1.
Av sos
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§
Quando comecei a ler as «Confissões»,
parecia-me ver-me ali. Comecei a
encomendar-me muito a este glorioso
Santo. Quando cheguei à sua conversão
e li como ouviu aquela voz no jardim,
não me parecia senão que o Senhor me
falava a mim; de tal modo o sentiu o
meu coração. Estive um grande bocado
que toda me desfazia em lágrimas, e
dentro de mim mesma com grande
aflição e fadiga.
Oh! o que sofre uma alma, valha-me
Deus, por perder a liberdade que havia
de ter de ser senhora, e que tormentos
padece! Admiro-me agora como podia
viver em tanto tormento. Seja Deus
louvado, que me deu vida para sair de
morte tão mortal!
Estou convencida que a minha alma
ganhou tantas forças da Divina
Majestade, que deve ter ouvido meus
clamores e ter tido dó de tantas
lágrimas. Começou a crescer em
mim a disposição de estar mais
tempo com Ele e a tirarem-se-me dos
olhos as ocasiões; porque, uma vez
afastadas estas, logo voltava a amar Sua
Majestade. Bem entendia eu, a meu ver,
que O amava, mas não compreendia em
que consistia o amar deveras a Deus,
como o devia entender.
SANTA TERESA DE JESUS (1515 - 1582)
LIVRO DA VIDA 9:7.9
03 15:30h, na Sé: Eucaristia de encerramento
da Semana da Diocese.
04 São Carlos Borromeu (1338 - 1584).
21:00h | Encontro com a Bíblia.
ChAMA
DO CARMO
DE VIANA DO CASTELO
DOMINGO XXXI DO TEMPO COMUM
NS 201
NOVEMBRO 03 2013
05 Dia de oração pelos Defuntos da Ordem.
06 S. Nuno de Santa Maria (1360 - 1431).
Dia de oração pelas vocações.
14:00h | Tarde de adoração eucarística.
EXPOSIÇÃO
E VENDA DE PINTURA
07 B. Francisco Palau (1811 - 1872).
08 B. Isabel da Trindade (1880 - 1906).
09 Festa da Dedicação da Basílica de Latrão.
chamadocarmo.blogspot.com
Telefone 258 822 264
viana@carmelitas.pt
REGISTE AINDA, POR FAVOR...
16 NOV | 11:00h - Primeiro encontro d Crisma.
16 NOV | 15:30h - Magusto convívio.
17 NOV | Neste domingo na nossa Igreja do
Carmo não se celebram as Missas
das 10:00h e 11:30h.
Oração
LITURGIA DAS HORAS
• Semana III do Saltério.
A Palavra
DOMINGO XXXII DO TEMPO COMUM
• 2Macabeus 7:1-2.9-14.
• Salmo 16:1.5-6.8.15.
• 2Tessalonicenses 2:16-3:5.
• Lucas 20:27-38 ou 20:27.34-38.
( 10 DE NOVEMBRO)
Olhares sobre vidas
(sem) abrigo
2. Missão.
Há 19 anos atrás, iniciava esta caminhada dos Padres Carmelitas, com o Gabinete de Atendimento à
Família - GAF, rumo à inclusão, desenvolvimento e cidadania de famílias desfavorecidas. Caminhada que persiste
enquanto tal realidade existir e enquanto o GAF puder cumprir a missão que tem designada: “Desenvolver respostas
sociais de qualidade, com um espírito humanista e solidário, que promovam os direitos, a qualidade de vida, a
inclusão e a cidadania de indivíduos e famílias em situação de vulnerabilidade social e/ou económica.”
Olhares sobre vidas (sem) abrigo
Desde então, o GAF tem dado respostas a
famílias de todo o Distrito e de outros pontos do
país. Intervindo em áreas como a inserção
sócio-profissional de pessoas em situação de
sem-abrigo, carência económica, violência
doméstica e toxicodependência, o GAF promove
estratégias de intervenção comunitária que vão
desde a prevenção com crianças e jovens em
idade escolar (intervindo também com pais e
professores) à intervenção de última linha e
reinserção.
Com múltiplos serviços, e projetos, o GAF
conta com cerca de 60 colaboradores,
voluntários e estagiários de diversas escolas e
universidades. Tratando-se de respostas que
abordam direitos, liberdades e garantias, o seu
financiamento deriva de contratualizações
públicas com os Ministérios, donativos e
prestação de serviços que contribuem para a
sustentabilidade do GAF como é exemplo a
empresa de lavagem manual de automóveis,
Washgaf.
Olhares Sobre Vidas Sem-Abrigo
Esta iniciativa designada “Olhares sobre
Vidas (Sem) Abrigo”, do serviço de Unidade de
apoio na Toxicodependência (UAT) do
Gabinete de Atendimento à Família (GAF),
deriva da necessidade sentida pelos serviços
para a adoção de novos olhares sociais, quer
acerca da problemática da toxicodependência,
quer acerca da problemática dos sem abrigo.
Assim, com a colaboração do Pintor
Mário Rebelo de Sousa, do Convento do Carmo
em Viana do Castelo e de diversos pintores,
escultores e fotógrafos pretendemos concretizar
esta exposição “ Olhares sobre Vidas (Sem)
Abrigo” onde as fotografias retratam a
realidade sem abrigo e as pinturas e esculturas
a sua representação simbólica. Procuramos
através de várias formas de expressão
sensibilizar a comunidade em geral para esta
problemática de “Vidas (Sem) Abrigo”.
As obras estarão disponíveis para venda,
cujo valor reverte para o Gabinete de
Atendimento à família. A exposição estará
patente nos claustros do Convento do Carmo
entre os dias 03 e 30 de Novembro.
Dr. Miguel Fernandes
O SEM ABRIGO É
toda a pessoa que não possui residência fixa, pernoita na rua, carros e prédios abandonados, estações de metro ou de combóio, contentores, ou
aquele indivíduo que recorre a alternativas habitacionais precárias como albergues nocturnos, quartos ou espaços cedidos por familiares, ou que se
encontra a viver temporariamente em instituições,
centros de recuperação, hospitais ou prisões. Em
termos mais precisos, a tónica é assente na falta de
uma habitação digna e estável.
Todos os seres humanos têm direitos e deveres.
Encarar o fenómeno dos sem abrigo como “coitados dos pobrezinhos” não ajuda ninguém a sair
do ciclo reprodutivo da pobreza: “Filho(a) de sem
abrigo será sem abrigo”. A visão paternalista de
lidar com as questões da pobreza não promove a
eliminação da mesma. A igualdade de oportunidades para todo(a)s exige o exercício pleno de uma
democracia participativa. Quem detém alguma
responsabilidade sobre estas questões da pobreza deverá encará-la como uma questão humanista. Todos os humanos independentemente da sua
condição socioeconómica têm direito à felicidade, ao amor, à ternura, ao bem estar de um lar. Não
se trata de dar comida e cama, trata-se de se criar
estruturas que possam conferir ao ser humano
que se encontra na situação de sem abrigo o acesso à felicidade, ao amor e ao exercício pleno da
cidadania de acordo com as suas reais capacidades. Não podemos exigir a um ser humano que
nasceu nas piores condições (sem acesso à saúde, à educação, à cultura, ao desporto, ao trabalho e a um lar) o mesmo que exigimos a quem
sempre teve tudo à nascença. Cada ser humano é
único e todos merecemos que nos tratem com a
dignidade que as constituições e os direitos humanos nos conferem.
Antes de serem sem abrigo são pessoas.
Bem hajam todos(as) os(as) que dedicam a sua
vida a dignificar seres humanos.
Ana Ferreira Martins