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Requalificação do
Patrimônio
Histórico
a partir de
Roteiros
Turísticos
em
Urussanga
Acadêmico:
Renato Amorim Niero
Fevereiro/2016
Requalificação do
Patrimônio Histórico
a partir de
Roteiros Turísticos
em
Urussanga
Trabalho de Conclusão de Curso
Arquitetura e Urbanismo
UFSC
Acadêmico:
Renato Amorim Niero
Orientadora:
Vanessa Goulart Dorneles
Florianópolis
Fevereiro/2016
Fig. 1: Ferrovia Teresa Cristina
5
SUMÁRIOHINO DA IMIGRAÇÃO
Imigrantes das plagas alpinas
Do Piemonte, de Trento e Turim
No Brasil os teus filhos são flores
Replantadas em um novo jardim
	 Urussanga, és canteiro de um povo
	 Generoso, guerreiro e audaz,
	 Que escreveu no teu seio sorrindo
	 Um poema de glória e de paz
Ao mortífero vírus das setas
Devolveste o perdão e a prece,
Como quem ao nativo selvagem
Um convite de paz oferece...
	 Foi da Itália que herdaste a beleza,
	 A cultura, a virtude e a fé,
	 Eis porque temos hoje esta terra,
	 Cujo hino cantamos de pé!
Se a magnólia é teu símbolo nato,
Do teu berço a floresta é doce!
Tu conservas da Itálica gente
O seu nobre e doirado laurel.
Padre Antônio Bizarro P. R.
Fig. 2: Piso da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição
7
SUMÁRIO
08 12 32 44
84 96 122 126
A cidade
Caracterização da
Cidade
Histórico
Aspectos
Demográficos
Introdução
Justificativa
Objetivos
Metodologia
O Turismo
Definição
Turismo Cultural
Turismo em
Urussanga
O Patrimônio
Definição
Patrimônio Cultural
Gastronomia,
cultura e patrimônio
Patrimônio em
Urussanga
Fichas
A casa
Área de
intervenção
Análise do entorno
e do terreno
A casa
Diretrizes
Programa
Os Roteiros Referências
Referências
Arquitetônicas
Referências de Uso
Lista de Figuras
Bibliografia
8
INTRODUÇÃO
1.1	Apresentação
	 Com o crescimento do reconhecimento da diversidade cultural no Brasil, nota-se que
a paisagem cultural em sítios históricos ruraisde origem italiana possui um importante valor
patrimonial e de identidade. As edificações, com características arquitetônicas e métodos
construtivos singulares, são testemunhas de hábitos, costumes e usos característicos da
imigração durante o século XIX e XX. Então busca-se a preservação e requalificação dos sítios
históricos em Urussanga, uma cidade considerada um dos berços da colonização italiana em
Santa Catarina. Esta preservação ocorre por meio do incentivo da produção de produtos de
valor cultural e valorização o imigrante italiano enquanto construtor de uma identidade cultural,
sendo parte fundamental da cultura e da economia da cidade.
	 Os modos de vida apresentam elementos materiais e imateriais que se encontram
presentes na vida das comunidades rurais. As transformações produzidas pelos imigrantes
no ambiente natural produziram uma nova categoria patrimonial conhecida como paisagem
cultural A paisagem cultural possui uma visão coletiva do patrimônio que abrange tanto os bens
naturais, culturais, como os bens históricos (LUCA, 2007). O valor da paisagem cultural decorre
da sua função e sua capacidade de reter marcas e registros antrópicos. O homem é um dos
elementos de valor na paisagem, a leitura e compreensão da mesma não se limita ao espaço.
“É um conjunto único e indissociável, em perpétua evolução”. O valor do patrimônio assim,
Não é só [...] seu valor estético, arquitetônico ou histórico. Ele é
preservado se tem significação para a comunidade em que está
inserido e essa preservação possibilita a melhoria da qualidade
de vida de seus moradores e contribui para a construção de sua
identidade cultural e o exercício da cidadania. (ORIÁ, 1997, p. 138.)
	 Porém o patrimônio da região de Urussanga vem passando por transformações que o
colocam em risco. Assim surge o planejamento turístico como uma forma de valorização dos
espaços naturais e culturais como fonte de riqueza, desempenhando um papel importante para
o desenvolvimento territorial (WALKOWSKI, 2014). Os espaços turísticos são compostos pela
riqueza paisagística criada pela biodiversidade e pela ação antrópica existente em um território,
que representa os valores natural e cultural, contribuindo com a conservação da identidade de
um povo, cujas raízes ficam expressas em hábitos e costumes ainda preservados pela sociedade
atual.
	 A região de Urussanga destaca-se pela riqueza paisagística com o potencial para ser
um destino turístico em crescimento. Então, a produção associada ao turismo, caracterizada
pelo artesanato, produção vinícola e pelo patrimônio natural e cultural, poderá contribuir para
a expansão de outras atividades econômicas internas, resultando em novos segmentos de
mercado para o turismo no espaço rural. (WALKOWSKI, 2014). O estudovisa, então, compreender
e analisar o potencial turístico da cidade de Urussanga, gerando roteiros turísticos como uma
forma de requalificar o patrimônio histórico e intervir no patrimônio como uma forma de educar
a população sobre a importância desses bens tombados para a cidade e gerar uma nova opção
de lazer e cultura para Urussanga.
9
INTRODUÇÃO
1. 2. Justificativa
	 A escolha de Urussanga para o estudo deve-se ao fato da cidade ser moldada pela
identidade cultural italiana e por possuir características singulares. A cidade, situada no meio
rural, se destaca pela beleza paisagística e diversidade de potenciais, como a produção devinho,
a agricultura e o patrimônio natural, histórico e cultural. O patrimônio material deixado pelos
imigrantes constitui-se por exemplares da arquitetura ítalo-brasileira totalizando 22 edificações
tombadas pela Fundação Catarinense de Cultura - FCC e 3 edificações tombadas pelo IPHAN.
“Urussanga caracteriza-se como o conjunto urbano de referência
da migração italiana mais íntegro e mais representativo do Estado”.
(FCC, 1994)
	 O turismo, assim, pode auxiliar na geração de renda complementar e na valorização dos
produtos locais, como o vinho e a gastronomia, e do próprio patrimônio histórico e cultural.
E como uma atividade que incentiva o deslocamento do consumidor, pode contribuir para
tornar um ponto arquitetônico foco de visitação de uma determinada cidade, aumentando a
notoriedade do lugar e de suas construções, já que o objeto arquitetônico, ou a composição
destes, pode se tornar um dos principais elementos turísticos.
	 Percebe-se em Urussanga a falta de uma organização e de um elemento centralizador,
que consiga, além de conectar todas as potencialidades do munícipio, mostrar para a população
a importância do patrimônio histórico e sua conservação para a cidade, dando-os uma nova
opção de lazer e cultura e sendo o ponto inicial e final dos roteiros turísticos. .
Fig. 3: Relação das vinícolas e a cidade. Fig. 4: Sobrado Nichele
10
INTRODUÇÃO
1.3. Objetivos
Objetivo Geral
	 No primeiro momento, com o objetivo de fomentar o turismo local, há a implantação
de novas opções de roteiros que integram as vinícolas, as construções históricas e também
a própria cultura da população urussanguense. A partir desse levantamento e diagnóstico da
cidade, desenvolve-se um projeto arquitetônico de uma elemento estruturador para intensificar
o desenvolvimento da região e para integrar e valorizar as potencialidades de Urussanga, bem
como ser uma nova opção de lazer e cultura para a cidade. Projeta-se um complexo turístico,
cultural e enogastronômico - ponto inicial e final dos roteiros - em uma intervenção arquitetônica
anexa ao sobrado Nichele e no terreno ao lado onde, atualmente, funciona um estacionamento.
É um espaço destinado ao vinho, à gastronomia e à cultura. Não se trata apenas de um espaço
interessante do ponto de vista arquitetônico e artístico, mas também um local de pesquisa
histórica, reflexão, discurso, dissidência, e experiência na qual a sociedade é questionada e sua
história redescoberta. Um local que mostre e ensine a importância que um elemento histórico,
seja o patrimônio material ou imaterial, tem para o munícipio e preserve a tradição da imigração
italiana através da enogastronomia.
Objetivos Específicos
•	 Avaliação dos atrativos e levantamento de aspectos históricos culturais;
•	 Preservar o patrimônio material e imaterial que caracteriza a região de imigração italiana;
•	 Criar conexões entre as potencialidades;
•	 Definição de rotas turísticas;
•	 Aproveitar os potenciais paisagístico das vias já existentes (relação das vias com rio,
vegetação e trilho);
•	 Analisar os impactos positivos e negativos do processo turístico;
•	 Projetar um elemento estruturador para o turismo, sendo o ponto inicial e final dos roteiros
• 	 Projetar uma edificação para a cidade, gerando uma nova opção de lazer e cultura para
a população;
•	 Develvolver um novo uso ao Sobrado Nichele, uma intervenção arquitetônica
contemporânea que respeite seu entorno e o patrimônio histórico, valorizando-o;
•	 Uma arquitetura que auxilie a população de Urussanga a compreender o valor e a
importância do patrimônio;
•	 Agregar os aspectos da sustentabilidade à edificação;
•	 Gerar atrativos para a participação dos usuários no funcionamento do espaço;
•	 Gerar a integração da edificação com o bairro e a cidade;
•	 Auxiliar a recuperação do Rio Urussanga;
•	 Acomodar costumes e tradições locais, como a enogastronomia;
•	 Uso de materiais locais, como cerâmicas, tijolos e esquadrias em alumínio, como uma
forma de apoio ao comércio local.
11
METODOLOGIA
2.	Metodologia
	 Primeiramente, houve a necessidade de compreender o histórico da cidade, assim
como os conceitos de turismo, patrimônio e também como intervir em edificações com um
importante valor histórico. Buscou-se referências bibliográficas e foram realizadas entrevistas
informais com a população de Urussanga para entender melhor a identidade da cidade e a
sua opinião sobre as necessidades da cidade. Utilizando o método CPD (Condicionantes,
Potencialidades e Deficiências), criou-se um mapa com o diagnóstico do município para
planejar e avaliar os problemas e potenciais identificados e, assim, saber como e onde atuar.
Como estudo preliminar foram feitos os roteiros turísticos como uma forma de entender melhor
a cidade e seus potenciais. Analisou-se também referências arquitetônicas para compreender
como a arquitetura pode influenciar no olhar das pessoas para o patrimônio e como a mesma
pode se tornar um novo ponto de interesse na cidade, Criou-se, assim, uma visão crítica sobre
o assunto para, então, poder realizar uma proposta arquitetônica coesa que realmente impacte
positivamente a cidade e sua população.
Leitura de
bibliografias
como livros
e teses
para melhor
compreensão do
tema.
Caracterização
da cidade,
análise e
diagnóstico do
município.
Entrevistas
qualitativas
sobre a
identidade e
qual a principal
necessidade da
cidade.
Criação de
roteiros turísticos
como uma forma
de entender
melhor a
cidade e unir
todos as suas
potencialidades.
Percepção
da falta de
um elemento
estruturador
na cidade. E
busca de suprir a
necessidade da
cidade.
Fig. 5: O desenvolvimento da cidade e o descaso com o patrimônio.
A CIDADE
Análise a partir da caracterização da
cidade, dos aspectos geográficos,
econômicosedemográficos,dohistórico
do município, para assim entender
melhor o seu desenvolvimento, suas
potencialidades e deficiências.
Análise do plano diretor e suas diretrizes
para compreender como a legislação
se preocupa com o patrimônio e com o
desenvolvimento do turismo.
14
URUSSANGA
	 Entre a Serra Geral e o litoral catarinense, o contato com a paisagem moldada pela cultura
dos imigrantes italianos do século XIX, faz com que Urussanga seja considerada o principal
núcleo da colonização italiana do sul do estado.
“Urussanga se estende graciosa por um vale ameno, cercado de
morros por todos os lados. De manhã, coberta de orvalho, parece
um canteiro de flores. De noite, iluminada, se assemelha a um geodo
coberto de cintilantes cristais. [...] a cidade se assemelha a um berço
emoldurado pelas rendas brancas das nuvens caprichosamente
onduladas sobre as graciosas curvas da Serra do Mar.” (MARQUES,
1990 p. 70)
	 Município do Estado de Santa Catarina, no Brasil, Urussanga localiza-se a uma latitude
28º31’04” sul e a uma longitude 49º19’15” oeste, estando a uma altitude de 49 metros, no fundo
de vale entre dois rios: Rio Urussanga e Rio América. Sua população, conforme o IBGE, é de
aproximadamente 20.233 habitantes distribuídos em uma área de 254 quilômetros quadrados
(IBGE 2010).
	 Localizada entre importantes cidades do sul catarinense, como Tubarão e Criciúma, tem
como principais acessos as rodovias SC-446 e SC-445 via BR-101. O município limita-se ao Norte
com Orleans e Lauro Müller, ao Sul com Cocal do Sul, a Leste com Pedras Grandes e a Oeste
com Treviso, Siderópolis. Urussanga estabelece com os municípios vizinhos estreitas relações,
de trabalho, comerciais e de serviços, favorecidas pela rede de transportes. Esta apresenta-se
formada por rodovias estaduais, federais e ferrovias. (MACARI, 2006). Distante 185 quilômetros
da capital estadual Florianópolis e 18 quilômetros de Criciúma, Urussanga está próxima também
aos aeroportos de Jaguaruna e Forquilhinha, distantes aproximadamente 30 quilômetros.
	
Fig. 6: Localização da cidade.
15
URUSSANGA
	 Significando “água muito fria”, do tupi, Urussanga dá nome também ao principal rio
que banha a cidade. O município teve sua economia inicialmente baseada na agropecuária,
passando à extração do carvão mineral, uma vez que se localiza numa das principais regiões
carboníferas do país. Atualmente a economia de Urussanga é diversificada, com destaque
na indústria cerâmica, moveleira, derivados de plástico, esquadrias de alumínio, insumos
agropecuários, agricultura, vitivinicultura, fruticultura, carvão mineral, comércio e prestação
de serviços diversos. É um dos municípios membros da Associação dos Municípios da Região
Carbonífera (AMREC).
	 Destaca-se na produção de vinhos, sendo denominada como a “Capital Catarinense do
Bom Vinho” conforme a Lei n. 12.398, de 22/10/2002. Realiza festas desde 1984, como a Festa
do Vinho e a Ritorno alle Origini, que celebram a cultura herdada dos imigrantes, mostrando
aos visitantes a italianidade por meio da gastronomia. Composta por um número significativo
de casarios antigos construídos no início do século XX, a cidade busca reconstruir os usos e
costumes dos imigrantes italianos. Nesta busca, em 1991, propôs-se uma parceria sócio cultural
com Longarone, na Itália, cidade origem dos primeiros imigrantes italianos à região. Intitulado
“Gemellaggio”, o projeto destaca a importância das origens italianas para o município no âmbito
cultural, social e econômico e faz de Urussanga a cidade irmã de Longarone. Graças ao projeto,
novos horizontes foram abertos e com a facilidade do intercâmbio socioeconômico, estima-se
que aproximadamente 1500 urussanguenses vivem no exterior. (PANORAMA, 2000).
	 Hoje, de acordo com a Austing Rating, dos mais de 2,4 mil municípios de pequeno porte
do Brasil, Urussanga é o 14º melhor no quesito indicadores sociais, que abrange áreas como
saúde, educação, qualidade de vida, responsabilidade social e desenvolvimento humano. Já
entre os 265 municípios catarinenses com menos de 50 mil habitantes, Urussanga ocupa o
terceiro lugar, além ser a melhor na categoria entre as cidades de pequeno porte do Sul de
Santa Catarina.
Fig. 7: Foto área de Urussanga, destacando a Igreja Matriz e a Praça Anita Garibaldi em formato triangular.
16
URUSSANGA
Geografia e Hidrografia
	 No relevo, predominam os terrenos de topografia acidental, havendo 30% de terrenos
planos ondulados e 70% da área possuem declividade acima de 20%. As altitudes variam entre
35 e 550 metros acima do nível do mar. Conforme a EPAGRI, o território é distribuído em relação
à altitude: 26% abaixo da cota 100; 27% entre as cotas 100 e 200 metros; 27,6% entre 200 e 300
metros; 12% entre 300 e 400 metros; 8% entre 400 e 500 metros; 1,4% entre 500 e 600 metros
e 0,1% acima de 600 metros. Assim, o relevo de Urussanga se caracteriza por planícies planas,
ondulas e montanhosas até o pé da Serra Geral. Os morros localizados ao Norte e a Leste,
possuem, em proporções significativas de suas encostas, declividades que variam de 30 a 47%.
Nas direção Oeste e Sul, têm-se declividades menores, variando de 5 a 30% (SANTA CATARINA,
1997).
	 Possui uma paisagem bastante exuberante e diversificada formada por grandes ou
pequenos núcleos urbanos, paisagens tipicamente rurais e naturais intocadas. Dentre os
aspectos naturais de Urussanga, têm-se atrativos como montanhas, rochedos, rios, cachoeiras,
fontes termais e hidrominerais e reservas de fauna (MACARI, 2006). O município apresenta uma
vegetação formada principalmente pela floresta tropical e subtropical, com Mata Atlântica nas
encostas de serras, com presença de árvores nativas e reflorestamentos de eucaliptos. Em seu
subsolo, existem minérios importantes como o carvão mineral e algumas reservas de fluorita e
argila.
Fig. 8: Mapa hipsométrico.
	 O município de
Urussanga é banhado e
tem seu desenho urbano
conformado pelo Rio
Urussanga, tendo, como
principais afluentes: Rio Maior,
Rio Carvão, Rio Deserto, Rio
Caeté, Rio Barro Vermelho
e Rio América. A qualidade
de suas águas apresenta
uma das piores situações
do Estado. A concentração
de empresas mineradoras
contribuiu e continua
contribuindo para a poluição
do rio. Com isto, as águas de
Urussanga, em sua grande
maioria, caracterizam-se como
impróprias para o consumo
humano, apresentando
também restrições para outras
atividades,incluindoairrigação,
influenciando negativamente
um dos mais importante
fatores econômicos da cidade,
a agricultura.
17
URUSSANGA
Fig. 9: Mapa dos rios e principais vias da Cidade.
Percebe-se a importância do rio para a cidade, que teve seu desenvolvimento iniciado na
confluênciadosRiosAméricaeUrussanga.Apresençadaáguafoiimportanteparaocrescimento
ecônomico da cidade através da agricultura. A ferrovia também foi um fator relevante para esse
desenvolvimento. Atualmente, Urussanga não valoriza esses elementos.
18
URUSSANGA
Histórico
	 Com a promessa de uma vida melhor no Brasil, e diante da crise europeia, muitos
imigrantes chegaram ao novo país a fim de implementar a mão de obra para a produção de
bens de consumo, uma vez que houvera a extinção do tráfico de escravos em 1850. (MARZANO,
1985).
	 Assim, em abril de 1877, Azambuja se tornou a primeira sede do Sul de Santa Catarina
habitada por colonos italianos. Azambuja viria a ser importante para Urussanga pois servira de
referência tanto na chegada dos imigrantes quanto às condições para sua fixação na região
(MACARI, 2006).
	 O Engenheiro Vieira Ferreira, com o objetivo de preparar a infraestrutura para o
estabelecimento dos imigrantes, volveu, em 1878, suas visitas para o vale de Urussanga,
demarcando os seus lotes e localizando a sua sede, em forma triangular, na confluência dos
Rios América e Urussanga, aproveitando a configuração natural do terreno (IBGE, 2010).
	 Em 26 de maio de 1878 chegaram os primeiros imigrantes italianos à região, vindos de
Longarone, Pronvíncia de Beluno, Região de Veneza. Assim, esta é a data oficial de fundação
da cidade, após a sua localização pelo Engenheiro Vieira Ferreira e a exploração das áreas de
terras destinadas aos imigrantes. Após 5 anos da chegada dos imigrantes italianos houve o
início dos ataques dos índios botocudos. A invasão indígena, intensificada em 1889, provocou a
saída de alguns habitantes do interior, levando-os a habitar lugares mais centrais e povoados.
(MARZANO, 1985).
	 A colônia de Urussanga teve sua emancipação em 31 de dezembro de 1881 e elevada a
município em 6 de outubro de 1900, sendo seu primeiro Prefeito Jacinto de Brida e Presidente
da Câmara, Lucas Bez Batti. A instalação do município teve lugar em 22 de janeiro de 1901 e a
instalação da comarca em 20 de dezembro de 1925, sendo hoje uma comarca intermediária.
(MARQUES, 1990).
	 A fama atualmente pela produção de vinhos deve-se pelos imigrantes italianos que,
nos navios, trouxeram, envoltos em musgos, para melhor conservação, os bacelos de suas
vinhas. Estes bacelos foram o início de todas as culturas de uvas existentes na região. Porém, o
cultivo da uva e a produção de vinho em Urussanga exigiram de seus colonos muita paciência
nas primeiras décadas. As parreiras vindas do Vêneto não se adaptaram facilmente ao Brasil.
(MAESTRELLI, 2011).
	 Vencidas as dificuldades, principalmente contra os índios que muito hostilizaram os
colonos, a colônia prosperou rapidamente. Em 1887, os colonos de Urussanga produziram
13.600 litros. Já entre 1892 a 1906 foram exportados de Urussanga mais de 10.580 litros. Durante
a primeira metade do século XX, muitas vinícolas se estabeleceram na cidade, como a Caruso
MacDonald, a Lourenço Cadorin e a Victório Bez Batti, sendo nelas realizado todo um processo
que ia desde a chegada da uva, passando pela fabricação da bebida, até o momento da
exportação. Caruso MacDonald, italiano, jornalista e advogado, foi o responsável por levar até
Urussanga a variedade de uva Goethe de São Paulo, dando início à produção do vinho branco
na cidade que mais tarde se tornara a Capital do Vinho. (MAESTRELLI, 2011).
	 No fim do século XIX, houve um aumento da população com a chegada de novos
imigrantes. E em 1895, cessou o fluxo migratório, encerrando a fase colonial.
19
URUSSANGA
	 A partir da década de 1910, com a descoberta do carvão mineral e a abertura das
minas, a cidade desenvolveu-se economicamente, sendo inaugurada, em 1918, a Companhia
Carbonífera de Urussanga. E a partir da exploração do carvão, as vilas operárias foram formadas
nas proximidades das minas, de forma que as tais acabaram atraindo novos moradores para
a cidade. (MARQUES, 1990). O trabalho nas minas, apesar de bastante insalubre, acabou se
tornando comum entre os urussanguenses, por ser, entre outros motivos, uma atividade de alta
remuneração e curta carreira. Como isso, muitos agricultores abandonaram o trabalho rural e
passaram a viver da extração do carvão mineral, de modo que essa transformação causou, na
década de 1940, o declínio da atividade vitivinícola e a ascensão do carvão (MAESTRELLI, 2011).
	 No começo do século XX, além da descoberta do carvão mineral e da abertura das minas,
a estrada de ferro também gerou desenvolvimento a região. Assim, a construção da Estrada de
FerroDonaTeresaCristinaatéUrussanga,nadécadade1920, facilitouoescoamentodeprodutos
para o sul do estado, fazendo a cidade crescer ainda mais economicamente (MARQUES, 1990).
	 O surgimento da indústria cerâmica, juntamente com a extração do carvão, ofuscaram
a indústria vinícola. Com o “esquecimento” do vinho Goethe, houve uma mudança cultural,
modificando valores, costumes e usos, trazendo um prejuízo invisível para essa sociedade
(MAESTRELLI, 2011).
	 Em 1957, a área urbana central era relativamente pequena, ficando compreendidas nas
partes mais baixas do vale. É entre os anos de 1957 e 1978 que se dá a maior expansão urbana
e diversificação da indústria na região carbonífera e a implantação, em Urussanga, de diversos
loteamentos. A cidade se expande em todas as direções, com mais intensidade para Norte e
Sul, por causa da polaridade exercida por Criciúma sobre Urussanga e Cocal do Sul. (MACARI,
2006).
	 Na década de 70, o carvão perdeu o destaque economicamente para a indústria de
cerâmica, plástico e alumínio e a agricultura passou a ser, novamente, o meio de subsistência
nas propriedades rurais. Surgiu, também, a vontade de retomar as ações culturais trazidas pelos
imigrantes. (MAESTRELLI, 2011). Em 1974 aconteceu a grande enchente causando danos ao
munícipio e a toda a região. Em 1984 ocorreu a explosão na mina no bairro Santana, causando
31 mortes.
	
	 	 Nas décadas de 70 e 80, surge
o sentimento de busca por referências
identitárias, onde a região de Urussanga
buscou reconstruir estas referências através
da valorização do passado e da experiência
dos ancestrais migrantes. Os primeiros
movimentos foram as comemorações pelo
centenário da imigração italiana e fundação
do município de Urussanga, em 1978.
Em seguida, empresários do município, como o Sr. Hédi Damian, apoiados por instituições como
o Rotary clube e a antiga Acaresc (Associação de Crédito e Assistência Rural de Santa Catarina),
através do Genésio Mazon, iniciaram um trabalho de reorganização e incentivo à produção
vitivinícola. (MAESTRELLI, 2011).
Fig. 10: Foto antiga da Praça Anita Garibaldi
20
URUSSANGA
Aspectos demográficos
	 Urussanga, com aproximadamente 20223 habitantes, tem sua população dividida
equilibradamente entre homens e mulheres, sendo que 8.818 habitantes vivem em meio rural
e 11.405 em meio urbano (IBGE, 2010). A pirâmide etária de Urussanga, do censo demográfico
de 2010, mostra que a maioria da população está entre 20 e 30 anos, não diferindo muito do
restante do país. Pode-se destacar também uma grande porcentagem da população na faixa
etária entre 15 e 19 anos e entre 45 e 49 anos.
	 Ao analisar o gráfico de crescimento populacional, observa-se que na década de 90
houve um significativo declínio do número da população urussanguense, diminuindo de 30000
habitantes para 18000. Essa queda de 40% foi causada principalmente pela emancipação de
um distrito, que em 26 de setembro de 1991, através da lei 8.352, tornou-se o município de Cocal
do Sul, além também de ser causada pelo forte êxodo rural. O número de habitantes só voltou a
crescer de uma forma expressiva em 2007, chegando em 2010 a ter novamente mais de 20000
habitantes.
Fig. 11: Evolução Populacional IBGE, 2010
Fig. 12: Pirâmide Etária IBGE, 2010
Fig. 13: População IBGE, 2010
Na década de 90 houve um significativo
declínio da população urussanguense
devido, principalmente, a emancipação de
Cocal do Sul.
21
URUSSANGA
Macrozoneamento
	 Ao analisar o mapa do Macrozonemanto de Urussanga, feito em 2008, percebe-se que
as principais condicionantes para o desenvolvimento urbano são os córregos e rio, o relevo e o
sistema rodoviário. Assim, maioria da ocupação se dá na parte plana e tem o desenho urbano
desenvolvido conforme o desenho do Rio Urussanga. A área central caracteriza-se pelo uso
comercial, serviços e residencial. A área rural é bem distribuída em torno da área central e a
região industrial localiza-se prevalentemente a sudeste da cidade, tirando proveito da rodovia
e ferrovia. Percebe-se também a presença de uma Área de Especial Interesse Cultural, dentro
da Zona Mista Urbana Central, onde há a preocupação com a preservação e requalificação
do patrimônio cultural arquitetônico para que a sua valorização as tornem pontos e atrativos
turísticos.
Fig. 14: Macrozoneamento, realizado em 2008.
Percebe-se a
preocupação com
a distribuição dos
usos nas áreas da
cidade, bem como
a importância das
rodovias para o
município.
22
URUSSANGA
Sistema viário
	 Urussanga é cortada e definida por duas rodovias estaduais, SC-446 e SC-445, que dão
acesso ao município.
•	 Acesso A: SC-445, a leste da cidade, ligando com os munícipios de Morro da Fumaça,
Sangão e Tubarão
•	 Acesso B: SC-446, a sul da cidade, ligando-a aos munícipios de Cocal do Sul e Criciúma
•	 Acesso C: SC-445, a oeste da cidade, ligação com Siderópolis, Nova Veneza e Criciúma
•	 Acesso D: Rod. Anes Gualberto (SC-446): ao norte da cidade, ligando-a principalmente ao
munícipio de Orleans.
	 As rodovias SC446 e SC445 desempenham importantes papeis na estruturação do
espaço urbano de Urussanga. Caracterizadas como interurbanas, ligam diversas localidades
do município e estas com a cidade e cidades vizinhas. Urussanga apresenta problemas com
relação ao sistema viário e circulação, o que acaba por afetar outros serviços como saúde
e educação (MACARI, 2006). O município, devido sua localização, serve de ligação a muitos
municípios vizinhos, como Orleans, Lauro Muller, Treviso e Cocal do Sul. Apresenta diversas
ruas de chão batido, algumas em péssimas condições que servem de acesso aos bairros rurais.
Muitas estradas, atualmente, estão em processo de requalificação, apresentando calçadas
acessíveis, ciclovias e rodovias pavimentas.
	 O transporte coletivo no município funciona através de empresas particulares, Auto
Viação São Gerônimo Ltda e Auto Viação São José Ltda. As linhas ligam os bairros mais distantes
e também os municípios vizinhos, com linhas intermunicipais. O Terminal Rodoviário situa-se às
margens da SC-446.
ACESSO A
ACESSO B
ACESSO D
ACESSO C
Classificação Vias
Fig. 15: Acessos e classificação das vias.
Fig. 16: SC 445 (acesso A) e a estrada de ferro.
24
URUSSANGA
Plano diretor
A Lei Complementar número 08/2008, de 1° de julho de 2008, institui oficialmente Plano Diretor
Participativo do Município de Urussanga. Percebe-se uma preocupação com o patrimônio, com
o rio e suas margens e com o desenvolvimento do turismo. Dentre as diretrizes e objetivos,
destacam-se:
“Seção II,Art. 4. XII - proteção, preservação e recuperação do meio ambiente naturale construído,
do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico;
Título II, Art. 5. [...]
III - promover o turismo como atividade econômica local, integrando-o regionalmente, com
ênfase em seu patrimônio cultural, arquitetônico, gastronômico e na vitivinicultura;
IV - promover a preservação, conservação e recuperação dos seus recursos naturais, em
especial dos seus recursos hídricos. [...]
Art. 284. Constituem objetivos específicos da estratégia de estruturação, ordenamento e
qualificação territorial: [...]
VIII - qualificar e valorizar o patrimônio cultural:
a) de forma a garantir que o patrimônio arquitetônico tenha usos compatíveis com a edificação;
b) de forma a torná-lo reconhecido pelos cidadãos;
c) de forma a tornar o seu valor cultural apropriado pela cidade;
d) desenvolvendo seu potencial turístico de forma sustentável;
[...]
Art. 285. [...] IV - Programa de Revitalização e qualificação do patrimônio cultural, que tem por
objetivo preservar e recuperar edificações de valor cultural, inserindo-as na paisagem urbana,
conferindo-lhes usos sustentáveis que proporcionem sua fruição pela população, contribuindo
para fortalecero reconhecimento e apropriação do seuvalorpelo Município, ao mesmo tempo
que suportem o desenvolvimento da atividade turística.”
Fig. 17: Mapa do Zoneamento.
“Promover o turismo”
“Promover a preservação”
“Qualificar e valorizar o patrimônio cultural”
“Recuperar edificações de valor cultural,
inserindo-as na paisagem urbana”
“Fortaleceroreconhecimentoeapropriação
do seu valor pelo Município, ao mesmo
tempo que suportem o desenvolvimento
da atividade turística”
25
URUSSANGA
EM UMA PALAVRA, QUAL A
IDENTIDADE DA CIDADE?
O QUE FALTA NA CIDADE?
ENTREVISTAS
VINÍCOLAS
TRANQUILIDADE
CULTURA
QUALIDADES
ITALIANOS
PATRIMÔNIO
DEVAGAR
HISTÓRIA
CHARMOSA
POSSIBILIDADES
COMÉRCIO
PITORESCA
RELIGIÃORIQUEZA
ÓTIMA
OPÇÕES DE LAZER E CULTURA
FACULDADE
PLANEJAMENTO TURÍSTICO
CUIDADO COM A CIDADE
CONSCIENTIZAÇÃO
VALORIZAR A CULTURA CENTRO COMERCIAL
DESENVOLVIMENTO GALERIA DE ARTE
DISCIPLINAMENTO URBANO
HOTEL
EMPREGOS
EXPLORAR VINÍCOLAS
28
URUSSANGA
CONDICIONANTES POTENCIALIDADES DEFICIÊNCIAS
A Paisagem Natural Beleza cênica
Pouco aproveitada e
conservada
B Relevo, morros, planícies Potencial paisagístico Fragilidade ambiental
C Localização
Entre diversas grandes
cidades, aeroportos. Entre a
Serra e o mar
-
D Ocupação em expansão
Desenvolvimento turístico e
econômico
Sem planejamento. Nova
tipologia de edificação em
choque com o entorno com
características de bairro pré-
existentes
E Rios
Atrativo Natural, Parque
linear
Poluição, casas fundos ao Rio.
Apropriação da área de APP
F
SCs como eixo de
interligação regional
Fácil acesso Pontos de conflitos
G Linha Ferroviária Transporte de carvão
Abondono, não há a
exploração turística
H Origem Italiana
Cultura, identidade e
tradição, polo turístico
-
I Economia
Potencial produtivo
(agorpecuária, mineração,
turismo, vinícolas, cerâmica)
Pouco aproveitamento das
atividades turisticas, da cultura
italiana e artesanato
J Vinícolas
Cidade do Bom Vinho, Vale
da uva e vinho Goethe
Falta uma ligação entre ela e
explorá-las turisticamente
K Qualidade de Vida Tranquilidade -
L
Patrimônio histórico e
cultural
Existência de edificiações
históricas que guardam
a cultura italiana,
tombamento
Falta de preservação e
incentivos ao uso das
edificações históricas, não
há a consciêntização da
população.
M Plano Diretor
Há a preocupação com a
conservação do patrimônio
e com a atividade turística
(áreas de interesse espacial)
Falta uma política ou elemento
estruturator que realmente
valorize as edificações
tombadas.Faltadefiscalização
e respeito ao plano.
N Áreas verdes/Lazer
Praça central como ponto
de encontro da população.
Primeira centralilade
Poucas opções de lazer.
Parque: Diversidade de
usos que prejudicam o
funcionamento da área
29
URUSSANGA
CONDICIONANTES POTENCIALIDADES DEFICIÊNCIAS
O Mobilidade
Vias com qualidade, mesmo
que de chão batido. Vias em
reforma
Transporte coletivo precário.
Dificil acesso as zonas rurais
P Permeabilidade
Casas abrindo diretamente
para rua, conexão público/
privado. Calçadas e praças
Falta de cuidados com as
calçadas. Dificil conexão com
os dois lados do rio
Q Robutez
Diversidade de comércio e
serviço
Carência de espaços
voltados ao turismo e
exploração do vinho
R Legibilidade
Edificações marcantes para a
história da cidade.
Poluição visual, dificuldade
de entender o que é
oferecido, a função
S Variedade
Edificações marcantes para a
história da cidade.
Poucas opções de lazer e
cultura
T Apropriação Visual
Csarões históricos que
remetem a colonização
italiana
Abandono, degradação e
confusão visual
U Riqueza Paisagem e arquitetura -
V Personalização
Imigrantes italianos deixaram
a marca da colonização nas
edificações tombadas
Adaptam as edificações
históricas de acordo com o
uso, destruindo-as
X Infraestrutura Hotéis, restaurantes,vinícolas
Faltam lugares de cultura,
lazer e valorização de vinhos
Método CPD (Condicionantes, Potencialidades e Deficiências)
	 Para a sistematização das informações sobre o munícipio, adotou-se a metodologia CDP,
sendo (C) Condicionantes, (D) Deficiências e (P) Potencialidades. As condicionantes são todas as
características do município que são existentes e que devem ser mantidas. Deficiências são as
características negativas que dificultam o desenvolvimento da cidade. Potencialidades são as
qualidades, e que devem ser melhor aproveitados adequadamente. Assim, foram apresentadas
em tabelas e posteriormente representadas em mapas para entendimento de onde a mesma
se encontra no espaço territorial.
30
URUSSANGA
C
Bairro Rio Maior
2 edificações tom-
badas pelo IPHAN
e 3 pela FCC
Bairro Rio Caeté
Vinícola Trevisol e
patrimônio
Centro
Parques e praça
18 bens tombados
Vinícola Del Nonno
Bairro São Pedro
Vinícola Mazon e
De Noni
Bairro Rio América Baixo
Patrimônio e 1 edificação
tombada pelo IPHAN
Falta de conexão
entre os bairros e
suas particularidades
J
J
F
J
U
G
L
L
L
O
O
Mapa CPD. Escala 1/50000
31
URUSSANGA
F
Diversos acessosDiversos acessos
N
C
C
C
O
C
E
J
L
L
N
N
N
Parque sem
conexões com a
cidade
Sem conexões
entre as potencia-
lidades
F
Edificações
escondendo o rio
Diversos acessos
Novas áreas
de lazer
Edificações não
respeitando a faixa
de APP do rio
M
T
P
Mapa CPD. Escala 1/5000
Fig. 18: Portal de entrada da cidade.
O TURISMO
Após análise da cidade, buscou-se
entender a definição de turismo, como
ele se relaciona com o patrimônio,
com a cidade, e como atua, de forma
sustentável, no desenvolvimento
do munícipio. Analisou-se como é
atualmente o potencial turístico de
Urussanga e como ele é explorado,
através das vinícolas e das festas típicas,
por exemplo.
34
TURISMO
	 De acordo com a World Tourism Organization, o turismo “é um fenômeno social, cultural
e econômico que implica a deslocação de pessoas para países ou lugares fora do seu ambiente
habitual para fins pessoais ou empresariais/profissionais. Estas pessoas são chamadas visitantes
(que pode ser turistas ou excursionistas; residentes ou não residentes) e o turismo tem a ver com
as suas atividades, algumas das quais envolvem despesas turísticas.” Assim, o produto turístico
é o “conjunto composto de bens e serviços produzidos em diversas unidades econômicas, que
sofre uma agregação no mercado ao serem postos em destaque os atrativos turísticos” (BENI,
2006, p.172). Aparece, então, o conceito de origem espanhola do “turismo integral”, ou “turismo
multifacetado”, que promove diversos pontos de interesse turístico em uma determinada área
geográfica. Atualmente, o turismo é uma atividade fundamental para a economia global,
representa 10% do PIB do planeta, gera empregos, movimenta diferentes setores produtivos
e, enfim, gera troca de culturas e saberes entre todos os envolvidos.
	 O turismo é composto de diferentes tipos de acordo com os fatores motivacionais, os
atrativos que o destino oferece.
CULTURALRURAL ENOTURISMO
RELIGIOSO ÉTNICO
Atividades desenvolvidas,
em relação a produção
agropecuária, agregando
valor a produtos e serviços,
resgatando e promovendo o
patrimônio natural e cultural
das populações rurais.
O principal atrativo não é a
natureza, mas um aspecto
da cultura humana, que pode
ser a história, o cotidiano, o
artesanato ou qualquer dos
aspectos abrangidos pelo
conceito de cultura.
Atividades turística motivada
pela apreciação do sabor
e aroma dos vinhos e das
tradições e cultura das
localidades que produzem
esta bebida.
Atividade que utiliza,
de forma sustentável, o
patrimônio natural e cultural,
incentivando a conservação
e a formação de uma
consciência ambientalista,
através da interpretação do
ambiente promovendo o
bem estar das populações
envolvidas.
Atividade decorrente da
busca espiritual e da prática
religiosa.
Atividade turística que
envolve a vivência de
experiências autênticas e o
contato direto com os modos
de vida e a identidade de
grupos étnicos
ECOTURISMO
35
TURISMO
	 Aatividadeturísticatemsedesenvolvidotambémapartirdeiniciativasregionais,baseadas
em iniciativas comunitárias. Há, assim, a cooperação entre os atores locais e as instituições
de gestão pública e/ou privada, a fim de promover um turismo de forma mais sustentável.
“O turismo comunitário é aquele em que as comunidades de forma associativa organizam
arranjos produtivos locais, possuindo o controle efetivo das terras e das atividades econômicas
associadas à exploração do turismo”. (CORIOLANO, 2009, p. 70). Um exemplo é o projeto
Acolhida da Colônia, que acontece no Vale Europeu em Santa Catarina, em que as famílias de
agricultores trabalham de maneira cooperada na produção de alimentos orgânicos e abrem
suas propriedades para mostrar aos visitantes sua maneira de viver integrada à natureza.
	 O turismo comunitário surge como contraposição ao chamado turismo convencional
ou de massa. Para Ruschmann (1999), um exemplo de turismo de massa são os grandes
empreendimentos, como resorts, que geram a especulação imobiliária e a descaracterização
da cultura local, gerando impactos ambientais, sociais e econômicos irreversíveis.
	 Surge, então, junto com o turismo comunitário, o turismo sustentável, uma forma de fazer
turismo que contempla cuidados e garante que as atividades gerem benefícios para todos
os envolvidos. Integra as questões econômicas, ambientais e sociais - cultural e humano - na
forma de pensar e fazer turismo. Protege, assim, o entorno e a biodiversidade, considerando
oportunidades para seu aproveitamento responsável hoje e no futuro.
	 Estimula uma parceria saudável entre o governo, iniciativa privada, terceiro setor e
comunidade, promovendo a participação consciente de todos os públicos relevantes ao
processo, acolhendo os saberes e cultura das comunidades tradicionais e garantindo os direitos
humanos de todos. 	
	 Segundo Walkowski (2014), Portugal é
considerado um exemplo em que o turismo colaborou
paraodesenvolvimentodomeiorural.Opaíspossuicerca
de 80% do território considerado rural, dos quis 70% é
composto por floresta e agricultura. Dentre as principais
prioridades do governo está em fixar a população
no campo, gerar novas alternativas de atividades
econômicas, estabelecer circuitos de comercialização
curtos (produzir local e consumir local), dinamização
do espaço rural e equilíbrio. O Turismo Rural teve início
nos anos 80 e entre 2001 e 2011, registrou uma taxa de
crescimento anual de 8,3%. O espaço rural de Portugal
tem por base o patrimônio natural e cultural e se
destaca pelos produtos locais, artesanato, restaurantes
etc, gerando assim, oportunidades de emprego e
viabilidade econômica da produção agrícola.
O fator mais importante de
toda essa atividade é que a
população aprende a exercer a
cidadania e a ter orgulho de sua
origem e seu modo de vida, e até
mesmo da cidade onde mora.
Potencializa o desenvolvimento
local a partir de seus, valores
ambientais, sociais, culturais
e patrimoniais, valorizando a
autenticidade local.
36
TURISMO
Turismo em Urussanga
	 No caso de Urussanga, a preservação da cultura é um elemento fundamental de um
projeto turístico. Para isso, buscou-se entender como foi a relação da população com sua
história e sua identidade.
	 A cidade de imigrantes italianos, teve no período da Primeira Guerra Mundial, o início da
diminuição do interesse pela cultura italiana. Alemães e Italianos, nessa época, foram proibidos
de falar a língua de seus países de origem. O imigrante, porém, embora tenha enfrentado
diversas dificuldades no novo país, jamais esqueceu a sua língua de origem e seus dialetos. As
escolas ensinavam em língua italiana, os terços rezados em latim e italiano e a bandeira italiana
hasteada em todas as casas. “Vivia-se a Itália em pleno berço esplêndido” (COSTA, 1999), mas a
cada geração nascida em Urussanga, aumentava a distância entre os descendentes e a cultura
de seus antecessores. Em certa época de vazio cultural, mostrar-se italiano era ser grosseiro
ou sem instrução. Com a miscigenação e desenvolvimento da mineração, o urussanguense
perdeu sua essência, sua raiz cultural. Foi preciso, então, uma forma de resgatar essa identidade
cultural, esse conhecimento das origens. O primeiro passo foi visto na bandeira e brasão da
cidade, em que as gotas de vinho lembram a forte atividade na colônia italiana e a cor verde
a relação entre Brasil e Itália. Outro fator que contribuiu para essa recuperação cultural foi a
realização de festas, a partir de 1978, que enfatizavam as tradições italianas, além da construção
de monumentos e programas radiofônicos na cidade. Assim, começou um despertar de
interesse pela cultura, pela história da cidade e também um interesse de lucrar com a cultura
dos seus antepassados, surgindo festas ainda maiores como uma forma de desenvolvimento
da economia e do potencial turístico da região (PANORAMA, 1999).
	 Para Adiles Savoli (2001), essa relação entre a busca de identidade (da italianidade de
Urussanga) e o turismo, resultou em uma tradição inventada na esteira das festas étnicas
catarinenses. Trata-se de uma italianidade criada como produto de marketing, que como tal
também estava em princípio esvaziada de conteúdo - uma cultura encenada em que até os
trajes típicos para dançar eram uma invenção, dado que, no Vêneto, lugar de onde vieram os
imigrantes para Urussanga, a igreja católica proibia as danças. Mas, pouco a pouco, permeados
pela conscientização de que a etnicidade, as comidas italianas e a festa atraíram turista, os
habitantes de Urussanga começaram a deixar de sentir-se envergonhados de falar português
com sotaque italiano, a ter orgulho de suas raízes e a recuperar o sentido da história, da vida e
do sofrimento dos antepassados, a preservar o que restou da cultura material e a recuperar o
que eventualmente se perdeu. Na busca de elementos para contar uma história confiável, os
moradores criaram fortes laços com a Itália, com resultados que extrapolam a esfera cultural
para se situar na econômica e social. O turismo passa, nesse caso, a ser um dos fatores que
desencadeiam o processo de aproximação entre passado e presente. Inicialmente visto
como cultura encenada, como tradição inventada para consumo turístico, acaba penetrando
os interstícios do tecido social e transformando-se em movimento cultural do presente com
interesse genuíno na valorização e no conhecimento do próprio passado. (BARRETO, 2001).
	 Segundo Sérgio Costa (1999), “a pedra fundamental foi lançada há muito tempo, mas
parece ainda estar faltando um elo entre os diversos fatores que servem de matéria prima para
a continuidade do desenvolvimento turístico”.
37
TURISMO
	 Atualmente, a cidade tem como os principais atrativos a produção de vinhos, com
vinícolas especializadas no vinho da uva Goethe. Apresenta também as construções históricas
tombadas em nível municipal, estadual e nacional, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da
Conceição, a praça Anita Garibaldi e o Parque Municipal Ado Cassetari Vieira, complexo com 8
hectares que abriga entre diversos órgãos, o Museu Histórico Municipal e já abrigou a Biblioteca
Pública. Outro encanto é a própria cultura dos seus habitantes descendentes de italianos,
demonstrada, principalmente, na culinária, construções e festas locais. Hoje, a cidade, tendo
uma natural vocação para o turismo, aposta no turismo rural e cultural como uma forma de
diversificar as fontes de arrecadação.
	 É sede do “Vales da Uva e do Vinho Goethe”, um roteiro enogastronômico que leva o
visitante ao encontro das manifestações étnicas do imigrante italiano na região de Urussanga,
integrado com municípios vizinhos de Pedras Grandes, Morro da Fumaça, Nova Veneza e
Içara. Faz parte também da região turística “Encantos do Sul”, uma das 10 regiões definida
pelo Ministério do Turismo no estado de Santa Catarina, cujos limites territoriais reproduzem
afinidades geográficas, econômicas e histórico-culturais. A cidade também está presente no
Guia do Patrimônio Cultural do Sul de Santa Catarina, um dos Roteiros Nacionais de Imigração
desenvolvidos pelo IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Este guia tem
como objetivo melhorar a percepção das pessoas em relação ao patrimônio, destacando não só
o patrimônio edificado na região como também o patrimônio cultural. É uma forma de mostrar
que o patrimônio cultural não é só constituído de palácios e de feitos extraordinários, e sim
dos bens produzidos, das atividades rotineiras do homem do campo, das casas e sistemas
construtivos, da paisagem junto com os costumes e celebrações (IPHAN, 2010).
Fig. 19: Mapa Encantos do Sul.
Urussanga caracteriza-
se, então, como o
conjunto urbano de
referência da imigração
italiana mais íntegro e
mais representativo do
estado.
38
TURISMO
“É preciso preservar o patrimônio dos imigrantes. Assim, a proposta
para os roteiros nacionais de imigração é propiciar proteção e
gestão compartilhada do patrimônio histórico e cultural. União,
estados e municípios deverão trabalhar em conjunto, objetivando
o desenvolvimento e a implementação de planos e programas de
desenvolvimento regional que tenham como foco o patrimônio
e a sustentabilidade local, através das propriedades rurais na
economia e no planejamento regional.”(IPHAN, 2010).
	 Urussanga, para Patrícia Mazon, ex-diretora de Planejamento da Prefeitura Municipal de
Urussanga,jáéreconhecidacomocidadereferênciaemturismo.“Oquefaltaéapopulaçãolocal
acreditar na sua vocação e, em primeiro lugar, saber valorizar seu maior atrativo: o patrimônio
histórico cultural refletido nos registros históricos e em suas manifestações culturais como
dialeto, música, dança, artesanato, processos produtivos. Temos que torná-los ‘consumíveis’
pelosvisitantes e, para isso, faltam empreendedores com estavisão.Além dos empreendedores,
os urussanguenses também podem contribuir com o desenvolvimento do setor turístico. São
importantes desde ações como a sensibilização nas escolas e nas associações até investimento
em empreendimentos como hotéis de lazer, artesanato, café colonial e restaurantes, espaços
destinados a cultura e a valorização da produção vinícola. Não podemos nos esquecer também
das entidades com a função de capacitar profissionais para a área”.
	 Urussanga é uma cidade com características expressivas e com uma riqueza histórica e
cultural. São patrimônios arquitetônicos, culturais, na língua, nos gestos, na maneira de falar e
de se vestir, que permanecem vivos até hoje, em cada morador da cidade. Com a conclusão das
obras de duplicação do trajeto Sul da BR 101, com o novo aeroporto em Jaguaruna, Urussanga
tem o potencial para se consolidar como roteiro turístico temático da cultura italiana com
enfoque na produção de vinhos brancos e de manifestações culturais.
“Como legado histórico, além do patrimônio imaterial e de
alguns exemplares da arquitetura ítalo-brasileira, construídos
no período de colonização e que atualmente são patrimônio
histórico, o município apresenta diversos elementos que
impulsionam ainda mais o potencial turístico, tais como
os monumentos, gastronomia, vinhos, festas, pousadas,
paisagens, entre outros.” (CANCILLIER, 2015).
Fig. 20: Identidade Visual do Vales da Uva Goethe
39
TURISMO
Parque Municipal e a identidade visual em 1987
	 Realizado peloArquiteto ManoelCoelho em 1987, trata-se de um projeto para desenvolver
uma identidade visual para a prefeitura e o projeto de um grande equipamento público, o Parque
Municipal, onde foram criados espaços para a tradicional Festa do Vinho, parque de diversões,
pistas para caminhadas e áreas de lazer. Nas principais construções do parque – museu ,
pavilhão de exposições e restaurante – foram utilizados materiais de construção produzidos
na própria cidade, como os tijolos aparentes e as telhas cerâmicas, que ao mesmo tempo
conferem unidade ao conjunto e reforçam a integração dos edifícios com a natureza. Já a marca
da cidade faz referência às vinícolas e a sua matéria prima – o cacho de uvas. Porém, hoje, o
parque com mais de 80000 m² de terreno e 8.000,00 m² de área construída, não é valorizado
pela população e serve apenas para as festas do munícipio e de espaço para sede de diversos
órgãos, como Secretaria Municipal de Cultura, Rotary Club, Associação dos Descendentes e
Imigrantes Friulanos, Museu da Imigração etc. Para Henry Goulart, do Departamento de turismo
de Urussanga, o Parque foi projetado e ainda está muito a frente da mentalidade da população
da cidade, que não o valoriza.
Fig. 21: Entrada Parque Municipal.
Fig. 22: Identidade Visual de 1987. Fig. 23: Mapa do Parque.
Fig. 24: Colheita da uva.
41
VINÍCOLAS
“O vinho de Urussanga, por suas características organoléticas
é típico. Bom de paladar, perfumado e lindo, satisfaz a qualquer
bom degustador. Em período não muito remoto Urussanga, na
vinicultura nacional, será uma expressão de qualidade, como
Borgonha, na França, Minho, em Portugal, Reno, na Alemanha, e
tantas outras regiões que se tornaram mundialmente famosas
devido a excelência de seus vinhos”.
	
	 Já dizia o Monsenhor Agenor N. Marques, em 1953, sobre a vinicultura urussanguense. A
uva Goethe se tornou a uva mais típica, tendo características específicas que a diferenciam
das demais variedades cultivadas na região. Após sua introdução na região, algumas videiras
apresentaram uma mutação, aparecendo pela primeira vez nas mãos do Sr. Ângelo Nichele,
comerciante e agricultor local. O vinho feito a partir da mutação da uva Goethe era e é motivo
de curiosidade entre os admiradores da bebida que desconheciam o verdadeiro motivo da sutil
diferença. Esta mutação da Goethe existe ainda hoje, somente em Urussanga, tornando-a uma
variedade ainda mais peculiar e característica destas colônias.
	 A produção de vinhos de uva Goethe foi sendo ampliada desde sua introdução e várias
vinícolas se estabeleceram, como as vinícolas Caruso MacDonald com o vinho Uru e Urussanga,
Lorenzo Cadorin com o vinho Cadorin, Victorio Bez Batti com o vinho Samos chamado depois
de Santé, Sílvio Ferraro com os vinhos Branco Salute, Domenico Fontanella com os vinhos Rosa,
Pietro Trevisol com o Trevisol, Pietro Damian com o Lacrima Christi.
	 Por causa da grande produção de vinho na região e aos diversos títulos conquistados,
o Ministério da Agricultura do governo de Getúlio Vargas decidiu apoiar a vitivinicultura na
região. Em 1942, foi fundado, então, o Instituto de Fermentação para realizar pesquisas com
diferentes espécies de uvas viníferas. No auge das pesquisas havia experimentos com cerca
de 450 variedades de videiras. De todas estas variedades testadas, destacou-se ainda mais a
uva Goethe. Em 1950 o instituto passou a chamar-se Subestação de Enologia de Urussanga.
Atualmente é a Estação Experimental de Urussanga, administrada pela EPAGRI.
	 Com o passar dos anos, Urussanga passou a ser considerada a capital catarinense
do vinho. Motivo de orgulho para os seus moradores, estes vinhos foram servidos durante o
governo nacionalista de Getúlio Vargas, nas recepções no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro.
Em 2005, foi criada a Associação dos Produtores de Uva e Vinho Goethe – ProGoethe – para
promover a união dos produtores de uva e vinho, estabelecendo a imagem de um produto
nobre e conhecido nacional e internacionalmente. Em 2012, com o reconhecimento da
qualidade, tipicidade e identidade nos vinhos de uva Goethe, a região “Vales da Uva Goethe”
conquistou a Indicação Geográfica de Procedência. “Segundo o Ministério de Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, o registro de Indicação Geográfica é conferido a produtos e serviços
que são característicos do seu local de origem, o que lhes atribui reputação, valor intrínseco e
identidade própria, além de distingui-los em relação aos seus similares disponíveis no mercado.
São produtos que apresentam uma qualidade única em função de recursos naturais como solo,
vegetação, clima e saber fazer (know-how).” (MAESTRELLI, 2011). Assim, é possível proteger
e valorizar os produtos típicos da região. No setor vinícola as indicações geográficas estão
consolidadas em vários países, como Bordeaux e Champagne na França, Porto em Portugal e
Rioja na Espanha. No Brasil, mesmo que pouco valorizada, a indicação foi concedida em regiões
como o Vale dos vinhedos, Altos Montes, Pinto Madeira, Monte Belo e Vales da Uva Goethe.
42
VINÍCOLAS
	 Atualmente Urussanga apresenta 4 vinícolas consolidadas que se destacam na região e
na produção do vinho Goethe. A vinícola Vigna Mazon, Vinhos Trevisol, Vinícola Casa Del Nonno,
Vinícola De Noni, onde é possível conhecer desde os parreirais até o processo de produção dos
vinhos.
Fig. 25: Vinícola Mazon.
Fig. 26 Parreiras da Vinícola Mazon.
43
FESTAS TÍPICAS
Festas Típicas
Festa do vinho
A Festa do Vinho que está em sua XV edição,
é realizada bienalmente em Urussanga no
Parque Municipal Ado Cassetari Vieira, com
notoriedade nacional, devido às atrações e ao
grande número de visitantes que traz à cidade.
Ritorno Alle Origini
A festa, realizada no Parque Municipal Ado
Cassetari Vieira nos anos impares, reúne
gastronomia, olimpíadas coloniais e shows
típicos e nacionais.Tem como objetivo resgatar
e divulgar valores étnicos que moldaram a
identidade dos moradores de Urussanga..
Vindima Goethe
Festa voltada a viticultura, abrange a colheita
da uva, visitação à vinícolas e degustação de
vinhos. Nos restaurantes acontece um festival
enogastronômico com pratos elaborados ou
acompanhados pela uva ou vinho Goethe.
Moto Vinho
Festa tradicional, no Parque Municipal, onde
ocorre encontro de motoqueiros de todas as
regiões do país. A festa envolve também a
enogastronomia e a musicalidade da região.
Fig. 27: Festa do Vinho.
Fig. 28: Princesas da Vindima Goethe.
Fig. 29: Cartaz de divulgação da Vindima Goethe.
O PATRIMÔNIO
Fig. 30: Detalhe da Porta da Igreja São Gervásio e Protásio.
Análise dos conceitos de patrimônio, a
sua importância para a cidade e para a
identidade do lugar. Levantamento do
patrimônio histórico em Urussanga com
o uso de fichas, contendo a localização,
características, possibilidade de
visitação e distânticas, para assim
obter informações suficientes para a
execução dos roteiros turísticos.
46
PATRIMÔNIO
	 “Patrimônio histórico. A expressão designa um bem destinado ao usufruto de uma
comunidade.” (CHOAY, 2006, p.11). “Bem, ou conjunto de bens culturais ou naturais, de valor
reconhecido para determinada localidade, região, país, ou para a humanidade, e que, ao se
tornar(em) protegido(s), como, p. Ex., pelo tombamento deve(m) ser preservados(s) para o
usufruto de todos os cidadãos.” (DIC. AURÉLIO, 1999).
	 A preservação do patrimônio está apoiada no artigo 216 da Constituição Federal de
1988, em que define o patrimônio como: “os bens de natureza material ou imaterial, tombados
individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos
diferentes grupos formadores da sociedade brasileira (…)”.
	 No fim da Segunda Guerra Mundial, após os traumas ocasionados pela guerra, aconteceu
um aumento no interesse em relação ao patrimônio, passando a englobar o conceito de
patrimônio urbano e também a denominação de imaterial ou intangível do patrimônio. Surge,
também, o conceito de patrimônio cultural, que por definição se resume a tudo o que
representa a cultura de um povo, a formação de uma comunidade. Podendo ser classificado
como patrimônio materiale imaterial. O materialseria representado pelas edificações, objetos de
arte, bens arqueológicos, os bens “palpáveis”. Já o patrimônio imaterial são as festas, costumes,
dialetos, lendas, culinária etc. (IPHAN, 2010). A preservação aparece, então, como uma forma
de manter viva a história e a memória de todo uma população e região.
“A arquitetura representa um dos testemunhos mais perenes
da existência de novos elementos no contexto local, dá forma
e confere identidade aos lugares. Torna-os especiais”. (IPHAN,
2010).
	 No ato de preservar, o tombamento aplica uma legislação específica através do Poder
Público. Podendo ser aplicado aos bens móveis e imóveis. No Brasil, a preservação é oriunda
do tombamento instituído pelo Decreto-Lei n. 25, de 30 de novembro de 1937. “O tombamento
de coisa pertencente à pessoa natural ou à pessoa jurídica de direito privado se será voluntária
ou compulsoriamente”. Assim, a obrigatoriedade de preservação na maioria dos casos faz surgir
um sentimento de revolta em muitos proprietários, que passaram a não se sentir mais donos do
imóvel, e consequentemente, prejudicando o próprio processo de preservação (CANCILLIER,
2015). Atualmente, com o PAC Cidades Históricas (PACCH), espera-se que diversos municípios
sejam contemplados com o Programa que, além de trazer investimentos para a recuperação,
restauração de monumentos e conjuntos urbanos, permite a participação da sociedade ao
longo do processo.
“A proteção do patrimônio ambiental urbano está diretamente
vinculada à melhoria da qualidade de vida da população, pois a
preservação da memória é uma demanda social tão importante
quanto qualquer outra atendida pelo serviço público.” (IPHAN,
2010).
47
PATRIMÔNIO
Paisagem Cultural
	 O conceito de paisagem cultural foi adotado, em 1992, pela Unesco e incorporado como
um novo tipo de reconhecimento dos bens culturais.Anteriormente, os sítios reconhecidos nessa
categoria eram relacionados a áreas rurais, sistemas agrícolas tradicionais, jardins históricos e
outros locais de cunho simbólico. (IPHAN, 2009).
	 Em acordo com a Unesco, o Iphan regulamentou a paisagem cultural como instrumento
de preservação do patrimônio cultural brasileiro em 2009, por meio da Portaria nº 127.
	 A Paisagem Cultural Brasileira é uma parte peculiar do território nacional, que representa
o processo de interação do homem com o meio natural, em que a vida e a ciência humana
deixaram marcas ou conferiram valores.
	 O valor da paisagem cultural decorre da sua função e sua capacidade de reter marcas
e registros antrópicos. O homem é um dos elementos de valor na paisagem, a leitura e
compreensão da mesma não se limita ao espaço. “É um conjunto único e indissociável, em
perpétua evolução”.
	 O Brasil apresenta uma grande diversidade de paisagens, costumes e lugares. Compõem
a paisagem cultural o sertanejo e a caatinga, o candango e o cerrado, o pantanal e o boiadeiro,
o gaúcho e os pampas, o pescador e os barcos tradicionais, as tradições da mata e as tribos
indígenas. Outros tantos personagens e lugares formam o painel das riquezas culturais
brasileiras, destacando-se a relação exemplar entre homem e natureza (IPHAN, 2009). Porém
é complexa essa preservação já que provem dessa relação, não estática, do homem com a
natureza. Assim, a população tem um papel fundamental na preservação desse patrimônio, por
meio do reconhecimento dos valores e significados.
	 O desenvolvimento da cidade de Urussanga tem sido moldado por uma fusão entre
natureza e cultura. Além de ser um dos maiores núcleos urbanos deixado pela colonização
italiana, Urussanga é também local onde as manifestações culturais ali produzidas expressam
a síntese dos imigrantes italianos.
Fig. 31: Sobrado Bocardo e a paisagem.
48
PATRIMÔNIO
Cultura, gastronomia e patrimônio
	 O ato de se alimentar não é apenas biológico, é também social e cultural. Possui um
significado simbólico para cada sociedade, e para cada cultura. É fator de diferenciação
cultural, uma vez que a identidade é comunicada pelas pessoas também através da comida. A
alimentação é memória. A gastronomia, assim, adquire uma importância cada vez maior para a
promoção de um destino turístico. A gastronomia como um produto, ou mesmo um atrativo de
um determinado local, é muito importante do ponto de vista turístico, já que representa uma
cultura, a identidade de uma região (FURTADO 2004).
	 A gastronomia se apresenta como uma forma de turismo cultural já que é um importante
meio para demonstrar como vivem os habitantes de cada região em determinada época. Neste
sentido a cultura de um país está integrada a alma do povo, como a sua gastronomia, seu
patrimônio, seus valores, costumes e história.
	 Desta forma a cultura de um lugar e sua comida típica estão intimamente ligados. De
acordo com Schluter (2003, p. 69), “a dimensão social e cultural da gastronomia determinou
incorpora-la ao complexo emaranhado das políticas de patrimônio cultural”. O turismo e a
gastronomia são inseparáveis, pois não se pode pensar em turismo, e não prever a alimentação
para curta ou longa permanência, onde o visitante não pode abster-se dela e sempre tende
a experimentar a cozinha local. Esse contato entre turistas e membros da comunidade de se
realizar com respeito e interesse mútuo. Para a comunidade, além da troca de cultura com os
visitantes, o espaço gastronômico torna-se um novo ponto de encontro, uma nova opção de
lazer para os próprios cidadãos.
	 A culinária no Brasil tem influências principalmente dos europeus, africanos, indígenas.
Em Urussanga, é perceptível a influência dos colonizadores italianos nos pratos típicos como
polenta, galinha ensopada, salames, vinho etc. A culinária tem seu papel importante como
patrimônio que, em 2000, por exemplo, o acarajé, comida baiana comercializada pelas baianas,
foi, instituído como bem cultural, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional –
IPHAN.
	 Ao redor do mundo é possível ver outros exemplos onde a gastronomia atinge o nível
de patrimônio. A gastronomia portuguesa foi oficialmente declarada como Patrimônio Cultural
em seu país em 2000. O México é considerado pela UNESCO como um dos países com maior
patrimônio cultural e fez o pedido em 2006 para que a comida mexicana seja declarada
como patrimônio da humanidade. Em Viena, na Áustria, desde 2011, a cultura de frequentar
as tradicionais casas de café vienenses é listada como Patrimônio Cultural Imaterial pela
UNESCO. O café vienense é descrito no inventário como um lugar “onde o tempo e o espaço
são consumidos, mas apenas o café é encontrado na conta”. (UNESCO, 2011).
	 De acordo com Furtado (2004), as pessoas buscam novos conhecimentos, querem
experimentar novos sabores, vivenciar outras culturas e a gastronomia pode ser o motivo
principal, ou o inicial, para se conhecer determinado local.
Fig. 32: Polenta e sua festa
Fig. 33: Decoração “gastronômica” da cidade em épocas de festas.
50
PATRIMÔNIO
IPHAN
FCC
Patrimônio em Urussanga
	 A partir do legado histórico e cultural deixado pelos imigrantes italianos, Urussanga
apresenta um rico patrimônio, sendo o material, representado pela arquitetura ítalo-brasileira,
que se destaca em todo o estado.
	 O patrimônio material totaliza, desde 2001, 22 edificações tombadas pela FCC e 3
edificações tombadas pelo IPHAN. O núcleo urbano, a praça Anita Garibaldi, formado desde
o início da colonização e que se mantém vivo até os dias atuais, concentra 18 edificações
tombadas e é reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN,
como o centro urbano mais representativo da arquitetura ítalo-brasileira do estado de Santa
Catarina.
“Dentre as edificações históricas ítalos-brasileiras que compõem o
cenário urbano, é possível observar características comuns, como
o alinhamento da edificação, seguindo o passeio público; o uso de
platibanda escondendo o telhado de madeira revestido com telhas
de barro; e seu sistema construtivo de paredes autoportantes de
tijolos maciços sobre alicerce de pedra.” (CANCILLIER, 2015).
	 Entretanto, sua riqueza, formada por paisagens naturais, suas manifestações culturais
e sua arquitetura com 25 bens tombados e o forte apelo ao turismo ainda não gerou uma
estrutura capaz de fornecer à Urussanga uma gestão adequada de seu patrimônio. Urussanga
possui grande riqueza cultural, mas sofre os reflexos do não aproveitamento destes recursos.
Grande parte do patrimônio tombado na região central funciona como comércio e prestação de
serviços, mantendo uma relação próxima no cotidiano por ser o principal centro comercial da
cidade, porém pouco valorizada no seu sentido histórico. Diversas edificações com importante
valorhistóricoapresentamsériosproblemasdeconservaçãoeadequadautilização.Nomunicípio
é comum a ideia de que o patrimônio tombado prejudica o processo de desenvolvimento
urbano, pois, em geral, as pessoas associam a preservação com o engessamento. E isso reflete
diretamente no estado de conservação dos bens. (CANCILLIER, 2015).
	 “É gritante a necessidade de educação patrimonial e
manutenção técnica da cultura local, não apenas para valorização
docentrohistóricotombadoedosítiohistórico,maspelavalorização
dos bairros, da cultura imaterial local.” (MAZON, 2009).
	 Assimsepercebequeafaltadediálogoedeinformações
sobre o patrimônio, é um dos fatores responsáveis pelo uso
e intervenções inapropriadas, pelo abandono e deterioração
das edificações tombadas, assim como a gestão inadequada
do patrimônio. (CANCILLIER, 2015).
“A condição de cidades históricas, considerada como um privilégio, por representar uma forte identidade,
que deve ser reconhecida, valorizada e responsável até por gerar economia, acaba estagnada”
(CANCILLIER, 2015).
AS FICHAS
Fig. 34: Sobrado Nichele
ENDEREÇO
localidade
ANO DA CONSTRUÇÃO
uso
Tombamento
estado de conservação
Visitação
Tempo de Visitação
distância do centro de informações
características
52
PATRIMÔNIO
CASA FAMÍLIA BEZ FONTANA
Estrada Geral do Rio América Baixo s/n
Rio América Baixo
1901
Residencial
Nacional - IPHAN
Conservada
Agendada
30 min
1,5 km
20 min 6 min 3 min
Imersa em uma paisagem quase bucólica, a residência, junto à marcenaria, serraria e atafona, é considerada um dos mais
importantes exemplares de sobrado ítalo-brasileiro de madeira no país. Em estilo colonial, foi construida a partir de alicerces de
pedra bruta com paredes de madeira natural e tijolo maciço. Com um entorno paisagístico notável este conjunto de edificações,
apesar de estar inserido no perímetro urbano da cidade, possui características rurais. Ao adentrar na propriedade avista-se
duas rodas d’água e a residência com sobrado de madeira, que abriga os quartos e sala, e cozinha separada do corpo principal
dacasa,dealvenariadetijolomaciçorebocado.Osobradopossuicoberturaduaságuasdemadeiracobertascomtelhadebarro
eassoalhodemadeiracorrida.Ointeriordacasaéumdosmaisautênticoseconservadosencontradosnaregiãodeimigrantes
orieundos da Itália.
ENDEREÇO
localidade
ANO DA CONSTRUÇÃO
uso
Tombamento
estado de conservação
Visitação
Tempo de Visitação
distância do centro de informações
características
53
PATRIMÔNIO
CASA Ivanir cancelier
Estrada Geral Rio Maior (SC 446)
Rio Maior
1909
Residencial
Nacional - IPHAN
Conservada
Agendada
30 min
6,9 km
1h32min 35 min 8 min
Trata-se de uma das construções mais significativas da arquitetura ítalo-brasileira encontradas em Santa Catarina. Construída
noestilocolonial,aresidênciadafamíliaestádepéháumséculoechamaatençãopelabelezaàsmargensdaSC446.Aindahoje,
a família Cancelier reside no local. A edificação rural térrea com planta retangular tradicional simétrica e com sótão construida
em alvenaria autoportante, com tijolos de barro maciço, rebocada com cal sobre alicerce de pedra aparente. Possui cobertura
em duas águas, sendo estrutura de madeira e telhas de barro, com cumeeira paralela à fachada principal e beiral com cimalha
em cantaria (pedra).
ENDEREÇO
localidade
ANO DA CONSTRUÇÃO
uso
Tombamento
estado de conservação
Visitação
Tempo de Visitação
distância do centro de informações
características
54
PATRIMÔNIO
Igreja são Gervásio e São Protásio
Estrada Geral Rio Maior (SC 446 KM 9)
Rio Maior
1912
Religioso
Nacional - IPHAN
Conservada (interior com paredes não originais)
Agendada
30 min
6,6 km
1h28min 34 min 7 min
Construída em pedra arenito pelos imigrantes italianos que colonizaram a região, é um exemplar único de arquitetura religiosa
de cantaria de pedra (pedra grez) no Estado. Possui planta retangular simples com campanário separado do corpo principal da
edificação. Sua fachada principal, com frontão triangular rebocado e pintado de branco com óculo central e pináculos também
de pedra, possui porta central de verga reta com pequeno frontão curvo de tijolo maciço. As aberturas das fachadas laterais são
em arco pleno com esquadrias de madeira de bandeira fixa e vidros coloridos. As portas possuem requadros de pedra e verga
reta, com folhas almofadadas.
ENDEREÇO
localidade
ANO DA CONSTRUÇÃO
uso
Tombamento
estado de conservação
Visitação
Tempo de Visitação
distância do centro de informações
características
55
PATRIMÔNIO
Casa de Pedra Cancellier
Estrada Geral Rio Maior (SC 446)
Rio Maior
1902
Comercial - Artesanato
Estadual - FCC
Restaurada
Terça à Sábado - 09h às 17h
30 min
7 km
1h34min 36 min 8 min
Construídaemalvenariadepedraaparentenoladoexterior,rebocadanointerior.Possuicoberturaemduaságuas,apresentando
o beiral e cimalha em cantaria. Edificação térrea com sótão, apresenta planta retangular dividida em duas metades por uma
parede de pedra. Aberturas com requadros em madeira, vergas retas e fechamento em folhas de madeira. Atualmente abriga o
ateliê e loja de artesanto Casa de Pedra.
ENDEREÇO
localidade
ANO DA CONSTRUÇÃO
uso
Tombamento
estado de conservação
Visitação
Tempo de Visitação
distância do centro de informações
características
56
PATRIMÔNIO
Sobrado Família Bocardo
Estrada Geral Rio Maior (SC 446 KM 12)
Rio Maior
1921
Residencial - Hospedagem Alternativa
Estadual - FCC
Restaurada
Externa
20 min
6,4 km
1h27min 34 min 7 min
Exemplar da arquitetura Ítalo-brasileira, o sobrado rural de planta retangular com dois pavimentos encontra-se implantada
em terreno com aclive, possuindo entorno de grande beleza. A cobertura de duas águas com cimalhas de tijolos em diagonal,
apresentando cunhais na fachada principal e lambrequim nos beirais. Possui fachada com seqüência de aberturas de vergas
retas e esquadrias de madeira maciça almofadada. Foi construído em base de pedra bruta, com paredes de tijolo maciço, com
reboco de barro e cal, que variam de 20 a 50 centímetros de largura. Cobertura com estrutura de madeira em duas águas com
telhas de barro.
ENDEREÇO
localidade
ANO DA CONSTRUÇÃO
uso
Tombamento
estado de conservação
Visitação
Tempo de Visitação
distância do centro de informações
características
57
PATRIMÔNIO
Sobrado Família Mazzico
Estrada Geral Rio Maior (SC 446)
Rio Maior
1912/1922
Sem Uso
Estadual - FCC
Bom
Externa
10 min
7,7 km
1h43min 38 min 9 min
Em estilo colonial, este sobrado foi construído em 02 etapas. Possui recuo considerável em relação à rodovia, localizando-se
mais próximo da área verde do terreno. Consiste em um sobrado de dois pavimentos com cobertura em duas águas revestidas
com telha Canae. Abriagava a atividade de comércio no pavimento térreo e residencial no superior. Trata-se de uma edificação
austera, onde se destaca os trabalhos das cimalhas e os requadros das aberturas, que na parte mais nova são de argamassa
e na mais antiga são de madeiras. Nas empenas laterais da edificação encontra-se lambrequim de madeira acompanhando
o beiral. A parte inicial do sobrado foi construída de pedras brutas com argamassa de barro e cal. Já a segunda fase dele foi
construída de tijolo maciço e argamassa de barro. A base do sobrado, em sua totalidade, foi feito de pedra bruta, com peças de
até um metro de comprimento.
ENDEREÇO
localidade
ANO DA CONSTRUÇÃO
uso
Tombamento
estado de conservação
Visitação
Tempo de Visitação
distância do centro de informações
características
58
PATRIMÔNIO
Antiga Vinícola Caruso Macdonald
Estrada Geral Rio Maior (SC 446 KM 12)
Rio Caeté
1935
Religioso
-
Restaurada
Sim
20 min
5,7 km
1h14min 28 min 11 min
igreja em estilo bizantino, projetada por um arquiteto russo de passagem na época. Seu estilo é único no município. As pedras
para o alicerce foram trazidas de Rio Salto e os tijolos, a areia e as telhas, transportados de trem da localidade de Esplanada.
ENDEREÇO
localidade
ANO DA CONSTRUÇÃO
uso
Tombamento
estado de conservação
Visitação
Tempo de Visitação
distância do centro de informações
características
59
PATRIMÔNIO
Sobrado Família Mazzico
Rua César Mariot, 383
Centro
1913
Sem Uso/Fábrica de Vermute
-
Precário
Agendada
30 min
0,50 km
6 min 2 min 2 min
Edificação datada de 1913, fundada pelo jornalista Giuseppe Caruso Mac Donald, responsável pela introdução da uva Goethe na
região. No seu auge, a empresa chegou a ter capacidade de estocagem de dois milhões de litros em seus tonéis de tijolo maçico
aparente, Atualmente a antiga vinícola é dividida em uma parte desativada (sem cobertura) e outra onde ainda se produz
vermute.
ENDEREÇO
localidade
ANO DA CONSTRUÇÃO
uso
Tombamento
estado de conservação
Visitação
Tempo de Visitação
distância do centro de informações
características
60
PATRIMÔNIO
Conjunto ed. Vinícola Cadorin (18)
Rua Américo Cadorin 43, 61 e 83
Centro
1927
Parte do conjunto em uso comercial
Estadual - FCC
Precário
Externa
1 hora
0,35 km
4 min 2 min 1 min
Com influências do estilo ítalo-brasileiro, adaptado às técnicas e às características da construção local, foram construídas com
tijolosmaciçossobrealicercedepedrabruta.Conjuntode3construçãoemterrenoirregular,possibilitandoassimdiversosníveis
e acessos nas edificações. Esta edificação também possui alinhamento com o passeio público, sendo considerado este uma
extensão da casa. A cor original do conjunto é a que se encontra até hoje: predominância branca com detalhes e aberturas em
marrom. As construções já agrigaram um das mais importantes indústrias vinícolas do Estado.
ENDEREÇO
localidade
ANO DA CONSTRUÇÃO
uso
Tombamento
estado de conservação
Visitação
Tempo de Visitação
distância do centro de informações
características
61
PATRIMÔNIO
Igreja Matriz N. S. da Conceição (17)
Praça Anita Garibaldi 06
Centro
1923/1945
Religioso
Estadual - FCC
Bom
08:00 às 22:00, Quarta até 16:00
30 min
0,35 km
4 min 2 min 1 min
Com arquitetura eclética e traços neoclássicos, está situada estrategicamente elevada em relação ao nível da praça, possuindo
então uma imponente escadaria de acesso. A construção ocorreu entre 1923 (Campanário - torre com sinos) e 1945 (Igreja).
OinteriordaedificaçãopossuidesenhosepinturasfeitasporPedroCechet,presbitério(altarcentral)emmármorecomdetalhes
em madeira ladeado pela imagem da Padroeira Nossa Senhora da Conceição e do Padroeiro da Diocese São José juntamente
com quatro anjos adoradores, cópia fiel em gesso da obra “La Pietà” doada pelo Papa Paulo VI no centenário da cidade em 1978.
A edificação é um importante marco da colonização italiana, pelo estilo e decoração. O sino e o relógio foram trazidos da Itália. A
Gruta Nossa Senhora de Fátima fica próxima à Igreja Matriz e é aberta para visitação.
ENDEREÇO
localidade
ANO DA CONSTRUÇÃO
uso
Tombamento
estado de conservação
Visitação
Tempo de Visitação
distância do centro de informações
características
62
PATRIMÔNIO
Casa Fornasa (16)
Praça Anita Garibaldi esq. Rua Américo Cadorin 6
Centro
1892
Sem uso
Estadual - FCC
Precário
Externa
5 min
0,3 km
4 min 2 min 1 min
UmadasedificaçöesmaisantigasdaPraçaAnitaGaribaldi,foiaprimeiracasaareceberinstalaçãosanitáriaem1927.Comfacha
assimétrica, possui numa das extremidades um pequeno volume superior em duas águas, na fachada voltada para a praça.
Constru;ida com paredes autoportantes de tijolos maciços assentados sobre fundação de pedra.
ENDEREÇO
localidade
ANO DA CONSTRUÇÃO
uso
Tombamento
estado de conservação
Visitação
Tempo de Visitação
distância do centro de informações
características
63
PATRIMÔNIO
Primeira Prefeitura (15)
Praça Anita Garibaldi 14
Centro
1902
Institucional
Estadual - FCC
Bom
8:00 às 12:00, 13:00 às 17:00
10 min
0,28 km
4 min 2 min 1 min
Edificação térrea em estilo ítalo-brasileiro, já abrigou a Prefeitura Municipal e atualmente é local para a Biblioteca Municipal. Alé
desuaimportânciahistórica,épossuidoradeelementosarquitetônicosquemarcamaprimeirafasedaocupaçãodapraça.Sua
fachada é simétrica, composta por aberturas com verga e arco pleno e platibanda balaustrada encimada por ânforas (vasos de
origem grega).
ENDEREÇO
localidade
ANO DA CONSTRUÇÃO
uso
Tombamento
estado de conservação
Visitação
Tempo de Visitação
distância do centro de informações
características
64
PATRIMÔNIO
Casa Damiani (14)
Praça Anita Garibaldi 17
Centro
1929
Comercial - Bar
Estadual - FCC
Precário
Horário comercial
20 min
0,28 km
4 min 2 min 1 min
Sobradodepequenoporte,comtérreomaissótãoepequenasaberturassuperioresnaslaterais.Tevesuafachadafrontalalterada
por causa do uso atual da edificação. Com simplicidade e sobriedade a fachada possui platibanda em desníveis coroada com
arco abatido, dando destaque para a abertura que compõe o desenho da platibanda.
ENDEREÇO
localidade
ANO DA CONSTRUÇÃO
uso
Tombamento
estado de conservação
Visitação
Tempo de Visitação
distância do centro de informações
características
65
PATRIMÔNIO
Casa Iva Damian (13)
Praça Anita Garibaldi 73
Centro
1896
Comercial
Estadual - FCC
Bom
Horário comercial
5 min
0,24 km
3 min 1 min 1 min
Edificação térrea com linhas da arquitetura colonial luso-brasileira. Apresenta cobertura em duas águas, arrematada por
platibanda frontal. A facha principal possui linhas tênues e alinhamento com o passeio público, liberando os fundos do terreno que
tem acesso ao Rio Urussanga. A fachada lateral apresenta elementos da arquitetura ítalo-brasileira, com uma escada de acesso
ao sótão coberta por um telhado independente com ornamentos (lambrequins).
ENDEREÇO
localidade
ANO DA CONSTRUÇÃO
uso
Tombamento
estado de conservação
Visitação
Tempo de Visitação
distância do centro de informações
características
66
PATRIMÔNIO
Casa Miotello (12)
Praça Anita Garibaldi 87
Centro
1943
Comercial
Estadual - FCC
Bom
Hora’rio Comercial
5 min
0,22 km
3 min 1 min 1 min
Emestiloeclético,foiconstruídacomparedesautoportantesdetijolomaciçosobrepedrasbrutas.Comdoispavimentos,alinha-
se ao passeio. Possui porão alto e entrada principal lateral. O telhado é rodeado por platibanda que possui movimento curvo,
acompanhando a verga do arco abatido da janela central.
ENDEREÇO
localidade
ANO DA CONSTRUÇÃO
uso
Tombamento
estado de conservação
Visitação
Tempo de Visitação
distância do centro de informações
características
67
PATRIMÔNIO
Casa Césaro (11)
Praça Anita Garibaldi 100
Centro
1937
Comercial
Estadual - FCC
Precário
Horário comercial
10 min
0,17 km
2 min 1 min 1 min
Com influência portuguesa, possui volumetria simples, com telhado em duas águas, janelas com venezianas e composição de
fachada com cheios e vazios. Construída em parede autoportante de tijolo maçico inteiro assentando em argamassa de argila,
tem como linguagem arquitetônica a luso-brasileira.
ENDEREÇO
localidade
ANO DA CONSTRUÇÃO
uso
Tombamento
estado de conservação
Visitação
Tempo de Visitação
distância do centro de informações
características
68
PATRIMÔNIO
Casa Bez Batti (10)
Praça Anita Garibaldi, 110
Centro
1936
Comercial
Estadual - FCC
Bom
Externa
5 min
0,16 km
2 min 1 min 1 min
Estilo eclético marcado pela presença das varandas laterais e porões altos. Possui fachada assimétrica
ENDEREÇO
localidade
ANO DA CONSTRUÇÃO
uso
Tombamento
estado de conservação
Visitação
Tempo de Visitação
distância do centro de informações
características
69
PATRIMÔNIO
Palácio de Lucca (9)
Avenida Presidente Vargas 128/132
Centro
1896
Comercial
Estadual - FCC
Bom
Horário comercial
5 min
0,14 km
2 min 1 min 1 min
Exemplar da arquitetura ítalo-brasileira, esta edificação está alinhada ao passeio e possui fachada assimétrica, onde se destaca
o ritmo da sucessão de aberturas frontais com requadros em pedra e balcão com guarda corpo de ferro trabalhado. A fachada
encontra-se muito poluída por letreitos e marquises.
ENDEREÇO
localidade
ANO DA CONSTRUÇÃO
uso
Tombamento
estado de conservação
Visitação
Tempo de Visitação
distância do centro de informações
características
70
PATRIMÔNIO
Casa Lucas Bez Batti (8)
Praça Anita Garibaldi 146
Centro
1925
Comercial
Estadual - FCC
Bom
Horário comercial
5 min
0,12 km
2 min 1 min 1 min
Edificação térrea, alinhada ao passeio, em estilo eclético com traços neoclássicos. A fachada frontal é simétrica e ricamente
ornamentada.Otelhadoélimitadofrotalmenteporplatibandavazadacompináculosepilastrasbalaustradas,rompidaporfrontão
triangular.
ENDEREÇO
localidade
ANO DA CONSTRUÇÃO
uso
Tombamento
estado de conservação
Visitação
Tempo de Visitação
distância do centro de informações
características
71
PATRIMÔNIO
Casa Caetano Bez Batti (7)
Praça Anita Garibaldi 166
Centro
1936
Comercial
Estadual - FCC
Bom
Hora’rio Comercial
5 min
0,1 km
1 min 1 min 1 min
Com características ecléticas, sofreu influência volumétrica dos sobrados ítalos-brasileiros. Com dois pavimentos apresenta
volumetria assimétrica e sem ritmos de aberturas e formas. O telhado em duas águas é acabado por platibanda com diferentes
formas geométricas, acentuando a assimetria da edificação.
ENDEREÇO
localidade
ANO DA CONSTRUÇÃO
uso
Tombamento
estado de conservação
Visitação
Tempo de Visitação
distância do centro de informações
características
72
PATRIMÔNIO
Casa Mazzucco, Marlene Rosa (6)
Praça Anita Garibaldi, 180
Centro
1914
Comercial
Estadual - FCC
Bom
Externa
5 min
80 m
1 min 1 min 1 min
Com traços da arquitetura ítalo-brasileira, apresenta volumetria avantajada de dois pavimentos, alinhada ao passeio, possui
fachada simétrica simples, com aberturas toscas. Possui telhado em duas águas com platibanda frontal destoando do resto
da edificação por seu acabamento atípico, com paredes construídas de alvenaria autoportante com tijolos maciços de barro
assentados sobre fundação de pedra.
ENDEREÇO
localidade
ANO DA CONSTRUÇÃO
uso
Tombamento
estado de conservação
Visitação
Tempo de Visitação
distância do centro de informações
características
73
PATRIMÔNIO
Casa Búrigo (5)
Praça Anita Garibaldi 209
Centro
1944
Comercial
Estadual - FCC
Bom (descaracterizada)
Hora’rio Comercial
5 min
0,1 km
1 min 1 min 1 min
ComcaracterísticasdoestiloArtDéco,estesobradopossuiformassimples,aberturasdelinhasretasegeometriadeelementos
verticais e círculos. A edificação expressa a fase posterior de consolidação da imagem arquitetônica da praça e hoje placas de
propaganda acabam descaracterizando sua fachada.
ENDEREÇO
localidade
ANO DA CONSTRUÇÃO
uso
Tombamento
estado de conservação
Visitação
Tempo de Visitação
distância do centro de informações
características
74
PATRIMÔNIO
Casa Carmela Bez Batti (4)
Praça Anita Garibaldi esq. Trav, Domingos Rocha
Centro
1948
Misto
Estadual - FCC
Bom
Hora’rio Comercial
5 min
70 m
1 min 1 min 1 min
Com influências Art Déco, a fachada possui composições lineares, linhas que enfatizam as formas geométricas. As janelas são
ornamentadascombordasemauto-relevoeháavalorizaçãodaesquina.Atualmenteestádescaracterizadadevidoaousodado
a edificação.
ENDEREÇO
localidade
ANO DA CONSTRUÇÃO
uso
Tombamento
estado de conservação
Visitação
Tempo de Visitação
distância do centro de informações
características
75
PATRIMÔNIO
sobrado Nichele (1)
Avenida Presidente Vargas 7
Centro
1907
Sem Uso
Estadual - FCC
Precário
Externa
30 min
0 km
0 min 0 min 0 min
Sobrado eclético com influência neoclássica, de planta quadrangular de dois pavimentos alinhados ao passeio. Com uma
diversidade de elementos construtivos e ornamentos no estilo eclético, este sobrado possui grande valor estético e histórico.
Possui platibanda com elementos em forma de pináculos e é arrematado por um frontão de formas curvilíneas. A relação de
cheios e vazios é desequilibrada pelo grande número de aberturas nas fachadas. A simetria da fachada principal é marcada por
suas grandes portas e janelas guarnecidas por balcão corrido com gradil de ferro forjado.
ENDEREÇO
localidade
ANO DA CONSTRUÇÃO
uso
Tombamento
estado de conservação
Visitação
Tempo de Visitação
distância do centro de informações
características
76
PATRIMÔNIO
Casa Nichele (2)
Avenida Presidente Vargas 27
Centro
1908
Residencial
Estadual - FCC
Bom
Externa
5 min
20 m
1 min 1 min 1 min
Edificação térrea, com fachada neoclássica. Com o sótão alterado se assemelha aos demais sobrados da Praça Anita Garibaldi.
Apresenta cunhais que se ligam através de frisos e platibanda centralizada por pequeno frontão, onde encontram-se as iniciais
do primeiro proprietário e a data da construção.
ENDEREÇO
localidade
ANO DA CONSTRUÇÃO
uso
Tombamento
estado de conservação
Visitação
Tempo de Visitação
distância do centro de informações
características
77
PATRIMÔNIO
Casa Bettiol, Adélia e Olinda (3)
Avenida Presidente Vargas 43
Centro
1933
Residencial
Estadual - FCC
Bom
Externa
5 min
35 m
1 min 1 min 1 min
Em uma das principais vias do centro de Urussanga, a construção possui grande requinte de detalhes. A fachada principal tem
como ponto alto a porta de acesso principal mais larga, envidraçada de quatro folhas. A platibanda ao centro possui um pequeno
frontão contornado por volutas, onde está escrita a data de construção.
ENDEREÇO
localidade
ANO DA CONSTRUÇÃO
uso
Tombamento
estado de conservação
Visitação
Tempo de Visitação
distância do centro de informações
características
78
PATRIMÔNIO
Estação de Trem
Rua Lúcia Delfino da Rosa
Estação
1925
Institucional
Municipal
Bom
Hora’rio Comercial - Sábado 9:00 às 12:00
30 min
1,3 km
16 min 3 min 4 min
Estação da Estrada de Ferro Dona Teresa Cristina, foi construída em alvenaria de tijolos e possui cobertura em quatro águas
avançadasnaplataformadeacessoetorreãonalateral.AtualmenteésededaAssociaçãoPro-GoetheedoCentrodeInformações
turísticas.Fazpartedos“Bensdeclaradosvalorhistórico,artísticoecultural”na“ListadoPatrimônioCulturalFerroviário”doIPHAN.
ENDEREÇO
localidade
ANO DA CONSTRUÇÃO
uso
Tombamento
estado de conservação
Visitação
Tempo de Visitação
distância do centro de informações
características
79
PATRIMÔNIO
Vinícola Mazon
Rodovia Genésio Mazon (km 5)
São Pedro
1970
Vinícola, Restaurante e Pousada
-
Bom
Seg. à Sex. das 8:00 às 17:00h. Sáb., Dom. das 10:00 às 15:00h.
2 horas
5,9 km
1h12min 20 min 11 min
Entre as variedades introduzidas na vinícola, merece destaque a Goethe que possui características próprias que diferenciam
o seu vinho das demais cepas cultivadas. Os parreirais da Vigna Mazon abrangem as variedades GOETHE, NIAGARA e ISABEL,
correspondendo a 50% da necessidade para produção dos vinhos. Além destas cepas, adquire-se das Serra Gaúcha e Serra
Catarinense a uva Cabernet Sauvignon e Merlot. A propriedade, hoje, agregou mais um segmento produtivo, o de serviços
atravésdoturismo.Osconsumidorespodemdesfrutardemomentosagradáveiscomplementadoscomdegustaçãodosvinhos,
alimentação e hospedagem.
ENDEREÇO
localidade
ANO DA CONSTRUÇÃO
uso
Tombamento
estado de conservação
Visitação
Tempo de Visitação
distância do centro de informações
características
80
PATRIMÔNIO
Vinhos Trevisol
Estrada Geral do Rio Caeté s/n
Rio Caeté
-
Vinícola
-
Bom
Seg. à Sáb. das 8:00 às 18:00h. Dom. das 09:00 às 16:30h.
1 hora
6,2 km
1h21min 30 min 9 min
Visitaaosparreiraispróprios,produçãodevinhos,sucosedegustação.FazpartedaassociaçãodeprodutoresdevinhoProgoethe.
ENDEREÇO
localidade
ANO DA CONSTRUÇÃO
uso
Tombamento
estado de conservação
Visitação
Tempo de Visitação
distância do centro de informações
características
81
PATRIMÔNIO
Viniícola Casa del nonno
Rua Olívio G. Mariot 79
Centro
1975
Vinícola
-
Bom
Seg. à Sex. das 8:00 às 18:00h. Sábado 08:00 às 12:00h.
1 hora
0,4 km
5 min 2 min 1 min
Com o objetivo de produzir uma variação de vinhos e espumantes de elevado padrão de qualidade, a Vitivinícola emprega os
cuidadosartesanaisrepassadospelasgerações,aliando-osaosmodernosmétodosdevinificação.Destaforma,atransformação
da uva em vinho resulta em rótulos superiores, garantindo satisfação e bem-estar aos paladares mais exigentes. Os principais
vinhedos da vinícola, são os vinhedos de Urussanga, situados na localidade de Rio Salto a 8 km do centro da cidade. Faz parte da
associação Progoethe.
82
PATRIMÔNIO
	 Dando um destaque ao entorno da praça Anita Garibaldi, que concentra o maior número
de edificações tombadas - 18 no total- e é o principalcentro urbano desde o início da colonização,
o mapa a seguir mostra as construções tombadas no entorno da praça e seu atual estado de
conservação.
1
2
4
3
Praça
Anita
Garibaldi
1
2
3
5
4
6
7
8
9
10
11
12
13
14
1615
17
18
Escala 1/2000
83
PATRIMÔNIO
1
3
2
4
Fig. 35: Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição. Fig. 36: Praça Anitta Garibaldi e o entorno com bens
tombados.
Fig. 37: Antiga Vinícola Cadorin. Fig. 38: Edificações tombadas no entorno da Praça.
Edificação tombada em nível estadual em bom estado de conservação
Edificação tombada em nível estadual em precário estado de conservação
LEGENDA
Fig. 39: Patrimônio e a paisagem.
OS ROTEIROS
Após a execução das fichas com as
principaisedificaçõescomvalorhistórico
e potencial turísitco na cidade, pode-
se ver quais construções poderiam
fazer parte dos roteiros, valorizando-as,
valorizando o patrimônio, a identidade
do munícipio e criando novas opções
de renda para os proprietários.
Fig. 40: Vias e a paisagem natural
87
ROTEIROS
	 A partir do levantamento de todos os potenciais da cidade de Urussanga, criou-se
roteiros que abrangem tanto as vinícolas, como os patrimônios materiais e imateriais. Assim,
foi desenvolvida três rotas para que seja possível realiza-las de três diferentes meios, a pé,
de bicicleta ou de carro. A seleção das vias que fazem parte dos roteiros é justificada pela sua
beleza cênica das paisagens rurais bucólicas, pela presença dos trilhos da ferrovia criando uma
ambiência única, pela sua estrutura com ciclovias e calçadas acessíveis ou pela diversidade de
usos.Acartografia para o uso do turista, deve explicar com clareza e simplicidade as informações
através dos mapas. É a partir do “conjunto de significados representados nesse mapa turístico,
através dos signos (simbologia), orientação e escala, que o visitante irá se guiar para conseguir
chegar ao lugar desejado com mais facilidade e entendimento” (ULLER, 2010, p. 49).
Fig. 41: Vias revitalizadas com calçadas acessíveis e
ciclovias.
Fig. 42: Via pitoresca com características rurais.
Fig. 43: Ferrovia paralela às vias. Fig. 44: Via central cercada de comércio e edificações.
88
ROTEIROS
1
2
3
4
5
6
7
Escala 1/7500
89
ROTEIROS
ROTEIRO A
DE PARA DISTÂNCIA (km)
Casarão Nichele Praça Anita Garibaldi 0,2
Praça Anita Garibaldi Igreja N. S. da Conceição 0,1
Igreja N. S. da Conceição Antiga Vinícola MacDonald 0,3
Antiga Vinícola MacDonald Vinícola Del Nonno 0,35
Vinícola Del Nonno Parque Municipal 0,6
Parque Municipal Estação Ferroviária 1,1
Estação Ferroviária Casarão Nichele 1,4
TOTAL 2,6
2,6 km
Sobrado Nichele
Praça Anita Garibaldi
	 Entorno formado por 18 casarios 	
	 históricos tombados pela FCC
Igreja Nossa Senhora da Conceição
Antiga Vinícola Caruso MacDonald
Vinícola del Nonno
Parque Municipal Ado Cassetari Vieira
	 Museu da Imigração
Estação Ferroviária
1
2
3
4
5
6
Roteiro no centro da cidade, sendo possível
realizá-lo a pé. Engloba desde o patrimônio
histórico da antiga estação ferroviária do
município até o conjunto de edificações
tombadas no entorno da Praça Anita Garibaldi.
Subindoaescadaria,encontra-seaIgrejaMatriz
N. S. da Conceição e uma visão panorâmica
da cidade. Seguindo é possível ver a primeira
vinícola de Urussanga, atualmente inativa, a
CarusoMacDonalde posteriormenteconhecer
e degustar os vinhos da Vinícola Del Nonno. Já
no Parque Municipal encontra-se uma área de
8 hectares e o Museu da Imigração Italiana.
7
3h40min 3h30min4h
Fig. 45: Entorno da Praça.
90
ROTEIROS
1
2
3
4
5
6
7
8
Escala 1/50000
91
ROTEIROS
ROTEIRO B
DE PARA DISTÂNCIA (km)
Casarão Nichele Vinícola Mazon 6,3
Vinícola Mazon Vinícola De Noni 0,3
Vinícola De Noni Estação Ferroviária 5,5
Estação Ferroviária Vinícola Trevisol 6
Vinícola Trevisol Vinícola Del Nonno 6,1
Vinícola Del Nonno Igreja N. S. da Conceição 0,5
Igreja N. S. da Conceição Praça Anita Garibaldi 0,1
Praça Anita Garibaldi Casarão Nichele 1,4
TOTAL 25
25 km
Sobrado Nichele
Vinícola De Noni
Vinícola Mazon
Estação Ferroviária
Vinícola Trevisol
Vinícola Del Nonno
Igreja N. S. da Conceição
Praça Anita Garibaldi
1
2
3
4
5
6
Roteiro que abrange o centro e o sul da
cidade, dando destaque para as vinícolas
do município. A partir do Casarão Nichele
segue até o bairro São Pedro, onde situam-
se as vinícola De Noni e Mazon. Então, há o
conjunto de edificações tombadas no entorno
da Praça Anita Garibaldi. Subindo a escadaria,
encontra-se a Igreja Matriz N. S. da Conceição
e uma visão panorâmica da cidade. Seguindo
é possível conhecer e degustar os vinhos da
Vinícola Del Nonno. Um pouco mais afastada
do centro encontra-se a localidade do Rio
Caeté, em que existem edificações históricas,
como a Igreja Santo Antônio, e também a
Vinícola Trevisol.
7
8
7,0h 6,0 h-
Fig. 46: Igreja Santo Antônio.
92
ROTEIROS
1
2
2
1
2
3
7
4
5
8
9
6
Escala 1/50000
Requalificação do Patrimônio Histórico de Urussanga através do Turismo Cultural
Requalificação do Patrimônio Histórico de Urussanga através do Turismo Cultural
Requalificação do Patrimônio Histórico de Urussanga através do Turismo Cultural
Requalificação do Patrimônio Histórico de Urussanga através do Turismo Cultural
Requalificação do Patrimônio Histórico de Urussanga através do Turismo Cultural
Requalificação do Patrimônio Histórico de Urussanga através do Turismo Cultural
Requalificação do Patrimônio Histórico de Urussanga através do Turismo Cultural
Requalificação do Patrimônio Histórico de Urussanga através do Turismo Cultural
Requalificação do Patrimônio Histórico de Urussanga através do Turismo Cultural
Requalificação do Patrimônio Histórico de Urussanga através do Turismo Cultural
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Requalificação do Patrimônio Histórico de Urussanga através do Turismo Cultural
Requalificação do Patrimônio Histórico de Urussanga através do Turismo Cultural
Requalificação do Patrimônio Histórico de Urussanga através do Turismo Cultural
Requalificação do Patrimônio Histórico de Urussanga através do Turismo Cultural
Requalificação do Patrimônio Histórico de Urussanga através do Turismo Cultural
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Requalificação do Patrimônio Histórico de Urussanga através do Turismo Cultural
Requalificação do Patrimônio Histórico de Urussanga através do Turismo Cultural
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Requalificação do Patrimônio Histórico de Urussanga através do Turismo Cultural

  • 1. Requalificação do Patrimônio Histórico a partir de Roteiros Turísticos em Urussanga Acadêmico: Renato Amorim Niero Fevereiro/2016
  • 2.
  • 3. Requalificação do Patrimônio Histórico a partir de Roteiros Turísticos em Urussanga Trabalho de Conclusão de Curso Arquitetura e Urbanismo UFSC Acadêmico: Renato Amorim Niero Orientadora: Vanessa Goulart Dorneles Florianópolis Fevereiro/2016
  • 4. Fig. 1: Ferrovia Teresa Cristina
  • 5. 5 SUMÁRIOHINO DA IMIGRAÇÃO Imigrantes das plagas alpinas Do Piemonte, de Trento e Turim No Brasil os teus filhos são flores Replantadas em um novo jardim Urussanga, és canteiro de um povo Generoso, guerreiro e audaz, Que escreveu no teu seio sorrindo Um poema de glória e de paz Ao mortífero vírus das setas Devolveste o perdão e a prece, Como quem ao nativo selvagem Um convite de paz oferece... Foi da Itália que herdaste a beleza, A cultura, a virtude e a fé, Eis porque temos hoje esta terra, Cujo hino cantamos de pé! Se a magnólia é teu símbolo nato, Do teu berço a floresta é doce! Tu conservas da Itálica gente O seu nobre e doirado laurel. Padre Antônio Bizarro P. R.
  • 6. Fig. 2: Piso da Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição
  • 7. 7 SUMÁRIO 08 12 32 44 84 96 122 126 A cidade Caracterização da Cidade Histórico Aspectos Demográficos Introdução Justificativa Objetivos Metodologia O Turismo Definição Turismo Cultural Turismo em Urussanga O Patrimônio Definição Patrimônio Cultural Gastronomia, cultura e patrimônio Patrimônio em Urussanga Fichas A casa Área de intervenção Análise do entorno e do terreno A casa Diretrizes Programa Os Roteiros Referências Referências Arquitetônicas Referências de Uso Lista de Figuras Bibliografia
  • 8. 8 INTRODUÇÃO 1.1 Apresentação Com o crescimento do reconhecimento da diversidade cultural no Brasil, nota-se que a paisagem cultural em sítios históricos ruraisde origem italiana possui um importante valor patrimonial e de identidade. As edificações, com características arquitetônicas e métodos construtivos singulares, são testemunhas de hábitos, costumes e usos característicos da imigração durante o século XIX e XX. Então busca-se a preservação e requalificação dos sítios históricos em Urussanga, uma cidade considerada um dos berços da colonização italiana em Santa Catarina. Esta preservação ocorre por meio do incentivo da produção de produtos de valor cultural e valorização o imigrante italiano enquanto construtor de uma identidade cultural, sendo parte fundamental da cultura e da economia da cidade. Os modos de vida apresentam elementos materiais e imateriais que se encontram presentes na vida das comunidades rurais. As transformações produzidas pelos imigrantes no ambiente natural produziram uma nova categoria patrimonial conhecida como paisagem cultural A paisagem cultural possui uma visão coletiva do patrimônio que abrange tanto os bens naturais, culturais, como os bens históricos (LUCA, 2007). O valor da paisagem cultural decorre da sua função e sua capacidade de reter marcas e registros antrópicos. O homem é um dos elementos de valor na paisagem, a leitura e compreensão da mesma não se limita ao espaço. “É um conjunto único e indissociável, em perpétua evolução”. O valor do patrimônio assim, Não é só [...] seu valor estético, arquitetônico ou histórico. Ele é preservado se tem significação para a comunidade em que está inserido e essa preservação possibilita a melhoria da qualidade de vida de seus moradores e contribui para a construção de sua identidade cultural e o exercício da cidadania. (ORIÁ, 1997, p. 138.) Porém o patrimônio da região de Urussanga vem passando por transformações que o colocam em risco. Assim surge o planejamento turístico como uma forma de valorização dos espaços naturais e culturais como fonte de riqueza, desempenhando um papel importante para o desenvolvimento territorial (WALKOWSKI, 2014). Os espaços turísticos são compostos pela riqueza paisagística criada pela biodiversidade e pela ação antrópica existente em um território, que representa os valores natural e cultural, contribuindo com a conservação da identidade de um povo, cujas raízes ficam expressas em hábitos e costumes ainda preservados pela sociedade atual. A região de Urussanga destaca-se pela riqueza paisagística com o potencial para ser um destino turístico em crescimento. Então, a produção associada ao turismo, caracterizada pelo artesanato, produção vinícola e pelo patrimônio natural e cultural, poderá contribuir para a expansão de outras atividades econômicas internas, resultando em novos segmentos de mercado para o turismo no espaço rural. (WALKOWSKI, 2014). O estudovisa, então, compreender e analisar o potencial turístico da cidade de Urussanga, gerando roteiros turísticos como uma forma de requalificar o patrimônio histórico e intervir no patrimônio como uma forma de educar a população sobre a importância desses bens tombados para a cidade e gerar uma nova opção de lazer e cultura para Urussanga.
  • 9. 9 INTRODUÇÃO 1. 2. Justificativa A escolha de Urussanga para o estudo deve-se ao fato da cidade ser moldada pela identidade cultural italiana e por possuir características singulares. A cidade, situada no meio rural, se destaca pela beleza paisagística e diversidade de potenciais, como a produção devinho, a agricultura e o patrimônio natural, histórico e cultural. O patrimônio material deixado pelos imigrantes constitui-se por exemplares da arquitetura ítalo-brasileira totalizando 22 edificações tombadas pela Fundação Catarinense de Cultura - FCC e 3 edificações tombadas pelo IPHAN. “Urussanga caracteriza-se como o conjunto urbano de referência da migração italiana mais íntegro e mais representativo do Estado”. (FCC, 1994) O turismo, assim, pode auxiliar na geração de renda complementar e na valorização dos produtos locais, como o vinho e a gastronomia, e do próprio patrimônio histórico e cultural. E como uma atividade que incentiva o deslocamento do consumidor, pode contribuir para tornar um ponto arquitetônico foco de visitação de uma determinada cidade, aumentando a notoriedade do lugar e de suas construções, já que o objeto arquitetônico, ou a composição destes, pode se tornar um dos principais elementos turísticos. Percebe-se em Urussanga a falta de uma organização e de um elemento centralizador, que consiga, além de conectar todas as potencialidades do munícipio, mostrar para a população a importância do patrimônio histórico e sua conservação para a cidade, dando-os uma nova opção de lazer e cultura e sendo o ponto inicial e final dos roteiros turísticos. . Fig. 3: Relação das vinícolas e a cidade. Fig. 4: Sobrado Nichele
  • 10. 10 INTRODUÇÃO 1.3. Objetivos Objetivo Geral No primeiro momento, com o objetivo de fomentar o turismo local, há a implantação de novas opções de roteiros que integram as vinícolas, as construções históricas e também a própria cultura da população urussanguense. A partir desse levantamento e diagnóstico da cidade, desenvolve-se um projeto arquitetônico de uma elemento estruturador para intensificar o desenvolvimento da região e para integrar e valorizar as potencialidades de Urussanga, bem como ser uma nova opção de lazer e cultura para a cidade. Projeta-se um complexo turístico, cultural e enogastronômico - ponto inicial e final dos roteiros - em uma intervenção arquitetônica anexa ao sobrado Nichele e no terreno ao lado onde, atualmente, funciona um estacionamento. É um espaço destinado ao vinho, à gastronomia e à cultura. Não se trata apenas de um espaço interessante do ponto de vista arquitetônico e artístico, mas também um local de pesquisa histórica, reflexão, discurso, dissidência, e experiência na qual a sociedade é questionada e sua história redescoberta. Um local que mostre e ensine a importância que um elemento histórico, seja o patrimônio material ou imaterial, tem para o munícipio e preserve a tradição da imigração italiana através da enogastronomia. Objetivos Específicos • Avaliação dos atrativos e levantamento de aspectos históricos culturais; • Preservar o patrimônio material e imaterial que caracteriza a região de imigração italiana; • Criar conexões entre as potencialidades; • Definição de rotas turísticas; • Aproveitar os potenciais paisagístico das vias já existentes (relação das vias com rio, vegetação e trilho); • Analisar os impactos positivos e negativos do processo turístico; • Projetar um elemento estruturador para o turismo, sendo o ponto inicial e final dos roteiros • Projetar uma edificação para a cidade, gerando uma nova opção de lazer e cultura para a população; • Develvolver um novo uso ao Sobrado Nichele, uma intervenção arquitetônica contemporânea que respeite seu entorno e o patrimônio histórico, valorizando-o; • Uma arquitetura que auxilie a população de Urussanga a compreender o valor e a importância do patrimônio; • Agregar os aspectos da sustentabilidade à edificação; • Gerar atrativos para a participação dos usuários no funcionamento do espaço; • Gerar a integração da edificação com o bairro e a cidade; • Auxiliar a recuperação do Rio Urussanga; • Acomodar costumes e tradições locais, como a enogastronomia; • Uso de materiais locais, como cerâmicas, tijolos e esquadrias em alumínio, como uma forma de apoio ao comércio local.
  • 11. 11 METODOLOGIA 2. Metodologia Primeiramente, houve a necessidade de compreender o histórico da cidade, assim como os conceitos de turismo, patrimônio e também como intervir em edificações com um importante valor histórico. Buscou-se referências bibliográficas e foram realizadas entrevistas informais com a população de Urussanga para entender melhor a identidade da cidade e a sua opinião sobre as necessidades da cidade. Utilizando o método CPD (Condicionantes, Potencialidades e Deficiências), criou-se um mapa com o diagnóstico do município para planejar e avaliar os problemas e potenciais identificados e, assim, saber como e onde atuar. Como estudo preliminar foram feitos os roteiros turísticos como uma forma de entender melhor a cidade e seus potenciais. Analisou-se também referências arquitetônicas para compreender como a arquitetura pode influenciar no olhar das pessoas para o patrimônio e como a mesma pode se tornar um novo ponto de interesse na cidade, Criou-se, assim, uma visão crítica sobre o assunto para, então, poder realizar uma proposta arquitetônica coesa que realmente impacte positivamente a cidade e sua população. Leitura de bibliografias como livros e teses para melhor compreensão do tema. Caracterização da cidade, análise e diagnóstico do município. Entrevistas qualitativas sobre a identidade e qual a principal necessidade da cidade. Criação de roteiros turísticos como uma forma de entender melhor a cidade e unir todos as suas potencialidades. Percepção da falta de um elemento estruturador na cidade. E busca de suprir a necessidade da cidade.
  • 12. Fig. 5: O desenvolvimento da cidade e o descaso com o patrimônio. A CIDADE
  • 13. Análise a partir da caracterização da cidade, dos aspectos geográficos, econômicosedemográficos,dohistórico do município, para assim entender melhor o seu desenvolvimento, suas potencialidades e deficiências. Análise do plano diretor e suas diretrizes para compreender como a legislação se preocupa com o patrimônio e com o desenvolvimento do turismo.
  • 14. 14 URUSSANGA Entre a Serra Geral e o litoral catarinense, o contato com a paisagem moldada pela cultura dos imigrantes italianos do século XIX, faz com que Urussanga seja considerada o principal núcleo da colonização italiana do sul do estado. “Urussanga se estende graciosa por um vale ameno, cercado de morros por todos os lados. De manhã, coberta de orvalho, parece um canteiro de flores. De noite, iluminada, se assemelha a um geodo coberto de cintilantes cristais. [...] a cidade se assemelha a um berço emoldurado pelas rendas brancas das nuvens caprichosamente onduladas sobre as graciosas curvas da Serra do Mar.” (MARQUES, 1990 p. 70) Município do Estado de Santa Catarina, no Brasil, Urussanga localiza-se a uma latitude 28º31’04” sul e a uma longitude 49º19’15” oeste, estando a uma altitude de 49 metros, no fundo de vale entre dois rios: Rio Urussanga e Rio América. Sua população, conforme o IBGE, é de aproximadamente 20.233 habitantes distribuídos em uma área de 254 quilômetros quadrados (IBGE 2010). Localizada entre importantes cidades do sul catarinense, como Tubarão e Criciúma, tem como principais acessos as rodovias SC-446 e SC-445 via BR-101. O município limita-se ao Norte com Orleans e Lauro Müller, ao Sul com Cocal do Sul, a Leste com Pedras Grandes e a Oeste com Treviso, Siderópolis. Urussanga estabelece com os municípios vizinhos estreitas relações, de trabalho, comerciais e de serviços, favorecidas pela rede de transportes. Esta apresenta-se formada por rodovias estaduais, federais e ferrovias. (MACARI, 2006). Distante 185 quilômetros da capital estadual Florianópolis e 18 quilômetros de Criciúma, Urussanga está próxima também aos aeroportos de Jaguaruna e Forquilhinha, distantes aproximadamente 30 quilômetros. Fig. 6: Localização da cidade.
  • 15. 15 URUSSANGA Significando “água muito fria”, do tupi, Urussanga dá nome também ao principal rio que banha a cidade. O município teve sua economia inicialmente baseada na agropecuária, passando à extração do carvão mineral, uma vez que se localiza numa das principais regiões carboníferas do país. Atualmente a economia de Urussanga é diversificada, com destaque na indústria cerâmica, moveleira, derivados de plástico, esquadrias de alumínio, insumos agropecuários, agricultura, vitivinicultura, fruticultura, carvão mineral, comércio e prestação de serviços diversos. É um dos municípios membros da Associação dos Municípios da Região Carbonífera (AMREC). Destaca-se na produção de vinhos, sendo denominada como a “Capital Catarinense do Bom Vinho” conforme a Lei n. 12.398, de 22/10/2002. Realiza festas desde 1984, como a Festa do Vinho e a Ritorno alle Origini, que celebram a cultura herdada dos imigrantes, mostrando aos visitantes a italianidade por meio da gastronomia. Composta por um número significativo de casarios antigos construídos no início do século XX, a cidade busca reconstruir os usos e costumes dos imigrantes italianos. Nesta busca, em 1991, propôs-se uma parceria sócio cultural com Longarone, na Itália, cidade origem dos primeiros imigrantes italianos à região. Intitulado “Gemellaggio”, o projeto destaca a importância das origens italianas para o município no âmbito cultural, social e econômico e faz de Urussanga a cidade irmã de Longarone. Graças ao projeto, novos horizontes foram abertos e com a facilidade do intercâmbio socioeconômico, estima-se que aproximadamente 1500 urussanguenses vivem no exterior. (PANORAMA, 2000). Hoje, de acordo com a Austing Rating, dos mais de 2,4 mil municípios de pequeno porte do Brasil, Urussanga é o 14º melhor no quesito indicadores sociais, que abrange áreas como saúde, educação, qualidade de vida, responsabilidade social e desenvolvimento humano. Já entre os 265 municípios catarinenses com menos de 50 mil habitantes, Urussanga ocupa o terceiro lugar, além ser a melhor na categoria entre as cidades de pequeno porte do Sul de Santa Catarina. Fig. 7: Foto área de Urussanga, destacando a Igreja Matriz e a Praça Anita Garibaldi em formato triangular.
  • 16. 16 URUSSANGA Geografia e Hidrografia No relevo, predominam os terrenos de topografia acidental, havendo 30% de terrenos planos ondulados e 70% da área possuem declividade acima de 20%. As altitudes variam entre 35 e 550 metros acima do nível do mar. Conforme a EPAGRI, o território é distribuído em relação à altitude: 26% abaixo da cota 100; 27% entre as cotas 100 e 200 metros; 27,6% entre 200 e 300 metros; 12% entre 300 e 400 metros; 8% entre 400 e 500 metros; 1,4% entre 500 e 600 metros e 0,1% acima de 600 metros. Assim, o relevo de Urussanga se caracteriza por planícies planas, ondulas e montanhosas até o pé da Serra Geral. Os morros localizados ao Norte e a Leste, possuem, em proporções significativas de suas encostas, declividades que variam de 30 a 47%. Nas direção Oeste e Sul, têm-se declividades menores, variando de 5 a 30% (SANTA CATARINA, 1997). Possui uma paisagem bastante exuberante e diversificada formada por grandes ou pequenos núcleos urbanos, paisagens tipicamente rurais e naturais intocadas. Dentre os aspectos naturais de Urussanga, têm-se atrativos como montanhas, rochedos, rios, cachoeiras, fontes termais e hidrominerais e reservas de fauna (MACARI, 2006). O município apresenta uma vegetação formada principalmente pela floresta tropical e subtropical, com Mata Atlântica nas encostas de serras, com presença de árvores nativas e reflorestamentos de eucaliptos. Em seu subsolo, existem minérios importantes como o carvão mineral e algumas reservas de fluorita e argila. Fig. 8: Mapa hipsométrico. O município de Urussanga é banhado e tem seu desenho urbano conformado pelo Rio Urussanga, tendo, como principais afluentes: Rio Maior, Rio Carvão, Rio Deserto, Rio Caeté, Rio Barro Vermelho e Rio América. A qualidade de suas águas apresenta uma das piores situações do Estado. A concentração de empresas mineradoras contribuiu e continua contribuindo para a poluição do rio. Com isto, as águas de Urussanga, em sua grande maioria, caracterizam-se como impróprias para o consumo humano, apresentando também restrições para outras atividades,incluindoairrigação, influenciando negativamente um dos mais importante fatores econômicos da cidade, a agricultura.
  • 17. 17 URUSSANGA Fig. 9: Mapa dos rios e principais vias da Cidade. Percebe-se a importância do rio para a cidade, que teve seu desenvolvimento iniciado na confluênciadosRiosAméricaeUrussanga.Apresençadaáguafoiimportanteparaocrescimento ecônomico da cidade através da agricultura. A ferrovia também foi um fator relevante para esse desenvolvimento. Atualmente, Urussanga não valoriza esses elementos.
  • 18. 18 URUSSANGA Histórico Com a promessa de uma vida melhor no Brasil, e diante da crise europeia, muitos imigrantes chegaram ao novo país a fim de implementar a mão de obra para a produção de bens de consumo, uma vez que houvera a extinção do tráfico de escravos em 1850. (MARZANO, 1985). Assim, em abril de 1877, Azambuja se tornou a primeira sede do Sul de Santa Catarina habitada por colonos italianos. Azambuja viria a ser importante para Urussanga pois servira de referência tanto na chegada dos imigrantes quanto às condições para sua fixação na região (MACARI, 2006). O Engenheiro Vieira Ferreira, com o objetivo de preparar a infraestrutura para o estabelecimento dos imigrantes, volveu, em 1878, suas visitas para o vale de Urussanga, demarcando os seus lotes e localizando a sua sede, em forma triangular, na confluência dos Rios América e Urussanga, aproveitando a configuração natural do terreno (IBGE, 2010). Em 26 de maio de 1878 chegaram os primeiros imigrantes italianos à região, vindos de Longarone, Pronvíncia de Beluno, Região de Veneza. Assim, esta é a data oficial de fundação da cidade, após a sua localização pelo Engenheiro Vieira Ferreira e a exploração das áreas de terras destinadas aos imigrantes. Após 5 anos da chegada dos imigrantes italianos houve o início dos ataques dos índios botocudos. A invasão indígena, intensificada em 1889, provocou a saída de alguns habitantes do interior, levando-os a habitar lugares mais centrais e povoados. (MARZANO, 1985). A colônia de Urussanga teve sua emancipação em 31 de dezembro de 1881 e elevada a município em 6 de outubro de 1900, sendo seu primeiro Prefeito Jacinto de Brida e Presidente da Câmara, Lucas Bez Batti. A instalação do município teve lugar em 22 de janeiro de 1901 e a instalação da comarca em 20 de dezembro de 1925, sendo hoje uma comarca intermediária. (MARQUES, 1990). A fama atualmente pela produção de vinhos deve-se pelos imigrantes italianos que, nos navios, trouxeram, envoltos em musgos, para melhor conservação, os bacelos de suas vinhas. Estes bacelos foram o início de todas as culturas de uvas existentes na região. Porém, o cultivo da uva e a produção de vinho em Urussanga exigiram de seus colonos muita paciência nas primeiras décadas. As parreiras vindas do Vêneto não se adaptaram facilmente ao Brasil. (MAESTRELLI, 2011). Vencidas as dificuldades, principalmente contra os índios que muito hostilizaram os colonos, a colônia prosperou rapidamente. Em 1887, os colonos de Urussanga produziram 13.600 litros. Já entre 1892 a 1906 foram exportados de Urussanga mais de 10.580 litros. Durante a primeira metade do século XX, muitas vinícolas se estabeleceram na cidade, como a Caruso MacDonald, a Lourenço Cadorin e a Victório Bez Batti, sendo nelas realizado todo um processo que ia desde a chegada da uva, passando pela fabricação da bebida, até o momento da exportação. Caruso MacDonald, italiano, jornalista e advogado, foi o responsável por levar até Urussanga a variedade de uva Goethe de São Paulo, dando início à produção do vinho branco na cidade que mais tarde se tornara a Capital do Vinho. (MAESTRELLI, 2011). No fim do século XIX, houve um aumento da população com a chegada de novos imigrantes. E em 1895, cessou o fluxo migratório, encerrando a fase colonial.
  • 19. 19 URUSSANGA A partir da década de 1910, com a descoberta do carvão mineral e a abertura das minas, a cidade desenvolveu-se economicamente, sendo inaugurada, em 1918, a Companhia Carbonífera de Urussanga. E a partir da exploração do carvão, as vilas operárias foram formadas nas proximidades das minas, de forma que as tais acabaram atraindo novos moradores para a cidade. (MARQUES, 1990). O trabalho nas minas, apesar de bastante insalubre, acabou se tornando comum entre os urussanguenses, por ser, entre outros motivos, uma atividade de alta remuneração e curta carreira. Como isso, muitos agricultores abandonaram o trabalho rural e passaram a viver da extração do carvão mineral, de modo que essa transformação causou, na década de 1940, o declínio da atividade vitivinícola e a ascensão do carvão (MAESTRELLI, 2011). No começo do século XX, além da descoberta do carvão mineral e da abertura das minas, a estrada de ferro também gerou desenvolvimento a região. Assim, a construção da Estrada de FerroDonaTeresaCristinaatéUrussanga,nadécadade1920, facilitouoescoamentodeprodutos para o sul do estado, fazendo a cidade crescer ainda mais economicamente (MARQUES, 1990). O surgimento da indústria cerâmica, juntamente com a extração do carvão, ofuscaram a indústria vinícola. Com o “esquecimento” do vinho Goethe, houve uma mudança cultural, modificando valores, costumes e usos, trazendo um prejuízo invisível para essa sociedade (MAESTRELLI, 2011). Em 1957, a área urbana central era relativamente pequena, ficando compreendidas nas partes mais baixas do vale. É entre os anos de 1957 e 1978 que se dá a maior expansão urbana e diversificação da indústria na região carbonífera e a implantação, em Urussanga, de diversos loteamentos. A cidade se expande em todas as direções, com mais intensidade para Norte e Sul, por causa da polaridade exercida por Criciúma sobre Urussanga e Cocal do Sul. (MACARI, 2006). Na década de 70, o carvão perdeu o destaque economicamente para a indústria de cerâmica, plástico e alumínio e a agricultura passou a ser, novamente, o meio de subsistência nas propriedades rurais. Surgiu, também, a vontade de retomar as ações culturais trazidas pelos imigrantes. (MAESTRELLI, 2011). Em 1974 aconteceu a grande enchente causando danos ao munícipio e a toda a região. Em 1984 ocorreu a explosão na mina no bairro Santana, causando 31 mortes. Nas décadas de 70 e 80, surge o sentimento de busca por referências identitárias, onde a região de Urussanga buscou reconstruir estas referências através da valorização do passado e da experiência dos ancestrais migrantes. Os primeiros movimentos foram as comemorações pelo centenário da imigração italiana e fundação do município de Urussanga, em 1978. Em seguida, empresários do município, como o Sr. Hédi Damian, apoiados por instituições como o Rotary clube e a antiga Acaresc (Associação de Crédito e Assistência Rural de Santa Catarina), através do Genésio Mazon, iniciaram um trabalho de reorganização e incentivo à produção vitivinícola. (MAESTRELLI, 2011). Fig. 10: Foto antiga da Praça Anita Garibaldi
  • 20. 20 URUSSANGA Aspectos demográficos Urussanga, com aproximadamente 20223 habitantes, tem sua população dividida equilibradamente entre homens e mulheres, sendo que 8.818 habitantes vivem em meio rural e 11.405 em meio urbano (IBGE, 2010). A pirâmide etária de Urussanga, do censo demográfico de 2010, mostra que a maioria da população está entre 20 e 30 anos, não diferindo muito do restante do país. Pode-se destacar também uma grande porcentagem da população na faixa etária entre 15 e 19 anos e entre 45 e 49 anos. Ao analisar o gráfico de crescimento populacional, observa-se que na década de 90 houve um significativo declínio do número da população urussanguense, diminuindo de 30000 habitantes para 18000. Essa queda de 40% foi causada principalmente pela emancipação de um distrito, que em 26 de setembro de 1991, através da lei 8.352, tornou-se o município de Cocal do Sul, além também de ser causada pelo forte êxodo rural. O número de habitantes só voltou a crescer de uma forma expressiva em 2007, chegando em 2010 a ter novamente mais de 20000 habitantes. Fig. 11: Evolução Populacional IBGE, 2010 Fig. 12: Pirâmide Etária IBGE, 2010 Fig. 13: População IBGE, 2010 Na década de 90 houve um significativo declínio da população urussanguense devido, principalmente, a emancipação de Cocal do Sul.
  • 21. 21 URUSSANGA Macrozoneamento Ao analisar o mapa do Macrozonemanto de Urussanga, feito em 2008, percebe-se que as principais condicionantes para o desenvolvimento urbano são os córregos e rio, o relevo e o sistema rodoviário. Assim, maioria da ocupação se dá na parte plana e tem o desenho urbano desenvolvido conforme o desenho do Rio Urussanga. A área central caracteriza-se pelo uso comercial, serviços e residencial. A área rural é bem distribuída em torno da área central e a região industrial localiza-se prevalentemente a sudeste da cidade, tirando proveito da rodovia e ferrovia. Percebe-se também a presença de uma Área de Especial Interesse Cultural, dentro da Zona Mista Urbana Central, onde há a preocupação com a preservação e requalificação do patrimônio cultural arquitetônico para que a sua valorização as tornem pontos e atrativos turísticos. Fig. 14: Macrozoneamento, realizado em 2008. Percebe-se a preocupação com a distribuição dos usos nas áreas da cidade, bem como a importância das rodovias para o município.
  • 22. 22 URUSSANGA Sistema viário Urussanga é cortada e definida por duas rodovias estaduais, SC-446 e SC-445, que dão acesso ao município. • Acesso A: SC-445, a leste da cidade, ligando com os munícipios de Morro da Fumaça, Sangão e Tubarão • Acesso B: SC-446, a sul da cidade, ligando-a aos munícipios de Cocal do Sul e Criciúma • Acesso C: SC-445, a oeste da cidade, ligação com Siderópolis, Nova Veneza e Criciúma • Acesso D: Rod. Anes Gualberto (SC-446): ao norte da cidade, ligando-a principalmente ao munícipio de Orleans. As rodovias SC446 e SC445 desempenham importantes papeis na estruturação do espaço urbano de Urussanga. Caracterizadas como interurbanas, ligam diversas localidades do município e estas com a cidade e cidades vizinhas. Urussanga apresenta problemas com relação ao sistema viário e circulação, o que acaba por afetar outros serviços como saúde e educação (MACARI, 2006). O município, devido sua localização, serve de ligação a muitos municípios vizinhos, como Orleans, Lauro Muller, Treviso e Cocal do Sul. Apresenta diversas ruas de chão batido, algumas em péssimas condições que servem de acesso aos bairros rurais. Muitas estradas, atualmente, estão em processo de requalificação, apresentando calçadas acessíveis, ciclovias e rodovias pavimentas. O transporte coletivo no município funciona através de empresas particulares, Auto Viação São Gerônimo Ltda e Auto Viação São José Ltda. As linhas ligam os bairros mais distantes e também os municípios vizinhos, com linhas intermunicipais. O Terminal Rodoviário situa-se às margens da SC-446. ACESSO A ACESSO B ACESSO D ACESSO C Classificação Vias Fig. 15: Acessos e classificação das vias.
  • 23. Fig. 16: SC 445 (acesso A) e a estrada de ferro.
  • 24. 24 URUSSANGA Plano diretor A Lei Complementar número 08/2008, de 1° de julho de 2008, institui oficialmente Plano Diretor Participativo do Município de Urussanga. Percebe-se uma preocupação com o patrimônio, com o rio e suas margens e com o desenvolvimento do turismo. Dentre as diretrizes e objetivos, destacam-se: “Seção II,Art. 4. XII - proteção, preservação e recuperação do meio ambiente naturale construído, do patrimônio cultural, histórico, artístico, paisagístico e arqueológico; Título II, Art. 5. [...] III - promover o turismo como atividade econômica local, integrando-o regionalmente, com ênfase em seu patrimônio cultural, arquitetônico, gastronômico e na vitivinicultura; IV - promover a preservação, conservação e recuperação dos seus recursos naturais, em especial dos seus recursos hídricos. [...] Art. 284. Constituem objetivos específicos da estratégia de estruturação, ordenamento e qualificação territorial: [...] VIII - qualificar e valorizar o patrimônio cultural: a) de forma a garantir que o patrimônio arquitetônico tenha usos compatíveis com a edificação; b) de forma a torná-lo reconhecido pelos cidadãos; c) de forma a tornar o seu valor cultural apropriado pela cidade; d) desenvolvendo seu potencial turístico de forma sustentável; [...] Art. 285. [...] IV - Programa de Revitalização e qualificação do patrimônio cultural, que tem por objetivo preservar e recuperar edificações de valor cultural, inserindo-as na paisagem urbana, conferindo-lhes usos sustentáveis que proporcionem sua fruição pela população, contribuindo para fortalecero reconhecimento e apropriação do seuvalorpelo Município, ao mesmo tempo que suportem o desenvolvimento da atividade turística.” Fig. 17: Mapa do Zoneamento. “Promover o turismo” “Promover a preservação” “Qualificar e valorizar o patrimônio cultural” “Recuperar edificações de valor cultural, inserindo-as na paisagem urbana” “Fortaleceroreconhecimentoeapropriação do seu valor pelo Município, ao mesmo tempo que suportem o desenvolvimento da atividade turística”
  • 26. EM UMA PALAVRA, QUAL A IDENTIDADE DA CIDADE? O QUE FALTA NA CIDADE? ENTREVISTAS
  • 27. VINÍCOLAS TRANQUILIDADE CULTURA QUALIDADES ITALIANOS PATRIMÔNIO DEVAGAR HISTÓRIA CHARMOSA POSSIBILIDADES COMÉRCIO PITORESCA RELIGIÃORIQUEZA ÓTIMA OPÇÕES DE LAZER E CULTURA FACULDADE PLANEJAMENTO TURÍSTICO CUIDADO COM A CIDADE CONSCIENTIZAÇÃO VALORIZAR A CULTURA CENTRO COMERCIAL DESENVOLVIMENTO GALERIA DE ARTE DISCIPLINAMENTO URBANO HOTEL EMPREGOS EXPLORAR VINÍCOLAS
  • 28. 28 URUSSANGA CONDICIONANTES POTENCIALIDADES DEFICIÊNCIAS A Paisagem Natural Beleza cênica Pouco aproveitada e conservada B Relevo, morros, planícies Potencial paisagístico Fragilidade ambiental C Localização Entre diversas grandes cidades, aeroportos. Entre a Serra e o mar - D Ocupação em expansão Desenvolvimento turístico e econômico Sem planejamento. Nova tipologia de edificação em choque com o entorno com características de bairro pré- existentes E Rios Atrativo Natural, Parque linear Poluição, casas fundos ao Rio. Apropriação da área de APP F SCs como eixo de interligação regional Fácil acesso Pontos de conflitos G Linha Ferroviária Transporte de carvão Abondono, não há a exploração turística H Origem Italiana Cultura, identidade e tradição, polo turístico - I Economia Potencial produtivo (agorpecuária, mineração, turismo, vinícolas, cerâmica) Pouco aproveitamento das atividades turisticas, da cultura italiana e artesanato J Vinícolas Cidade do Bom Vinho, Vale da uva e vinho Goethe Falta uma ligação entre ela e explorá-las turisticamente K Qualidade de Vida Tranquilidade - L Patrimônio histórico e cultural Existência de edificiações históricas que guardam a cultura italiana, tombamento Falta de preservação e incentivos ao uso das edificações históricas, não há a consciêntização da população. M Plano Diretor Há a preocupação com a conservação do patrimônio e com a atividade turística (áreas de interesse espacial) Falta uma política ou elemento estruturator que realmente valorize as edificações tombadas.Faltadefiscalização e respeito ao plano. N Áreas verdes/Lazer Praça central como ponto de encontro da população. Primeira centralilade Poucas opções de lazer. Parque: Diversidade de usos que prejudicam o funcionamento da área
  • 29. 29 URUSSANGA CONDICIONANTES POTENCIALIDADES DEFICIÊNCIAS O Mobilidade Vias com qualidade, mesmo que de chão batido. Vias em reforma Transporte coletivo precário. Dificil acesso as zonas rurais P Permeabilidade Casas abrindo diretamente para rua, conexão público/ privado. Calçadas e praças Falta de cuidados com as calçadas. Dificil conexão com os dois lados do rio Q Robutez Diversidade de comércio e serviço Carência de espaços voltados ao turismo e exploração do vinho R Legibilidade Edificações marcantes para a história da cidade. Poluição visual, dificuldade de entender o que é oferecido, a função S Variedade Edificações marcantes para a história da cidade. Poucas opções de lazer e cultura T Apropriação Visual Csarões históricos que remetem a colonização italiana Abandono, degradação e confusão visual U Riqueza Paisagem e arquitetura - V Personalização Imigrantes italianos deixaram a marca da colonização nas edificações tombadas Adaptam as edificações históricas de acordo com o uso, destruindo-as X Infraestrutura Hotéis, restaurantes,vinícolas Faltam lugares de cultura, lazer e valorização de vinhos Método CPD (Condicionantes, Potencialidades e Deficiências) Para a sistematização das informações sobre o munícipio, adotou-se a metodologia CDP, sendo (C) Condicionantes, (D) Deficiências e (P) Potencialidades. As condicionantes são todas as características do município que são existentes e que devem ser mantidas. Deficiências são as características negativas que dificultam o desenvolvimento da cidade. Potencialidades são as qualidades, e que devem ser melhor aproveitados adequadamente. Assim, foram apresentadas em tabelas e posteriormente representadas em mapas para entendimento de onde a mesma se encontra no espaço territorial.
  • 30. 30 URUSSANGA C Bairro Rio Maior 2 edificações tom- badas pelo IPHAN e 3 pela FCC Bairro Rio Caeté Vinícola Trevisol e patrimônio Centro Parques e praça 18 bens tombados Vinícola Del Nonno Bairro São Pedro Vinícola Mazon e De Noni Bairro Rio América Baixo Patrimônio e 1 edificação tombada pelo IPHAN Falta de conexão entre os bairros e suas particularidades J J F J U G L L L O O Mapa CPD. Escala 1/50000
  • 31. 31 URUSSANGA F Diversos acessosDiversos acessos N C C C O C E J L L N N N Parque sem conexões com a cidade Sem conexões entre as potencia- lidades F Edificações escondendo o rio Diversos acessos Novas áreas de lazer Edificações não respeitando a faixa de APP do rio M T P Mapa CPD. Escala 1/5000
  • 32. Fig. 18: Portal de entrada da cidade. O TURISMO
  • 33. Após análise da cidade, buscou-se entender a definição de turismo, como ele se relaciona com o patrimônio, com a cidade, e como atua, de forma sustentável, no desenvolvimento do munícipio. Analisou-se como é atualmente o potencial turístico de Urussanga e como ele é explorado, através das vinícolas e das festas típicas, por exemplo.
  • 34. 34 TURISMO De acordo com a World Tourism Organization, o turismo “é um fenômeno social, cultural e econômico que implica a deslocação de pessoas para países ou lugares fora do seu ambiente habitual para fins pessoais ou empresariais/profissionais. Estas pessoas são chamadas visitantes (que pode ser turistas ou excursionistas; residentes ou não residentes) e o turismo tem a ver com as suas atividades, algumas das quais envolvem despesas turísticas.” Assim, o produto turístico é o “conjunto composto de bens e serviços produzidos em diversas unidades econômicas, que sofre uma agregação no mercado ao serem postos em destaque os atrativos turísticos” (BENI, 2006, p.172). Aparece, então, o conceito de origem espanhola do “turismo integral”, ou “turismo multifacetado”, que promove diversos pontos de interesse turístico em uma determinada área geográfica. Atualmente, o turismo é uma atividade fundamental para a economia global, representa 10% do PIB do planeta, gera empregos, movimenta diferentes setores produtivos e, enfim, gera troca de culturas e saberes entre todos os envolvidos. O turismo é composto de diferentes tipos de acordo com os fatores motivacionais, os atrativos que o destino oferece. CULTURALRURAL ENOTURISMO RELIGIOSO ÉTNICO Atividades desenvolvidas, em relação a produção agropecuária, agregando valor a produtos e serviços, resgatando e promovendo o patrimônio natural e cultural das populações rurais. O principal atrativo não é a natureza, mas um aspecto da cultura humana, que pode ser a história, o cotidiano, o artesanato ou qualquer dos aspectos abrangidos pelo conceito de cultura. Atividades turística motivada pela apreciação do sabor e aroma dos vinhos e das tradições e cultura das localidades que produzem esta bebida. Atividade que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentivando a conservação e a formação de uma consciência ambientalista, através da interpretação do ambiente promovendo o bem estar das populações envolvidas. Atividade decorrente da busca espiritual e da prática religiosa. Atividade turística que envolve a vivência de experiências autênticas e o contato direto com os modos de vida e a identidade de grupos étnicos ECOTURISMO
  • 35. 35 TURISMO Aatividadeturísticatemsedesenvolvidotambémapartirdeiniciativasregionais,baseadas em iniciativas comunitárias. Há, assim, a cooperação entre os atores locais e as instituições de gestão pública e/ou privada, a fim de promover um turismo de forma mais sustentável. “O turismo comunitário é aquele em que as comunidades de forma associativa organizam arranjos produtivos locais, possuindo o controle efetivo das terras e das atividades econômicas associadas à exploração do turismo”. (CORIOLANO, 2009, p. 70). Um exemplo é o projeto Acolhida da Colônia, que acontece no Vale Europeu em Santa Catarina, em que as famílias de agricultores trabalham de maneira cooperada na produção de alimentos orgânicos e abrem suas propriedades para mostrar aos visitantes sua maneira de viver integrada à natureza. O turismo comunitário surge como contraposição ao chamado turismo convencional ou de massa. Para Ruschmann (1999), um exemplo de turismo de massa são os grandes empreendimentos, como resorts, que geram a especulação imobiliária e a descaracterização da cultura local, gerando impactos ambientais, sociais e econômicos irreversíveis. Surge, então, junto com o turismo comunitário, o turismo sustentável, uma forma de fazer turismo que contempla cuidados e garante que as atividades gerem benefícios para todos os envolvidos. Integra as questões econômicas, ambientais e sociais - cultural e humano - na forma de pensar e fazer turismo. Protege, assim, o entorno e a biodiversidade, considerando oportunidades para seu aproveitamento responsável hoje e no futuro. Estimula uma parceria saudável entre o governo, iniciativa privada, terceiro setor e comunidade, promovendo a participação consciente de todos os públicos relevantes ao processo, acolhendo os saberes e cultura das comunidades tradicionais e garantindo os direitos humanos de todos. Segundo Walkowski (2014), Portugal é considerado um exemplo em que o turismo colaborou paraodesenvolvimentodomeiorural.Opaíspossuicerca de 80% do território considerado rural, dos quis 70% é composto por floresta e agricultura. Dentre as principais prioridades do governo está em fixar a população no campo, gerar novas alternativas de atividades econômicas, estabelecer circuitos de comercialização curtos (produzir local e consumir local), dinamização do espaço rural e equilíbrio. O Turismo Rural teve início nos anos 80 e entre 2001 e 2011, registrou uma taxa de crescimento anual de 8,3%. O espaço rural de Portugal tem por base o patrimônio natural e cultural e se destaca pelos produtos locais, artesanato, restaurantes etc, gerando assim, oportunidades de emprego e viabilidade econômica da produção agrícola. O fator mais importante de toda essa atividade é que a população aprende a exercer a cidadania e a ter orgulho de sua origem e seu modo de vida, e até mesmo da cidade onde mora. Potencializa o desenvolvimento local a partir de seus, valores ambientais, sociais, culturais e patrimoniais, valorizando a autenticidade local.
  • 36. 36 TURISMO Turismo em Urussanga No caso de Urussanga, a preservação da cultura é um elemento fundamental de um projeto turístico. Para isso, buscou-se entender como foi a relação da população com sua história e sua identidade. A cidade de imigrantes italianos, teve no período da Primeira Guerra Mundial, o início da diminuição do interesse pela cultura italiana. Alemães e Italianos, nessa época, foram proibidos de falar a língua de seus países de origem. O imigrante, porém, embora tenha enfrentado diversas dificuldades no novo país, jamais esqueceu a sua língua de origem e seus dialetos. As escolas ensinavam em língua italiana, os terços rezados em latim e italiano e a bandeira italiana hasteada em todas as casas. “Vivia-se a Itália em pleno berço esplêndido” (COSTA, 1999), mas a cada geração nascida em Urussanga, aumentava a distância entre os descendentes e a cultura de seus antecessores. Em certa época de vazio cultural, mostrar-se italiano era ser grosseiro ou sem instrução. Com a miscigenação e desenvolvimento da mineração, o urussanguense perdeu sua essência, sua raiz cultural. Foi preciso, então, uma forma de resgatar essa identidade cultural, esse conhecimento das origens. O primeiro passo foi visto na bandeira e brasão da cidade, em que as gotas de vinho lembram a forte atividade na colônia italiana e a cor verde a relação entre Brasil e Itália. Outro fator que contribuiu para essa recuperação cultural foi a realização de festas, a partir de 1978, que enfatizavam as tradições italianas, além da construção de monumentos e programas radiofônicos na cidade. Assim, começou um despertar de interesse pela cultura, pela história da cidade e também um interesse de lucrar com a cultura dos seus antepassados, surgindo festas ainda maiores como uma forma de desenvolvimento da economia e do potencial turístico da região (PANORAMA, 1999). Para Adiles Savoli (2001), essa relação entre a busca de identidade (da italianidade de Urussanga) e o turismo, resultou em uma tradição inventada na esteira das festas étnicas catarinenses. Trata-se de uma italianidade criada como produto de marketing, que como tal também estava em princípio esvaziada de conteúdo - uma cultura encenada em que até os trajes típicos para dançar eram uma invenção, dado que, no Vêneto, lugar de onde vieram os imigrantes para Urussanga, a igreja católica proibia as danças. Mas, pouco a pouco, permeados pela conscientização de que a etnicidade, as comidas italianas e a festa atraíram turista, os habitantes de Urussanga começaram a deixar de sentir-se envergonhados de falar português com sotaque italiano, a ter orgulho de suas raízes e a recuperar o sentido da história, da vida e do sofrimento dos antepassados, a preservar o que restou da cultura material e a recuperar o que eventualmente se perdeu. Na busca de elementos para contar uma história confiável, os moradores criaram fortes laços com a Itália, com resultados que extrapolam a esfera cultural para se situar na econômica e social. O turismo passa, nesse caso, a ser um dos fatores que desencadeiam o processo de aproximação entre passado e presente. Inicialmente visto como cultura encenada, como tradição inventada para consumo turístico, acaba penetrando os interstícios do tecido social e transformando-se em movimento cultural do presente com interesse genuíno na valorização e no conhecimento do próprio passado. (BARRETO, 2001). Segundo Sérgio Costa (1999), “a pedra fundamental foi lançada há muito tempo, mas parece ainda estar faltando um elo entre os diversos fatores que servem de matéria prima para a continuidade do desenvolvimento turístico”.
  • 37. 37 TURISMO Atualmente, a cidade tem como os principais atrativos a produção de vinhos, com vinícolas especializadas no vinho da uva Goethe. Apresenta também as construções históricas tombadas em nível municipal, estadual e nacional, a Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, a praça Anita Garibaldi e o Parque Municipal Ado Cassetari Vieira, complexo com 8 hectares que abriga entre diversos órgãos, o Museu Histórico Municipal e já abrigou a Biblioteca Pública. Outro encanto é a própria cultura dos seus habitantes descendentes de italianos, demonstrada, principalmente, na culinária, construções e festas locais. Hoje, a cidade, tendo uma natural vocação para o turismo, aposta no turismo rural e cultural como uma forma de diversificar as fontes de arrecadação. É sede do “Vales da Uva e do Vinho Goethe”, um roteiro enogastronômico que leva o visitante ao encontro das manifestações étnicas do imigrante italiano na região de Urussanga, integrado com municípios vizinhos de Pedras Grandes, Morro da Fumaça, Nova Veneza e Içara. Faz parte também da região turística “Encantos do Sul”, uma das 10 regiões definida pelo Ministério do Turismo no estado de Santa Catarina, cujos limites territoriais reproduzem afinidades geográficas, econômicas e histórico-culturais. A cidade também está presente no Guia do Patrimônio Cultural do Sul de Santa Catarina, um dos Roteiros Nacionais de Imigração desenvolvidos pelo IPHAN, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Este guia tem como objetivo melhorar a percepção das pessoas em relação ao patrimônio, destacando não só o patrimônio edificado na região como também o patrimônio cultural. É uma forma de mostrar que o patrimônio cultural não é só constituído de palácios e de feitos extraordinários, e sim dos bens produzidos, das atividades rotineiras do homem do campo, das casas e sistemas construtivos, da paisagem junto com os costumes e celebrações (IPHAN, 2010). Fig. 19: Mapa Encantos do Sul. Urussanga caracteriza- se, então, como o conjunto urbano de referência da imigração italiana mais íntegro e mais representativo do estado.
  • 38. 38 TURISMO “É preciso preservar o patrimônio dos imigrantes. Assim, a proposta para os roteiros nacionais de imigração é propiciar proteção e gestão compartilhada do patrimônio histórico e cultural. União, estados e municípios deverão trabalhar em conjunto, objetivando o desenvolvimento e a implementação de planos e programas de desenvolvimento regional que tenham como foco o patrimônio e a sustentabilidade local, através das propriedades rurais na economia e no planejamento regional.”(IPHAN, 2010). Urussanga, para Patrícia Mazon, ex-diretora de Planejamento da Prefeitura Municipal de Urussanga,jáéreconhecidacomocidadereferênciaemturismo.“Oquefaltaéapopulaçãolocal acreditar na sua vocação e, em primeiro lugar, saber valorizar seu maior atrativo: o patrimônio histórico cultural refletido nos registros históricos e em suas manifestações culturais como dialeto, música, dança, artesanato, processos produtivos. Temos que torná-los ‘consumíveis’ pelosvisitantes e, para isso, faltam empreendedores com estavisão.Além dos empreendedores, os urussanguenses também podem contribuir com o desenvolvimento do setor turístico. São importantes desde ações como a sensibilização nas escolas e nas associações até investimento em empreendimentos como hotéis de lazer, artesanato, café colonial e restaurantes, espaços destinados a cultura e a valorização da produção vinícola. Não podemos nos esquecer também das entidades com a função de capacitar profissionais para a área”. Urussanga é uma cidade com características expressivas e com uma riqueza histórica e cultural. São patrimônios arquitetônicos, culturais, na língua, nos gestos, na maneira de falar e de se vestir, que permanecem vivos até hoje, em cada morador da cidade. Com a conclusão das obras de duplicação do trajeto Sul da BR 101, com o novo aeroporto em Jaguaruna, Urussanga tem o potencial para se consolidar como roteiro turístico temático da cultura italiana com enfoque na produção de vinhos brancos e de manifestações culturais. “Como legado histórico, além do patrimônio imaterial e de alguns exemplares da arquitetura ítalo-brasileira, construídos no período de colonização e que atualmente são patrimônio histórico, o município apresenta diversos elementos que impulsionam ainda mais o potencial turístico, tais como os monumentos, gastronomia, vinhos, festas, pousadas, paisagens, entre outros.” (CANCILLIER, 2015). Fig. 20: Identidade Visual do Vales da Uva Goethe
  • 39. 39 TURISMO Parque Municipal e a identidade visual em 1987 Realizado peloArquiteto ManoelCoelho em 1987, trata-se de um projeto para desenvolver uma identidade visual para a prefeitura e o projeto de um grande equipamento público, o Parque Municipal, onde foram criados espaços para a tradicional Festa do Vinho, parque de diversões, pistas para caminhadas e áreas de lazer. Nas principais construções do parque – museu , pavilhão de exposições e restaurante – foram utilizados materiais de construção produzidos na própria cidade, como os tijolos aparentes e as telhas cerâmicas, que ao mesmo tempo conferem unidade ao conjunto e reforçam a integração dos edifícios com a natureza. Já a marca da cidade faz referência às vinícolas e a sua matéria prima – o cacho de uvas. Porém, hoje, o parque com mais de 80000 m² de terreno e 8.000,00 m² de área construída, não é valorizado pela população e serve apenas para as festas do munícipio e de espaço para sede de diversos órgãos, como Secretaria Municipal de Cultura, Rotary Club, Associação dos Descendentes e Imigrantes Friulanos, Museu da Imigração etc. Para Henry Goulart, do Departamento de turismo de Urussanga, o Parque foi projetado e ainda está muito a frente da mentalidade da população da cidade, que não o valoriza. Fig. 21: Entrada Parque Municipal. Fig. 22: Identidade Visual de 1987. Fig. 23: Mapa do Parque.
  • 40. Fig. 24: Colheita da uva.
  • 41. 41 VINÍCOLAS “O vinho de Urussanga, por suas características organoléticas é típico. Bom de paladar, perfumado e lindo, satisfaz a qualquer bom degustador. Em período não muito remoto Urussanga, na vinicultura nacional, será uma expressão de qualidade, como Borgonha, na França, Minho, em Portugal, Reno, na Alemanha, e tantas outras regiões que se tornaram mundialmente famosas devido a excelência de seus vinhos”. Já dizia o Monsenhor Agenor N. Marques, em 1953, sobre a vinicultura urussanguense. A uva Goethe se tornou a uva mais típica, tendo características específicas que a diferenciam das demais variedades cultivadas na região. Após sua introdução na região, algumas videiras apresentaram uma mutação, aparecendo pela primeira vez nas mãos do Sr. Ângelo Nichele, comerciante e agricultor local. O vinho feito a partir da mutação da uva Goethe era e é motivo de curiosidade entre os admiradores da bebida que desconheciam o verdadeiro motivo da sutil diferença. Esta mutação da Goethe existe ainda hoje, somente em Urussanga, tornando-a uma variedade ainda mais peculiar e característica destas colônias. A produção de vinhos de uva Goethe foi sendo ampliada desde sua introdução e várias vinícolas se estabeleceram, como as vinícolas Caruso MacDonald com o vinho Uru e Urussanga, Lorenzo Cadorin com o vinho Cadorin, Victorio Bez Batti com o vinho Samos chamado depois de Santé, Sílvio Ferraro com os vinhos Branco Salute, Domenico Fontanella com os vinhos Rosa, Pietro Trevisol com o Trevisol, Pietro Damian com o Lacrima Christi. Por causa da grande produção de vinho na região e aos diversos títulos conquistados, o Ministério da Agricultura do governo de Getúlio Vargas decidiu apoiar a vitivinicultura na região. Em 1942, foi fundado, então, o Instituto de Fermentação para realizar pesquisas com diferentes espécies de uvas viníferas. No auge das pesquisas havia experimentos com cerca de 450 variedades de videiras. De todas estas variedades testadas, destacou-se ainda mais a uva Goethe. Em 1950 o instituto passou a chamar-se Subestação de Enologia de Urussanga. Atualmente é a Estação Experimental de Urussanga, administrada pela EPAGRI. Com o passar dos anos, Urussanga passou a ser considerada a capital catarinense do vinho. Motivo de orgulho para os seus moradores, estes vinhos foram servidos durante o governo nacionalista de Getúlio Vargas, nas recepções no Palácio do Catete, no Rio de Janeiro. Em 2005, foi criada a Associação dos Produtores de Uva e Vinho Goethe – ProGoethe – para promover a união dos produtores de uva e vinho, estabelecendo a imagem de um produto nobre e conhecido nacional e internacionalmente. Em 2012, com o reconhecimento da qualidade, tipicidade e identidade nos vinhos de uva Goethe, a região “Vales da Uva Goethe” conquistou a Indicação Geográfica de Procedência. “Segundo o Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, o registro de Indicação Geográfica é conferido a produtos e serviços que são característicos do seu local de origem, o que lhes atribui reputação, valor intrínseco e identidade própria, além de distingui-los em relação aos seus similares disponíveis no mercado. São produtos que apresentam uma qualidade única em função de recursos naturais como solo, vegetação, clima e saber fazer (know-how).” (MAESTRELLI, 2011). Assim, é possível proteger e valorizar os produtos típicos da região. No setor vinícola as indicações geográficas estão consolidadas em vários países, como Bordeaux e Champagne na França, Porto em Portugal e Rioja na Espanha. No Brasil, mesmo que pouco valorizada, a indicação foi concedida em regiões como o Vale dos vinhedos, Altos Montes, Pinto Madeira, Monte Belo e Vales da Uva Goethe.
  • 42. 42 VINÍCOLAS Atualmente Urussanga apresenta 4 vinícolas consolidadas que se destacam na região e na produção do vinho Goethe. A vinícola Vigna Mazon, Vinhos Trevisol, Vinícola Casa Del Nonno, Vinícola De Noni, onde é possível conhecer desde os parreirais até o processo de produção dos vinhos. Fig. 25: Vinícola Mazon. Fig. 26 Parreiras da Vinícola Mazon.
  • 43. 43 FESTAS TÍPICAS Festas Típicas Festa do vinho A Festa do Vinho que está em sua XV edição, é realizada bienalmente em Urussanga no Parque Municipal Ado Cassetari Vieira, com notoriedade nacional, devido às atrações e ao grande número de visitantes que traz à cidade. Ritorno Alle Origini A festa, realizada no Parque Municipal Ado Cassetari Vieira nos anos impares, reúne gastronomia, olimpíadas coloniais e shows típicos e nacionais.Tem como objetivo resgatar e divulgar valores étnicos que moldaram a identidade dos moradores de Urussanga.. Vindima Goethe Festa voltada a viticultura, abrange a colheita da uva, visitação à vinícolas e degustação de vinhos. Nos restaurantes acontece um festival enogastronômico com pratos elaborados ou acompanhados pela uva ou vinho Goethe. Moto Vinho Festa tradicional, no Parque Municipal, onde ocorre encontro de motoqueiros de todas as regiões do país. A festa envolve também a enogastronomia e a musicalidade da região. Fig. 27: Festa do Vinho. Fig. 28: Princesas da Vindima Goethe. Fig. 29: Cartaz de divulgação da Vindima Goethe.
  • 44. O PATRIMÔNIO Fig. 30: Detalhe da Porta da Igreja São Gervásio e Protásio.
  • 45. Análise dos conceitos de patrimônio, a sua importância para a cidade e para a identidade do lugar. Levantamento do patrimônio histórico em Urussanga com o uso de fichas, contendo a localização, características, possibilidade de visitação e distânticas, para assim obter informações suficientes para a execução dos roteiros turísticos.
  • 46. 46 PATRIMÔNIO “Patrimônio histórico. A expressão designa um bem destinado ao usufruto de uma comunidade.” (CHOAY, 2006, p.11). “Bem, ou conjunto de bens culturais ou naturais, de valor reconhecido para determinada localidade, região, país, ou para a humanidade, e que, ao se tornar(em) protegido(s), como, p. Ex., pelo tombamento deve(m) ser preservados(s) para o usufruto de todos os cidadãos.” (DIC. AURÉLIO, 1999). A preservação do patrimônio está apoiada no artigo 216 da Constituição Federal de 1988, em que define o patrimônio como: “os bens de natureza material ou imaterial, tombados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira (…)”. No fim da Segunda Guerra Mundial, após os traumas ocasionados pela guerra, aconteceu um aumento no interesse em relação ao patrimônio, passando a englobar o conceito de patrimônio urbano e também a denominação de imaterial ou intangível do patrimônio. Surge, também, o conceito de patrimônio cultural, que por definição se resume a tudo o que representa a cultura de um povo, a formação de uma comunidade. Podendo ser classificado como patrimônio materiale imaterial. O materialseria representado pelas edificações, objetos de arte, bens arqueológicos, os bens “palpáveis”. Já o patrimônio imaterial são as festas, costumes, dialetos, lendas, culinária etc. (IPHAN, 2010). A preservação aparece, então, como uma forma de manter viva a história e a memória de todo uma população e região. “A arquitetura representa um dos testemunhos mais perenes da existência de novos elementos no contexto local, dá forma e confere identidade aos lugares. Torna-os especiais”. (IPHAN, 2010). No ato de preservar, o tombamento aplica uma legislação específica através do Poder Público. Podendo ser aplicado aos bens móveis e imóveis. No Brasil, a preservação é oriunda do tombamento instituído pelo Decreto-Lei n. 25, de 30 de novembro de 1937. “O tombamento de coisa pertencente à pessoa natural ou à pessoa jurídica de direito privado se será voluntária ou compulsoriamente”. Assim, a obrigatoriedade de preservação na maioria dos casos faz surgir um sentimento de revolta em muitos proprietários, que passaram a não se sentir mais donos do imóvel, e consequentemente, prejudicando o próprio processo de preservação (CANCILLIER, 2015). Atualmente, com o PAC Cidades Históricas (PACCH), espera-se que diversos municípios sejam contemplados com o Programa que, além de trazer investimentos para a recuperação, restauração de monumentos e conjuntos urbanos, permite a participação da sociedade ao longo do processo. “A proteção do patrimônio ambiental urbano está diretamente vinculada à melhoria da qualidade de vida da população, pois a preservação da memória é uma demanda social tão importante quanto qualquer outra atendida pelo serviço público.” (IPHAN, 2010).
  • 47. 47 PATRIMÔNIO Paisagem Cultural O conceito de paisagem cultural foi adotado, em 1992, pela Unesco e incorporado como um novo tipo de reconhecimento dos bens culturais.Anteriormente, os sítios reconhecidos nessa categoria eram relacionados a áreas rurais, sistemas agrícolas tradicionais, jardins históricos e outros locais de cunho simbólico. (IPHAN, 2009). Em acordo com a Unesco, o Iphan regulamentou a paisagem cultural como instrumento de preservação do patrimônio cultural brasileiro em 2009, por meio da Portaria nº 127. A Paisagem Cultural Brasileira é uma parte peculiar do território nacional, que representa o processo de interação do homem com o meio natural, em que a vida e a ciência humana deixaram marcas ou conferiram valores. O valor da paisagem cultural decorre da sua função e sua capacidade de reter marcas e registros antrópicos. O homem é um dos elementos de valor na paisagem, a leitura e compreensão da mesma não se limita ao espaço. “É um conjunto único e indissociável, em perpétua evolução”. O Brasil apresenta uma grande diversidade de paisagens, costumes e lugares. Compõem a paisagem cultural o sertanejo e a caatinga, o candango e o cerrado, o pantanal e o boiadeiro, o gaúcho e os pampas, o pescador e os barcos tradicionais, as tradições da mata e as tribos indígenas. Outros tantos personagens e lugares formam o painel das riquezas culturais brasileiras, destacando-se a relação exemplar entre homem e natureza (IPHAN, 2009). Porém é complexa essa preservação já que provem dessa relação, não estática, do homem com a natureza. Assim, a população tem um papel fundamental na preservação desse patrimônio, por meio do reconhecimento dos valores e significados. O desenvolvimento da cidade de Urussanga tem sido moldado por uma fusão entre natureza e cultura. Além de ser um dos maiores núcleos urbanos deixado pela colonização italiana, Urussanga é também local onde as manifestações culturais ali produzidas expressam a síntese dos imigrantes italianos. Fig. 31: Sobrado Bocardo e a paisagem.
  • 48. 48 PATRIMÔNIO Cultura, gastronomia e patrimônio O ato de se alimentar não é apenas biológico, é também social e cultural. Possui um significado simbólico para cada sociedade, e para cada cultura. É fator de diferenciação cultural, uma vez que a identidade é comunicada pelas pessoas também através da comida. A alimentação é memória. A gastronomia, assim, adquire uma importância cada vez maior para a promoção de um destino turístico. A gastronomia como um produto, ou mesmo um atrativo de um determinado local, é muito importante do ponto de vista turístico, já que representa uma cultura, a identidade de uma região (FURTADO 2004). A gastronomia se apresenta como uma forma de turismo cultural já que é um importante meio para demonstrar como vivem os habitantes de cada região em determinada época. Neste sentido a cultura de um país está integrada a alma do povo, como a sua gastronomia, seu patrimônio, seus valores, costumes e história. Desta forma a cultura de um lugar e sua comida típica estão intimamente ligados. De acordo com Schluter (2003, p. 69), “a dimensão social e cultural da gastronomia determinou incorpora-la ao complexo emaranhado das políticas de patrimônio cultural”. O turismo e a gastronomia são inseparáveis, pois não se pode pensar em turismo, e não prever a alimentação para curta ou longa permanência, onde o visitante não pode abster-se dela e sempre tende a experimentar a cozinha local. Esse contato entre turistas e membros da comunidade de se realizar com respeito e interesse mútuo. Para a comunidade, além da troca de cultura com os visitantes, o espaço gastronômico torna-se um novo ponto de encontro, uma nova opção de lazer para os próprios cidadãos. A culinária no Brasil tem influências principalmente dos europeus, africanos, indígenas. Em Urussanga, é perceptível a influência dos colonizadores italianos nos pratos típicos como polenta, galinha ensopada, salames, vinho etc. A culinária tem seu papel importante como patrimônio que, em 2000, por exemplo, o acarajé, comida baiana comercializada pelas baianas, foi, instituído como bem cultural, pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. Ao redor do mundo é possível ver outros exemplos onde a gastronomia atinge o nível de patrimônio. A gastronomia portuguesa foi oficialmente declarada como Patrimônio Cultural em seu país em 2000. O México é considerado pela UNESCO como um dos países com maior patrimônio cultural e fez o pedido em 2006 para que a comida mexicana seja declarada como patrimônio da humanidade. Em Viena, na Áustria, desde 2011, a cultura de frequentar as tradicionais casas de café vienenses é listada como Patrimônio Cultural Imaterial pela UNESCO. O café vienense é descrito no inventário como um lugar “onde o tempo e o espaço são consumidos, mas apenas o café é encontrado na conta”. (UNESCO, 2011). De acordo com Furtado (2004), as pessoas buscam novos conhecimentos, querem experimentar novos sabores, vivenciar outras culturas e a gastronomia pode ser o motivo principal, ou o inicial, para se conhecer determinado local.
  • 49. Fig. 32: Polenta e sua festa Fig. 33: Decoração “gastronômica” da cidade em épocas de festas.
  • 50. 50 PATRIMÔNIO IPHAN FCC Patrimônio em Urussanga A partir do legado histórico e cultural deixado pelos imigrantes italianos, Urussanga apresenta um rico patrimônio, sendo o material, representado pela arquitetura ítalo-brasileira, que se destaca em todo o estado. O patrimônio material totaliza, desde 2001, 22 edificações tombadas pela FCC e 3 edificações tombadas pelo IPHAN. O núcleo urbano, a praça Anita Garibaldi, formado desde o início da colonização e que se mantém vivo até os dias atuais, concentra 18 edificações tombadas e é reconhecido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, como o centro urbano mais representativo da arquitetura ítalo-brasileira do estado de Santa Catarina. “Dentre as edificações históricas ítalos-brasileiras que compõem o cenário urbano, é possível observar características comuns, como o alinhamento da edificação, seguindo o passeio público; o uso de platibanda escondendo o telhado de madeira revestido com telhas de barro; e seu sistema construtivo de paredes autoportantes de tijolos maciços sobre alicerce de pedra.” (CANCILLIER, 2015). Entretanto, sua riqueza, formada por paisagens naturais, suas manifestações culturais e sua arquitetura com 25 bens tombados e o forte apelo ao turismo ainda não gerou uma estrutura capaz de fornecer à Urussanga uma gestão adequada de seu patrimônio. Urussanga possui grande riqueza cultural, mas sofre os reflexos do não aproveitamento destes recursos. Grande parte do patrimônio tombado na região central funciona como comércio e prestação de serviços, mantendo uma relação próxima no cotidiano por ser o principal centro comercial da cidade, porém pouco valorizada no seu sentido histórico. Diversas edificações com importante valorhistóricoapresentamsériosproblemasdeconservaçãoeadequadautilização.Nomunicípio é comum a ideia de que o patrimônio tombado prejudica o processo de desenvolvimento urbano, pois, em geral, as pessoas associam a preservação com o engessamento. E isso reflete diretamente no estado de conservação dos bens. (CANCILLIER, 2015). “É gritante a necessidade de educação patrimonial e manutenção técnica da cultura local, não apenas para valorização docentrohistóricotombadoedosítiohistórico,maspelavalorização dos bairros, da cultura imaterial local.” (MAZON, 2009). Assimsepercebequeafaltadediálogoedeinformações sobre o patrimônio, é um dos fatores responsáveis pelo uso e intervenções inapropriadas, pelo abandono e deterioração das edificações tombadas, assim como a gestão inadequada do patrimônio. (CANCILLIER, 2015). “A condição de cidades históricas, considerada como um privilégio, por representar uma forte identidade, que deve ser reconhecida, valorizada e responsável até por gerar economia, acaba estagnada” (CANCILLIER, 2015).
  • 51. AS FICHAS Fig. 34: Sobrado Nichele
  • 52. ENDEREÇO localidade ANO DA CONSTRUÇÃO uso Tombamento estado de conservação Visitação Tempo de Visitação distância do centro de informações características 52 PATRIMÔNIO CASA FAMÍLIA BEZ FONTANA Estrada Geral do Rio América Baixo s/n Rio América Baixo 1901 Residencial Nacional - IPHAN Conservada Agendada 30 min 1,5 km 20 min 6 min 3 min Imersa em uma paisagem quase bucólica, a residência, junto à marcenaria, serraria e atafona, é considerada um dos mais importantes exemplares de sobrado ítalo-brasileiro de madeira no país. Em estilo colonial, foi construida a partir de alicerces de pedra bruta com paredes de madeira natural e tijolo maciço. Com um entorno paisagístico notável este conjunto de edificações, apesar de estar inserido no perímetro urbano da cidade, possui características rurais. Ao adentrar na propriedade avista-se duas rodas d’água e a residência com sobrado de madeira, que abriga os quartos e sala, e cozinha separada do corpo principal dacasa,dealvenariadetijolomaciçorebocado.Osobradopossuicoberturaduaságuasdemadeiracobertascomtelhadebarro eassoalhodemadeiracorrida.Ointeriordacasaéumdosmaisautênticoseconservadosencontradosnaregiãodeimigrantes orieundos da Itália.
  • 53. ENDEREÇO localidade ANO DA CONSTRUÇÃO uso Tombamento estado de conservação Visitação Tempo de Visitação distância do centro de informações características 53 PATRIMÔNIO CASA Ivanir cancelier Estrada Geral Rio Maior (SC 446) Rio Maior 1909 Residencial Nacional - IPHAN Conservada Agendada 30 min 6,9 km 1h32min 35 min 8 min Trata-se de uma das construções mais significativas da arquitetura ítalo-brasileira encontradas em Santa Catarina. Construída noestilocolonial,aresidênciadafamíliaestádepéháumséculoechamaatençãopelabelezaàsmargensdaSC446.Aindahoje, a família Cancelier reside no local. A edificação rural térrea com planta retangular tradicional simétrica e com sótão construida em alvenaria autoportante, com tijolos de barro maciço, rebocada com cal sobre alicerce de pedra aparente. Possui cobertura em duas águas, sendo estrutura de madeira e telhas de barro, com cumeeira paralela à fachada principal e beiral com cimalha em cantaria (pedra).
  • 54. ENDEREÇO localidade ANO DA CONSTRUÇÃO uso Tombamento estado de conservação Visitação Tempo de Visitação distância do centro de informações características 54 PATRIMÔNIO Igreja são Gervásio e São Protásio Estrada Geral Rio Maior (SC 446 KM 9) Rio Maior 1912 Religioso Nacional - IPHAN Conservada (interior com paredes não originais) Agendada 30 min 6,6 km 1h28min 34 min 7 min Construída em pedra arenito pelos imigrantes italianos que colonizaram a região, é um exemplar único de arquitetura religiosa de cantaria de pedra (pedra grez) no Estado. Possui planta retangular simples com campanário separado do corpo principal da edificação. Sua fachada principal, com frontão triangular rebocado e pintado de branco com óculo central e pináculos também de pedra, possui porta central de verga reta com pequeno frontão curvo de tijolo maciço. As aberturas das fachadas laterais são em arco pleno com esquadrias de madeira de bandeira fixa e vidros coloridos. As portas possuem requadros de pedra e verga reta, com folhas almofadadas.
  • 55. ENDEREÇO localidade ANO DA CONSTRUÇÃO uso Tombamento estado de conservação Visitação Tempo de Visitação distância do centro de informações características 55 PATRIMÔNIO Casa de Pedra Cancellier Estrada Geral Rio Maior (SC 446) Rio Maior 1902 Comercial - Artesanato Estadual - FCC Restaurada Terça à Sábado - 09h às 17h 30 min 7 km 1h34min 36 min 8 min Construídaemalvenariadepedraaparentenoladoexterior,rebocadanointerior.Possuicoberturaemduaságuas,apresentando o beiral e cimalha em cantaria. Edificação térrea com sótão, apresenta planta retangular dividida em duas metades por uma parede de pedra. Aberturas com requadros em madeira, vergas retas e fechamento em folhas de madeira. Atualmente abriga o ateliê e loja de artesanto Casa de Pedra.
  • 56. ENDEREÇO localidade ANO DA CONSTRUÇÃO uso Tombamento estado de conservação Visitação Tempo de Visitação distância do centro de informações características 56 PATRIMÔNIO Sobrado Família Bocardo Estrada Geral Rio Maior (SC 446 KM 12) Rio Maior 1921 Residencial - Hospedagem Alternativa Estadual - FCC Restaurada Externa 20 min 6,4 km 1h27min 34 min 7 min Exemplar da arquitetura Ítalo-brasileira, o sobrado rural de planta retangular com dois pavimentos encontra-se implantada em terreno com aclive, possuindo entorno de grande beleza. A cobertura de duas águas com cimalhas de tijolos em diagonal, apresentando cunhais na fachada principal e lambrequim nos beirais. Possui fachada com seqüência de aberturas de vergas retas e esquadrias de madeira maciça almofadada. Foi construído em base de pedra bruta, com paredes de tijolo maciço, com reboco de barro e cal, que variam de 20 a 50 centímetros de largura. Cobertura com estrutura de madeira em duas águas com telhas de barro.
  • 57. ENDEREÇO localidade ANO DA CONSTRUÇÃO uso Tombamento estado de conservação Visitação Tempo de Visitação distância do centro de informações características 57 PATRIMÔNIO Sobrado Família Mazzico Estrada Geral Rio Maior (SC 446) Rio Maior 1912/1922 Sem Uso Estadual - FCC Bom Externa 10 min 7,7 km 1h43min 38 min 9 min Em estilo colonial, este sobrado foi construído em 02 etapas. Possui recuo considerável em relação à rodovia, localizando-se mais próximo da área verde do terreno. Consiste em um sobrado de dois pavimentos com cobertura em duas águas revestidas com telha Canae. Abriagava a atividade de comércio no pavimento térreo e residencial no superior. Trata-se de uma edificação austera, onde se destaca os trabalhos das cimalhas e os requadros das aberturas, que na parte mais nova são de argamassa e na mais antiga são de madeiras. Nas empenas laterais da edificação encontra-se lambrequim de madeira acompanhando o beiral. A parte inicial do sobrado foi construída de pedras brutas com argamassa de barro e cal. Já a segunda fase dele foi construída de tijolo maciço e argamassa de barro. A base do sobrado, em sua totalidade, foi feito de pedra bruta, com peças de até um metro de comprimento.
  • 58. ENDEREÇO localidade ANO DA CONSTRUÇÃO uso Tombamento estado de conservação Visitação Tempo de Visitação distância do centro de informações características 58 PATRIMÔNIO Antiga Vinícola Caruso Macdonald Estrada Geral Rio Maior (SC 446 KM 12) Rio Caeté 1935 Religioso - Restaurada Sim 20 min 5,7 km 1h14min 28 min 11 min igreja em estilo bizantino, projetada por um arquiteto russo de passagem na época. Seu estilo é único no município. As pedras para o alicerce foram trazidas de Rio Salto e os tijolos, a areia e as telhas, transportados de trem da localidade de Esplanada.
  • 59. ENDEREÇO localidade ANO DA CONSTRUÇÃO uso Tombamento estado de conservação Visitação Tempo de Visitação distância do centro de informações características 59 PATRIMÔNIO Sobrado Família Mazzico Rua César Mariot, 383 Centro 1913 Sem Uso/Fábrica de Vermute - Precário Agendada 30 min 0,50 km 6 min 2 min 2 min Edificação datada de 1913, fundada pelo jornalista Giuseppe Caruso Mac Donald, responsável pela introdução da uva Goethe na região. No seu auge, a empresa chegou a ter capacidade de estocagem de dois milhões de litros em seus tonéis de tijolo maçico aparente, Atualmente a antiga vinícola é dividida em uma parte desativada (sem cobertura) e outra onde ainda se produz vermute.
  • 60. ENDEREÇO localidade ANO DA CONSTRUÇÃO uso Tombamento estado de conservação Visitação Tempo de Visitação distância do centro de informações características 60 PATRIMÔNIO Conjunto ed. Vinícola Cadorin (18) Rua Américo Cadorin 43, 61 e 83 Centro 1927 Parte do conjunto em uso comercial Estadual - FCC Precário Externa 1 hora 0,35 km 4 min 2 min 1 min Com influências do estilo ítalo-brasileiro, adaptado às técnicas e às características da construção local, foram construídas com tijolosmaciçossobrealicercedepedrabruta.Conjuntode3construçãoemterrenoirregular,possibilitandoassimdiversosníveis e acessos nas edificações. Esta edificação também possui alinhamento com o passeio público, sendo considerado este uma extensão da casa. A cor original do conjunto é a que se encontra até hoje: predominância branca com detalhes e aberturas em marrom. As construções já agrigaram um das mais importantes indústrias vinícolas do Estado.
  • 61. ENDEREÇO localidade ANO DA CONSTRUÇÃO uso Tombamento estado de conservação Visitação Tempo de Visitação distância do centro de informações características 61 PATRIMÔNIO Igreja Matriz N. S. da Conceição (17) Praça Anita Garibaldi 06 Centro 1923/1945 Religioso Estadual - FCC Bom 08:00 às 22:00, Quarta até 16:00 30 min 0,35 km 4 min 2 min 1 min Com arquitetura eclética e traços neoclássicos, está situada estrategicamente elevada em relação ao nível da praça, possuindo então uma imponente escadaria de acesso. A construção ocorreu entre 1923 (Campanário - torre com sinos) e 1945 (Igreja). OinteriordaedificaçãopossuidesenhosepinturasfeitasporPedroCechet,presbitério(altarcentral)emmármorecomdetalhes em madeira ladeado pela imagem da Padroeira Nossa Senhora da Conceição e do Padroeiro da Diocese São José juntamente com quatro anjos adoradores, cópia fiel em gesso da obra “La Pietà” doada pelo Papa Paulo VI no centenário da cidade em 1978. A edificação é um importante marco da colonização italiana, pelo estilo e decoração. O sino e o relógio foram trazidos da Itália. A Gruta Nossa Senhora de Fátima fica próxima à Igreja Matriz e é aberta para visitação.
  • 62. ENDEREÇO localidade ANO DA CONSTRUÇÃO uso Tombamento estado de conservação Visitação Tempo de Visitação distância do centro de informações características 62 PATRIMÔNIO Casa Fornasa (16) Praça Anita Garibaldi esq. Rua Américo Cadorin 6 Centro 1892 Sem uso Estadual - FCC Precário Externa 5 min 0,3 km 4 min 2 min 1 min UmadasedificaçöesmaisantigasdaPraçaAnitaGaribaldi,foiaprimeiracasaareceberinstalaçãosanitáriaem1927.Comfacha assimétrica, possui numa das extremidades um pequeno volume superior em duas águas, na fachada voltada para a praça. Constru;ida com paredes autoportantes de tijolos maciços assentados sobre fundação de pedra.
  • 63. ENDEREÇO localidade ANO DA CONSTRUÇÃO uso Tombamento estado de conservação Visitação Tempo de Visitação distância do centro de informações características 63 PATRIMÔNIO Primeira Prefeitura (15) Praça Anita Garibaldi 14 Centro 1902 Institucional Estadual - FCC Bom 8:00 às 12:00, 13:00 às 17:00 10 min 0,28 km 4 min 2 min 1 min Edificação térrea em estilo ítalo-brasileiro, já abrigou a Prefeitura Municipal e atualmente é local para a Biblioteca Municipal. Alé desuaimportânciahistórica,épossuidoradeelementosarquitetônicosquemarcamaprimeirafasedaocupaçãodapraça.Sua fachada é simétrica, composta por aberturas com verga e arco pleno e platibanda balaustrada encimada por ânforas (vasos de origem grega).
  • 64. ENDEREÇO localidade ANO DA CONSTRUÇÃO uso Tombamento estado de conservação Visitação Tempo de Visitação distância do centro de informações características 64 PATRIMÔNIO Casa Damiani (14) Praça Anita Garibaldi 17 Centro 1929 Comercial - Bar Estadual - FCC Precário Horário comercial 20 min 0,28 km 4 min 2 min 1 min Sobradodepequenoporte,comtérreomaissótãoepequenasaberturassuperioresnaslaterais.Tevesuafachadafrontalalterada por causa do uso atual da edificação. Com simplicidade e sobriedade a fachada possui platibanda em desníveis coroada com arco abatido, dando destaque para a abertura que compõe o desenho da platibanda.
  • 65. ENDEREÇO localidade ANO DA CONSTRUÇÃO uso Tombamento estado de conservação Visitação Tempo de Visitação distância do centro de informações características 65 PATRIMÔNIO Casa Iva Damian (13) Praça Anita Garibaldi 73 Centro 1896 Comercial Estadual - FCC Bom Horário comercial 5 min 0,24 km 3 min 1 min 1 min Edificação térrea com linhas da arquitetura colonial luso-brasileira. Apresenta cobertura em duas águas, arrematada por platibanda frontal. A facha principal possui linhas tênues e alinhamento com o passeio público, liberando os fundos do terreno que tem acesso ao Rio Urussanga. A fachada lateral apresenta elementos da arquitetura ítalo-brasileira, com uma escada de acesso ao sótão coberta por um telhado independente com ornamentos (lambrequins).
  • 66. ENDEREÇO localidade ANO DA CONSTRUÇÃO uso Tombamento estado de conservação Visitação Tempo de Visitação distância do centro de informações características 66 PATRIMÔNIO Casa Miotello (12) Praça Anita Garibaldi 87 Centro 1943 Comercial Estadual - FCC Bom Hora’rio Comercial 5 min 0,22 km 3 min 1 min 1 min Emestiloeclético,foiconstruídacomparedesautoportantesdetijolomaciçosobrepedrasbrutas.Comdoispavimentos,alinha- se ao passeio. Possui porão alto e entrada principal lateral. O telhado é rodeado por platibanda que possui movimento curvo, acompanhando a verga do arco abatido da janela central.
  • 67. ENDEREÇO localidade ANO DA CONSTRUÇÃO uso Tombamento estado de conservação Visitação Tempo de Visitação distância do centro de informações características 67 PATRIMÔNIO Casa Césaro (11) Praça Anita Garibaldi 100 Centro 1937 Comercial Estadual - FCC Precário Horário comercial 10 min 0,17 km 2 min 1 min 1 min Com influência portuguesa, possui volumetria simples, com telhado em duas águas, janelas com venezianas e composição de fachada com cheios e vazios. Construída em parede autoportante de tijolo maçico inteiro assentando em argamassa de argila, tem como linguagem arquitetônica a luso-brasileira.
  • 68. ENDEREÇO localidade ANO DA CONSTRUÇÃO uso Tombamento estado de conservação Visitação Tempo de Visitação distância do centro de informações características 68 PATRIMÔNIO Casa Bez Batti (10) Praça Anita Garibaldi, 110 Centro 1936 Comercial Estadual - FCC Bom Externa 5 min 0,16 km 2 min 1 min 1 min Estilo eclético marcado pela presença das varandas laterais e porões altos. Possui fachada assimétrica
  • 69. ENDEREÇO localidade ANO DA CONSTRUÇÃO uso Tombamento estado de conservação Visitação Tempo de Visitação distância do centro de informações características 69 PATRIMÔNIO Palácio de Lucca (9) Avenida Presidente Vargas 128/132 Centro 1896 Comercial Estadual - FCC Bom Horário comercial 5 min 0,14 km 2 min 1 min 1 min Exemplar da arquitetura ítalo-brasileira, esta edificação está alinhada ao passeio e possui fachada assimétrica, onde se destaca o ritmo da sucessão de aberturas frontais com requadros em pedra e balcão com guarda corpo de ferro trabalhado. A fachada encontra-se muito poluída por letreitos e marquises.
  • 70. ENDEREÇO localidade ANO DA CONSTRUÇÃO uso Tombamento estado de conservação Visitação Tempo de Visitação distância do centro de informações características 70 PATRIMÔNIO Casa Lucas Bez Batti (8) Praça Anita Garibaldi 146 Centro 1925 Comercial Estadual - FCC Bom Horário comercial 5 min 0,12 km 2 min 1 min 1 min Edificação térrea, alinhada ao passeio, em estilo eclético com traços neoclássicos. A fachada frontal é simétrica e ricamente ornamentada.Otelhadoélimitadofrotalmenteporplatibandavazadacompináculosepilastrasbalaustradas,rompidaporfrontão triangular.
  • 71. ENDEREÇO localidade ANO DA CONSTRUÇÃO uso Tombamento estado de conservação Visitação Tempo de Visitação distância do centro de informações características 71 PATRIMÔNIO Casa Caetano Bez Batti (7) Praça Anita Garibaldi 166 Centro 1936 Comercial Estadual - FCC Bom Hora’rio Comercial 5 min 0,1 km 1 min 1 min 1 min Com características ecléticas, sofreu influência volumétrica dos sobrados ítalos-brasileiros. Com dois pavimentos apresenta volumetria assimétrica e sem ritmos de aberturas e formas. O telhado em duas águas é acabado por platibanda com diferentes formas geométricas, acentuando a assimetria da edificação.
  • 72. ENDEREÇO localidade ANO DA CONSTRUÇÃO uso Tombamento estado de conservação Visitação Tempo de Visitação distância do centro de informações características 72 PATRIMÔNIO Casa Mazzucco, Marlene Rosa (6) Praça Anita Garibaldi, 180 Centro 1914 Comercial Estadual - FCC Bom Externa 5 min 80 m 1 min 1 min 1 min Com traços da arquitetura ítalo-brasileira, apresenta volumetria avantajada de dois pavimentos, alinhada ao passeio, possui fachada simétrica simples, com aberturas toscas. Possui telhado em duas águas com platibanda frontal destoando do resto da edificação por seu acabamento atípico, com paredes construídas de alvenaria autoportante com tijolos maciços de barro assentados sobre fundação de pedra.
  • 73. ENDEREÇO localidade ANO DA CONSTRUÇÃO uso Tombamento estado de conservação Visitação Tempo de Visitação distância do centro de informações características 73 PATRIMÔNIO Casa Búrigo (5) Praça Anita Garibaldi 209 Centro 1944 Comercial Estadual - FCC Bom (descaracterizada) Hora’rio Comercial 5 min 0,1 km 1 min 1 min 1 min ComcaracterísticasdoestiloArtDéco,estesobradopossuiformassimples,aberturasdelinhasretasegeometriadeelementos verticais e círculos. A edificação expressa a fase posterior de consolidação da imagem arquitetônica da praça e hoje placas de propaganda acabam descaracterizando sua fachada.
  • 74. ENDEREÇO localidade ANO DA CONSTRUÇÃO uso Tombamento estado de conservação Visitação Tempo de Visitação distância do centro de informações características 74 PATRIMÔNIO Casa Carmela Bez Batti (4) Praça Anita Garibaldi esq. Trav, Domingos Rocha Centro 1948 Misto Estadual - FCC Bom Hora’rio Comercial 5 min 70 m 1 min 1 min 1 min Com influências Art Déco, a fachada possui composições lineares, linhas que enfatizam as formas geométricas. As janelas são ornamentadascombordasemauto-relevoeháavalorizaçãodaesquina.Atualmenteestádescaracterizadadevidoaousodado a edificação.
  • 75. ENDEREÇO localidade ANO DA CONSTRUÇÃO uso Tombamento estado de conservação Visitação Tempo de Visitação distância do centro de informações características 75 PATRIMÔNIO sobrado Nichele (1) Avenida Presidente Vargas 7 Centro 1907 Sem Uso Estadual - FCC Precário Externa 30 min 0 km 0 min 0 min 0 min Sobrado eclético com influência neoclássica, de planta quadrangular de dois pavimentos alinhados ao passeio. Com uma diversidade de elementos construtivos e ornamentos no estilo eclético, este sobrado possui grande valor estético e histórico. Possui platibanda com elementos em forma de pináculos e é arrematado por um frontão de formas curvilíneas. A relação de cheios e vazios é desequilibrada pelo grande número de aberturas nas fachadas. A simetria da fachada principal é marcada por suas grandes portas e janelas guarnecidas por balcão corrido com gradil de ferro forjado.
  • 76. ENDEREÇO localidade ANO DA CONSTRUÇÃO uso Tombamento estado de conservação Visitação Tempo de Visitação distância do centro de informações características 76 PATRIMÔNIO Casa Nichele (2) Avenida Presidente Vargas 27 Centro 1908 Residencial Estadual - FCC Bom Externa 5 min 20 m 1 min 1 min 1 min Edificação térrea, com fachada neoclássica. Com o sótão alterado se assemelha aos demais sobrados da Praça Anita Garibaldi. Apresenta cunhais que se ligam através de frisos e platibanda centralizada por pequeno frontão, onde encontram-se as iniciais do primeiro proprietário e a data da construção.
  • 77. ENDEREÇO localidade ANO DA CONSTRUÇÃO uso Tombamento estado de conservação Visitação Tempo de Visitação distância do centro de informações características 77 PATRIMÔNIO Casa Bettiol, Adélia e Olinda (3) Avenida Presidente Vargas 43 Centro 1933 Residencial Estadual - FCC Bom Externa 5 min 35 m 1 min 1 min 1 min Em uma das principais vias do centro de Urussanga, a construção possui grande requinte de detalhes. A fachada principal tem como ponto alto a porta de acesso principal mais larga, envidraçada de quatro folhas. A platibanda ao centro possui um pequeno frontão contornado por volutas, onde está escrita a data de construção.
  • 78. ENDEREÇO localidade ANO DA CONSTRUÇÃO uso Tombamento estado de conservação Visitação Tempo de Visitação distância do centro de informações características 78 PATRIMÔNIO Estação de Trem Rua Lúcia Delfino da Rosa Estação 1925 Institucional Municipal Bom Hora’rio Comercial - Sábado 9:00 às 12:00 30 min 1,3 km 16 min 3 min 4 min Estação da Estrada de Ferro Dona Teresa Cristina, foi construída em alvenaria de tijolos e possui cobertura em quatro águas avançadasnaplataformadeacessoetorreãonalateral.AtualmenteésededaAssociaçãoPro-GoetheedoCentrodeInformações turísticas.Fazpartedos“Bensdeclaradosvalorhistórico,artísticoecultural”na“ListadoPatrimônioCulturalFerroviário”doIPHAN.
  • 79. ENDEREÇO localidade ANO DA CONSTRUÇÃO uso Tombamento estado de conservação Visitação Tempo de Visitação distância do centro de informações características 79 PATRIMÔNIO Vinícola Mazon Rodovia Genésio Mazon (km 5) São Pedro 1970 Vinícola, Restaurante e Pousada - Bom Seg. à Sex. das 8:00 às 17:00h. Sáb., Dom. das 10:00 às 15:00h. 2 horas 5,9 km 1h12min 20 min 11 min Entre as variedades introduzidas na vinícola, merece destaque a Goethe que possui características próprias que diferenciam o seu vinho das demais cepas cultivadas. Os parreirais da Vigna Mazon abrangem as variedades GOETHE, NIAGARA e ISABEL, correspondendo a 50% da necessidade para produção dos vinhos. Além destas cepas, adquire-se das Serra Gaúcha e Serra Catarinense a uva Cabernet Sauvignon e Merlot. A propriedade, hoje, agregou mais um segmento produtivo, o de serviços atravésdoturismo.Osconsumidorespodemdesfrutardemomentosagradáveiscomplementadoscomdegustaçãodosvinhos, alimentação e hospedagem.
  • 80. ENDEREÇO localidade ANO DA CONSTRUÇÃO uso Tombamento estado de conservação Visitação Tempo de Visitação distância do centro de informações características 80 PATRIMÔNIO Vinhos Trevisol Estrada Geral do Rio Caeté s/n Rio Caeté - Vinícola - Bom Seg. à Sáb. das 8:00 às 18:00h. Dom. das 09:00 às 16:30h. 1 hora 6,2 km 1h21min 30 min 9 min Visitaaosparreiraispróprios,produçãodevinhos,sucosedegustação.FazpartedaassociaçãodeprodutoresdevinhoProgoethe.
  • 81. ENDEREÇO localidade ANO DA CONSTRUÇÃO uso Tombamento estado de conservação Visitação Tempo de Visitação distância do centro de informações características 81 PATRIMÔNIO Viniícola Casa del nonno Rua Olívio G. Mariot 79 Centro 1975 Vinícola - Bom Seg. à Sex. das 8:00 às 18:00h. Sábado 08:00 às 12:00h. 1 hora 0,4 km 5 min 2 min 1 min Com o objetivo de produzir uma variação de vinhos e espumantes de elevado padrão de qualidade, a Vitivinícola emprega os cuidadosartesanaisrepassadospelasgerações,aliando-osaosmodernosmétodosdevinificação.Destaforma,atransformação da uva em vinho resulta em rótulos superiores, garantindo satisfação e bem-estar aos paladares mais exigentes. Os principais vinhedos da vinícola, são os vinhedos de Urussanga, situados na localidade de Rio Salto a 8 km do centro da cidade. Faz parte da associação Progoethe.
  • 82. 82 PATRIMÔNIO Dando um destaque ao entorno da praça Anita Garibaldi, que concentra o maior número de edificações tombadas - 18 no total- e é o principalcentro urbano desde o início da colonização, o mapa a seguir mostra as construções tombadas no entorno da praça e seu atual estado de conservação. 1 2 4 3 Praça Anita Garibaldi 1 2 3 5 4 6 7 8 9 10 11 12 13 14 1615 17 18 Escala 1/2000
  • 83. 83 PATRIMÔNIO 1 3 2 4 Fig. 35: Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição. Fig. 36: Praça Anitta Garibaldi e o entorno com bens tombados. Fig. 37: Antiga Vinícola Cadorin. Fig. 38: Edificações tombadas no entorno da Praça. Edificação tombada em nível estadual em bom estado de conservação Edificação tombada em nível estadual em precário estado de conservação LEGENDA
  • 84. Fig. 39: Patrimônio e a paisagem. OS ROTEIROS
  • 85. Após a execução das fichas com as principaisedificaçõescomvalorhistórico e potencial turísitco na cidade, pode- se ver quais construções poderiam fazer parte dos roteiros, valorizando-as, valorizando o patrimônio, a identidade do munícipio e criando novas opções de renda para os proprietários.
  • 86. Fig. 40: Vias e a paisagem natural
  • 87. 87 ROTEIROS A partir do levantamento de todos os potenciais da cidade de Urussanga, criou-se roteiros que abrangem tanto as vinícolas, como os patrimônios materiais e imateriais. Assim, foi desenvolvida três rotas para que seja possível realiza-las de três diferentes meios, a pé, de bicicleta ou de carro. A seleção das vias que fazem parte dos roteiros é justificada pela sua beleza cênica das paisagens rurais bucólicas, pela presença dos trilhos da ferrovia criando uma ambiência única, pela sua estrutura com ciclovias e calçadas acessíveis ou pela diversidade de usos.Acartografia para o uso do turista, deve explicar com clareza e simplicidade as informações através dos mapas. É a partir do “conjunto de significados representados nesse mapa turístico, através dos signos (simbologia), orientação e escala, que o visitante irá se guiar para conseguir chegar ao lugar desejado com mais facilidade e entendimento” (ULLER, 2010, p. 49). Fig. 41: Vias revitalizadas com calçadas acessíveis e ciclovias. Fig. 42: Via pitoresca com características rurais. Fig. 43: Ferrovia paralela às vias. Fig. 44: Via central cercada de comércio e edificações.
  • 89. 89 ROTEIROS ROTEIRO A DE PARA DISTÂNCIA (km) Casarão Nichele Praça Anita Garibaldi 0,2 Praça Anita Garibaldi Igreja N. S. da Conceição 0,1 Igreja N. S. da Conceição Antiga Vinícola MacDonald 0,3 Antiga Vinícola MacDonald Vinícola Del Nonno 0,35 Vinícola Del Nonno Parque Municipal 0,6 Parque Municipal Estação Ferroviária 1,1 Estação Ferroviária Casarão Nichele 1,4 TOTAL 2,6 2,6 km Sobrado Nichele Praça Anita Garibaldi Entorno formado por 18 casarios históricos tombados pela FCC Igreja Nossa Senhora da Conceição Antiga Vinícola Caruso MacDonald Vinícola del Nonno Parque Municipal Ado Cassetari Vieira Museu da Imigração Estação Ferroviária 1 2 3 4 5 6 Roteiro no centro da cidade, sendo possível realizá-lo a pé. Engloba desde o patrimônio histórico da antiga estação ferroviária do município até o conjunto de edificações tombadas no entorno da Praça Anita Garibaldi. Subindoaescadaria,encontra-seaIgrejaMatriz N. S. da Conceição e uma visão panorâmica da cidade. Seguindo é possível ver a primeira vinícola de Urussanga, atualmente inativa, a CarusoMacDonalde posteriormenteconhecer e degustar os vinhos da Vinícola Del Nonno. Já no Parque Municipal encontra-se uma área de 8 hectares e o Museu da Imigração Italiana. 7 3h40min 3h30min4h Fig. 45: Entorno da Praça.
  • 91. 91 ROTEIROS ROTEIRO B DE PARA DISTÂNCIA (km) Casarão Nichele Vinícola Mazon 6,3 Vinícola Mazon Vinícola De Noni 0,3 Vinícola De Noni Estação Ferroviária 5,5 Estação Ferroviária Vinícola Trevisol 6 Vinícola Trevisol Vinícola Del Nonno 6,1 Vinícola Del Nonno Igreja N. S. da Conceição 0,5 Igreja N. S. da Conceição Praça Anita Garibaldi 0,1 Praça Anita Garibaldi Casarão Nichele 1,4 TOTAL 25 25 km Sobrado Nichele Vinícola De Noni Vinícola Mazon Estação Ferroviária Vinícola Trevisol Vinícola Del Nonno Igreja N. S. da Conceição Praça Anita Garibaldi 1 2 3 4 5 6 Roteiro que abrange o centro e o sul da cidade, dando destaque para as vinícolas do município. A partir do Casarão Nichele segue até o bairro São Pedro, onde situam- se as vinícola De Noni e Mazon. Então, há o conjunto de edificações tombadas no entorno da Praça Anita Garibaldi. Subindo a escadaria, encontra-se a Igreja Matriz N. S. da Conceição e uma visão panorâmica da cidade. Seguindo é possível conhecer e degustar os vinhos da Vinícola Del Nonno. Um pouco mais afastada do centro encontra-se a localidade do Rio Caeté, em que existem edificações históricas, como a Igreja Santo Antônio, e também a Vinícola Trevisol. 7 8 7,0h 6,0 h- Fig. 46: Igreja Santo Antônio.