Os pesquisadores do IAC, Alessandra Alves de Souza e Helvécio Della Coletta Filho, falaram sobre o estudo de uma substância química que combate a bactéria causadora da doença “amarelinho” em laranjas. Matérias sobre a pesquisa foi publicada no Diário Oficial, em 18 de fevereiro de 2016.
Nematoides são responsaveis por perdas de até 30% dos canaviais
IAC tem nova técnica para combater bactéria da laranja
1. Diário Oficial Poder Executivo - Seção III – São Paulo, 126 (30) quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016
IAC tem nova técnica para
combater bactéria da laranja
Molécula orgânica é usada
como medicamento
para seres humanos, por
isso não causa efeitos
colaterais ao meio
ambiente nem aos laranjais
ão promissores os primeiros resulta-
dos em campo da pesquisa do
Instituto Agronômico de Campinas
(IAC) de uma substância química
que combate a temida bactéria Xy-
lella fastidiosa, causadora da doença
clorose variegada dos citros (CVC) ou
o amarelinho em laranjas. O estudo
é comandado pelos pesquisadores
Alessandra Alves de Souza e Helvécio
Della Coletta Filho, ambos da unida-
de do IAC em Cordeirópolis, dedica-
da exclusivamente à família das cítri-
cas, como melhorias genéticas, erra-
dicação e controle de doenças, novas
variedades e outros trabalhos com
essas frutas importantes na alimen-
tação humana e como produto brasi-
leiro de exportação.
A praga atinge todas as varieda-
des comerciais de citros. A bactéria
aloja-se no xilema (tecido condutor
da planta), obstruindo os vasos res-
ponsáveis pelo transporte de água
e nutrientes da raiz para a copa da
árvore. O inseto vetor da Xylella fas-
tidiosa são as chamadas cigarrinhas,
responsáveis pela disseminação do
amarelinho em todas as regiões citrí-
colas do Brasil. Ao se alimentar no
xilema de laranjeiras contaminadas,
as cigarrinhas adquirem a bactéria e
transmitem para as plantas sadias.
Prejuízo certo – No pomar
afetado pela CVC, os frutos ficam
duros, pequenos e amadurecem
precocemente, podendo perder até
75% de seu peso. A produção do
pomar cai rapidamente e o produ-
tor tem prejuízos enormes. Com o
avanço da praga, os frutos ficam
queimados e impróprios para a venda. A
moléstia foi identificada por volta de 1987,
em pomares do Triângulo Mineiro e norte
e noroeste do Estado de São Paulo. Hoje,
aparece em quase todas as áreas citrícolas
do País em intensidades diferentes.
No início da pesquisa, Alessandra que-
ria encontrar uma substância que atingisse
a bactéria sem contaminar o meio ambiente
(solo, água, plantas, aplicador) e que tives-
se um preço relativamente baixo para não
inviabilizar economicamente a utilização.
“Algo que pudesse ser usado por plantas
e também por seres humanos”, lembra a
pesquisadora. Foi assim que ela chegou à
N-acetilcisteína (NAC), molécula orgâni-
ca bastante conhecida, com propriedades
antioxidantes e princípio ativo de alguns
remédios, como aqueles usados em con-
gestão nasal e rinite. A ação antibacteriana
da acetilcisteína em seres humanos foi o
motivo principal para que a pesquisadora
utilizasse a substância em plantas.
Alessandra explica que a NAC é um pó
solúvel em água, facilmente encontrada no
mercado farmacêutico. É diluída e colocada na
terra com fertilizantes. Assim, o produto é
absorvido pela raiz da planta e combate a bac-
téria Xylella fastidiosa, deixando a árvore mais
sadia “e até aumentando um pouco o tamanho
dalaranja”.Apesquisadoracomeçousuasaná-
lises em laboratório, no IAC, e agora está na
fase de aplicação da molécula no campo.
Cancro devastador – No entanto,
ela faz questão de ressalvar que os estudos
ainda têm muito a evoluir. “Mesmo assim,
estamos felizes com os primeiros resulta-
dos obtidos até agora.” O próximo passo
é usar a mesma técnica para verificar se a
NAC terá ação parecida com outra praga
da laranja, a Xanthomonas citri, bactéria
causadora do cancro cítrico, doença tão
devastadora que a única forma de controle
é sacrificar a árvore para que o micro-orga-
nismo não se dissemine pelo laranjal.
Alessandra nota que o produtor rural
também pode aplicá-la em pomares sa-
dios para deixá-los mais vigorosos e resis-
tentes à doença. “Trata-se de uma molé-
cula que se degrada facilmente no ambien-
te não é agressiva. O uso de defensivo é
menor. É um produto amigo da natureza,
com praticamente zero de impacto ambien-
tal”, sustenta a pesquisadora.
Depois de finalizados os estudos, talvez
ainda neste ano Alessandra diz que o ideal
seria a formação de uma empresa incuba-
da dentro do IAC para fabricar o produto
em escala comercial. Para tanto, lembra
a pesquisadora, a incubada teria de ter
apoio financeiro da Fundação de Amparo à
Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp),
por meio do programa Pesquisas Inovativas
em Pequenas Empresas (Pipe).
Otávio Nunes
Imprensa Oficial do Estado
Assessoria de Imprensa do IAC
Grande produtor
O Estado de São Paulo é o maior
produtor nacional de cítricos, com
pomar de quase 184 milhões de
plantas, indicam dados da Secretaria
de Agricultura e Abastecimento do
Estado de São Paulo, com base nos
relatórios das inspeções de doenças
no fruto como greening (HLB) e can-
cro cítrico, informados pelos pro-
dutores no ano passado à Coordena-
doria de Defesa Agropecuária, vin-
culada à secretaria.
Os maiores números de árvores
estão nas regiões de Barretos (22,5
milhões), Araraquara (15,2 milhões),
Mogi-Mirim (14,3 milhões), vindo a
seguir os arredores de São João da
Boa Vista, Bauru, Avaré e Botucatu.
O Instituto de Economia Agrícola
(IEA), também da secretaria, esti-
mou na safra 2014/2015 cerca de
11,60 milhões de toneladas de laran-
ja colhidas no Estado, quantidade
pouco abaixo das 11,86 milhões de
2013/2014.
S
Os estudantes da Escola Técnica Es-
tadual (Etec) José Martimiano da Silva, em
Ribeirão Preto, criaram um sistema que
trata a água usada na pia do banheiro a fim
de reutilizá-la na descarga do vaso sanitá-
rio. O mecanismo pode gerar economia de
até 60% na conta de água de uma residência
com quatro pessoas. No projeto dos alunos
do curso técnico de edificações, Maristela
Cristina Oliveira Guimarães, Felipe Gama
Pereira e Enaldo Pereira dos Santos, a água
da pia passa por um filtro e é tratada com
cloro antes de ser reutilizada. O objetivo do
trabalho é reduzir o uso de água potável no
banheiro, onde são consumidos cerca de
80% dos recursos hídricos de uma casa.
“A gente quer mostrar que não é preciso
usar água potável para dar descarga. Se uma
pessoa consome, em média, de 2 a 5 litros a
cada vez que vai lavar as mãos, sempre terá
água para o reúso. Como essa água será filtra-
da e clorada, não terá cheiro”, diz Maristela.
Sistema criado por alunos de Etec economiza água no banheiro
Para implementar o sistema, é necessá-
rio utilizar vaso sanitário com caixa acopla-
da. O material para a instalação custa cerca
de R$ 300. “Em cinco meses, a pessoa recu-
pera o valor investido no equipamento com
a economia na conta de água. Mas o ganho
não é só financeiro, é ambiental também”,
afirma a estudante.
Fácil instalação – O projeto Sistema
de Tratamento de Água Cinza de Baixo
Custovenceua9ªediçãodaFeiraTecnológica
do Centro Paula Souza (Feteps), em 2015, na
categoriainfraestrutura.AprofessoraDenise
Cristina Rosário Vieira, que orientou o tra-
balho, explica que o sistema, além de econô-
mico, é fácil de ser instalado em qualquer
residência. “O banheiro só precisa ter vaso
sanitário com caixa acoplada. “
Imprensa Oficial – Conteúdo Editorial
Da Assessoria de Imprensa do Centro Paula Souza
A substância, que pode ser aplicada por pulverização, combate a bactéria Xylella fastidiosa
Trabalho de professores e alunos da Etec de Ribeirão Preto gera ganho financeiro e ambiental
DIVULGAÇÃO
GASTÃOGUEDES
A IMPRENSA OFICIAL DO ESTADO SA garante a autenticidade deste documento
quando visualizado diretamente no portal www.imprensaoficial.com.br
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016 às 02:31:43.