O projeto permite que clientes cultivem plantas e vegetais orgânicos em áreas próprias de uma fazenda em Tatuí através de um site. O cliente pode escolher entre diferentes tamanhos de horta e receber entregas semanais em São Paulo. O objetivo é promover a agricultura sustentável e educar as pessoas sobre cultivo orgânico.
Nematoides são responsaveis por perdas de até 30% dos canaviais
Aparelho permite produção orgânica em apartamento
1. Aparelho viabiliza produção
de plantas em apartamento
Como forma de assegurar a
procedência dos orgânicos e
aumentar o índice de confia-
bilidade dos alimentos, um si-
te na internet permite que o
consumidor fiscalize e a
acompanhe sua própria horta
via web câmeras.
O idealizador do negócio é
o francês Antoine Dubacq,
que chegou ao Brasil a traba-
lho em 2013. Morador de São
Paulo, o engenheiro de TI sen-
tiu falta dos alimentos saudá-
veis que a família cultivava
nos Alpes Franceses. “Tinha
que comprar os produtos nos
supermercados, de baixa qua-
lidade e mais caros”, diz o do-
no do site Garde Manger, ex-
pressão francófona para a pa-
lavra “despensa”.
O sítio virtual de Antoine
tem sede física na cidade de
Tatuí, a 130 quilômetros de
Campinas, e ocupa uma área
de 4.500 m².
O cliente pode escolher
três tamanhos de área de cul-
tivo e ter até uma galinha pes-
soal. A horta customizada ofe-
rece planos entre R$ 250,00 e
R$ 450,00 mensais e garante
entregas em domicílio dos
produtos semanalmente. Por
enquanto, o serviço de deli-
very somente está disponível
para a Capital paulista. “O
mais complicado é a logísti-
ca. A intenção é de abrir ou-
tros sítios no Interior e expan-
dir a empresa. Tenho recebi-
do muitos pedidos para Cam-
pinas, Valinhos e Limeira”, re-
vela Antoine, que não descar-
ta abrir franquias para criar
uma rede. “Estamos aumen-
tando nossa estrutura, mas
não quero virar agroindus-
trial”, destaca o empresário.
No ar desde maio, o site
tem 20 clientes com áreas pró-
prias e outros 70 que rece-
bem os produtos orgânicos
colhidos em toda a proprieda-
de. O sítio de Tatuí produz en-
tre 60 e 80 variedades de legu-
mes, verduras, frutas e até flo-
res orgânicas. Já a exclusiva
galinha caipira traz na pata a
identificação relacionada ao
cliente para que a cesta de
ovos tenha endereço certo.
Para o dono do negócio, o
objetivo do projeto é também
promover o intercâmbio e o
conhecimento relacionado ao
plantio mais saudável. “A
ideia é que as pessoas nos visi-
tem e ponham a mão na mas-
sa. Podemos falar sobre os
adubos orgânicos e as prote-
ções naturais que usamos pa-
ra evitar as pragas. As pessoas
vão descobrindo os cuidados
que cada alimento precisa”, fi-
naliza Antoine.
No ar desde maio, o site
tem 20 clientes com áreas pró-
prias e outros 70 que rece-
bem os produtos orgânicos
colhidos em toda a proprieda-
de. O sítio de Tatuí produz en-
tre 60 e 80 variedades de legu-
mes, verduras, frutas e até flo-
res orgânicas. Já a exclusiva
galinha caipira traz na pata a
identificação relacionada ao
cliente para que a cesta de
ovos tenha endereço certo.
Para o dono do negócio, o
objetivo do projeto é também
promover o intercâmbio e o
conhecimento relacionado ao
plantio mais saudável. "A
ideia é que as pessoas nos visi-
tem e ponham a mão na mas-
sa. Podemos falar sobre os
adubos orgânicos e as prote-
ções naturais que usamos pa-
ra evitar as pragas. As pessoas
vão descobrindo os cuidados
que cada alimento precisa" ,
finaliza Antoine. (JEM/AAN)
Projeto produz orgânicos a distância
Antoine Dubacq, que chegou ao Brasil em 2013 e sentiu falta de orgânicos
Divulgação/Garde Manger
Cliente pode administrar e acompanhar produção sem obrigação de ir ao local
P
roduzir alimentos,
plantas aromáticas e
flores no interior de um
apartamento. A ideia é
resultado de uma pesquisa
que vem recebendo
incentivos do governo de São
Paulo. Os recursos estão
sendo aplicados em uma
startup criada por um
ex-aluno de pós-graduação
do Instituto Agronômico de
Campinas (IAC). A intenção é
desenvolver um aparelho
portátil de aeroponia para ser
vendido em lojas de
eletrodomésticos.
A aeroponia é o cultivo de
plantas sem a necessidade de
solo, por meio da
nebulização de água e
nutrientes nas raízes, que
ficam suspensas. A técnica é
derivada da hidroponia, que
prescinde do uso do solo ou
de substrato para o
crescimento dos vegetais. “É
um princípio bastante
recente, inclusive no mundo.
O sistema pode ser aplicado
em culturas de alto valor
agregado, mas o nosso foco é
desenvolver o equipamento
para a produção de
hortaliças, legumes e flores
dentro de ambientes
domésticos fechados.
Qualquer pessoa, que não
tenha quintal ou outro
espaço maior, poderá
produzir alimentos com esse
aparelho”, explica Alex
Humberto Calori, idealizador
do projeto. De acordo a tese
de doutorado, a taxa de
multiplicação da
batata-semente no sistema
convencional alcança sete
tubérculos. Na aeroponia, o
número pode chegar a 50.
O orientador acadêmico de
Calori chama atenção para o
grau de inovação da
proposta. “Não temos isso no
Brasil. Existe um grande
apelo, principalmente nessa
época que temos uma
preocupação com a água. A
aeroponia economiza, em
média, 90% de água, já que
funciona em um sistema
fechado de circulação”, diz
Luis Felipe Villani Purquerio,
pesquisador do IAC,
destacando ainda que o
aparelho projetado pelo
ex-aluno é ideal para o uso
doméstico. “É o precursor da
agricultura urbana e que
pode se estender a toda a
população. A ideia é deixar o
aparelho na cozinha da dona
de casa, que pode cultivar
também plantas aromáticas,
como manjericão e salsa. ”
Com os nutrientes garantidos
por uma borrifação
controlada nas raízes, a
iluminação artificial apenas
complementa as outras
necessidades da planta, o que
torna o sistema ideal para o
uso doméstico. “Durante o
curso, notei a alta procura de
pessoas querendo produzir
hortaliças em cultivo indoor.
Então, eu vi a oportunidade
para desenvolver o projeto”,
conta Calori, que também
tem mestrado na área de
tecnologia aplicada à
produção agrícola. Ele abriu
uma empresa para
concretizar a ideia e com foco
em consultoria: a
Aeropônica. A partir deste
mês, a startup de Calori
começa os trabalhos para
viabilizar o protótipo final do
aparelho portátil. (JEM/AAN)
CORREIO POPULAR A5CIDADES Campinas, domingo, 13 de agosto de 2017
A5