2. “E dizia: O reino de Deus é assim como se um homem
lançasse semente à terra.
E dormisse, e se levantasse de noite ou de dia, e a
semente brotasse e crescesse, não sabendo ele como.
Porque a terra por si mesma frutifica, primeiro a erva,
depois a espiga, por último o grão cheio na espiga.
E, quando já o fruto se mostra, mete-se-lhe logo a foice,
porque está chegada a ceifa.”
(Mc. 4: 26 a 29)
3. A SEMENTE
“E dizia: O reino de Deus é assim como se um homem
lançasse semente à terra”
Reino de Deus é intrínseco, diferente do reino da matéria que é
exterior
Reino de Deus acontece na intimidade da criatura, na profundidade
do Ser
Reino de Deus fala sobre a hierarquia celeste, onde funções e órgãos
são plenos
Por toda dificuldade de definir o Reino de Deus, Jesus, faz
comparação
4. Homem é o Ser inteligente, capaz de
agir na expansão da onda criadora
Homem é o Ser superior da criação
material com destinação ao Reino
divino
Homem desenvolve as asas da
Sabedoria e Amor para essa ascensão
Homem é o semeador
Millet - 1850
5. Ao lançar sementes com Jesus o Ser
transpõe dificuldades, desiste da
irritação, olvida mágoas, entesoura os
recursos da experiência e prossegue
adiante
Lançar semente refere-se à força do trabalho, porque a vida é
caminhada, atividade, progresso, movimento e incessante
renovação para o Bem eterno
Trabalho é o infatigável descobridor
6. Semente é o gérmen de qualquer coisa,
tudo começa como semente
Semente é fonte de vida, fator
desencadeador de qualquer expressão
Semente indica processo, e nesse processo
o impacto inicial, realizado pela vontade
Semente é o primeiro ponto original de
uma obra
Semente, raiz, caule, folhas, flores, frutos,
nova semente, ninguém pode enganar o
espírito de sequência da natureza
Primeiro o pingo, depois linha firme,
depois um painel vigoroso
7. Terra define como o campo de recepção da onda criadora
Terra é o coração do homem, grande laboratório onde se
desenvolve o Reino de Deus
Terra é o local adequado, exigindo tempo propício, para o
desenvolvimento da semente
Terra é o campo de experiência real na fixação dos valores imortais
da Virtude
8. “E dormisse, e se levantasse de noite ou de dia, e a semente
brotasse e crescesse, não sabendo ele como.”
Após a atividade de semeadura, qualquer ação realizada, decorrida
do homem, a semente desenvolve por si mesma. É Lei Divina
Não importa o que faça ou em que hora seja ou como seja, aquela
semente desenvolverá em todo o seu ciclo
Qualquer nova intervenção do homem depende do conhecimento
das leis que regem a vida e nova semeadura adequada capaz de
reorientar quando a semeadura foi negativa ou de ampliar quando a
semeadura foi positiva
9. Dormir e levantar indica atividade
obrigatória imposta pela natureza, não
é um ato de escolha
Dormir e levantar indica que o
homem está sujeito às leis da vida
independente do que semeou ou não
semeou, tendo sido semeado cresce a
semente
Dormir e levantar pode também
indicar processo de desencarnar e
reencarnar, na prova, na expiação ou
missão
10. Nesse processo amplo no dois planos da vida o homem lança as suas
sementes até aprender a lançar na terra generosa da vida as sementes
do evangelho de Jesus, podendo dormir e levantar em paz pelo bem
realizado
A função da semente é germinar por si própria uma vez tendo sido
lançada na vida
Dormir e levantar, noite e dia representam a expressão da dualidade
operacional da vida
Ação como expansão da onda criadora, repouso após a semeadura e
desenvolvimento sem que ele saiba como
11. “Porque a terra por si mesma frutifica, primeiro a erva, depois a
espiga, por último o grão cheio na espiga.”
Erva, espiga, grãos...
Erva tenra da fé retificadora, dos primeiros ensaios espirituais, tão
logo haja superado a experiência do homem comum que apenas
descansa nas vulgaridades e inutilidades da existência terrestre
A terra por si mesma frutifica, assim é
a Lei Divina, obedecendo ao espírito
de sequência
12. Erva da busca espiritual, do anseio de crescimento em direção ao Sol
divino
Erva representando as aspirações do homem ao título de discípulo do
Senhor
Erva ainda não passa de folhagem promissora desenvolvendo para a
meta assinalada
Erva quando destaca atrai a atenção de
quantos não viam anteriormente, passa
a constituir objeto de curiosidade para
a multidão, observando atentamente
todos os gestos, pedindo-lhe atitudes
de grandeza que ainda não dá conta
completamente
13. “Depois vem a espiga,”
Espiga já representa um coletivo em melhor
organização
Espigas já anunciam a possibilidade das obras
celestes
Espigas já expressam as lutas para deixar o
casulo das paixões inferiores na aspiração
verdadeira de subir ao Reino de Deus
Espiga representa o esforço de ascensão, a
subida ao monte da elevação intima,
juntamente com outros
14. O grão trás em si os valores nutricionais
apresentando aquele que atingiu as etapas
superiores
O grão representa aquele que mesmo na
espiga já tem sua própria expressão, sem
perder de vista o valor coletivo
O grão representa a vitória da vida na
capacidade, não mais a possibilidade mas
sim a realidade
“Depois vem o grão,”
O grão define a conquista efetiva do valor nutritivo
O grão representa a irradiação do pão, do alimento saudável
15. “E, quando já o fruto se mostra, mete-se-lhe logo a foice,
porque está chegada a ceifa.”
Ao tempo do fruto vem a colheita, chegou a hora da ceifa.
A lei sabe recolher nos celeiros da vida os grãos pleno de valor para
a alimentação da multidão
Assim somos todos nós no plano da evolução de espíritos simples e
ignorantes representando a semente potencial, atingimos a
qualidade de ervas verdes representando o início da evolução
consciente, avançando e conquistando a qualidade de espigas
quando valorizamos a atividade colaboracionista, coletiva, para por
fim atingirmos um dia a glória de sermos alimento para a multidão.
Eu sou o pão da vida
16. INVOCAÇÃO
Senhor,
Inundas-me no esplendor de tua luz
e, contudo, cego, não Te vejo.
Falas-me na eloquência do teu verbo
e, no entanto, surdo, não Te ouço.
Abrasa-me na ardência de teu amor
e, todavia, insensível, não Te sinto.
Oh! Estranha contradição!
Tu, bem perto de mim,
e eu, tão longe de Ti,
Desvela-me, Senhor, os olhos, cegos de orgulho;
abre-me os ouvidos, surdos de vaidade,
e sensibiliza-me o coração, duro de maldade,
para que eu descubra tua divina presença na intimidade do
meu ser!
Rubens C. Romanelli
17. Referências:
•Bíblia
•O evangelho por Emmanuel
•Sabedoria do Evangelho, Pastorino
•Livro da Esperança, cap. 59
•Caminho Verdade e Vida, cap. 102
•Pronto Socorro, cap. Paciência e Esperança