O documento descreve um projeto habitacional de interesse social na cidade de Batatais, São Paulo, com o objetivo de melhorar a qualidade de vida dos moradores e promover a integração social através da criação de uma verdadeira comunidade. O projeto propõe a implantação de edifícios multifamiliares em quadras abertas com abundantes espaços públicos e equipamentos comunitários em uma área periférica da cidade, visando conectar fisicamente e socialmente esta região com o centro urbano.
Crescimento populacional brasileiro e o programa habitacional “minha casa, mi...
Repensando a vida em comunidade
1. CONCEITO
“As palavras têm significado: algumas delas, porém, guardam
sensações. A palavra “comunidade” é uma dessas. Ela sugere
uma coisa boa: o que quer que “comunidade” signifique, é
bom “ter uma comunidade,” “estar numa comunidade”. Se
alguém se afasta do caminho certo, frequentemente
explicamos sua conduta reprovável dizendo que “anda em
má companhia”. Se alguém se sente miserável, sofre muito e
se vê persistentemente privado de uma vida digna, logo
acusamos a sociedade — o modo como está organizada e
como funciona. As companhias ou a sociedade podem ser
más; mas não a comunidade. Comunidade, sentimos, é
sempre uma coisa boa. “ — Zygmunt Bauman
INCENTIVO DO USO E
ADEQUAÇÃO DOS
ESPAÇOS PÚBLICOS
SOCIALFÍSICA
INTEGRAÇÃO
A partir de uma análise crítica sobre a produção de habitações de interesse social no Brasil, vistas aqui enquanto
elemento integrador da sociedade, esse trabalho vem propor uma nova concepção de moradia, que busque retomar o
conceito de comunidade, melhorando a qualidade de vida e urbanística dos conjuntos habitacionais.
Para a proposta de intervenção foi escolhido o município de Batatais, no interior paulista, principalmente por se tratar
de uma estância turística, com características as quais se acredita poder favorecer a sua viabilidade. Como a grande
aceitação de diversos projetos, principalmente em relação a iniciativas culturais e educativas, que corroboram uma
ligação popular ainda grande com o meio habitado e interpessoal, onde a implantação de um conjunto habitacional
que incentive a integração público-privada, pode funcionar como elemento de coesão social ainda maior entre a zona
periférica e a central. Apesar dessa característica não ser a mesma observada, sobretudo em cidades de médio e grande
porte, acredita-se que o fortalecimento desses vínculos já existente no munícipio, pode funcionar como modelo, sendo
possível sua ampliação posterior, a cidades em que essa relação tenha se esvaído, haja visto o consenso entre muitos
estudiosos que exemplos são mais eficazes que a teoria em diversos casos, pois são capazes de demonstrar que algo
que poderia parecer utópico, é passível de se tornar real.
Tendo por base esse princípio, optou-se por um imenso vazio na zona periférica da cidade, diante de uma área
totalmente urbanizada e com infraestrutura adequada para atender ao conjunto habitacional, a fim de promover uma
conexão físico-social dessa região com as demais, principalmente com a central, incentivando o uso e a concepção de
espaços públicos, e promovendo a harmonia entre os elementos moradia, trabalho, mobilidade e lazer.
HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL: “REPENSANDO A VIDA EM COMUNIDADE”
DESPERTAR O SENTIMENTO DE PERTENCIMENTO DA
PARCELA DA SOCIEDADE, GERALMENTE MAIS
EXCLUÍDA A FIM DE QUE ELES POSSAM ENTENDER E
COLABORAR COM O DESENVOLVIMENTO DA CIDADE
1/8
Localização: Batatais/SP
População: 60.128 habitantes (IBGE, 2014)
Área de intervenção: 203,2 mil m²
É um dos municípios mais antigos da região, tendo
registros sobre sua existência que datam de 1728. No
entanto, com uma extensão territorial de quase 85km², e
pouco menos de 30km² sendo ocupados pela área
urbana, vê-se um potencial de crescimento pouco
explorado, diferentemente de sua quase vizinha, Ribeirão
Preto, que apesar de ter sua constituição mais recente, já
encaminha para se tornar região metropolitana, devido a
sua importância a nível nacional. Claro, que isso não
garante diretamente qualidade de vida, mas se houver
investimentos, principalmente, em sua estruturação, a
cidade de Batatais poderá abranger as condições
necessárias para que seus habitantes, pelo menos, não
precisem a abandonar por falta de oportunidade de
emprego, por exemplo.
Ela se encontra entre três importantes rodovias para
região e possui amplo território. Isso, juntamente com as
propostas desse projeto como o estímulo a construção de
bairros de uso misto que permita o desenvolvimento de
ambientes de trabalho próximo as residências,
minimizando o deslocamento para outras cidades devido
a insuficiência de empregos no município. E ainda com a
FOTOS DA ÁREA DE INTERVENÇÃO
exploração da sua predisposição turística, que tem
influência direta com a geração de empregos e crescimento
econômico, além de questões sociais, que afloram o
sentimento de pertencimento e permanência, acredita-se
que seja possível atingir ao máximo o potencial do
município.
A sua expansão urbana atualmente tem sido direcionada
para Zona Norte, Sul (onde se localiza o terreno
selecionado) e Leste. A Zona Central não se constitui como
área de expansão, devido a infraestrutura não comportar
grandes aumentos populacionais na região.
Em Batatais, instrumentos de política urbana estão sendo
discutidos entre os órgãos públicos e a população, desde a
revisão do Plano Diretor, que terminou em 2014, à projetos
de reconhecimento e preservação de bens históricos e
turísticos, a partir do qual foram gerados o Inventário do
Patrimônio Cultural do Município de Batatais (2010), o
Plano Diretor de Desenvolvimento Turístico Integrado (em
fase de consulta popular), e ainda a elaboração de diversos
programas sociais e culturais. Devido a essa fase de
reestruturação, vê-se conveniente que haja uma
contribuição no setor habitacional o integrando com as
demais questões em pauta, por se tratar de algo que age
diretamente sobre a estrutura urbana-social e complementa
as proposições já em andamento.
Cidade turística:
“ Cidade dos mais belos jardins”
“São direitos sociais a educação, a
saúde, o trabalho, a moradia, o lazer,
a segurança, a previdência social, a
proteção à maternidade e à infância,
a assistência aos desamparados, na
forma desta Constituição.“ —
CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988
2. HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL: “REPENSANDO A VIDA EM COMUNIDADE”
2/8Muito além de criar uma cidade pública e democrática em que as pessoas possam viver e
conviver, precisamos projetá-la para o desenvolvimento sustentável, portanto na escala
urbana, somente existirá sustentabilidade, onde a dignidade humana possa ser garantida por
políticas públicas que promovam qualidade para suas vidas, que por sua vez só pode ser obtida,
com investimentos na saúde; na cultura e lazer; na criação de vagas de emprego; construção de
moradias com a infraestrutura adequada; e uma melhor distribuição de renda.
ÁREA DE INTERVENÇÃO
A intenção foi implantar um bairro com edifícios multifamiliares em quadras abertas,
substituindo o espaço dos muros por áreas públicas com equipamentos que possam atender a
toda a população, em especial as mais carentes ao redor da área de intervenção. Além disso,
devido a proximidade com o Córrego dos Peixes, trabalhar com recursos hídricos e vegetação,
requalificando a área com um parque linear e resgatando as memórias da população. Todas
essas escolhas projetuais e diretrizes que foram incorporadas ao projeto, foram feitas a partir
da análise da área, seu entorno, da sua história, mas principalmente através de conversas com
moradores da região que expuseram suas necessidades e sonhos para a cidade onde moram.
A legislação municipal a enquadra como Zona Especial de Interesse Social (ZEIS), e ao
longo do córrego dos peixes como Área de Interesse Ambiental (AIA).
As vias de terra, são caminhos que própria população improvisou para facilitar o seu
deslocamento, já que o vazio existente é muito amplo e as duas principais vias de acesso da
região, a Avenida dos Pupins e a Via de acesso Geraldo F. Menezes são de fluxo intenso.
O gabarito na região é predominantemente baixo, isso ocorre principalmente por antigas
leis restritivas, que impediam que algo fosse construído acima de uma determinada altura
impedindo a visão do Santuário Bom Jesus da Cana Verde, no entanto, essa área, devido a
própria topografia, jamais teve acesso a visão da região central e uma parte considerável da
cidade.
Após análise da dinâmica diurna e noturna, foi identificado na área a carência,
principalmente, de locais de trabalho e lazer, isso faz com que mesmo a cidade sendo
pequena haja uma grande dependência de automóveis. No entanto, a intenção do projeto
não é negar a vinculação com o centro e as demais localidades, muito pelo contrário,
oferecer alguns recursos próximos as residências dessa região, a fim de minimizar o uso do
automóvel e criar
possibilidades de
expansão dos limites,
p r i n c i p a l m e n t e
f í s i c o s e
econômicos, hoje
conhecidos, fazendo
com que as pessoas
possam se sentir
partes integrantes e
coparticipativas do
desenvolvimento
do município.
USO E OCUPAÇÃO DO SOLO
SISTEMA VIÁRIO E CAMINHOS
GABARITO
TOPOGRAFIA, INSOLAÇÃO E VENTILAÇÃO
Algumas formações urbanas conseguem ainda, mesmo que em condições
precárias, manter algum tipo de relação social, que é exatamente o que as
mantem “vivas”. É o caso das favelas que devemos chamar de comunidade,
não apenas por questões éticas e legais, mas por ser essa a melhor
expressão no Brasil do que é uma vida comunitária espontânea, a expressão
do que Henri Lefebvre (2001) dizia ao comparar a vida nas moradias que
atendiam as pessoas mais pobres (pavilhões) e o que corresponderia aos
condomínios atuais (conjuntos).
As pessoas dos pavilhões lamentam a ausência de
uma lógica do espaço, as pessoas dos conjuntos
lamentam não conhecer a alegria dos pavilhões.
(LEFEVBRE, 2001)
E você deve se perguntar o porquê de não se conseguir unir as duas coisas,
a vida e a estrutura que permita a qualidade das organizações urbanas. A
resposta pode vir da política ineficaz e de uma economia baseada na
especulação promovida pelo setor imobiliário, que visa sempre quantidade
de lucro em detrimento da qualidade do que é produzido, mas isso pode ir
muito além.
Esse crescente abandono do espaço público, assim como nosso auto
aprisionamento atrás de habitações fortificadas, não indicam
necessariamente a almejada segurança. Pois, segundo uma pesquisa
recente publicada na Folha de S. Paulo, realizada pela Polícia Militar do
Paraná, revelou que 60% das casas roubadas possuem muros; e
entrevistando os detentos, 71% afirmaram que casas com muros são
preferíveis para a realização de assaltos e 54% disseram que os muros
ocultam a ação. Diante dessa constatação, Raquel Rolnik, nos indaga:
(...) os muros fragmentaram cidades, destruíram a
relação dos edifícios com o espaço público,
empobreceram a paisagem e, como estamos
vendo, não resolveram o problema da segurança.
Pra que servem então? (ROLNIK, 2012)
Felizmente, em cidades de pequeno porte e na região periférica, a exemplo
das favelas, podemos perceber que as relações interpessoais ainda
ocorrem, isso é possível, pela utilização das ruas como extensão de suas
residências, como espaço de convívio. O que se constitui em um exemplo
eficaz do que deve ser recuperado pelas cidades tomadas por condomínios,
muros e espaços fechados, a fim de garantir a segurança e vivacidade do
espaço urbano.
CONJUNTOS HABITACIONAIS E COMUNIDADES
CARENTES DO MUNICÍPIO
3. HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL: “REPENSANDO A VIDA EM COMUNIDADE”
IMPLANTAÇÃO
VISTA GERAL
3/8
4. 4/8
HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL: “REPENSANDO A VIDA EM COMUNIDADE”
IMPLANTAÇÃO
Eixo Físico-
A implantação dos blocos
se deu de forma a permitir
o eixo visual, identificado
como uma potencialidade
(visão do Bosque) e como
algo a ser alcançado (visão
da região central,
representada
simbolicamente pelo
Santuário).
Como observou-se que apesar do grande
desnível a declividade do terreno era ideal
para o caminhar, optou-se pela mínima
interferência na topografia, minimizando
os impactos no entorno.
O formato em C das edificações foi uma solução adotada para criação de
um pátio, que seria uma área de convívio capaz de fazer a transição entre
espaço público e privado, além de auxiliar no conforto térmico, após
análises de insolação.
Essa forma permite o contato visual entre os vizinhos defronte,
despertando empatia entre os vizinhos, reforçando os laços comunitários.
Blocos residenciais
Blocos mistos
Comércio
Áreas de Recreação
Serviço
Área institucional
Áreas verdes
EVOLUÇÃO DA PROPOSTA
A localização dos equipamentos de lazer assim como
o desnível entre passeio e os blocos permite a fluidez
do espaço e mesmo sem o uso de barreiras físicas,
permite o entendimento dos espaços que seriam
“privados”.
Apesar de serem considerados apenas os blocos 1,2 e 3
como de uso misto inicialmente, é possível que pequenos
negócios sejam aberto junto aos apartamentos em todos
os blocos como vemos nas sugestões de layout.
Eixo Físico-Visual
Por esse projeto ter por princípio o privilégio do
pedestre, ciclista e o automóvel, respectivamente nesta
ordem. Isso deu origem a uma hierarquização que vai
desde o layout das vias e calçadas, até a localização do
estacionamento atrás dos blocos e no subsolo, evitando
o contato visual com os carros.
O eixo a priori somente visual, acabou por resultar em uma ligação física através de uma passarela que sobre
o Córregos dos Peixes que se interliga à via projetada ao longo do parque linear, que por sua vez faz a
ligação pretendida entre a Via de Acesso Geraldo Ferraz de Menezes e Av. dos Pupins. O vazio que antes
fragmentava a cidade passa a ser o ponto de conexão entre os bairros limítrofes.
Eixo Físico-Visual
Exclusiva p/ pedestre
Exclusiva p/ ciclista
Mista (Pedestre e Ciclista)
Via p/ veículos
Bicicletário
Ponto de ônibus
Estacionamento
Circulação vertical
Acesso aos blocos
Acesso ao subsolo
O sistema viário foi, como citado anteriormente, baseado no caminhos
de terra criados pelos moradores do entorno, portanto duas vias
“rasgam” o terreno dando origem as quadras, que são dedicadas ao
pedestre e ciclista simultaneamente, com traçado mais orgânico,
permitindo que se possa ter uma melhor interação com o espaço,
respeitando os meios de locomoção.
ACESSOS E CIRCULAÇÃO
5. HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL: “REPENSANDO A VIDA EM COMUNIDADE”
As placas de OBS são de fácil manuseio e leves, permitindo que os moradores após algumas instruções
possam transformar o layout interno de suas unidades habitacionais, sem grandes transtornos e a menor
custo.
Esse sistema permite que as instalações elétrica possam ser embutidas e acessadas em caso de
manutenção de modo mais rápido e fácil.
Como a intenção é que o morador possa dar a sua personalidade para o apartamento é possível que a
face interna receba acabamentos diversos ou possa ser utilizada in natura, após tratamento adequado.
Além disso, estudos garantem que com o material de preenchimento adequado é possível ter um conforto
acústico superior ao da alvenaria, neste caso optou-se pela lã de pet.
O sistema estrutural é constituído de vigas e pilares em aço, laje em concreto e forro em OSB. O que
motivou o uso desses materiais e sistemas construtivos é o fato que seu arranjo produz uma
estrutura independente da vedação, possibilitando uma maior flexibilidade da organização interna
dos apartamentos.
Telhado formato V em telha
termoacústica, facilita a captação
de água pluvial que será tratada
e reaproveitada.
A energia elétrica e água
possuirão medidores
individuais, localizados no
hall da escada, pois assim
há um maior controle do
consumo, o que resulta em
menos desperdício.
Brises móveis se adequam as
necessidades de insolação, gerando
conforto térmico.
Produzidos em bambu, encontrado
em grande quantidade no terreno e
na região podem ser produzidos a
baixo custo, e sem impactos negativos
na natureza, visto que é uma planta de
crescimento rápido e exótica.
Sistema de
aquecimento
solar para
minimizar os
custos
Recursos hídricos permitem através do processo
evaporativo a criação de um microclima em cada edifício,
melhorando ainda mais uma condição térmica. E no caso
do córrego artificial se estende a uma função de
recreação.
Reaproveitamento e reciclagem de
materiais para criação de mobiliário
urbano e utilidades doméstica,
diminuem o volume de resíduos
produzidos pelo bairro.
Será feito uso da vegetação em todo o
projeto como forma de melhorar a
condição do ar, térmica, acústica e visual,
além de criar uma espécie de corredor
ecológico entre o Bosque Municipal e o
Horto Florestal.
SOLUÇÕES | ESTRUTURA | MATERIAIS
Os depósitos de lixo ficarão próximo aos
blocos, possuindo coletor para material
reciclável, não-reciclável e para óleo
doméstico. O material reciclável e o óleo
serão encaminhados para o sistema de
triagem do Espaço de Apoio aos
Moradores a fim de poder auxiliar na
produção de móveis e utilidades em
gerais para os mesmos, caso não sejam
utilizados serão entregues para a
associação de coleta e reciclagem do
município a Acomar.
O piso drenante será implantado
em praticamente todo o projeto,
exceto nos espaços destinados à
vegetação de forração, áreas de
lazer com areia, na fabricação do
“córrego artificial” e no pátio
interno dos blocos, devido ao seu
estacionamento e para auxiliar na
captação de água pluvial para
funcionamento do citado córrego.
Nos locais em que for implantada a
ciclovia haverá uma diferenciação
em relação a cor, assim como em
alguns lugares destinados ao lazer.
O fornecimento de gás funcionará através de taxa paga
mensalmente aos responsáveis do bloco a fim de
recarregar os cilindros. Optou-se pelo sistema de gás
externo seguindo orientações dos bombeiros, pois
minimiza os riscos de incidentes.
5/8
6. HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL: “REPENSANDO A VIDA EM COMUNIDADE”
6/8UNIDADES
HABITACIONAIS
Procurou-se ao máximo a concentração de usos que
facilita em caso de reestruturação do espaço,
principalmente a parte hidráulica.
Sempre que possível, buscou-se a promoção da ventilação
cruzada e grandes aberturas, permitindo que a relação
interior e exterior ocorra e tenha uma ventilação e
iluminação natural.
Apresenta-se aqui algumas propostas de tipologia de
apartamentos e layout interno, no entanto devido as
paredes serem em OSB é possível unir ou dividir essas
unidades habitacionais, atendendo a diferentes grupos
familiares e renda, já que mesmo se tratando de habitação
social há diversas faixas abrangidas, e assim como o grupo
Elemental utilizado como referência, acredita-se na
melhoria da condição financeira e social dessas pessoas
que podem reorganizar seus espaços sem a necessidade
de ter que mudar para outro bairro, por exemplo.
BLOCOS
Área Social
Área Íntima
Serviços
Lazer/ Expansão
Circulação
Apesar de trabalhar com os
mesmos elementos, o térreo
de cada bloco possui uma
configuração diferente, que
faz com que possa se
despertar nos moradores um
sentimento de identificação
com o espaço,.
Área Pública
Área Privada
Circulação Vertical
e Serviços
7. HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL: “REPENSANDO A VIDA EM COMUNIDADE”
7/8
Rota Turística
DIRETRIZES
Sistema de Ciclovias e Ciclofaixas
Espaço de Vivência Comunitária e Apoio aos Moradores
Viveiro de
mudas e
pomar
Espaço de Apoio
aos Moradores
Espaço de Vivência
Comunitária
Espaço para
manifestações
artísticas e reunião
dos moradores
Através da análise dos eixos estruturadores do município foi possível elaborar como diretrizes a Rota Turística e um Sistema de Ciclovias e ciclofaixas, ambos
com o objetivo de promover a integração físico-social e incentivar as atividades econômicas e turísticas locais, através da criação de um sistema interligado por
meios de transporte público, ciclovias, hospedagem e sinalização específica entre os principais pontos de interesse turístico e cultural do município e também
incentivando o uso de meios alternativos ao automóvel, melhorando a qualidade de vida e fazendo com até os próprios moradores conheçam e se conectem
melhor com a sua cidade.
A área institucional se dividirá em três espaços:
Espaço de Vivência Comunitária - como a função de abrigar atividades culturais (espaço para leitura, reforço escolar, acesso a internet, recreação, entre
outros), educativas (com área culinária destinada a cursos para a comunidade aprender a reaproveitar alimentos, o que pode gerar funcionar como gerador
de renda, melhorar a qualidade alimentar e diminuir o desperdício) e servir de apoio para diversos eventos através de sua área aberta e salas multiuso. Esse
bloco contem ainda uma horta vertical e está próximo a árvores frutíferas que podem ser aproveitadas sem custo pela população.
Espaço de Apoio aos Moradores - baseado nas atividades que são desenvolvidas pela Fundação Lazzarini de Batatais, que é realizada pela iniciativa privada
ensinando jovens carentes trabalhos manuais de marcenaria, pintura e além do curso de panificação. A intenção é com esse núcleo estender essas atividades,
sendo financiadas pelo poder público, para os jovens e adultos que buscam qualificação para o mercado de trabalho e para os próprios moradores, visto que
a proposta é que esse espaço ensine a produção de mobiliário e outras utilidades através da reciclagem ou reaproveitamento de materiais.
Viveiro de mudas e pomar– a proposição é que as árvores frutíferas sejam espalhadas ao longo da área da gleba, dando prioridade para o plantio de
vegetação nativa do cerrado, inclusive para retomar uma memória afetiva, já que alguns moradores do município relatam que antes nesse local existia uma
massa de araçás e gabirobas. O viveiro poderá funcionar não somente como fornecedor de mudas nativas, mas como local de educação ambiental.
8. HABITAÇÃO DE INTERESSE SOCIAL: “REPENSANDO A VIDA EM COMUNIDADE”
O parque linear seguirá paralelamente ao Córrego dos Peixes e a avenida que está sendo projetada, a fim de retomar a
relação com o córrego, que outrora atuo efetivamente na conformação do espaço urbano; e para promover a qualidade
e melhoria do fluxo do córrego propõe-se que seja restaurada a mata ciliar com o plantio de vegetação nativa, assim como em todo o plano
urbanístico do bairro aqui apresentado.
Os itens abaixo são apenas sugestões para seja melhorada a
dinâmica da região, e que pontos de emprego sejam
encontrado mais próximo de suas residências.
O Hostel vem como uma proposta de hospedagem
alternativa inexistente no município, devido a proximidade de
pontos com potencialidade para turismo ecológico — Bosque,
Horto Florestal, Parque Náutico e o Parque Linear aqui
proposto —, incentivando assim a permanência dos visitantes
no município, resultando no aquecimento da economia local.
Espaço Comercial, com os mesmos princípios do Hostel,
esse espaço funcionaria para atender a todo município e
região, diferente do comércio localizado nos blocos
habitacionais voltados mais para o atendimento local.
Restaurante Popular, devido a rotina observada dos moradores das comunidades mais carentes, que tem uma alimentação inadequada, e a
uma demanda de pessoas do município que procuram em Ribeirão Preto, programas como o Bom Prato. A proposta é que o restaurante
popular seja projetado na cobertura do bloco 3 — o mais alto do bairro — , que permite promove a integração visual com a região central.
Hostel, Espaço Comercial e Restaurante Popular
NÍVEIS DE CONVIVÊNCIA 8/8DIRETRIZES
A partir de elementos que
existem no município,
principalmente na área
central e nos pontos
t u r í s t i c o s , f o r a m
implantados mobiliário
em uma releitura
c o n t e m p o r â n e a ,
a d e q u a d a a s
c ar a c t er í st i c a s d a
sociedade atual e os
princípios seguidos por
esse projeto, indo além de
suas funções originais e
funcionando como
atrativos para o uso do
espaço público.
Além disso, a ideia é que
o mobiliário seja fruto de
reciclagem ou reutilização
de materiais, podendo
serem acrescentados pela
própria produção do
Espaço de Apoio aos
Moradores.
Parque Linear
URBANO
BLOCO
PAVIMENTO