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(I Encontro Catarinense do PIBID: O fortalecimento da iniciação à docência na educação básica)
Florianópolis, 29 e 30 de outubro de 2012
Construção de projeções cartográficas: uma experiência de ensino
Aline B. Ludwig
1
(ID), Flávia C. Vacarin
1
(ID), Ederson Nascimento
2
(CO), Wagner B. Batella
2
(CO) (
1
Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Chapecó/SC)
1
Av. Fernando Machado, 108E, CEP 89802-112, Chapecó, SC. E-mail: ludwig.aline@gmail.com,
flaviavacarin@hotmail.com, ederson.nascimento@uffs.edu.br, wagner.batella@uffs.edu.br.
Palavras chave: ensino de Geografia; projeções cartográficas; educação cartográfica.
Introdução
Projeções cartográficas são operações
matemáticas que transformam coordenadas
sobre uma superfície curva e tridimensional,
como é o caso da superfície terrestre, em
coordenadas planas para que tais formas
possam ser representadas em formado
bidimensional, como nos mapas e plantas em
meios analógico e digital.
1
A compreensão das
projeções cartográficas é de suma importância
para a interpretação de mapas, especialmente
em escalas médias (mapas regionais e de
países) e pequenas (mapas-múndi e de grandes
áreas, como continentes), pois devido à
impossibilidade de se representar
concomitantemente as formas, as áreas e as
distâncias da superfície terrestre sem que hajam
distorções em algumas destas medidas, são as
projeções que explicam os padrões dos
contornos dos territórios representados nos
documentos cartográficos. Existem, portanto,
diferentes projeções cartográficas, sendo cada
uma adequada a determinados propósitos e não
a outros.
2
Devido a esta importância, o tema das
projeções integra o conteúdo da Geografia
escolar, em geral no 8° ano do ensino
fundamental e no 1° do ensino médio, todavia,
devido ao seu caráter abstrato, este é um dos
conteúdos mais difíceis de serem entendidos
pelos estudantes e também por parte significativa
dos professores de Geografia. Esta mesma
dimensão abstrata inerente às projeções também
acaba impondo dificuldades para os docentes
ensinarem o referido conteúdo na educação
básica. Neste contexto, este ensaio discute uma
experiência realizada no âmbito do subprojeto de
Geografia do PIBID, realizada com duas turmas
de 8º anos, vespertino, da Escola de Educação
Básica Marechal Bormann, em Chapecó/SC.
Com o intuito de promover o aprendizado dos
alunos do referido conteúdo escolar, foram
desenvolvidas atividades de orientação e
experiências demonstrativas, visando facilitar o
entendimento do raciocínio presente no
desenvolvimento das diferentes projeções
cartográficas.
Metodologia e resultados
Para realizar esta atividade, foram utilizados os
seguintes materiais cartográficos: mapas, globos,
projetor multimídia, e a fim de complementar de
forma mais concreta a explicação, usou-se uma
maçã e uma laranja. A atividade foi iniciada com
uma breve introdução das projeções, para isso
utilizou-se recurso de projetor multimídia, a fim
de mostrar nas imagens relacionadas as
diferentes categorias e características de cada
uma das projeções. A maçã foi utilizada para
ilustrar de que modo é possível transpor uma
superfície curva em coordenadas planas. A maçã
deve ser envolvida por um plástico retângulo bem
firme, inicia-se traçando a rede básica de
coordenadas geográficas (linha do equador,
paralelos e meridianos). Para ver o resultado em
forma plana basta abrir o plástico que envolve a
fruta. Já a laranja foi utilizada a fim de
exemplificar como ocorrem às distorções
geométricas (de formas, distâncias e direções)
nas projeções. A fruta é dividida ao meio na
horizontal como se estivesse traçando-se a linha
do equador. Após retirar os gomos das duas
partes (estas consideradas como os hemisférios
norte e sul) coloca-se as cascas sobre uma
superfície plana sobre a qual seja possível
encostar uma face da casca por completo. Como
resultado é possível observar as cascas
rasgadas, demonstrando assim as possíveis
distorções inerentes às projeções: dos contornos
dos continentes e territórios, da correspondência
entre os tamanhos dos territórios e das
distâncias entre pontos da superfície terrestre.
Após ter sido feita a explanação sobre o
conteúdo das projeções cartográficas, aplicou-se
um questionário para os estudantes, a fim de
averiguar se os materiais utilizados, juntamente
com a metodologia das práticas com as frutas,
agradou aos alunos e, principalmente, se
contribuiu para facilitar o entendimento do
conteúdo abordado.
(I Encontro Catarinense do PIBID: O fortalecimento da iniciação à docência na educação básica)
2
Figura 1: Desenho de uma projeção
sobre a maça.
Figura 2: Explicação das distorções geométricas
de uma projeção cartográfica, utilizando-se uma
laranja.
Conclusões
Avaliou-se o desenvolvimento da atividade como
satisfatório, uma vez que os estudantes se
mostraram empolgados com a atividade, a qual,
de acordo com as respostas nos questionários,
contribuiu para que eles pudessem “visualizar”
mais facilmente as superfícies utilizadas para
projeção da superfície terrestre. Por outro lado,
para alguns estudantes permanecem ainda
dificuldades para distinguir as projeções segundo
suas propriedades diferentes de representação
(as projeções conformes, equivalentes e
equidistantes), limitações estas que podem ser
dirimidas com o aperfeiçoamento da metodologia
de trabalho com projeções ora apresentada,
aliado a leituras complementares sobre o
assunto. Em suma, a atividade realizada foi de
grande importância, tanto para os alunos da
escola, como para as bolsistas PIBID, pois se
trata da elaboração e aplicação de práticas
inovadoras de ensino que vem a contribuir com o
ensino e a aprendizagem em Geografia.
1
ENVIRONMENTAL SYSTEMS RESEARCH INSTITUTE.
Understanding map projections. Readlands: ESRI, 1999.
2
LIBAULT, A. Geocartografia. São Paulo: Cia. Editora Nacional,
1975.

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  • 2. (I Encontro Catarinense do PIBID: O fortalecimento da iniciação à docência na educação básica) 2 Figura 1: Desenho de uma projeção sobre a maça. Figura 2: Explicação das distorções geométricas de uma projeção cartográfica, utilizando-se uma laranja. Conclusões Avaliou-se o desenvolvimento da atividade como satisfatório, uma vez que os estudantes se mostraram empolgados com a atividade, a qual, de acordo com as respostas nos questionários, contribuiu para que eles pudessem “visualizar” mais facilmente as superfícies utilizadas para projeção da superfície terrestre. Por outro lado, para alguns estudantes permanecem ainda dificuldades para distinguir as projeções segundo suas propriedades diferentes de representação (as projeções conformes, equivalentes e equidistantes), limitações estas que podem ser dirimidas com o aperfeiçoamento da metodologia de trabalho com projeções ora apresentada, aliado a leituras complementares sobre o assunto. Em suma, a atividade realizada foi de grande importância, tanto para os alunos da escola, como para as bolsistas PIBID, pois se trata da elaboração e aplicação de práticas inovadoras de ensino que vem a contribuir com o ensino e a aprendizagem em Geografia. 1 ENVIRONMENTAL SYSTEMS RESEARCH INSTITUTE. Understanding map projections. Readlands: ESRI, 1999. 2 LIBAULT, A. Geocartografia. São Paulo: Cia. Editora Nacional, 1975.