1. A beleza natural acrescentado a elegância CURSO DE SABONETES ARTESANAIS
NOÇÕES BÁSICAS NAFABRICAÇÃODE SABONETES ARTESANAIS
Introdução
A fabricação de sabonetes artesanais é uma atividade do artesanato que estáevoluindo no
comércio cosméticos, pois,além de ser muito fácil prepará-lo, o sabo-nete é um excelente
presente em qualquer ocasião. Com ele, podemos montar pe-quenas embalagens e
oferecê-las em dife-rentes pontos comerciais. Pequenasempresas, inclusive, estão dando
aos seusfuncionários este tipo de produto comobrinde de final de ano, ou para
comemorar alguma data marcante como aniversário ou inauguração.
Atualmente, os sabonetes estãosendo muito procurados como lembranci-nhas de festa de
aniversário, casamentoou nascimento de bebês. Aproveite etente vender seu produto em
ocasiõescomo essas. Para isso, deverá adquirir formas para sabonetes de diferentes for-
matos e tamanhos, bem como caprichar nas embalagens.
Como já dissemos, o processo de fa-bricação de sabonetes é simples, mas re-
quer do futuro artesão criatividade ecapricho na transformação da matéria-prima em
belos elementos de decoraçãoou para uso pessoal durante o banho.
Através da arte de criar e montar sa-bonetes artesanais você manifestará a
suaindividualidade e isso é fundamental,poisserá sua marca registrada. A criatividade,
hoje é uma das características mais valorizadas para o sucesso de qualquer atividade,
sendo essencial ao seu trabalho como artesão.
O banho
Nada melhor do que começar o dia comum refrescante banho. Este ritual, tão antigo, émais
comum nos países tropicais, como o Bra-sil, do que nos países de clima
frio. Aliás, esta foi uma das grandes surpre-sas para os portugueses quando chegaramao
nosso país no início do século XVI. Nestaépoca,eles encontraram um grupo de índiosque
tinha o estranho hábito de se banharemtodos os dias. A primeira carta enviada ao reide
Portugal, naquela época, relatava exata-mente este fato que, para os portugueses,
eramuito mais incomum do que ver os índios vivendo nus.
2. Quando tomamosbanho,a água sóconseguearrastaralgumaspartículasdesu-
jeiracoladasnasuperfíciedo nosso corpo.Todo tipo depoeiraougerme
praticamentenão seencostamà pele, mas ficamgruda-dosemuma películaoleosa,
formadapelamisturadesuorcoma gorduraproduzidapelasglândulas sebáceas,
também chama-dasde sebo.Osuor,por serácido,dificultaa sobrevi-vênciados
micro-organismos nocivosqueten-tamentrarem nossapele;já o sebo reveste
asuperfície do nosso corpo,encobrindopossí-veisbrechasquepoderiamservirde
entradaparaosgermes.Após algumashoras,estape-lículaengrossa,intercalando
camadasde óleoedesujeira.Apelefica cadavez mais pega-josaesó tem um
remédio:usaro sabão, tomarum banho.
Históriado Sabão
O sabão foi inventado pelos fenícios,povo daFeníciado antigo Mediterrâneo,seis-
centosanosa.C. Elesferviamaágua combanhadecabrae cinzasde madeira
obtendo,comestareação química,um sabão pastoso.Osabão sólido só apareceuno
século VIIdaEraCristã,quando osárabesdescobriramoprocesso desaponificação,
misturade óleosnaturais,gorduraanimal esodacáusticaque,depoisdefervida,
endurecia.Anosmaistarde,osespanhóisacrescentaramà receitadosára-beso óleo
de oliva,dando ao sabão um cheiro maissuave.
3. NosséculosXV e XVI, váriascidadeseu-ropeiastornaram-secentrosprodutores
desabão que,naquelaépoca,só era consumidopelosnobres.Asprincipaiscidades
foramMarselha,naFrança,e Savona,na Itália. Foidestaúltimaqueos franceses
tiraram a palavrasavon,quesignificasabão,emfrancês,esavonnete,sabonete.
O uso do sabão sedifundiupelapopula-ção apartirdo século
XIX. Nessaépoca, umquímico alemão declarouqueo graudecivili-zação deumpaís
podiaserindicado pelaquantidadedesabão ousaboneteconsumida.Seissoé certo,
o brasileiro podeserconside-rado o povo maiscivilizado daTerra,pois,noBrasil,as
pessoasusam,aproximadamente,25unidadesdo produto porano.Isso éseisvezes
maisdo quea média francesa,aliás,amaisbaixaentre ospaísesdesenvolvidos.
O SaboneteArtesanal
Os sabonetesà vendano comércio são,narealidade,detergentessintéticosepos-
suem conservantesparaprolongarsuaper-manêncianasprateleiras.São,
geralmenteconfeccionadosemlargaescalacomo obje-tivo devenda,sem
a preocupação de sefazeralgo diferenciado.
O saboneteartesanal,ao contrário,éfabricado comumabase glicerinada,não con-
tendodetergentessintéticos,nemconservantes.Sãomacios,envolventes,deefeito
calmante,propiciandoumaespumadensae penetranteedeixando napeleuma
películaemoliente;tornando-amaciaesensual.Estessabonetespodemser
fabricados emdiferentesformados,coresearomas,podendo sertabletes(barras)
oulíquidos.
Local de Trabalho
O local de trabalho,paraa produção desabonetesartesanais,não precisasermuito
grande,porémdeve acomodarumfogão,oufogareiro elétricopequeno,umamesa
com tampa lisaem aço inoxouem pedrade mármoree um armário paraguardar
materiaise matérias-primas.Devepossuirtomada,umponto de água(torneira)
com pia,ser arejado ecom piso cerâmico oudefácil limpeza,poisa glicerinapode
cairno chão.É aconselhável queo futuro artesãotrabalhecomavental deproteção e
luvastérmicasnamanipulação deprodutos
básicosparaa confecção desabonetes nofogão,aumatemperatura de ± 70º.É im-
portantemanter, no local detrabalho,umextintorde incêndio.
MateriaiseMatérias-primasbásicos
Aseguir,daremosarelação demateriaisematéria-primanecessáriosàfabricação
desabonetesembarraou líquidos.
5. Veremos,a seguir,umadescrição dosprodutos básicosdeumareceitapara sabone-
tes de um modo geral.Os produtos eos
materiaisespecíficosserão comentadoseanalisadosporocasiãodaformulaçãoe
exe-cução do saboneteduranteo passo-a-passo.
Baseglicerinadaparasabonete
Para o preparo de sabonetes,existemnomercado matérias-primasbastantepráti-
cas,essenciais eeficientes.Uma delasé abaseglicerinadaparasabonete,também
encontradano comércio como baseparasabo-netedeglicerina,vendidaembarra
de 1 kgeem embalagemde1 litro, paraossabonetes
líquidos.São encontradasbases brancas,transparentesecoloridas.
Baseglicerinadabranca.
Base glicerinada transparente.
6. A glicerinaéderivadadecomponentesgraxosque,aplicadosaossabonetes
artesanais,eliminama agressividadecausadanapelepelossabonetescomuns,pois
estes, normalmente,não possuemglicerina.
Existemváriasbasespara sabonetes:perolados,frutastropicais,leite
de cabra,clorofilaetc.
Como aglicerinaembarraserá derretida,algunscuidadosdeverão sertomados.
Observação:
É importantetomarmuito cuidado ao aqueceraglicerina,poiselanão podeferver.
Portanto, quando forderretê-la,fiqueao lado dapanelae desligueo fogão logo que
a glicerinaestiver líquida.
Essências
As essênciasusadas são asespecíficasparasabonetes,quesão maisfracasqueasde
perfumes.No entanto, vocêtambém
podeutilizar asmesmasessênciasdeperfume,desdequeuseuma quantidademenor
porseremmais concentradas.Asessências são àbasedeóleo.
7. Essências para sabonetes artesanais.
As essênciasaromáticassão fabricadascomo hormônio dasplantasdenominado
óleoessencial.Seuuso frequentetrazváriosbene-fíciosno diaadia,
proporcionando relaxa-mento,diminuindo o estresseebuscando oequilíbriofísico,
mental e espiritual.
Vocêpodedarao seusabonetea essên-ciadesejada(baunilha,erva-
doce,laranja)alémdacore acréscimo deelementoscomocanela,ervas,ouflores
secaspara deixarseutrabalho aindamaisrentável.Jamaisutilizees-sênciapara
velas,poisnão são próprias parauso napele.
8. Há uma relação entrea essênciaesuaatuação,como vocêveráa
seguir.Atuação de algumasmatérias-primasdasessências
Algas:
Ativa funçõesdamente, ajudandonosestudoseno trabalho.
Baunilha:
Relaxantee purificante,forta-leceo amor.
Café:
Trazequilíbrio,éenergizante,estáligado àterra.
Camomila:
Funcionacomo calmante,trazendo alegriaespiritual.Aliviaainsônia,im-paciênciae
enxaqueca.
Canela:
Antidepressivo eestimulante.
Citronela:
Como repelente,podeserusadasozinhaoujunto comcapim-limão eandiroba.
Cravo:
Trazvigorfísico,coragemecom-batea exaustão.Estimulao sono,o apetite ea
memória.
Dama-da-noite:
Ajudaa diminuiraagressividade.
Erva-doce:
Afasta energianegativaees-timulaa criatividade.
Florde laranjeira:
Ajudacomproblemasdeestresseetensão nervosa.Aliviaainsônia,adepressão e
traumas emocionais.
Hortelã:
Trazautoconfiança,coragemeatenção,dissolvendo pensamentosnegativos.
Gengibre:
Atua contraa apatia, a de-pressão eo estresse,estimulando acoragemea confiança.
Laranja:
9. Desbloqueadordeenergiaeharmonizadordeambientes.Aliviao estresse,o cansaço
e a melancolia.
Lavanda:
Fortaleceo sistema nervoso eesclarecepensamentos,dissipando osmedoseaira.
Diminui tambémo estado de tensão.
Limão:
Ajudaa clarearamente e nato-mada de decisão.Trazauxílio emocional eali-viao
medo.
Maçã:
Atraia vitalidadee boa sorte,me-lhorando aatenção.
Maçã-verde:
Atua como revitalizante,ati-vando aalegriae abrindo o apetite.
Mel:
Harmonizaasrelaçõespessoaiseasintoniaemcasais.
Menta:
Exerceum efeito calmantenascriançashiperativasecontribui paradiminuir dores
de cabeça.
Pêssego:
Afastaa tristeza e traz sorte.
Rosa:
Bomcalmante, traz equilíbrio aoscentrosenergéticos.
Sândalo:
Tambémfuncionacomo cal-mante,dispersandoaansiedadeeadepressão.
10. Corantes
Os corantes,como o próprio nome diz,servemparadarcorao sabonete.Devemser à
basede águaou alimentícios.
Corantes
Devemos,semprequepossível,combi-naroscorantescomaessência.Para enten-
der melhor,vejaalgunsexemplos:seusarmosessênciadehortelã,colocamos um
coranteverde,jáparaessênciade camomilaoudemaracujá,utilizamos umamarelo
e, para sa-bonetescomessênciademorango,coloca-mosumcorantevermelho.
Para trabalharmos melhorcomoscoran-tes,devemosseguiraclassificação das
corese seussignificados.
Teoriadascores
As cores estão presentes em nossavidae,também, nos sabonetes,quepodemser
artesanaise coloridos.Elassão objeto de estudohámuitosanos,desdeaépocado
filósofogregoAristóteles.Eleacreditavaqueas coreseramumapropriedadedos
objetosalémdopeso,material etextura; dizendo que
haviaapenas seiscores:vermelho,verde,azul,amarelo,branco enegro.
Na Idade Média,osestudossobreascoresforaminfluenciadosporaspectospsico-
lógicoseculturais.O poetamedieval Plínio,certavez,teorizouqueastrês cores
básicasseriamo vermelho vivo,o ametistae umaoutraquea denominouconchífera.
O amarelofoi excluídodestalistaporestarassociado amulheres(erausado no véu
nupcial naquelaépoca).
11. Classificaçãodascores
a) Coresprimárias:
São as quenãopodemserdecompostasemoutrascores,mesclando-seentresi para
produziroutras.Elassão o azul,o vermelho eo amarelo.
b) Coressecundárias:
São as resultan-tesdamistura dascoresprimáriasempartesiguais.Ascores
secundáriassão:
azul +amarelo =verde
azul + vermelho =roxo
vermelho +amarelo =laranja
c)Cores terciárias:
São resultado damisturade uma primáriae umasecundáriaa saber:
Vermelho+Roxo=Vermelho-arroxeado
Vermelho +Laranja=Vermelho-ala-ranjado
Amarelo +Verde=Amarelo-esverdeado
Amarelo+Laranja=Amarelo-alaranjado
Azul + Verde= Azul-esverdeado
Azul + Roxo =azul-arroxeado
d) Cores neutras:
As coresbranca,pretaecinza são consideradasneutras.Narealidade,elassão
chamadasassimpor causadasua origem.O branco é a somade todasascorese
implicaa presençadeluz. O pretoé oposto ao branco,significando total ausênciade
luz e, aparentemente,não derivadequalquercor.O cinza, ou osváriostonsde cin-
zento, tem origemna misturaem diferentesquantidadesdo branco como preto.
Ao semisturaruma dasdiversas corescomobranco,o resultado serásempre
uma corclara. O oposto acontecequando semisturaumacorcomo preto:o
resultado serásempreumacorescura.
12. e) Coresquentese coresfrias:
Ascores quentes,compreendidas nafaixaamarela,laranjaevermelha,quando
puraseintensas,sugeremcalor,luz, excitação,alegria,movimento edão uma
sensação demaiortamanho epeso.Já as coresfrias,compreendidasnafaixaverde-
clara(ama-relada),azul e violeta,sugeremtranquilidade,silêncio,frescor,
suavidadeesão deefeito sedativo.
Observação:
Chama-setom deumacora mudança queessacor sofrecomaadição do branco
oudo preto,tor-nando-amaisclaraoumais escura.Hámuitasvariáveisde
tonalidades.
Tabelacomalgumaspossibilidadesdecriarnovascoresesuasmisturas.
13. Significado dascores
Diferentescoresvibramcomcertafre-quênciaenergéticaetêm vários
significadossimbólicos,deacordo comareligião oucul-tura.Eisalgunsexemplos:
Vermelho
- É a cordo fogo,dapaixãoe dosimpulsos.Estimulamovimentoseajudaacombater
o estressee a faltadeenergia.
Amarelo
- É a cordo sol,trazendo luzàssituaçõesdifíceis,ativando o intelecto,acomunicação
e a harmoniacomtodos.
Violeta
- Esta correpresentao mistério,expressaumasensação de
individualidade,personalidade,influenciandoemoçõese hu-moresetambém tira a
negatividade,au-mentaa intuição e combateo estresse.
Laranja
- É a corda comunicação,docalorefetivo,do equilíbrio,dasegurança,enfim,das
pessoasconfiantes.
Rosa
- Esta corestá relacionadaaoamor,à alegriaeà beleza.
Azul
- Transmiteseriedade,confiabili-dadeetranquilidade.É acorda purificação,do
bem estare raciocínio lógico,favore-cendo apaciênciae aserenidade.
Verde
- Trazpaz, segurança,espe-rançaemabundância,confiança,inteligên-cia
e movimento.
Branco
- É uma corpurificadoraetrans-formadora,trazequilíbrio emnossascasas
esensação delimpezae claridade.
Preto
- É a cordo poder,queinduza sen-sação deelegânciaesobriedade,sendo a
ausênciadavibração.Ideal para aspessoasquebuscamproteção ouafastamento ao
seu redor.
14. Lauril líquido (espumante)
O lauril líquido,étersulfato desódio,éumcomposto químico eum agenteespumó-
geno.É adicionado aosxampus,detergentes,saboneteslíquidoseoutrosprodutose,
semele,não teríamosnenhumaespumaem nossossabonetes.
Lauril líquido.
Extrato glicólico
O extrato glicólicoé um produto hidra-tante,não possui aroma econtém
proteínasparaapele.É extraído deervas, raízes,frutas,mel entre tantas outras
matérias-primasnatu-rais,compropriedadesespeciaiseespecíficas paracadatipo
de pele:
Anfótero
Este produtoé usadosomente nafabrica-çãode saboneteslíquidoscomo
espessantequandoabaseparaosabonetelíquidonãoapre-
sentaraconsistênciadesejada.Osabonetedeveterviscosidade,nãopodendoserlíquidodemais.
15. Anfótero.
Águadeionizada(desmineralizada)
É uma águaisentade saisorgânicosebactérias.Estaáguaé amplamenteempre-gada
na indústriaquímicaeem produção far-macêutica.
Águadeionizada
Álcool decereais
É extraído decereaise utilizado na pre-paração deperfumes,remédios,extratos
etc.
Em sabonetes,é usado naeliminação debo-lhascomaajudade um borrifador de
gatilho.
16. Borrifadorcomálcool decereais.
Importante:
Estassão asmatérias-primasbásicasparaa fabricação desa-bonetesartesanais.
Podemosadicionar outrosingredientes,masserão apresen-tadoseidentificadosno
passo-a-passo dafabricaçãodestessabonetes.
Materiais
Fogareiro
- Recomendamosumpe-queno fogareiro à gásouelétrico.No entanto,nada impede
de se usaro próprio fogão nor-mal decozinha.
Fogareiro elétrico.
17. Panelade Ágata
- A panelaparaderre-tera base parasabonetedeveser deágata.Não pode ser
utilizado recipientede alumínio.