Matérias sobre a produção de alimentos orgânicos e naturais foram publicadas no jornal Correio Popular, em 13 de agosto de 2017. O pesquisador da Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento (UPD) de São Roque da APTA, Sebastião Wilson Tivelli, concedeu as informações.
Nematoides são responsaveis por perdas de até 30% dos canaviais
Orgânicos mais nutritivos, mas riscos
1. Logo, logo, nós
vamos
reassumir o grau de
investimento que nós
perdemos no passado
Toxicologista
Excelência na gestão fiscal
FLÁVIO ZAMBRONE
Unicamp na RMC
“Batata,mandioca
eoutrosalimentos
contêm
substâncias
tóxicas.Nãoé
resíduodo
praguicida.Éa
plantaqueproduz”
PCJ
Os Comitês PCJ aprova-
ram na setxa-feira em Holam-
bra, para o mandato de 2017
a 2019, a recondução da
atual diretoria da Agência
PCJ, que atua como braço
executivo dos Comitês. Com
isso, o economista Sergio Ra-
zera continua como diretor-
presidente da Agência PCJ,
cargo de ocupa desde 2013;
Patrícia Barufaldi permanece
como diretora técnica, e
Ivens de Oliveira, como dire-
tor administrativo-financei-
ro.
Talentos
A Universidade Estadual
de Campinas realiza sua 18ª
edição da Talento Unicamp
na terça-feira, com expectati-
va de receber mais de 6 mil
alunos que terão informa-
ções de mais de 700 vagas de
estágios e trainee.
Empreendedorismo
Está em tramitação na Câ-
mara projeto de lei do verea-
dor Kiko Beloni (PSB), que
pretende liberar atividades
comerciais, industriais e de
prestação de serviços em
construções feitas com ma-
deira pré-fabricada. Hoje, o
uso da madeira para abrigar
espaços dessa natureza não é
permitido pelo Código de
Obras do Município. Com a
lei, o vereador espera incenti-
var o empreendedorismo em
Valinhos.
Veto parcial
Câmara vota amanhã veto
parcial ao projeto do verea-
dor Carmo Luiz que institui a
semana de conscientização
sobre fogos de estampido no
município de Campinas. O
veto ocorreu em artigo que
obriga a Prefeitura a fazer
campanha de orientação so-
bre o assunto, obrigação con-
siderada inconstitucional por
atribuir função ao Executivo.
Hospital
A deputada federal Ana Pe-
rugini, integrante da Comis-
são de Desenvolvimento Ur-
bano da Câmara dos Deputa-
dos, se reuniu com o prefeito
de Hortolândia, Angelo Peru-
gini (PDT), para avaliar o pro-
jeto de reforma do Hospital e
Maternidade Municipal Go-
vernador Mário Covas, o úni-
co público da cidade. Ana
destinou R$ 2,5 milhões do
Orçamento Geral da União
para a obra e tem trabalhado
em Brasília para conseguir
mais recursos para melhorar
a rede pública de saúde do
município.
Apesar do prejuízo que as toxi-
nas naturais possam represen-
tar à saúde, os alimentos são in-
dispensáveis ao funcionamen-
to do corpo humano. Quanto
mais cultivados de forma natu-
ral, maior é a capacidade nutri-
cional. Para o engenheiro agrô-
nomo Sebastião Wilson Tivelli,
os orgânicos devem ter prefe-
rência no cardápio por serem
adubados de forma mais com-
pleta. “A agricultura convencio-
nal trabalha com 13 ou 14 nu-
trientes. Na agricultura orgâni-
ca usamos por volta de 45”, diz
o pesquisador da Agência Pau-
lista de Tecnologia dos Agrone-
gócios (Apta), da secretaria de
Agricultura e Abastecimento do
Estado de São Paulo. “Quando
você vai estudar as doenças, é
possível identificar problemas
nutricionais nas causas. Na pes-
soa bipolar, por exemplo, falta
lítio. Na agricultura convencio-
nal, você não pensa em lítio”,
diz Tivelli.
O lítio, que também é indica-
do para tratar o Alzheimer, po-
de ser encontrado em pepino,
couve-flor, tomate, maçã, leite
e ovos. Na comparação com os
produtos convencionais, os or-
gânicos podem conter mais
que o dobro do índice de lítio.
A proporção é a mesma para
outras substâncias, como o
magnésio e o potássio; ferro,
cálcio, fósforo e zinco possuem
entre 60% a 90% de ganho nos
alimentos agroecológicos. Mas
há restrições. “O problema dos
alimentos orgânicos é que você
precisa saber de onde vêm. De-
vem ser melhor higienizados,
pois esses alimentos podem tra-
zer bactérias e infecções intesti-
nais. Por isso, não dá para afir-
mar que esses alimentos serão
sempre mais saudáveis”, diz a
médica Marcela Voris, da Asso-
ciação Brasileira de Nutrologia
(Abran).
O toxicologista Zambrone
tem a mesma opinião. “O prin-
cipal problema dos orgânicos é
o risco de contaminação micro-
biológica. É grande o número
de pessoas que criam frango
em casa e que já apresentaram
infecção intestinal. Quando é
tudo certificado e feito de for-
ma adequada, existe controle
sanitário e você diminui riscos.
Quando se faz no fundo de
quintal, você não tem esse con-
trole”, afirma.
Apesar dos perigos invisí-
veis, o estudo do Conselho Bra-
sileiro de Produção Orgânica e
Sustentável (Organis) indica
que 64% das pessoas conso-
mem orgânicos porque acredi-
tam que sejam mais saudáveis.
Destes, 86% declaram que o se-
lo Produto Orgânico Brasil, ga-
rantindo a metodologia, é a in-
dicação mais confiável. O levan-
tamento também aponta que a
alface é o item orgânico mais
comprado. Depois, o tomate.
O pesquisador faz parte des-
se universo de consumidores
que não abre mão dos agroeco-
lógicos. “Busco na alimentação
orgânica uma qualidade nutri-
cional melhor, porque hoje as
pessoas se alimentam, mas não
se nutrem, vide os casos de obe-
sidade e diabetes que a gente
tem”, diz Tivelli. (JEM/AAN)
Unicamp em Piracicaba
Horta para produção de orgânicos mantida pela Garde Manger na cidade de Tatuí, no Interior de São Paulo
A Região Metropolitana de Campinas contará com a
produção cultural da Unicamp em eventos realizados de
forma integrada em seus 20 municípios. De acordo com
o assessor da Agemcamp, Marcos Kaloy, essa parceria
tem como resultado apresentações da Orquestra da
Unicamp em eventos a serem realizados no primeiro
semestre de 2018 nos municípios da RMC. Ele também
aposta nas produções de música, teatro, artes plásticas e
outras formas de manifestações que ganharão
visibilidade nos eventos que integrarão as próximas
edições da Revirada Cultural.
Orgânicos são mais nutritivos, mas
também trazem perigos para saúde
MARIA TERESA COSTA
Xeque-Mate
Produção de hortaliças com conceito orgânico: alimentos mais saudáveis, mas ainda com preço que pode afastar uma parte dos consumidores
Oreitor da Universidade
Estadualde Campinas
(Unicamp), MarceloKnobel,
enviouao prefeito de
Piracicaba,Barjas Negri
(PSDB),a cópia do ofícioque
foiencaminhado ao secretário
deEstado da Saúde, David
Uip,confirmando interesse
em administraro
recém-criado Hospital
Regionalde Piracicaba"Zilda
Arns". A propostada
Unicamp éfirmar umnovo
convêniodeparceria de
gestãode serviços públicosde
saúde coma Secretaria de
Estado daSaúde, oque
permitirá assumir a
administraçãodo hospital
O consumo de alimentos orgâ-
nicos é indicado em função do
alto teor nutritivo em compara-
ção aos produtos gerados pela
agricultura industrial, que tem
lavouras constantemente pulve-
rizadas por agentes químicos.
Por outro lado, mesmo sem tra-
zer resíduos de defensivos, os
agroecológicos também con-
têm toxinas, naturalmente pre-
sentes na composição de fru-
tas, legumes, verduras e grãos.
Na batalha entre qualidade e
quantidade, as autoridades ten-
dem a incentivar a produção ali-
mentar em larga escala a um ní-
vel que possa sustentar as ne-
cessidades do planeta.
A dona de casa Érica Andra-
de de Souza Soares tem dois fi-
lhos, de 10 e 8 anos. Seu cardá-
pio é montado a partir de ali-
mentos orgânicos. Semanal-
mente, ela compra o máximo
de produtos agroecológicos
que encontra. “Tem muita in-
fluência na saúde. Melhora tu-
do, a resistência, a imunidade.
Você sente a diferença quando
come frutas e legumes que não
são orgânicos”, diz Érica, decla-
rando que tem medo de um ini-
migo invisível: o agrotóxico.
Os dados de um estudo di-
vulgado pela Associação Brasi-
leira de Saúde Coletiva (Abras-
co) apontam que as lavouras
do País são pulverizadas, anual-
mente, com o equivalente a se-
te litros de agrotóxicos para ca-
da habitante. Mas isso não
quer dizer que o volume despe-
jado seja efetivamente ingerido.
A maior parte dos defensivos é
aplicada nos plantios de milho,
algodão e cana-de-açúcar, que
tem o etanol como principal fi-
nalidade. Em toneladas, o mi-
lho responde por 9,8 % da pro-
dução nacional. Algodão e cana-
de-açúcar representam a maior
parcela: 70%. Já o fato de o País
ser um dos principais exporta-
dores agrícolas é indicativo de
que nem todos os aditivos quí-
micos derramados nos campos
chegam à mesa dos brasileiros.
Em relação aos resíduos de
veneno que possam estar nos
alimentos, o toxicologista Flá-
vio Zambrone é categórico. “Na
aplicação adequada, as doses
são, no mínimo, cem vezes me-
nores que as doses considera-
das seguras pelos estudos”, lem-
brando que o uso dos defensi-
vos precisa respeitar os prazos
mínimos nas lavouras. É o caso
do herbicida 2,4-D, que deve
ser aplicado no solo sete dias
antes do plantio da soja. O vene-
no é uma das substâncias do
“agente laranja”, usado como
arma química pelos Estados
Unidos durante a Guerra do
Vietnã. Quarenta anos após o
conflito, regiões vietnamitas
permanecem contaminadas pe-
los químicos. A Cruz Vermelha
aponta que 150 mil casos de
malformação fetal são atribuí-
dos ao “agente laranja”.
No Brasil, além da aplicação
nos campos de soja, o herbici-
da 2,4-D é autorizado pela
Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) para planta-
ções de café, milho, trigo e ar-
roz. A substância é proibida em
países como Suécia, Dinamar-
ca, Noruega e parte do Canadá.
Da mesma maneira, a agricultu-
ra nacional usa outros produ-
tos banidos em diferentes na-
ções, como o glifosato, aponta-
do como cancerígeno pela Or-
ganização Mundial da Saúde.
No entanto, para o especia-
lista em farmacologia e toxicolo-
gia pela Universidade de Paris,
não se pode associar os agrotó-
xicos à qualidade de vida. “Nos
últimos 60 anos de uso desses
produtos, apesar do aumento
na produção de alimentos, a
gente não viu nenhum cresci-
mento de doenças ou proble-
mas alarmantes relacionados à
ingestão de legumes ou verdu-
ras. O número de casos de cân-
cer apenas cresceu em função
do aumento do número de
diagnósticos”, diz Zambrone,
ressaltando que o vilão na ali-
mentação não seria somente o
defensivo. “O Departamento de
Saúde americano mostrou que
99% dos químicos que produ-
zem câncer em animais de labo-
ratório são presentes em ali-
mentos naturalmente”, diz o to-
xicologista, que vive nos EUA.
No caso da batata, o tubércu-
lo produz naturalmente a sola-
nina, agente que atua para afas-
tar insetos e fungos. Feijões, len-
tilhas e outras leguminosas pos-
suem a lectina, substância que
não é assimilada pelo sistema
digestivo humano e pode cau-
sar problemas intestinais e esto-
macais, além de estar associada
à artrite e à formação de úlcera
péptica. (JEM/AAN)
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Indaiatuba ocupa a terceira posição no Estado de São
Paulo em eficiência, segundo o Índice de Gestão Fiscal da
Federação das Indústrias do Estado do Estado do Rio de
Janeiro Firjan), divulgado na quinta-feira. Campinas está
na 274ª posição. Indaiatuba foi o único município da
Região Metropolitana de Campinas (RMC) classificado
como “gestão de excelência”, com 0,8277 pontos, o que
garantiu a oitava posição no ranking nacional. Valinhos
também está bem na foto, ocupando a 48ª posição.
Agricultura convencional usa apenas 13
nutrientes. Na orgânica são, ao todo, 45
Fotos: Divulgação/Garde Manger
Do presidente Michel Temer (PMDB), em discurso a empresários do
agronegócio em Lucas do Rio Verde, interior de Mato Grosso
Agricultores no País utilizam 7 litros de agrotóxicos por habirtante a cada ano
Produção natural amplia
a capacidade nutricional
A6 CORREIO POPULARA6
Campinas, domingo, 13 de agosto de 2017
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