconhecidas como tal. Os mapas turísticos são ainda caracterizados por pictogramas, permitindo a associação direta entre o desenho e a palavra correspondente. Dessa forma, as atrações culturais e naturais do município podem também ser representadas por diferentes pictogramas para compor sua legenda. A composição do Mapa Turístico de Nova Friburgo com a inclusão dos pictogramas será realizado em trabalho futuro, a ser inserida na disciplina Cartografia Temática, do Curso de Geografia – licenciatura Plena, Do ponto de vista pedagógico, objetiva-se, com este projeto, a formação o aluno de licenciatura em Geografia pró-ativo, capaz de atualizar-se diante dos principais avanços técnico-científico, capaz, portanto, de selecionar e utilizar técnicas e metodologias inovadoras, num constante processo de aperfeiçoamento, visando sua atuação profissional
  • 11. na prática de Geografia na sala de aula, em particular, e, em geral, enquanto cidadão, na sociedade. Considera-se que, com a inserção do Geoprocessamento no Ensino Fundamental e Médio, se promova, a médio prazo, a renovação da prática do ensino da Geografia nos espaços escolares. E, assim os saberes da academia, passam a fazer parte dos saberes da Geografia escolar. Deixa a Geografia de ser algo estático para se tornar uma ciência da reflexão e relação com o real e cotidiano, podendo promover uma melhora significativa da prática de seu ensino, no limite e extra muros da sala de aula. Pois a cartografia tem muito a contribuir neste processo, na maneira de contar a evolução do espaço, até para fins turísticos. Professores com maior e melhor qualificação e capacitados para utilização de recursos didáticos – sem desconsiderar salários dignos – terão atuação mais eficiente aspecto importante para que despertem nos alunos o gosto e interesse Geografia. Só assim esta ciência se tornará algo significativo na formação do cidadão crítico e participativo na construção e organização sócio-espacial, do mundo contemporâneo. CONCLUSÕES Em geral, os alunos da disciplina de Cartografia, de Geografia – Licenciatura Plena, necessitam de algum tempo para compreender o funcionamento dos softwares e metodologias citadas, também, para associarem sua utilização aos conceitos relacionados ao método de mapeamento que dá origem aos mapas temáticos. Entretanto, as dúvidas podem e devem ser dirimidas com a utilização de metodologias convencionais por meio de aulas expositivas com leitura prévia da literatura clássica indicada à cartografia e ao Geoprocessamento. Entendendo o mapa como uma ferramenta básica para a comunicação de muitas informações, é importante desenvolver e aplicar atividades que utilizem as novas tecnologias na formação do profissional. Também se ressalta a necessidade de adaptações das atividades de acordo com o perfil da turma: número de alunos, grau de interesse sobre determinados assuntos e atividades, estrutura física da sala de aula ou da escola, experiência de vida dos alunos, relacionamento entre eles e o desenvolvimento da competência e habilidades para se trabalhar em equipes, dentre outros aspectos.
  • 12. Deve-se, no entanto, lembrar que esse tipo de atividade não é para substitui as atividades convencionais, mas sim, somar-se a estas na prática de ensino de Geografia visando uma melhor aprendizagem. Ou melhor, enriquecer a dinâmica da sala de aula e tornar presente no cotidiano escolar os avanços provenientes da evolução tecnológica que são constantes nas diversas áreas do conhecimento hodierno. Além da aplicação em mapa temático relativo ao turismo, há várias outras formas de se usar as novas tecnologias na sala de aula. Porém, propostas publicadas, especialmente voltadas ao ensino da cartografia, ainda são escassas no Brasil. A constatação deste fato foi o mote motivador para apresentação no X ENPEG deste trabalho de práticas de Geografia, desenvolvido pela turma do primeiro período de curso de Geografia- Licenciatura Plena, da Faculdade Santa Dorotéia. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra. 1996. (Coleção Leitura). LACOSTE, I. A Geografia, isso serve em primeiro lugar para fazer a Guerra. Campinas. Papirus, 1988. MACAGMAN, I. R. Introduzindo Geoprocessamento/SIG na Escola. Boletim de Geografia, nº 2, p.89-96, 2001. MARTINELLI, M. Cartografia Temática: Caderno de Mapas. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2003. PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS – GEOGRAFIA. Ensino fundamental I e II. SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. Brasília: MEC,1998 § PLANO DIRETOR DA CIDADE DE NOVA FRIBURGO (Lei n° 024, de 28 de dezembro de 2007), Programa Pró-Cidade, Nova Friburgo/RJ: PMNF, 2007. ....
  • 13. [1] A cidade que conhecemos hoje por Nova Friburgo foi berço do primeiro movimento migratório organizado de europeus não-portugueses para o Brasil. A vinda de imigrantes suíços para a Colônia do Morro Queimado, onde é hoje Friburgo, em 1819, abriu precedentes para a vinda de alemães, espanhóis e italianos em seguida, na segunda metade do século XIX (Fonte: Prefeitura Municipal de Nova Friburgo). [2] Disponível em: <http://www.ecologia.ufrgs.br/labgeo/SRTM_BR.php>.