1) O documento descreve o projeto de uma mesa pedagógica infantil para estimular a aprendizagem de crianças entre 4-6 anos.
2) A metodologia incluiu pesquisas sobre o desenvolvimento infantil, adaptação escolar, aprendizagem, ludicidade e ergonomia.
3) O objetivo é desenvolver uma mesa atrativa e confortável para influenciar positivamente a aprendizagem das crianças.
1. 1 INTRODUÇÃO
1.1 APRESENTAÇÃO E IMPORTÂNCIA DO PROBLEMA
O trabalho a ser apresentado trata-se de um Trabalho de Conclusão do Curso
de Design de Móveis, referente ao projeto de uma mesa pedagógica infantil que
ajude a estimular a aprendizagem desde a fase de iniciação à vida escolar.
A escolha do tema foi possível graças à observação de mobiliários infantis
existentes nas escolas. Observou-se que estes não possuem preocupação em
estimular o interesse da criança em estudar, não obtendo diferencial no que diz
respeito aos aspectos estéticos e simbólicos. É comum encontrar móveis infantis
que atendem apenas aos requisitos funcionais básicos de um móvel, preocupando-se
essencialmente em reduzir o tamanho e atender a principal função prática, que
é
a de apoiar objetos. Somente nos últimos anos o usuário infantil vem se
beneficiando com o interesse por parte dos arquitetos e designers na aquisição
de
conhecimentos de sociologia, psicologia e ergonomia infantis com o objetivo de
atender as reais necessidades das crianças.
A criança em fase de iniciação escolar necessita de uma atenção especial.
Ela precisa sentir-se familiarizada com o ambiente escolar e atraída por este,
de
modo que possa ser estimulada a aprender, relacionando o ambiente de estudo com
algo prazeroso e benéfico para ela. Pensando nisso, chegou-se a proposta de
projetar e desenvolver uma mesa pedagógica infantil, que fosse esteticamente
atrativa e ergonomicamente confortável para as crianças, possuindo formato
interessante, cores chamativas e fosse um produto diferenciado, com a intenção
de
influenciar positivamente na aprendizagem da criança.
A metodologia do presente trabalho consiste em: realização de uma pesquisa
referente ao desenvolvimento infantil, com relação ao processo de formação da
aprendizagem de crianças entre 4 e 6 anos de idade; pesquisas referentes ao
desenvolvimento infantil; pesquisa referente à adaptação da criança em fase de
iniciação escolar, pesquisa com relação à aprendizagem e motivação, com relação
ao lúdico e à importância do brincar, estudo de cores e uma pesquisa sobre
ergonomia e materiais. Além disso, o trabalho abrange uma breve pesquisa de
Mercado, observando quais as novidades e tendências do mercado e o que precisa
2. ser aperfeiçoado; uma pesquisa de campo com professores e alunos de 4 creches
da cidade de Curitiba, analisando quais as necessidades existentes. Contém
também um painel do usuário, onde são definidas as características do público
alvo,
ou seja, para quem será direcionado o projeto. No item “projeto“, estão contidas
as
gerações de alternativas com as possíveis sugestões de mesa pedagógica infantil
e
a alternativa escolhida, bem como um “passo a passo“ de como o móvel foi
fabricado e um memorial descritivo do mesmo.
É importante lembrar que as crianças, em fase de iniciação escolar,
encontram-se em plena fase de desenvolvimento e estão começando a possuir
noções de espaço, estando em constante movimentação. É a fase da descoberta,
do aprendizado. Portanto, o papel do móvel não é fazer com que as crianças
fiquem
“estáticas“ em seu ambiente de estudo, mas que interajam da melhor maneira
possível com ele, utilizando-o para desenvolver suas atividades pedagógicas e
recreativas de uma maneira prazerosa e divertida.
1.2 OBJETIVO GERAL
Desenvolver uma mesa pedagógica infantil que ajude a estimular o processo
de aprendizagem e desenvolvimento da criança, na faixa etária de 4 a 6 anos.
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
-Desenvolver um conjunto de mesa pedagógica infantil e bancos, para crianças em
fase de iniciação escolar (de 4 a 6 anos), voltado para atividades pedagógicas;
-Propiciar o atendimento de algumas necessidades das crianças em termos
estéticos, lúdicos, funcionais e ergonômicos, estimulando assim o processo de
aprendizagem das mesmas;
-Estimular que a criança, durante a fase de iniciação escolar, comece a enxergar
os
estudos como algo positivo e prazeroso a partir da inserção de um móvel atraente
e
compatível com suas necessidades.
3. 1.4 JUSTIFICATIVA
A fase da infância é a fase de descobertas, de experimentações, ou seja, a
criança precisa ser estimulada a brincar, a interagir, a ler, a exercitar seu
cérebro.
Pensando nisso, foi proposto o desenvolvimento do projeto de uma mesa
pedagógica infantil, podendo ser residencial ou institucional, que atendesse a
essa
necessidade, que envolvesse a criança e estimulasse o processo de aprendizagem
da mesma.
Pretende-se com o presente trabalho, fazer com que as crianças passem a
enxergar o ambiente escolar, bem como os estudos, de uma maneira positiva, ao
contrário do que a grande parte das crianças acaba enxergando. Isso porque
grande
parte delas não recebe a devida atenção na fase de iniciação escolar, fase esta
muito importante para o desenvolvimento infantil, já que representa uma grande
mudança em sua vida, envolvendo obrigações, responsabilidades, regras a serem
seguidas, disciplina e adaptação. É o momento de se adequar a um mundo novo e,
para isso, ela precisa se familiarizar com o ambiente de estudo, precisa sentir-se
segura, confortável e estimulada a desenvolver suas atividades pedagógicas.
O trabalho torna-se interessante pelo fato de no Brasil ainda haver uma
lacuna com relação à preocupação com o design do mobiliário infantil. Ao
explorar
esse universo a pesquisa busca encontrar uma maneira de colaborar com a
satisfação dessa necessidade existente no mercado, de maneira a atender às
expectativas do público alvo visado.
A proposta é de interessante relevância, já que envolve uma das principais
questões nacionais, a questão da Educação, principalmente no que diz respeito à
fase de iniciação escolar, já que é nesse período que a criança acaba decidindo
seu
interesse pelos estudos, o que, inevitavelmente, acaba influenciando em sua
futura
vida acadêmica e profissional.
4. 1.5 METODOLOGIA
A metodologia do presente trabalho consistiu em: realização de uma pesquisa
referente à aprendizagem e desenvolvimento infantil, estudando especificadamente
crianças entre 4 e 6 anos de idade; pesquisas referentes à adaptação da criança
em
fase de iniciação escolar, pesquisa com relação à importância do lúdico na
infância,
pesquisa com relação à importância das cores no universo infantil, pesquisa
ergonômica, pesquisa sobre a influência do design do mobiliário infantil no
comportamento e aprendizagem das crianças, estudo de materiais, pesquisa de
mercado, observando quais as novidades e tendências do mercado e o que precisa
ser aperfeiçoado, pesquisa de campo em quatro centros de educação infantil da
cidade de Curitiba, analisando quais as necessidades existentes e pesquisa com
relação aos materiais utilizados. Para o desenvolvimento do projeto
primeiramente
foi montado um painel do usuário, especificando qual o público-alvo a ser
atingido.
Posteriormente foram feitas gerações de alternativas, através de esboços, que
foram
transpassados em maquete eletrônica para melhor visualização, com as possíveis
sugestões de mobiliário infantil para estudo. A alternativa final se deu,
analisando
aspectos positivos e negativos de cada alternativa e buscando solucionar os
problemas existentes em cada uma, buscando uma maneira de melhorá-la e torná-la
viável tecnicamente. O trabalho também traz um “passo-a-passo“ de como o móvel
foi desenvolvido dentro da Universidade, além de ilustrações que representam sua
inserção em dois ambientes: quarto infantil e sala de aula. Para finalizar, há
um
memorial descritivo sobre o móvel.
5. 2 A CRIANÇA E A INFÂNCIA
A criança é um ser humano em desenvolvimento que explora o mundo ao seu
redor, através de situações vivenciadas no seu espaço. É através de sua atitude
de
curiosidade, juntamente com o auxílio dos pais, professores e do meio em que
vive,
que a criança aprende a identificar situações, pessoas e objetos e a interagir
com
eles.
Segundo Rochael (2009), a infância é o período que vai desde o nascimento
até aproximadamente o décimo primeiro ano de vida de uma pessoa. É um período
de grande desenvolvimento físico, marcado pelo gradual crescimento da altura e
do
peso da criança -especialmente nos primeiros três anos de vida e durante a
puberdade. Mais do que isto, é um período onde o ser humano desenvolve-se
psicologicamente, envolvendo graduais mudanças no comportamento da pessoa e
na aquisição das bases de sua personalidade.
Neste capítulo serão abordadas questões relacionadas ao desenvolvimento
infantil, especificamente os gradientes de desenvolvimento durante a faixa
etária de
4 a 6 anos.
2.1 DESENVOLVIMENTO INFANTIL
De acordo com Vieira (2007) a infância é uma fase de muitas mudanças,
formulações, experiências, significações, ressignificações e aprendizados.
Porém,
como as mudanças no mundo infantil acontecem de uma forma dosada e gradual, o
adulto tende a interpretar erroneamente, que o mundo da criança é semelhante ao
seu; todavia a criança possui uma natureza singular, sente e pensa o mundo de um
jeito muito próprio. Ela inclusive pode ser caracterizada por certas
características
referentes ao estágio de seu crescimento e desenvolvimento.
A criança passa por inúmeras mudanças durante seu processo de
desenvolvimento: mudanças físicas, motoras, biológicas e psicológicas. Baynes
(1992) defende que a infância é um período de desenvolvimento físico e mental
rápido e intenso, e, portanto, a importância das experiências para o
desenvolvimento
sadio da criança, não pode ser menosprezada. Porém é necessário lembrar que o
amadurecimento de cada criança é algo pessoal, ou seja, não é verificado da
mesma maneira em todas as crianças. O desenvolvimento infantil envolve muitas
6. variáveis, como saúde física e mental, a influência das relações sociais e
ambientais, o acesso à educação, entre outras características psicológicas
próprias
de cada um. Porém, de acordo com diversos estudos no ramo da psicologia e
pedagogia, podem-se determinar gradientes de desenvolvimento, que facilitem o
estudo acerca do desenvolvimento infantil. Estes gradientes servem para
determinar
as tendências e os esquemas de comportamento infantil. De acordo com Gessel
(1987), gradiente do desenvolvimento é uma série de fases ou graus de maturidade
por onde a criança vai progredir em direção a um nível mais elevado de
comportamento. O gradiente de desenvolvimento serve como um quadro de
referência, pois o plano geral de desenvolvimento encontra-se fora do nosso
alcance.
Ainda de acordo com Gessel (1987) o desenvolvimento infantil é um processo
contínuo e gradativo:
“A personalidade da criança é o produto de um crescimento lento e gradual. O seu
sistema nervoso amadurece por graus e seqüências naturais. Ela senta-se antes de
se por em pé, balbucia antes de falar, diz “não“, antes de dizer sim“, inventa
antes de
dizer a verdade, desenha uma circunferência antes de desenhar um quadrado, é
egoísta antes de ser altruísta, depende dos outros antes de depender de si
própria.
Todas as suas capacidades, incluindo as morais, estão sujeitas a leis do
desenvolvimento.“(GESSEL, 1987).
O autor sustenta essa idéia ao afirmar que todo crescimento depende de um
crescimento anterior. A criança é, assim, o resultado da essência de seu
passado.
Dessa forma, para o autor, a sua psicologia aos cinco anos, é o “produto“ de
tudo o
que lhe aconteceu nos quatro anos decorridos após o nascimento -e nas quarenta
semanas que o precederam.
De acordo com Gessel (1999), todas as crianças são únicas, mas todas elas
são também membros de uma só espécie humana. Em obediência às características
da espécie há seqüências do crescimento que quase nunca são alteradas. O
domínio motor dos olhos precede o dos dedos, o equilíbrio da cabeça precede o
equilíbrio do corpo, a preensão palmar precede a digital, apreensão voluntária
precede o abandono voluntário. Estes são apenas alguns exemplos simples da
ordem seqüencial inerente à estruturação do comportamento da criança, desde as
suas manifestações mais simples às mais complexas.
7. 2.2 GRADIENTES DE DESENVOLVIMENTO
Segundo Gessel (1999), os gradientes do desenvolvimento são quadros que
podem indicar em que fase da maturidade a criança se encontra e que tipos de
comportamentos ela pode apresentar. A finalidade dos gradientes é a de
determinar
a posição aproximada que a criança ocupa diante das várias seqüências do
desenvolvimento.
A seguir serão apresentados os gradientes de desenvolvimento infantil de
crianças entre 4 a 6 anos de idade, a faixa etária escolhida para o público-alvo.
2.2.1 A criança de 4 anos
A criança de 4 anos é afirmativa e expansiva, começa a adquirir certa ordem
lingüística. Explode de atividade motora, corre, pula num pé só e salta. Possui
grande atividade mental, traduzida num descuidado emprego de palavras e uso de
imaginação e fantasia. Nessa fase, a criança tende a sair dos limites,
principalmente
na linguagem e nas suas proezas imaginativas. É alegre e viva e possui uma boa
coordenação motora. (GESSEL, 1987).
O segredo da psicologia da criança de 4 anos está na sua intensa energia
associada a uma organização mental de grande mobilidade. A sua criação de
imagens mentais é muito volátil. Move-se de uma configuração para outra com
grande agilidade. Nas brincadeiras teatrais envolve-se nos papéis e sai deles
com a
maior facilidade. No desenho é, muitas vezes, um autêntico improvisador.
(GESSEL,
1987).
Segundo Rochael (2009), a criança de quatro anos apresenta integração do
automatismo corporal. É vigorosa nas brincadeiras, seu ritmo corporal está
repleto
de novas conquistas e habilidades: anda com firmeza, corre depressa, sobe em
lugares altos e difíceis. Ao ar livre é irrequieta, necessita gastar energia,
praticar
atividades físicas. Seu vocabulário é rico (mais de 2000 mil palavras), pode-se
concentrar por períodos de 30 minutos e é capaz de criar suas próprias
atividades.
Faz perguntas e se interessa pela morte, nascimento, pessoas, Deus, diferenças
sexuais. Reconhece partes do corpo e interessa-se por gestos e roupas de
adultos.
É capaz de realizar construções elaboradas, pode vestir-se, abotoar roupas e
realizar a higiene pessoal. A figura humana está presente nos desenhos e retrata
8. coisas que já viu. Recorta papéis e segura objetos como lápis e pincéis. Nessa
fase,
a colagem é uma atividade apreciada.
Ainda Segundo Rochael (2009), na comunicação, a criança expressa palavras
sem sentido e palavrões. Consegue dizer seu nome, sobrenome e idade. Canta
pequenas canções e faz perguntas com freqüência. Fala muito sozinha e sua
imaginação é fértil. Necessita de experiências e vivências, pois as idéias são
maiores que as capacidades. Suas emoções são extremas: ou gosta muito ou
detesta. Tem noções de limite. Mostra-se afetuosa, demonstra autoritarismo,
expansividade e iniciativa. Gosta de ser elogiada e se auto-elogia.
Demonstrações de medo são evidentes, recomenda-se cuidado com a
temática das histórias contadas. Tem noção de rua e cidade e é capaz de
representar itinerários mentalmente.
As crianças nessa faixa etária passam a se identificar com outra pessoa por
causa de vários motivos, incluindo laços de amizade (um amigo ou uma pessoa
próxima como outro parente ou uma babá, por exemplo) e semelhanças físicas e
psicológicas. Também passam a ver diferenças entre pessoas do sexo masculino e
feminino, tanto nos aspectos físicos quanto nos aspectos psicológicos, como os
estereótipos dados a ambos os sexos pela sociedade (exemplos: menino brinca com
bola, menina brinca com boneca). Crianças desta faixa etária começam a
desenvolver os aspectos básicos de responsabilidade e de independência,
preparando a criança para o próximo estágio da infância e os anos iniciais de
escola.
Elas são altamente ativas em geral, estão constantemente explorando o mundo à
sua volta. Passam também a aprender que na sociedade existem coisas que eles
podem ou não fazer.
Figura 01: Crianças de 4 anos
Fonte:http://psicologiaeeducacao.wordpress.com/
9. 2.2.2 A criança de 5 anos
De acordo Rochael (2009), a criança de 5 anos apresenta um evidente
progresso em seu crescimento: são mais altas e com proporções diferenciadas das
outras. Com ares importantes, tratam os menores com superioridade. Querem ser
reconhecidas, necessitando apoio e responsabilidade delegados por quem lida com
elas. A criança nessa faixa etária planeja suas atividades: a idéia precede a
ação, o
que significa pensar antes de agir.
Com um vocabulário rico, vence maiores dificuldades de pronúncia e faz
muitas perguntas. Apresenta precisão e destreza na motricidade para pedalar,
correr, sentar, nadar, atirar e virar cambalhotas; tem bom conhecimento das
proporções corporais e apresenta certa independência.
A motricidade fina está mais hábil: dá nós simples, modela, manipula,
constrói, veste-se sozinha; domina atividades gráfico-plásticas. Consegue dentro
de
seus limites amarrar, abotoar, usar talheres para comer e escrever seu primeiro
nome. Com iniciativa e idéias próprias, é mais autocrítica e segura. Apresenta
ansiedade em relação a coisas cuja explicação desconhece, mas aceita regras e
limite, conseguindo jogar cooperativamente. É sociável, tem interesse pelos
vizinhos
e pessoas novas, demonstrando sentido mais seguro do “eu“.
A mãe continua sendo o centro de seu universo, embora esteja muito mais
independente dela. Interessa-se pelo tempo presente e compreende a relação
dia/noite; manhã/tarde.
Crianças nessa idade gostam de contos de fada, vivem no mundo da
imaginação. Nessa época a criança precisa tornar familiar o que já é familiar,
por
isso é comum a preferência por representações domésticas, já que a vida em
família
ainda é uma novidade. (GESSEL, 1999). Uma das maneiras de facilitar esse
processo, é por meio de brincadeiras que representem essas relações, como
“brincar de casinha“ e de boneca.
Aos cinco anos a criança está apta a enfrentar a simples vida comunitária de
uma sala de aula. Nas suas características emocionais, na sua inteligência geral
e
na faculdade de adaptação revela estar de posse de um sistema de ação bem
organizado e bem desenvolvido. Os cinco anos são, segundo Gessel (1987), uma
idade nodal. É o período em que a criança encontra-se numa fase de ajustamento
10. equilibrado consigo própria e com seu ambiente. É o período em que ela já tem
marcada sua individualidade.
Gessel (1987) afirma que aos cinco anos e meio a criança passa por uma
fase bipolar, tentando ao mesmo tempo encontrar-se e descobrir seu novo
ambiente.
A escolha e a conciliação entre os dois pólos criam-lhe tensões e hesitações, já
que
novos problemas de desenvolvimento estão sendo resolvidos, por isso é comum
haver dificuldades e instabilidades durante o percurso de sua educação formal.
Sendo assim, elas necessitam de muito apoio, responsabilidade, brincadeiras
em grupo, oportunidade para concentração e boa orientação.
A seguir será estudada a faixa etária especificada no projeto (4 a 6 anos de
idade) com relação ao seu nível de desenvolvimento. Este estudo é essencial, já
que
é necessário conhecer o público-alvo a ser atingido, antes de iniciar o projeto.
Figura 02: Crianças de 5 anos
Fonte:http://psicologiaeeducacao.wordpress.com/
11. 2.2.3 A criança de 6 anos
Segundo Rochael (2009), o crescimento físico da criança de 6 anos é
acentuado e difere-se de outras idades pela perda dos dentes de leite. Consegue
vestir-se sozinha, precisa de espaço para realizar suas atividades. Canta muito,
dramatiza, faz comparações e tem senso de humor apurado, possui boa
comunicação e gosta de repetir palavras aprendidas.
Suas vivências são relatadas com prazer, querendo transformar o mundo num
laboratório de experiências; faz muitas perguntas, gosta de planejar passeios,
querendo fazer tudo à sua maneira. O adulto deve encorajá-la a ouvir e saber
falar
na hora exata, sempre estimulando a expressão livre para um bom desenvolvimento
do vocabulário em conversações.
O interesse pelas horas já se faz notar, assim como pelas ciências. Dá
notícias das ocorrências mundiais e sua concentração pode ultrapassar 60
minutos.
Sente necessidade da matemática e seu desenvolvimento favorece um interesse
natural e crescente pela leitura (curiosidade pela língua escrita). A
racionalização
também é uma habilidade que é aprendida e constantemente melhorada. Até o
quinto ou sexto ano de vida as crianças muitas vezes procuram resolver problemas
através da primeira solução -certa ou não, racional ou não -que vem à sua mente.
Após o sexto ano de vida, a criança passa a procurar por diversas soluções, e a
reconhecer a solução correta ou aquela que mais se aplica à solução do problema.
12. Figura 03: crianças de 6 anos
Fonte:http://psicologiaeeducacao.wordpress.com/
13. 3 APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO INFANTIL
A partir do nascimento a criança vai sendo apresentada ao mundo, fazendo
uso de seus sentidos para explorá-los, internalizando nomes, cores, sensações,
sentimentos, percepções, gostos, cheiros, fazendo associações entre as
informações que recebe. A arrumação ou disposição dessas informações recebida
pela criança é chamada aprendizagem.
Segundo Bee (1984) a aprendizagem é algo que deve ser significativo na vida
do indivíduo, onde se sobressai a qualidade de um envolvimento pessoal
permanente e que vai ao encontro das necessidades do sujeito.
É importante lembrar que ocorre aprendizagem sempre que, ao receber
estímulo, de alguma forma o indivíduo responde ao ambiente. A interação,
portanto,
é um fato que está presente nas aprendizagens.
Foi a partir do século XX , com os estudos mais aprofundados em psicologia,
que começaram a surgir teorias explicativas do funcionamento do processo do
aprender. A partir dos estudos realizados ao longo do século XX, percebeu-se que
era através da aprendizagem que o homem adquiria hábitos e comportamentos.
Além disso, a aprendizagem passou a ser definida como o processo de aquisição de
novos conteúdos a partir de um sistema de trocas (homem-meio) constante. Nesse
ponto nota-se alguns elementos do processo de aprendizagem. São eles: memória,
atenção, interesse e inteligência.
Segundo La Rosa (2002), todos os humanos tem potencialidade para
aprender e curiosidade natural para isso. Porém, na aprendizagem, tudo o que é
novo é considerado uma ameaça e a pessoa ao se sentir ameaçada pela novidade,
tende a não querer modificar-se. Ou seja, a aprendizagem é sempre uma mudança
na organização do self (“si mesmo“) e na sua percepção “ por isso tende a
provocar
resistências. Dessa forma é importante que o indivíduo sinta-se motivado a
aprender, buscando o conhecimento de acordo com seus interesses e seu ritmo
pessoal. Esta aprendizagem, por conseqüência, será mais duradoura e persistente.
Para que ocorram as aprendizagens é necessário um estado de alerta
(moderado), impulso, vontade e desejo de aprender, ou seja, motivação. Sabe-se
que aquilo que não é tomado como significativo, tende a ser abandonado.
De acordo com La Rosa (2002), as aprendizagens sempre ocorrem na vida
do homem, porém, existem algumas condições que podem favorecê-las ou inibí-las,
14. tais como condições físicas, psicológicas , ambientais ou sociais. Para o autor,
as
condições psicológicas da aprendizagem dizem respeito à motivação do indivíduo,
ou seja, à forma como este se mobiliza e direciona sua ação na aprendizagem.
Sendo a motivação um processo interno e constituindo-se em uma resposta pessoal
do indivíduo frente à determinada situação, está também na dependência
(especialmente em alunos mais novos) do incentivo propiciado pelo professor.
As situações ambientais que influem na aprendizagem dizem respeito a um
ambiente adequado e reforçador, que possua condição de acomodação física, de
temperatura, iluminação e ventilação agradáveis. Todos esses aspectos tendem a
favorecer as aprendizagens em eficácia e realização.
A aprendizagem pode ser dada de maneira informal, através das variadas
interações em diversos ambientes, circunstâncias e com diferentes indivíduos
através da experiência diária -a chamada aprendizagem circunstancial. Ou pode
ser
formal, onde os eventos devem ser organizados e planejados. Por exemplo, sala de
aula.
Aprendizagem não é apenas ampliar o número de informação e
conhecimentos, mas principalmente, constitui-se na mudança que opera no sujeito
através das experiências.
Segundo Koffka (apud Piaget, 1998) o desenvolvimento refere-se a um
âmbito mais amplo que a aprendizagem. A criança aprende a realizar uma operação
de determinado gênero, mas ao mesmo tempo está obtendo outros tipos de
conhecimentos, pois todo o caminho que ela utiliza para chegar até o
conhecimento
(suas dúvidas, suas pesquisas, conversas) também faz parte da aprendizagem e
acaba por contribuir para o desenvolvimento da criança. Ao dar um passo em
frente
no campo da aprendizagem, a criança dá dois no campo do desenvolvimento. Por
isso aprendizagem e desenvolvimento não são coincidentes.
De acordo com Rosa (2007) a memória é um fator bastante importante na
aprendizagem, pois que, sem ela, as aprendizagens se tornariam sem significado.
É
a memória o elemento que faz a ligação entre o ontem e o hoje e, embora não
existam ainda conhecimentos substanciais acerca de seu funcionamento, sabe-se
que, através dela, pelo menos em parte, aquilo que foi aprendido fica retido e,
de
alguma forma, alguns fatos podem ser reativados pela lembrança. A memória é um
elemento importante porque permite a identificação do ontem, estabelecendo
relação com o hoje, o agora.
15. É interessante ressaltar que a aprendizagem da criança inicia-se muito antes
da aprendizagem escolar. A aprendizagem escolar não parte do zero. Por exemplo,
a criança começa a estudar aritmética, mas já muito antes de ir à escola,
adquiriu
determinada experiência referente à quantidade, encontrou já varias operações de
divisão e adição, complexas e simples. Portanto, a criança já se deparou com
problemas semelhantes, antes mesmo de aprender na escola sobre aritmética. Ou
seja, a aprendizagem escolar é precedida de uma etapa perfeitamente definida de
desenvolvimento, alcançado pela criança antes de entrar para a escola.(PIAGET,
1998).
Toda e qualquer aprendizagem, quer seja hábito, informação, conhecimento
ou aprendizagens de sentimentos e emoções, são importantes para a vida porque
vão levar o indivíduo ao sentido de adequação e participação no meio. Pela
aprendizagem é possível o conhecimento. Só o conhecimento é que possibilita ao
homem a descoberta de novas teorias, novos métodos e novos padrões que podem
levar a espécie humana a progredir, no sentido de melhores condições de vida e
também no que se refere à compreensão dos fenômenos que caracterizam o ser
humano. (ROSA, 2007).
Segundo Vygotsky (2007) a aprendizagem deve ser considerada como um
fator de desenvolvimento. De acordo com o autor, se a aprendizagem está em
função não só da comunicação, mas também no nível de desenvolvimento
alcançado, adquire então importância especial. Trata-se de compreender como
funcionam esses mecanismos mentais que permitem a construção dos conceitos e
que se modificam em função do desenvolvimento.
Neste tópico foram abordados conceitos sobre aprendizagem e sua
importância. Esta pesquisa é essencial, pois contempla o objetivo do trabalho:
estimular a aprendizagem das crianças. No próximo capítulo serão abordados os
seguintes tópicos: teorias sobre o processo de aprendizagem, adaptação da
criança
em fase de iniciação escolar e aprendizagem x motivação.
16. 3.1 TEORIAS SOBRE O PROCESSO DE APRENDIZAGEM
Um conjunto de teorias foi sendo criado para explicar de que forma o ser
humano aprende ao longo de seu desenvolvimento. Geralmente as teorias da
aprendizagem estão associadas às teorias de desenvolvimento humano, justamente
porque é durante o desenvolvimento que vai da infância à fase adulta, que pode-se
observar como as crianças, jovens e adultos constroem suas aprendizagens.
O primeiro grande conjunto de teorias que tentou explicar a aprendizagem
foram as teorias inatistas. De acordo com Ferreira (1986, p 929), inatista
significa
aquilo que “nasce com o indivíduo, congênito, que pertence à natureza de um
ser.“
Assim, as teorias inatistas são aquelas que acreditam na existência de idéias
ou princípios, independente da experiência. Ou seja, para essa corrente teórica,
a
aprendizagem independe daquilo que é vivido pelo sujeito, independe das suas
experiências no mundo, estando a aprendizagem relacionada à capacidade
congênita do sujeito de desempenhar as tarefas que lhe são propostas.
Segundo Moura, Azevedo e Mehlecke (2006) o inatismo opõe-se à
experimentação por considerar que o indivíduo, ao nascer, já traz determinadas
condições do conhecimento e da aprendizagem que se manifesta, ou
imediatamente, ou progressivamente, durante o processo de seu desenvolvimento
biológico. Assim, toda a atividade de conhecimento passa a ser exclusivamente do
sujeito que aprende, sem participação do meio.
Já as teorias ambientalistas levam em consideração o meio no qual a criança
está inserida. O ambiente passa a ser o grande responsável pelo que a criança
aprende. A criança aparece como uma folha em branco, na qual serão inseridos
hábitos, comportamentos e demais aprendizagens.
Tanto no caso das teorias inatistas quanto no caso das ambientalistas, não se
fala em interação entre o dentro e o fora, ou seja, entre a criança e suas
estruturas
internas e o meio no qual está inserida. Essa relação passa a ser encontrada no
conjunto de teorias conhecido como interacionistas, da qual fazem parte as
teorias
construtivistas, que têm como principal teórico Jeam Piaget.
As teorias interacionistas percebem a aprendizagem como um processo de
inter-relação entre o sujeito e o objeto, ou melhor, é através da interação do
sujeito e
do objeto que o aprendiz extrai aquilo que quer conhecer e as informações
necessárias para seu uso, caracterizando um tipo de aprendizagem ativa.
17. Dessa maneira o construtivismo, além de ver a aprendizagem como um
processo de interação entre o sujeito e o objeto do conhecimento, também
considera
o aprendizado um sujeito ativo, construtor (daí a origem do termo
construtivismo) de
seu próprio conhecimento. É a partir das relações estabelecidas que ocorre não
só a
construção de um tipo específico de aprendizagem, mas também uma
aprendizagem mais humana, que envolve não apenas os processos mentais ou
estímulos gerados no meio, nem tão somente a interação do sujeito com o objeto
do
seu interesse, mas passa a levar em consideração também as relações
estabelecidas pelo sujeito durante o seu processo de aprender, colocando em foco
a
relação de sala de aula, ou mais especificadamente, a relação professor-aluno.
Dentro do processo de aprendizagem duas coisas são muito importantes: a
memória e a atenção.
A memória é tratada como a capacidade de armazenamento de informações
no cérebro, ou ainda como a capacidade de resgatar aquilo que foi armazenado.
Segundo Teelving e Thomsom (1973), apenas aquilo que foi armazenado
pode ser recuperado e a maneira em que pode ser recuperado depende de como foi
armazenado. É por isso que a memória é um processo importante para aprender, o
que não significa dizer que só aprendemos memorizando, mas que ela nos auxilia
quando precisamos de alguma informação anterior.
Existem muitas teorias sobre a memória, mas uma das mais atuais é a que
faz uma analogia entre a memória humana e a memória dos computadores, a partir
dos sistemas de input (entrada) e output (saída) de informações, onde as mesmas
são acessadas a partir de estímulos dados pelo usuário. No caso, os aprendizes.
De acordo com Eysence e Keane (1994), o termo “atenção“ tem sido utilizado
de muitas maneiras, dentre as quais destaca-se a que considera a atenção um
processo de concentração. Pode-se dizer que a concentração ocorre a partir de
estímulos que tanto podem ser internos quanto externos. Geralmente prestamos
atenção nas coisas ou objetos que nos despertam algum tipo de interesse. Esse
interesse pode ser gerado por estímulos internos, (como a vontade de conhecer
algo) ou por estímulos externos (necessidade de aprender para passar no
vestibular). Logo, uma aula desinteressante, desconectada dos interesses dos
alunos e de suas faixas etárias, provavelmente não provocam estímulos
suficientes
para que os alunos se mantenham atentos ao que os professores estão dizendo em
sala de aula.
18. Dessa maneira pode-se dizer que a capacidade de concentração e a memória
estão intimamente ligados com o processo de aprendizagem.
3.2 ADAPTAÇÃO DA CRIANÇA EM FASE DE INICIAÇÃO ESCOLAR
De acordo com Maturana (1997, p.105) estuda-se que na maioria das
culturas, o ingresso da criança na escola corresponde a uma fase de
desenvolvimento socialmente decisiva. Verifica-se que nesta etapa, a criança
experimenta a necessidade de ser reconhecida pela realização das tarefas
valorizadas pelo ambiente. O aprender na escola, torna-se especialmente marcante
nas etapas iniciais de escolarização, cumprindo importante papel no processo do
desenvolvimento da criança. Sabe-se que no processo de aprender, variáveis
afetivas e cognitivas são consideradas como importantes na compreensão e no
envolvimento da criança, influenciando o desempenho escolar.
É sabido que o sucesso escolar depende, em grande maioria, de
características emocionais que foram cultivadas nos anos que antecedem a entrada
da criança na escola. A primeira oportunidade para moldar os ingredientes da
inteligência emocional é nos primeiros anos, embora essas aptidões continuem a
formar-se durante todo o período escolar. Por isso é importante que os pais
estimulem a inteligência emocional de seus filhos para aprendizagem escolar,
trabalhando neles o interesse e a auto-confiança em aprender, para que sejam
capazes de realizar tarefas escolares e expressarem suas necessidades em
companhia de outras crianças. (MATURANA, 1997).
De acordo com o pediatra e psicanalista D. W. Winnicott (1975), quando
estamos falando em separações, em situações novas e desconhecidas a criança
experimenta angústia, medo e desamparo e por isso, precisa de apoio, para se
sentir segura e familiarizada com o ambiente. A fase de iniciação escolar é um
exemplo disso, já que se trata de uma transição extremamente importante na vida
da criança e da mãe. É a primeira separação real dos dois, marcando a entrada da
criança no mundo social. Evidentemente isso não pode acontecer de forma brusca.
Por isso é necessário que a escola represente algo positivo para a criança, um
local
amigável de aprendizado, onde ela possa interagir com outras crianças e realizar
diversas atividades que auxiliem em seu desenvolvimento. Isso porque ela passará
19. grande parcela de sua vida em instituições de ensino. Portanto, a escola
representará uma parte importante da vida da criança durante a maior parte de
seus
anos de desenvolvimento. É papel dos pais ou responsáveis estimularem seus
filhos
a freqüentarem as escolas, acompanhá-los em suas atividades escolares e
oferecerem apoio e motivação às crianças, principalmente durante o processo de
iniciação à vida escolar.
Observa-se que na fase de descoberta e aprendizagem infantil acontecem
vários níveis sensitivos, tudo é concreto, palpável, tem gosto, cheiro, volume,
toma
forma para ser aprendido e descoberto para se fazer real no mundo da criança.
Essas descobertas levam à criança às abstrações favorecendo interações para suas
hipóteses sobre o mundo. Com isso prevê-se que a educação básica é o que
garante habilidades que serão desenvolvidas no futuro como compreensão,
flexibilidade de raciocínio para solucionar problemas, incentivo à liderança, à
iniciativa, autonomia e habilidades de comunicação.
3.3 APRENDIZAGEM X MOTIVAÇÃO
De acordo com Rosa (2007) “ é através da aprendizagem que o homem muda
e transforma o meio“. A aprendizagem pode ser definida como uma modificação
sistemática do comportamento, por efeito da prática ou experiência, com um
sentido
de progressiva adaptação ou ajustamento“. (CAMPOS, 1986).
De acordo com Luria et all (1990) a motivação para aprender pode ser
determinada em grande parte pelos valores que apóiam e que justificam esta
aprendizagem. Por exemplo, aprender com o objetivo de se tornar um bom
profissional ou a fim de se qualificar para o mercado de trabalho. Por outro
lado, a
“capacidade“ de aprender é determinada em grande parte pela motivação interna,
dentro dos limites do desenvolvimento.
Segundo Neto (2005) o reforço externo, relativo à performance das
habilidades adquiridas vinda dos pais e conhecidos, possibilita o incentivo a
motivação. Se a performance for percebida pela criança, ao adquirir um
aperfeiçoamento, então, poderá levá-la a uma boa auto-estima, e também à
motivação intrínseca ou interna. Por outro lado, a criança que pouco percebe as
suas competências, necessita de maior estímulo externo, possui baixa auto-estima
e
20. demonstra-se ansiosa, e ainda, enxerga pouca perspectiva de melhora em suas
habilidades.
Neto (2005) defende que é necessário conciliar o desenvolvimento da
motivação intrínseca da criança (pela auto percepção dos avanços obtidos), com o
apoio da motivação externa (avaliação dos adultos, informações a respeito,
elogios
verdadeiros). Este tipo de desenvolvimento requer acompanhamento, contato e
participação. Os afetos devem estar presentes, uma vez que são fonte fundamental
de motivação, além das informações que se fazem presentes em cada situação. Boa
dose de paciência e vontade complementam o arsenal de instrumentos necessários
ao adulto para que colabore quanto ao desenvolvimento motivacional da criança.
A motivação deve receber especial atenção e ser melhor considerada pelas
pessoas que mantêm contato com as crianças, realçando a importância desta esfera
em seu desenvolvimento. A motivação é a energia para a aprendizagem, o convívio
social, os afetos, o exercício das capacidades gerais do cérebro, da superação,
da
participação, da conquista, da defesa, entre outros.
A criança se sente motivada a executar muitas tarefas em virtude do
reconhecimento e impressões daqueles com quem convive, na tentativa de
demonstrar a sua evolução e as conquistas que realiza. Os bons motivos serão
sempre a chave para o desenvolvimento natural da criança, além de gerar harmonia
entre os elementos internos e externos, parte da própria natureza humana. (NETO,
2005).
Este tópico possui extrema importância, já que abordou a questão da
motivação, ou seja, a principal maneira de atingir o objetivo do projeto:
estimular o
desenvolvimento de crianças em fase de iniciação escolar.
Figura 04: Criança aprendendo a escrever
Fonte: http://psicologiaeeducacao.wordpress.com/
21. 4 A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA INFÂNCIA
Martins (1999) acredita que o lúdico acerca as fantasias descompromissadas
com a realidade, e que proporciona aos objetos o ganho de poderes humanos, e aos
humanos, poderes sobre-humanos. Em outras palavras, é o lúdico que aguça a
imaginação e que está presente em produtos, brincadeiras e jogos. E se o lúdico
está intimamente ligado à imaginação, esta por sua vez está ligada a jogos,
brinquedos e brincadeiras.
Segundo Marinho (1992), a ludicidade é um dos principais eixos norteadores
do processo ensino-aprendizagem, pois possibilita a organização dos diferentes
conhecimentos numa abordagem metodológica com a utilização de estratégias
desafiadoras. Assim a criança motiva-se ainda mais a aprender, pois tem mais
prazer em descobrir. A brincadeira é uma das formas de estimular a ludicidade, é
a
linguagem das crianças. Pela brincadeira pode-se aprender a interação social, a
trabalhar a atenção, seqüência, habilidades, solucionar problemas, explorar
sentimentos, desenvolver causa e efeito, estimular a criatividade, além de
desenvolver áreas do cérebro responsáveis pela afetividade e sociabilidade.
Além disso, para Marinho (1992) o lúdico possui relação com a construção
social da criança. Está intimamente ligado ao contexto social em que essa vive,
tendo em vista que as brincadeiras revelam a cultura e os costumes de uma
determinada sociedade.
O lúdico pode ser considerado como a forma em que as crianças representam
a cultura de uma sociedade e também uma forma por meio da qual descarregam
suas tensões e frustrações, além de ser um instrumento para a aprendizagem de
regras sociais. Sobre isso Vygotsky (1998, p. 132) comenta que “uma criança não
se
comporta de forma puramente simbólica no brinquedo; ao invés disso, ela quer
realizar seus desejos, permitindo que as categorias básicas da realidade passem
através de sua experiência“.
Neste capítulo serão abordados temas referentes à importância do lúdico na
infância: importância dos jogos e da brincadeira. Este capítulo é extremamente
relevante, já que servirá de base para a elaboração do projeto da mesa
pedagógica.
22. 4.1 A LUDICIDADE COMO RECURSO EDUCATIVO
O lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer dizer "jogo“. Se
achasse confinado a sua origem, o termo lúdico estaria se referindo apenas ao
jogar, ao brincar, ao movimento espontâneo. O lúdico passou a ser reconhecido
como traço essencial de psicofisiologia do comportamento humano, de modo que a
definição deixou de ser o simples sinônimo de jogo. As implicações da
necessidade
lúdica extrapolaram as demarcações do brincar espontâneo.
A principal preocupação dos educadores refere-se a como ensinar,
envolvendo e estimulando o aluno a aprender.
Desde épocas passadas o jogo já era visto por vários estudiosos como uma
atividade bastante rica, no sentido de apontar possibilidades pedagógicas para o
desenvolvimento de conhecimentos em inúmeras áreas. Froebel, que foi o primeiro
pedagogo a incluir o jogo no sistema educativo, acreditava que as crianças
aprendiam através do brincar e a personalidade poderia ser aperfeiçoada e
enriquecida através do brinquedo.
É possível perceber que a valorização do jogo permanece no processo
educativo das crianças pelos educadores contemporâneos:
Jacquin (1963) enfatiza que o jogo facilita tanto o progresso da personalidade
integral da criança como o progresso de cada uma de suas funções psicológicas,
intelectuais e morais. Partindo da consideração de que as atividades lúdicas
podem
contribuir para o desenvolvimento intelectual da criança, Cratty (1975) sugere a
utilização de atividades motoras sob a forma de jogos para o domínio de
conceitos e
para o desenvolvimento de algumas capacidades psicológicas, tais como: memória,
avaliação e resolução de problemas. De acordo com Piaget (1976) a atividade
lúdica
é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança, sendo dessa forma,
indispensável à prática educativa. Vygotsky (1989) sustenta a idéia de que é
enorme
a influência do brinquedo no desenvolvimento da criança. Para o autor, no
brinquedo
a criança cria e expressa uma situação imaginária, além de projetar-se nas
atividades adultas de sua cultura e ensaiar seus futuros papéis e valores.
Estudos evidenciam a importância das atividades lúdicas, principalmente do
jogo na aprendizagem infantil, destacando que essas atividades são uma fonte de
prazer e descoberta para a criança. O lúdico tem grande valor educativo e pode
ser
utilizado na escola como um dos recursos didáticos no processo de ensino
23. aprendizagem, contribuindo com o desenvolvimento de atividades didático-pedagógicas.
Dessa forma, as atividades lúdicas contribuem de maneira
significativa
para o processo de construção do conhecimento pelo indivíduo.
Segundo Marinho (1992), no brincar, casam-se a espontaneidade e a
criatividade com a progressiva aceitação das regras sociais e morais. Segundo o
autor, o brincar pode ser entendido como a capacidade de criar da criança e está
relacionado com a suas vivências. Toda brincadeira é uma imitação transformada,
no plano das emoções e das idéias, de uma realidade anteriormente experenciada.
No ato de brincar, os sinais, os gestos, os objetos e os espaços valem e têm um
significado diferente daquele que aparentam ter. A brincadeira favorece na
criança a
melhoria da auto-estima e contribui para a interiorização de determinados
modelos
de adulto presentes nos diversos grupos sociais.
De acordo com Miranda (2001) a brincadeira é assunto sério. É justamente
quando a criança viaja na imaginação que ela experimenta o mundo e “treina“ para
ser adulto. É interessante notar que para a criança, o ato de brincar e jogar
desempenha o mesmo papel, em nível de importância, que o trabalho produtivo para
os adultos, já que as situações vivenciadas através das brincadeiras e dos jogos
possibilitam o desenvolvimento da sociabilidade, da linguagem, da coordenação
motora, da noção espacial e corporal. Além disso, ela aprende a cumprir regras,
trabalhar em grupo, conhecer e desafiar limites, ao mesmo tempo em que melhora
sua agilidade e perspicácia diante das situações que aparecem durante as
brincadeiras e os jogos. Ou seja, o ato de brincar contribui para um melhor
desenvolvimento da criança em todos os aspectos: físico, afetivo, intelectual e
social.
“Brincando a criança organiza e constrói seu próprio conhecimento e
conceitos, relaciona idéias, estabelece relações lógicas, desenvolve a expressão
oral e corporal, reforça as habilidades sociais e reduz a agressividade.“
(MIRANDA,1992). Beloni (2007) acrescenta que é através da atividade lúdica que a
criança prepara-se para a vida, assimilando a cultura do meio em que vive,
integrando-se a ele, adaptando-se às condições que o mundo lhe oferece e
aprendendo a competir, cooperar com seus semelhantes e conviver como um ser
social.
24. Segundo Teixeira 1995 (apud NUNES), várias são as razões que levam os
educadores a recorrer às atividades lúdicas e a utilizá-las como um recurso no
processo de ensino-aprendizagem:
“ As atividades lúdicas correspondem a um impulso natural da criança, e neste
sentido, satisfazem uma necessidade interior, pois o ser humano apresenta uma
tendência lúdica;
“ O lúdico apresenta dois elementos que o caracterizam: o prazer e o esforço
espontâneo;
Ele é considerado prazeroso, devido a sua capacidade de absorver o
indivíduo de forma intensa e total, criando um clima de entusiasmo. É este
aspecto
de envolvimento emocional que o torna uma atividade com forte teor motivacional,
capaz de gerar um estado de vibração e euforia. Em virtude desta atmosfera de
prazer dentro da qual se desenrola, a ludicidade é portadora de um interesse
intrínseco, canalizando as energias no sentido de um esforço total para
consecução
de seu objetivo. Portanto, as atividades lúdicas são excitantes, mas também
requerem um esforço voluntário;
“ As situações lúdicas mobilizam esquemas mentais. Sendo uma atividade física e
mental, a ludicidade aciona e ativa as funções psico-neurológicas e as operações
mentais, estimulando o pensamento.
Dessa maneira, o lúdico apresenta valores específicos para todas as fases da
vida humana. Assim, na idade infantil e na adolescência a finalidade do lúdico é
essencialmente pedagógica, visto que a criança e até mesmo o jovem geralmente
opõe uma resistência à escola e ao ensino, porque acima de tudo ela não é
lúdica,
não é prazerosa. (NEVES, 2007). Por isso é muito importante que a escola ofereça
condições, com relação a espaços e materiais, entre outros aspectos, que
possibilitem o desenvolvimento de projetos e planejamentos que privilegiem a
ludicidade.
Portanto, a brincadeira, o jogo e o brinquedo, enfim as atividades lúdicas
devem ser utilizadas como recursos didáticos no processo educacional,
principalmente na educação infantil e nas séries iniciais do ensino fundamental.
25. 4.2 A IMPORTÂNCIA DO BRINCAR E DO JOGAR
Uma das primeiras teorias sobre o brincar infantil surgiu no século XVIII e
entendia esta atividade como o produto de uma energia excedente.(GROOS,1976).
Já os estudiosos que dominaram as teorias do brincar na primeira metade do
século
XX, como Piaget e Vygotsky, definem o brincar a partir da sua relação com o
desenvolvimento psicológico mais amplo. Posteriormente, teóricos como Berlyne
(1963) explica o brincar como um comportamento intrinsecamente motivado; e
Bruner (1976) postula o brincar como uma atividade que deve facilitar a
aprendizagem e/ou a prática de comportamentos específicos.
O brincar e o jogar são atos indispensáveis à saúde física, emocional e
intelectual e sempre estiveram presentes em qualquer povo desde os tempos mais
remotos. Através deles, a criança desenvolve a linguagem, o pensamento, a
socialização, a iniciativa e a auto-estima, preparando-se para ser um cidadão
capaz
de enfrentar desafios e participar na construção de um mundo melhor. O jogo, nas
suas diversas formas, auxilia no processo ensino-aprendizagem, tanto no
desenvolvimento psicomotor, bem como no desenvolvimento de habilidades do
pensamento, como a imaginação, a interpretação, a tomada de decisão, a
criatividade, o levantamento de hipóteses, a obtenção e organização de dados e a
aplicação dos fatos e dos princípios a novas situações que, por sua vez,
acontecem
quando jogamos, quando obedecemos a regras, quando vivenciamos conflitos numa
competição ou em outras situações. (CAMPOS, 2006).
Oliveira (2002) afirma que o desenvolvimento humano decorre das trocas
recíprocas que se estabelecem durante toda a vida entre indivíduos e o meio,
cada
aspecto influindo sobre o outro, por isso não se pode ignorar a significativa
contribuição que a brincadeira traz à infância. Ela favorece as trocas de
experiências
vividas por cada criança, ajudando-a no processo de inserção na sociedade em que
vive, pois a auxilia na compreensão dos signos sociais que a rodeia.
O brinquedo facilita a apreensão da realidade e é muito mais um processo do
que um produto. Exige movimentação física, envolvimento emocional, além do
desafio mental que provoca. Possibilita a emergência de comportamentos
espontâneos e improvisados. O brinquedo é a essência da infância; é o veículo do
crescimento; é um meio extremamente natural que possibilita à criança explorar
seu
26. mundo, possibilitando as descobertas, o entendimento, conhecer os seus
sentimentos, suas idéias e sua forma de reação. (OLIVEIRA, 2002).
Segundo Piaget (1967), da mesma forma, o jogo não pode ser visto apenas
como divertimento ou brincadeira para desgastar energia, pois ele favorece o
desenvolvimento físico, cognitivo, afetivo e moral. Através dele se processa a
construção de conhecimento, principalmente nos períodos sensório-motor e
préoperatório.
Agindo sobre os objetos, as crianças, desde pequenas, estruturam seu
espaço e seu tempo, desenvolvendo a noção de casualidade, chegando à
representação e, finalmente, à lógica. As crianças ficam mais motivadas para
usar a
inteligência, pois se esforçam para superar obstáculos tanto cognitivos como
emocionais.
Tem-se expandido rapidamente a investigação sobre o papel e valor do jogo
no desenvolvimento humano. Um largo corpo de suportes científicos, muitas vezes
recorrendo a dimensões multidisciplinares de estudo, evidencia certas
conclusões:
a) O jogo promove o desenvolvimento cognitivo em muitos aspectos: descoberta,
capacidade verbal, produção divergente, habilidades manipulativas, resolução de
problemas, processos mentais, capacidade de processar informação. (RUBIN et all,
1983);
b) Em sequência, o empenhamento no jogo e os níveis de complexidade envolvidos,
alteram e provocam mudanças na diversidade das operações mentais (LEVY, 1984);
c) A criança aprende a estruturar a linguagem através do jogo, isto é, brinca
com
verbalizações e ao fazê-lo, generaliza e adquire novas formas lingüísticas.
(GARVEY, 1977);
d) A cultura é passada através do jogo. Esquemas lúdicos e formas de jogo passam
de geração em geração, adulto para a criança, e de criança para criança. (SMITH,
1979);
e) Habilidades motoras são formadas e desenvolvidas através de situações
pedagógicas que utilizam o jogo como meio educativo. (NETO & PIÉRON, 1993).
O jogo, portanto, é a mais importante das atividades da infância, pois a
criança necessita brincar, criar e inventar para manter seu equilíbrio com o
mundo. A
importância da inserção e utilização dos brinquedos, jogos e brincadeiras na
prática
pedagógica é uma realidade que se impõe ao professor. Brinquedos não devem ser
explorados somente para lazer, mas também como elementos bastante
enriquecedores a fim de promover a aprendizagem. Através dos jogos e
27. brincadeiras, o educando encontra apoio para superar suas dificuldades de
aprendizagem, melhorando o seu relacionamento com o mundo. Os professores
precisam estar cientes de que a brincadeira é necessária e que traz enormes
contribuições para o desenvolvimento da habilidade de aprender e pensar.
4.2.1 Jogos para crianças de 4 anos
Nessa idade, sua energia e sua iniciativa devem ser empregadas em jogos
livres. Começam a desenvolver mais as habilidades manuais, apreciando muito o
desenho e a pintura. A criança de 4 anos utiliza bastante a imaginação: aprecia
jogos de faz-de-conta e dos “jogos de papéis“. Além disso, é bastante curiosa e
começa a interessar-se mais pelos outros e a integrar-se em atividades de grupo
com outras crianças. É capaz de obedecer aos mais velhos, seguindo regras
simples do que "pode" e "não pode". Brincam de casinha, boneca, chutar bola.
Compreendem regras simples, como as do dominó, ao mesmo tempo em que
gostam de inventar suas próprias regras. A criança dessa idade mostra interesse
em
aprender letras e números. Os jogos indicados são os que propiciam regras, além
dos brinquedos de estímulo criativo e de memória. (GESSEL,2007).
A figura 05 representa um dos jogos indicados para essa faixa etária: Logos
lógicos. Indica-se este jogo por estimular as crianças a entrarem em contato com
figuras geométricas e estimular a criatividade, através dos encaixes das peças.
FIGURA 5 “ LOGOS LÓGICOS
Descrição:
Formas e cores com encaixe.
Indicação Pedagógica:
Desenvolve a imaginação e a criatividade utilizando
formas geométricas, cores primárias, espessuras, texturas
e encaixes.
Dimensões:
3 placas “ 10mm “ 21,5cm x 20cm
3 placas “ 5mm “ 21,5cm x 20cm
FONTE: www.jogospedagogicos.com.br
28. 4.2.2 Jogos para crianças de 5 anos
A criança de cinco anos tem um domínio mais regular e mais seguro do corpo e
por isso, é capaz de brincar sem grande ajuda dos adultos. Interessa-se por
pintar,
desenhar, cortar e colar. O material mais apreciado para seus brinquedos, quer
pelos meninos, quer pelas meninas, continuam a ser os blocos de construções. As
meninas gostam de fazer casas para as bonecas e de criar com elas situações
pessoais. Os meninos constroem estradas, pontes, túneis, aviões, caminhões
militares e carro de bombeiros. O interesse das crianças de cinco anos pelas
casas
exprime-se na reprodução imaginativa de acontecimentos domésticos. Nessa fase
as crianças também gostam de se balançar, de galgar obstáculos, de saltar, de
patinar e de pular de lugares altos além de sentirem grande interesse pela
leitura,
apreciando muito ouvir histórias infantis. (GESSEL,1999). Outros jogos sugeridos
são: jogos de tabuleiro, quebra cabeça, jogos de pintar, escrever, ler, colar ou
desenhar, jogos da memória.
A figura 06 representa um dos jogos indicados para essa faixa etária: a
centopéia
vocálica. Indica-se este jogo por estimular a alfabetização das crianças nessa
idade.
FIGURA 6 “ CENTOPÉIA VOCÁLICA
Descrição: Quebra-Cabeça com Vogais.
Indicação Pedagógica: Desenvolve a coordenação
motora, auxilia o reconhecimento de cores e a grafia das
vogais.
FONTE: www.jogospedagogicos.com.br
29. 4.2.3 Jogos para crianças de 6 anos
O interesse pela pintura, pelo corte e pela colagem continua sendo evidenciado
aos 6 anos. Uma das exigências mais positivas que fazem as crianças dessa idade
é a de uma bicicleta. Essa ânsia parece basear-se mais na necessidade e no
desejo
de um exercício locomotor nas pernas e de equilíbrio do corpo do que o desejo de
possuir um veículo.
A diferença entre os sexos começa a definir-se mais claramente na escolha das
brincadeiras. Contudo, em brincadeiras de forte atividade motora e em
brincadeiras
de imaginação, ambos os sexos competem num terreno comum. Verifica-se um
grande interesse por parte das meninas em brincar de boneca e casinha. Os
meninos mostram forte interesse em transportes e construções. Além disso, as
crianças mostram interesse pela leitura, escrita e pelos números. Os jogos
preferidos das crianças nessa fase são anagramas, dominó, damas e jogos de
cartas simples, pois são jogos que se ajustam bem a seus interesses
intelectuais.
(GESSEL, 1999).
Pode-se perceber que o desenho e a pintura são uma das primeiras atividades
que as crianças desenvolvem, pois estimulam a criatividade e a imaginação, já
que o
desenho é sempre acompanhado de confabulação e fantasia. Também possibilitam
que a criança melhore sua visão de mundo e de ser humano e que enriqueça sua
percepção.
A figura 07 representa um dos jogos indicados para esta idade: o jogo do quebra-cabeças.
Além disso este jogo estimula a criança a aprender as horas.
FIGURA 07 “ RELÓGIO QUEBRA-CABEÇA
Descrição:
Quebra-Cabeça.
Indicação Pedagógica:
De forma lúdica a criança aprende formas, cores, encaixe,
grafia dos númerais, a identificação e formação das horas.
Dimensões:
1 placa “ 5mm “ 21,3cm x 19,8cm
FONTE: www.jogospedagogicos.com.br
30. O estudo dos jogos neste capítulo foi essencial para definir que tipos de jogos
são mais adequados para as crianças em fase de iniciação escolar.
5 A IMPORTÂNCIA DAS CORES NO UNIVERSO INFANTIL
A cor é um dos fatores de grande importância para o bem-estar psicológico
das crianças, principalmente ao utilizarem o móvel com a finalidade de praticar
atividades escolares, já que a percepção visual pelo ser humano também envolve
aspectos subjetivos, simbólicos e culturais que podem influenciar no
comportamento
das pessoas.
Segundo Pasteureau (1997), o uso das cores tem uma ligação direta no
desenvolvimento da criança. Estímulos decorrentes da presença de figuras
coloridas
contribuem para o aprimoramento da capacidade motora e cognitiva, raciocínio,
fala,
audição, entre outras funções. Isso acontece porque a criança é influenciada
pelas
cores desde a fase inicial de vida, se estendendo por muitos anos. As cores
alegres
e vibrantes comprovadamente chamam a atenção da criança. Por esse fato, os pais
devem usar e abusar do “mundo colorido“ como peça importante também na
educação dos filhos.
As cores facilitam no processo de assimilação dos ensinamentos por parte dos
pais. É interessante observar de que maneira as cores podem influenciar na vida
de
uma criança. Por exemplo, muitos pais estimulam a criança a comer frutas e
verduras, atraindo o olhar da criança para o prato colorido. Dessa maneira ela
sente-se
convencida que o alimento em questão faz bem, é saudável e apetitoso. Da
mesma forma acontece com a higiene, quando os pais compram escova de dente,
xampu ou esponja de banho colorida para motivar indiretamente a criança a se
limpar.
Aplicadas na decoração de ambientes ou nos móveis, as cores constituem-se
como poderosos estímulos, capazes de promoverem as mais diversas sensações.
Definidas corretamente, elas podem representar um componente dos mais
importantes para a construção de móveis infantis que sejam agradáveis e
atrativos
visualmente, além de estimular a criança a estudar.
31. Este capítulo abrangerá a importância e o significado das cores. A partir dessa
pesquisa, juntamente com a pesquisa de campo, é que serão escolhidas as cores
que melhor se adequam ao projeto da mesa pedagógica infantil.
5.1 SIGNIFICADO DAS CORES
O psicólogo Paulo Felix Conceição, vice-presidente da Associação Pró-Cor do
Brasil e membro do conselho técnico-científico da entidade, explica que, para
que
haja uma melhor interação entre o ambiente e seus usuários, faz-se necessária
uma
correta avaliação dos fatores que compõe o espaço, tais como: tamanho,
localização, posição, fluxo de pessoas, iluminação e ventilação, além de
perfeito
conhecimento do perfil psicológico e social das pessoas que irão habitar esse
ambiente.
Em sua “Teoria das Cores“, Barros (2006, p. 302) afirma que“[...] cada cor
produz um efeito específico sobre o homem [...]“ Esse efeito é em grande parte
produzido pelas propriedades e características de cada cor.
Pedrosa (2003), outro estudioso da cor, afirma que o vermelho, por exemplo,
é a cor que mais se destaca visualmente e a que mais rapidamente é distinguida
pelos olhos, pois é a mais saturada das cores. Já o laranja, apresenta a
característica da luminosidade, assim como o amarelo.
Neufert (1976) também realizou estudos sobre as relações do homem com a
cor. Para ele a cor tanto pode provocar otimismo ou depressão, quanto atividade
ou
passividade. Em relação às cores e sua aplicação nos ambientes, o autor faz
algumas observações: A cor mais impulsiva é o alaranjado; seguem-se o amarelo,
os verdes e o púrpura. As menos impulsivas são o azul, o verde e o violeta
(cores
frias). As cores impulsivas geralmente são indicadas para compartimentos
pequenos, as pouco impulsivas, pelo contrário, são indicadas para grandes
superfícies. As cores quentes são ativas, excitantes, porém também podem ser
irritantes. As cores frias são passivas, tranqüilizante ou íntimas.
A ação da cor depende também da iluminação e do ambiente. O branco é
considerado a cor da limpeza e da ordem absoluta. Na organização cromática dos
compartimentos o branco desempenha um papel muito importante para desligar as
cores umas das outras assim como neutralizar, aclarar, alegrar e estruturar.
(NEUFERT, 1976, p. 27).
32. O psicólogo Paulo Felix (2009) citou as características básicas de algumas
cores:
Os azuis “ É uma cor fria que acalma. É a cor do infinito, do sonho, da
fidelidade, da
água e da aristocracia. Possui apelo racional associado à inteligência e ao
raciocínio, diferente do vermelho que possui apelo emocional. As tonalidades
azuis
simbolicamente associadas à imensidão do céu, às águas claras e à
espiritualidade,
provocam sensações refrescantes. São tons que permitem o relaxamento, alívio de
tensões e a calma, mas as nuances devem ser cuidadosamente estudadas e
dosadas, pois os excessos podem causar introversão e denotar tentativa de
supercontrole
dos sentimentos e da excitação.
Os amarelos -As tonalidades amarelas são, simbolicamente, associadas à luz, ao
sol, à consciência e à alegria de viver.Também estão ligadas à idéia de nobreza,
riqueza material e espiritual. No oriente é a cor mais importante depois do
vermelho;
pela associação com a cor do ouro. Entretanto, o excesso de amarelo pode denotar
tendências excessivamente extrovertidas, que podem remeter a algo de mau gosto.
Os laranjas -As tonalidades laranjas pertencem a um grupo intermediário entre os
amarelos e os vermelhos. Estão ligados à idéia de vitalidade, alegria e
energia.Também estão associados a sinais de saúde e dinamismo, cor quente, viva,
alegre e acolhedora.
Os vermelhos -O aspecto simbólico do vermelho está relacionado à força da vida,
ao coração, ao erotismo, à nobreza, ao fogo, à proibição, mas também, se usado
em
excesso, à instabilidade emocional e à agressividade. É uma das cores preferidas
pelas crianças e por ser a cor da criatividade, da alegria e do dinamismo é
considerada como a cor da infância. (PASTEUREAU,1997).
Os verdes -As tonalidades de verde estão ligadas ao sentido de esperança, de
vida
e de sorte. É uma cor equilibrada, isto é, sem muita alegria ou tristeza, sem
muita
paixão ou ódio. É associada a calmantes “justificando seu uso em hospitais,
locais
de repouso e mesas de jogo.“(IIDA, 2005, p 484), assim como à saúde, higiene,
ecologia, natureza e à liberdade.
33. Branco -Cor da pureza, da castidade e da inocência. É, na cultura ocidental
associada à paz, à limpeza, à simplicidade e discrição, à sabedoria.
Preto -Cor da morte e do luto, na cultura ocidental. É a cor da depressão, da
falta,
do pecado, do ódio, da solidão e da tristeza. Pode ser ainda associada à
elegância,
modernidade e à autoridade.
A seguir o assunto tratado será a ergonomia, uma questão de grande
relevância para a definição das medidas do projeto.
34. 6 ERGONOMIA
Segundo Rio e Pires (2001), Ergonomia é uma disciplina científica que estuda
o relacionamento do homem e o ambiente no qual desenvolve sua atividade,
buscando solucionar os problemas de saúde, segurança e conforto que podem
surgir desta relação.
Ainda segundo o autor, o estudo ergonômico pode ser dividido em duas
etapas:
Na primeira etapa é analisado o ambiente de trabalho, ou seja, local onde a
pessoa desempenha suas atividades. Na análise do ambiente verifica-se o layout,
o
mobiliário, a iluminação, a temperatura, os ruídos e os elementos
arquitetônicos.
Na segunda etapa do estudo ergonômico analisam-se as características
físicas do homem, a execução de seus movimentos e posturas corporais, e as
tensões musculares que surgem quando estas posturas são realizadas
inadequadamente.
Neste estudo, alguns fatores são detalhados, considerando a direta
interferência com a situação do mobiliário e da sala de aula.
Sendo assim são apresentados, dos fatores ambientais, o mobiliário, layout e
iluminação. Quanto à segunda etapa do estudo ergonômico, apresentam-se, na
seqüência, as considerações antropométricas.
Na primeira etapa, analisando o mobiliário deve-se considerar o seguinte:
-Se está disposto de forma que os espaços de uso ou alcances, propiciem as
melhores situações no desenvolvimento das atividades;
-Se possui elementos que possam machucar os segmentos corporais do
usuário;
-Se a relação espacial entre os móveis está proporcionando um conjunto
equilibrado.
Na análise da cadeira, especificamente, deve-se considerar o seguinte:
-Se permite a alternância postural e ao mesmo tempo evita o desconforto da
posição por períodos mais longos;
-Se evita induzir o usuário a posturas erradas, que possam desencadear
problemas na coluna lombar e cervical e nos membros superiores (ombros,
35. cotovelos e punhos), além de causar deficiências circulatórias nos membros
inferiores;
-Se é apropriada à atividade que o usuário desenvolve no dia-a-dia;
-Se está sendo usada corretamente, apoiando as nádegas no assento e os
pés no chão, ou em apoio próprio para esse fim, quando isso não puder
ocorrer é preciso possuir regulagens para permitir o mesmo.
Na análise da iluminação do ambiente deve-se considerar o seguinte:
-Sua adequação para cada atividade e o ideal é que permita contrastes pouco
intensos e ausência de ofuscamento, gerando boas condições de trabalho e
contribuindo para o conforto visual;
-Utilização de materiais ou cores com baixa intensidade refletora em
superfícies de mesas, para evitar reflexos de quaisquer espécies, por isto é
importante escolher adequadamente as cores do ambiente.
Na análise do layout, definido como o arranjo espacial do ambiente
constituído pela disposição do mobiliário, das máquinas e das pessoas, deve-se
considerar o seguinte:
-Se existe um conjunto de relações ótimas entre pessoas, espaços físicos,
componentes e disposição do mobiliário;
-Se as distâncias previstas nas áreas de fluxo ou circulação, movimentação ou
posturas, propiciam conforto entre as pessoas. Segundo RIO e PIRES (2001)
o estudo ergonômico do ambiente tem como objetivo proporcionar um estado
agradável e satisfatório de harmonia com o ser humano, evitando fadigas
físicas como distorções posturais e movimentos anti ergonômicos, que
resultam de adaptações corporais feitas no sentido de obter melhor
visualização de componentes colocados de forma inadequada no espaço.
As duas ciências contribuintes da ergonomia que mais se aproximam das
questões aproximadas ao móvel escolar são: a Antropometria e a Biomecânica.
A Antropometria estuda as medidas das várias características do corpo, sendo a
“estática“ voltada para a medição das dimensões do corpo parado, e a “dinâmica“
centrada na medida das pessoas enquanto executam uma função.
36. A Biomecânica analisa as causas e fenômenos dos movimentos e é aplicável em
diversos campos de atividades como por exemplo: estudo de postura e locomoção;
classificação de grupos de movimentos em relação a postos de trabalho; estudos
das interfaces entre homem, máquina e meio ambiente; saúde e segurança nas
tarefas do trabalho; prevenção e reabilitação de processos patológicos
relacionados
ao movimento; análise e diagnóstico do rendimento nos esportes, e outros.
(CUNHA;
ESTEVES, 2001).
6.1 ERGONOMIA INFANTIL
Para a elaboração de um espaço interativo de ensino devem-se aplicar conceitos
ergonômicos. O estudo da ergonomia tem como objetivo integrar harmonicamente o
homem com seu posto de trabalho. A ergonomia tem aplicações gerais de
convivência do ser humano para gerar bem-estar, conforto e êxito nas atividades
que desenvolve diariamente. Com a ajuda da ergonomia pode-se adaptar de forma
usual, o espaço interativo de ensino relacionando a atividade, o espaço e seu
mobiliário. (IIDA, 2005).
No ambiente de estudos, mesa e cadeira são as peças mais importantes,
devendo possuir regulagens para que suas medidas possam permitir uma postura
correta de acordo com a faixa etária. A idade entre 3 e 12 anos tem sido a mais
esquecida “ com freqüência são encontrados móveis para bebês e logo em seguida
para adolescentes já em escala adulta. A criança que começa a alfabetizar-se,
por
exemplo, muitas vezes é obrigada a utilizar mesa e cadeira em escalas
inadequadas. Os próprios pais contribuem para esta filosofia, esquecendo que
durante anos estão privando seus filhos de um espaço mais ergonômico onde
possam crescer aprendendo a exprimir e expandir sua criatividade. Para que a
casa
e a escola realizem da melhor maneira sua vocação de transmitir segurança e
saber,
é necessário que o espaço arquitetônico e os móveis sejam projetados de maneira
adequada para as crianças, de modo a permitir o livre exercício da imaginação.
O ambiente deve ser claro e arejado, os móveis simples e leves e o material
prático e lavável. A zona de estudos também pode estar situada em diferentes
alturas: -A partir de 50 cm, por exemplo, o espaço embaixo é perfeito para
guardar
brinquedos grandes e jogos, sem poluir visualmente o ambiente.
37. As figuras 08 e 09 abaixo mostram as medidas ergonômicas adequadas de mesa e
cadeira de estudo para cada idade, dentro do universo Infantil.
Figura 08: Medidas de mesa e cadeira escolar infantil
Fonte: http://www.ignezferraz.com.br/mainportfolio4
Figura 09: Representação Ergonômica-Material de apoio visual referente a Fig 06
Fonte: http://www.ignezferraz.com.br/mainportfolio4
Infelizmente observa-se que as crianças, ao entrarem sadias na escola, saem
anos depois com a postura comprometida de alguma forma. A causa desses
problemas, segundo Mandal (apud Moro, 2005), são as cadeiras inclinadas para
trás, com a superfície da mesa na horizontal, onde, na tentativa de se acomodar,
as
crianças inclinam-se sobre a superfície da mesa, comprimindo as suas vértebras
lombares. A pressão mantida por diversas horas sobre os ossos em formação das
crianças, irá ocasionar transformações posturais permanentes, que provavelmente
comprometerá gravemente a saúde das crianças no futuro.
38. Infelizmente, conforme sustentado por KAO (1976), a utilização de
conhecimentos de Ergonomia às questões educacionais ainda são raros.
As Normas Brasileiras (NBR 140006/1997) prevêem esse problema, dividindo
a carteira escolar em sete classes de medidas de tamanho para mesas e assentos
em todas as instituições educacionais, onde deveriam ser observadas as variáveis
antropométricas de cada aluno. Porém, na prática, essa norma nunca foi
obedecida.
Uma proposta ergonômica para o mobiliário escolar implica primeiramente em
disseminar os resultados de estudos sobre o tema e adoção de medidas práticas de
substituição do design da mobília atual para reduzir custos humanos nos alunos.
Essa humanização do posto de trabalho do estudante exigiria, também, a revisão
crítica de procedimentos associados às práticas antigas de concepção. As
práticas
atuais de manejo do comportamento, para manter o estudante na posição sentada,
devem ser substituídas por conseqüências reforçadoras presentes no próprio
conjunto cadeira-mesa.
Além disso, não basta que cadeiras e mesas educacionais, para serem
reconhecidas como tal, localizem-se dentro das salas de aula. Antes de mais
nada,
essas peças de mobiliário devem cumprir seu papel de agente físico facilitador
no
processo educacional, como bem salientou SASAKI (1988). Desta maneira buscou-se
neste projeto, desenvolver um conjunto de móvel infantil pedagógico
ergonomicamente correto, que possa ser tanto de uso institucional, quanto de uso
residencial, podendo ser utilizado em atividades pedagógicas ou recreativas, de
maneira a influenciar positivamente no processo de aprendizagem das crianças em
fase de iniciação escolar.
6.1.1 Antropometria Infantil
Segundo Dul e Weerdmeester (1995), a antropometria estuda as dimensões e
proporções do corpo humano, os alcances dos movimentos, as variações
individuais, as diferenças entre as etnias, regiões e culturas. As dimensões
antropométricas são usadas na Ergonomia para planejar o dimensionamento do
espaço de trabalho, e projetar mobiliário e outros equipamentos (IIDA, 2005).
39. Conforme o autor, na realização de um projeto de mobiliário, ou qualquer
objeto que terá integração direta com um usuário, é necessária a aplicação de
parâmetros antropométricos para garantir conforto e segurança em sua utilização.
O levantamento antropométrico é realizado com o objetivo de oferecer dados
dimensionais, confiáveis e fiéis do homem para uso em projeto de produtos,
móveis
e ambientes de trabalho.
Segundo Iida (2005), o método de medição do levantamento antropométrico
pode ser funcional, dinâmico e estático.
O método funcional trata da medição relacionada com a execução de tarefas
específicas, em que cada parte do corpo não se move isoladamente, mas há a
conjunção de diversos movimentos para realizar uma função.
No dinâmico, são medidos os alcances dos movimentos, de todos os
segmentos corporais, como a cabeça, as pernas, os antebraços e os braços, e é
aplicado nos projetos de máquinas com partes móveis e ambientes de trabalho,
como pode ser visto na figura 10.
FIGURA 10“ ANTROPOMÉTRIA DINÂMICA
FONTE: IIDA (1990)
O método estático trata das medidas corporais do indivíduo com o corpo
parado ou com poucos movimentos, nas posições em pé ou sentada. Este tipo de
medição é aplicada nos projetos de objetos sem partes móveis ou com pouca
mobilidade, como por exemplo, o mobiliário.
Segundo IIDA (1990), o levantamento antropométrico é constituído por seis
etapas, que consistem em:
1º) Definição dos objetivos: onde e porquê serão utilizadas as medidas.
40. 2º) Definição das medidas: descrição detalhada indicando a postura corporal,
os instrumentos antropométricos a serem utilizados e as técnicas. Ex: medição
com
ou sem calçado, com ou sem roupa, na postura ereta ou relaxada.
3º) Método de medição: direto, com instrumentos de medição como régua,
trena, fita-métrica e balança; ou indireto, através de fotos do corpo ou parte
dele, a
probabilidade de erro é maior.
4º) Seleção da amostra: universo representativo de sujeitos onde serão
aplicados os resultados: país, atividade desenvolvida pelas pessoas e faixa
etária.
5º) Medições: elaboração de roteiro de medidas e formulário para anotações,
e treinamento das pessoas que farão a medição.
6º) Análises estatísticas: média e desvio padrão, percentis.
Ao estabelecer as dimensões de uma cadeira, os aspectos antropométricos
devem estar relacionados às exigências biodinâmicas envolvidas. O processo de
estabilização corporal envolve não só a superfície do assento, mas também as
pernas, os pés e as costas em contato com outras superfícies. Além disso, certa
força muscular também é exigida. Se, através de um projeto inadequado de
antropometria, a cadeira não permitir que a maioria dos usuários de fato tenha
os
pés ou as costas em contato com outras superfícies, a instabilidade do corpo
aumentará e uma força muscular adicional terá que ser gerada para manter o
equilíbrio. Quanto maior o grau de força muscular ou controle exigido, maior a
fadiga
e o desconforto. (PANERO & ZELNIK,2002).
As dimensões básicas, geralmente aceitas no projeto de cadeiras e afins,
incluem altura, profundidade e largura no assento, altura do encosto e altura e
espaçamento dos apoios para braços. (PANERO & ZELNIK,2002).
Para a confecção do protótipo, observaram-se algumas normas presentes na
NBR 14006 (1997) para Móveis escolares:
-Dadas as peculiaridades das escolas brasileiras, as dimensões mínimas de
profundidade e largura do tampo da mesa foram definidas como 450 mm x 600 mm;
-A superfície da mesa especificada nesta norma é horizontal. Entretanto, se for
necessária uma superfície inclinada esta não deve ter uma inclinação maior que
10º;
-A inclinação do assento deve ter no máximo 4º. A superfície do assento pode ser
plana ou ter conformações. Qualquer conformação deve estar nos dois terços
posteriores do assento;
41. -As saliências não devem apresentar características cortantes ou perfurantes
capazes de causar ferimentos ou danos em vestimentas, quando verificadas
conforme a norma estabelecida;
-O tampo, encosto e assento nas superfícies em contato direto e constante com o
usuário não podem ser de material metálico.
Estas foram algumas considerações importantes tomadas como base para a
iniciação do projeto.
Este capítulo tratou da ergonomia e da antropometria infantil. Foi a partir
deste estudo, juntamente com a observação das medidas do mobiliário existente no
mercado e nas escolas, que se chegou à definição das medidas do projeto. A
seguir
será abordada a questão da influência do design do mobiliário, voltado
principalmente à ergonomia.
42. 7 A INFLUÊNCIA DO DESIGN DO MOBILIÁRIO INFANTIL NO
COMPORTAMENTO E APRENDIZAGEM DAS CRIANÇAS
Segundo Hatschbach (2006) o mobiliário escolar é sem dúvida um elemento
da sala de aula que influencia no desempenho, segurança, conforto e em diversos
comportamentos dos alunos. Quando não atende as necessidades físicas do usuário
esta influência é negativa, pois o uso contínuo do móvel pode provocar sérios
danos
a sua saúde física.
Comportamentos indesejados na sala de aula, ocorrência de barulho
repetitivo, como também, comportamento acadêmico inapropriado, muitas vezes são
observados em decorrência do desconforto causado pelo mobiliário.
É comum verificarmos em instituições de ensino crianças de diversas idades
que compartilham os mesmos conjuntos escolares. Por exemplo, crianças da
primeira e oitava séries utilizando o mesmo móvel, desrespeitando as diferenças
físicas existentes entre crianças e adolescentes. Essa prática acaba ocasionando
desconforto postural e, por conseqüência, influencia no comportamento dos alunos
em sala de aula.
Hatschbach (2006) lembra que as regulamentações sobre o conjunto escolar
determinam que deve ser constituído por dois elementos independentes, a mesa e a
cadeira do aluno. A mesa deve possuir tampo, estrutura e porta-objetos, e a
cadeira
deve ser constituída de assento, encosto e estrutura. O móvel precisa
proporcionar
conforto e segurança ao aluno na relação com o conjunto cadeira e mesa conforme
as regulamentações sobre os aspectos ergonômicos da norma.
Pesquisas demonstram que há uma relação estreita entre carteiras escolares
e problemas médicos, segurança e disciplina na sala de aula. O mobiliário, em
função dos requisitos da tarefa, determina a configuração postural dos usuários
e
define os esforços, dispêndios e constrangimentos -elementos essenciais para a
adoção de comportamentos diversos -estabelecidos numa jornada de trabalho em
sala de aula, além de manter vínculo restrito com a absorção do conhecimento
(Nunes et al., In Rangé, 1995).
Dessa maneira é importante que o móvel seja confortável, funcional e
apropriado ao tamanho da criança, além de ergonomicamente correto e visualmente
atrativo. Essas características farão com que as crianças sintam-se estimuladas
a
aprender e a estar no ambiente de estudo, já que elas associarão o mobiliário a
algo
43. positivo e agradável, o que acabará auxiliando e influenciando em suas
atividades
pedagógicas.
A seguir será apresentado um tópico sobre os tipos de materiais mais comuns
de serem utilizados em móveis escolares, bem como suas características e
benefícios.
44. 8 ESTUDO DE MATERIAIS
8.1 MDF
Segundo o Manual prático do mobiliário escolar, J. R. A. da CUNHA; R.
ESTEVES (2001), em função da pequena dimensão das fibras, a superfície do MDF
é mais lisa do que a maioria dos outros painéis utilizados na fabricação de
móveis,
permitindo bom acabamento com pintura, laminação por folhas de celulose, ou
laminados melamínicos de alta pressão. Embora possuam uma menor quantidade
de resina e suas fibras sejam muito menores que as partículas dos aglomerados, a
densidade do MDF (Médium Density Fiberboard “ “Placa de Fibras de Média
Densidade“) é muito próxima a dos aglomerados, estando entre 640 e 840 kg/m³,
dependendo da espessura da chapa.
Ainda se comparado ao aglomerado, o MDF possui preço superior, porém
algumas vantagens técnicas como sua maior resistência à umidade; ao arranque de
parafusos e usinabilidade têm feito este produto espaço crescente no espaço
moveleiro.
Dimensões comerciais de painéis de MDF :
Espessuras (em mm):
6 / 9 / 10 / 12 / 15 / 18 / 20 / 25 / 30 e 35
Dimensões da Placas (em m):
1,83 x 2,75.
8.2 MDP
O MDP é especialmente indicado para a produção de móveis residenciais e
comerciais de linhas retas, formas orgânicas, que não exijam usinagens em baixo
relevo, entalhes ou cantos arredondados.
O MDP é resultado do uso intensivo de tecnologia de prensas contínuas, de
modernos classificadores de partículas e complexos softwares de controle de
processo, associado à utilização de resinas de última geração e madeira de
florestas
plantadas. Por isso, o MDP pertence a uma nova geração de Painéis de Partículas
de média Densidade com características superiores e totalmente distintas dos
painéis de madeira aglomerada de antigamente.
45. Características:
. Alta densidade das camadas superficiais, assegurando um acabamento superior
nos processos de impressão, pintura e revestimentos;
. Produção com o conceito de 3 camadas: colchão de partículas no miolo e camadas
finas nas superfícies;
. Homogeneidade e grande uniformidade das partículas das camadas externas e
interna;
. Propriedades mecânicas superiores: melhor resistência ao arrancamento de
parafuso, menor absorção de umidade e empenamento;
. Utilização de madeiras selecionadas provenientes de florestas plantadas,
econômica e ecologicamente sustentáveis.
O MDP é encontrado com revestimento melamínico em Baixa Pressão (BP),
Finish Foil (FF), ou sem revestimento para aplicação de Lâminas de Madeira,
Laminados de Alta-Pressão ou Pintura e Impressão.
8.3 COMPENSADO
De acordo com a NBR 94907 citado por CUNHA; ESTEVES (2001)
“Compensado ou Chapa de Madeira Compensada é um painel normalmente
composto de lâminas cruzadas entre si, ou lâminas em combinação com miolo de
sarrafeado ou outro tipo de painel à base de madeira.“ Essas lâminas,
normalmente
em número ímpar são coladas entre si perpendicularmente com um adesivo.
O nome Compensado deriva da compensação de esforços de empenamento
de uma prancha composta de lâminas de madeira coladas uma sobre as outras,
obtida pelo entrelaçamento dessas lâminas perpendicularmente entre si.
Pela existência de tensões internas e pela capacidade de absorção da umidade
do ambiente a madeira maciça e, mais ainda as lâminas finas de madeira,
movimentam-se, dilatando e contraindo conforme varia a umidade do ar. Sem a
compensação desses esforços seria impossível a obtenção de chapas planas
estáveis.
46. Segundo a NBR 9490 (Normas Brasileiras 9490) define:
a) Compensado é geralmente construído a partir com número ímpar de
camadas com grãos das lâminas adjacentes perpendiculares entre si.
b) As lâminas externas e todas as lâminas de ordem ímpar geralmente
possuem as grãs (veios) orientadas paralelamente à maior dimensão do
painel.
Os compensados podem ser fabricados integralmente com lâminas (laminados
ou multilaminados), ou compostos por lâminas e sarrafos de madeira maciça
(sarrafeados), estes últimos tendo sempre as lâminas do lado externo, recobrindo
de
ambos os lados os sarrafos.
Existem ainda os compensados moldados, que podem originar peças curvas
moldadas conforme sua aplicação. Eles são utilizados geralmente, na fabricação
de
assentos e encostos anatômicos para cadeiras.
Outro tipo de compensado existente é o naval. Este é muito utilizado na
construção civil ou em situações que exigem alta exposição à umidade.
Dentre suas vantagens Teixeira (1999) destaca:
-Uniformidade de resistência por causa da disposição cruzada das fibras;
-Menor possibilidade de fendas e empenamentos, pois os sentidos diferentes das
fibras compensam as diferenças de contrações.
-Facilidade em ser moldado;
-Em relação aos móveis, proporciona leveza física e pode ser aplicada nas suas
estruturas aparentes.
Desvantagens:
-Pode possuir restrições de natureza ambiental, ao utilizar madeiras maciças, ou
baixa disponibilidade de toras de qualidade para a laminação.
-Custos elevados em relação a outras madeiras transformadas.
47. 8.4 AGLOMERADO
O aglomerado é uma chapa de madeira, com miolo composto de resíduos de
madeira como pó e serragem, resina e cola, que após passar por processo de
prensa se transforma em painel de madeira. Não possui acabamento, portanto, pode
receber qualquer tipo de revestimento. É Utilizado na fabricação de móveis de
baixa
qualidade montados com cavilhas e cola. Não é recomendado o uso de pregos e
parafusos, devido ao risco de ocorrerem rachaduras. Disponível no tamanho-padrão
de 2,75 m x 1,83 m e espessuras que variam de 0,6 mm a 30 mm.
A madeira aglomerada é constituída por três camadas de diferentes
densidades, pois as duas camadas externas são densas, compactas e lisas, com
espessuras iguais e partículas finas; já a camada é menos densa, com porosidades
para absorver tensões (TEIXEIRA, 1999).
Teixeira (1999) destaca as vantagens desse material:
-Permite acabamento com laminado melamínico, lâminas de madeira, plásticos ou
pintura;
-Apresenta resistência à flexão e à ruptura;
-Bom isolante acústico e térmico;
-Laminação pode ser feita em qualquer direção;
-Partículas dispostas de maneira aleatória o que confere resistência
multidirecional;
-Múltiplas aplicações: móveis, tampos de mesa, laterais de portas e de armários,
divisórias, laterais de estantes, cabeceiras, racks;
-Pode ser colado, grampeado e aceita buchas e dobradiças;
-Custo relativamente baixo.
Como desvantagem pode-se citar:
-A densidade reduzida do núcleo pode ocasionar problemas para a retensão de
ferragens, as quais precisam ser cuidadosamente selecionadas;
-Quando sem revestimento pode tornar-se muito suscetível à umidade, absorvendo
água e inchando.
48. 8.5 LAMINADOS MELAMÍNICOS
Laminado melamínico (também conhecido como Fórmica, que é a marca
registrada de um fabricante) é um elemento decorativo inventado por John
Frederick
Hosler e Theodore Russell Clarke, utilizando a resina melamínica. São chapas
compostas de folhas de papel “kraft“ impregnadas com resinas fenólicas
revestidas
com uma capa de papel claro de celulose pura, impregnado com resina melamínica.
Os papéis “Kraft“ previamente banhados na resina fenólica e secos, são
formados em pilhas de cinco ou mais folhas recebendo como acabamento a última
folha de papel de celulose pura (branco, colorido ou impresso com motivos
decorativos) e impregnada com resina melamínica.
Este pacote de folhas saturadas de resinas é levado a prensas aquecidas em
pressões acima de 70 Kg/cm2 e temperatura de 160 º C ou mais. Para cada “pacote“
de folhas é intercalada uma folha de aço inoxidável denominada de “espelho“, que
conforme sua superfície brilhante, fosca ou texturizada, resultará a textura do
laminado. Em decorrência da combinação de elevada pressão e temperatura, uma
pilha de 6 a 7 folhas resultará em laminado de 0,8 mm de espessura, altamente
denso, com elevada resistência superficial ao impacto e principalmente à
abrasão.
No mobiliário escolar sua principal aplicação se dá no revestimento dos
tampos das mesas, em função de sua resistência aos produtos de limpeza; à
umidade e à abrasão, além de suas características higiênicas. (TEIXEIRA, 1999).
8.5.1 Post-forming
O Fórmica Postforming é um laminado decorativo de alta pressão, termomoldável,
que diferencia-se dos demais laminados devido a sua propriedade de
poder ser curvado quando aquecido em equipamento específico. A sua aplicação
em bordas arredondadas, com raio mínimo interno ou externo de 12,7 mm, permite
opções originais de design para revestimentos horizontais e verticais.
O Fórmica PF possui grande resistência ao desgaste, ao calor, ao impacto e a
manchas, tornando-o prático e durável. Sua composição baseia-se na impregnação
de materiais celulósicos com resinas termoestáveis, formando um conjunto que
será
prensado por meio de calor e de alta pressão.
49. No móvel escolar este material é indicado para revestimento de superfícies de
mesas e carteiras e como superfície em assentos e encostos anatômicos de
compensado moldado.
A seguir será apresentada uma breve pesquisa de mercado realizada pela
internet. O objetivo desta pesquisa é conhecer os tipos de carteiras infantis
existentes no mercado e a partir desse estudo, detectar as características
positivas
do mobiliário, bem como a necessidade de melhoria existente.
50. 9 PESQUISA DE MERCADO
9.1 CONJUNTOS ESCOLARES EXISTENTES NO MERCADO
Nesta etapa da pesquisa buscou-se fazer um levantamento dos móveis
existentes no mercado, através de pesquisas feitas pela internet. O objetivo
dessa
pesquisa é observar o design do mobiliário contemporâneo, verificando seus
materiais, formatos, funcionalidades, cores, ergonomia, entre outras
características.
Esta pesquisa contribuirá para o desenvolvimento do móvel infantil, já que serão
observadas as características positivas e negativas dos móveis existentes,
buscando, dessa maneira, perceber as necessidades das crianças que estão em
fase pré-escolar.
Segue os exemplos de móveis infantis pedagógicos existentes no Mercado
atualmente:
FIGURA 11 “ CONJUNTO PRÉ-ESCOLAR TREVO
Tipo: Conjunto coletivo, composto por mesa em forma de
trevo e 4 cadeiras.
Materiais: Mesa em compensado revestido com fórmica
texturizada, e cadeiras com assento e encosto em ABS1 .
Cores: Azul, amarelo, verde e vermelho.
Fabricante: Empresa CEQUIPEL.
FONTE: CATÁLOGO CEQUIPEL 2005
51. FIGURA 12 “ CARTEIRA ESCOLAR COM INCLINAÇAO NO TAMPO
Tipo: Conjunto escolar com tampo levemente inclinado.
Materiais: Carteira com tampo em compensado revestido
com post-forming2 , e com gradil em aço. Cadeira com
assento e encosto em compensado envernizados na cor
natural e estrutura de aço.
Cores: Tampo branco e estrutura azul.
Fabricante: Empresa CEQUIPEL.
FONTE: CATÁLOGO CEQUIPEL 2005
FIGURA 13 “ CARTEIRA ESCOLAR MODELO TRADICIONAL
Tipo: Conjunto escolar tradicional.
Materiais: Tampo, assento e encosto em compensado,
com bordas arredondadas, e revestidos com fórmica. A
carteira possui gradil para livros e a estrutura do móvel é
toda em aço.
Cores: Estrutura preta, e o assento, encosto e tampo em
verde claro.
Fabricante: Empresa CEQUIPEL.
FONTE: CATÁLOGO CEQUIPEL 2005
FIGURA 14 “ CONJUNTO ESCOLAR BRINQUEDO
Tipo: Conjunto Brinquedo
Materiais: Pés e quadro fabricado em madeira de pinus
e tampo em MDF.
Acompanha 4 cadeiras fabricadas em madeira de pinus.
Ideal para crianças de até 6 anos. Pintura Atóxica.
Medidas: 52 cm de largura, 52 cm de profundidade e 50
cm de altura.
FONTE: http://www.macpool.com.br/Artigos/
52. FIGURA 15 “ CONJUNTO ESCOLAR EM ABS
Tipo: Conjunto Escolar em ABS
Materiais: polietileno
Medidas: Comprimento: 74 cm
Largura: 46cm
Altura: 42 cm.
FONTE: http://www.fantasyplay.com.br
FIGURA 16 “ CONJUNTO ESCOLAR MESA E BANCOS
Tipo: Mesa e bancos
Características: mesa acoplada a dois bancos para até
4 crianças. Possui porta-lápis direto no tampo.
Materiais: polietileno
Medidas: comprimento: 81 cm
Largura: 86 cm
Altura: 40 cm.
Fabricante: Brinquedos bandeirante.
FONTE: http://www.fantasyplay.com.br
53. FIGURA 17“ CONJUNTO ESCOLAR ESCRIVANINHA COM CADEIRINHA
Tipo: Conjunto escolar escrivaninha com cadeirinha
Características: Espaço para guardar material ao
levantar a tampa. Esta pode ser utilizada para escrever ou
desenhar com caneta W MP.
Materiais: polietileno
Medidas: comprimento: 50 cm
Largura: 39,4 cm
Altura: 60 cm.
Fabricante: Xalingo
FONTE: http://www.fantasyplay.com.br
FIGURA 18“ CONJUNTO ESCOLAR-ESCRIVANINHA TURTLE
Tipo: Conjunto escolar escrivaninha Turtle
Características: Uma inédita escrivaninha em formato
de tartaruga, com várias funções:
a) mesinha para as crianças estudarem, lancharem,
brincarem.
b) levantando o tampo funciona como cavalete de
pintura com suporte para prender o papel.
Materiais: polietileno
Medidas: comprimento: 73 cm
Largura: 40 cm
Altura: 77 cm.
Fabricante: Step 2
FONTE: http://www.fantasyplay.com.br
54. FIGURA 19“ CONJUNTO ESCOLAR-ESCRIVANINHA LITLE TIKES
Tipo: Conjunto Escolar escrivaninha Litle Tikes
Características: Inclui cadeira, nichos nas laterais para
colocar revistas e espaços para guardar materiais.
Pode ser usada como cavalete. Possui luz embutida.
Materiais: Polietileno
Medidas: Comprimento: 84 cm
Largura: 48 cm
Altura: 110 cm
Fabricante: Litle Tikes
FONTE: http://www.pimpao.com.br/produtos.php
55. 9.1.1 Análise da Pesquisa de Mercado
A pesquisa de mercado é de grande importância, pois é através dela que se
pode observar o que as empresas de móveis estão fabricando para o público
infantil,
quais as tendências do mercado e se esses móveis estão satisfazendo as
necessidades das crianças.
Pôde-se perceber que existe uma variedade muito grande de tipos de
conjuntos escolares no mercado, feitos de diversos materiais, como: MDF,
compensados, aglomerados, revestidos em fórmica, estruturados em aço ou
madeira, ou feitos em material plástico -o ABS. Verificou-se, com essa pesquisa,
que as empresas que investem em Design no ramo do mobiliário infantil, ou seja,
que levam em consideração aspectos ergonômicos, funcionais e estéticos no móvel,
são na grande maioria das vezes, as empresas voltadas para uma classe social
mais elevada. Isso porque o emprego de processos e materiais diferenciados, como
os que utilizam o plástico moldado no processo de fabricação, acaba encarecendo
o
produto final. Analisando essa situação, verificou-se a necessidade de projetar
um
conjunto de móveis para atividades pedagógicas, que utilizasse processos e
materiais acessíveis a maioria das pessoas e, que ao mesmo tempo, fosse
confortável, ergonomicamente correto, funcional e atrativo para as crianças.
A seguir serão apresentadas as pesquisas de campo realizadas com
professores e alunos em quatro instituições de ensino na Cidade de Curitiba.
Estas
pesquisas têm por objetivo detectar as necessidades existentes no mobiliário a
partir
da observação e análise do mesmo, dentro destas instituições.